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MACRO

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AMECON QUER SER O LUGAR DOS ECONOMISTAS E GESTORES

ANTÓNIO TIVANE Presidente da AMECON

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a cumprir os primeiros meses

à frente da Associação Moçambicana de Economistas (AMECON), António Manheira Tivane espera que, dentro de alguns anos, ela se torne numa Ordem como a dos médicos ou a dos advogados, e que “possa então actuar de forma dinâmica e efectivamente capaz de intervir de forma positiva e com impacto evidente na economia.” O professor e gestor, explica à E&M as linhas mestras do seu projecto.

Como é que planeia aumentar o peso da AMECON na economia nacional?

De facto essa é a questão fulcral, aqui. A nossa filosofia para a associação será baseada em três pilares: revitalizar, consolidar e projectar. Não queremos aparecer a fazer críticas ou a debater assuntos já consumados. Somos uma organização de economistas e gestores e assumimos que queremos estar cada vez mais envolvidos antecipadamente na discussão das decisões, sobretudo as de natureza económica que são, como sabemos, essenciais para o país.

Poderemos então passar a olhar a associação enquanto um fórum activo de dis-

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curriculum vitae

António Tivane tem uma carreira ligada à economia e à gestão no sector público. Professor de carreira, está ligado ao INSS há já largos anos. Foi eleito como líder da AMECON (57% dos votos) em Abril deste ano, para um mandato de dois anos.

AMECON

cussão e debate, quase como um ‘think tank’ dos vectores de sustentabilidade e crescimento económico, que congregue as maiores figuras nacionais deste meio?

Essa é, sem dúvida, a nossa intenção. Nesta altura, com pouco mais de um trimestre cumprido, e com um mandato de dois anos pela frente, ainda nos estamos a estruturar. Mas o foco é esse, queremos estar presentes nas grandes questões, e muitas vezes liderando até esse mesmo debate. Estamos a trabalhar na criação de um departamento de pesquisa e investigação que terá sete núcleos espalhados por todo o país e que se vão especializar em diferentes matérias de economia, nomeadamente micro-economia, macro-economia, economia sectorial, economia monetária e fiscal. E claro, terão também a missão de angariar associados para a AMECON. Depois, iremos cada vez mais promover reuniões, debates, conferências em todo o território nacional (a primeira realizou-se em Agosto, sobre a importância do mercado de capitais para a economia nacional), convocando nomes de Moçambique, mas também de outras geografias, que venham trazer factos e dados de análise aos nossos associados, bem como diferentes perspectivas. O papel da AMECON também tem de ser esse, um espaço de excelência da troca de ideias, e de aprendizagens.

O seu plano também preconiza o aumento de associados. Como o irá conseguir?

Tenho de dizer que o meu antecessor (Joaquim Tobias Dai) fez um óptimo trabalho à frente da AMECON. Sabemos que, por ainda não ter o peso institucional que poderia ter se fosse uma Ordem como a dos médicos ou a dos advogados, a adesão por parte dos economistas e gestores não é a que poderia, ou deveria ser. O que nos dá um maior senso de responsabilidade. A associação precisa de uma nova vida e, nesse sentido, juntando aos passos de que lhe falei, acrescento ainda que estamos a tentar chegar cada vez mais aos nossos associados, mostrando-lhes as vantagens de pertencerem à AMECON.

E enquanto representante dos economistas e gestores, como olha o país actualmente, sob o ponto de vista económico?

Há grandes desafios, isso é evidente. Mas, ao mesmo tempo, creio que nunca houve tantas metas para serem alcançadas, da indústria à agricultura, passando pelo enquadramento das empresas nacionais nos grandes projectos. Creio que esta é a altura ideal para uma série de debates, de análises e de acções baseadas nesse conhecimento que poderão mudar a face do nosso país. E nós queremos ter um papel nessa mudança.

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