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“Transparência é essencial para a nossa consolidação”

Manuel GaMeiro Administrador para a área financeira da HCB

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foi lançada em junho a pri-

meira fase da Operação Pública de Venda (OPV) de 7,5% do capital da HCB, o mais proeminente empreendimento de geração de energia em Moçambique, e um dos maiores contribuintes do crescimento e desenvolvimento sócio-económico do país. Ao nível do volume de negócios, dimensão dos activos e da produção (maior produtor independente de energia na África Austral), mas também das exportações em que, sozinha, é responsável por 7,5% do total das exportações do país, essencialmente para a África do Sul. Com esta histórica operação lançada na Bolsa de Valores de Moçambique, a HCB espera obter financiamento para crescer ainda mais, causando com isso um movimento de tracção nunca visto no mercado de capitais.

Quanto tempo demorou a tomada de decisão da OPV?

Cerca de ano e meio. A operação foi anunciada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, em Novembro de 2017, e obedece à necessidade de inclusão financeira dos moçambicanos. Quando começámos a preparação da transacção percebemos a complexidade que isso envolvia, a população é bastante heterogénea e o mercado de capitais em Moçambique que é ainda embrionário. Então, era preciso encontrar mecanismos que permitissem que este objectivo fosse observado, e a estratégia de distribuição era fundamental, daí que a primeira questão com que nos debatemos foi a não abrangência total do sistema bancário. Considerámos importante desenvolver plataformas adicionais aos canais bancários e lançámos as plataformas electrónicas — estamos a falar do SSD e da App desenvolvida para este fim.

O que presidiu a esta alienação de capital?

Esta operação é a maior nestes 20 anos de existência da Bolsa de Valores de Moçambique e irá contribuir para o desenvolvimento do mercado de capitais. A cotação em Bolsa tornará a empresa mais exposta ao escrutínio público na medida em que publicará mais e melhor informação. A transparência sobre a vida da empresa vai aumentar e isto é um elemento central da nossa consolidação. As boas práticas de governação corporativa e a preservação de um perfil de risco favorável irá, sem dúvida, ser um factor de extrema importância para aceder a financiamentos nos mercados doméstico e internacional. Importa aqui referir que a própria Lei das PPPE em Moçambique obriga a que projectos da dimensão da HCB coloquem até 20% do seu capital em Bolsa.. Portanto, ao lançar esta operação, além do objectivo de inclusão, tem esta questão de promoção do mercado de capitais e fica em linha com a Lei das PPPE.

Que destino será dado ao financiamento obtido após a conclusão da operação?

Temos em marcha o plano CAPEX VITAL, de modernização infra-estrutural, que irá demandar cerca de 500 milhões de euros e o projecto de expansão de Mpanda Nkua, que também irá exigir volumes avultados do investimento. Sabendo que a banca nacional não tem liquidez para suportar este grau de investimentos, decidimos recorrer ao mercado de capitais.

cv

curriculum vitae

o actual administrador para a área financeira da HCB passou, previamente, pelo banco aBC, onde foi head of risk and compliance. foi também administrador não executivo na SiMo, Sociedade interbancária de Moçambique.

HCB

Porquê o parcelamento, em fases, da OPV?

Porque permitirá, nesta primeira, um processo de aprendizagem do próprio funcionamento do mercado. A segunda tranche desta operação irá permitir a correcção de erros que eventualmente sejam cometidos na primeira fase.

Quem investir vai receber dividendos, até porque a HCB é lucrativa...

Sem dúvida! Temos estado a pagar o equivalente a cerca de 25% dos lucros distribuíveis de uma forma consistente, em média cerca de 25 milhões de dólares. Mas, para além disso, é importante notar que pode haver também ganhos de capitais fruto da valorização expectável das acções, ou encarar a compra como um instrumento de diversificação de poupanças.

O que leva de toda esta experiência?

A nossa estratégia de comunicação procurou ser o mais abrangente possível e uma das acções levadas a cabo foi um roadshow por todo o país. Andámos por todas as capitais provinciais e um dos aspectos que me marcaram foi ter sempre casa cheia e as perguntas colocadas, o que contrasta com o nível ainda bastante limitado em termos de literacia à volta do mercado de capitais. Essa forma como as pessoas mais simples participaram desses encontros e demonstraram interesse fica na minha memória.

Já quiseram comprar-lhe acções?

(sorri) Os nossos telemóveis não param, as pessoas querem saber como fazem para comprar. Claro que todo o processo passa pela BVM e pelo sindicato bancário BIG-BCI, que são os canais de compra.

INVESTIMENTO “Temos estado a pagar o equivalente a cerca de 25% dos lucros distribuíveis anualmente”

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