UNIDADE
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TÉCNICAS PARA PRIMEIROS SOCORROS
BIOSSEGURANÇA
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
TÉCNICAS PARA PRIMEIROS SOCORROS Nesta unidade, estudaremos sobre os primeiros socorros aplicados a fontes radioativas, sobre os tipos de produtos que podem causar estes acidentes, os cuidados emergenciais e os órgãos mais acometidos. Esta aula é embasada no manual de primeiros socorros do Ministério da Saúde. Normalmente, o único risco de malefícios causado pela radiação em acidente de transporte aconteceria se a origem de radiação poderosa, como um material que gera radiação gama, se tornasse desprotegida, com indivíduos imprudentes e com falta de conhecimento sobre o perigo ao permanecer no ambiente com radiação (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Sempre que acontecerem eventualidades envolvendo fontes de radiação gama, as coberturas de chumbo ou outro material de espessura considerável como bancos de terra, paredes de concreto ou metal e até mesmo veículos ou equipamento pesado, proporciona proteção suficiente para os seres ao redor. Quando acontece uma explosão ou incêndio, o produto radioativo consegue ser levado em partículas de poeira ou fumaça e necessita-se o máximo de precaução para impedir a esse tipo de contaminação. A proteção mais eficaz contra a contaminação a partir da poeira é através da utilização de roupas de proteção ou muitas camadas de roupa, inserindo chapéu, luvas e máscaras a fim de se proteger da maior quantidade possível de poeira radioativa (SANTOS, 2001 apud BRASIL, 2003). O tecido com maior proteção é o mais fechado possível. É necessário fixar as mangas e as aberturas dos botões com esparadrapo, por exemplo, bloqueando todas as possíveis passagens de partículas de poeira e de outros materiais (EISENBERG, COPASS, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Se suspeitar da existência de material radioativo nas roupas ou sapatos da vítima ou de quem está proporcionando socorro, é necessário ir até o limite da área exposta e retirar o máximo possível da roupa contaminada. O indivíduo que está socorrendo precisa se lavar e lavar a vítima, caso estejam muito contaminados (BRASIL, 1981). Com este cuidado, o risco de todas as pessoas envolvidas irá diminuir muito, além de reduzir significativamente a possibilidade de
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contaminação. A água que foi usada para a lavagem estará contaminada e por isso deve ser armazenada em um recipiente coberto, a fim de ser eliminada de forma adequada posteriormente. O recipiente precisa estar identificado como contendo água contaminada por radioatividade (EISENBERG, COPASS, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Espectadores não são permitidos em área com suspeita de envolver material radioativo. Além disso, nenhum objeto, artigo ou qualquer outra coisa deve ser manipulado, tocado ou retirado do local do incidente. De maneira alguma se deve empilhar roupas e materiais junto ao chão. Queimar produtos também não é uma atividade indicada, pois este procedimento transforma as partículas contaminadas no ar em fumaça e cinzas radioativas (SANTOS, 2001 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Três pontos importantes definem quanta radiação um indivíduo poderá receber: •
tempo de exposição;
•
distância da fonte de radiação;
•
quantidade de proteção contra a fonte de radiação.
Após retirar o acidentado do local, deve-se notificar o acontecido ao NUST/DIREH e, após isso, entrar com medidas de emergência. Em seguida, transportar a vítima ao atendimento especializado. Um indivíduo exposto à radiação precisa ter suas roupas retiradas e o local exposto lavado para não apresentar riscos aos que o transportam (BRASIL, 2003). A vítima não se torna radioativo ao receber radiação alfa, beta ou gama.
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Se pensarmos, por exemplo, que um indivíduo é submetido a uma radiografia de tórax, provavelmente ele permanecerá com as mesmas roupas, isso não o tornará radioativo, porém, um indivíduo exposto à poeira radioativa pode transportar em seu corpo essa substância, fazendo com que ela seja liberada no ar. Isso não significa que ele seja radioativo, mas está transportando material radioativo (SANTOS, 2001 apud BRASIL, 2003).
DESCONTAMINAÇÃO Para a remoção completa das substâncias, é necessário ter cuidados especiais com a retirada de toda a roupa e lavagem dos cabelos e regiões do corpo que possuem superfícies sobrepostas. Por exemplo: dedos das mãos e pés, braços, tórax, coxas e nádegas. O banho de aspersão (chuveiro) é o método mais eficaz, pois os outros tipos de banho, como imersão (banheira), não removem totalmente as partículas (BRASIL, 1981 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).
O símbolo universal de radiação é o desenho de uma hélice preta com o fundo amarelo. Este é utilizado para sinalizar os ambientes ou fontes radioativas, invólucros de material radioativo ou locais onde são armazenadas substâncias radioativas (KNOBEL, 1984 apud MINIS-
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TÉRIO DA SAÚDE, 2003). O símbolo deve estar em local de fácil visualização a todos e manter o contato da equipe de plantão da Comissão Nacional de Energia Nuclear para situações de emergência (BRASIL, 1981 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). RADIODERMITES As radiodermites são lesões na pele ocasionadas pela energia radiante. Elas ocorrem devido à exposição acidental ou profissional. O tipo de ferimento dependerá da intensidade, quantidade e tempo de exposição. É representa, a princípio, como eritema e pode se manter hiperpigmentada evoluindo de vermelhidão para edema (inchaço) ou dermatite ampolar (bolhas compostas por líquido) e ainda formar úlceras muito dolorosas (EISENBERG, COPASS, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). A pele de profissionais que estão expostos aos raios X, com o passar do tempo fica áspera, atrófica1 e brilhante pela destruição do complexo de Golgi, o qual é uma parte do processo de secreção celular (KNOBEL, 1984 apud BRASIL, 2003). Em outras situações, podem causar hiperceratose2 e Teleangiectasias3, apresentadas por descamação de pele de maneira mais ou menos acentuada. O câncer de pele é a alteração mais grave e acontece com maior incidência nos radiologistas do que no restante da população (EISENBERG, COPASS, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).
1 Atrofia: diminuição da espessura da pele, localizado ou difuso, que pode se acompanhar de adelgaçamento e pregueamento da pele. É devido à redução do número e volume dos constituintes teciduais. A atrofia linear chama-se víbice, nome que também serve para designar uma lesão purpúrica linear. 2 Hiperceratose: é o espessamento da camada mais externa da pele (estrato córneo da epiderme). A epiderme contém uma proteína resistente chamada de queratina. 3
Teleangiectasias: pequenos vasos sanguíneos aparentes na pele.
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PRIMEIROS SOCORROS A radiodermite não é considerada uma situação de urgência, não sendo necessário encaminhamento da vítima a um serviço especializado em radiopatologia após tomadas todas as providências necessárias para cada tipo de problema. As lesões que são consideradas emergenciais são casos de exposição e/ou contaminação por radiação ionizante (KNOBEL, 1984 apud BRASIL, 2003). REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Trabalho. Fundacentro. Curso para Engenheiros de Segurança do Trabalho. Vol. 6. São Paulo, Ed. Fundacentro, 1521p. 1981. EISENBERG, M.S. e COPASS, M.K. Terapêutica em Emergências Clínicas. Roca. 1984. KNOBEL, E. e col. Manual de Condutas no Paciente Grave. FARMASA, 1984. MINISTERIO DA SAÚDE. Manual de primeiros socorros. FUNDAÇÃO FIOCRUZ, 2003. PEIXOTO, W.R. Prevenção de Acidentes nas Indústrias. Ediouro, 1980. SANTOS, R.R., CANETTI, M.D., JUNIOR, C.R., ALVAREZ, F.S. Manual de Socorro de Emergência. Ed. Atheneu, 400p. 2001. VERONESI, R. Doenças Infecciosas e Parasitárias. Ed. Guanabara Koogan. 1985.
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