Notícias do Mar n.º 340

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Nauticampo 2015

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Um Sinal Positivo de Recuperação Após dois anos sem Nauticampo, os principais agentes económicos da náutica de recreio responderam ao desafio de arrancar com o salão náutico de Lisboa e o público correspondeu, dando o sinal que ainda continua interessado em actividades náuticas.

A

realização da Nauticampo 2015, devese à persistência da direcção da ACAP / APICAN-Náutica, a associação das empresas do sector, que conseguiu junto da FIL, condiçôes mais atractivas para os expositores quanto a custos. A Nauticampo já foi o maior em área de exposição, expositores e visitantes, dos salões anuais organizados pela FIL. Foi sempre com a Nauticampo que a FIL fez maiores receitas. Se este salão náutico interessa aos praticantes das actividades aquáticas e náuticas, e aos agentes económicos, também deve interessar à FIL. Tendo encontrado uma plataforma de acordo para interessar as empresas a aderirem, agora a FIL deve investir para ampliar a sua dimensão, motivando mais exposi-

tores. Meio pavilhão com náutica e outro tanto com auto-caravanas é pouco. Este ano o convite electrónico levou alguns milhares de pessoas à Nauticampo, foi uma boa ideia e o dia com mais visitantes interessados nos produtos náuticos. Estiveram na Nauticampo cerca de 50 expositores da área náutica que representaram bem todos os produtos do sector. Para os visitantes verem, lá estavam barcos, motores, equipamentos e acessórios, electrónica, pesca lúdica e ainda serviços como seguros, assistência e turismo. No final havia um sentimento de satisfação entre os expositores, indicador de que se realizaram negócios ou foram estabelecidos contactos importantes. Outro balanço, mas este de sinal negativo, foi que não apareceram clientes interessados na primeira

Nautiser - Centro Náutico 2

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embarcação. O actual Regulamento da Náutica de Recreio e o avultado Imposto Único de Circulação, afastam quem se queira iniciar. No entanto, a Nauticampo continuou a manter o sonho, e logo à entrada do Pavilhão 1 os visitantes encontraram os maiores stands com embarcações e motores. Nautiser - Centro Náutico Estavam um total de nove embarcações, seis Jeanneau e três Cobalt. Cobalt Os modelos Cobalt eram o 200, 220 e 242, todos do tipo bowrider com encostos à frente. Estes barcos chamavam a atenção pelo requinte e luxo dos interiores e à elevada qualidade dos materiais e equipamentos que o estaleiro incorpora bem como pela excelência dos acabamentos que apresentam.

Todos têm uma extensa plataforma de banhos e um casco especial adequado para os esquiadores e wakeboarders, proporcionando-lhes a onda mais correcta para saltar. Jeanneau Da linha Merry Fisher, embarcações pesca passeio e cruzeiro com cabina de pilotagem, destaque para uma novidade, o modelo 695 Marlin, de estilo pesqueiro, com porta lateral para o piloto e outra deslizante atrás para o poço, perfeitamente adaptado para a pesca. Outros dois Merry Fisher, eram o modelo 595 e o topo de gama 855. Da linha Cap Camarat, a prestigiada gama de embarcações marinheiras seguras e polivalentes, para a pesca e para os desportos aquáticos estavam três modelos, 4.7, 5.1 e 6.5 WA S2. Todos têm solário à frente e um poço que se pode converter para os piqueniques com mesa ao meio. O Cap Camarat 6.5 WA S2, tem uma cabina onde pode acomodar duas pessoas para dormir. Yamaha No stand Yamaha estavam os novos motores F130 e F150 e também o novo F8, bem como, os modelos WaveRunners com o novo e revolucionário Sistema RiDE. Inclusive estava um simulador do sistema RiDE. Quanto a embarcações estavam as marcas: Yam Barcos pneumáticos com fundo de paneiros de madeira, fundo em V insuflável, estrado de madeira ou

Yamaha


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alumínio, para a total comodidade e de acordo com a maior exigência. Desde os 2,30m até aos 3,80m encontrava-se o Pack Yam ideal. Capelli Marca italiana de embarcações semi-rígidas e de fibra, com elegantes linhas, para utilizações diferenciadas como trabalho, apoio e lazer, onde se poderá escolher a que mais se adequa a cada actividade. Jeanneau Marca francesa de embarcações de fibra abertas ou cabinadas, de pesca desportiva ou simplesmente de passeio. Embarcações de traços elegantes, polivalentes e dirigidas a clientes exigentes. Sirius Marca portuguesa com embarcações simples mas elegantes, para variadas utilizações conforme o modelo que se escolher. É um barco que mais se adequa à utilização que se pretender, desde os 4,35m aos 6,30m. Obe Fisher Marca portuguesa com embarcações de linhas profissionais, que comportam os cascos mais utilizados quer na pesca profissional, quer na pesca desportiva. Desde os 3,25 aos 7,70 existe na perfeição um pack ideal.

em exposição o novo Mercury F75 SeaPro. Mercury MerCruiser A Mercury MerCruiser apresentou o novo 4.5 MPI V6 de 250 cv que estabelece novos padrões em aceleração e rendimento geral, graças a todas as suas características inovadoras. Airis /WalkerBay Da actividade do Stand Up Paddle encontrava-se exposta a prancha SUP insuflável da Airis (Walker Bay), com tecnologia inovadora que alia robustez a flexibilidade de transporte e arrumação. Boat Center Empresa de serviços e actividades náuticas, com amplas instalações em Setúbal, apresentou cinco em-

Touron

Touron Estavam no stand da Touron uma dezena de motores e nove embarcações e ainda também um stand próprio acessórios náuticos, promovendo uma ampla gama de produtos da Land ‘N’ Sea, Seachoice e Attwood. Quicksilver / Mercury No que se refere à Quicksilver, foram apresentados o novo Activ 805 Sundeck (com motor Mercury F300 Verado) e o novo Activ 455 Open (com Mercury F50). Estiveram ainda em exposição o Activ 675 Open (com Mercury F150) e o Activ 605 Sundeck (com Mercury F115). Bayliner A Bayliner esteve presente com dois modelos campeões de vendas e com a melhor relação qualidade/ preço do mercado: o Bayliner Element 160 (motorizado com Mercury F80) e o Bayliner GT3 (motorizado com Mercury MerCruiser 3.0 TKS). Valiant / Mercury SeaPro Dos semi-rígidos Valiant, esteve o reconhecido modelo 500 Sport, motorizado com Mercury F60. Em destaque encontrava-se o novo semi-rígido Ocean Runner 460 da Mercury com motorização F40. Foi igualmente apresentada a nova gama SeaPro, motores especialmente desenvolvidos para o mercado profissional (com durabilidade 3 vezes superior aos homólogos de recreio), tendo estado

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BoatCenter barcações das marcas que representa, a Chaparral e a Chris Craft. Reconhecidos pelos “Usados Boat Center”, no stand da Boat Center fazia-se também a apresentação desta área de negócio da empresa. Crhis Craft Dos modelos em exposição destaque para o Crhis Craft Carina 21, com 6,45 m de comprimento, um modelo com o clássico design do estaleiro dos USA. É um barco onde predomina a madeira, utilizada para fechar a proa e no piso. O cockpit está equipado para oferecer o máximo conforto aos ocupantes e permitir ao piloto um fácil e seguro desempenho com o barco. Na popa tem um solário. Chaparral Dos barcos Chaparral, estavam os modelos do tipo bowrider 257 SSX, 327 SSX e 244 Sunesta, e o modelo Signature 290, da gama sportcruiser. Todos os modelos têm uma grande plataforma para apoio dos desportos aquáticos. Chaparral é um estaleiro dos USA prestigiado por inúmeros prémios Inovação da National

Marine Manufacturers Association (NMMA). O 257 SSX, com 7,77 m de comprimento, tem acomodação para 11 pessoas e com os bancos da popa que se convertem num amplo solário. Tem um arco de radar em alumínio preto sobre o cockpit. O modelo 327 SSX, com 9,81 m de comprimento, ganhou já um prémio de inovação, em virtude de ser um bowrider com uma cabina com cama e um wc. Tem um arco de radar no estilo de sporcruiser. O 244 Sunesta, com 6,81 m de comprimento, tem o um interior com uma utilização extremamente versátil, onde se destaca o banco em L da popa, que se converte num solário duplo ou individual. Tem um compartimento com um wc. O Signature 290, com 8,84 m de comprimento, é um pequeno cruzeiro de linha desportiva com o arco de radar incorporado. A cabina tem acomodação para seis pessoas dormirem, cozinha e quarto de banho. Com os bancos da popa no cockpit converte-se o espaço em zona de comer ou solário.

Honda 4

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Honda Marine –Grow Portugal No stand da Grow encontrava-se a gama de motores Honda, onde se destacavam os novos BF100 e BF80. São motores que excedem as normas ambientais em vigor, incorporam as mais recentes e fiáveis tecnologias que dão óptimos níveis de performance com os mais baixos consumos. Têm 4 cilindros em linha, com 16 válvulas SOHC e 1.496 cm3 de cilindrada. No BF100 foi instalado o sistema VTEC. As principais tecnologias incorporadas são o BLAST, binário aumentado a baixa rotação que aumenta a potência e o binário do motor, para obter rápida planagem do barco. ECOmo sistema de economia controlada de combustão pobre em velocidade de cruzeiro, de forma a obter menor consumo de combustível. Trolling Control é uma nova tecnologia que incorpora estes dois motores, para fazer o controlo de rotação em velocidades reduzidas ou na pesca ao corrico. Ligação NMEA 2000, ficando totalmente compatível para instalar os equipamentos electrónicos. Fabricado na África do Sul encontrava-se um semirrígido Hysucat, do tipo catamaran, motorizado com Honda, para marítima-turística equipado com 12 bancos individuais. Hydrosport À frente no stand Honda estava o Hydrosport RIB 646, um semirrígido de construção portuguesa, com o comprimento de 6,46 m e equipado com o novo Honda BF100. Trata-se de uma embarcação com um casco especial, dispondo lateralmente e no V de secções do tipo degraus. Estas características, facilitam as planagens nos arranques, bem como um desempenho seguro e mais confortável em águas agitadas. Permitem também, excelentes performances com potências mais baixas. São embarcações que

estão a ser exportadas e bem aceites para apoiar equipas de vela. O Hydrosport RIB 646 tem a lotação de 12 pessoas, capacidade de 170 litros de combustível, e a motorização recomendada é de 80/150 HP. Em testes efectuados com um motor de 100 HP atingiu 39 nós. Motolusa A Motalusa mantém a marina seca nas suas amplas instalações e é o único espaço em Lisboa, onde se pode guardar um barco e receber assistência durante todo o ano. No stand da Motolusa estava um Sessa Marine Key Largo One e outros barcos com motores fora de borda Honda. Bem destacados estavam também os equipamentos e acessórios Vetus. À frente do stand encontravamse vários modelos de motores interiores a diesel da sua representada marca Perkins. De realçar que são motores que estão a ser montados em embarcações construídas para a actividade marítimo-turística. Limatla No stand da Limatla, para além dos barcos Monterey, Sessa Marine e Starfisher o grande destaque era a representação da Rodman, sinalizada com um modelo de um Muse, fotos e cartazes. Estavam também três embarcações, o Monterey 218 SS, o Sessa Marine Key Largo One e Starfisher 650 OBS. Monterey O Monterey 218 SS é um modelo super sport da gama mais desportiva da Monterey, do tipo bowrider. Tem uma ampla plataforma e o solário à popa e um requintado cockpit, onde se destaca o posto de comando. Sessa Marine Do estaleiro italiano Sessa Marine, o Key Largo ONE é um barco do tipo open, polivalente para os desportos

Hydrosport RIB 646


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aquáticos. Tem uma elegante consola de condução ao centro, banco para o piloto e um banco corrido à popa. Pode-se montar um solário ou uma mesa para os piqueniques. Starfisher Da Starfisher, com estaleiro em Vila Nova da Cerveira estava o modelo 650 OBS, com motor fora de borda. Trata-se de um barco do tipo pesca/ passeio com cabina de pilotagem e uma cama de casal à frente e wc. Na cabina tem o posto de comando, bancos com mesa para refeições, cozinha e lavatório. O poço é largo, tem um banco corrido à popa e pode-se montar uma mesa ao meio. Nautiradar No stand da Nautiradar encontravam-se algumas das principais marcas que representa, de electrónica e equipamentos náuticos Raymarine É incontornável o crescimento da Raymarine, uma das principais marcas da Nautiradar, no segmento das sondas para a pesca desportiva, vocacionadas tanto para o mar como águas interiores. As novas sondas Drangonfly 4 e 5 estão equipadas com a tecnologia patenteada Visionality e CHIRP. As gamas com a chancela Dragonfly apresentam seis novos modelos e nenhum deles ultrapassa a fasquia dos 500,00 euros (preços de lançamento sem Iva). Nova câmara Cam200IP é uma câmara de vídeo em rede para displays multifunções com Lighthouse II. O knowhow da FLIR aplicado aos equipamentos da Raymarine, resultam na CAM200IP, câmara de vídeo de alta definição, de utilização diurna e noturna, que transforma qualquer display multifunções com LightHouse II num potente sistema de observação por vídeo. Novos rádios de VHF da Raymarine, sempre ouvidos em perfeitas condições. Ray50 compacto, Ray60 de plena dimensão ou multifunções Ray70. Pode confiar que terá anos de comunicações marítimas sem problemas. Mastervolt Quanto à Mastervolt, especialistas em sistemas elétricos marítimos, está na primeira fila dos fornecedores dos barcos da Volvo Ocean Race e que vão fazer escala em Lisboa no final do mês de Maio. A qualidade dos seus sistemas tem sido destacada por todas as equipas que participam e tem sido motivo de orgulho para a marca e para a Nautiradar que a representa em Portugal. Bluefin LED A Bluefin LED estreia-se no mercado português em 2015, apresentando as suas luzes subaquáticas para inúmeras aplicações. SilentWind

SilentWind expressa a tecnologia alemã com gestão da Rulis Eléctrica, Lda, uma empresa Portuguesa, que apresenta um produto de reconhecida qualidade ao nível internacional, um aerogerador silencioso para uso marítimo e terrestre, com ventos fortes, médios e fracos. Também esta marca cativou a organização da Volvo Ocean Race sendo patrocinador do evento. Scanstrut Da Scanstrut, os novos modelos de Passa-Cabos da gama Deck Seals – Horizontal e Micro É uma novidade da marca, perfeitos para cabos até 6mm de diâmetro. Totalmente à prova de água segundo os standards IPX6 e IPX, estes passa-cabos são a solução per-

Motolusa

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Limatla feita para uma instalação a bordo, permitindo a passagem dos cabos através do convés duma forma simples e segura. Ideal para cabos de antenas e de luzes de navegação. ICON Da ICOM o rádio fixo de VHF ICM506EURO com recetor AIS integrado e conectividade NMEA 2000. Simplesmente excepcional, o novo rádio de VHF compacto e à prova de água (IPX-8), com DSC classe D. Graças ao “plug-andplay” NMEA 2000, o IC-M506Euro pode ser facilmente conectado a uma rede NMEA 2000 e interligado com outros equipamentos. Os novos rádios de VHF Fixos modelo IC-M423G e modelo ICM323G têm receptor de GPS integrado, dispensam por isso a ligação por NMEA a um GPS para obter posição atual e hora em situação de stress. Steiner Também estavam os binóculos do especialista Steiner, da gama náutica, o novo Commander 7x50, mas também os seus modelos vocacionadas para a observação de aves e de utilização outdoor.

Aquapac A Aquapac que detém as melhores bolsas à prova de água que existem no mundo, é assim mesmo que são reconhecidas. Waeco Dometic Da Waeco Dometic destacavamse as arcas refrigeradoras com várias capacidades e com soluções para todos os cenários. Caixa frigorífica e congeladora Cool Freeze CDF 26, leve e tão fácil de usar, com tecnologia de compressor como se duma caixa termoelétrica se tratasse. Graças à sua alça de transporte e pegas, é fácil a deslocação. Para o acondicionamento em espaços reduzidos enquadra-se em qualquer lugar. As elegantes Dometic FreshWay, apresentam-se depois do sucesso com o lançamento do saco térmico Waeco CoolFun S28, em material têxtil, 12VDC. A Dometic tem mais 4 soluções para transportar de forma fácil e elegante as suas bebidas ou alimentos mantendo de forma eficaz a frescura dos seus produtos tornando o passeio no barco, o picnic no parque ou o passeio de bicicleta na montanha, muito mais

Vanguard 6

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Nautiradar agradável. Vanguard Marine A Vanguard produz actualmente embarcações semirrígidas desde os 3,00 metros aos 8,60 metros de comprimento, cujos tubos podem ser construídos com o material que o cliente especificar, PVC, PU, Neoprene / Hypalon da Orca, escolher entre diversas cores e equipar o barco com os equipamentos mais adequados à sua actividade. Estavam expostas seis embarcações, três das quais são novidades, o KD 300 Cinza, o DR 500 Amarelo e o modelo TX 760 Laranja, de 7,60 m, com motor Imbord Hyunday. Todas as embarcações são projectadas e fabricadas de acordo com a norma ISO 6185 para usos recreativos e segundo os padrões restritos estabelecidos pelos requisitos SOLAS. Em exposição encontrava-se também um modelo já certificado SOLAS. Estava exposto igualmente um Flutuador Retubing, para mostrar como na Vanguard Marine, com a Retubing é feita a recuperação de quaisquer tubos

Na Vanguard Marine a produção é baseada em processos industriais eficientes, ligados à concepção e produção de ferramentas avançadas como, CNC, corte robótica e a tecnologia Thermosealing. Todo o processo produtivo é realizado sob a extensa e abrangente Sistema de Qualidade ISO 9001:2008 certificado pela Lloyd ‘s Quality Assurance. Suzuki Alguns anos afastada da Nauticampo, a Suzuki, representada pela Moteo Portugal S.A., esteve este ano no salão náutico de Lisboa. A Suzuki, a comemorar os 50 anos este ano, tem uma gama de 33 modelos de motores a 4 tempos desde os 2,5 HP até aos 300 HP, com injecção electrónica de combustível, a partir do DF9.9. Na Nauticampo estavam em exposição os modelos de potências mais comerciais e também o 300 HP, seu topo de gama. Como novidade encontrava-se o DF25, um motor de 3 cilindros em linha, com 490 cm3 de cilindrada, igualmente de injecção electrónica de combustível. Este motor vem

Suzuki


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SeaRibs substituir o Suzuki de 25 HP com 3 cilindros em V. Sea Ribs O estaleiro nacional SeaRibs, com instalações em Sobral de Monte Agraço tem mantido a sua actividade numa forte aposta na exportação. A evolução da empresa, a procura de propostas inovadoras e os processos de fabrico estabelecidos, conduziram a marca à sua certificação pela Norma EN ISSO

9000:2001. Presentemente a SeaRibs fabrica três gamas, Profissional, Recreio e Pneumáticos, num total de 38 modelos, dos 4,00 aos 18 metros de comprimento, podendo dar resposta a qualquer tipo de encomenda. A série Marítimo-Turística, com 4 modelos, MT 760, MT 860, MT 1050 e MT 1360 é que está com maior produção, em virtude de ser, de momento, das gamas profissionais com grande aceitação, dada a

Nautel excelência da qualidade de construção e dos equipamentos incorporados. Os cascos são fabricados de forma a garantirem a maior robustez e são em V profundo. Quanto aos tubos, a SeaRib’s fabrica-os em Hipalon/Neoprene da Orca, com 1670 Dtex. A SeaRibs construiu um barco com Certificação SOLAS, que foi uma novidade na Nauticampo.

Nautel No stand da Nautel estavam muitas novidades em exposição, entre as quais destacamos das marcas Humminbird, SeaStar Solutions, Navicon, Onwa, Minn Kota e Iridium Go Humminbird Da Humminbird, a principal marca da Nautel para a náutica, há muitos consumidores queainda têm equipamentos com 20 anos, graças ao apoio e assistência nacional da

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o equipamento Aife estava no stand Lifraft

Siroco Nautel. Humminbird colocou-se na liderança com o conceito único do “faça você mesmo a sua carta dos fundos e use-a logo sem fazer passar os dados por terceiros”. Trata-se do AUTOCHART, um equipamento combinando Humminbird (GPS/ Chartplotter/Sonda dos últimos 5 anos). A Humminbird foi a percursora da tecnologia SIDE IMAGING. Esta tecnologia evoluiu para o sonar de visão em 360 graus (SONAR 360), em que a Humminbird é também a única a ter. O transdutor opcional aos modelos 899, 999, 1199, ONIX e ION é ideal para todas as embarcações de pesca desportiva. Nova série HELIX composta por sondas, e combinados com GPS, e com as tecnologias SideImaging e DownImaging. A tecnologia DownImaging está tabém nos equipamentos mais económicos, como as PIRANHA MAX (ideal para Kayaks). O novo modelo 197c DI faz simultaneamente de sonda a côres convencional, e sonar DI.

MinnKota A Minnkota, dos EUA, é o maior fabricante do mundo de motores elétricos, silenciosos e amigos do ambiente, para pequenas embarcações. Com as suas séries compactas e económicas chega também hoje aos kayaks, dingy, embarcações insufláveis, “patos” e embarcações de águas interiores. Para embarcações até ao máximo de 7m, os novos modelos Riptide RT80 e RT112 são as estrelas. Podem ser usados como complemento ao motor principal da embarcação. Seastar Solutions A Seastar é líder mundial de sistemas de direção hidráulicas e mecânicas para embarcações até aos 15 m e também para direções de base eletrónica. Os novos “Jack plates” são um suporte de montagem especialmente projetado para um motor de popa que permite levantar ou baixar o motor verticalmente, aumentar a velocidade da embarcação, navegar em águas mais baixas e economizar combustível. Navicom

Açores a prmover a pesca big game 8

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Navicom introduziu na gama um RT550 AIS que já tem o recetor AIS incorporado. O rádio também tem saída NMEA para poder passar os alvos AIS a chartplotters, radares etc. Como topo de gama, estava o RT650+ que tem segunda estação portátil sem fios, e tem também o recetor AIS incorporado. É ideal para substituir instalações antigas de VHF’s com dupla estação. Onwa Da Onwa estavam os equipamentos de GPS/Chartplotter, sondas, piloto automático profissional, e a KS-33R, AIS MOB. Trata-se de um dispositivo pessoal para segurança e salvamento: Sistema para assistir a uma rápida localização de um náufrago e seu seguimento. Transmite posição GPS via AIS. Iridium GO As comunicações por satélite ao alcance dos consumidores. Tratase de um aparelho que cabe na palma da mão, e é capaz de criar uma rede Wi-Fi onde se estiver. No exterior, basta levantar a antena e o dispositivo conetar-se-á aos satélites.

A Nautel concebeu uma configuração de embarcação, que recorre a uma antena externa, e o dispositivo é facilmente destacado do seu suporte para poder ter um uso mais universal, na viatura, aeronave etc. Siroco No stand da Siroco desenvolveu-se um interessante passatempo durante a Nauticampo. A Siroco oferecia uma balsa Transoceanica Plastimo no valor de 1.945 €, ao vencedor que respondesse à seguinte pergunta: Porque é que a Segurança a bordo é fundamental? A vencedora foi Sílvia Cristina residente em Paço de Arcos com a seguinte resposta: Em boa companhia Saio para o mar Com segurança a bordo É sempre ir e voltar Quanto aos produtos em promoção durante a Nauticampo destacamos: Deeper Transforme o seu smartphone ou tablet….numa Sonda! Deeper – nova sonda smart é a grande novidade em sondas de

Dipol


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Pescopeixe, stand com equipamentos de pesca desportiva pesca – portátil, funciona por wireless e é compatível para Iphone, Ipad e telefones com sistema android. O software está disponível gratuitamente para download. Para além de detetar os peixes, indica temperatura, profundidade em água doce ou salgada e tipos de fundo com grande detalhe. Funciona em apenas 3 passos: 1- Lance o sensor com a ajuda de uma cana ou coloque-o no suporte 2- Faça scan 3- Receba a informação no seu smartphone Preço PVP lançamento 229€ Coletes Pilot A nova gama de coletes Pilot da Plastimo com 165N para substituir a antiga gama de 150N.Design ergonómico para maior conforto. PVP a partir de 109€ Colete EVO 165N Ideal para veleiros ou uso intensivo. PVP a partir de 112€ Bussola offshore 55 Nova gama, ultra-compacta, ideal para embarcações com menos de 6 metros. Fornecido Standard

com suporte permitindo instalação em qualquer superfície e em diversos ângulos. Compensação e iluminação vendida como opcional. Bussola para Kayak Corpo laranja, rosa preta, estanque. Fornecida com elásticos com ganchos para fixação no kayak. Coletes Passion Nova gama de coletes Passion. Colete de 70N de flutuabilidade com 4 cintos ajustáveis com fivelas, grande abertura na zona dos braços para total liberdade de movimentos. Boa proteção contra impactos na zona do peito e estomago. Cores mais modernas. PVP: 56,70€ Coletes Trophy Nova gama de coletes Trophy. Colete com fecho de correr reforçado e cinto ajustável. Cores mais modernas. PVP: 42,80€ Defensa multi-usos Fabricada em PVC branco. Dimensões: 60x30 cm. 3 Kg. Diversas aplicações graças à sua forma adaptável. PVP: 40,75€

J. Garraio J. Garraio A J. Garraio, Lda., empresa de equipamentos náuticos com mais de 150 anos de experiência, foi a partir de Março deste ano, nomeada a distribuidora em Portugal da marca de equipamentos náuticos 4Water e apresentou-a na Nauticampo. 4Water A 4Water é uma marca pertencente à empresa francesa Vidal Diffusion Marine, filial da Alliance Marine Group, um fabricante e distribuidor

de equipamentos para o mercado de náutica de recreio e naval e vendidas em lojas especializadas no mercado náutico, como é a J. Garraio. A missão da J. Garraio junta-se à da 4Water no fornecimento e entrega de equipamentos de qualidade para os profissionais da indústria náutica, fornecendo assessoria técnica profissional e um óptimo desempenho logístico. O catálogo 4Water, tem uma

A electrónica Garmin estava no stand Santos Silva 2015 Abril 340

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Yanmar vasta gama de equipamentos de segurança marítima, beneficiando de mais de 70 anos de experiência nas seguintes áreas: - Segurança pessoal - Equipamentos de Segurança - Manutenção da Embarcação - Amarração e Fundear De entre a vasta gama de produtos que a 4Water oferece, a J Garraio destaca o best-seller de vendas dos equipamentos de segurança pessoal: o colete insuflável SKIPPER AUTOMATIQUE Grupo Angel Pilot O Grupo Angel Pilot esteve presente no stand da Yamaha e também num stand exclusivo da marca Cranchi. No stand da Yamaha, além da gama de Waverunners com o novíssimo sistema RiDE estavam ainda três packs Capelli powered by Yamaha: o Capelli Tempest 500 Open equipado com o F50HEDL; o Capelli Tempest 650, que é uma novidade para o mercado Português, equipado com o novo motor Yamaha F175, para brilhantes performances; e por fim, o Capelli Tempest 900 MT, equipado com

dois motores Yamaha de 200 HP. Cranchi No stand da Cranchi, foi possível visitar o belíssimo Cranchi Panama 24, equipado com um motor Honda BF250. O Panama 24 é o mais pequeno modelo da gama outboard da marca Italiana Cranchi que se caracteriza pelo conforto e funcionalidade. Na cabine, existe um móvel, onde poderá ser instalada uma TV ou um micro-ondas, bem como uma zona de refeições convertível em cama de casal e outra cama sob o cockpit e ainda um WC em zona separada. No exterior, à popa, esta embarcação apresenta um sofá e mesa, que podem ser convertidos em solário. Ao centro a estibordo, encontra-se a zona de condução com um banco alto que ao ser levantado dá acesso a um móvel com lavatório, onde é possível colocar um grill elétrico e um frigorífico. Silcar Construído pelo estaleiro da Naval Nazaré, estava o novo Silcar 980 Sea Ranger, com 8,60 m de comprimento, uma embarcação

Cranchi na Angel Pilot 10

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Silcar direccionada à marítimo-turística e também pesca desportiva, com lotação para 14 pessoas. Uma das principais características é o passadiço que existe à volta da cabina, dando fácil acesso à proa. Na cabina podem ser feitas as alterações à medida de cada cliente, quer a nível do mobiliário ou cor dos estofos. Existe espaço para fogão, lava-loiças, bancos e mesa. Tem quarto de banho amplo. Yanmar Ibérica No stand da Yanmar Ibérica encontravam-se cinco motores Yanmar diesel. A Yanmar está fornecer estaleiros portugueses de embarcações semirrígidas e também barcos em fibra para as actividades marítimaturísticas. Os modelos de 4 cilindros Common Rail Series que estavam em exposição eram o 4JH45, 4JH57, 4JH80 e 4JH110. A novidade estava num motor Yanmar 4JH57, preparado com uma coluna sterndrive, o tipo de coluna que se monta no painel de popa das embarcações. Estes novos motores

Common Rail tem um desempenho mais económico, menos poluente e são de muita fiabilidade. Com 6 cilindros encontrava-se também exposto o motor Yanmar 6BY3 – 160 Series. Lisnáutica Empresa especializada e com longa experiência no comércio de aprestos marítimos e equipamentos para a náutica de recreio, tem na sua grande loja na Junqueira em Lisboa, todo o tipo de produtos para equipar e assitsir qualquer embarcação, de marcas que importa ou revende, apostando num conceito de aconselhamento com o cliente e a preços competitivos. Na Nauticampo, a Lisnáutica destacava das tintas International o novo Micron WA, um novo antiincrustante Premiun com tecnologia Water Activated Matrix que combina altas prestações com baixa emissão VOC. Excelente protecção contra o crescimento de todo o tipo de incrustações até 24 meses e reduzido impacto ambiental. Limpeza do equipamento apenas com água.

Lisnautica


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Economia do Mar

Novas Quotas de Pesca da UE para Defesa dos Stocks e mais Receita

Para obter mais 824 milhões de euros de receitas e mais 102 mil postos de trabalho, uma nova análise económica a mais de 200 frotas da UE revela que existe potencial para aumentar emprego e lucros, mas esquece que a frota portuguesa é a mais ecológica de todas e devia ser mais beneficiada.

U

m estudo publicado pela New Economics Foundation (NEF - Fundação para a Nova Economia) conclui que a má gestão das unidades populacionais de peixe e das quotas pesqueiras está 12

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a eliminar postos de trabalho e lucros. Este novo relatório apresenta as vantagens da recuperação das unidades populacionais europeias de peixe do Atlântico Norte, bem como da redistribuição das quotas de pesca por frotas mais

ecológicas e que assegurem mais postos de trabalho. A distribuição actual de quotas baseia-se nos dados históricos de capturas, que normalmente beneficiam as frotas maiores e menos ecológicas, e não considera a forma como as frotas se

comportam do ponto de vista económico, social e ambiental. Mais quotas por menores emissões e mais postos de trabalho


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Pesca artesanal

consumo de combustível –, juntamente com uma gestão sustentável das pescas, permitiria maiores benefícios económicos: - Atribuir uma maior quota pesqueira às frotas que geram menores emissões de carbono por tonelada de peixe desembarcado permitiria criar mais 14.584 postos de trabalho e evitar a emissão de 624.000 toneladas de carbono por ano em relação

ao atual modelo padrão de distribuição. - Atribuir uma maior quota às frotas que asseguram mais postos de trabalho por tonelada de peixe desembarcado geraria mais 102.000 postos de trabalho em relação ao atual modelo padrão de distribuição. Estes novos dados foram obtidos através do Modelo Bioeconómico para Frotas Europeias (BEMEF - Bio-

Economic Model of European Fleets), que foi lançado hoje e desenvolvido durante os últimos dois anos pela NEF, com a colaboração de académicos e de várias instituições da UE. Os resultados do modelo analisam 221 frotas e cobrem 73% do total de desembarques da UE. O BEMEF examina a forma como a recuperação das unidades populacionais de peixes para níveis susten-

Pesca da Sardinha O estudo, não considerou, que a frota portuguesa é fundamentalmente de pesca artesanal e que pratica em larga escala a arte xávega e a pesca do palangre, o aparelho com anzóis, não agredindo os fundos nem os stocks. Uma redistribuição de acordo com critérios económicos e ambientais alternativos – desde a criação de postos de trabalho ao

Pesca de arte xávega tem 500 anos 2015 Abril 340

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Fotografia: Palangreiro.blogspot.com

Notícias do Mar

Pesca de palangre de Peniche

Na praia a escolher o peixe após um lance de arte xávega 14

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táveis altera um conjunto de parâmetros, como desembarques, receitas líquidas, emprego, rentabilidade, salários e emissões de carbono. O BEMEF é o primeiro modelo que avalia os impactos económicos da redistribuição das quotas pesqueiras nas diferentes frotas através de critérios alternativos (postos de trabalho, combustível, lucros, esforço de pesca), por contraste

com o modelo padrão, baseado nos dados históricos de quotas de captura. O modelo comprova igualmente os motivos económicos, ambientais e sociais para recuperar as unidades populacionais de peixes para o rendimento máximo sustentável (RMS): - Mais 2.052.639 toneladas de peixe por ano, o suficiente para suprir as necessidades anuais de 89,2 milhões de cidadãos da UE


Notícias do Mar

Anzóis para a pesca de palangre

capturas pesqueiras e de 7,1 mil milhões de euros Os Estados-Membros têm de focar-se em aplicar as duas medidas seguintes,

- Mais 1.565 milhões de euros de receita bruta anual - Mais 824 milhões de euros de receita líquida anual - 20.362 a 64.092 novos postos trabalho - Mais 8.273 euros em salários para os trabalhadores das pescas todos os anos Segundo este modelo, a não recuperação das unidades populacionais de peixe nos últimos 5 anos representou uma perda total de 8,6 milhões de toneladas de

se quiserem assegurar os melhores benefícios económicos, sociais e ambientais para os seus cidadãos: - Garantir que as oportu-

nidades de pesca e os Totais admissíveis de captura não excedem o aconselhado nos pareceres científicos. - Rever o método de distri-

Barco de pesca de arte xavega 2015 Abril 340

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Notícias do Mar

buição de quotas pelas frotas e realizar projetos-piloto para testar novos critérios de distribuição. Embora ainda esteja a dar os primeiros passos, o BEMEF tem potencial para se tornar numa ferramenta importante para garantir que os nossos políticos gerem as unidades populacionais de peixes da UE em função do interesse público. Não é realista esperar uma redistribuição completa das quotas através de um

único critério, mas é possível redistribuir porções da quota total. Tendo em conta que o atual sistema de quotas está altamente concentrado, bastavam pequenas redistribuições de quotas, de 5 a 10%, para se verificar um enorme impacto nos benefícios económicos. Aniol Esteban, responsável pela Economia Ambiental da NEF, refere: “A nossa análise demonstra que a recuperação das unidades populacionais

de peixe pode gerar simultaneamente mais postos de trabalhos, maiores lucros e maiores salários. Os ministros da UE estão a desperdiçar um potencial económico significativo ao falharem na gestão sustentável de um recurso ambiental fundamental… Os Estados-Membros da UE podem obter mais peixe, mais lucros e mais empregos se aplicarem dois requisitos elementares da Política Comum das Pes-

cas: a recuperação das unidades populacionais de peixe e a inclusão de critérios sociais e ambientais na distribuição das quotas pelas frotas pesqueiras.” Resultados por países Dinamarca, Reino Unido, Holanda, França e Irlanda seriam os países que mais beneficiariam do facto das unidades populacionais de peixe atingirem o RMS, por terem maior quota-parte

A pesca da arte xávega é feita nas praias 16

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Notícias do Mar

para as zonas de pesca e espécies analisadas. Alemanha, Espanha, Portugal e Polónia também teriam benefícios significativos, mas não da mesma ordem. Permitir que as unidades populacionais de peixe alcançassem o RMS representaria para Portugal: - Mais 2.615 toneladas de desembarques adicionais – o suficiente para suprir o consumo de pescado anual de 42.804 cidadãos portugueses ou 113.710 cidadãos

europeus. - Mais 7,6 milhões de euros de receitas líquidas. - Que possibilitariam mais 660 postos de trabalho. Em Portugal existem 8236 embarcações de pesca e 16.773 postos de trabalho no setor pesqueiro. E o total anual de capturas de Portugal é de 214.779 toneladas. Verificamos que para outras frotas é recomendado aumentos de quotas de 5 a 10%, mas para Portugal 2.615 toneladas representa apenas 1,25% de aumento.

Saco com peixe na pesca da arte xávega

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Governo Ameaça a Pesca da Sardinha As Organizações de Produtores (OPs) ArtesanalPesca, Barlapescas, Olhãopesca e Sesibal estão contra o Despacho nº 2179-A/2015, de 27 de Fevereiro, o qual decreta reduzidas quotas de pesca da sardinha que provocam a destruição das condições mínimas de sustentabilidade de um sector que apresentou resultados positivos em 2014. ainda recebidas pessoalmente, em momentos distintos, pelos deputados do PS e CDS-PP, Jorge Fão (6 MARÇO) e João Paulo Viegas (26 MARÇO), respectivamente, membros da Comissão Parlamentar de Acompanhamento da Sardinha.

E

stas organizações de pescadores estão contra a referida resolução do Governo, que se encontra actualmente em vigor, dita quotas demasiado restringidas para a pesca da sardinha, uma imposição que vai tornar a pesca desta espécie insustentável. As quotas autorizadas trarão consequências imediatas ao sector, com prejuízo para a actividade destas organizações de pescadores. Efeitos que serão sentidos a curto prazo na quantidade e preço da sardinha no mercado nacional e que se conduzirão ainda a precárias condições de sustentabilidade do sector. A curto prazo são previsíveis, como reflexo daquela medida, a possibilidade de dispensa de trabalhadores, o prejuízo na ordem das centenas de milhar de euros, e a perda da competitividade de um sector que apresentou resultados positivos nos anos anteriores. No entender de Carlos Macedo, director da OP Artesanal Pesca, “queremos tor18

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nar pública esta discussão e posição do Governo que acreditamos não servirem o sector (desde os barcos até à industria) e serem um entrave à actividade económica. Qualquer pessoa que conheça a forma como está a ser conduzido este processo percebe que as quotas decretadas não permitem a continuidade da actividade, não dignificam o sector e não defendem os interesses nacionais.” Acrescentando, “A acta da reunião tida entre o sector e o Governo em 27/02/2015, e que antecedeu em dois dias a publicação do despacho, expõe com clareza que a decisão ministerial de definição e repartição das quotas entre as OPs se encontra mal fundamentada e sem justificação plausível” Governo Espanhol defende os seus pescadores A somar à má gestão do processo por parte do Governo português, que aparenta igno-

rar as consequências nefastas do despacho na regular actividade das OPs e na gestão no terreno, o Governo espanhol publicou em o”Boltín Oficial del Estado” (9 de Janeiro de 2015), uma autorização para que os pescadores do cerco espanhóis possam realizar uma captura mensal de até mil toneladas por mês até final do ano (10M Ton/ano). É uma decisão unilateral e em claro desrespeito pelo acordo histórico estabelecido a nível ibérico e que penaliza Portugal, por reduzir a possibilidade de pesca das OPs portuguesas e poder conduzir à alteração da chave de repartição entre os dois países. Perante uma posição do Governo português que não valoriza a actividade do sector, as OPs a sul de Peniche reuniram-se durante o mês de Março com diversas entidades do sector, com quem partilharam a sua posição, apresentando factos e dados concretos que justificam as suas razões contra este despacho. Foram

Resumo dos argumentos da Artesana Pesca, Barlapescas, OlhãoPesca e Sesibal 1 – Falta de consenso entre Pescadores do cerco. 2 - Iniquidade de tratamento entre os diferentes intervenientes no processo. 3 - A ANICP (Associação dos Industriais de Conserva) manifestou ser contrária a repartição da quota por OP. 4 - A ANOPCERCO (Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco) não manifestou posição, uma vez que existem, nas entidades que a representam, opiniões divergentes. 5 – Também os restantes membros que integram a CPAS, designadamente IPMA, DOCAPESCA e DGRM, não tomaram uma posição clara quanto à matéria. 6 – A administração portuguesa parece não defender a actividade da sua frota, contrariamente à posição espanhola de defesa dos seus Pescadores. 7 – O despacho promove a diferenciação entre embarcações em função da OP em que se inserem. 8 – Foi a condução do processo de forma precipitada e pressionada, por parte da administração, que conduziu à produção do despacho. 9 – As campanhas científicas de avaliação do recurso produzem informação incorrecta. 10 – Redução de mercado.


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Electrónica

Notícias Nautel

O que São e para que Servem os “Jackplates”

Depois de ler este título estará o leitor já provavelmente curioso sobre o que isto possa ser.... Um “jackplate” é um suporte de montagem especialmente projetado para um motor fora de bordo, à popa, que permite elevar ou baixar o motor verticalmente.

O

u seja, posiciona-se o motor no painel de popa no ponto onde ele tenha uma prestação otimizada para determinados objetivos. Aqui estão quatro razões muito boas, sobre o que um “jackplate” pode melhorar na sua embarcação: Embarcação passa a ter maior velocidade Um “Jackplate” elevará o 20

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Electrónica

seu motor posicionando o hélice para mais perto da linha de água. Isto remove muita água da parte inferior reduzindo o atrito e assim aumentando a velocidade do barco. Complementarmente, nalgumas situações, o “Jackplate” ao elevar o motor, coloca o hélice em águas mais límpidas, sem perturbações, permitindo que o motor trabalhe mais eficientemente. Navegar em águas baixas Com seu motor em cima e o hélice mais perto da linha de água, pode também entrar e navegar zonas com pouca profundidade de água. Isto é especialmente bom para navegar em rias de vasta extensão, rios com pouco caudal, e em situações de pesca permite arriscar ao levar a embarcação até mais próximo das margens. Se a entrada nas águas baixas foi inadvertida e não intencional, a elevação do motor permite sair dessa zona de navegação sem danos no motor ou no hélice.

a pilotagem ou manobras Ter o motor para cima e afastado da popa faz melhorar a manobrabilidade da embarcação. No oposto, ao colocar seu motor mais para baixo, numa situação de turbulência das águas, o motor ficará com mais tração reforçando-se também o controlo da mes-

ma nessa circunstância. MELHORAR a economia de combustível Levantar o motor por via do “Jackplate” faz reduzir o atrito na água e como o hélice se afasta também um pouco da popa, foge á turbulência de água que aí se concentra durante o an-

damento da embarcação . Portanto, ter menos atrito significa que se vai consumir menos combustível. A Seastar é uma especialista e líder neste tipo de sistema. Existem versões manuais e hidráulicas. As hidráulicas vêm com um interruptor que permite os ajustes em tempos tão curtos quanto 8,5 seg.

É possível aprofundar o conhecimento nestas soluções e suas muitas outras vantagens, em: www.seastarsolutions.com/products/jack-plates/detwiler-products/. Distribuidor oficial para Portugal: www.nautel.pt

Facilitar

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Náutica

Teste Jeanneau Merry Fisher 855 Marlin com 2 x Yamaha F200G

Texto Antero dos Santos

Topo da Gama Marlin Enfrenta o Mar

O Merry Fisher 855 Marlin que testámos em Varazze na Itália mostrou, a navegar contra um mar batido de vento, todas as características de um verdadeiro “SUV do mar”, equipado com dois dos motores da nova geração Yamaha, o F200G.

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Náutica

Jeanneau Merry Fisher 855 Marlin com dois Yamaha F200G

O

Merry Fisher 855 Marlin foi escolhido pela Yamaha para testar o motor F200G, um sofisticado modelo com engrenagem e acelerador electrónicos, fornecendo uma

potência de 400 HP, a máxima indicada pelo estaleiro e que garante uma segurança maior, sempre que se navega, principalmente, no mar. Merry Fisher 855 Marlin,

um polivalente para todo o serviço Se houvesse um campeonato de polivalência entre embarcações de recreio, esta embarcação construída pelo reputado estaleiro francês

Jeanneau, seria certamente o barco campeão. Quando o estaleiro iniciou a linha Marlin, com o pequeno 6 Marlin, na gama Merry Fisher, a tradicional gama de barcos pescadores, foi uma clara aposta de servir o me2015 Abril 340

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Náutica

Como não há porta atrás o aproveitamento do poço é total

lhor possível os adeptos da pesca desportiva, mas com o duplo objectivo de agradar igualmente aos familiares que não pescam, mas gostam de passear e pernoitar nos barcos nos fins-de-semana e nas férias.

A cabina no tipo de traineira, não serve apenas para dar estilo pesqueiro ao barco, ela apresenta enormes vantagens funcionais. Em primeiro lugar é a facilidade de acesso ao exterior da embarcação, pelas por-

tas laterais. Para o piloto, a rapidez de aceder à proa ou à popa, para qualquer tipo de manobra urgente, é fundamental. A vantagem de não ter a porta atrás é o aproveitamento total do espaço do

poço, pois no sítio da porta tem um banco que fica à sombra da pala do tejadilho. O tipo de cabina à frente é melhor que numa traineira. Tem um banco duplo junto da proa que dá para estar-se sentado à pesca ou esperar calmamente para se fazer as manobras de fundear, pois fica junto do porão do ferro. O pára-brisas inclinado

O Merry Fisher 855 Marlin tem um casco adequado à navegação no mar 24

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Náutica

Interior da cabina

para dentro em baixo, tem a vantagem de não reflectir à noite no vidro os aparelhos de electrónica e quando chove a água escorre e os vidros limpam-se melhor. O poço é convertível rapidamente num espaço excluivo para pescadores, ficando todo desimpedido, ou, para os passeios familiares, pode-se montar um banco à popa e uma mesa ao meio.

O solário no poço

Os topos da borda do poço estão guarnecidos em madeira de teca e têm os porta canas dos pescadores. Nas paredes do poço encontram-se prateleiras. À volta, em todo o poço junto à borda, a parede está almo-

fadada, servindo assim para apoiar as pernas dos pescadores nos lançamentos, ou como encosto, quando se está sentado nos bancos. A cabina tem no convés superior o salão atrás e o posto do comando à frente a

estibordo. O piloto e o copiloto têm bancos individuaia muito confortáveis e giratórios. Atrás fica um banco corrido. À frente a bombordo encontra-se uma cozinha com fogão, frigorífico e lavatório. Ao

O Merry Fishrer 855 Marlin tem excelente circulação do poço para a proa 2015 Abril 340

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Náutica

No poço existe um banco encostado à cabina e outro à popa

meio pode-se montar uma mesa para as refeições. Na coberta inferior existem cabinas e o quarto de banho com duche. Foi para melhor satisfa-

zer o espírito de polivalência nesta embarcação que o estaleiro dotou-o com um design moderno e para servir personalidades distintas, estão disponíveis duas ver-

sões, “Pesca” e “Comfort”, ambas com excelentes características de design ergonómico e extrema versatilidade e privilegiando em equipamento mais o con-

É um barco polivalente para a pesca ou para o cruzeiro 26

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forto para os passeios e as férias familiares. Com um casco marinheiro venceu


Náutica

O Poderoso Motor Yamaha F200G

O

As portas laterais facilitam as saídas da cabina

o mar agreste O vento SW provocava uma mareta semelhante aquela que temos na nossa costa quando está a nortada., castigando bastanto os barcos. A gama Merry Fisher tem um casco alto à proa, um V evolutivo e os planos de estabilidade laterais bastante salientes atrás, facilitando o apoio do casco na água atrás e a saída da água nos arranques, com planagens rápidas. Por isso, O Merry Fisher 855 Marlin com os dois Yamaha F200, no teste de arranque, em 5,5 segundos o barco já planava a fazer 11,5 nós e chegou aos 15 nós em

6,3 segundos. Com o tipo de casco que tem, no mínimo de velocidade a planar o barco manteve-se às 3.000 rpm a fazer 11,4 nós No teste de aceleração até às 5.000 rpm atingimos em 8 segundos a velocidade de 27 nós, Em velocidade de cruzeiro às 4.000 rpm o barco manteve-se nos 23,4 nós. Numa zona com o mar calmo testou-se a velocidade máxima e o barco atingiu 38,3 nós às 6.000 rpm. A grande vantagem deste barco em relação a outros que estavam a ser testados também, é que dentro da cabina ninguém se molhou,

O Merry Fisher 855 Marlin é um barco compacto e possante

Yamaha F200G, que estava montado no Merry Fisher 855 Marlin é um motor com engrenagem e acelerador controlados electronicamente, através de drive-by-wire. Existe também o modelo F200, com engrenagem e acelerador mecânicos regulares. O Yamaha F200G é mais um membro da gama de motores fora de borda da marca japonesa, com sistemas muito sofisticados tecnologicamente. Trata-se de um 200 HP bastante leve que incorpora muitas características novas e inovadoras nesta classe de potência. O F200G oferece o poder de um 200 HP, mas está mais próximo em tamanho e peso do Yamaha F150 e fornece por isso uma relação potência/peso excepcional. O motor com 2.785 cm3 de cilindrada, tem 4 cilindros em linha com árvore de cames variável (VCT), 16 válvulas e o peso de apenas 226/227 Kg. Pesa menos cerca de 50 kg que o anterior F200, do qual é 18% mais leve e igualmente fiável. Para que isto fosse possível, o motor emprega tecnologia de economia de peso por toda parte o que também ajuda a melhorar a eficiência de combustível e igualmente, o desempenho em qualquer barco. Deste modo, o F200G e o F200 estão adequados para uma ampla gama de embarcações. Este Yamaha beneficia dos mais recentes avanços tecnológicos feitos pela Yamaha, tal como o Sistema de Protecção AntiRoubo Yamaha (Sistema YCOP), a capacidade de ajuste variável das RPM para a pesca ao corrico, um novo e redesenhado Sistema de Amortecimento na Engrenagem (Sistema SDS - Shift Dampener System) na hélice e um limitador do tilt.

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Náutica

Espaço bem aproveitado à frente da cabina com um amplo banco

mesmo quando as ondas passavam por cima. E com um toque no limpa-pára-brisas o vidro ficava logo limpo. O Piloto vai comodamente sentado com excelente visibilidade a toda a volta. Como os motores montados eram os F200G com engrenagem e acelerador controlados electronicamente através do “drive-by-wire”,

o piloto beneficia de um amplo display onde tem toda a informação que precisa para navegar. Quanto ao consumo, medidos pelos engenheiros da Yamaha, no mínimo às 1.000 rpm os dois motores gastaram 1,3 litros à velocidade de 4,4 nós. Quando acelerados ao máximo, consumiram 3,9 litros e em velocidade de cruzeiro gastaram 2,4 litros.

Características Técnicas

No cálculo de autonomia, o Merry Fisher 855 Marlin com o depósito de 400 litros, às 4.500 rpm e à velocidade de 27,5 nós, pode navegar 440 milhas.

Resta salientar que, com as condições de mar que estavam, o Merry Fisher 855 Marlin mostrou um desempenho muito confortável e bastante seguro.

Performances Tempo de planar

5,5 seg.

Aceleração às 5.000 rpm

27 nós em 8 seg.

Velocidade máxima

38,3 nós às 6.000 rpm

Velocidade de cruzeiro

23,4 nós às 4.000 rpm

Mínimo a planar

11,4 nós às 3.000 rpm

3.500 rpm

17,9 nós

Comprimento

8,25 m

4.000 rpm

23,4 nós

Comprimento do casco

7,95 m

4.5000 rpm

27,5 nós

Boca

2,97 m

5.000 rpm

31,1 nós

Calado

0,59 m

5.500 rpm

34,8 nós

Peso sem motores

2.650 Kg

6.000 rpm

38,3 nós

Deósito combustível

400 L

Depósito água doce

100 L

Camarotes

2

Lotação

10

Categoria CE

C-10

Motores em teste

2XYamaha F200G

Preço barco / 2XYamaha F200G

A partir de 107.500 e com IVA

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Electrónica

Notícias Nautiradar

Novo Rádio Fixo VHF ICOM com AIS A novidade da ICOM é o rádio fixo de VHF IC-M506EURO com recetor AIS integrado e conectividade NMEA 2000.

S

implesmente excepcional, o novo rádio de VHF compacto e à prova de água (IPX-8), com DSC classe D. Graças ao “plug-and-play” NMEA 2000, o IC-M506Euro pode ser facilmente conectado a uma rede NMEA 2000 e interligado com outros equipamentos. E muito mais: É possível gravar os dois últimos minutos da última chamada de voz automaticamente. É possível ouvir a gravação e ter a certeza que não perde nenhuma chamada. Cancelamento de ruído activo Com a tecnologia DSP, o circuito de cancelamento bidirecional de ruído activo proporciona um desempenho de áudio superior. Reduz o ruído do sinal recebido até 90%, enquanto que o ru30

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ído do sinal transmitido será atenuado até 30%. Também pode desactivar esta função, se necessário. Interface intuitivo do utilizador As funções intuitivas atribuídas às teclas permitem controlar o rádio simples e rápidamente. O grande LCD de 132x96 pixels, faz com que seja extremamente fácil de ler menus e informações do GPS, AIS e DSC. Opcional Commandmic HM-195B/SW O opcional HM195B/SW Commandmic permite uma segunda estação operacional para usar o transceptor num lugar diferente daquele em que o mesmo está instalado. A maioria das funções podem ser controladas remotamente, incluindo o DSC e o AIS. Além disso, o Commandmic pode ser usa-


Electrónica

do como intercomunicação com o IC-M506 Euro. Proteção IPX8 O IC- M506Euro passou todos os testes exigidos pelas especificações IPx8. (profundidade de 1m durante 60

minutos). Megafone de 25W bidirecional Quando o IC-M506Euro está ligado a um altifalante externo é possível comunicar com as pessoas na ponte ou

no convés através do microfone do rádio e você pode ouvir a resposta das pessoas que falam no altifalante. Acessórios incluídos: HM-205B Microfone de mão

cabo de alimentação DC Suporte de montagem Para mais informações sobre este equipamento ou como obter a sua unidade contacte a Nautiradar ou o representante Nautiradar. www.nautiradar.pt

Os Novos Steiner Commander 7x50C e 7x50 Inquebráveis, Sem Paralelo e Indispensáveis

S

ão os predicados para estes novos Commander no que diz respeito à tecnologia e inovação. Com óticas de alta definição, a bússola analógica mais precisa existente em binóculos, bem como, a ótima combinação entre funcionalidade, robustez, precisão e conforto, sem dúvida que estes Commander marcam uma nova era O modelo com bússola é líder de mercado. Bússola com 40mm de diâmetro HD-Stabilized, com excelente funcionamento mesmo nas condições mais adversas. Com retícula integrada torna fácil tirar o azimute e calcular com exatidão a distância ou a dimensão do objeto, fatores que dão uma confiança acrescida e segurança máxima quando se navega mo mar alto. Com campo de visão XL, o desempenho da ótica destes Commander permite a melhor visão panorâmica, seja qual for a situação. O campo de visão foi maximizado 12% até 145 m /1000m. Significativamente mais luminosos e com imagens mais definidas. Características: Commander 7x50C e Commander 7x50 - Amplificação: 7 x - Diâmetro da Objetiva: 50 mm - Peso: 1190 gr com bússola e 1090 gr sem bússola - Temperaturas extremas: Entre -40ºC e + 80ºC - Pupila de saída: 7.14mm - Luminosidade: 51.02 - Fator “Twilight”: 18.70

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Notícias do Mar

Notícias Chaparral

Chaparral Vortex Jet Boats Ganha Prémio Inovação NMMA A nova Plataforma Aérea de Surf da linha Vortex da Chaparral (ASP) foi premiada com o Prémio de Inovação da National Marine Manufacturers Association (NMMA).

Jim Lane – President Chaparral Boats, Ann Baldree – VP of Sales, Chaparral Boats & Thom Dammrich, President NMMA

O

prémio foi anunciado no dia 12 de Fevereiro de 2015 no Miami International Boat Show. “Os jet boats da Vortex estão a revolucionar o mundo dos barcos a

jato”, disse o Presidente da Chaparral, Jim Lane. “O interesse no wake surf está a aumentar como um desporto aquático. A ASP e este prémio vieram provar que se pode apreciar o wake surf com todos os

benefícios que uma unidade de jato oferece com uma fração do custo dos barcos de surf tradicionais.“ De acordo com Mike Fafard, VP de Engenharia, “Foi emocionante trabalhar no projeto da ASP com a minha equipa de design. Nós percebemos o desafio de sermos os pioneiros do wake surf com o poder a jato. Os resultados foram bem descritos pelos pilotos profissionais que ficaram surpresos com a excecional esteira de surf”. A nova plataforma aérea de Surf é o complemento, que reavivou o wake, tornando a esteira mais profunda e mais propícia para este desporto que está a crescer rapidamente. “Quando se trata de desempenho global e diversão para a família é difícil

243 VRX com a ASP2 32

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combater um Vortex”, disse o Fundador da Chaparral, Buck Pegg. “A nossa nova forma de moldar a esteira com a Plataforma Aérea de Surf é uma tecnologia verdadeiramente inovadora que vai levar a uma reviravolta nos desportos aquáticos.“ Os Prémios de Inovação, organizados pela NMMA e julgados pela Boating Write’s International, reconhece os produtos que melhor atendam aos seguintes critérios: distinção inovadora de produtos atualmente fabricados; beneficiar a indústria naval ou do outros consumidor; praticidade; relação custoeficácia; e disponibilidade para o consumidor no prazo de 60 dias do recebimento de premiação.

2015 Innovation Award Trophy


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Notícias do Mar

Um Olhar Sobre o Tejo

Texto Carlos Salgado

Mais Tejo, Mais Futuro

A principal finalidade deste novo Congresso do Tejo, o terceiro, que será realizado em Outubro de 2016, é o de que o debate seja alargado a toda a bacia hidrográfica e mais participado ao nível local e regional.

D

ez anos após a realização do segundo Congresso do Tejo, em Outubro de 2006, é de todo o interesse fazer uma análise e crítica (diagnóstico) do Tejo, que é muito mais do que o rio, do 34

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que foi feito e não foi, do que se devia fazer e não se fez ou ficou por fazer, e o que o impediu durante esse período. Para consegui-lo este congresso é precedido por um Ciclo de Conferências do Tejo durante o biénio 20152016, para que durante os

trabalhos os participantes façam uma avaliação realista da situação, dêem ideias, façam sugestões para que sejam encontradas possíveis soluções para os problemas. Para além desse diagnóstico estas conferências

servem também para repor o Tejo no mapa e dar-lhe visibilidade nacional e internacional, dando a conhecer o seu estado real com actualidade, e para conseguir também despertar as consciências, atrair as atenções, sensibilizar os cidadãos e a


Notícias do Mar

III em Outubro de 2016, congresso esse que terá o superior desígnio de conseguir encontrar soluções realistas, com actualidade, e de apontar caminhos para um futuro sustentável e sustentado do Tejo, ou seja MAIS TEJO, MAIS FUTURO. Este congresso é de sinal MAIS, um sinal de desenvolvimento, de progresso, de benefício, de valor acrescentado, de algo melhor, de alavancar algo, porque o MAIS é uma mensagem mobilizadora de vontades, de mudança, de inovação, de transformação para melhor, de união de esforços, alimentadora de diálogos e consensos, de estabelecer pontes, de obviar rupturas, de desafios para a implementação de melhores estratégias para corrigir, criar, arriscar, empreender, enfim, tudo aquilo que possa concorrer positivamente para melhorar e enriquecer o nosso Tejo, MAIS TEJO, para além de procurar descobrir o rumo certo para que ele tenha um futuro melhor, MAIS FUTURO. Todos estes

ingredientes podem concorrer para mudar o Tejo para melhor desde que usados com conta, peso e medida, sob uma orientação com rigor, com a finalidade de definir e interpretar melhor a realidade do Tejo, para o que deve considerar-se o conjunto do rio e da sua bacia como um todo, como um produto de qualidade ( the product, em termos de marketing), com as suas características intrínsecas e os seus atributos e potencialidades, cuja fórmula é composta pelos mais variados componentes que intervêm no sistema de uma forma quer vertical, quer horizontal. Este congresso só consegue obter êxito, como é seu desígnio, com o envolvimento de MAIS: autarcas, especialistas nas várias vertentes do universo do Tejo, gestores qualificados, empresários e empreendedores para num debate construtivo conseguirem encontrar as melhores soluções para va-

lorar, proteger e valorizar o Tejo como recurso económico, cultural e ambiental único, à luz dos tempos actuais e de um futuro em perspectiva, do que resultará: MAIS TEJO, MAIS FUTURO. É indispensável contar com o apoio dos parceiros públicos e privados, directa ou indirectamente ligados o rio Tejo e à sua bacia hidrográfica, com os quais estão a ser estabelecidos contactos para viabilizar a implementação das formas e medidas mais adequadas e eficazes para que este congresso, mais um congresso do Tejo, consiga obter concretamente, como é seu desígnio, MAIS TEJO, MAIS FUTURO.

quem de direito, porque ninguém se interessa por aquilo que desconhece ou foi ignorando. Após a conclusão do Ciclo de Conferências, previsto para Maio de 2016, um Conselho Interdisciplinar de Especialistas fará uma avaliação das conclusões desses trabalhos e delas será extraído um conjunto de matérias com especial interesse para levar ao Congresso do Tejo 2015 Abril 340

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Notícias do Mar

O Tejo que Queremos

Entrevista Carlos Salgado

Notável Obra Feita no Tejo O meu convidado é o senhor Alberto Mesquita, Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

Presidente Alberto Mesquita

I

nteressado em saber mais sobre o Tejo que queremos, comecei por perguntar o seguinte: C.S. - Considerando que o município a que preside tem demonstrado uma grande dedicação ao Tejo, com uma notável obra feita, entre outras, da requalificação das frentes de água da sua extensa orla ribeirinha, a que se deve essa determinação que honra a relação histórica do concelho com o rio que lhe deu vida? A.M. - A determinação que presidiu à aposta na requalificação da frente ribeirinha do Concelho de Vila Franca de Xira teve por base justamente a vontade de honrar a relação que refere, do Concelho com o Rio, devolvendo-o à população. Temos um belíssimo plano de água a que durante muitos anos 36

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foi difícil aceder para usufruto da população, uma vez que o seu uso era predominantemente fabril e económico. Foi o facto de verificarmos que estávamos perante um desperdício deste recurso, enquanto valência de contemplação, lazer e desporto, que nos levou a apresentar candidaturas aos fundos comunitários europeus a fim de podermos tirar o melhor partido dele, nestes aspetos. Consideramos que foi uma aposta bem-sucedida, uma vez que são centenas as pessoas que todos os dias fruem desta requalificação, que permite um contacto tão próximo com o rio e com a paisagem envolvente, da lezíria e do Estuário do Tejo, a caminhar a pé ou andando de bicicleta. São efetivamente novos caminhos que demos a descobrir às nossas populações, e de outros pontos do País, enriquecidos com a construção de equipamentos culturais, como a “Fábrica das Palavras”, inaugurada no passado mês de Setembro – uma moderna biblioteca e equipamento cultural que está já a afirmar-se na Área Metropolitana de Lisboa como uma refe-

Fábrica das Palavras junto ao Cais de Vila Franca de Xira


Notícias do Mar

rência; dois novos equipamentos sobre e para a cultura Avieira (um em Vila Franca de Xira e outro na Póvoa de Santa Iria) e um Centro de Interpretação da Paisagem. São equipamentos que permitem conhecer melhor a nossa cultura e a nossa história. Além disso, a requalificação inclui ainda diversos parques de desporto e lazer, com apoio de cafetaria, fomentando um estilo de vida mais saudável e socialmente preenchido. Para o futuro, ambicionamos estender esta requalificação à zona Norte do Concelho; ligar ainda alguns pontos entre os caminhos já existentes e ainda conectar a zona sul do Concelho até Lisboa, à área do Parque das Nações. Este último projeto terá de ser realizado em parceria com os Municípios de Loures e Lisboa e só poderá ser concretizado com o financiamento de fundos comunitários. A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira já está a desenvolver trabalho para con-

cretizar todos estes objetivos. C.S. – Para além da atividade náutica considerável, o Município a que preside está recheado de valências importantes, quer da paisagem quer da biodiversidade, quer do património cultural, material e imaterial. O que tenciona fazer para potencializar essas valências para um destino turístico de referência, que crie riqueza e emprego? A.M.- O potenciamento de Vila Franca de Xira enquanto destino turístico foi uma das principais metas a que me propus quando me candidatei a Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. O Concelho tem efetivamente um vasto número de qualidades e características que lhe conferem uma identidade muito própria e o tornam único na Área Metropolitana de Lisboa. Estamos já a trabalhar em diversas frentes para concretizar este objetivo. Por um lado, junto das entidades oficiais e particu-

Caminho ribeirinho de Alhandra a Vila Franca

larmente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa com uma atitude de maior participação e sensibilização para que se conheça melhor o que temos para oferecer, até para complementar o eixo Lisboa – Sintra – Cascais, que tem uma preponderância muito forte como destino turístico. Por outro lado, o nosso Setor de Turismo está a explorar novos caminhos que ofereçam novas possibilidades de fruição e estadia no nosso território, num trabalho que requer também um grande envolvimento e parceria com os privados. Sabemos que existem potencialidades que não estão a ser devidamente aproveitadas e a Câmara Municipal pretende constituir-se como um polo incentivador de investimento e um parceiro para a concretização de novos projetos. Estas diversas possibilidades existem, quer ao nível do nosso principal fator diferenciador cultural - o campo e a Lezíria, nas

suas vertentes taurina, equestre e agrícola; quer ao nível da relação com o rio Tejo; quer ao nível do património edificado; quer ao nível gastronómico e mesmo ao nível da nossa zona de montes, de grande beleza paisagística. No campo gastronómico, sublinho o trabalho que estamos a desenvolver este ano, no âmbito da Campanha de Gastronomia “Março, Mês do Sável”, A autarquia pretende impulsionar a marca “Sável” e para isso promoveu um seminário dedicado ao tema, no dia 21 de março. Vila Franca de Xira é um dos concelhos mais reconhecidos por este fenómeno gastronómico, o qual é parte integrante e inequívoca do seu património identitário. O objetivo não se limita a promover a campanha mas, sobretudo, a incentivar a uma maior envolvência dos munícipes. O seminário contou com um momento de Show Cooking, com a participação do reconhecido Chef Hélio Loureiro.

O barco Varino da Câmara Municipal de Vila Franca De Xira 2015 Abril 340

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Notícias do Mar

O Voo do Guarda-Rios

Texto Carlos Salgado

Tejo Tem de Voltar a Ser a Principal Estrada Líquida de Portugal O Tejo foi usado desde sempre como uma estrada líquida de ligação do Norte com o Sul, de jusante para montante e em sentido contrário, e foi o meio de penetração a partir do mar para o interior da Península Ibérica, bem assim como, foi e continua a ser a partir dele que se vai para o Mundo.

A

ligação do homem ao rio manifestouse desde muito cedo, porque o rio contribuíu decisivamente para a sua subsistência, para as trocas comerciais e também para a elevação do seu nível económico e social. Motivado por isso, o homem criou e desenvolveu grupos sócio-profissionais ligados ao rio e à navegação como, carpinteiros de machado, calafates, barqueiros, pescadores, valadores, cordoeiros e outros artífices. A navegabilidade do Tejo no território onde é hoje Por38

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tugal favoreceu a criação e o desenvolvimento de importantes portos que deram origem a grandes centros urbanos como Lisboa, Santarém e Abrantes, entre outros, que desempenharam um papel relevante na história marítimo-fluvial do país. Desde tempos remotos que uma multidão de barcos com os cascos de variadas formas e tamanhos faziam o transporte de mercadorias, pessoas e bens numa labuta constante, rio abaixo, rio acima, e entre margens, que enchiam o Tejo de velas multicolores. O Tejo era

um rio vivo e vivido e as populações ribeirinhas tinham com ele uma grande intimidade, e ele fazia parte das suas vidas. O estuário estava pejado de embarcações e nos cais a labuta era árdua e intensa e sobretudo na era dos Descobrimentos Portugueses, séc. XV e XVI, Lisboa foi o porto da Europa com maior movimento, destaque e riqueza. Quando os barcos subiam o rio até à fronteira, quando o vento faltava e o serviço tinha que ser cumprido, a deslocação era feita à vara, ou a reboque da

pequena chata a remos ou ainda à sirga, que era uma prática para fazer progredir o barco por meio de um cabo amarrado à proa e passado a terra, cabo esse que a tripulação puxava da margem caminhando em cima dos chamados muros ou caminhos da sirga quando os havia, muros esses que o homem construiu para o efeito e dos quais ainda hoje se encontram alguns vestígios. O progresso, com a chegada do cominho de ferro e posteriormente o transporte rodoviário de mercadorias contribuíram


Notícias do Mar

para que o transporte fluvial fosse menos utilizado até à sua quase extinção, o que não sucedeu nos países desenvolvidos da Europa que continuam a utilizá-lo com um comprovado benefício económico, e contribui para descongestionar os portos de mar levando as mercadorias ao interior dos países, conforme os exemplos que temos vindo a dar em crónicas anteriores. Por reconhecer as vantagens desta modalidade de transporte a União Europeia decidiu incrementálo através de um programa, Naiades II, dando incentivos consideráveis aos países membros. As novas tecnologias da hidráulica conseguem transformar com facilidade, e a custo muito inferior ao da construção de uma auto-estrada, um rio meandrado ou com cachoeiras e cascatas, numa estrada segura.

Navegar é preciso Muitos rios são hoje utilizados, em larga escala e com sucesso, para o turismo náutico lúdico-cultural e da natureza. A Tagus Vivan em 2012 criou um projecto a que chamou Viver o

Tejo mas que, para não ser confundido com outros que apareceram posteriormente com o mesmo nome ou semelhante, intitulou-o de “Tejo Vivo”, sobre o qual falaremos no próximo número

deste jornal. Tejo só voltará a ser um Rio Vivo e Vivido, e a contribuir para o desenvolvimento económico da sua bacia e do País, se for Navegável.

Viver o Tejo de dentro para fora 2015 Abril 340

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Notícias do Mar

O Tejo a Pé

Montejunto, Serra Acima Entre o Rio e o Mar Os caminhantes do Tejo a Pé trocaram desta vez as planícies pelo desafio da montanha. Tarefa um pouco mais difícil, superada com distinção. A meteorologia foi clemente e ajudou ao esforço.

Andar faz bem. 40

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ão foi exactamente a subida aos céus, nem esteve perto disso. Mas não deixou de ser um desafio levado a sério pela meia centena de participantes na caminhada de 22 de Março do colectivo Tejo a Pé pelas serranias de Montejunto. Um sol ligeiramente “envergonhado” acolheu os participantes, que se concentraram ao começo da manhã junto às instalações do Centro de Interpretação Ambiental da Serra de Montejunto. Dinis Duarte, vereador da Câmara Municipal do Cadaval já ali estava. O senhor Sérgio, guia da caminhada, também. Feitas as apresentações e dadas as boas vindas, meteram-se pés ao caminho, num percurso que coincidia parcialmente com alguns dos trilhos marcados das pequenas rotas existentes na área. Já se sabia de antemão que o caminho apresentava um grau de dificuldade um pouco superior às últimas caminhadas, com algumas subidas relativamente “intimidantes” – mas nada que fizesse esmorecer os participantes. As naturais diferenças de ritmo de caminhada, que caracterizam estas pequenas aventuras, não foram problema e todos chegaram ao fim. Este maciço calcário, que se ergue de forma imponente en-

Texto Carlos Pessoa Fotografia José L. Diniz

tre o vale do rio Tejo e o mar, reparte-se pelos concelhos de Alenquer e Cadaval, que fazem a gestão repartida da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto (uma área protegida de âmbito regional) desde 1999, em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Tendo quase sempre em pano de fundo o complexo das antenas militares e de comunicações civis no topo da serra, a caminhada processou-se através de terrenos cobertos com vegetação rasteira muito bem adaptada às condições locais, caracterizadas por escassez de água e amplitudes térmicas muito acentuadas. Curtas paragens cirúrgicas em pontos altos, para promover o reagrupamento e permitir a recuperação de energias, tornaram possível a exploração visual das áreas circundantes. Foi o que aconteceu na Penha do Meio Dia, junto ao marco geodésico, e mais à frente no Moinho do Céu, o ponto mais alto daquela região. Alguma neblina que ia começando a instalar-se não escondeu a espectacularidade da paisagem, como só é possível sentir nas montanhas. No regresso ao ponto de partida, um agradável parque de merendas com bar de apoio foi o local escolhido para o habitual piquenique. A meteorologia continuou a favorecer os participantes,


Notícias do Mar

A geóloga Cristina Rito contou alguma da história destas pedras.

Os trilhos marcados levam-nos aos melhores lugares de forma segura. pois a chuva só começou a cair quando o repasto estava praticamente no fim – mero detalhe que em nada inviabilizou a segunda parte do programa, dedicado à visita à Real Fábrica do Gelo, mesmo ao lado do parque de merendas. Carlos Ribeiro, responsável pelo núcleo da Fábrica e um dos seus mais activos defensores e divulgadores, foi o guia e proporcionou as indispensáveis explicações.

Em boa hora classificada como Monumento Nacional (1997) e alvo de intervenção pela autarquia do Cadaval e pelo Instituto do Património Arquitectónico e Arqueológico, a Fábrica do Gelo foi inaugurada em Março de 2011. Desde então, tem portas abertas para dar testemunho de uma original e singular tecnologia de produção de gelo, aqui instalada no final da primeira metade do século XVIII, ao que se diz por do-

O enorme reservatório do gelo.

minicanos, para fornecer gelo à capital durante o Verão. O processo de fabrico começava no final de Outubro, com o enchimento de água dos cerca de 44 tanques da instalação. Formado o gelo, o guarda da fábrica deslocava-se à aldeia vizinha de Pragança e, com uma corneta, acordava as pessoas. Antes do nascer do sol, num trabalho muito duro, partiam as placas de gelo, amontoando os fragmentos e carregando-os para os silos de armazenamento, onde ficavam até à chegada do Verão. Retirado dos poços de conservação, o gelo era en-

volvido em palha e serapilheira e transportado até à base da serra, e dali até à Vala do Carregado, na margem do Tejo. A última etapa era o transporte de barco até Lisboa, fornecendo a Corte e estabelecimentos. De acordo com testemunhos locais, esta actividade terá terminado nos finais do século XIX, coincidindo com a introdução das primeiras formas de produção industrial de gelo. Terminada a visita à Fábrica Real do Gelo, seguiu-se um ameno convívio em frente de um copo e o regresso de todos a casa.

Por estas paragens, mais que boa viagem, é tudo bom. 2015 Abril 340

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Pesca Desportiva

Texto e Fotografia: Pedro Neves/Mundo da Pesca

Pesca Embarcada

Chocos no “eging” Feito a partir da Embarcação

Não é de agora que se pesca ao choco em Portugal, contudo era até algum tempo atrás uma pesca menos importante e mais profissionalizada no mundo da pesca desportiva. Mudam-se os tempos e os gostos. O “eging” Português parece estar a crescer a passos largos, estando a despertar a atenção de centenas de novos praticantes, sendo já considerada uma das atividades na pesca desportiva em franco crescimento.

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eza a história que quem experimenta fica viciado. É relatada como uma das pescas mais engraçadas e divertidas que se conhece e quem a pratica não a descura nos meses mais intensos de fevereiro a maio, sendo que esta pesca pode ser praticada todo o ano em diversos locais da nossa costa. O Inicio de 42

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época é evidenciado com eventuais grandes capturas de fêmeas de choco que caminham para dentro dos estuários e que podem chegar aos 8kg, o meio e fim com mais quantidade de capturas de tamanho inferior, encontrando-se esta maravilhosa espécie em batimétricas até aos 50 metros. Equipamentos

Já é disponibilizado em Portugal pela maioria dos fornecedores os mais diversos equipamentos para o efeito. Canas entre os 1,80 e os 3 metros, dependendo se são usadas na embarcada ou na praia, em fibra ou carbono com ações baixais e ponteiras muito flexíveis. Os carretos mais adequados para ambas as práticas rondam os modelos 4000 e 5000.

Não de todo obrigatório nem fundamental é o uso de multifilares. Contudo, se assim for opte por linhas finas 0,10 a 0,15mm e no caso do nylon trabalhe com 0,30 a 0,35. No estralho use fluorocarbono 0,40mm e optamos por usar estralhos deste diâmetro mais pois em caso de prisão permite-nos salvar mais facilmente as amostras.


Pesca Desportiva

O tamanho do estralho variará em função da aguagem. Quanto maior for a corrente menor deve ser o tamanho do estralho. Relativamente ao chumbo utilizado, este varia no “casting” em função de até onde quer chegar bem como na corrente que se faça sentir; no caso da embarcada a única preocupação é mesmo só a aguagem. Sinta sempre o chumbo no fundo seja em que circunstância for, só assim conseguirá efetuar capturas. No que toca aos destorcedores, um triplo para efetuar a pequena montagem bem como mais dois de engate rápido com alfinete um para o chumbo e outro para a amostra (Nota: existem destorcedores de engate rápido sem alfinete e com “clip”). Quanto pescamos com mais que uma cana ou linha de mão os destorcedores de “clip” são mais suscetíveis de agarrarem outras pescas por serem abertos, por isso se opta por usar de alfinete.

O “eging” Português parece estar a crescer a passos largos

Posição da Embarcação no “eging”

Amostras: palhaços O nosso mercado é abençoado de todo o tipo de palhaços (amostras) sendo os mais adequados para o choco os de chumbo exterior, o que não invalida que se venda e use também as “barrigudas” ou outros (“radares”, toneiras). Nem todos os dias os chocos vão querer as mesmas cores, provavelmente varia em função da claridade, nebulosidade, cor das águas, salinidade, entre outros (muitos) fatores. Nada

Uma das pescas mais engraçadas e divertidas que se conhece 2015 Abril 340

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Pesca Desportiva

Já há em Portugal lojas com equipamentos adequados ao “eging”

como adquirir um leque variado das mais diversas cores e tamanhos. As cores mais vendidas são eventualmente as que mais funcionam e são elas os laranjas, rosas, verdes, azuis, roxos, castanhos e com barrigas holográficas, o que não que dizer que não haja regra sem exceção. Existem outras misturas de cores das mais diversas marcas que efetivamente funcionam e muito bem. O humor dos chocos altera-se facilmente e de um momento para o outro o que quer dizer que o palhaço laranja que apanhou choco nas duas primeiras horas da manhã seja o que vai apanhar o resto do dia. Em caso de deixar de capturar de um momento para o outro vá trocando de cores até acertar. Não é difícil termos uma caixa de palhaços com mais de trinta unidade diferentes e mais dez repetidas, esta pesca assim o exige. Relativamente aos tamanhos das amostras estas

Dentro dos estuários podem chegar aos 8kg 44

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Pesca Desportiva

variam entre 1.8, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, e 4.0 sendo os mais eficazes os tamanhos 2.5, 3.0 e 3.5. Época É a partir de fevereiro que os chocos procuram os estuários com intuito do acasalamento e desova. Esta época pode ser antecipada ou atrasada em função do volume de água doce, temperatura dá água ou outras condições atmosféricas tais como ventos fortes, chuva ou ondulações, entre outras. Influências atmosféricas Se há coisa que o choco gosta pouco é de vento e temperatura da água baixa. As melhores marés refletem-se nos quartos

crescentes e minguantes pois as águas correm menos o que promove derivas mais certas e lentas. Com condições adversas esta espécie tende a enterrar-se o que dificulta a sua captura; ao invés dos chocos se deslocarem com intuito de atacar francamente as amostras, tendem apenas em lançar os seus tentáculos mais longos o que torna mais difícil a ferragem bem como arrancá-lo do fundo visto estarem enterrados.

Não se esqueça da escova de dentes

Uma das ferramentas mais importantes nesta arte é sem dúvida a escova de dentes! Sempre que perder um choco o mais provável é ter ficado com alguma parte dos tentáculos ou ventosas agarradas às agulhas da amostra. Segundo os grandes mestres desta arte enquanto não forem retiradas essas partes das agulhas mais nenhum tentará atacar a amostra. Como tal a escova de dentes é a ferramenta ideal para remoção das partes prezas.

A técnica Na embarcada, procure fazer derivas lentas mesmo que para isso tenha que usar um pequeno lastro, que pode bem ser um garrafão cheio de betão, dois ou três paralelos, etc.

O lastro deve arrastar pelo fundo fazendo com que a deriva seja mais lenta se necessário;

considere 0,4 a 0,7 nós uma velocidade simpática para esta pesca

Com um choco no palhaço, deverá recolher lentamente a linha sem parar

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Pesca Desportiva

O mercado é abençoado por todo o tipo de palhaços (amostras)

sendo os mais adequados ao choco os de chumbo exterior, que não invalida que se usem também as “barrigudas” Este lastro deve arrastar pelo fundo fazendo com que a deriva seja mais lenta se necessário; considere 0,4 a 0,7 nós uma velocidade simpática para esta pesca. No estofo da maré retire o

lastro. Só repita as derivas na mesma zona caso efetue capturas, caso contrário afaste-se alguns metros da deriva anterior com intuito de procurar mais e melhores zonas de capturas. Caso use sonda com “plotter”

Montagem para o Choco

Nem todos os dias os chocos vão querer as mesmas cores dos palhaços

Atenção à embarcação, caso se mantenha oblíqua à corrente está tudo bem 46

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Pesca Desportiva

procure nas mais diversas batimétricas, nem sempre o choco se encontra na mesma profundidade de dias anteriores, não ignore os fundões. Na embarcada pode usar tanto linhas de mão como canas. O Uso de linhas de mão é mais profissionalizado, sendo que o pescador desportivo prefere usar canas. No caso de usar canas e tendo em conta o número de pescadores que o acompanha na embarcação poderá usar entre uma e três canas (o mais usual), pode assentá-las na amurada da embarcação e verificar que a ponteira está em constante vibração, isto quer dizer que está a funcionar bem ou seja o chumbo arrasta pelo fundo. Também pode animar o palhaço, dando um ligeiro esticão como se tivesse a ferrar um peixe levantando o chumbo 30 ou 40 centímetros do fundo e deixando assentar de novo. Repita esta operação se quiser de 30 em 30 segundos para cada cana. Quando sentir pri-

Atenção à corrente, dentro dos estuários é quase sempre maior do que do vento

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Pesca Desportiva

Pedro Neves, o autor deste artigo com um belo pargo são no fundo só pode ser uma captura ou por estar preso no mesmo. No caso de verificar que o peso acompanha à medida que recolhe a linha então estamos

O camaroeiro é fundamental para não deixar fugir o choco 48

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Em caso de deixar de capturar de um


Pesca Desportiva

na presença de uma captura; deverá recolher lentamente a linha sem parar e no caso de suspeitar que estamos na presença de uma choca grande, trabalhe-a como se estivesse a trabalhar um peixe grande. No caso da apeada, como não nos encontramos à deriva, a técnica é ligeiramente diferente. Faça lançamentos longos e recolha muito lentamente, pode parar mesmo e animar o palhaço levantando do fundo por um segundo. Repita estes movimentos até sentir prisão que, quando acontecer, já sabe o que tem de fazer.

vento, contrariamente ao que acontece fora das barras (em circunstâncias normais). Inicialmente aplique o lastro num dos bordos ao centro da embarcação; nesse preciso momento vai detetar que tipo de reação de ter a embarcação face ao vento e corrente. Caso a embarcação se mantenha direita (oblíqua à corrente) está tudo bem; caso a embarcação fuja de proa, posicione o lastro mais na proa (sempre nos bordos) e caso seja de popa então aplique-o num dos bordos da popa. Aplique sempre o lastro do lado inverso ao da corrente e tal como deve(m) pescar tam-

Truques e Dicas

Se pescar com linhas de mão, use linhas mais grossas pois são mais fáceis de manobrar, ferem menos as mãos, são menos suscetíveis de enleios e mais fáceis de recuperar quando se prendem no fundo. Evite usar amostras dispendiosas na primeira deriva e ou lançamento caso não conheça o fundo. Nunca esqueça a escova de dentes. Quanto mais praticar maior será o seu sucesso. Nunca desanime. bém no lado inverso da corrente ou seja no bordo onde aplicou o lastro. A aplicação de lastro e das pescas do mesmo lado (no inverso da corrente) deve-se ao deslocamento da embarcação que será sempre mais rápido

do que as pescas e/ou lastro. As informações facultadas são baseadas em experiencias próprias e de terceiros não estando isentas de discordâncias em função de outras experiências e ou locais de pesca.

Posicionamento de lastro e pescas A máxima é: “só usamos lastro se for mesmo necessário”! Como já falámos, o lastro (peso que faz com que a embarcação faça derivas mais lentas) vai ser de uso fundamental sempre que a velocidade seja excessiva. Esta prática pode sem dúvida ter um reflexo gigante no que toca ao volume de capturas. Numa embarcação pequena entre 4 e 6 metros e peso até 1500kg, um peso na ordem dos 4 a 6kg será mais que suficiente para a fazer derivar à velocidade a que os chocos gostam de atacar palhaços (relembramos que a velocidade da deriva será diretamente igual à velocidade que a amostra se desloca). Como é sabido, dentro dos estuários a predominância é maior de corrente do que do

momento para o outro vá trocando de cores até acertar 2015 Abril 340

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Surf

Notícias da Federação Portuguesa de Surf

FPS Congratula Teresa Almeida Por Mais uma Vitória

Teresa Almeida após terminar a prova A Federação Portuguesa de Surf orgulha-se de anunciar que a atleta Teresa Almeida foi distinguida com o Prémio da LUX - Personalidades Femininas 2014, na categoria de Desporto.

O

reconhecimento da Campeã Mundial de Bodyboard enquanto personalidade do ano vem valorizar a dedicação

e talento desta desportista nacional, bem como o seu contributo para a imagem do país na alta competição mundial. Por outro lado, a distinção feita por este ór-

Teresa Almeida

gão de comunicação social reflecte a relevância conquistada pelos desportos de ondas e respectivos atletas na sociedade portuguesa.

A FPS dá os parabéns a todos os nomeados e premiados, e congratula especialmente a atleta Teresa Almeida por mais uma vitória.

Teresa Almeida, campeã do Mundo de Bodyboard 2014

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Surf

Allianz Ericeira Pro by Ericeira Surf & Skate

Tiago Pires e Teresa Bonvalot Vencem Primeira Etapa da Liga MOCHE Tiago Pires e Teresa Bonvalot venceram o Allianz Ericeira Pro by Ericeira Surf & Skate, que terminou no dia 29 de Março, primeira etapa da Liga MOCHE 2015, que se realizou com boas ondas de 1m, na praia de Ribeira D’Ilhas, Ericeira.

Tiago Pires e Teresa Bonvalot vencem primeira etapa da Liga MOCHE

A

pesar do vento, este poinbreak de direita proporcionou longas paredes para os melhores surfistas nacionais aplicarem fortes manobras, dando sequência ao surf de alta performance demonstrado ontem nesta icónica praia do surf português. Na final masculina, Vasco

Ribeiro abriu as hostilidades com uma onda de 7,5 pontos em 10 possíveis, mas Tiago Pires respondeu da melhor forma, com duas ondas de 8,35 e 8,75 pontos, a melhor do heat, onde aplicou um potente layback na finalização, que levou a praia ao rubro. A pontuação total, de 17,10 pontos em 20 possíveis, manteve-se até ao fim, tendo

Tiago Pires foi o vencedor em Ribeira dIlhas 54

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o actual tricampeão nacional e campeão mundial e europeu júnior tentado recuperar da desvantagem com várias ondas, mas sem resultado, terminando com uns honrosos 15,35 pontos. “Foi uma boa final e, com a subida do mar, tivemos ondas com mais força, o que nos permitiu fazer manobras for-

tes,” afirmou Tiago Pires. “Já não competia desde o Pipe Masters e com este nível, em ondas de manobras, talvez até há mais de seis meses. Fui ganhando ritmo competitivo ao longo do campeonato mas acusei algum cansaço. Sabia que o Vasco podia virar o heat até ao último minuto porque é um adversário bastante difícil. A minha prioridade este ano não é competir, mas vou fazê-lo sempre que se proporcionar. Deu gosto ver a praia bem composta e assistirmos a um nível de surf tão alto,” salientou. O último dia de competição começou com as meias-finais, que deram sequência às altas performances do dia anterior mas que acabaram por ter histórias diferentes. Enquanto Vasco Ribeiro dominou por completo José Ferreira, com um score total de 19,30 pontos, a melhor pontuação do campeonato, o heat entre Tiago Pires e Frederico Morais foi impróprio para cardíacos. Tiago Pires começou melhor e Frederico Morais, que esteve em destaque ao longo de todo o evento, respondeu com a melhor onda da prova, uns incríveis 9,90 pontos. Mas o surfista da Ericeira viria a mostrar toda

Teresa Bonvalot


Surf

Vasco Ribeiro só foi vencido na final a sua experiência, garantindo lugar na final com duas ondas de 8,40 e 9,60 pontos. Morais e Ferreira terminaram assim esta etapa em terceiro lugar exaequo. A final feminina foi emocionante e esteve em aberto até depois do soar da buzina, com os juízes a analisarem as últimas ondas da actual campeã nacional, Teresa Bonvalot e de Carol Henrique, para decidirem a vencedora. A meio do heat a disputa estava entre Bonvalot e Keshia Eyre, com esta última a chegar a liderar, mas a melhor onda do heat, 7,25 pontos de Bonvalot, voltou a colocá-la no primeiro lugar, onde se manteria até ao final. Carol Henrique foi segunda classificada, Keshia Eyre terceira e Mariana Assis, na sua estreia em finais da Liga MOCHE, quarta colocada. “É sempre bom começar com uma vitória,” afirmou a campeã. “O ano passado tentei ganhar aqui mas não consegui. As condições estavam difíceis por causa do vento,

mas as ondas tinham potencial para surfar. Consegui surfar bem a minha melhor onda, mas caí na finalização porque estava um pouco ansiosa. Vou dar o meu melhor este ano, tentar fazer finais e ganhar,” finalizou. A Liga MOCHE 2015 começou da melhor forma na Ericeira, lançando as bases para aquilo que se espera das restantes quatro etapas da principal competição do surf português. “Tivemos em mente a evolução da competição e dos surfistas portugueses ao longo de todo o planeamento e preparação que fizemos para a Liga MOCHE deste ano,” afirmou o presidente da Associação Nacional de Surfistas, Francisco Rodrigues. “Começámos bem na Ericeira, com um nível de surf altíssimo e vimos muitas ondas excelentes num cenário de competitividade cada vez mais visível, com a eliminação de alguns top seeds em fases prematuras. No feminino houve uma renovação

Liga Moche em Ribeira d’Ilhas na Ericeira das finalistas e podemos destacar a presença da surfista júnior Mariana Assis na final. Parabéns aos vencedores, Tiago Pires e Teresa Bonvalot”, concluiu. O Ramirez Junior Award, prémio que distinguiu o melhor júnior sub-18 em prova, foi ganho por Guilherme Fonseca, de Peniche. Já Miguel Blanco levou para casa o prémio de 500 euros da Renault Expression Session por ter realizado a melhor manobra, ao completar um aéreo reverse, fazendo jus ao que prometeu antes desta etapa. Com estes resultados, Tiago Pires e Teresa Bonvalot lideram a Allianz Triple Crown, cujo troféu será entregue aos surfistas das categorias masculina e feminina que alcançarem o melhor resultado no conjunto de três etapas: Ericeira, Costa de Caparica e Sintra. Além da competição, decorreu no primeiro dia do Allianz Ericeira Pro by Ericeira Surf &

Skate uma acção de sensibilização ambiental da Câmara Municipal de Mafra, com o apoios da Surfrider Foundation e do MOCHE, que envolveu mais de 200 crianças das escolas do concelho. A acção envolveu a limpeza da praia e baptismos de surf para os mais aplicados. Todas as etapas da Liga MOCHE têm transmissão em direto no MEO Kanal 202020; pela internet, em www.liga.moche. pt; na app mobile Surf MOCHE, bem como na RTP, através de resumos dedicados. O Allianz Ericeira Pro by Ericeira Surf & Skate é uma organização da Associação Nacional de Surfistas e da Fire!, com o patrocínio do MOCHE, Allianz Seguros, Renault, Ramirez, Red Bull, Ericeira Surf & Skate, o apoio local do Município de Mafra, os parceiros oficiais RTP, GO-S.TV e Puro Feeling, bem como os media partners Mega Hits, A Bola, Surf Portugal, ONFIRE e Beachcam, contando também com o apoio técnico da Federação Portuguesa de Surf.

José Ferreira

Frederico Morais 2015 Abril 340

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Vela

Vela Adaptada em Palma de Maiorca

Texto e Fotografia José Albuquerque

Pela Primeira Vez Portugal Fez-se Representar Numa Prova IFDS em 2.4mR Dois velejadores portugueses, Fernando Pinto e Manuel Soares, ambos em representação do Sport Club do Porto, participaram no 46º TROFEO S.A.R. PRINCESA SOFIA que decorreu entre 30 de Março e 4 de Abril no Paralympic Events & Dragon em Palma de Maiorca - Espanha.

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esta Classe paralímpica de Vela, estiveram em competição 17 atletas de 6 países, Áustria, Brasil, Espanha, Reino Unido, Noruega e Portugal. Após 8 regatas, Fernando Pinto e Manuel Soares classificaram-se em 14º e 16º lugares. Há muitas afinações a fazer e algumas a corrigir, pois é com os erros que se evolui. O mais importante mesmo, foi terem estado lá, mantido o ânimo e o foco e acima de tudo, terem aproveitado a experiência de poder partilhar as mesmas águas com a campeã paralímpica Helena Lucas, medalha de ouro 2012 e o 56

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Fernando Pinto POR1 à frente

norueguês Byørnar Erikstad medalha de prata no Open 2.4mR, bem como todos os outros atletas paralímpicos

que fazem desta actividade a sua profissão. Quantos tiveram esta oportunidade? Esta foi a 1ª prova IFDS

que disputaram, com os melhores “regatistas” do Mundo em campo. Havia 2 opções: ficar em casa e treinarem os dois nas águas por nós tão bem conhecidas ou desafiarem-se a eles mesmos e fazerem desta prova o melhor treino que podiam ter tido. Ainda bem que a segunda opção prevaleceu. De certeza que nem eles, nem os barcos vêm iguais. Após tantas afinações, correcções e aprendizagem, acreditamos que da próxima vez as dificuldades sentidas neste campeonato não serão as mesmas. A nós, só nos cabe dizer PARABÉNS e que mantenham sempre o vosso nível de motivação, exigência e empenho nos mais altos níveis. Obrigado por representarem o nosso clube, obrigado por representarem o nosso país

Manuel Soares POR2 em Palma de Maiorca


Vela

46º Troféu S.A.R. Princesa Sofia

João Rodrigues Brilha em Maiorca

João Rodrigues foi o único português a estar na regata das medalhas do 46º Troféu Princesa Sofia, realizado em Palma de Maiorca, Espanha. O velejador nacional foi oitavo e desceu para a 6ª posição da geral da classe RS:X.

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oão Rodrigues esteve na regata decisiva do Troféu Princesa Sofia e acabou a prova na 6º posição da geral. O holandês Kiran Badloe foi o vencedor, seguido do francês Julien Bontemps e do dinamarquês Sebastian Fleischer. Frederico Rodrigues terminou em 69º, Guilherme Marques em 77º e Pedro Moura na 79ª posição. Jorge Lima/José Costa foram 15º na geral de 49er. Os

neozelandeses Peter Burling/ Blair Tuke foram os primeiros. Os alemães Erik Heil/Thomas Ploessel e os brasileiros Dante Bianchi/Thomas Lowbeer, acabaram em 2º e 3º, respectivamente. Em 470 masculino, João Villas-Boas/Miguel Nunes foram 34º lugar da geral. António Matos Rosa/João Matos Rosa ficaram no 57º posto e Diogo Pereira/Manuel Macedo foram 64º. Os argentinos Lucas Ca-

labrese/Juan de la Fuente, os britânicos Luke Patience/Elliot Willis e os suecos Johan Molund/Sebastian Ostling ocuparam o pódio. Sara Carmo/Matilde Pinheiro de Melo foram 42ª em 470 feminino. As neozelandesas Jo Aleh/Polly Powrie triunfaram, seguidas das francesas Camille Lecointre/Helene Defrance e das britânicas Hannah Mills/ Saskia Clark. Em Laser Standard, Gusta-

vo Lima foi 31º da geral. Eduardo Marques acabou em 80º. Rui Silveira ocupou a 91ª posição. Santiago Sampaio foi 110º. Vitória do alemão Philipp Buhl, seguido do sueco Jesper Stalheim e do holandês Nicholas Heiner. Em 2.4, Fernando Pinto foi 14º e Manuel Soares quedou-se pelo 16º lugar. Em Dragão, Patrick Monteiro de Barros/Rodrigo Vantacich/Pedro Alemão foram segundos após oito regatas.

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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Vela

XXVI Campeonato de Portugal de Juniores e Absoluto

Campeões Encontrados com Vento Fraco O XXVI Campeonato de Portugal de Juniores e Absoluto, que decorreu em Sesimbra, fica marcado pelo vento fraco que apenas permitiu a realização de 4 regatas durante os 4 dias de prova. A organização foi da Federação Portuguesa de Vela e do Clube Naval de Sesimbra.

Vitória de Mafalda Pires de Lima em juniores femininos

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m 420 absoluto, Diogo Costa/Pedro Costa, do Clube de Vela Atlântico, triunfaram levando a melhor sobre Gonçalo Pires/Gonçalo Ramos, do Iate Clube Marina de Porti-

mão/Clube de Vela do Barreiro e Mafalda Pires de Lima/Marta Melo, do Clube de Vela Atlântico. Francisco Maia/Rui Oliveira, do Clube de Vela Atlântico, venceram em 420 juniores masculinos, suplantando Tomás Barreto/

Frota Laser juniores 58

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Vela

João Prieto, do Clube Naval de Cascais e Miguel Santos/Manuel Pimenta, do Clube de Vela Atlântico. Em juniores femininos, vitória de Mafalda Pires de Lima/ Marta Melo, do Clube de Vela Atlântico. Rita Lopes/Helena Oliveira, do Clube Naval de Cascais e Patrícia Bastos/Bárbara Novo, do Clube de Vela da Costa Nova foram 2ª e 3ª, respectivamente. Nos Laser 4.7 masculinos, Francisco Mourão, do Sport Algés e Dafundo, conquistou o título, com Bernardo Loureiro e Duarte Teles, ambos do Clube Naval de Cascais, a fecharem o pódio. No sector feminino, Federica Franchi, do Sport Algés e Dafundo foi primeira, seguida de Rita Mendes, do Clube de Mar de Coimbra e Joana Barreiro, do Clube Naval de Cascais. Carolina João, do Sport Algés e Dafundo, venceu em Laser Radial absoluto seguido de João Rodrigues, do Clube de Vela de Lagos, e de Lourenço Mateus, do Clube Naval de Sesimbra. Em Radial júnior masculino, Lourenço Mateus, do Clube Naval de Sesimbra, alcançou o ouro. Tomás Martins, do Sport Algés e Dafundo e Henrique Brites, do Clube Naval de Cascais foram segundo e terceiro. Em Laser Radial júnior feminino, triunfo de Carolina João, do Sport Algés e Dafundo. Margarida Lopes, do Clube Naval de Sesimbra foi segunda classificada.

Diogo Costa - Pedro Costa vencem Em 420 absoluto

Lourenço Mateus vencedor em Radial júnior masculino

Carolina João vence em Laser Radial júnior feminino

Frota 420 juniores e absoluto 2015 Abril 340

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Vela

EDP - X Campeonato de Portugal de Juvenis

Grande Festa nos Açores Francisco Fráguas, do Clube de Vela do Barreiro, no sector masculino e Beatriz Gago, do Clube Naval de Portimão, no feminino, sagraram-se Campeões de Portugal de Juvenis, em prova realizada na cidade da Horta, Açores.

Daniela Miranda, Inês Mateus, Beatriz Gago Manuel Ramos Francisco Fráguas e Luís Pinheiro

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organização foi da Federação Portuguesa de Vela em conjunto com a Associação Regional de Vela dos Açores e o Clube

Naval da Horta. Francisco Fráguas, do Clube de Vela do Barreiro, foi consistente na sua prestação e conquistou o título. Ao longo dos dias, o velejador barreirense

Em primeiro plano Francisco Fráguas e Manuel Ramos 60

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esteve sempre na frente do campeonato e alcançou uma vitória merecida. O seu companheiro de equipa Manuel Ramos foi segundo classificado e

Luís Pinheiro, do Sport Algés e Dafundo, terminou terceiro. Beatriz Gago, do Clube Naval de Portimão, alcançou o 12º lugar da geral

Frota de juvenis


Vela

Beatriz Gago campeã em feminino

e assegurou o ceptro feminino. Inês Mateus, do Clube de Vela do Barreiro, terminou 14ª da geral e segunda entre as meninas, enquanto Daniela

Miranda, da Associação Naval do Guadiana, alcançou o bronze tendo sido 19ª da tabela. A frota de Juvenis volta a competir na Prova Final

de Seleção da Classe Optimist, agendada de 5 a 7 de Junho, em Leixões, com organização do Clube de Vela Atlântico. Nessa prova ficará decidido

quem serão os velejadores que marcarão presença nos Campeonatos do Mundo, a realizar na Polónia e da Europa, a disputar na Grã-Bretanha.

Largada dos juvenis 2015 Abril 340

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Notícias do Mar

Últimas

Allianz Caparica Pro – II etapa da Liga MOCHE

Frederico Morais e Camilla Kemp Vencedores na Caparica

Frederico Morais

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rederico Morais e Camilla Kemp em senhoras, venceram o Allianz Caparica Pro, segunda etapa da Liga MOCHE 2015 que terminou no passado dia 12 de Abril na Costa da Caparica. Frederico bateu Tiago Pires numa final de altíssimo nível. Perante o muito público caparicano, que aproveitou o bonito dia de sol para ver o melhor do surf nacional, “Kikas”, como é conhecido o campeão nacional de surf 2013, foi o melhor surfista do dia nas boas ondas de 0,5m das praias do Dragão e Paraíso. Com dois scores totais consecutivos de 17,25 pontos em 20 possíveis (segundo melhor do evento), nas meias-finais e final, uma onda de 9,5 pontos em 10 possíveis (segunda melhor do Allianz Caparica Pro), Frederico conquistou a prova da Costa de

Caparica pelo segundo ano consecutivo e afirmou-se como o surfista mais vitorioso desta etapa da Liga MOCHE, uma vez que já tinha sido finalista em 2013. “Foi uma final da qual fico muito orgulhoso, por ter sido com um dos meus ídolos, uma pessoa que significa muito para mim e que já me passou muito! Estarmos um igual e não dois a zero. Nunca estamos seguros no primeiro lugar e isso é óptimo de se ver no surf português, por isso parabéns a todos,” afirmou confiante o campeão Já Tiago Pires, que demonstrou uma excelente gestão de esforço ao longo de toda a prova, conseguindo sempre as pontuações necessárias para passar as suas baterias mas por vezes até de forma discreta, mostrou o seu melhor no último dia, batendo os dois atletas que melhores pontuações fizeram nos dois primeiros dias e voltando

Camilla Kemp

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assim a alcançar a final. Nas meias-finais, em terceiro lugar ex-aequo, ficaram Pedro Henrique e Tomás Fernandes, deixando o quinto posto no Allianz Caparica Pro para Gony Zubizarreta, Marlon Lipke, Filipe Jervis e para o tricampeão nacional em título, Vasco Ribeiro. Pedro Henrique, ex-campeão mundial Pro Junior e o surfista em destaque ao longo dos primeiros dias, “vingou-se” ontem na Renault Expression Session, vencendo um espectáculo à parte em que só a melhor manobra interessa para a vitória, sendo atribuídos, nas cinco etapas, 2.500€ anuais aos seus vencedores. Nas senhoras, primeira vitória do ano para Camilla Kemp, que mostrou uma grande forma e sintonia com as ondas da Costa de Caparica, conseguindo as melho-

res ondas e pontuações do dia e deixando as suas adversárias da final a necessitarem de notas muito altas para a alcançarem. A atleta do Guincho venceu esta etapa, à semelhança do que já tinha feito em 2013, deixando a actual campeã nacional, Teresa Bonvalot, em segundo lugar, Carina Duarte em terceiro e Carol Henrique (irmã de Pedro Henrique) na quarta posição. Camilla agradeceu e dedicou esta vitória ao seu treinador, Miguel Graça, “uma das pessoas que mais me ajudou na vida e sem a qual este resultado não teria sido possível. Obrigado Miguel, és o maior!,”. A campeã nacional, Teresa Bonvalot, de 15 anos, também não saiu da Costa de Caparica de mãos a abanar, tendo conquistado o Ramirez Junior Award, um troféu que premeia os melhores juniores da Liga MOCHE com 2.500€ anuais No final da segunda etapa da Liga MOCHE 2015, Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas, assegura que “a prova da Caparica vem reforçar cada vez mais a curva ascendente do Surf português. Se a competitividade já faz parte do reconhecimento geral, o desafio agora é ver a base de surfistas candidatos à vitória a alargar-se.” O Allianz Caparica Pro é uma organização da Associação Nacional de Surfistas e da Fire!, com o patrocínio do MOCHE, Allianz Seguros, Renault, Ramirez, Red Bull, o apoio local do Município de Almada, os parceiros oficiais RTP, GO-S.TV e Puro Feeling, bem como os media partners Mega Hits, A Bola, Surf Portugal, ONFIRE e Beachcam, contando também com o apoio técnico da Federação Portuguesa de Surf.

Tiago Pires


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