UNIDADE
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RELATÓRIO
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
RELATÓRIO Na aula de hoje, vamos aprender quais as características do gênero relatório, suas estruturas e como produzir um relatório de acordo com as especificidades do gênero. RELATÓRIO O gênero relatório narra ou relata, de forma meticulosa um experimento, uma pesquisa ou um processo de estudo. Seu objetivo é informar a leitores específicos sobre algo que foi constatado, descoberto ou refutado, tendo interesse da esfera em que este está empregado. Os relatórios podem ser orais e escritos, mas vamos nos atentar à modalidade escrita, a fim de que tenhamos êxito dentro e fora da esfera acadêmica. Assim, precisamos perceber que há mais de um tipo de relatório como gênero e que cada um tem uma função específica de produção. Contudo, algumas questões permeiam a todos. De acordo com Lopes-Rossi (2006, p. 54), há algumas perguntas que permeiam o gênero relatório e devem ser contempladas para que haja produção consciente de textos. Quem escreve o gênero discursivo em estudo? Com que propósito? Onde? Quando? Como? Com base em que informações? Como obtém as informações? Quem lê esse gênero? Por que o faz? Onde o encontra? Que resposta pode dar ao texto? Que influência pode sofrer devido a essa leitura? Em que condições esse gênero pode ser produzido e pode circular na sociedade?
Devemos lembrar que o gênero relatório faz parte de redações técnicas, sendo importante para o registro de participações em eventos, visitas técnicas, atividades dentro e fora de sala de aula, relatar experiências dentro e fora de laboratórios e etc.
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TIPOS DE RELATÓRIOS Sabemos que os gêneros textuais são plásticos e se encaixam em diversos aspectos da nossa vida e do nosso cotidiano. O gênero relatório tem a mesma plasticidade e pode ser encontrado de diversas formas. • Relatório escolar: textos técnicos em que os alunos relatam atividades propostas pelo professor. Podem ser laboratoriais, pesquisas fora da escola, apreciação de um objeto de estudo e etc. • Relatório científico: circula na esfera acadêmica e fora dela, podendo assumir caráter de atividades científicas para divulgação ou acompanhamento de pesquisas realizadas. • Relatório de pesquisa: assemelha-se ao relatório científico, sendo executado por profissionais em visitas técnicas, pesquisas em laboratórios, pesquisas sociais e etc. • Relatório de inquérito: circula na esfera policial, jurídica e administrativa, apresenta fatos que são vinculados a crimes, investigações criminais, estudo de normas de procedimento ou ainda relatos de visitas. • Relatório parcial: circula na área administrativa e contempla uma etapa de pesquisa ou atividade exercida na área, como gastos mensais, trimestrais e etc. • Relatório de gestão anual: também circula na área administrativa em períodos regulares destinados a sócios de empresas ou ainda à população, no caso das estatais. • Relatório de rotina: elaborados em função da rotina de trabalho, apresentam dados gerais de determinada área, como relatório de ponto (hora trabalhada) aos chefes. Esses são os tipos de relatórios que mais são produzidos nos diversos atos comunicacionais cotidianos, mas os relatórios também podem ser classificados em outras três formas.
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• Relatório crítico: quando o texto também traz avaliações do autor em seu corpo de texto. • Relatório de síntese: são simples e se objetivam em resumir determinada atividade. • Relatório de formação: quando há desenvolvimento de projeto ou pesquisa e os relatórios acompanham os processos. ESTRUTURA DO GÊNERO RELATÓRIO Já sabemos que os relatórios têm situações especificas em que são empregados e, por isso, de acordo com Medeiros (2006, p. 143): Como o receptor do relatório deve ser levado em consideração, torna-se necessário conhecê-lo bem, pois a linguagem deve variar em conformidade com o receptor. Se o vocabulário e a sintaxe utilizada forem excessivamente complexos para o destinatário, a comunicação não se estabelecerá. Deste modo, no que tange a linguagem dos relatórios, estes devem apresentar discurso em terceira pessoa do singular, vocabulário formal, técnico ou simples se for dirigido a pessoas que não tenham conhecimentos prévios sobre o que se está pesquisando. Contudo, há outros fatores que devem estar presentes em seu texto. • Capa: para identificação do trabalho, é necessário que haja capa com o nome da instituição, título do relatório, nome do(s) autor(es), nome do professor ou responsável técnico e data. • Índice: para relatórios longos, os quais contêm diversas etapas, é necessário que se tenha um índice ou sumário para cada capítulo (título e subtítulo) indicando em qual página se encontra. • Folha de rosto: também se aplica aos casos de longas pesquisas e exige que haja outra folha, parecida com a capa, mas que tenha, além de título centralizado, nome da instituição, autor(es), data e local. • Introdução: descrição do assunto, o local, a disciplina a qual pertence, sustentar na literatura e em outras obras as definições do
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objeto de estudo, como também as justificativas para tal trabalho. • Desenvolvimento: produção propriamente dita, onde são relatados todos os processos minuciosamente, como também apontados todos os dados. Aqui, outros elementos textuais também são aceitos, como gráficos, tabelas e etc. O desenvolvimento está dividido em: 1. Objetivos: • geral: informar de maneira ampla qual o objetivo que se pretende com o trabalho, usando verbos no infinitivo, como descobrir, avaliar, analisar; • específicos: descreve especificamente quais etapas devem ser analisadas para alcançar o objetivo geral. 2. Material e métodos: todo material usado durante o processo de pesquisa/trabalho deve ser descrito, bem como os métodos utilizados. Deve ser extremamente detalhado a ponto de que o leitor (pesquisador) possa repeti-lo. • Conclusão e considerações finais: aqui é o momento em que você encerra sua argumentação, a qual deve estar relacionada aos seus objetivos antes descritos. Aqui são elencados os resultados e, em alguns casos de relatório, apreciações do autor, de forma objetiva e direta. Caso haja necessidade, fazer recomendações de ordem prática ou subjetiva. • Referências bibliográficas: aqui, deve-se incluir todas as obras que sustentaram seu trabalho e que foram referenciadas em seu texto, conforme as normas da ABNT.
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Acesse o link da Universidade Federal Fluminense para ver o exemplo de um relatório científico sobre questões ambientais <http:// www.uff.br/remadsuff/BibVirtual/Araruama2006.pdf>.
Para ver modelos de relatórios e redação científica propostos pelo Instituto Federal de Santa Catarina, acesse o link: <http:// www.ifsc.edu.br/modelo-de-relatorio>. REGRAS ABNT PARA FORMATAÇÃO DE RELATÓRIOS De acordo com a NBR 10719: apresentação de relatórios técnico-científicos, as regras de apresentação são: •
papel A4;
•
margem esquerda e superior: 3 cm;
•
margem direita e inferior: 2 cm;
•
espaçamento entre linhas: 1,5 cm;
• dois espaços de 1,5 cm antes e depois das seções e subseções do texto; • fonte tamanho 12 (excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas de ilustrações e tabelas que devem ser digitadas em tamanho menor e uniforme); • os títulos das seções primárias, por serem as principais divisões de um texto, devem iniciar em folhas distintas; • contagem da numeração de páginas a partir da folha de rosto (a capa não entra na contagem), porém o número, propriamente dito, deverá aparecer somente a partir da parte textual do trabalho (introdução).
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Páginas não numeradas: (pré-textual) • capa; •
folha de rosto (folha com identificação do(s) autor(es);
•
agradecimentos (opcional);
•
dedicatória (opcional) ;
• sumário – deve ter fonte 12 e espaçamento simples; seções primárias em caixa alta (maiúsculo) e subtítulos em minúsculo (somente a primeira letra maiúscula). Páginas numeradas: (textual) • introdução; •
desenvolvimento, com capítulos e subcapítulos;
•
conclusão.
Elementos pós-textuais: • referências – dado o grande número de tipos de referências bibliográficas, indica-se o site da Associação Brasileira de Normas Técnicas pelo link: <http://www.abnt.org.br/>; •
apêndice (opcional);
•
glossário (opcional).
Quer aprender a fazer relatórios perfeitos no trabalho? Acesse o site do SEBRAE pelo link: <http://migre.me/usj5Q> e veja quais são as dicas que essa importante instituição nos dá.
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Agora que já aprendemos como produzir um relatório, vamos, na próxima e última unidade, aprender como fazer um artigo acadêmico. BIBLIOGRAFIA LOPES-ROSSI, M. A. G. Gêneros discursivos no ensino de leitura e produção de textos. In: KARWOSKI, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S. (Org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006, p. 73-84. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S. (Org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006, p. 23-36 MOTTA-ROTH, D. Questões de metodologia em análise de gêneros. In: KARWOSKI, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S. (Org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006, p. 145-163.
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