MAXILLARIS PORTUGAL FEVEREIRO 2020

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fevereiro 2020 no 106 P

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV

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Falamos com...

Perspetivas Armandino Alves, presidente da comissão organizadora da XXXII Reunião Científica da SPODF

Indústria dentária aposta na inovação sem perder de vista a atenção ao cliente

Tony Rolo, presidente da comissão organizadora da Reunião Anual da SPPI

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fevereiro 2020 no 106 P

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destaques

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV

Tema de capa

CRÓNICA

perspetivas SPEMD celebra Santa Apolónia na Póvoa de Varzim.

Indústria dentária aposta na inovação sem perder de vista a atenção ao cliente.

Governo antevê consultas dentárias em todos os centros de saúde até 2023.

FALAMOS COM...

Armandino Alves, presidente da comissão organizadora da XXXII Reunião Científica da SPODF.

Marcela Bisheimer e Luís Monteiro, presidentes da SELO e SPALO, respetivamente.

ZONA JOVEM

Tony Rolo, presidente da comissão organizadora da Reunião Anual da SPPI.

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André Alves, presidente da comissão organizadora das XXVIII Jornadas Internacionais de Medicina Dentária do Instituto Universitário Egas Moniz.


❏ Ponto de vista

sumário

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António Quelhas, presidente do III Simpósio da Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária.

❏ Ciência e prática

48

❏ Crónica

Tema de capa

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SPEMD celebra Santa Apolónia na Póvoa de Varzim.

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Governo antevê consultas de Medicina Dentária em todos os centros de saúde até 2023.

66

Indústria dentária aposta na inovação sem perder de vista a atenção ao cliente.

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Demonstre os seus conhecimentos no teste elaborado para a Maxillaris por Germán Esparza Gómez.

❏ Zona jovem

❏ Falamos com...

28

Irineu Gregnanin Pedron: “Aplicação da toxina botulínica em paralisia facial idiopática. Relato de um caso”.

❏ Quiz de medicina oral

❏ Perspetivas

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Vanessa Rocha Rodrigues: “Nova classificação das doenças periodontais”.

68

Armandino Alves, presidente da XXXII Reunião Científica da SPODF: “É uma reunião centrada na ortodontia, mas também pluridisciplinar e que se tem aberto às novas tecnologias e metodologias de tratamento”.

André Alves, presidente das XXVIII Jornadas Internacionais do Instituto Universitário Egas Moniz.

❏ Calendário

72

Tony Rolo, presidente da Reunião Anual da SPPI: “A próxima reunião da SPPI será o local certo para a apreensão de novos conhecimentos e para o debate e partilha de ideias”.

Agenda de cursos e de congressos, simpósios, jornadas, etc.

❏ Novidades

78

Marcela Bisheimer e Luís Monteiro, presidentes da SELO e SPALO, respetivamente: “O laser tem vindo a despertar o interesse geral dos médicos dentistas, e a evidência científica deu resposta às incertezas neste domínio”.

Produtos e equipamentos.

❏ Indústria

80

Notícias do foro empresarial.

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Editorial

O Ministério da Saúde entrou em 2020 a evocar o caminho já percorrido em matéria de inserção de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários e foi a própria ministra Marta Temido quem recapitulou, durante a recente inauguração de dois gabinetes de Medicina Dentária, o objetivo traçado pelo governo que (re)iniciou funções no último trimestre do ano passado: cobrir todo o território com esta valência até 2023. De resto, a proposta do Orçamento de Estado para este ano, já aprovada na generalidade, prevê 1,8 milhões de euros para alargar estes cuidados a mais 20 municípios. Como é sabido, a reiterada aposta no acesso da população portuguesa aos cuidados de saúde oral estende-se ao cheque-dentista, tendo o renovado executivo socialista anunciado nos últimos meses a inclusão das crianças entre os dois e os seis anos no Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO). Em contrapartida, dados recentemente divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) – entidade que gere o PNPSO – indicam que cerca de um terço dos beneficiários do cheque-dentista não usufruíram em 2019 deste vale que abrange grupos populacionais considerados vulneráveis: grávidas, idosos beneficiários do complemento social, portadores de VIH/SIDA e crianças e jovens. A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e a própria DGS justificam os dados com o facto de muitos beneficiários não quererem mudar de médico dentista, sobretudo no caso das crianças, que são o principal grupo abrangido pelo programa. A falta de literacia e a dificuldade de transportar as crianças até aos consultórios, no caso de algumas localidades, também são apontados como motivos para o desperdício de vales. Apesar do crescente esforço governamental no sentido de globalizar os cuidados de saúde oral em território nacional, tudo aponta para falhas (de comunicação) no processo e para a consequente necessidade de melhor divulgar o cheque-dentista, tendo em mente a sua óbvia utilidade. No caso das crianças, a OMD defende mesmo uma responsabilização dos encarregados de educação, nomeadamente em termos de seguimento, a fim de evitar casos de cárie dentária e outras doenças. Passo a passo, a longa marcha da saúde oral em Portugal acabará por chegar a bom termo…

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Desperdício



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Expodental Madrid 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

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GSK . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Henry Schein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Ledosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Roland DG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Sinusmax . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 SPEMD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Systhex . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 WCDT 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 VITA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Temas de capa Março Expodental Abril Digital Maio Perio/Implantes

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crónica Um terço dos cheques-dentista atribuídos pela DGS em 2019 não foi utilizado pelos beneficiários Em 2019, 33,8% dos beneficiários do cheque-dentista não usufruíram deste vale, atribuído pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que abrange grupos populacionais considerados vulneráveis (grávidas, idosos beneficiários do complemento social, portadores de VIH/SIDA e crianças e jovens de 7, 10, 13, 16 e 18 anos).

caso das crianças, que são o principal grupo abrangido pelo Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral. Orlando Monteiro da Silva aponta igualmente a falta de literacia e a dificuldade de transportar as crianças até aos consultórios, no caso de algumas localidades, como motivos para o desperdício de vales.

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, mostra-se insatisfeito com este cenário, mas destaca os números absolutos (número de cheques emitidos e usados), em que se regista uma utilização do cheque-dentista na ordem dos 80%. A Ordem e a própria DGS consideram que esta percentagem é elevada e deverá manter-se estável. “Não prevemos que haja um grande aumento [da percentagem de utilizadores], porque há muitas pessoas que têm seguros de saúde ou a ADSE”, explicou Margarida Jordão, da equipa da saúde oral da DGS, ao jornal Público.

Quanto ao alargamento às crianças entre os dois e os seis anos, proposto pela OMD e que está previsto no programa do Governo, ainda não existe uma data prevista para a sua entrada em vigor. “Esperemos que seja o mais rápido possível e que não se comece a pensar nisso apenas em 2023, criando então um grupo de trabalho”, sublinha Orlando Monteiro da Silva.

OMD e DGS justificam os dados com o facto de muitos beneficiários não quererem mudar de médico dentista, sobretudo no

Questionado pela Antena 1 e TSF sobre os dados agora divulgados, o bastonário defende igualmente que é preciso apostar numa maior divulgação do cheque-dentista, até porque a necessidade existe. A sua não utilização acontece muitas vezes porque “ou não querem ou não têm conhecimento ou têm outros subsistemas”.

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Crónica

Orlando Monteiro da Silva sugere a reutilização dos cheques não usados no alargamento do programa a todas as grávidas (e não apenas as acompanhadas nos centros de saúde) e crianças (e não só as do ensino público) e num maior acesso dos beneficiários que efetivamente fazem uso do cheque-dentista. Bastonário reclama carreira no SNS

saúde, com tudo o que isso representa de prejuízo para os próprios e para os utentes”. Orlando Monteiro da Silva alerta para a urgência de aprovação da criação da carreira de médico dentista no SNS, que está na gaveta do ministério das Finanças, após ter sido aprovada pelo Ministério da Saúde.

A propósito da presença de médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), até dezembro de 2019, o projeto, que arrancou em 2016, contabilizava 111 gabinetes de Medicina Dentária em cerca de um terço dos 91 concelhos do país, pelo que, constata Orlando Monteiro da Silva, “um médico dentista para concelhos onde há 400 ou 500 mil habitantes está longe de ser suficiente”. O resultado, reclama, traduz-se em listas de espera a aumentar e na precariedade dos profissionais, que “são recrutados por prestadores de serviços e só ficam um ano nos centros de

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Ainda não existe uma data prevista para a entrada em vigor do alargamento do cheque-dentista às crianças entre os dois e os seis anos.


Crónica

SPEMD celebra Santa Apolónia na Póvoa de Varzim A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) realiza este ano as comemorações de Santa Apolónia, padroeira dos médicos dentistas, nos dias 14 e 15 de março, na cidade da Póvoa de Varzim. Esta celebração, de cariz socio-cultural, destina-se aos sócios e seus familiares e realiza-se de forma regular desde a década de 60 do século passado. As comemorações de Santa Apolónia são organizadas de forma rotativa pelos três conselhos regionais da SPEMD. Este

ano, a organização é da responsabilidade do Conselho Regional do Norte. Do programa consta a realização da Assembleia Geral Ordinária da sociedade científica durante a qual tomarão posse os corpos sociais para o biénio 2020-2022, eleitos no passado dia 7 de dezembro. A presidência da SPEMD continuará a ser liderada pelo médico dentista e Professor Catedrático da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, João Carlos Sampaio Fernandes.

João Carlos Sampaio Fernandes inicia em março segundo mandato como presidente da SPEMD.

Entidade Reguladora da Saúde pronuncia-se sobre tratamento de dados e acesso a cuidados de saúde A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) tem recebido reclamações de utentes que afirmam ver negado o seu acesso a cuidados de saúde por não consentirem por escrito o tratamento dos respetivos dados pessoais, no âmbito do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD). Estes casos levaram a ERS a emitir um alerta de supervisão. As recomendações do regulador destinam-se a todos os estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, sejam do setor público, privado, social ou cooperativo, e visam acautelar o direito de acesso da população aos cuidados de saúde e a que estes sejam prestados com qualidade. O documento alerta para erros na interpretação do RGPD, que têm gerado confusão entre a licitude do tratamento de dados necessários à prestação de cuidados de saúde e a licitude do tratamento das restantes informações do paciente para outras finalidades. De acordo com os termos dos números 2 (alínea h) e 3 do artigo 9º do RGPD, é legal tratar dados pessoais quando estes são necessários para o diagnóstico médico e a prestação de cuidados ou tratamentos de saúde.

O comunicado refere também que “o titular dos dados pessoais deve dar o seu consentimento quando a finalidade do seu tratamento seja para efeitos de marketing”. Embora não exista nenhum impedimento para o estabelecimento prestador de cuidados de saúde solicitar a assinatura do utente a atestar que tomou conhecimento de tais informações, no âmbito do cumprimento do RGPD, deverá considerar o seguinte: que a declaração “esteja autonomizada de quaisquer declarações de consentimento para o tratamento de dados pessoais” e “não seja condição para o acesso à prestação de cuidados de saúde”.

Assim, os prestadores de cuidados de saúde têm de assegurar que essa informação é tratada por profissionais sujeitos à obrigação de sigilo profissional ou ao dever de confidencialidade. E acrescenta que o responsável pelo tratamento de dados tem a responsabilidade de “tomar as medidas adequadas para fornecer ao titular dos mesmos as informações elencadas nos artigos 13.º e 14.º do RGPD”.

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Crónica

Governo antevê consultas de Medicina Dentária em todos os centros de saúde até 2023 Na inauguração de dois gabinetes de Medicina Dentária no concelho de Valongo, Porto, a ministra da Saúde, Marta Temido, realçou o caminho já percorrido em matéria de inserção de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários e o objetivo traçado pelo governo: cobrir todo o território com esta valência até 2023. Atualmente, o projeto “Saúde oral para todos” abrange 91 dos 278 concelhos de Portugal continental. Marta Temido explicou que dos 55 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), 47 já têm respostas de saúde oral. O Norte lidera, existindo

médicos dentistas em 23 dos 24 agrupamentos dos centros de saúde. O programa assenta na parceria com as autarquias, que assumem a tarefa de equipar os gabinetes de saúde oral. Para este ano, a proposta do Orçamento de Estado, entretanto aprovada na generalidade, prevê 1,8 milhões de euros para alargar estes cuidados a mais 20 municípios. Investimento no cheque-dentista A titular da pasta da Saúde garantiu ainda aos jornalistas que os cheques-dentista “são uma resposta complementar à dos cuidados primários e não vemos nenhuma inconsistência no alinhamento destas duas respostas”. Recorde-se que o governo anunciou no seu programa a inclusão das crianças entre os dois e os seis anos no Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO). “Alargar a cobertura do cheque-dentista a todas as crianças entre os dois e os seis anos de idade, de modo a permitir a observação e deteção precoce de problemas de saúde oral”. É desta forma que a saúde oral dos mais novos é contemplada no Programa XXII do Governo Constitucional (2019-2023).

Ministra da Saúde revela que a meta governamental passa por chegar a todos os municípios até ao final da legislatura.

O PNPSO tem como objetivos a redução da incidência e da prevalência das doenças orais nas crianças e jovens, a melhoria dos conhecimentos e comportamentos sobre saúde oral e a promoção da equidade na prestação de cuidados de saúde oral às crianças e jovens com necessidades de saúde especiais.

OMD defende inclusão da Medicina Dentária na medicina do trabalho A criação de benefícios fiscais tal como são atribuídos a outras áreas da medicina do trabalho pode ser o caminho para a inclusão da Medicina Dentária neste setor, sustenta o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva, indicando que esta é uma das medidas propostas pela Ordem ao atual Governo. “Um mau índice de saúde oral constitui desde logo um risco, não só para os próprios, mas em

termos de saúde pública”, acrescenta o bastonário, que considera que visitar regularmente o médico dentista contribui para diminuir o absentismo laboral. Lembra, por outro lado, que o país tem uma elevada carga fiscal, pelo que é necessário incentivar as empresas para investirem na cobertura dos seus trabalhadores e sensibilizá-las para o impacto da Medicina Dentária na saúde geral dos seus colaboradores.

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Orlando Monteiro da Silva sugere que concretização da medida pode passar por incentivos fiscais para as empresas ou solução semelhante ao cheque-dentista.


Crónica

Saúde oral de idosos da região centro apoiada por fundos da União Europeia O projeto “Sorrisos de Porta em Porta - Região Centro”, promovido pela Mundo A Sorrir, pretende contribuir para a melhoria da saúde oral dos idosos que se encontram em lares, centros de dia e apoio domiciliário, na região centro de Portugal. Até 2021, a iniciativa pretende beneficiar 500 cuidadores formais e 1.650 idosos, de 25 instituições que prestam serviços à população sénior nos municípios de Arganil, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Tábua, Vila Nova de Poiares e Penela.

O referido projeto da Mundo A Sorrir foi distinguido pelo programa Portugal Inovação Social e é cofinanciado a 70% pelo VO ISE, Portugal 2020 e o Fundo Social Europeu da União Europeia, e a 30% pelo Investidor Social, a Fundação Calouste Gulbenkian, num total de 94.867 euros. A iniciativa é desenvolvida em colaboração com a Universidade de Coimbra. Os profissionais que prestam apoio a pessoas idosas têm um papel fulcral na promoção de hábitos de saúde oral que potenciem o seu bem-estar.

A saúde oral na terceira idade é, muitas vezes, negligenciada, pelo que os profissionais que prestam apoio a pessoas idosas têm um papel fulcral na promoção de hábitos de saúde oral que potenciem o seu bem-estar. Com o intuito de aumentar a capacidade técnica dos cuidadores, o projeto aposta na realização de ações de capacitação na área da higiene e prevenção em saúde oral na população sénior, dirigidas aos cuidadores formais, sendo eles ajudantes de ação direta, enfermeiros e animadores. O projeto “Sorrisos de Porta em Porta - Região Centro” aposta numa estratégia que “pretende contribuir para a inclusão social dos idosos através de ações que os valorizem, que assegurem os seus direitos e melhorem a sua qualidade de vida”, explica Benedita Duarte, coordenadora do projeto. Esta resposta social irá desenvolver atividades de prevenção, capacitação e assistência médico-dentária. Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), as doenças da boca e dos dentes têm consequências negativas na qualidade de vida das pessoas, sendo necessário apostar na promoção da saúde oral na população idosa.

Os profissionais que prestam apoio a pessoas idosas têm um papel determinante na promoção de hábitos de saúde oral.

Um dos objetivos do projeto passa por disponibilizar a todos os cuidadores formais das instituições envolvidas um manual de boas práticas em saúde oral no idoso.

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Crónica

Mundo A Sorrir recebeu Troféu Português de Voluntariado A Mundo A Sorrir recebeu no passado dia 5 de dezembro, Dia Internacional do Voluntariado, o Troféu Português de Voluntariado, atribuído pela Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV), que visa homenagear o trabalho dos voluntários e incentivar a prática do voluntariado. A CPC reconheceu como vencedora na categoria geral a equipa do projeto “Saúde A Sorrir”, promovido pela conhecida organização não governamental do setor dentário, que pretende contribuir para a melhoria da saúde da população socioeconomicamente vulnerável, através da promoção da saúde, bem-estar, qualidade de vida e do reforço das capacidades dos profissionais locais. Mariana Dolores, presidente da Mundo A Sorrir, destacou que esta distinção “é, sem dúvida, dedicada a todos os voluntários que disponibilizaram o seu tempo e conhecimento em prol da universalização da saúde oral e saúde global nos países de língua oficial portuguesa onde atuamos”. Atuando em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Mundo A Sorrir trabalha nas áreas da saúde como uma estratégia de sustentabilidade e ajuda ao desenvolvimento. O projeto “Saúde A Sorrir” é desenvolvido na Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique através de quatro áreas de intervenção: prevenção, assistência médica, capacitação dos profissionais locais e investigação. Anualmente, a Mundo A Sorrir conta com a participação de profissionais de saúde das áreas da saúde oral, oftalmologia e psiquiatria que integram missões de curta ou longa duração na Guiné-Bissau. “A nossa intervenção, a nível internacional, apresentou alterações muito positivas, o

O Troféu Português do Voluntariado é atribuído anualmente pela Confederação Portuguesa do Voluntariado.

que possibilitou iniciar uma intervenção nas áreas da oftalmologia e psiquiatria, potenciando a capacitação dos profissionais locais”, sublinhou a presidente da organização. O Troféu Português do Voluntariado é atribuído anualmente pela Confederação Portuguesa do Voluntariado, mediante candidatura apresentada por organizações privadas, com ou sem fins lucrativos e legalmente constituídas e sediadas em território nacional, bem como por entidades públicas nacionais.

Conselho Diretivo da OMD define metas para 2020 Como é habitual, no início do ano, o Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) realiza uma reunião alargada com o intuito de debater e identificar as linhas de atuação e metas a executar nos próximos meses.

A planificação e organização do próximo congresso da OMD foi um dos temas abordados na reunião.

Na primeira reunião de 2020, que decorreu entre os dias 10 e 12 de janeiro, procedeu-se à recondução dos atuais membros do Conselho Diretivo nos respetivos cargos: Pedro Pires, Laredo de Sousa, Eunice Virgínia Carrilho e Gil Fernandes

Alves, respetivamente vice-presidente, tesoureiro e secretários. A planificação e organização do 29o congresso da OMD, em novembro próximo, foi outro dos temas abordados. O Conselho Diretivo efetuou ainda uma análise da atividade dos diversos grupos de trabalho que a Ordem acompanha quer a nível interno, como seja a radiologia dentária, quer a nível de entidades externas, como sejam a Direção-Geral da Saúde (DGS) e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

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O Conselho Diretivo fez um ponto de situação relativa à regulamentação das especialidades de cirurgia oral, odontopediatria e periodontologia que está em processo de revisão pelo Conselho Geral da OMD. No que respeita às especialidades da OMD por regulamentar (prostodontia, endodontia, saúde pública oral e medicina dentária hospitalar), os membros do executivo efetuaram uma análise dos resultados do inquérito efetuado à classe e refletiram sobre a definição das metas a alcançar nesta área.



tema de capa GESTORES

p e r s p e tivas

Indústria dentária aposta na inovação sem perder de vista a atenção ao cliente 20

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GESTORES tema de capa

Para muitas empresas da indústria dentária, 2019 foi um ano de crescimento de vendas, mas também com alguns altos e baixos ao longo dos 12 meses. Vários gestores de relevantes empresas alegam a inestabilidade política como causa de incerteza para o setor, ainda que esta circunstâcia não tenha significado a paralização do seu trabalho. A maioria dos representantes da indústria prosseguiu a sua aposta na inovação, com um sentido claramente digital. Direta ou indiretamente, todas as empresas contemplam esta perspetiva no momento de planear a sua estratégia de desenvolvimento. A Medicina Dentária digital é já o presente da profissão. Perante este princípio, não é de estranhar que em 2020 o conceito chave para as empresas seja digital. As melhoras dos produtos e, con-

sequentemente, dos tratamentos estão a ser levadas a cabo em muitos casos graças às novas tecnologias digitais. No entanto, nem tudo se centra nesta vertente. As firmas do setor dentário também destacam o fortalecimento do seu serviço de atenção ao cliente. Claramente, tudo passa pela combinação de um grande produto com o melhor serviço possível. Toda esta atividade do setor dentário terá o seu reflexo em março durante o próximo salão Expodental de Madrid. O certame espanhol é fundamental para a maioria das empresas, tanto para mostrar as suas novidades como para expor a sua dimensão de marca, e não apenas a pensar no mercado ibérico como também contemplando a sua projeção internacional.

1. Como comenta o comportamento do mercado dentário em 2019? 2. Que medidas tomou a sua empresa durante o passado ano para tornar-se mais competitiva e atrair clientes? 3. Como encara a sua empresa este ano de 2020? Que aspetos pretende melhorar/potenciar?

Nuno Otão

Sócio-gerente da 3º Quadrante 1. Creio que foi um ano muito positivo para o setor dentário em Portugal, em que existiu bastante dinâmica e onde nós, felizmente, crescemos em número de clientes e volume de vendas. 2. O ano passado, e como forma não só de atrair mais clientes como também de fidelizar a carteira de clientes existente, melhorámos os nossos serviços tornando-os mais eficazes e próximos do cliente. Também incorporámos novos produtos no nosso portfólio e aumentámos a nossa oferta formativa. 3. Em 2020, um dos principais desafios passa por cumprir as novas normas comunitárias de distribuição de dispositivos médicos, que entrarão em vigor em maio próximo. Creio mesmo que este é o principal desafio para as empresas do setor. Por outro lado, pretendemos aumentar a nossa força de vendas para estarmos mais próximo dos clientes e prestar um melhor serviço, bem como melhorar e diversificar a nossa oferta formativa, onde em breve teremos novidades.

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tema de capa GESTORES perspetivas

Luis Molina

Country Manager 3Shape Iberia

1. O mercado dentário durante 2019 mostrou-se estável com um crescimento moderado, exceto na área das novas tecnologias que continua a apresentar um crescimento bastante acima do resto do setor. A revolução digital está a liderar o crescimento do setor desde há vários anos. 2. A 3Shape continua a consolidar a sua liderança através da inovação nos nossos produtos, tanto de clínica como de laboratório. Como empresa especializada em software e aparatologia para a tecnologia CAD-CAM, demos início a um intenso programa formativo para proporcionar um melhor serviço aos nossos clientes, oferecendo cursos para facilitar o correto manejo da nossa tecnologia junto com cursos personalizados sobre fluxo digital e integração de sistemas digitais. 3. Para este novo exercício, a 3Shape Ibéria reforça-se com a incorporação de dois novos especialistas de produto para ampliar a nossa capacidade de oferecer um serviço de qualidade aos nossos utilizadores. A partir da 3Shape Academy continuaremos a melhorar a nossa oferta formativa, acrescentando a possibilidade de receber formação online, presencial e partilhar experiências com os nossos expertos 3Shape, profissionais com uma dilatada experiência que partilham o seu conhecimento em workshops e cursos personalizados.

David Bañuelos

Business Development Manager da DGSHAPE

1. Do meu ponto de vista, observo uma consolidação do negócio dentário em geral, com uma tendência de crescimento positivo. Mais concretamente, no que diz respeito ao nosso Core Business, as soluções digitais de aparatologia CAD-CAM, poderíamos dizer que este ano passado foi irregular, com uma maior atividade a princípios do ano e no final. Apesar de que esta situação de irregularidade também nos afetou, o resultado global do ano foi satisfatório. Relativamente a 2018 o resultado global do ano foi de crescimento positivo. 2. Um dos pontos chave, sem dúvida, é que deixámos de ser uma empresa que oferece unicamente produto, passando a centrar-nos em providenciar soluções. Assim, passámos de oferecer fresadoras – o nosso produto estrela e diferenciador no fluxo digital dentário –, a acrescentar os demais produtos do fluxo digital, tais como: escáner, software CAM e CAD, Wacom, etc. Desta forma, os clientes podem beneficiar das vantagens de uma solução de “arquitetura aberta” e preços mais competitivos. 3. Vamos centrar-nos em potenciar ainda mais os produtos e soluções digitais para oferecer o fluxo digital completo, isto é uma solução de CAD-CAM digital de 360º. Isso é possível graças à nossa rede de distribuidores, sempre atualizados e bem preparados. O serviço técnico é estratégico para nós, e é fundamental para que os clientes continuem satisfeitos com as nossas soluções. Outro aspeto a destacar é o rápido retorno do investimento dos nossos equipamentos, graças à versatilidade dos nossos sistemas.

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GESTORES tema de capa perspetivas

Jesús Toboso Diretor Geral da Eckermann

1. Durante o último ano, o setor dentário no seu conjunto deve ser qualificado como um mercado em alta, principalmente em domínios como o CAD-CAM e a aparatologia. Com crescimentos mais modestos surge a implantologia, devido à maturidade deste mercado, e, por último, a ortodontia tradicional, que está a atravessar uma fase de desaceleração importante, em contraste com o auge que está a assumir a ortodontia invisível e os alinhadores. 2. Incorporámos novos talentos e enriquecemos a formação da nossa equipa face ao crescimento empresarial. Após anos de I+D+i, melhorámos a nossa patente Easy Link adaptando-a às necessidades do mercado atual e acrescentámos uma nova linha de implante (Hexágono Interno) ao nosso portfólio. Escutamos diariamente os nossos clientes com o fim de adaptar-nos às preocupações que surgem na clínica. 3. Os anos pares são sempre especiais com a celebração de eventos em que confiamos tanto, como o salão Expodental. Somos partidários dessas reuniões próximas, do “tu cá, tu lá”, já que nos identificamos como marca muito humana. Apostamos no investimento e incremento da nossa imagem de marca, confiando nos nossos mais de 20 anos no setor. Estamos a abrir novos mercados internacionais que pressupõem um grande desafio: a internacionalização definitiva, não só do nosso produto como também da nossa marca.

Miguel Baptista

Territory Business Manager da EMS em Portugal 1. Não dispondo de números dentro das categorias onde atuamos, a EMS, a nível Ibérico e em Portugal em particular, depara-se com crescimentos muito fortes devido a todo o investimento que estamos a fazer na divulgação do Airflow Prophylaxis Master e do nosso protocolo Guided Biofilm Theraphy. Foi outro ano de grande crescimento para nós. Vejo que o mercado está cada vez mais alerta para a importância da profilaxia, manutenção de implantes, etc. 2. Mais até do que só querer vender equipamentos, a EMS tem-se focado muito na divulgação do protocolo GBT (Guided Biofilm Theraphy). Este protocolo é pouco invasivo e reduz a necessidade de instrumentos manuais e ultrassónicos. É seguro, eficaz e suave nos dentes e tecidos moles, implantes, restaurações, etc. Felizmente cada vez mais clínicas percebem o conforto proporcionado aos pacientes e ao corpo clínico, testemunhando a sua eficiência e poupança de tempo. E no ano passado realizamos mais formações GBT do que em qualquer outro ano no país. 3. Começamos 2020 com a mesma missão desde que a EMS tem presença em Portugal. Temos equipamentos e um protocolo que fazem parte de um conceito de prevenção completo – preservar a saúde oral dos pacientes – e que fazem com que se sintam bem. Este ano quero ter mais formações GBT espalhadas pelo país, sobretudo com os nossos parceiros, os distribuidores. Através da divulgação do GBT, coletivamente podemos melhorar a saúde oral dos pacientes e maximizar o seu conforto quando vão a uma clínica dentária.

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tema de capa GESTORES perspetivas

Rui Fernandes

Diretor comercial da Sinusmax

1. O mercado dentário está em constante movimento, principalmente no que diz respeito à inovação tecnológica destacando-se na área do CAD-CAM e dos equipamentos de medição de osteointegração. 2. A Sinusmax face às exigências do mercado adaptou-se às novas tecnologias, lançando todo o tipo de soluções protéticas e cirúrgicas, para assim ajudar os médicos a evoluir na sua prática clínica. 3. Espera-nos seguramente uma constante inovação, pois as marcas têm como desígnio a pesquisa incansável de novas técnicas e novos produtos que respondam às exigências da nossa área que é tão dinâmica e exigente. Os profissionais da Medicina Dentária terão que se manter cada vez mais atualizados e informados a fim de poderem usufruir dos benefícios desta indústria tão ativa.

Jorge Vizcaíno Luque Sales Manager Ibérica da Vita-Zahnfabrik

1. O avanço tecnológico faz que o negócio do mercado dentário se concentre dentro deste plano, assumindo grande importância qualquer novidade relacionada com o CAD-CAM. O interesse pela formação e os novos produtos mantém o negócio ativo. A indústria do setor dentário e em concreto a clínica, através das campanhas publicitárias, está a despertar no consumidor a necessidade da Medicina Dentária como um produto mais, ultrapassando a saúde e a necessidade funcional. 2. Em 2019, a Vita fez uma grande aposta na formação, oferecendo cerca de duas dezenas de diferentes cursos, incluindo nas próprias instalações da marca, nos seus escritórios centrais de Bad Säckingen (Alemanha). Outra grande apuesta foi o evento Vita Rocks, que teve lugar em Madrid (Espanha) no passado mês de setembro. Durante a jornada, a grande novidade foi a apresentação a nível mundial da cerâmica Vita Lumex AC. Também durante o ano pasado, colaborámos com distintos partners tecnológicos, centros de fresagem e distribuidores dentários. 3. Encaramos o novo ano com renovado entusiasmo, ainda por cima com a chegada de novidades. A Vita Lumex AC, une-se neste início de ano à nova cerâmica comprimida de dissilicato de lítio reforçada com dióxido de zircónio Vita Ambria Press. Ainda nos sobra uma ou outra novidade este ano. Além disso, vamos continuar a potenciar a formação com um novo programa de cursos em 2020.

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Falamos com...

Armandino Alves presidente da comissão organizadora da XXXII Reunião Científica da Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial

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É uma reunião centrada na ortodontia, mas também pluridisciplinar e que se tem aberto às novas tecnologias e metodologias de tratamento” A Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial (SPODF) agendou para os dias 23 a 25 de abril próximo, no Altice Fórum de Braga, a sua XXXII reunião científica anual. Esta edição terá como protagonista o renomado ortodontista norte-americano James A. McNamara, que centrará a sua intervenção na temática da classe II. Os congressistas terão a oportunidade de assimilar, num ambiente informal e descontraído, conhecimento com aplicabilidade clínica e evidência científica, assegura o médico dentista Armandino Alves, presidente da comissão organizadora, que antecipa um programa científico aliciante, como é tradição nos congressos da SPODF. Além da ortodôntica clássica será dado ênfase aos mini-implantes e aos contornos da ortodontia plástica.

A Sociedade Portuguesa de Ortopedia DentoFacial (SPODF) agendou para abril mais uma reunião anual. Em traços gerais, quais são as linhas de orientação para a edição de 2020? Como presidente do congresso, sinto a responsabilidade de dar continuidade à tradição das reuniões da SPODF que são fóruns de partilha de conhecimento, e em que os colegas estão habituados a ter programas científicos aliciantes. Inscreverem-se na reunião

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anual da SPODF é atualizarem protocolos, e em três dias, num ambiente informal e descontraído, pouparem muitas horas de pesquisa e estudo e levarem para casa conhecimento com aplicabilidade clínica e evidência científica. Além da ortodôntica clássica será dado enfase aos mini-implantes. Numa segunda sala, a funcionar em simultâneo, será apresentado o tema da ortodontia plástica, com a abordagem de várias técnicas distintas.


Falamos com...

Qual é o tema central do encontro e que disciplinas vão estar em destaque no programa científico? Escolhemos um tema difícil, que é o diagnóstico e a terapêutica nas anomalias de classe II. Essa dificuldade advém do facto de, sobre a mesma designação, ou seja sobre o mesmo fenótipo, existirem inúmeros subtipos, quero dizer vários genótipos em que as terapêuticas são completamente distintas. O sucesso do tratamento depende da correta identificação desses distintos genótipos. Por outro lado é uma anomalia dento-esquelética em que ainda não é consensual a idade de início de tratamento.

Pretende-se que cada congressista leve deste congresso algo de útil que possa utilizar na sua prática clínica

Que oradores nacionais e estrangeiros já confirmaram a sua presença em Braga? O programa científico definitivo já está elaborado e disponível no site da SPODF. No primeiro dia ouviremos o Professor James A. McNamara, que introduzirá o tema da classe II, e a evolução de protocolos com distintas terapêuticas, desde a década de setenta. Um dos objetivos do curso é precisamente elucidar os congressistas sobre a idade de início de tratamento, assim como as distintas aparatologias usadas de acordo com a experiência do palestrante. Nos dois dias seguintes este tema tão vasto será tratado quase de A a Z. Não quero enunciar nenhum orador em particular, pois é difícil falar de todos, mas no site estão os resumos das respetivas conferências. Qual é a expectativa da comissão organizadora relativamente ao número de participantes e à adesão de casas comerciais? As inscrições já estão abertas, com um custo reduzido até ao dia 15 deste mês e o balanço será feito no final. Da minha parte e da comissão organizadora, durante meses trabalhámos na elaboração de um programa que seja abrangente. Independentemente da filosofia ou técnica que utilize, pretende-se que cada congressista leve deste congresso algo de útil que possa utilizar na sua prática clínica. Claro que contamos em primeiro lugar com os sócios da SPODF, mas também com todos aqueles que se dedicam à ortodontia. Não esquecemos os colegas que estão em formação pós-graduada, que além de virem ao congresso, convidamos a apresentarem trabalhos científicos. Aos colegas mais jovens, independentemente das formações que estejam a realizar, propomos que

O ortodontista norte-americano James A. McNamara será o protagonista desta edição.

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Falamos com...

A reunião científica anual da SPODF celebra-se no próximo mês de abril, no Altice Fórum de Braga.

venham alargar horizontes e venham escutar um tema global debatido sobre distintas perspetivas.

Aos colegas mais jovens, independentemente das formações que estejam a realizar, propomos que venham alargar horizontes e venham escutar um tema global debatido sobre distintas perspetivas

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À margem das sessões científicas, que outros aspetos do programa (social, recreativo, etcétera) merecem especial destaque? Destacamos o facto de os almoços e os coffee-breaks estarem incluídos no custo da inscrição. O tradicional jantar do congresso será na sexta-feira, o dia 24 de abril. A maioria dos hotéis estão no centro histórico, o que possibilita passeios pedonais nessa zona. Na sua opinião, que particularidades ou características marcam a diferença entre o congresso da SPODF e as cimeiras de outros organismos ou entidades do setor dentário? É um evento específico e ao mesmo tempo abrangente. Organizada ininterruptamente desde a criação da SPODF, é uma reunião centrada na ortodontia, mas também pluridisciplinar e que se tem aberto às novas tecnologias e metodologias de tratamento, embora mantendo sempre a fidelidade à importância do diagnóstico. Penso que é este equilíbrio que distingue esta iniciativa, e faz com que os colegas apontem no seu calendário a data da reunião anual da SPODF, sendo este ano os dias 23 a 25 de abril.


Falamos com...

Armandino Alves, presidente da comissão organizadora, salienta que a ortodontia é uma área em permanente evolução tecnológica.

No seu ponto de vista, que importância assume, hoje em dia, a vertente da ortopedia dento-facial no contexto global da Medicina Dentária? A ortodontia é uma das áreas mais abrangentes da Medicina Dentária, que não deve ser vista apenas do ponto de vista do alinhamento dentário, mas também deve ter em atenção uma função equilibrada e a harmonia da face, o que exige vastos conhecimentos do complexo crânio-facial. Atualmente, quais são as principais reivindicações/ /preocupações dos profissionais portugueses que concentram a sua prática nesta área da Medicina Dentária? Acima de tudo, uma necessidade de estar em contínua formação, pois esta é uma área em constante evolução tecnológica.

A ortodontia é uma das áreas mais abrangentes da Medicina Dentária, que não deve ser vista apenas do ponto de vista do alinhamento dentário

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Tony Rolo

presidente da comissĂŁo organizadora da ReuniĂŁo Anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI)

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A próxima reunião da SPPI será o local certo para a apreensão de novos conhecimentos e para o debate e a partilha de ideias”

A reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI) está agendada para os dias 20 e 21 de março e terá como cenário a cidade de Aveiro. A decisão de descentralizar a sede do encontro é uma das novidades da comissão organizadora deste ano, presidida pelo médico dentista Tony Rolo, que antecipa à MAXILLARIS um programa científico mais abrangente, que irá focar os principais desafios da prática clínica atual da periodontologia e da implantologia. A organização espera manter o número de participantes da última edição e, se for possível, superá-lo.

A reunião científica da SPPI está agendada para março. Onde vai decorrer e quais serão os principais contornos ou novidades desta edição? Tradicionalmente e à semelhança de outras sociedades científicas nacionais, a Reunião Anual da SPPI decorre alternadamente entre as cidades de Lisboa, Porto e Coimbra. Este ano e apesar da comissão organizadora que lidero estar concentrada em Coimbra, resolvemos descentralizar a realização deste evento, sendo esta uma das novidades. Neste sentido, a reunião irá decorrer nos dias 20 e 21 de março, no Centro de Congressos de Aveiro. Ao longo dos últimos anos, a cidade de Aveiro tem sido palco de diversos eventos em Medicina Dentária. As facilidades de acesso por carro e por comboio, bem como as boas condições do Centro de Congressos foram

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O número de participantes nas reuniões anuais da SPPI tem vindo a aumentar em cada edição, o que demonstra que existe um interesse crescente dos colegas pela periodontologia preponderantes na escolha deste local. O dia 20 de março destinar-se-á à realização de cursos hands-on, enquanto a jornada de palestras será no dia 21. Qual vai ser o lema global da reunião e como justifica essa opção? Não definimos um lema para a reunião anual. Preferimos preparar um programa mais abrangente que focasse os principais desafios da prática clínica atual da periodontologia e da implantologia. Que temáticas vão dominar o programa da reunião cientifica da SPPI? O programa irá abordar diversas áreas da periodontologia e da implantologia, nomeadamente a cirurgia plástica periodontal e perimplantar, o tratamento da perimplantite, a regeneração óssea, o tratamento periodontal não cirúrgico e a abordagem de pacientes de risco. Quem são os oradores (nacionais e estrangeiros) que vão protagonizar as sessões científicas? Como oradores internacionais, contaremos com a presença da Prof. Doutora Sofia Aroca, que é uma das referências mundiais em cirurgia plástica periodontal e nomeadamente, no tratamento de recessões gengivais. Da Universidade Complutense de Madrid, virão o Prof. Doutor Ignacio Sanz Sánchez e a Dra. Ana Molina Villar. De França, e em representação da Sociedade Francesa de Periodontologia e Implantologia Oral, teremos o Dr. Frédéric Gadenne. Os oradores portugueses serão o Prof. Doutor António Mano Azul e o Dr. Pedro Moura. Quais são as suas expetativas quanto ao número de congressistas? O número de participantes nas reuniões anuais da SPPI tem vindo a aumentar em cada edição, o que demonstra que existe um interesse crescente dos colegas pela periodontologia. Esperamos manter o número de participantes da última edição e, se for possível, superá-lo. Será a prova de que fizemos um bom trabalho e conseguimos ir de encontro às expetativas e necessidades dos colegas.

A comissão organizadora da reunião de 2020 é presidida pelo médico dentista Tony Rolo.

ções com os seus patrocinadores e estes têm correspondido às nossas solicitações; o que hoje em dia não é tarefa fácil para a indústria, devido ao elevado número de congressos, cursos de formação modulares, entre outros, que decorrem no nosso país, e muitas vezes simultaneamente. Aproveito a oportunidade para deixar aqui publicamente uma nota de agradecimento a todos os patrocinadores da Reunião Anual SPPI 2020.

Espera-se uma forte presença da indústria do setor na reunião científica de Aveiro? O apoio logístico e financeiro da indústria é fundamental para a realização e para o sucesso de qualquer evento científico. Felizmente neste campo, a SPPI tem mantido boas rela-

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Este ano, decidiu-se descentralizar o encontro, sendo a cidade de Aveiro o cenário escolhido para a sua realização.

À margem do congresso, na sua opinião quais são as grandes preocupações dos profissionais que centram a sua prática no domínio da implantologia e da periodontologia? Creio que as principais preocupações dos colegas que exercem periodontologia e implantologia estão focadas na prestação de serviços de qualidade aos seus pacientes, recorrendo a tratamentos e técnicas com adequado suporte científico, uma boa previsibilidade e sustentabilidade de resultados, e com a menor morbilidade possível. Para isso, a formação contínua e a atualização de conhecimentos são fundamentais para o sucesso clínico. Neste sentido, a próxima reunião da SPPI será o local certo para a apreensão de novos conhecimentos e para o debate e a partilha de ideias.

Tony Rolo acredita que a Medicina Dentária portuguesa conseguirá ultrapassar os desafios que tem pela frente “se houver um maior espírito de união dentro da classe”.

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Que apreciação global faz da atual conjuntura da Medicina Dentária em Portugal? Na minha opinião, a qualidade da formação dos médicos dentistas portugueses é reconhecida dentro e fora do país. As limitações do mercado e as suas consequências para uma classe com um crescente número de profissionais são também conhecidas por todos. Contudo, creio que a Medicina Dentária portuguesa conseguirá ultrapassar os desafios existentes se houver um maior espírito de união dentro da classe.




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Marcela Bisheimer e LuĂ­s Monteiro presidentes da SELO e SPALO, respetivamente

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O laser tem vindo a despertar o interesse geral dos médicos dentistas, e a evidência científica deu resposta às incertezas neste domínio” A Sociedade Portuguesa de Aplicações de Laser Oral (SPALO), encabeçada por Luís Monteiro, e a Sociedade Espanhola de Laser Odontológico (SELO), presidida por Marcela Bisheimer, vão organizar no próximo dia 20 de junho, no Porto, o I Congresso Ibérico de Laser Oral. As novidades técnicas que surgiram nos últimos tempos e o incremento das aplicações por parte dos profissionais motivaram as sociedades de Portugal e Espanha da área do laser a juntarem esforços para organizar esta reunião conjunta em prol de toda a comunidade dentária.

É presidente da SPALO. Como surgiu a ideia de fundar esta sociedade científica de laser odontológico? Luís Monteiro. O meu interesse pelo laser em Medicina Dentária despertou curiosamente em Espanha, durante um congresso da SELO em Santiago de Compostela. A minha preocupação com a temática do laser levou-me a fazer a pós-graduação em EMDOLA, na Universidade de Parma, em Itália, onde tive a oportunidade de especializar-me e manter relação com especialistas de referência e reconhecidos à escala mundial. Desde então, o laser faz parte do meu dia a dia. Este ano a SPALO e a SELO unem-se para organizar o I Congresso Ibérico de Laser Oral. Como surgiu esta iniciativa? Luís Monteiro. Partilhei com a doutora Marcela Bisheimer alguns estudos clínicos e de investigação sobre o laser. Para mim, a SELO é um

exemplo a seguir e, como tal, lembrei-me de sugerir à sua direção a ideia de partilharmos o nosso I Congresso da SPALO, fazendo simultaneamente o I Congresso Ibérico de Laser Oral. É uma grande honra para nós, e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade, levar a cabo este projeto, com o suporte académico da universidade CESPU. Nos últimos tempos, a marca SELO está presente em muitos fóruns e eventos científicos. Como justifica esta estratégia? Marcela Bisheimer. Fundamentalmente é consequência de dois aspetos. Em primeiro lugar, o laser tem vindo a despertar o interesse geral dos médicos dentistas, e a evidência científica deu resposta às incertezas neste domínio. Hoje em dia, há um feedback e o nosso lema é “Uma sociedade para todos os médicos dentistas”, porque a implementação do laser nos protocolos diários de todos os dentistas é muito alta.

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Marcela Bisheimer e Luís Monteiro defendem a necessidade de divulgar os benefícios do laser num âmbito mais alargado da profissão.

Luís Monteiro: “A SELO é um exemplo a seguir e, como tal, lembrei-me de sugerir à sua direção a ideia de partilharmos o nosso I Congresso da SPALO, fazendo simultaneamente o I Congresso Ibérico de Laser Oral”

O I Congresso Ibérico de Laser Oral terá como cenário a cidade do Porto.

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Em segundo lugar, esta maior visibilidade deve-se a que, neste mandato, na SELO temos apostado por ter uma presença em encontros e centros de formação e criar vínculos com outras sociedades para divulgar o estado atual – e reforço que esta é a realidade atual –, da tecnologia laser. Estão a ser disponibilizados os meios para clarificar as dúvidas quanto à recorrente questão: “é ciência ou ficção?”. Isto levou-nos, por exemplo, a unir esforços para fins comuns com a recentemente criada Sociedade Portuguesa de Aplicações de Laser Oral (SPALO). A nossa intenção é dar continuidade no futuro a este projeto, programando o II Congresso Ibérico de Laser Oral em território espanhol. Para isso, necessitamos do interesse e entusiasmo dos profissionais que tencionam aprofundar os seus conhecimentos nesta tecnologia que avança de dia para dia. Naturalmente, estão todos convidados a participar. A tecnologia laser em Medicina Dentária não é o futuro, já faz parte do presente. A SELO já cumpriu 20 anos. Que comentário lhe suscita o percurso da sociedade científica? Marcela Bisheimer. A Sociedade Espanhola de Laser e Fototerapia em Odontologia (SELO) nasceu no ano 2000 e durante este tempo foi crescendo pela mão dos seus sócios fundadores, os doutores José María de la Fuente Llanos, Toni España, Josep Arnabat e Isabel Sáez de la Fuente. Desde o princípio, a SELO tem vindo a participar de maneira ativa com outras sociedades e associações científicas de laser do resto da Europa, criando fortes laços com a World Federation Laser Dentistry (WFLD) e mantendo também uma relação com outras sociedades, como a Academia Europeia de Laser (ESOLA) e a International Society for Laser Dentistry (ISLD), entre outras. Atualmente, a nossa sociedade tem muito boa imagem e uma notável presença no estrangeiro.

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A ampla experiência da SELO serve de referência para o desenvolvimento da SPALO.


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Marcela Bisheimer: “Existe ainda um grande desconhecimento dos benefícios e das vantagens que oferece a tecnologia laser aos pacientes, ou seja, a procura ainda não é um fator que justique ao médico dentista o investimento num laser como acontece em outros países”

Marcela Bisheimer e Luís Monteiro assinalam ambos um crescimento nas aplicações do laser.

Qual é o momento atual que vive a tecnologia laser? Marcela Bisheimer. O momento atual é de “maturidade”. Considero que alcançámos a maioria de idade. Até há pouco tempo, em Espanha – e na Península Ibérica em geral – a informação e a formação em laser era pobre ou nula. Felizmente, no presente já se fala do laser na formação universitária de pré-graduação. Por último, e não menos importante, devemos assinalar que existe ainda um grande desconhecimento dos benefícios e das vantagens que oferece a tecnologia laser aos pacientes, ou seja, a procura ainda não é um fator que justifique ao médico dentista o investimento num laser como acontece em outros países. Existe ainda um grande desconhecimento dos benefícios e das vantagens que oferece a tecnologia laser aos pacientes.

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ponto de vista Coimbra acolhe em março a terceira edição do simpósio de estudantes de Medicina Dentária

António Quelhas Presidente da Comissão Organizadora do III Simpósio da Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária e vice-presidente da direção da ANEMD.

A dar os seus primeiros passos, a Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ANEMD) vai pouco a pouco afirmando a sua posição e presença no panorama nacional da Medicina Dentária sempre com o objetivo de bem representar e defender os direitos, deveres e formação dos seus estudantes. De facto, é neste propósito que a ANEMD organiza uma vez mais o Simpósio Anual de Estudantes de Medicina Dentária (SAEMD), partindo este ano para a sua terceira edição a ser realizada nos dias 6 e 7 de março próximo, em Coimbra. É, na verdade, um momento alto na vida da associação e dos estudantes que participam

O simpósio contará com uma estrutura diferente, fruto da experiência e observações realizadas por participantes de edições anteriores, mostrando assim a versatilidade deste evento, cumprindo o principal objetivo do mesmo: um complemento à formação dos estudantes com palestras de elevado conteúdo e evidência científica

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no evento podendo partilhar e vivenciar experiências que certamente marcarão o seu percurso académico. Este ano, o simpósio contará com uma estrutura diferente, fruto da experiência e observações realizadas por participantes de edições anteriores, mostrando assim a versatilidade deste evento, cumprindo o principal objetivo do mesmo: um complemento à formação dos estudantes com palestras de elevado conteúdo e evidência científica. Com efeito, para além das palestras, o SAEMD contará também com cursos práticos que se realizarão em vários pontos do país, levando assim o evento e a própria ANEMD a várias cidades e cumprindo o caráter de representação a nível nacional e de aproximação a todos os estudantes em todas as faculdades com licenciaturas na área da Medicina Dentária. O evento contará também com um espaço para empresas parceiras do SAEMD, permitindo uma convivência que certamente trará frutos e aproximará mais os estudantes a empresas com as quais terão contacto num futuro próximo quando entrarem no mercado de trabalho. Será um encontro com várias novidades, surpresas e atividades para o qual convidamos todos a estarem presentes. Nos próximos dias 6 e 7 de março não falte! O III SAEMD espera por si…



Nova classificação das doenças periodontais:

Classificação e abordagem de um caso clínico de uma Periodontite de Estágio III, Grau C e Padrão Incisivo-Molar

Vanessa Rocha Rodrigues Médica dentista. Aluna da Especialização em Periodontologia e Implantes na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL). Aluna do Doutoramento na FMDUL. Pedro Lopes Otão Médico dentista. Aluno da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Aluno do Doutoramento na FMDUL. Ana Rita Fradinho Médica dentista. Aluna da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Rita Lamas Médico dentista. Aluna da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Pedro Rocha Médico dentista. Aluno da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Tiago Rodrigues Médico dentista. Aluno da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL. Ângela Rodrigues Médica dentista. Aluna da pós-graduação em Ortodontia na FMDUL. Francisco Brandão de Brito Médico dentista. Docente da Especialização em Periodontologia e Implantes na FMDUL.

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Ciência e prática

Introdução De acordo com a antiga classificação das doenças periodontais, proposta por Armitage em 1999, a periodontite agressiva é uma forma de doença periodontal causada por microorganismos específicos que induzem uma resposta inflamatória, dando origem à destruição progressiva do ligamento periodontal e do osso alveolar. Este tipo de periodontite apresenta sinais clínicos característicos, uma tendência distinta de agregação de casos na mesma família e afeta habitualmente indivíduos jovens. Normalmente, não há acumulação de placa bacteriana que justifique a severidade da destruição periodontal observada. Relativamente à forma localizada desta patologia, estima-se que a sua prevalência em populações adolescentes seja inferior a 1%. Na realidade, a maior parte dos estudos sugere uma prevalência mais baixa, de cerca de 0,2%. Indivíduos de etnia negra têm uma probabilidade 15 vezes superior de desenvolver este tipo de patologia, do que indivíduos de etnia branca, enquanto os indivíduos de etnia hispânica têm uma probabilidade 2,4 vezes superior frente a não-hispânicos para desenvolver esta forma de doença (Albandar, 2014). Para um diagnóstico adequado, é necessária uma revisão completa da história médica, da medicação, história familiar e história social. Além da anamnese, podem ser realizados testes para estabelecer fatores modificadores sistémicos, como diabetes e condições hematológicas. Além disso, fatores e indicadores de risco, com o tabaco e stress devem ser identificados. O diagnóstico requer a exclusão da presença de doenças sistémicas que podem prejudicar gravemente as defesas do hospedeiro e levar à perda prematura dos dentes. Deve ser feito um exame completo da condição periodontal, que inclui o registo das profundidades das bolsas periodontais, níveis clínicos de inserção, hemorragia à sondagem, envolvimento de furcas, supuração e mobilidade dentária. Estes dados, juntamente com a análise radiográfica, para avaliar a extensão e localização da perda óssea, são de extrema importância para estabelecer o diagnóstico adequado e um diagnóstico dife-

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rencial. Como nas outras formas de periodontite, o tratamento inclui várias fases: fase sistémica, fase inicial, dirigida à causa, fase corretiva e fase de manutenção. No entanto, a quantidade considerável de perda óssea em relação à idade jovem da maioria dos pacientes e a alta taxa de perda de inserção justificam um plano de tratamento e uma abordagem terapêutica frequentemente mais abrangente, a fim de deter a destruição periodontal (Albandar, 2014). Em 2018, a Academia Americana de Periodontologia (AAP) e a Federação Europeia de Periodontologia (EFP) criaram uma nova classificação com o objetivo de ultrapassar as dificuldades e limitações que a anterior classificação apresentava. Atualmente, as doenças e as condições periodontais podem dividir-se em três categorias distintas: saúde periodontal e doenças gengivais, periodontite e outras condições que afetam o periodonto. Na classificação atual, a saúde periodontal e doenças gengivais podem subdividir-se em saúde periodontal e gengival, em gengivite causada por biofilme e em gengivite não causada por biofilme. À segunda categoria pertence a periodontite, e esta pode dividir-se em doenças necrosantes, periodontite como manifestação de doença sistémica e em periodontite propriamente dita. As condições sistémicas que afetam o periodonto dividem-se em abcesso periodontal ou lesões periodontais/endodônticas, em deformidades e condições mucogengivais, em forças oclusais traumáticas e ainda em fatores relacionados com dentes e próteses. Outra alteração relativamente à classificação anterior é a introdução e definição das doenças periimplantares. Estas podem dividir-se em saúde periimplantar, em mucosite periimplantar, em periimplantite e em deficiências dos tecidos moles e duros periimplantares.


Ciência e prática

Atualmente esta classificação assenta em conhecimentos relevantes no que se refere à epidemiologia, etiologia e patogénese. A periodontite propriamente dita passa a caracterizar-se com base em estádios multidimensionais e já não se usam os termos crónica e agressiva. O estádio é amplamente dependente da gravidade da doença, bem como da complexidade do seu tratamento. A classificação

atual dá-nos informações suplementares sobre as características biológicas da doença, incluindo uma análise baseada na história da taxa de progressão, avaliação do risco de progressão e a análise de possíveis tratamentos. O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir o diagnóstico e tratamento de um caso de Periodontite Estádio III, Grau B e Padrão Incisivo-Molar.

Tabela 1. Nova classificação das doenças e condições periodontais e periimplantares. Saúde periodontal, doenças e condições gengivais Saúde periodontal e gengival a. Saúde gengival num periodonto intacto. b. Saúde gengival num periodonto reduzido. i. Periodontite estável. ii. Paciente não periodontal.

Gengivite induzida por placa bacteriana a. Associado ao biofilme. b. Mediado por fatores sistémicos ou locais. c. Influenciado por drogas.

Gengivite não induzida por placa bacteriana a. Desordens genéticas. b. Infeções especificas. c. Condições imunológicas e inflamatórias. d. Processos reativos. e. Neoplasmas. f. Doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais. g. Lesões traumáticas. h. Pigmentação gengival.

Periodontite Doenças periodontais necrosantes a. Gengivite necrosante. b. Periodontite necrosante. c. Estomatite necrosante.

Periodontite a. Estádio. b. Extensão e Distribuição: localizada, generalizada, distribuição incisivo-molar. c. Grau.

Periodontite resultante de uma manifestação de uma doença sistémica

Outras condições que afetam o periodonto

Doenças sistémicas que afetam o periodonto

Outras condições periodontais a. Abcesso periodontal. b. Lesão endo-perio.

Defeitos e condições a. Fenótipo gengival. b. Recessão gengival. c. Ausência de gengiva. d. Reduzida profundidade vestibular. e. Freios atípico e inserções musculares. f. Aumento de volume gengival. g. Cor anormal. h. Condições da superfície radicular exposta.

Trauma Oclusal a. Trauma oclusal primário. b. Trauma oclusal secundário. c. Fatores ortodônticos.

Fatores relacionadas com o dente e com a prótese a. Fatores localizados relacionados com o dente. b. Fatores localizados relacionados com a prótese.

Doenças periimplantares Saúde periimplantar.

Mucosite periimplantar.

Periimplantite.

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Deficiências de tecidos duros e moles periimplantares.



Ciência e prática

Caso clínico Paciente do sexo feminino, com 24 anos de idade e etnia negra, apresentou-se na consulta da pós-graduação de Periodontologia da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Dos dados da história médica, é possível verificar que a paciente não refere qualquer doença sistémica e não faz medicação regular. De acordo com a escala da Ame-

rican Society of Anesthesiologists podemos classificá-la como ASA tipo I, ou seja, uma paciente saudável. Não apresenta hábitos nocivos, como o tabaco ou hábitos alcoólicos. Após avaliação clínica e radiográfica, diagnosticou-se a paciente com uma Periodontite de Estágio III, Grau B e Padrão Incisivo-Molar.

Figs. 1 a 3. Fotos iniciais (maxila – vestibular).

Figs. 4 a 6. Fotos iniciais (maxila – palatino).

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Ciência e prática

Tabela 2. Profundidade de sondagem inicial. #18

#17

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-

Figs. 7 a 9. Fotos iniciais (mandibula – vestibular).

Figs. 10 a 12. Fotos iniciais (mandibula – vestibular).

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Ciência e prática

Tabela 3. Profundidade de Sondagem inicial. #48

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-

Como classificar? Estágio - Baseado na severidade e complexidade terapêutica. Extensão e Distribuição - Localizada, generalizada e distribuição molar-incisivo. Graus - Evidência de risco de progressão e resposta terapêutica.

Fig. 13. Ortopantomografia.

Tabela 4. Classificação da periodontite através do estágio (baseado na severidade e complexidade terapêutica) e extensão/distribuição.

Severidade

Estágio periodontal

Estágio I

Estágio II

Estágio III

Estágio IV

Local com maior perda do NIC Interproximal

1 a 2 mm

3 a 4 mm

≥ 5mm

≥ 5mm

Perda óssea radiográfica

Terço coronal (<15%)

Terço coronal (15% a 33%)

Terço médio ou apical da raiz

Terço médio ou apical da raiz

Perda ≤4 dentes, devido a periodontite

Perda ≥5 dentes, devido a periodontite

Perda de dentes

Sem perda de dentes

Complexidade

Profundidade de sondagem máxima ≤ 4 mm

Profundidade de sondagem máxima ≤ 5mm

Além da complexidade do Estádio II Profundidade de sondagem ≥ 6mm Perda óssea vertical ≥ 3mm

Local Sobretudo perda óssea horizontal

Furcas Grau II ou III Defeitos moderados da crista Extensão e distribuição

Localizado (< 30 % dentes envolvidos),

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Generalizado

Além da complexidade do Estádio III Reabilitação complexa Disfunção mastigatória Trauma oclusal secundário (mobilidade ≥2) Defeitos severos da crista Colapso de mordida, Drifting, Flaring. Menos de 20 dentes Padrão incisivo-molar


Ciência e prática

Tabela 5. Classificação da periodontite através do grau. Grau A: progressão lenta

Grau B: progressão moderada

Grau C: progressão rápida

Dados longitudinais (perda óssea radiográfica ou NIC)

Sem evidência de perda óssea durante mais de 5 anos

< 2 mm durante mais de 5 anos

≥ 2 mm durante mais de 5 anos

% Perda óssea/Idade

< 0,25

0,25 a 1.0

> 1,0

Grau de periodontite

Critérios primários

Evidência direta da progressão

Modificadores de grau

Fenótipo

Elevados depósitos de biofilmes com baixos níveis de destruição

Destruição proporcional aos depósitos de biofilme

Destruição excede os depósitos do biofilme, sugestivos de periodos de progressão rápida e/ou doença de início precoce (padrão molar/incisivo)

Tabaco

Não fumadores

Fumadores <10 cigarros /dia

Fumadores ≥ 10 cigarros/ dia

Diabetes

Não diabético

HbA1c <7,0% em diabéticos

HbA1c ≥ 7,0% em diabéticos

Evidência indireta da progressão

Fatores de risco

Após a fase inicial da terapia periodontal, que incluiu além da explicação da doença, a motivação e ensino para técnicas de controlo de placa bacteriana na zona, quatro sessões de destartarização e alisamento radicular realizadas por quadrante. Na consulta de reavaliação, a paciente apresentava um índice de placa de 5,14% e um índice gengival de 1%, tal como se observou a presença de bolsas periodontais residuais nos dentes 16 e 26. A avaliação radiográfica da perda óssea localizada nos dentes 16 e 26 permitiu verificar a presença de defeitos ósseos verticais amplos e profundos, com indicação para tratamento periodontal cirúrgico ressetivo. A amplitude e extensão do defeito contraindicava a realização de uma terapia regeneradora. A cirurgia ressetiva combinadas com osteoplastia e osteotomia teve como objetivo restabelecer a morfologia óssea e, consequentemente, dos tecidos moles em torno dos dentes. Com a exposição das superfícies radiculares, removeu-se o tecido de granulação e realizou-se um alisamento radicular meticuloso. A osteoplastia e osteotomia foram efetuadas para melhorar o posicionamento e adap-

tação do tecido, aquando da sutura e eliminação/diminuição da componente intraósseo do defeito. No entanto, devido ao tipo de defeito ósseo presente, no dente 16, realizou-se uma osteotomia de compromisso, pois o defeito vertical era extremamente profundo. Para a eliminação completa do defeito seria necessária uma remoção óssea extensa, o que seria prejudicial ao prognóstico dentário a longo prazo. Sendo expectável uma bolsa residual nessa zona após cicatrização dos tecidos. O retalho posicionou-se apicalmente o que permitiu que a gengiva marginal coincidisse com a crista óssea. O retalho foi suturado com nailon 5/0 monofilamento, e removeram-se as suturas após uma semana. No pós-operatório, aconselhou-se a aplicação de gelo nas primeiras 24 h, evitar mastigar para o lado intervencionado cirurgicamente, fazer uma dieta mole e fria durante 24 h. Foi prescrito analgésico SOS, um antiinflamatório 12-12 h, durante 3-5 dias e a realização de bochechos com clorhexidina 0,12%, duas vezes por dia. Após a remoção da sutura, recomendou-se fazer uma escovagem com escova suave.

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Ciência e prática

1o Quadrante

Figs.14 a 21. Cirurgia ressetiva no dente 16.

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Ciência e prática

2o Quadrante

Figs. 22 a 29. Cirurgia ressetiva no dente 26.

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Ciência e prática

Conclusão Após uma terapia cirúrgica foi possível alcançar um periodonto estável e saudável, incluiu-se a paciente num programa de suporte periodontal, com intervalos de três em três meses, e encaminhou-se para iniciar o tratamento ortodôntico.

Figs. 30 a 32. Consulta de manutenção, com instruções e motivação de higiene oral.

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Aplicação da toxina botulínica em paralisia facial idiopática. Relato de um caso

Irineu Gregnanin Pedron Médico dentista. igpedron@alumni.usp.br Especialista em Periodontia e Implantodontia. Professor do Curso de Toxina Botulínica na Odontologia do Instituto Bottoxindent, São Paulo (Brasil). Autor do livro: “Toxina botulínica - aplicações em odontologia” (Ed. Ponto, 2016). Professor das disciplinas de Periodontia, Implantodontia, Estomatologia e Clínica Multidisciplinar, na Universidade Brasil, São Paulo. Thiago Branco Mendes Médico dentista. Cirurgião bucomaxilofacial (São Paulo). Augusto Roque Neto Médico dentista. Professor das disciplinas de Dentística e Clínica Integrada na Universidade Metodista de São Paulo. Caleb Shitsuka Médico dentista. Professor de Odontopediatria e Cariologia na Universidade Brasil e Faculdades Metropolitanas Unidas (São Paulo). Plínio Jun Iti Yokoyama Médico dentista. Residente em Cirurgia Bucomaxilofacial no Hospital Regional de Osasco (São Paulo). Élio Hitoshi Médico dentista. Professor de Cirurgia Bucomaxilofacial na Universidade Ibirapuera e Hospital Regional de Osasco (São Paulo).

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Ciência e prática

Resumo A paralisia facial idiopática ou paralisia facial de Bell, ao acometer o sétimo par dos nervos cranianos – nervo facial – apresenta desvios e assimetria unilateral dos músculos da mímica, causando alterações funcionais, estéticas e psicológicas ao paciente, relacionada ainda com a contração muscular contralateral (hipercinese). A aplicação da toxina botulínica tem-se mostrado efetiva na redução destas assimetrias, favorecendo o melhor controlo da deglutição, bem como melhorando as condições psicossociais do paciente acometido. O propósito deste trabalho é relatar o caso de um paciente com paralisia facial idiopática, no qual se realizaram aplicações contralaterais (lado oposto ao paralisado) da toxina botulínica, com o propósito de minimizar os efeitos deletérios desta condição patológica e favorecer a auto-estima e qualidade de vida do paciente. Palavras-chave: paralisia facial, toxinas botulínicas tipo A, hipercinese e medicina bucal. Introdução A paralisia facial define-se como sendo lesão em qualquer parte do trajeto do nervo facial que promove paralisia unilateral e autolimitante total nos músculos do lado acometido, sem causa aparente1,2. Decorrente da paralisia, os músculos acometidos tornam-se hipotónicos, resultando em assimetrias da face3 e, consequentemente, em alterações funcionais e psicossociais, afetando a qualidade de vida do portador desta patologia1,4-8. Caracteriza-se pela perda repentina do controle hemifacial e, por consequência, observa-se a ausência de linhas hipercinéticas (rugas) na região frontal; inclinação da sobrancelha; ptose palpebral ou dificuldade na oclusão

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palpebral; lacrimação aumentada; dor no ouvido ou adjacente; hiperacusia; atenuação do sulco nasolabial; inclinação do ângulo da boca com desvio de rima e do sorriso; anormalidades do paladar; escape salivar relacionado com a falta de controlo muscular. Estas características verificam-se pela hipercinese muscular contralateral que se opõe à flacidez do lado paralisado2,3,5,7,9-12, podendo causar dificuldades na mastigação, deglutição e fonação2,4,13. Desvios faciais tanto com a musculatura em repouso ou em dinâmica podem observar-se8 e tais características verificam-se quando solicitada a execução de alguns movimentos com os lábios (sorriso), sombrancelhas (elevação) e olhos (fechamento)9,14. A paralisia facial não apresenta predileção quanto ao género e idade. Entretanto, observa-se maior incidência no género feminino1,2,5,15. Entre os fatores etiológicos da paralisia facial, reportaram-se o trauma cranioencefálico (acidentes automobilísticos e agressões), acidente vascular cerebral, síndromes, tumores adjacentes ao trajeto do nervo facial, fatores iatrogénicos (envolvimento cirúrgico), infeção pelo vírus Herpes Simples tipo I e causas idiopáticas1,13,16. Adicionalmente, outros eventos denominados gatilhos também foram apontados como iniciadores para o aparecimento da paralisia facial idiopática: infeção local e sistémica, gestação, exposição ao frio, otite média aguda e alteração de pressão atmosférica2. No âmbito das lesões que compõem o diagnóstico diferencial, podem ser considerados trauma, fraturas da parte petrosa do temporal, síndromes (Ramsay Hunt, Guillan-Barré, Melkersson-Rosenthal e Moebius), doença de Lyme, tumores, abscessos e infeção pelo HIV2. Exames imaginológicos e de ressonância magnética são fundamentais para a exclusão de outras lesões, bem como a colheita e análise do líquor cefalorraquidiano e a eletromiografia17.


Ciência e prática

Entre as modalidades terapêuticas para o manejo da paralisia facial reportaram-se técnicas pouco invasivas (fisioterapia e toxina botulínica) e as invasivas – intervenções cirúrgicas (enxertos, descompressões e anastomoses), preconizadas para os casos mais complexos. Contudo, na maioria das vezes, são necessárias mais de uma intervenção, e os seus resultados nem sempre são satisfatórios4,7,15. A reabilitação miofuncional vem sendo empregada por fonoaudiólogos e fisioterapeutas, objetivando restabelecer a função muscular debilitada, associada às modalidades cirúrgicas. Coadjuvantemente, a toxina botulínica vem sendo utilizada, favorecendo a reabilitação funcional e estética facial4,8,9,11,13,14,16,18. O propósito deste trabalho é apresentar o caso de um paciente com paralisia facial idiopática, sendo submetido às aplicações de toxina botulínica tipo A, com o propósito de minimizar as sequelas funcionais e os danos estéticos ao paciente, favorecendo a qualidade de vida. Relato do caso Paciente leucoderma do género masculino, de 43 anos, compareceu à clínica dentária particular com queixa de paralisia facial idiopática do lado esquerdo recorrente há 11 dias, ocasionado por herpes simples e stress, segundo anamnese. O diagnóstico de paralisia facial idiopática foi realizado pela equipa médica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Luzia de Ribeirão Pires (São Paulo), após a realização da tomografia computadorizada (fig. 1), sendo excluídos diagnósticos que sugerissem possíveis eventos isquémicos, hemorrágicos, traumáticos ou tumores.

Clinicamente, o paciente apresentou atenuação de linhas hipercinéticas (rugas) na região do músculo frontal e glabela durante a contração muscular (fig. 2); dificuldade na oclusão palpebral no lado esquerdo, com discreto prejuízo do reflexo de piscar (fig. 3); desvio de rima durante a contração do músculo orbicular da boca, bem como desvio contralateral ao sorrir (fig. 4) e no ato da sua contração (fig. 5); atenuação do sulco nasogeniano do lado esquerdo (fig. 6). O paciente reportou ainda a dificuldade de controlo motor ao ingerir líquidos, além de dislalia e disfonia. Referente ao histórico, o paciente já havia apresentado um episódio de paralisia facial do lado esquerdo há 20 anos, sendo mais acentuado que o episódio atual. O paciente reportou ter sido causada por abuso alimentar (ingestão de carne e bebida alcoólica destilada), tendo apresentado melhora com massagem ocular (para lubrificação dos olhos) e fisioterapia (mascar gomas). O paciente reportou que a sua irmã já havia apresentado a paralisia facial idiopática aos 14 anos de idade. No que respeita às condições sistémicas, foi relatada a hipertensão arterial e infeções recorrentes do vírus do herpes simples, além de ser etilista e apresentar obesidade mórbida (170 kg), sendo preparado à cirurgia bariátrica. Observaram-se alterações de ordem emocional e psiquiátrica (depressão), com queixas de perda de emprego e situação financeira atual. Sugeriu-se ao paciente as aplicações contralaterais de toxina botulínica tipo A, com o propósito de melhorar a estética facial e favorecer o controle funcional, reduzindo o desconfor-

Fig. 1. Definição do diagnóstico de paralisia facial periférica pela tomografia computadorizada, excluindo outras possibilidades.

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Ciência e prática

to psicossocial. O paciente foi orientado que a toxina botulínica apresenta duração do efeito clínico variando de quatro a seis meses. Após o consentimento por escrito, realizaram-se imagens fotográficas da face, em repouso e durante as dinâmicas musculares. Por meio da análise clínica, fotográfica e anamnética, planearam-se aplicações em quatro pontos no lado direito da face, sendo dois pontos no músculo frontal e outros dois pontos no terço inferior da face (músculo elevador do lábio superior e risório), como pode observar-se na figura 7. Fig. 2. Atenuação de linhas hipercinéticas na região do músculo frontal e glabela no lado esquerdo durante a contração muscular.

Fig. 3. Dificuldade na oclusão palpebral no lado esquerdo, com discreto prejuízo do reflexo de piscar.

Fig. 4. Desvio de rima durante a contração do músculo orbicular da boca e desvio contralateral ao sorrir.

Fig. 5. Desvio no ato da contração do músculo orbicular da boca.

Previamente à aplicação da toxina botulínica, desinfetou-se a superfície da pele com álcool etílico a 70%, evitando-se a infeção local e removendo-se a oleosidade da mesma. Posteriormente aplicou-se anestésico local (Emla®, Astra, São Paulo, Brasil), com o propósito de promover conforto durante o procedimento. Diluiu-se a toxina botulínica tipo A (Dysport®, Ipsen Biopharm Ltd., Wrexham, Reino Unido) em 1,7 ml de solução salina, de acordo com as normas do fabricante, e injetaram-se duas unidades nos sítios determinados (fig. 8). Após a aplicação, aconselhou-se o paciente a não baixar a cabeça nas primeiras quatro horas e não realizar atividades físicas por 24 horas após o procedimento. Decorridos 15 dias da aplicação, observou-se melhora do aspeto geral da face e as suas funções (fonação, mastigação, deglutição), bem como se reportou melhora da inspiração pela narina direita, e maior conforto estético e psicossocial pelo paciente (figs. 9 a 13). Discussão A toxina botulínica tipo A promove bloqueio da libertação pré-sináptica de acetilcolina, causando a denervação temporária das placas motoras, reduzindo a ação muscular local. O lado acometido pela paralisia facial apresenta ausência de tónus muscular ipsilateral e, adicionalmente, a musculatura contralateral demonstra condições de hipercinesia antagonista, como pode observar-se no presente relato, pelas características clínicas apresentadas.

Fig. 6. Atenuação do sulco nasogeniano do lado esquerdo.

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Ciência e prática

Nesta perpetiva, a toxina botulínica quando aplicada contralateralmente ao lado paralisado promove a redução das disfunções decorrentes da paralisia facial idiopática, além de contribuir para a estética facial, favorecendo a harmonia muscular entre os lados da face4,7,15,19. A toxina botulínica foi preconizada ainda em casos de sincinesias, decorrentes da regeneração neural aberrante, ocasionada pela reinervação muscular adjacente à região alterada, durante o processo de reparação neural5,8,11. Esta condição gera contrações involuntárias da musculatura da mímica facial ao realizar movimento voluntário deste grupo muscular, associada ao tempo de recuperação da paralisia18. Tais alterações de movimentos não se observaram no presente relato. Propuseram-se alguns sistemas de classificação de paralisia facial (House-Brackmann) e de sincinesias (Sunnybroock) para indicar a magnitude da alteração facial, além de auxiliar na eleição dos pontos de aplicação da toxina botulínica5,8,11. Entretanto, no presente relato utilizaram-se as tomadas fotográficas da face, em repouso e em dinâmica, permitindo analisar o grupo muscular acometido na paralisia facial e determinar os pontos de aplicação.

Fig. 7. Planeamento para aplicações da toxina botulínica.

Fig. 8. Aplicação da toxina botulínica. Observa-se a dificuldade de oclusão palpebral do lado esquerdo.

Fig. 9. Aspeto da melhora na região do músculo frontal após 15 dias da aplicação da toxina botulínica.

Fig. 10. Aspeto da melhora na região dos músculos da região da glabela.

Fig. 11. Melhora do perfil da contração do músculo orbicular da boca, proporcionando maior conforto estético e psicossocial ao paciente.

Fig. 12. Balanceio estético após a aplicação na região dos músculos elevador do lábio superior e risório.

A posologia utilizada de duas unidades para cada ponto de aplicação está de acordo com estudos4,11, que determinaram doses mínimas da toxina botulínica para cada grupo muscular, com o propósito de não promover eventos adversos, como a paralisia à distância em relação aos pontos de aplicação. Não se observaram alterações, complicações ou eventos indesejados pela aplicação da toxina botulínica. Entretanto, vale a pena enaltecer que cada caso deve ser particularizado7,8,19.

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Ciência e prática

Conclusão A aplicação da toxina botulínica tipo A demonstrou ser satisfatória em caso de paralisia facial idiopática. Decorridos 15 dias de sua aplicação, o paciente apresentou melhora funcional e estética do sistema estomatognático e mímica facial, além de minimizar os efeitos deletérios desta condição patológica e favorecer a autoestima e qualidade de vida do paciente.

Fig. 13. Atenuação do sulco nasogeniano do lado direito, sendo reportada melhora da inspiração pela narina direita.

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de Medicina Oral

Germán Esparza Gómez Médico estomatologista. Doutorado em Medicina e Cirurgia. Professor titular de Medicina Oral. Departamento de Medicina e Cirurgia Bucofacial. Faculdade de Odontologia, Universidade Complutense de Madrid (Espanha). medoral@infomed.es

Responda a esta pergunta em: www.maxillaris.com/quiz

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Um homem de 67 anos apresenta-se a consulta e refere que, desde há vários meses, apresenta uma lesão na gengiva que sangra com frequência ao roçar e durante a escovagem. Não lhe provoca dor. Não sabe explicá-la nem a relaciona com nada em particular. Qual seria a atitude mais correta? A. Iniciar um tratamento com antibióticos. B. Realizar uma raspagem e alisamento radicular da zona. C. Recomendar lavagens com clorohexidina.

A solução publicar-se-á de forma imediata no site e em formato impresso no próximo número.

D. Realizar uma biopsia escisional.

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Quiz de Medicina Oral

Solução do Quiz no 12 (dezembro 2020)

A resposta correta é a C: Líquen plano erosivo.

Em muitas ocasiões, em casos de líquen plano reticular o epitélio emagrece ou desprende-se e aparecem zonas de atrofia e erosões que costumam denotar sintomatologia (ao contrário do líquen reticular que costuma ser assintomático), que varia desde comichão ou irritação leve até autêntica dor. Em primeira instância devem tratar-se com corticóides tópicos.

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Zona jovem

André Alves

presidente da Comissão Organizadora das XXVIII Jornadas Internacionais de Medicina Dentária do Instituto Universitário Egas Moniz

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“O fio condutor principal do programa científico das jornadas irá incidir nas novas tecnologias usadas em Medicina Dentária” As XXVIII Jornadas Internacionais de Medicina Dentária regressam ao Instituto Universitário Egas Moniz nos próximos dias 12 e 13 de março. A comissão organizadora desta edição do encontro anual da instituição de ensino superior com sede no Monte da Caparica (Lisboa) é presidida por André Alves, aluno finalista do Mestrado Integrado em Medicina Dentária, que antecipa um programa com muitas novidades e surpresas. O fator multidisciplinar, cada vez mais presente na Medicina Dentária, e a consequente importância da comunicação entre colegas de áreas distintas são outros aspetos que serão contemplados no figurino das jornadas deste ano.

As XXVIII Jornadas Internacionais de Medicina Dentária vão ter lugar no próximo mês de março. Que novidades vão ser introduzidas pela comissão organizadora no programa de 2020? As Jornadas Internacionais de Medicina Dentária do Instituto Universitário Egas Moniz prezam-se por um contínuo aumento daquilo que é a dimensão do evento, pelo que este ano iremos contar com bastantes novidades a nível da organização em si. Os congressistas irão poder assistir a debates científicos e a palestras dinâmicas e inovadoras em que, por exemplo, a audiência poderá ser parte integrante da palestra, bem como outras novidades que iremos trazer este ano para o evento. Qual é o lema desta edição e que disciplinas vão estar em destaque? O tema e, como tal, o fio condutor principal do programa científico das jornadas irá incidir nas novas tecnologias usadas em Medicina Dentária, das ciências fundamentais à implementação clínica, a par disto irão ser também abordadas diferentes áreas como a ortodontia, entre outras.

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zona jovem

Os congressistas irão poder assistir a debates científicos e a palestras dinâmicas e inovadoras em que, por exemplo, a audiência poderá ser parte integrante da palestra, bem como outras novidades Estão previstos cursos ou sessões formativas paralelas ao programa de conferências? A par dos dias das jornadas teremos paralelamente cursos hands-on que irão decorrer antes da data das jornadas e após a data das mesmas. Estes cursos irão versar sobre áreas que interessam aos alunos e que durante o mestrado integrado poderão enventualmente ter um menor contacto. É de salientar que são cursos no âmbito pré-graduado, mas que indubitavelmente ajudam os estudantes a compreender melhor os temas abordados e a colocar em prática os conhecimentos teóricos. O primeiro curso irá versar sobre o sistema Reciproc na endodontia, bem como a utilização de microscópio no âmbito desta especialidade e tem data marcada para o dia 29 de fevereiro. Quais são as suas previsões quanto ao número de participantes? O número de participantes tem vindo gradualmente, ano após ano, a aumentar. Este ano não será exceção e contamos com uma audiência a rondar entre as 800 e as 1.000 pessoas nestas jornadas. Quem são os oradores nacionais e estrangeiros que já confirmaram a sua presença no Monte da Caparica? O programa irá contar com Roberto Cristescu, da área da endodontia, e com figuras de renome do nosso país. É sabido que a Medicina Dentária portuguesa é de excelência no contexto internacional e por este motivo muitos dos oradores vêm falar daquilo que se faz em Portugal.

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Espera-se uma forte participação dos representantes das casas comerciais? Que medidas inovadoras estão pensadas para a exposição paralela às jornadas? Eventos deste género não se fazem sem o apoio das casas comerciais, já contamos com bastantes marcas que confirmaram a sua presença no nosso evento deste ano. Nestas jornadas teremos novidades em termos da publicidade às marcas


zona jovem

Na sua opinião, em que medida esta iniciativa anual do Instituto Universitário Egas Moniz constitui hoje um contributo relevante no contexto nacional da Medicina Dentária? Estas jornadas são, sem dúvida alguma, um acréscimo imensurável na formação dos alunos, dos médicos dentistas e de todos os envolvidos, o rigor científico e pedagógico deste tipo de evento é inquestionável e contribui para o crescimento profissional dos envolvidos, inclusive da comunidade Alumni Egas Moniz. A Medicina Dentária é uma área em constante evolução e é muito importante os estudantes, docentes, investigadores e médicos dentistas marcarem a sua presença, partilhando experiências científicas, humanistas e de vida profissional, como é nosso hábito.

André Alves recorda que a Medicina Dentária é uma área em constante evolução e, como tal, sustenta que é importante os estudantes, docentes, investigadores e médicos dentistas marcarem a sua presença nas jornadas.

A organização espera que entre 800 e 1.000 pessoas visitem o auditório onde vão decorrer as jornadas internacionais.

que investem no nosso evento, as mesmas irão poder contar com um espaço no nosso site para poderem colocar artigos que considerem do seu interesse e isto representa um enorme acréscimo àquilo que podemos oferecer às casas comerciais, para além de toda a exposição inerente às jornadas.

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À margem das jornadas, quais são as questões que atualmente mais preocupam os estudantes do Instituto Universitário Egas Moniz? As preocupações dos estudantes de Medicina Dentária prendem-se bastante com a estabilidade do seu futuro, uma vez que atualmente cada vez mais os jovens médicos dentistas têm que se deslocar bastante da sua área de residência para o local de trabalho, bem como as condições estipuladas pelos empregadores. Outra grande preocupação dos estudantes reside na formação pós-graduada, atualmente os pacientes são mais exigentes e há uma tendência para atos clínicos cada vez mais específicos, ou seja, há uma tendência para o médico dentista se dedicar a uma determinada área, e aqui entra a importância indubitável da formação pós-graduada. É também uma realidade cada vez mais vincada no presente mercado livre e a circulação de pessoas e bens, trocando experiências num mundo cada vez mais global, oferecendo novos horizontes e perspetivas no campo da internacionalização.


Calendário

ENDODONTIA Título de experto em endodontia

Título de experto em estética dentária

CEOdont (Grupo Ceosa) organiza este curso orientado por Juan Manuel Liñares Sixto e dirigido a todos os pós-graduados que queiram iniciar-se ou aperfeiçoar o seus conhecimentos no mundo da endodontia. Trata-se de uma interessante oportunidade para conhecer os últimos avanços neste domínio, tanto no campo do diagnóstico como do tratamento, instrumental, técnicas e materiais. Eis os módulos que compõem o programa que se iniciará no próximo mês de outubro: • 1. Abertura cameral e preparação de condutos; de 1 a 3 de outubro. • 2. Instrumentação mecânica; de 12 a 14 de novembro. • 3. Obturação de condutos radiculares; de 10 a 12 de dezembro. • 4. Restauração após a endodontia; de 4 a 6 de fevereiro de 2021. • 5. Retratamento e endodontia cirúrgica; de 4 a 6 de março de 2021.

A CEOdont (Grupo Ceosa) iniciou em janeiro mais uma edição deste curso, orientado por Mariano Sanz Alonso, José A. de Rábago Vega e Rafael Naranjo Mota, com o objetivo de ensinar três das técnicas mais manejadas em odontologia estética. Eis os próximos módulos a celebrar: • 2. Capas de Porcelana II: cimentado e ajuste oclusal; de 25 a 27 de fevereiro. • 3. Coroas de recobrimento total e incrustações; 6 e 7 de março. • 4. Periodontia clínica na prática geral; 5 e 6 de junho. • 5. Cirurgia plástica periodontal; 10 e 11 de julho. • 6. Cirurgia mucogengival e estética; 11 e 12 de setembro. • 7. Restauração com compósitos I; 16 e 17 de outubro. • 8. Restauração com compósitos II; 20 e 21 de novembro. • 9. Curso teórico-prático em Nova Iorque, de 15 a 19 de junho.

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

Aveiro recebe em março reunião anual da SPPI

DESTAQUE

ESTÉTICA

Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes Centro de Congressos de Aveiro www.sppi.pt

A reunião anual da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI) está agendada para os dias 20 e 21 de março e terá como cenário o Centro de Congressos de Aveiro. A decisão de descentralizar a sede do encontro é uma das novidades da edição deste ano, cujo programa científico voltará a focar os principais desafios da prática clínica atual da periodontologia e da implantologia. O dia 20 de março destinar-se-á à realização de cursos hands-on, enquanto a jornada de palestras está reservada para o dia seguinte e contará com a intervenção de Sofia Aroca, que é uma das referências mundiais em cirurgia plástica periodontal e, nomeadamente, no tratamento de recessões gengivais. Da Universidade Complutense de Madrid (Espanha) virão Ignacio Sanz Sánchez e Ana Molina Villar. De França, e em representação da Sociedade Francesa de Periodontologia e Implantologia Oral, espera-se a presença de Frédéric Gadenne. Os oradores portugueses serão António Mano Azul e Pedro Moura.

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Calendário

IMPLANTOLOGIA

ODONTOPEDIATRIA

Curso sobre implantes em setores posteriores

Curso modular avançado em odontopediatria

O Centro de Formação Contínua da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), no âmbito do programa formativo que delineou para 2020, agendou para o próximo dia 18 de maio, num hotel de Vila Real, um curso de fim de dia sobre “Implantes em setores posteriores: possibilidade de reabilitação”. Este curso será orientado pelo médico dentista Fernando Duarte, especalista em Cirurgia Oral pela OMD e pós-graduado e mestre em Cirurgia Oral e Maxilofacial pelo Eastman Dental Institute da University College of London (Reino Unido). Fernando Duarte é também professor no Instituto Superior de Saúde (ISAV).

A CEOdont (Grupo Ceosa) anuncia mais uma edição deste curso, ministrado por Paloma Planells, Paola Beltri, Eva María Martínez, Luis Gallegos e José I. Salmerón. Este curso modular tem como objetivo principal responder à crescente procura formativa na área do conhecimento da Medicina Dentária focada no paciente em crescimento. O programa tem início previsto para o próximo mês de outubro e constará dos seguintes módulos: • 1. O sucesso no controlo do comportamento na criança; 23 e 24 de outubro. • 2. Desafios da prevenção e odontologia conservadora nas crianças; 27 e 28 de novembro. • 3. Traumatismos e patología pulpar em dentição temporária e permanente jovem; 22 e 23 de janeiro de 2021. • 4. Patologia médico-cirúrgica infantil; 12 e 13 de fevereiro de 2021.

226 197 690 - formacao@omd.pt

(0034) 915 530 880 - cursos@ceodont.com - www.ceodont.com

ORTODONTIA

Desenho e desenvolvimento de alinhadores

Pós-graduação em ortodontia

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, organiza o curso de formação “Desenho e desenvolvimento de alinhadores”, orientado pelo médico dentista espanhol Alberto Cervera, que se celebrará este ano, em data por confirmar. Este curso complementa o programa de experto em ortodontia e a finalidade do mesmo é que o aluno adquira os conhecimentos para o desenho e desenvolvimento das distintas fases de tratamento com alinhadores. Inclui práticas com o simulador de alinhadores.

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, preparaum a nova edição da pós-graduação em ortodontia “Experto em ortodontia funcional, aparatología fixa estética e alinhadores”, orientada por Alberto Cervera. Esta formação está dividida em oito módulos e vai decorrer em Madrid (Espanha), a partir do próximo dia 26 de março. O programa de formação incorpora a tecnologia de alinhadores como alternativa ao tratamento para todo o tipo de má oclusões, avaliação estética do caso e confeção de aparelhos de ortodontia.

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

III Simpósio da ANEMD realiza-se em março

Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária Universidade de Coimbra www.anemd.pt

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ANEMD) celebra nos próximos dias 6 e 7 de março, em Coimbra, aquele que será o evento de referência dos estudantes a nível nacional: o III Simpósio Anual de Estudantes de Medicina Dentária (SAEMD). Este encontro anual é já um evento reconhecido pelos estudantes pela sua formação científica e clínica, que será constituído por variadas palestras e cursos hands-on com oradores e formadores de elevado reconhecimento nacional e internacional na área da Medicina Dentária. A terceira edição do SAEMD é organizada por estudantes, para estudantes e terá como cenário a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

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DESTAQUE

ORTODONTIA


Calendário

ORTODONTIA

VÁRIOS

European Aligner Society celebra congresso em Malta

IV congresso da SPODF celebra-se em Coimbra

A European Aligner Society vai celebrar o seu terceiro congresso de 19 a 22 de março próximo, em Malta. O programa científico do encontro continuará a explorar os avanços permanentes em tecnologias e técnicas no domínio da ortodontia de alinhadores. O congresso reunirá as últimas inovações apresentadas por um impressionante e verdadeiramente internacional leque de oradores especializados, oriundos dos Estados Unidos, Colômbia, Chipre, Austrália, Reino Unido, Suíça, Israel, Itália, entre outros países.

A quarta edição do congresso da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial (SPDOF) terá Coimbra como cidade anfitriã e está marcada para os dias 14 a 16 de maio próximo. A Fundação Bissaya Barreto será o cenário do congresso desta associação científica, presidida pelo médico dentista Júlio Fonseca. Esta iniciativa enquadra-se no propósito da SPDOF de promover o desenvolvimento do conhecimento nas áreas da disfunção temporomandibular e da dor orofacial, estimular a investigação, estreitar relações científicas entre os médicos e outros profissionais de saúde. www.spod.pt

www.eas-aligners.com

VÁRIOS

VÁRIOS

Berlim acolhe em outubro reunião anual da EAO

OMD celebra em Vilamoura Jornadas da Primavera

Berlim (Alemanha) será a cidade anfitriã da próxima reunião científica anual da Associação Europeia de Osteointegração (EAO, na sigla em inglês), que tem data marcada para os dias 8 a 10 de outubro próximo. Este evento reunirá na capital alemã milhares de profissionais de Medicina Dentária, oriundos dos quatro cantos do mundo. O programa científico, este ano sob o lema “Derrubando muros!”, irá abranger temas que marcam a atualidade da profissão, entre os quais se destacam a implantologia digital, os biomateriais, as controvérsias clínicas e o aconselhamento clínico.

Dentisteria, cirurgia oral, implantologia, oclusão, ortodontia e endodontia são as áreas que compõem o programa científico das Jornadas da Primavera da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), cuja próxima edição vai decorrer de 9 a 11 de abril, num hotel de Vilamoura (Algarve). Como é já habitual, os participantes terão acesso a um programa científico multidisciplinar, assim como a várias atividades, que estão a ser preparadas pela organização do evento. As jornadas arrancam com o curso hands-on de dentisteria, intitulado “Restaurações diretas de dentes posteriores com resinas compostas: como biomimetizar a natureza”.

DESTAQUE

www.congress.eao.org

Lisboa acolhe congresso mundial em junho de 2020

WCDT 2020 Centro de Congressos de Lisboa www.wcdt2020.com

226 197 690 - www.omd.pt

Em junho próximo (dias 17 a 20), Portugal volta a acolher um dos grandes encontros mundiais da área da Medicina Dentária. Trata-se do World Congress in Dental Traumatology (WCDT), que se realiza de dois em dois anos. A edição deste ano terá como cenário o Centro de Congressos de Lisboa. A organização local deste evento internacional está a cargo da Sociedade Portuguesa de Endodontologia, presidida por António Ginjeira, professor associado e dirigente da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, em parceria com a International Association of Dental Traumatology (IADT) e a European Society of Endodontology (ESE). O programa inclui grandes nomes da endodontia e da traumatologia, com diversos cursos práticos pré-congresso.

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Calendário

VÁRIOS

VÁRIOS

Jornadas de saúde oral no Hospital de Beja

XX encontro da APHO agendado para o próximo mês de abril

A segunda edição das jornadas de saúde oral organizadas pela Unidade de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) vão decorrer nos dias 29 e 30 de maio, em Beja, e serão integradas nas comemorações do cinquentenário do Hospital José Joaquim Fernandes. Os temas a tratar, por um painel de oradores de excelência, são as doenças sistémicas e crónicas transversais à saúde da cavidade oral. O público alvo das jornadas são: médicos, médicos dentistas, enfermeiros, professores, higienistas orais e outros profissionais de saúde.

A Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO), à semelhança dos anos anteriores, vai realizar o seu vigésimo congresso nacional num hotel de Lisboa. O encontro anual dos higienistas orais está agendado para os dias 17 e 18 de abril. Mais uma vez, o principal objetivo é proporcionar dois dias de partilha e atualização de conhecimentos nesta área profissional, com um programa científico que promete ser vasto e atual e que, como tem sido hábito, terá a participação de destacados oradores. Confirma-se a habitual exposição de casas de materiais dentários e produtos farmacêuticos com as suas novidades.

www.ulsba.min-saude.pt

www.apho.pt

VÁRIOS

VÁRIOS

29o congresso da OMD já tem data marcada

Aplicação clínica do avanço mandibular para o tratamento do SAHS

O congresso anual da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) regressa ao Porto, estando agendado para os dias 5 a 7 de novembro. A edição nortenha do maior encontro nacional da área da saúde oral (e da saúde em geral) voltará a ter como cenário as amplas instalações da Exponor, em Matosinhos, onde decorrerá, paralelamente ao programa científico, mais uma edição da Expodentária. A integração da Medicina Dentária com o ambiente, com a saúde geral e setorial e ainda com a qualidade de vida dos utentes e sobretudo dos profissionais da saúde oral, será a missão e o foco do próximo congresso.

A ORTOCERVERA, líder em ortodontia digital, organiza este curso personalizado, ministrado por Mónica Simón Pardell, em Madrid (Espanha), para o correto enfoque terapêutico dos transtornos respiratórios obstrutivos do sono. Este curso obedece ao seguinte programa: introdução ao SAHS (conceitos básicos e definições), protocolo diagnóstico odontológico do SAHS, tratamento do SAHS, algoritmo do tratamiento do SAHS, toma de registos e individualização de parâmetros para a confeção de um dispositivo de avanço mandibular (DAM), aplicação com casos práticos e curso personalizado e “a la carte”.

www.omd.pt

(0034) 915 541 029 - www.ortocervera.com

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Calendario Calendário

TOP

Fevereiro 14 15

Reunião Anual da SPOP

Sociedade Portuguesa de Odontopediatria Polo II – Universidade de Coimbra www.spop.pt

Associação Nacional de Estudantes de Medicina Dentária (ANEMD) Universidade de Coimbra www.anemd.pt

XXVIII Jornadas Internacionais

Instituto Universitário Egas Moniz Monte da Caparica (Lisboa) www.xxviiijinternacionaismd@gmail.com

Expodental 2020

Ifema e Fenin Madrid (Espanha) www.ifema.es/expodental

19 22

Reunião Anual da SPPI

20 21

XXXI Jornadas de Medicina Dentária

20 21

European Aligner Society Malta www.eas-aligners.com

Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes Aveiro www.sppi.pt

Março III Simpósio da ANEMD

3º Congresso da European Aligner Society

6 7 12 13 12 14

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Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto Porto jornadasfmdup2020@gmail.com

Abril Jornadas da Primavera

Ordem dos Médicos Dentistas Vilamoura www.omd.pt

9 11


Calendário

XX Congresso Nacional APHO

17 18

XXXII Reunião da SPODF

23 25

Associação Portuguesa de Higienistas Orais Lisboa www.apho.pt

Sociedade Portuguesa de Ortopedia Dento-Facial Altice Fórum Braga secretariado@spodf.pt

8 9

Associação Portuguesa de Técnicos de Prótese Dentária Parque das Nações - Lisboa www.aptpd.pt IV Congresso da SPDOF

Sociedade Portuguesa de Aplicações de Laser Oral Porto www.spalo.pt

FDI World Congress

Reunião Anual da SPERO

Sociedade Portuguesa de Estética e Reabilitação Oral Braga info@spero.pt

14 16

Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Fundação Bissaya Barreto - Coimbra www.spdof.pt

29 30

Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo Hospital de Beja www.ulsba.min-saude.pt

Junho World Congress of Dental Traumatology

International Association for Dental Traumatology e Sociedade Portuguesa de Endodontologia Centro de Congressos de Lisboa www.iadt-dentaltrauma.org

1 4 25 26

Outubro Reunião Anual da EAO

II Jornadas de Saúde Oral

20 -

Setembro Federação Dentária Internacional Xangai (China) www.fdiworlddental.org

Maio Congresso da APTPD 2020

I Congresso Ibérico de Laser Oral

European Association for Osseointegration Berlim (Alemanha) www.congress.eao.org

8 10

Novembro 17 20

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29º Congresso Anual da OMD

Ordem dos Médicos Dentistas Porto www.omd.pt

5 7


Novidades

Implante de 2,5 mm para uma nova prática implantológica

Disjuntor Super Expander, a nova solução 100 % digital da Ortoplus

Avanços recentes no desenho dos implanbti-biotechnologyinstitute.com tes e na investigação biomecânica permitiram à BTI desenvolver um implante de diâmetro reduzido de 2,5 mm, cuja principal indicação é tratar edentulismos totais ou parciais mediante protocolos de inserção direta ou técnicas de aumento ósseo minimamente invasivas (expansão e split de crista) em cristas com defeitos muito acentuados. Os pacientes, quase sempre alheios às condições ósseas mínimas necessárias para colocar implantes, pedem tratamentos que proporcionem funcionalidade e estética o antes possível, e chegam a recusar alternativas que impliquem alta invasividade, como os enxertos em bloco. Por isso, mais que um implante, a BTI planeia este novo progresso como uma solução que permite dar resposta às necessidades e desejos mais atuais dos pacientes, evitando reconstruções ósseas complexas e riscos cirúrgicos.

A Ortoplus inovou uma vez mais com o www.ortoplus.es desenho e a fabricação do Super Expander, um novo dispositivo criado em ambiente 100% digital. Trata-se de um disjuntor com fixação óssea mediante quatro microparafusos com um parafuso de expansão telescópico, o que permite aumentar a eficácia da expansão transversal. Além disso, este disjuntor é mais estreito que outros, o que o torna ideal para paladares mais pequenos. A estructura em que se fixa foi desenhada e sinterizada em 3D, o que permite um ajuste em boca perfeito. A ativação realiza-se mediante uma chave hexagonal desde a parte incisal à parte distal do paladar, pelo que resulta mais fácil para o paciente. Com este novo disjuntor inclui-se uma guia de colocação planificada digitalmente para o seu correto posicionamento e uma colocação direta e precisa dos microparafusos.

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Novidades

BioHorizons amplia a sua gama de próteses e instrumentos

Infomed apresenta GESDEN ONE, a versão web do seu sotfware

A BioHorizons ampliou a sua gama de próteses www.biohorizons.com e instrumentos. Oferecem-se agora parafusos pequenos para multi-units com cabeça de 1,5 mm, 1 mm mais pequena do que nos parafusos anteriores, assim como copings para a toma de impressão para multi-unit, utilizados para realizar uma impressão por transferência direta (cubeta aberta) a nível do pilar. Também se incluíram pilares de contorno, desenhados para desenvolver um perfil de emergência natural e empregues para fabricar próteses fixas cimentadas de uma ou várias unidades; cortadores de osso que oferecem uma grande eficiência de corte, melhorada com os passadores de guia atualizada e compatibilidade com os cortadores de emergência regulares e amplos; e um kit de osteotomos ou dilatadores que comprimem o osso lateralmente em lugar de extrair osso valioso do local cirúrgico, criando uma interface osso-implante mais densa.

Infomed, do grupo Henry Schein, lançou www.infomed.es GESDEN ONE, a versão web do seu software de gestão de clínica GESDEN. Este software desenvolveu-se com a última e mais potente tecnologia web, de modo a torná-lo muito ágil, rápido, intuitivo e seguro. A plataforma incorpora o know-how e a experiência de mais de 25 anos de gestão sanitária, e integra o primeiro PACS de imagem dentária (IMAGE ONE) e uma plataforma de intercâmbio entre a clínica e o laboratório (DENTBOX). Alta velocidade, multidioma, multidispositivo ou sistema de agenda inteligente para a citação de pacientes são algumas das múltiplas prestações que apresenta.

Aspeto da nova plataforma de software web.

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Indústria

Henry Schein abre fundo de auxílio a catástrofes

Malo Clinic reforça aposta na inovação

Em resposta à devastação provocada pelos incêndios florestais australianos, a Henry Schein anunciou que está a angariar dinheiro para os esforços de recuperação e reconstrução, a doar produtos de saúde bastante necessários e a apoiar os seus clientes na área da odontologia que possam ter sido afetados pela crise em curso. A empresa e a “Henry Schein Cares Foundation” estão a lançar as primeiras sementes para a criação do “2020 Disaster Relief Fund”, com um donativo de 50.000 dólares americanos, igualando os contributos dos seus funcionários até ao montante de 25.000 dólares americanos. Além disso, a Henry Schein planeia doar outros 50.000 em produtos de saúde às organizações humanitárias. Localmente, a Henry Schein Austrália também está a doar parte das receitas das suas vendas de janeiro para contribuir para os esforços do apoio humanitário no terreno.

A Malo Clinic anunciou recentemente que a sua aposta na inovação e na investigação e desenvolvimento (I&D) vai ser reforçada, estando já em marcha um investimento Malo Clinic investe em novos estudos para fomentar um maior número de estu- e patentes. dos e desenvolvimento de novas patentes. A Malo Clinic tem atualmente 44 projetos de I&D em curso, que envolvem mais de 60 colaboradores, e prevê o alargamento do ecossistema de inovação, com o reforço das parcerias estratégicas com fabricantes de renome internacional. A estratégia da marca passa pela potenciação das suas vantagens competitivas, nomeadamente um corpo clínico de excelência com mais de 120 médicos dedicados em exclusivo, a experiência acumulada na reabilitação oral única no mundo, com mais de 160.000 pacientes, 14 clínicas e seis laboratórios.

www.henryschein.com

www.maloclinics.com

DESTAQUE

exocad torna-se membro da BSA Software Alliance

A exocad passou a integrar oficialmente a BSA Software Alliance, a organização líder mundial de conformidade e fiscalização. A exocad fornece softwares de CAD completos e confiáveis para a odontologia digital e visa assim defender sua reputação e os seus produtos de alta qualidade, assim como os direitos de propriedade intelectual da empresa. Com a nova integração na BSA Software Alliance, a exocad dá um passo importante afim de perseguir de forma proativa aqueles que violam as leis de direitos autorais. Qualquer um que crie, venda ou adquira um software exocad não autorizado é legalmente responsável e será processado.

www.exocad.com - www.bsa.org

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Indústria

OrthoApnea recebe validação de patente para dispositivo NOA A OrthoApnea recebeu luz verde para uma patente que permitirá comercializar em 38 países da Europa o dispositivo de avanço mandibular NOA, desenhado e fabricado num ambiente 100 % digital que permitirá às clínicas dentárias personalizar os seus dispositivos para tratar a apneia do sono e a ronquidão de forma efetiva e completa. A menção da patente (número 3216430) foi publicada pela Oficina Europeia de Patentes, com um prazo de três meses para que a validade se torne efetiva. Estima-se que o dispositivo NOA poderá aparecer no mercado em meados deste ano, quando terminem os últimos trâmites para a sua fabricação e distribuição. www.orthoapnea.es

Ortoteam confirma presença na próxima Expodental A Ortoteam anuncia que no próximo mes de março a sua equipa estará presente na Expodental, a exposição comercial por excelência do setor dentário em Espanha, que se realiza na Feira Internacional de Madrid (Ifema). Nos stands da empresa, os visitantes poderão ver as últimas novidades com as quais a Ortoteam tem vindo a trabalhar, como a integração do sistema 3D; a técnica do Alinhador Estético Invisível, com o seu sistema de captação de clientes e marketing online; ou os novos desenhos de prótese para Apneia (Dylon 3D). Também se convidará os visitantes para participar no sorteio do curso sobre 3D que terá lugar em Barcelona (Espanha) no próximo mês de maio. www.ortoteam.com

Voco exibe novidades no certame de Madrid A Voco marca presença habitual na Expodental, que este ano abrirá as suas portas de 12 a 14 de março, nas instalações da Feira Internacional de Madrid (Espanha). O salão internacional de equipamentos, produtos e serviços dentários da capital espanhola celebra-se de dois em dois anos e é A Expodental celebra-se em março uma das exposições comerciais do setor nas instalações da Feira Internacional dentário mais relevantes à escala mundial. de Madrid. A marca alemã voltará a estar presente no certame madrileno com um amplo stand, onde exibirá as suas mais recentes novidades e inovações nos âmbitos da odontologia protética, restauradora e preventiva. www.voco.com

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fevereiro 20

fevereiro 2020 no 106 P

Ciência e atualidade do setor dentário - ano XV

O

R

T

U

G

A

L

Falamos com...

Perspetivas Armandino Alves, presidente da comissão organizadora da XXXII Reunião Científica da SPODF

Indústria dentária aposta na inovação sem perder de vista a atenção ao cliente

Tony Rolo, presidente da comissão organizadora da Reunião Anual da SPPI

Maxillaris 106

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Novidades

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Zona jovem

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Irineu Gregnanin Pedron: “Aplicação da toxina botulínica em

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Quiz de medicina oral

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Armandino Alves, presidente da XXXII Reunião Científica da

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Marcela Bisheimer e Luís Monteiro, presidentes da SELO e

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