Notícias do Mar n.º 351

Page 1

2016 Marรงo 351

1


Notícias do Mar

Economia do Mar

Texto Antero dos Santos

Marinha Não Fiscaliza Redes de Emalhar de Fundo

Bóia a marcar rede de emalhar de fundo Portugal importa dois terços do peixe que precisa para comer e os pescadores da pesca artesanal, que é responsável por 80% de tudo o que é pescado, afirmam que poderiam pescar mais peixe se fiscalizassem e retirassem dos melhores pesqueiros do país milhares de redes de emalhar de fundo da pesca industrial ilegalmente fundeadas.

C

omo existe o entendimento na comunidade piscatória, que a Marinha não intervém na fiscalização das redes de emalhar de fundo da pesca industrial mas é implacável com os pescadores artesanais do palangre, cerco e arrasto, fazendo inspecções no mar que chegam a durar quatro a cinco horas, solicitámos ao senhor Chefe do Estado-Maior da Armada resposta a uma série de questões sobre este tema. 2

2016 Março 351

Fomos recebidos pelo chefe do gabinete do CEMA, Contraalmirante Gouveia e Melo que nos deu conta da posição da Marinha em relação aos assuntos que questionámos. A pesca artesanal queixase que se defronta com pouco espaço, na pesca com palangre, para lançar os aparelhos de anzóis na plataforma continental. Dizem os pescadores que ela está inundada por redes de emalhar de fundo que estão permanentemente fundeadas, dali não saem

há anos e por Lei só podiam lá estar 24 horas (Portaria 1102-H/2000, artigo 8º). Umas estão para capturar crustáceos atraídos pelos peixes que entretanto morrem e vão apodrecendo, outras ficam a marcar pesqueiros com dono, como se fossem coutadas. Quando são levantadas estas redes, depois de estarem uns dias no fundo, apenas se aproveita algum peixe que entrou na última maré e alguma lagosta. Todo o restante peixe é para deitar fora, já podre ou só

com as espinhas. Por causa deste procedimento não ser fiscalizado, perdem-se milhares de toneladas de peixes que são deitados fora e podiam ser pescados pelos pescadores artesanais. O melhor peixe do mundo está a ser destruído Há muito que consideramos o nosso peixe o melhor de todos, o mais saboroso e com melhor textura. Agora também são os “chefs” que dizem o mesmo.


Notícias do Mar

Confirmam os cientistas que Portugal tem o melhor peixe do mundo, devido à riqueza da nossa plataforma continental, e principalmente na Costa Vicentina, onde existe uma extraordinária biodiversidade marinha, devido à confluência de massas de água mediterrânea, atlântica temperada e atlântica tropical e o afloramento de águas profundas do Canhão de Sagres. Porém, na Costa Vicentina a nossa plataforma continental é mais estreita, não ultrapassando os 30 Km de largura. É esta pequena faixa, onde se encontram os pesqueiros mais importantes e se pesca para comer o melhor e mais diversificado peixe do Mundo, que é preciso defender a todo o custo. Para nos esclarecer sobre este assunto, solicitámos ao Prof. Jorge Gonçalves, investigador e professor na Universidade do Algarve, a resposta a algumas perguntas e eis algumas das suas respostas: “As redes de emalhar de fundo

A pesca artesanal com palangre está sem espaço e zonas para lançar os aparelhos com anzóis pois ficam presos nas redes

poderão dificultar as migrações dos peixes em função da sua localização e exten-

são da área ocupada”… “Os estudos que existem são sobre as redes de emalhar

de 3 panos (tresmalho) e contabilizam as rejeições de pescado, incluindo espécies

Para apanhar este lavagante nas redes, destroem-se toneladas de peixe todos os dias 2016 Março 351

3


Notícias do Mar

Pescador artesanal com pargos pescados com aparelho de anzóis

os capturados”.

A Plataforma Continental é mais estreita na Costa Vicentina

sem valor comercial, peixes abaixo do tamanho mínimo de desembarque, peixes cuja quota foi ultrapassada e peixes em mau estado de

conservação.”…“Para estas redes de tresmalho e para a costa do Algarve, as rejeições podem atingir cerca de 49% do número de indivídu-

A falta de fiscalização favorece o negócio dos “Terrenos” Devido a este grave abandono de fiscalização, em que se encontra a nossa plataforma continental, uma das mais ricas do mundo, fomentouse o negócio dos “Terrenos”, com as redes de emalhar de

Pescadores artesanais de Sagres com palangre a iscarem os anzóis do aparelho 4

2016 Março 351

fundo da pesca industrial. Como as redes estão permanentemente fundeadas e não existe ninguém a obrigar os barcos da pesca industrial a levantar as redes, elas acabam por ter um elevado valor, pois ficam a marcar uma zona da costa para os proprietários do barco. São consideradas como um “Terreno” que mais tarde é transaccionado juntamente com o barco e a respectiva Licença. Toda a Costa Vicentina, a mais estreita da plataforma continental, está pejada destas redes de emalhar de fundo, com centenas de bóias a marcá-las à superfície. Estão à vista de toda a gente, por isso basta ir dois dias seguidos à mesma bóia para se ver facilmente que ela não foi mexida e não está nenhum barco por perto. Estas redes cometem ainda o crime de impedirem que os pescadores artesanais lancem os palangres na zona, pois o aparelho de anzóis acaba por ficar preso nas redes. Lanchas de Fiscalização Rápida da Marinha Para se fiscalizar a pesca com as redes de emalhar de fundo


Notícias do Mar

Lancha de fiscalização rápida Portuguesa Hidra, pode navegar até às 50 milhas da costa

que estão a largas milhas da costa são necessários lanchas de fiscalização equipados com guinchos e aladores, para levantarem todas as redes que passem a estar em infracção ao fim de 24 horas no fundo. A Marinha tem no activo cinco lanchas de fiscalização rápida da classe Argos e mais quatro da classe Centauro. Estas lanchas destinam-se, para além de outras missões, à fiscalização da pesca até à distância de 50 milhas da costa. Portanto com capacidade para navegar em toda a plataforma continental que na parte mais larga tem cerca de 40 milhas. As lanchas da classe Argos e da classe Centauro foram projectadas pelo Arsenal do Alfeite e construídas em fibra de vidro em conjunto com os Estaleiros da Conafi de Vila Real de Santo António. Têm 27 metros de comprimento e atingem a velocidade de 28 nós com 2 motores a diesel MTU de 3.486 HP. Quanto à autonomia, conseguem 1.350 milhas a 15 nós e 200 milhas à velocidade máxima de 28 nós. Estão ainda equipadas com um semi-rígido que transportam num pequeno poço à popa. 2016 Março 351

5


Notícias do Mar

No porto de Sagres há cada vez menos barcos a pescar com palangre e a Docapesca não passa Cerfificado de Qualidade ao peixe capturado nas redes

As Respostas da Marinha Em relação à dúvida quanto à autoridade competente da Marinha para fiscalizar a actividade da pesca, Gouveia e Melo respondeu-nos: “Tanto a

Autoridade Marítima Nacional (AMN) que está sob o comando do CEMA como a Marinha têm competência para fiscalizar as embarcações de pesca que estejam no mar. A Marinha utiliza as lanchas

de fiscalização rápida ou outras unidades navais nas operações ao largo. Quando encontra um ilícito, como a Marinha não pode investigar, o comandante da unidade naval levanta o respectivo

auto de notícia e entrega-o à Autoridade Marítima Local para desenvolver o respectivo processo ou investigar. As operações junto à costa são executadas pela Polícia Marítima com embarcações semi-rígidas.” Quisemos saber se havia alguma coordenação operacional entre a Marinha e a Polícia Marítima e Gouveia e Melo explicou-nos: “Existe coordenação, porque a Marinha opera no mar sob o comando da Autoridade Marítima Nacional a qual, através das Capitanias, dirige as missões das unidades navais que estiverem destinadas a operar na zona. É o Capitão do porto que estabelece se a unidade naval sai para Norte ou para Sul e quais as saídas das embarcações da Polícia Marítima”. Perguntámos também porque motivo as lanchas da Marinha não incluíam na guarnição dois elementos da Polícia Marítima, em virtude de terem lugar para dois agentes e Gouveia

Pescadores artesanais de Sagres que acabam por substituir o palangre por redes de emalhar de fundo 6

2016 Março 351


Notícias do Mar

24 horas, pois não podem ficar paradas ao lado das bóias à espera que apareça um barco. A legislação devia ser mudada e obrigar os armadores a colocarem respondedores AIS nas bóias e assim facilmente sabíamos quando as redes tinhas sido colocadas e onde. As redes que ficassem mais de 24 horas eram levantadas e os pescadores acabavam por não deixar que elas ficassem mais tempo. É o Ministério do Mar que tem que legislar sobre a obrigação de colocar esses respondedores nas

bóias, até porque trata-se de um equipamento barato.” Lembrámos que as lanchas de fiscalização rápida da Marinha não têm aladores para levantarem as redes, mas Gouveia e Melo contrapôs: “algumas já têm aladores. Façam a Lei que a Marinha levanta-as todas.” Contámos o crime que acontece todos os anos em Maio na Carrapateira durante a noite para capturar pargos. O delito é cometido por um barco de pesca com uma rede de emalhar de fundo de 30 metros de altura, com a qual faz um

cerco ao peixe e envia “verylights” para o meio. Todo o peixe cercado foge para os lados e emalha, destruindo-se largas toneladas de peixes para capturar centenas de pargos numa noite. Sobre este assunto Gouveia e Melo disse: ”Esse crime devia ser denunciado à AMN sempre que ocorre. O Capitão do porto de Lagos tem que saber o que aconteceu. Tem a obrigação de investigar qualquer denúncia. O problema é que os pescadores, mesmo os prejudicados, não fazem denúncias dos outros.”

Respondedor AIS que devia sinalizar a bóia de cada rede de emalhar de fundo que pode chegar aos 5.000 metros de comprimento

e Melo respondeu: “Como os marinheiros fiscalizam sob o comando da AMN, os agentes não são necessários irem na lancha e o Capitão do porto destina outro serviço para eles”. Quanto às queixas dos mestres de barcos da pesca artesanal, de cerco, palangre e arrasto que são interceptados no mar, obrigados a parar com a actividade da pesca para serem inspeccionados, perdendo quatro a cinco horas de faina, Gouveia e Melo disse: “Os comandantes das unidades navais têm instruções para não dificultarem os barcos de pesca na sua faina e inspeccionarem com o mínimo de perturbação. Devem ver os documentos, o peixe que está nos porões e a malhagem das redes que foram usadas. Não serve de nada querer ver as redes que estão no fundo, pois os pescadores podem largá-las e elas ficam lá. No entanto, podem haver comandantes que não sigam estas instruções e abusem do poder. Não temos conhecimento de nada.“ No que respeita às redes de emalhar de fundo que ficam fundeadas ilegalmente mais de 24 horas, Gouveia e Melo deu como resposta: “As unidades navais da Marinha, não têm meios para fiscalizar as bóias que assinalam as redes que estão no fundo, para se saber se lá estão mais de 2016 Março 351

7


Notícias do Mar

Cerco com redes de emalhar

Crime Anual aos Pargos da Carrapateira Há vários anos que pescadores sem escrúpulos cometem à-vontade um gravíssimo crime ambiental e económico a meio do mês de Maio, ao largo da Carrapateira na Costa Vicentina, ao capturarem num lance centenas de pargos, fazendo um cerco com rede de emalhar.

O

Esquema ilegal de cerco ao peixe demersal, como os pargos

pargo é um peixe que marca uma zona onde vive, em profundidades de 50 a 150 metros e

tem o seu pico reprodutivo nos meses de Abril e Maio. A plataforma continental é mais estreita na Costa Vicentina e deve oferecer na zona da Carrapa-

teira, com a subida das águas frias do canhão de Sagres, condições especialíssimas para os pargos escolherem esta área para se reproduzirem. Depois de saberem que os pargos estão a ser mais pescados pelos pescadores artesanais de Sagres com os seus aparelhos de anzóis, os suspeitos desta criminosa acção são pescadores da pesca de emalhar de fundo de tresmalho, constituídas com três panos de rede sobrepostos, os dois exteriores idênticos e com malhas largas e o interior com rede miúda e de malhagem mais pequena. Os peixes ao encontrarem uma rede de tresmalho, podem atravessar sem dificuldade as malhas exteriores, mas ao empurrarem a rede central, acabam por ficar presos numa espécie de saco ou bolsa. Qualquer peixe que vá ao encontro destas redes dificilmente se safa. Estudos efectuados por professores da Universidade do Algarve determinaram que ao fim de 24 horas, tempo legal para estarem no fundo, quando são levantadas, as rejeições para deitar fora são cerca de 49%, de peixe sem medidas, ou espécies não comerciáveis. O crime é praticado num cerco de rede com 30 metros de altura e “very lights” para o meio É sempre durante a noite e depois de confirmar pela sonda onde está o peixe, os pescadores criminosos lançam ao mar

Os pargos pescados no anzol do palangre têm Certificado de Quallidade em Sagres 8

2016 Março 351

uma rede com 30 metros de altura, previamente preparada com seis redes de tresmalho de 5 metros de altura cada e com o comprimento suficiente para cercar toda a zona e o peixe. Depois do cerco fechado, lançam “very lights” para o meio e o peixe espantado e assustados pelas luzes foge para fora. Não são apenas os pargos que ficam presos na rede, pois todo o peixe que se encontra ali não tem qualquer hipótese e é apanhado também. É sempre mais de uma tonelada de pargos capturados numa noite e levados depois à lota. Quanto ao restante peixe, provavelmente também mais uma tonelada é deitado fora. Segundo o almirante Gouveia e Melo chefe do gabinete do CEMA, deve-se apresentar uma queixa contra desconhecidos na Capitania de Lagos, cujo Capitão do porto tem a obrigação de promover a investigação do crime. Uma rede com 30 metros de altura não se prepara no quintal de ninguém e se fica guardada de um ano para o outro, está certamente num armazém não muito longe do porto de Sagres. Os pescadores artesanais de Sagres queixam-se que a Costa Vicentina tem tantas redes de emalhar de fundo permanentemente fundeadas que já não têm pesqueiros livres para lançarem os seus aparelhos de anzóis e são poucos os pargos pescados nas linhas do palangre.

Esquema de um palangre


2016 Marรงo 351

9


Notícias do Mar

Investigação

Imagens cedidas pelos autores do estudo

Cientistas Estudam Mortalidade da Fase Larvar da Sardinha

Do Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa recebemos os resultados de um trabalho realizado no âmbito do projeto de investigação VITAL, ocorrido entre 2010 e 2014, liderado por Susana Garrido, na época investigadora de pós-doutoramento de Ciências ULisboa, atualmente a desenvolver a sua atividade profissional no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O

projeto VITAL liderado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em colaboração com o Oceanário de Lisboa e o Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve, surge na sequência do projeto MODELA, liderado pelo IPMA. Ambos foram

Ovos da sardinha

financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). O primeiro visou modelar a fase larvar da sardinha ao largo da costa continental portuguesa com o intuito de compreender as principais causas de mortalidade nesta fase. O segundo procurou obter parâmetros reais da variação da sobrevivência e cres-

cimento das larvas em função dos fatores ambientais. O Projeto VITAL Cada fêmea de sardinha emite aproximadamente 20.000 óvulos por semana. Apesar da grande fecundidade da espécie, uma parte muito significativa das larvas de sardinha morrem logo após a fase de

Larva da sardinha 10

2016 Março 351

ovo - independentemente do alimento disponível e na ausência de predadores - e as que nascem mais pequenas não têm qualquer hipótese de sobrevivência. Outros investigadores já haviam estudado o assunto, mas a maioria desses trabalhos centraram-se nas causas ambientais desta mortalidade,


Notícias do Mar

Larva da sardinha

como a falta de alimento e a predação das larvas. Neste trabalho, os cientistas estudaram a mortalidade da fase larvar da sardinha, procurando determinar se fatores intrínsecos, como o tamanho com que as larvas eclodem - relacionado com fatores genéticos ou maternais -, influenciam a viabilidade das larvas. Susana Garrido: “Num contexto de alterações climáticas, em que o aumento da temperatura influencia as taxas metabólicas e consequentemente o tamanho à eclosão das larvas, esta mortalidade seletiva pode ter importantes consequências na dinâmica destas populações com elevado interesse económico” Susana Garrido liderou a

investigação e desenhou as experiências em colaboração com o investigador do IPMA, Miguel Santos e o professor de Ciências ULisboa, Pedro Ré, contando ainda com a colaboração dos consultores do projeto – o professor da Universidade de Hamburgo, Myron Peck e o investigador do CSIC Barcelona, Enric Saiz. Os autores do artigo estudaram larvas cultivadas em laboratório, em particular nas instalações do Oceanário de Lisboa, onde um cardume de sardinhas foi mantido em condições controladas desovando frequentemente e também em larvas recolhidas no mar, nomeadamente na Baía da Biscaia. Susana Garrido colabora há vários anos com in-

Sardinhas

vestigadores do AZTI, no País Basco, estudando a ecologia de larvas de peixes pelágicos. Unai Cotano e Xabier Irigoien, investigadores do AZTI, foram responsáveis pela colheita das larvas no mar. Pedro Ré coordenou o trabalho experimental dedicado à análise de otólitos, realizado maioritariamente pela bolseira Susana Ferreira, orientada por Susana Garrido e pela professora Alexandra Teodósio do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve (CCMAR). A análise estatística e a apresentação gráfica dos resultados foram realizadas por Radhouan Ben-Hamadou, presentemente na Universidade do Qatar.

O grupo continua os estudos nesta linha de investigação. Querem aprofundar o conhecimento da ecologia dos peixes pelágicos, nomeadamente as causas das variações da abundância e distribuição da sardinha, especialmente da fase larvar. Desta forma também esperam conseguir uma melhor gestão destes recursos. “Uma vez que o stock ibérico de sardinha se encontra nos mínimos históricos de abundância, torna-se essencial avançar no conhecimento da sua ecologia, permitindo no futuro uma abordagem ecológica à sua gestão”, conclui Susana Garrido.

“Born small, die young: Intrinsic, size-selective mortality in marine larval fish” – Foi o trabalho da autoria de Susana Garrido, Radhouan Ben-Hamadou, Miguel Santos, Susana Ferreira, Alexandra Teodósio, Unai Cotano, Xabier Irigoien, Myron Peck, Enric Saiz e Pedro Ré, que apresenta os resultados desta investigação e foi publicado online na Scientific Reports, a 24 de Novembro de 2015.

2016 Março 351

11


Notícias do Mar

46ª Nauticampo

Recuperar um Salão Essencial O Salão Náutico de Lisboa de 2016 vai decorrer entre os dias 6 e 10 de Abril, graças ao esforço da Divisão Náutica ACAP/APICAN em negociar com a FIL condições especiais para os expositores náuticos e para os seus associados, lutando para recuperar este salão, fundamental para as actividades económicas do sector.

A

46ª edição da Nauticampo, que decorrerá na FIL, Parque das Nações, realiza-se em simultâneo com os salões MotorClássico, Mundo Abreu e Happy Life e conta com o total apoio e envolvimento da ACAP, através da sua Divisão Náutica e da sua Comissão Especializada de Caravanas e Autocaravanas. Depois do sucesso protagonizado pelo regresso da Nauticampo em 2015, a edição deste ano contará ainda com a realização no mesmo pavilhão, e em simultâneo, do Lisboa Bike and Running Show, oferecendo assim um ainda maior motivo de interesse para os visitantes. 12

2016 Março 351

A Divisão Náutica da ACAP/ APICAN conseguiu obter para os associados condições mais favoráveis do que no ano anterior, designadamente, a redução do preço por m2 de 23 euros para 20 euros. Simultaneamente é esperada uma maior diversidade na oferta de expositores, bem como um conjunto de iniciativas destinadas a aumentar a qualidade do certame e a torná-la uma experiência memorável para os visitantes. Nesta perspectiva, o primeiro dia de feira será novamente dia VIP, com entrada gratuita para todos os convidados dos expositores Eugénio Martins, presidente da Divisão Náutica ACAP/ APICAN afirmou: “Este ano

Náutico de 2016, a exemplo do ano passado, terá como seu ponto de partida a Nauticampo. Todos os amantes da náutica de recreio irão ter o seu espaço privilegiado e dedicado, para conhecer in loco as últimas novidades que muitas empresas desta área de negócio terão para apresentar. Neste âmbito, não posso deixar de salientar todos os esforços feitos pela ACAP/ APICAN em conjunto com a FIL, para que este evento se tornasse realidade, nos melhores moldes possíveis, quer para todos os intervenientes no negócio da náutica de recreio, mas também obviamente para os seus clientes. Tenho também que

realçar a cooperação que temos estabelecido junto da DGAM, para que seja criada uma base de dados estatística no que à náutica diz respeito. Este é sem sombra de dúvidas um trabalho necessário e de grande importância, já que permite lançar as bases para um conhecimento real e atualizado do mercado náutico português, nomeadamente através do número de unidades vendidas e portos de registo. Em conclusão, quero destacar o empenho e a dedicação de todos na ACAP/APICAN, desde a sua direção até aos seus associados, têm feito em prol da expansão e desenvolvimento do nosso negócio”.


2016 Marรงo 351

13


Notícias do Mar

Economia do Mar

Marinha Mercante no horizonte do Governo

Navio Monte Brasil da Transinsular

Depois de anos e anos de costas viradas para o mar, surgem sinais de mudança de atitude política, deixar a conversa da treta para trás e fazer coisas, é o que transparece da Estratégia para o Mar aprovada em Conselho de Ministros.

N

unca fomos uns senhores do mar no que respeita à marinha mercante, pois o nosso horizonte foi sempre reduzido ao servi-

ço de transporte de passageiros e carga para as colónias e as ilhas. Mesmo assim, chegou haver sete companhias de navegação e a Soponata, a única sociedade portuguesa

de navios tanques que estavam em actividade quando se deu o 25 de Abril. Em vez de se procurar manter os mercados de África e até amplia-los com rotas

Porto de Sines é o de maior expansão 14

2016 Março 351

para países com os quais tínhamos relações cortadas, porque apoiavam as guerras de libertação da Guiné, Angola e Moçambique, venderamse os barcos e fecharam-se as empresas. Em 1984 extinguem-se as duas últimas empresas públicas, a CTM, Companhia de Transportes Marítimos e a CNN, Companhia Nacional de Navegação e é criada a Transinsular, Transportes Marítimos Insulares, S.A a qual chegou a estar em mãos belgas. Desde 1999 que a ETEEmpresa de Tráfego e Estiva S.A. adquiriu a totalidade da Transisular que é hoje o maior armador português de serviços de linha com uma frota de 6 navios com os quais mantém o mercado Português de transportes marítimos, em particular nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, e também em Cabo Verde, Guiné Bissau, Angola


e Moçambique. A Soponata que tinha sido privatizada em 1993 e adquirida pelo Grupo José de Melo, acabou por ser vendida à empresa norte americana General Maritime em 2004. O Governo diz que vai reactivar a marinha mercante com bandeira portuguesa e que isso se trata de um dos objectivos da Estratégia para o Mar A partir do que já se sabe, deve-se agora começar a por em prática ideias e também desenvolver os muitos estudos feitos ao longo dos anos, pois já sabe bem qual é a importância do mar no desenvolvimento económico do país. A ministra do mar, Ana Paulo Vitorino, destacou: “O desenvolvimento de uma marinha mercante portuguesa visa dotar o país com uma capacidade de carga que diminua a sua dependência em matéria de transporte marítimo, assim como criar postos de trabalho” Através da criação do chamado Fundo Azul e do recurso a fundos comunitários por via do Programa Operacional Mar 2020, vão ser feitos investimentos em novas actividades ligadas à economia do mar. Devido às dificuldades encontradas com as actividades portuárias, o Governo vai implementar uma nova factura única portuária por escala de navio, que será como projecto-piloto iniciado no porto de Sines. É uma das soluções de simplificação administrativa já identificadas e que permitirá concentrar uma única entidade a facturação de todos os valores cobrados pelas várias entidades envolvidas e resulta numa economia de cerca de 600 mil folhas de papel por ano. Para simplificar, o Governo colocou já os portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra sob a gestão de um conselho de administração comum Foi estabelecido também o “Prémio Nacional Mário Ruivo

- Gerações Oceânicas”, celebrado entre os ministérios da Cultura, Ciência e Mar, destinado a galardoar anualmente um projecto sobre o tema do oceano. Foram já aprovados diplomas para implementar o apoio à investigação científica, e desenvolver a competitividade das empresas deste sector e o desenvolvimento da biotecnologia azul. O Governo definiu claramente que tem como vértices da sua política do mar a garantia da soberania sobre

Fotografia: Marco Santos

Notícias do Mar

Navio Monte da Guia

o território marítimo, o aprofundamento do conhecimento sobre o mar e a dinamização da economia do mar. Se existem ideias para

implementar a marinha mercante e a construção naval, elas que venham rápido, pois estamos ainda de costas viradas para o mar.

Porto de lisboa

Porto de Setubal 2016 Março 351

15


Náutica

Apresentação Grow

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Lançamento Fora de Borda Tohatsu no Castelo do Bode

A Grow, importador e representante da Tohatsu para Portugal, não poderia ter escolhido local melhor, a albufeira do Castelo do Bode, com paisagem calma, de grande beleza e ambiente náutico, para fazer no passado dia 23 de Fevereiro, aos seus concessionários e à comunicação social especializada, o lançamento dos motores a 4 Tempos Tohatsu.

A

Os concessionários Tohatsu 16

2016 Março 351

Tohatsu esteve presente durante largos anos no mercado em Portugal com a gama de motores a 2 tempos que deixaram uma boa imagem de desempenho e fiabilidade. Agora a Grow, importador e representante da Honda Marine, estabeleceu igualmente em Portugal a parceria que a Tohatsu e a Honda firmaram a nível mundial. A apresentação Tohatsu em Portugal decorreu na albufeira do Castelo do Bode, onde os motores puderam ser testados montados em embarcações pneumáticas Tohatsu e embarcações em fibra do estaleiro nacional de


Náutica

semi-rígidos Hydrosport. A Tohatsu que tem a maior fábrica de motores fora de borda do Mundo, 100% fabrico Japonês está este ano a comemorar o 60º aniversário do primeiro motor forade-borda Japonês, o “OB-1” que em 1956 a empresa desenvolveu, uma unidade a dois tempos com 1,5 HP. Em 1988 a Tohatsu Marine Corporation estabeleceu uma Joint-Venture com a Brunswick para a produção de blocos de motor para a Mercury, sendo a sua fábrica recolocada em Komagane em 2005, estabeleceu um novo plano de produção, equipando a sua nova fábrica com tecnologia de ultima geração. As novas linhas de montagem foram dimensionadas para conseguir aumentar a sua produção, tendo em conta o objectivo de fabrico de 250.000 motores/ano A Tohatsu introduziu a tecnologia TLDI, injecção directa de baixa pressão, nos motores a 2 tempos e hoje ainda produz motores fora de borda com esta tecnologia dos 25 HP até os 115 HP. Actualmente a Tohatsu produz uma gama de moto-

A base Tohatsu no Castelo do bode

HydroSport S42 com Tohatsu MFS 40

HydroSport S42 com Tohatsu MFS 40 2016 Março 351

17


Náutica

HydroSport S13 com Tohatsu MFS 9.8

Pneumático com Tohatsu MFS 6

res a 4 tempos constituída por quinze modelos dos 2,5 HP aos 50 HP. A parceria que foi estabelecida com a Honda Marine permitiu à Tohatsu, vender em alguns mercados mundiais os modelos Honda dos 60 HP até ao 250 HP, vestidos de Tohatsu. A Grow organizou assim a sua rede de concessionários que comercializavam os motores Honda para venderem e assistirem também os motores Tohatsu. Como tem estabelecido relações comerciais com os países dos PALOP, a Grow vai incluir também a representação da Tohatsu nesses negócios. Motores mais económicos no consumo e no preço Para já, toda a gama dos fora de borda Tohatsu foi apresentada com preços de venda ao público mais baratos que os modelos da concorrência, em cerca de 10 a 25% menos. O modelo topo da gama é o MFS 50/40, que concluiu com sucesso uma expedição de 5.000 Km na Rússia,

Pneumático com Tohatsu MFS 6 18

2016 Março 351


Náutica

HydroSport S13 com Tohatsu MFS 9.8

no rio Lena, em condições de funcionamento muito extremas, sem qualquer problema e demonstrando excelentes performances e fiabilidade. Nos ensaios efectuados na albufeira do Castelo do Bode, acentuamos a característica do funcionamento silencioso dos motores, incluindo o mais potente de todos, o MFS 40. A facilidade de planagem dos barcos, mesmo dos portáteis, mostrou um desempenho com bom binário e disporem do hélice edequado. Foram ensaiados os portáteis MFS 3.5 e MFS 6 montados em pneumáticos e ainda o MFS 5 num Hydrosport. Os motores o MFs 9.8 e o MFS 40 equiparam barcos de fibra da Hydrosport. Igualmente destacamos, o tipo de casco inovador e performante, dos três modelos Hydrosport em teste. MFS 50/40 O MFS 50/40 é um motor leve, com 3 cilindros e 866 cm3 de cilindrada e alimentação através de injecção electrónica de combustível. Este motor incorpora tecnologias especiais com as quais consegue reduzidos consumos de combustível, permitindo enorme autonomia e com um excepcional 2016 Março 351

19


Náutica

HydroSport S11 com Tohatsu MFS 5

desempenho, principalmente nas acelerações. Este motor tem o controlo variável da ignição, com o qual consegue quatro me-

didas da rotação (650, 750, 850 e 900 rpm) para a pesca ao corrico. O MFS 50/40 dispõe do sistema TOCS, sistema de

comunicação de bordo com o qual informa os diversos dispositivos eléctricos como conta-rotações, velocímetro, trim, combustível e voltíme-

tro. O motor está equipado também com um sistema de lavagem com água doce directo, sem necessidade de o

HydroSport S11 com Tohatsu MFS 5 20

2016 Março 351


Náutica

pôr a funcionar. O punho-multifunções é um equipamento opcional neste motor. Como é de grande dimensão é de fácil utilização e permite um controlo suave e seguro do barco. Está bastante completo, com chave de ignição, punho de mudanças e interruptor do trim.

950 e 1050 rpm). Igualmente o sistema TOCS, sistema de comunicação de bordo com os dispositivos eléctricos está incorporado no MFS30/25. Com uma nova relação de transmissão, (1: 2,17) consegue-se maior binário e grande variedade de hélices de maior dimensão.

MFS 30/25 O modelo MFS 30/25 é um motor super-leve e compacto com 3 cilindros e 526 cm3 de cilindrada, pesando apenas 71,5 Kg. Este motor foi equipado com o inovador e primeiro sistema de injecção electrónica de combustível sem bateria. Este sistema permite acelerações e resposta rápida do motor, com excelente economia e desempenho muito suave. Também tal como no modelo MFS 50/40, o sistema de controlo variável da ignição, foi incorporado no 30/25, permitindo com este motor a pesca ao corrico em três valores da rotação (850,

Punho-multifunções O mesmo punho-multifunções é um equipamento opcional para os modelos MFS 50/40 e MFS 30/25. Como é um punho com grande dimensão é de fácil utilização e permite um controlo suave e seguro do barco. Está bastante completo, com chave de ignição, punho de mudanças e interruptor do trim. MFS 20/15 O MFS 20/15 é um motor com 2 cilindros e 351 cm3 de cilindrada, equipado com tecnologias que oferecem elevadas performances. São motores potentes e muito silenciosos, graças ao

silenciador de grande volume do sistema de admissão, que elimina o ruído de admissão do ar durante o funcionamento do motor. Estes motores têm o sistema assistido de baixar/levantar o motor para facilitar a utilização. Como a placa anti-cavitação é de grandes dimensões, evita a cavitação dos hélices de forma eficiente. Também como o compensador da direcção é de grande dimensão, a navegação faz-se sem esforço na condução a alta velocidade.

são motores com 2 cilindros, 209 cm3 de cilindrada e são super-leves com o peso de apenas 37 Kg. Também estes motores são muito silenciosos a funcionar, graças ao sistema silencioso de admissão que tem incorporado um silenciodor de grande volume. Com a placa anti-cavitação de grande dimensão,

MFS 9.8/8/6 Estes modelos MFS 9.8/8/6

2016 Março 351

21


Náutica

Pneumático com Tohatsu MFS 3.5

nestes motores dificilmente os hélices entram em cavitação. O modelo MFS 9.8 tem o sistema assistido de baixar/ levantar o motor.

MFS 6/5/4/3.5/2.5 Estes são os motores portáteis da Tohatsu, com pesos muito reduzidos, fáceis de transportar com pega, simples de usar e extremamen-

te funcionais. São motores com 1 cilindro, os MFS 6/5/4 de 123 cm3 de cilindrada, com pesos de 26,1 Kg e os MFS 3.5/2.5 com 86 cm3 de cilin-

Pneumático com Tohatsu MFS 3.5 22

2016 Março 351

drada e 18,4 Kg de peso. O punho do acelerador é do tipo rotativo com controlo rápido sobre a direcção. Têm comando de marchaavante/ponto morto/marchaà-ré ou apenas marcha-avante/ponto morto nos modelos MFS 3.5 e MFS 2.5. O sistema de amortecimento de concepção Tohatsu é em quatro pontos, permitindo reduzir a vibração do motor em todos os regimes de rotação. Os motores têm uma alavanca de direcção simples com regulação da fricção, localizada na parte da frente do motor, permitindo facilmente ajustar a fricção da direcção, oferecendo uma navegação estável e segura em altas velocidades e fazer manobras fáceis com o motor a baixa rotação. Nestes motores o escape é pelo hélice, permitindo um funcionamento silencioso e calmo.


2016 Marรงo 351

23


Náutica

Notícias Grow

Parceria Honda Marine e Vanguard Marine

A Honda Marine e a Vanguard Marine, celebraram um protocolo de colaboração para o mercado Português

E

sta parceria possibilitará a venda de embarcações Vanguard equipadas com motores Honda através da rede de Concessionários Honda. A Vanguard Marine é um grupo internacional 24

2016 Março 351

com a sua produção sediada em Portugal, que desenha e fabrica embarcações desde os 3 metros aos 8,60 metros para utilização profissional, salvamento e lazer contando com mais de 30 anos de reconhecida experiência e qualidade de produção.


Náutica

Equipa de Pesca Submarina Estoril Praia – Honda Marine

Foi assinado na passada sexta-feira dia 4 de Março entre o Estoril Praia e a GROW Portugal, representante da Honda Marine em Portugal, o acordo que oficializa a continuidade da Equipa da Honda Marine para a nova época desportiva de pesca submarina.

A

Equipa que continua a contar com o vice-campeão nacional, André Domingues, tem para esta época o importante reforço do campeão nacional e campeão do mundo em título, Jody Lot. Destaca-se ainda, a entrada de Mathias Sandeck, Humberto Silva e ainda do atleta sub-23, Miguel Gouveia. Estes atletas de referência a nível nacional e internacional, ficarão sob coordenação

Equipa Pesca Submarina Estoril Praia

técnica de Gonçalo Sá. A Equipa Honda Marine, passará também a contar uma embarcação oficial VANGUARD - HONDA MARINE, fruto do acordo de parceria estabelecido entre a Marca em Portugal e este fabricante de semi-rígidos internacional sediado em território nacional. Este importante acordo de patrocínio de uma Equipa de pesca submarina, inserese numa estratégia de apoio e incentivo ao desporto náu-

tico nacional, aliado a parcerias com construtores de

embarcações sediados em Portugal.

Assinatura do acordo 2016 Março 351

25


Náutica

Notícias Touron

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Mercury Racing ROS o Novo Líder dos XCAT

Team Lady Spain Seguindo os passos do aclamado motor fora de borda Mercury Verado 400R, é agora apresentado o novo Mercury Racing ROS (Race Offshore).

E

ste potente motor a 4 tempos estreouse, no passado mês de Novembro, no Grande Prémio do Dubai, quinta prova do campeonato 2015 XCAT World Series. A organização da

competição XCAT juntou-se com a Mercury Racing para desenvolver um motor que substituísse a frota actual de motores fora de borda Mercury Racing 2.5L EFI a 2 tempos. Ronan Morgan, CEO da World

O italiano Alfredo Amato foi o vencedor 26

2016 Março 351

Professional Powerboating Association (WPPA), confirmou que “toda a equipa envolvida no desenvolvimento da XCAT World Series aguardava com ansiedade a apresentação deste novo motor Mercury a 4 tempos. Para além de ser mais amigo do ambiente, o novo motor tem elevada fiabilidade e oferece mais binário e mais potência, características essências para se poder desfrutar dum fimde-semana de corridas. Como promotores da XCAT Racing, a WPPA mantém uma forte relação com a Mercury Racing. Trabalhámos em conjunto nos testes e no desenvolvimento deste novo motor para assegurar a melhor performance e garantir a diversão que procuramos.” Erik Christian, Director General da Mercury Racing, confirmou

que “estamos muito felizes com o lançamento do novo motor fora de borda de competição, o Mercury Racing ROS. O célebre Mercury 2.5L EFI a 2 tempos foi um grande pilar durante muitos anos e continua a ser um produto sólido. O novo motor ROS é produzido segundo a mesma filosofia, combinando tecnologia a 4 tempos com aquilo que o mercado procura actualmente.” “Trabalhámos com a WPPA para desenvolver um motor forte e fiável que cumprisse todas as novas exigências de emissões de escape da UAE. O motor ROS será homologado pela XCAT de acordo com as especificações técnicas da Union Internationale Motonautique. A próxima temporada será um ano de transição com a substituição de todos os motores


Náutica

pelos novos Mercury Racing ROS. Estou desejoso de ver o nosso motor em competição durante o fim-de-semana semana no Dubai.” O motor ROS dispõe do bloco do Verado 400R montado numa nova secção intermédia de competição que conta com o comprovado suporte basculante de alta resistência da Mercury Racing. A caja de engrenagens Sport Master transporta a grande potência do motor ROS para a água. Para demostrar que vale apena esta revolução, a Mercury Racing desenvolveu uma nova linha de hélices CNC Cleaver específicamente para este motor. Pequeno no tamanho e grande em performance À vista desarmada, é evidente qye este motor não é um Verado standar. De facto, as semelhanças terminam no bloco do motor. A secção intermédia AMS foi substituída por uma carcaça em alumínio maciço. A Mercury Racing criou uma nova secção intermédia para baixar o centro de gravidade do motor. Esta secção de 25cm (10’’), em conjunto com o suporte basculante de alta resistência, eleva a instalação do motor a 38cm (15’’), a mesma configuração do 2.5 EFI. O centro de gravidade baixo, combinado com sólidos suportes superiores

Mercury Racing ROS e inferiores, é crítico para a condução a velocidades de competição, particularmente nas curvas, para os catamarãs de alto rendimento. O motor ROS também recorre ao sistema de cárter seco, com depósito remoto de 8L de capaci-

dade, para óleo de motores Mercury Racing 4 tempos, o mesmo óleo semi-sintético 25W-50 usado para garantir a durabilidade da linha alto rendimento QC4v de motores interiores com coluna. A carcaça leve em fibra de carbono enquadra a transição

Team Dubai 2016 Março 351

27


Náutica

Partida no Grande Prérmio no Dubai da cabeça para secção central do motor. Dispõe de todas as ligações para todos os sistemas externos. Para sustentar a potência, os motores ROS recorrem à mesma bomba de combustível de alta pressão da instalação remota

dos motores a 2 tempos. Comandos Zero Effort com trim digital Com o sistema de aceleração e mudanças digitais (DTS), os mo-

tores ROS introduzem a era digital na XCAT. O Sistema DTS substitui os cabos tradicionais de aceleração e mudanças por precisão digital, oferecendo mudanças mais suaves e resposta imediata do acelerador.

Os comandos ergonómicos e digitais Mercury Racing Zero Effort, controlam, na perfeição, o sinal DTS nos fora de borda ROS da Mercury Racing. Um interruptor de trim integrado na alavanca do acelerador permite o máximo controlo. O sistema DTS dispõe também da función Smart Start e de sincronização automática do acelerador. Gráficos XCAT O motor Mercury Racing ROS vem com o logótipo XCAT World Series e gráficos em laranja.

Rashed Suhail do Abu Dhabi Team ficou em 3º 28

2016 Março 351

Hélices personalizadas Juntamento com o motor ROS, desenvolveu-se uma nova linha de hélices CNC Cleaver de 5 e 6 pás. Estas hélices, com design de alto rendimento, são produzidas especificamente para as duras condições de aplicações de superfície, como, por exemplo, as existentes durante as corridas. As hélices são compatíveis com motores de 400 CV e estão disponíveis com pás em ângulo de 13, 15, 18 e 21 graus. Também existe uma grande variedade de passos para que se possa tirar a máxima eficiência e máxima performance da embarcação.


Náutica

Notícias Touron

Motor Mercury Verado 400R

Homologado para Utilização de Recreio Com um espectacular rendimento de 153 HP por litro, o motor Mercury Racing Verado 400R, fabricado de acordo com as normas Europeias, é o fora de borda de alto rendimento mais potente fabricado, até hoje, pela Mercury. binando com qualquer cor de casco. O modelo branco Cold Fusion White é fornecido de série com gráficos azuis, existindo 6 opções adicionais para personalização total. O motor Verado Racing 400R possui o sistema de aceleração e mudanças digital (DTS), assegurando mudanças suaves e resposta instantânea na aceleração. Disponíveis, também, os comandos ergonómicos e digitais Mercury Racing Zero Effort. Este motor estará disponível para comercialização no próximo mês de Abril de 2016 para aplicações e mercados específicos. Para mais informação, contactar o concessionário Mercury mais próximo.

G

raças aos vários avanços da comprovada plataforma do 2.6L Verado, o novo motor oferece a melhor relação peso-potência de todos os motores a 4 Tempos. É um motor desenvolvido para equipar embarcações de consola central de alto rendimento e casco em V profundo de última geração. O motor Racing Verado 400R é também a solução perfeita para motorizar catamarans, semi-rígidos de alto rendimento e embarcações

de grandes dimensões de consola central. O motor 400R conta com uma calibração de rendimento personalizada juntamente com sistema de admissão de pósrefrigeração que melhora o fluxo de ar e o desenvolvimento de potência, reduzindo significativamente, em simultâneo, o ruido. Este motor sobrealimentado e refrigerado por água foi desenhado para reduzir a temperatura de admissão e aumentar a densidade do ar, permitindo que o motor tenha um binário sem precedentes e uma

aceleração inigualável em toda a gama de rotações. O controlo de detonação electrónica permite que o motor funcione de forma segura com gasolina de 95 octanas quando a de 98 octanas (recomendada) não estiver disponível. O 400R dispõe de caixa de velocidades Sport Master de competição que oferece menor fricção com a água, incrementando as performances. O Mercury Racing Verado 400R está disponível em preto clássico Phantom Black e em branco Cold Fusion White com2016 Março 351

29


Náutica

Notícias Touron

Mercury Apresenta Novos Fora de Borda Sea Pro 40 e 60 HP a 4 Tempos A Mercury Marine anuncia o lançamento dos novos motores fora de borda 40 e 60 CV SeaPro a 4 Tempos. Desenvolvidos para terem uma maior vida útil, sem alterar potência e performance, os motores de 40 e 60 CV SeaPro a 4 Tempos viram melhoradas as suas características para assegurar a sua eficácia em aplicações com muitas horas de trabalho, sobretudo em ambientes agressivos e em água salgada.

O

s motores 40 e 60 CV SeaPro a 4 Tempos estarão disponíveis, a nível mundial, em meados de 2016. Os SeaPro, mais leves e de grande cilindrada, oferecem o rendimento desejado pelos profissionais e foram construídos para serem 3 vezes mais fortes e mais resistentes que os motores destinados ao recreio. Apresentam, ainda, outras melhorias que conduzem a maiores durabilidade e fiabilidade, tais como a bomba de combustível de grau profissional, sujeição especial dos imanes do volante, suportes superiores 30

2016 Março 351

mais fortes, termostato de aço inoxidável e cilindro de gás do trim (em modelos específicos). “O lançamento dos motores fora de borda Mercury SeaPro a 4 Tempos consagra o compromisso da Mercury nom desenvolvimento de motores fora de borda para uso profissional, com maior durabilidade e mais fiabilidade” confirmou Marty Bass, Vice-Presidente da Mercury. “Com a gama SeaPro, não só foi recalibrado o produto já existente, como se realizaram melhorias na durabilidade e no rendimento visando a capacidade para trabalhar

nos ambientes mais. Por outro lado, estes motores foram desenvolvidos para terem uma manutenção muito simples e oferecer a eficiência de consumo que carateriza a tecnologia a 4 Tempos.” Para além do processo único de pintura multi-capas da Mercury, a carcaça da transmissão dos novos motores 40 e 60 CV SeaPro a 4 Tempos conta com uma protecção anodizada que evita a corrosão, melhorando a performance e a vida útil nos ambientes mais agressivos e de águas salgadas. A caixa de engrenagens Command Thrust da Mercury, que gera uma pegada maior na água e confere maior impulsão para controlar a embarcação, é fornecida de série nos modelos 40 e 60 CV SeaPro. A secção inferior, com maior tamanho, combina com uma hélice de maior diâmetro para facilitar o planar, mesmo em embarcações pesadas, mantendo a baixa velocidade sem afectar a velocidade de ponta. A drenagem do óleo da caixa de engrenagens está localizada na parte inferior, simplificando o processo de mudança de óleo. Todos os motores SeaPro dispõem duma garantia comercial ampliada e contam com a assistência duma grande rede mundial de serviços especializados. O manual do proprietário e o autocolante de manutenção debaixo da carcaça simplificam os trabalhos de manutenção. Os motores SeaPro são compatíveis com a tecnologia SmartCraf, incluindo as funções de tipo de combustível, trim e velocidade, sendo fornecidos com um filtro separador de água, sistema de tacómetro SC1000 e Big Tiller (em modelos específicos). Tudo isto para

oferecer aos profissionais, um motor o mais completo possível. Estes acessórios garantem ao proprietário o normal funcionamento do motor e o máximo rendimento. Os novos motores fora de borda 40 e 60 CV SeaPro a 4 Tempos vêm reforçar a gama SeaPro actual que conta com os modelos 75, 90 e 115 CV SeaPro que chegaram ao mercado em 2015 e que já acumularam milhares de horas de uso profissional em todo o mundo.


2016 Marรงo 351

31


Electrónica

Notícias Nautel

Radares Furuno para Pequenas Embarcações A Furuno, por via da sua parceira NAUTEL, tem ótimas soluções para compactos e económicos radares, bem à medida das embarcações mais pequenas.

A

costa continental e ilhas são dadas a aparecimentos de nevoeiro, repentinos ou não, e também para quem navegue á noite, ou de dia quando em zonas com muito tráfego marítimo, o ter um radar é sempre uma segurança para a embarcação e para as pessoas que nela seguem. E como estamos nos tempos das novas tecnologias, a solução até mais simples e barata é usar um iPad ou iPhone. A instalação fica mais fácil e rápida não requerendo particulares competências, só bricolage e uma ligação elétrica. Temos assim um Radar marítimo , sem ecrã, composto só 32

2016 Março 351

pela antena e cabo de alimentação e que no resto funciona sem fios (wireless). Operase assim por via de uma App gratuita descarregada da “App Store” por via dos iPad/iPad Mini/iPhone (iOS 6.1 ou superior) . Até podem funcionar duas unidades destas ligadas ao mesmo tempo. Eis então aquela que foi a primeira antena de radar marítimo wireless, do mundo: FURUNO DRS4W. Tem escalas de 0,125 a 24mn, e a antena de radoma tem 48,8 cm de diâmetro (19”) e Potência 4Kw. Comanda-se então o radar com gestos simples e familiares, do uso corrente dos iPad/

iPhone. A qualidade de imagem é semelhante à de um radar profissional de 10”. Tem os diversos modos de opera-

ção e funções convencionais de radar, via a App. E para treinar em casa Demo App (DRS4 SIM), dá

FURUNO M1623


Electrónica

para aprender a trabalhar com radares através de um pequeno simulador. Liga-se a 12 ou 24VDC. Preço : 1.570€ (IVA incl). Note-se que aqui se poderia colocar também a questão de o radar poder fazer parte de um sistema multifunções. A Furuno também tem estas soluções, tal e qual outros fabricantes, mas neste artigo a perspetiva escolhida é a de se ter radar ao melhor preço, e de bom desempenho, com a chancela do grande nome mundial que a Furuno é. Igualmente se considera que há muitos barcos que já têm GPS/Chartplotter/Sonda e que o radar só pode ser acrescentado por via de equipamento à parte, ou até o fator muito importante de em situação onde o radar estiver a ser preciso é bom que a sua imagem e funções estejam permanentemente disponíveis o que não acontece num multifunções. Considere-se também a redundância de meios : um ecrã multifunções integra tudo e é só um ecrã, se se “apagar” na há meio alternativo. Com GPS/ carta/Sonda num lado, e radar noutro, a operacionalidade mínima está sempre garantida. Para quem prefira o radar convencional com o seu próprio monitor, ou só possa ter radar assim, há duas possibilidades à escolha. FURUNO M1623 Radar marítimo , de ecrã monocromático de 6” É um Radar compacto. Resolução do ecrã : 240x32 pixels . Potência de 2,2Kw. Escalas de 0,125 a 16mn, antena de radoma 38cm (15”) com 15m de cabo. Medidas fora do suporte : 185x195x83mm. Inclui a tampa frontal para o ecrã. Menus multi-língua. Padrão de Estanquicidade : IPx7 na antena, e IPX5 no ecrã. Entrada/Saída NMEA0183 (na saída é TTL -Target Lat/ long para uso dos alvos em Plotter)

Menus multi-língua. Padrão de Estanquicidade : IPx7 na antena, e IPX5 no ecrã. Entrada/Saída NMEA0183 (na saída é TTL -Target Lat/ long para uso dos alvos em Plotter) Alarmes diversos, e marcação de guarda anti-colisão (GUARD ZONE In-Out) Tripla velocidade da antena, para na maior velocidade discriminar mais os alvos a curta distância. Comandos de STC, FTC, Expansor de ecos. Modos de visualização diurna/noturna No modo STD-BY o ecrã pode mostrar dados entrados via NMEA (requer ligação a GPS etc) Alimentação: 12 ou 24VDC (consumo 36W em Tx e 8W em espera STD-BY) Preço : 2.245€ (IVA incl.)

FURUNO M1715

Para mais informações: Nautel, www.nautel.pt, geral@nautel.pt

Alarmes diversos, e marcação de guarda anti-colisão (GUARD ZONE In-Out) Tripla velocidade da antena, para na maior velocidade discriminar mais os alvos a curta distância. Comandos de STC, FTC, Expansor de ecos. Modos de visualização diurna/noturna No modo STD-BY o ecrã pode mostrar dados entrados via NMEA (requer ligação a GPS etc) Alimentação : 12 ou 24VDC (consumo 36W em Tx e 8W em espera STD-BY) Preço : 1.869€ (IVA Incl.) FURUNO M1715 Radar marítimo , de ecrã monocromático de 7” Radar compacto. Resolução do ecrã 240x32 pixels. Potência de 2,2Kw. Escalas de 0,125 a 24mn. Antena de radoma 46cm (18,1”) com 15m de cabo. Medidas fora do suporte : 200x200x77mm. Inclui tampa frontal para o ecrã. 2016 Março 351

33


Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

Pelo Tejo, Nada é de Mais

Vista de montante para o Estuário Como consideramos que é sempre útil manter a informação actualizada daquilo que é importante, nunca é de mais relembrarmos o que possa ter sido dito ou informado anteriormente, e por isso a presente crónica vai servir para esse efeito.

A

Tagus Vivan na prossecução do seu objecto social de Observar, Avaliar, Ponderar para Opinar e Agir, a partir da Declaração de Lisboa de Janeiro de 2015, que teve lugar na Sociedade de Geografia de Lisboa com a participação de conselheiros especialistas em hidráulica e recursos hídricos e de técnicos e cientistas

de outras áreas relacionadas com Tejo e também como resultado das acções de observação levadas a cabo pela Tagus Vivan sobre o estado em que se encontra o nosso maior rio, que são preocupantes quer física, quer ambientalmente, esta ONG decidiu inscrever no seu programa das actividades para o biénio 2015-2016, um Ciclo de Conferências Regionais para

O Tejo atravessando as Lezírias 34

2016 Março 351

fazerem o diagnóstico do rio e da sua bacia hidrográfica e servirem de preparação para um novo Congresso do Tejo, o terceiro, a realizar-se em Outubro do corrente ano de 2016, por entender-se que este Congresso deve ser mais abrangente territorialmente, abarcando todas as regiões da bacia hidrográfica. O programa que está em curso desde o início de 2015 também vai contribuir para que se leia, veja e oiça falar mais do Tejo durante quase dois anos, e isso vai conseguir criar sinergias para que os cidadãos e outras individualidades e entidades públicas e privadas passem a interessar-se mais pelo Tejo. Este Congresso é realizado na sequência dos dois anteriores, o primeiro em 1987, no Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, e do segundo em 2006 na Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos, também em Lisboa, congressos esses da iniciativa da Associação dos Amigos do Tejo, ONG de Utilidade Pública, de cuja obra de três décadas a Tagus Vi-

van é a continuadora. A estrutura do processo preparatório foi debatida em Fevereiro/15 e dela saiu um desenho de um programa preparado para prosseguir com uma evolução sustentada, criteriosamente orientada, e com uma dinâmica de mudança para conseguir cumprir o seu principal desígnio que consiste em encontrar soluções e apontar caminhos para a tomada das medidas mais adequadas para que se possa construir um futuro sustentável e sustentado do nosso maior rio, e também com o intuito de demonstrar aos portugueses e às tutelas que o Tejo, que é muito mais do que o rio, tem potencialidades bastantes para alavancar o crescimento económico da sua bacia hidrográfica e do próprio país, para termos MAIS TEJO, e MAIS FUTURO. Seguidamente foram definidos os locais estratégicos para a realização das cinco Conferências Regionais preparatórias e avançou-se com os contactos com outros parceiros, nomeadamente as CIMs do


Notícias do Mar

Tejo e os respectivos municípios, bem assim como outras entidades para apoiarem logística e institucionalmente a realização das ditas conferências. A partir dessa fase o processo continuou a avançar ao longo do ano. Ora, um rio como o Tejo, se não for navegável deixa de cumprir uma das suas principais funções, mas sendo a navegação uma actividade que exige um conjunto alargado de requisitos hidráulicos, técnicos, económicos, sociais e ambientais, é indispensável fazer uma análise rigorosa e realista da sua viabilidade, o que só é possível com dados fiáveis e objectivos explícitos, e foi por isso que a primeira Conferência da Navegabilidade, transversal a toda a bacia do Tejo, foi realizada no dia 19 de Novembro/15 na Fábrica das Palavras em Vila Franca de Xira, com o apoio logístico da Câmara local, porque esta cidade está situada num lugar privilegiado devido à ponte aí existente ser a fronteira entre as autoridades que tutelam a utilização do rio Tejo, a marítima a jusante e a fluvial a montante. O resultado desta Conferência conseguiu exceder as expectativas. As restantes quatro conferências regionais, a do Estuário, a da Lezíria do Tejo, a do Médio Tejo e a do Alto Tejo e do Tejo Internacional estão em preparação para terem início, não necessariamente pela ordem descrita, mas a partir de Março até Junho próximo, em datas a designar em breve. Das conclusões das Conferências Regionais, porque cada uma delas tem a importância e a validade de um pré-Congresso, será extraída a matéria substantiva para levar a debate ao Congresso do Tejo IIIº. É este o contributo que a Tagus Vivan quer dar, para que as Conclusões e Recomendações do Congresso sejam levadas em conta pela Legislatura em curso, porque a renovação e reabilitação do Tejo já peca por tardia, e porque os portugueses e as tutelas devem estar conscientes de que a região hidrográfica do Tejo ocupa um território equivalente a um terço do continente português, e que é uma região com enormes potencialidades baseadas na riqueza e diversidade de património natural, paisagem e biodiversidade, com solos férteis e bons climas, e de património cultural material, nomeadamente o construído, histórico e arquitectónico, e o imaterial ligado às vivências, tradições e memórias muito ricas e peculiares. O que é preciso é haver visão, coragem e vontade política por parte do poder central, e da As-

sembleia da República para que os investidores e empreendedores reconheçam as vantagens da navegação fluvial, porque ela pode servir as mais variadas actividades que geram riqueza, porque para além de se poder incrementar a navegação de mercadorias, abrese outra possibilidade que pode ser decisiva para que, finalmente, emerja outra forma não menos interessante de criar riqueza, que é o Turismo da Natureza, o Turismo Náutico e o Turismo Rural, integrados. É mais do que evidente que os rios têm assumido sempre uma grande importância no desenvolvimento económico dos territórios que servem, e que o rio Tejo foi usado durante séculos como a principal estrada do país e foi a via de penetração a partir do mar para o interior da Península Ibérica e também historicamente, a grande porta aberta para o mundo, e ainda continua a sê-lo. As facilidades de transporte que os rios oferecem justificam a forte concentração industrial, demográfica e urbana ao longo das suas margens, o que aconteceu no caso do nosso Tejo no passado, está sobejamente provado que o transporte fluvial nos países desenvolvidos da Europa, e não só, tem contribuído para o crescimento económico desses países, ao ponto da União Europeia, ao reconhecê-lo, estar determinada a incrementar essa modalidade de transporte para o que criou um programa de incen-

tivos aos países membros através do programa NAIADES II 2020. Na realidade, a União Europeia reconhece actualmente as vantagens do transporte de mercadorias por vias navegáveis interiores, porque ele presta um contributo significativo para o sistema de transportes do Continente Europeu, não só por ser eficiente e mais económico, como do ponto de vista energético contribui para os objectivos de uma economia hipocarbónica, e também porque a exploração de todo o potencial do transporte por vias navegáveis interiores pode vir a ser o elo fundamental para a resolução do congestionamento e dos problemas ambientais causados pelo transporte rodoviário de mercadorias importadas, a partir dos portos marítimos, para além dos problemas que o rodoviário está a causar cada vez mais à circulação dos outros veículos, por provocar o congestionamento das rodovias. Ora, como o incremento da navegação fluvial implica a necessária modernização e o aumento da frota, isso terá um forte impacto na nossa indústria da construção naval que se encontra numa situação económica difícil, para além de que esse incremento vai levar à reactivação dos portos do interior onde serão criadas novas empresas de cargas e descargas e de logística, que precisam de mão de obra, e que portanto criam bastante emprego. Em Portugal, como é sabido, a

partir de meados do século passado o Tejo começou a deixar de ser a grande estrada utilizada pelo transporte fluvial de mercadorias, pessoas e bens, o que levou os governos a deixarem de preocupar-se com ele, permitindo que as indústrias e outros agentes pouco escrupulosos o vão poluindo, situação que receamos esteja a ser incrementada nos dias de hoje, e também foram fechando os olhos à delapidação dos recursos naturais do Tejo, nomeadamente a pesca ilegal que continua a ser praticada em larga escala, e outro tipo de abusos e agressões ao Rio. Ainda temos mais para dizer, mas fica para as próximas crónicas. E termino repetindo que o programa das actividades da Tagus Vivan para o biénio de 2015-2016, que culminará no Congresso do Tejo IIIº, contribui também para que se leia, veja e oiça falar do Tejo durante quase dois anos, dando-lhe mais visibilidade, e isso vai criar sinergias para que os cidadãos e/ ou entidades públicas e privadas despertem para a imprescindível e inadiável tomada de decisão de passarem a interessar-se mais por ele. Aliás, já estamos a notar que isso está a acontecer de facto. Acrescento ainda que, por tudo o que está a acontecer, é indispensável avançar com um plano estratégico para a protecção e a revitalização do rio Tejo e da sua bacia hidrográfica, que é um dos principais desígnios do próximo Congresso do Tejo, em Outubro de 2016.

Navegar no Tejo é preciso, para criar riqueza para o país 2016 Março 351

35


Notícias do Mar

O Voo do Guarda-Rios

Texto Carlos Salgado

A Poluição do Rio Tejo Está a Atingir Níveis Preocupantes Devido à situação em título a rubrica do Voo do Guarda-Rios vai passar a acompanhar este tema e não só, fazendo a divulgação das situações que estão a atingir níveis muito preocupantes da poluição e de outras agressões cometidas ao nosso maior Rio, que têm tendência a ser incrementadas, no intuito de alertar o país, e o poder central para que tome as devidas medidas para o controlo, penalização, e no limite, a erradicação destas situações.

Redes da pesca ilegal do meixão.

F

inalmente há um Governo que se interessa pela saúde do Rio Tejo, causa pela qual a Tagus Vivan tem vindo a pugnar,

prosseguindo no trabalho de décadas da Associação dos Amigos do Tejo (AAT). Segundo a Nota de Imprensa do Gabinete do Ministro do Ambiente,

Assoreamento do rio 36

2016 Março 351

datada de 19 de Janeiro de 2016, este Ministério cria uma Comissão de Acompanhamento Sobre a Poluição no Rio Tejo, a saber: “Considerando que um dos objectivos centrais da política de ambiente é

assegurar a gestão sustentável dos recursos hídricos, o Ministério do Ambiente determinou a criação da Comissão de Acompanhamento sobre a poluição do rio Tejo, que terá por missão avaliar e diagnosticar as situações com impacto directo na qualidade da água do rio Tejo. Esta Comissão deverá também promover a elaboração de estratégias de actuação conjunta e partilhada entre diversas entidades de modo a fazer face aos fenómenos de poluição e, ainda, avaliar e propor medidas que agilizem a capacidade de actuação da Administração perante os problemas de poluição identificados”. Esta determinação podia ser uma boa oportunidade para a Tagus Vivan aproveitar para aderir a esta nova “onda”, mas na realidade, ela já a vêm “surfando” há tempo, e os cidadãos que a integram têm conhecimento, in loco, das diversas fases ou melhor, períodos, em que a água do Tejo sofreu envenenamentos sérios, com enorme mortandade de peixes, e que contribuíram também para que os bancos de ostras, grande riqueza nacional do estuário do Tejo para exportação (les portuguaises) ficassem completamente improdutivos, porque nós já andávamos por cá, e atentos, quando essas situações aconteceram e outras que foram acontecendo entretanto, sem travão.

Árvores caídas por a margem ter abatido.


Notícias do Mar

Um dos desígnios principais do II Congresso do Tejo de 2006, foi o de “ Criar condições para uma nova Governabilidade da Bacia do Tejo, através de uma Unidade de Administração e de Gestão Interministerial Integrada” e essa medida foi tomada dois anos depois pelo governo de então com criação oficial da ARH-Tejo – Administração Regional da Bacia Hidrográfica do Tejo e do Oeste IP, que veio substituir os muitos donos do Rio, e através da qual as matérias relativas aos recursos hídricos passaram a ser tratadas por uma única entidade na área da região hidrográfica do Tejo, que optou por uma dinâmica de trabalho pró-activo, pouco usual nos serviços públicos, honra lhe seja feita. Mas logo que tomou posse o governo seguinte a ARH-Tejo foi subalternizada à APA- Agência Portuguesa do Ambiente, que pelo Tejo fez nada, nem uma nem outra, que se desse conta. A nova Comissão de Acompanhamento sobre a Poluição no rio Tejo em preparação, merece o aplauso da Tagus Vivan, e é óbvio que, naturalmente, ela está apta e disposta a colaborar, e como sabe que agora há mais entidades a aderirem a esta causa, isso gera sem dúvida sinergias que podem contribuir para encontrar soluções e apontar caminhos para que essas situações ilegais que agridem o ambiente do rio sejam mais controladas e contidas. Porém, também sabemos que existem outras formas de agressão cometidas ao rio Tejo, relativamente às quais os sucessivos governos vêm fechando os olhos, e que são igualmente bastante lesivas e graves, das quais vimos dando notícia desde há muito, no intuito de alertar os cidadãos e também os responsáveis para que: O TEJO SE NÃO FOSSE TÃO FORTE ESTARIA MORTO. Como referi no início, esta rubrica do Voo do Guarda-Rios vai passar a dedicar-se a relatar e/ou

Troncos de árvores arrastados pela corrente. repetir os alertas que temos vindo a fazer sobre as situações deste tipo, que conhecemos in loco, e para as quais alertámos os portugueses, quer no passado, quer sobre aquelas que vamos conhecendo no presente e no futuro através da Tagus Vivan. O resultado da observação e do conhecimento que temos vindo a efectuar e a adquirir no acompanhamento das situações lesivas ao rio Tejo, e da sua avaliação e ponderação, leva-nos a enumerar um conjunto de recomendações e alertas que exigem a tomada das medidas mais eficazes para o controlo, penalização, e no limite, a erradicação destas situações. 1. É exigível que esteja em alerta e em permanência um serviço de vigilância oficial, competente, que detecte a origem dos casos de poluição do rio Tejo e dos seus afluentes e actue em conformidade. 2. É premente que a tutela reactive a ARH-Tejo, com plenos poderes, e avalie qual deve ser o verdadeiro papel da APA e das suas competências. 3. Exigir a instalação de esta-

ções de tratamento de águas residuais, com a capacidade para depurar o tipo e volume do caudal das águas residuais, e os necessários filtros dos fumos libertados que poluem o ar, seja qual for a origem e a fonte da entidade causadora dessas poluições. 4. Coagir ou persuadir os agricultores a adoptarem práticas agrícolas ambientalmente correctas, e interditar o uso de pesticidas letais, quer aplicados por via terrestre, quer por meios aéreos. 5. Desmantelar a rede organizada da captura ilegal do “meixão” e o seu contrabando para os países estrangeiros de destino, mas através de processos mais eficientes do que os praticados actualmente, bem assim como fazer a fiscalização do uso de outras artes e métodos de pesca intensiva fora da lei. 6. Fazer a regularização do rio e a reparação dos diques e das margens, de forma a tornar o Tejo num rio com navegabilidade. 7. Reabilitar a navegação, quer comercial, quer de recreio e turística, porque é um transporte bastante mais económico e me-

nos poluente, e que cria riqueza ao país e postos de trabalho. 8. Inspeccionar periodicamente e reparar ou substituir quando necessário, as condutas das redes de rega que acusam, por vezes, algumas fugas e outros desperdícios deste bem finito. 9. Demarcar o domínio público fluvial, que se encontra indefinido e abusado (ocupado), e garantir sempre o acesso público ao rio. 10. Controlar (proibir) a construção de habitações ou condomínios em cima das frentes de água, excepto os equipamentos para a sua fruição lúdica, e contrariar o uso de certas formas de artificialismo (cópia do estrangeiro) que descaracterizam a paisagem. Mas há mais! E concluo alertando os portugueses e as tutelas para que o Tejo para além de continuar desaproveitado, e abusado por agentes pouco escrupulosos, e faço também um alerta para o facto da POLUIÇÃO DO RIO TEJO E DOS SEUS AFLUENTES ESTAR A ATINGIR NÍVEIS PREOCUPANTES.

Efluentes agrícolas

Sucata na margem. 2016 Março 351

37


Notícias do Mar

O Tejo a Pé

Texto e Fotografia Carlos Cupeto

Com os Pés no Tejo

O rio está muito perto mas tudo começa no centro de Alcochete, terra viva.

E

O imenso rio, o homem desde sempre que o vive. 38

2016 Março 351

m fevereiro o Tejo a pé foi bem verdadeiro, andámos à borda do Tejo em Alcochete. Que melhor terra para viver o Tejo? Alcochete é “outra coisa”. Apesar da ponte que a ligou a Lisboa soube manter o essencial e quem lá vive sabe-o e valoriza-o. A somar a isto tivemos como guia Miguel Boieiro, um dos responsáveis pela manutenção da desejada identidade, mas isso são “outras coisas”. Miguel, com Boieiro herdado do seu avô que o tinha como profissão, é um profundo conhecedor de plantas. Num dia frio e ventoso foi isso que nos mostrou. Muito ouvimos e aprendemos sobre plantas. Nesta altura do ano, à porta


Notícias do Mar

Miguel Boieiro falou-nos do que muito sabe, plantas.

da primavera, o campo está resplandecente, a Terra respira vida por todos os lados. Neste tipo de localização, entre o mar e a terra, com uma diversidade enorme das condições ambientais, quem sabe, identifica uma grande

variedade de plantas. Andámos nas margens, com Lisboa do outro lado, perto e longe, e um pouco mais em terra. Assim é Alcochete a perfeita simbiose entre a terra e o mar/rio. A meio do dia tivemos o necessário almoço

No Tejo a pé, como na natureza, animais e pessoas convivem alegremente.

de ementas muito variadas no Pólo Ambiental do Sítio das Hortas. O Freeport também está presente como que a dizer que há outro mundo que nada tem a ver com o resto. No fim foi um dia muito

bem passado e alguns levaram ervas comestíveis para casa. Quando assim é todos percebem que vale a pena ter um rio e um estuário como o Tejo.

Andámos entre a água e a terra. 2016 Março 351

39


Electrónica

Notícias Nautiradar

Câmara Portátil Ocean Scout TK a mais recente novidade da FLIR ao alcance de todos

A formação de imagens a partir do calor dos corpos e objetos está na génese da tecnologia desenvolvida ao longo dos anos pelo fabricante FLIR. Seja dia ou noite a sua capacidade de ver vai manter-se intacta graças a esta tecnologia.

A

câmara portátil de visão noturna térmica compacta e robusta, permite visualizar outras embarcações, pontos de referência em terra, boias e objetos flutuantes numa escuridão total. Dispondo agora dum display LCD

40

2016 Março 351

de alta resolução e da tecnologia líder em sensores térmicos da FLIR, a câmara Ocean Scout faz com que o seu tempo passado na água seja mais seguro e relaxante. Os sistemas térmicos de visão noturna são surpreendentes à noite, mas são também eficazes para ver com sol e brilho intensos, neblina e muito mais. O mais recente modelo TK 160 x 120: - Deteta objetos até 119 m de distância; - Tem um campo de visão de 20°; - Capacidade para 1000 fotos; - Para filmar; - Possibilidade de escolha entre uma palete de cores; - Muito simples de usar;

- Não tem necessidade de nenhuma formação específica sendo muito intuitiva; - Muito ergonómica, pode trabalhar com este equipamento usando apenas uma mão e os botões são de fácil acesso; - Tamanho de bolso com apenas 170gr de peso; - Submersível com certificação IP67; - A sua construção robusta permite que seja usada nos ambientes marítimos mais agrestes sem prejudicar o seu desempenho;

- A bateria recarregável de ião de lítio tem uma autonomia de 5 horas. Nota: Falamos aqui do meio marítimo mas a sua utilização no meio terrestre é igualmente válida. Seja para os desportistas seja para forças de segurança ou militares. E o mais interessante de tudo isto é o seu preço: € 630,00 (já com Iva incluído). Já disponível no mercado português sendo a empresa Nautiradar a distribuidora deste equipamento.


Electrónica

O Seu Navegador Digital weBBoat 4G 2ª Geração

A

weBBoat tornou-se mais inteligente. Foi em 2014 que a Nautiradar, representante da Glomex em Portugal, apresentou ao mercado o sistema de antena para internet costeira 4G e wi-fi. Ter internet a bordo ficou mais fácil e barato. O weBBoat não era apenas um Router 4G/WI-FI, mas também uma antena e um ponto de acesso. Bastava inserir o cartão SIM no recetáculo no exterior da antena e obtém automaticamente a ligação 4G ou Wi-Fi, caso exista, cobrindo totalmente o seu barco para todos os seus dispositivos, Smartphones, tablet, Iphone, Ipad, PC,... Em 2016 a Nautiradar apresenta a 2ª geração do sistema, o weBBoat 4G™2 a que a marca denominou de Cloud Edition. Utilizando o sistema operativo Glomex (GL-OS) agora pode rececionar as notificações diretamente no seu telemóvel sobre tudo o que se passa no seu barco, graças ao potente micro-PC ligado a uma série de sensores a bordo da embarcação. O sistema integrado weBBoat 4G de acesso à internet 3G/4G/WiFi até 20 milhas da costa, torna-se agora mais inteligente e no seu navegador digital. Graças à nova tecnologia, com o desenvolvimento da tecnologia Glomex Cloud e Sistema Operativo Glomex (GL-OS), pode agora com o weBBoat 4G™ 2 (ref.: IT1005) tirar partido de vários serviços para monitorizar todos os aspectos do seu barco, em qualquer lugar e em qualquer altura, recorrendo à aplicação gratuita Glomex App. Esta aplicação encontra-se disponível para dispositivos Android e iOS. O sistema weBBoat 4G 2 possui um potente micro-PC integrado, capaz de monitorizar diversos sensores a bordo tais como, o nível de carga das baterias, o nível de água no sensor de porão, o sensor de segurança com o sistema de vigilância vídeo emite automaticamente um alerta, com envio de notificações para o seu smartphone, sempre que ocorra alguma alteração no seu barco. Tudo isto ocorre ao utilizar a ligação Wi-Fi da marina à qual o weBBoat 4G 2 está ligado ou, através de uma ligação 3G/4G garantida pelo cartão SIM do sistema (cartão SIM não está incluído).

A 2ª geração está disponível em duas versões A versão Básica vem com um micro-PC integrado que permite ao sistema weBBoat 4G™2 monitorizar alguns sensores do barco nomeadamente GPS, temperatura, humidade, pressão atmosférica. A versão Avançada integra o micro-PC e uma caixa negra designada por Glomex Smart Interface (interface inteligente da Glomex ref.: ITGSI). Com esta interface pode acrescentar mais serviços para monitorizar outras funções importantes da embarcação, tais como o nível da bateria, água no porão, condições de mar, sistemas de vídeo vigilância, dispositivos multimédia, navegação e comunicação. Graças ao weBBoat, pode ter o seu diário de bordo sempre consigo, seguir a rota do seu barco, partilhar as suas experiências nas redes sociais, monitorizar remotamente a embarcação, controlar vários sensores e, navegar na internet até 20 milhas da costa e tudo isto, a partir do seu smartphone ou computador portátil. Informações técnicas sobre o sistema: O sistema weBBoat tem quatro potentes antenas no interior da dome que aumentam a receção das redes 4G e Wi-Fi até aproximadamente 20 milhas da costa. Adicionalmente, a weBBoat oferece um ponto de acesso que permite criar uma rede Wi-Fi para ligar vários dispositivos ou um acesso por fios via porta Ethernet. Se for necessário o ponto de acesso pode ser facilmente removido da antena e instalado no interior do barco. Caracteristicas chave: .Sistema Operativo Glomex (GLOS) e micro-PC integrado monitorizam qualquer sensor a bordo. .Aumenta a cobertura da internet Wi-Fi e 4G sempre que estiver no porto ou fundeado ou a navegar até aproximadamente 20 milhas da costa (a distância depende da altura da antena e da localização do transceptor). Entrada externa para 2 cartões SIM weBBoat 4G™ 2 quando necessário muda automaticamente do Wi-Fi terrestre ou do porto para 4G

e vice-versa. Todos os componentes estão no interior da antena pelo que não tem que passar quaisquer cabos pelo barco, dado que o sinal é enviado “sem fios” nos barcos em fibra. Só tem de selecionar a rede weBBoat no seu dispositivo. Ponto de acesso pode eventualmente e facilmente ser removido do dome da antena para uma instalação em barcos de metal, em que o sinal wireless possa ficar bloqueado. Equipado com 2 antenas para ligações 3G/4G no caso de o sinal ser mais fraco. Wi-Fi terrestre está coberto por uma antena independente. Ponto de acesso tem a antena wireless para distribuição do sinal de internet no interior do barco.

Não existe a necessidade de selecionar ou estabelecer parâmetros de acesso 3G/4G para a maioria dos operadores. O acesso é feito automaticamente. Evite os custos elevados de internet quando estiver no estrangeiro com o seu barco, bastando adquirir cartão SIM pré-pago no operador local. A instalação é muito simples – Não é necessário passar cabos, apenas 10/30 Vdc para a antena. Os componentes estão no interior do dome e por isso completamente protegidos dos elementos exteriores. PVP weBBoat 4G 2 – 1168€ PVP weBBoat 4G – 1106€ Para mais informações sobre o sistema contacte o importador Nautiradar

2016 Março 351

41


Electrónica

Notícias Nautiradar

Mastervolt Apresenta Nova Gama MLS de Baterias de iões de lítio de 12 V, compactas e eficientes Concebida para aplicações em pequenos sistemas elétricos, a nova série MLS fornece uma vida útil de utilização três vezes superior à das baterias chumboácido, e com apenas 30% do seu peso e volume.

L

íder em sistemas elétricos livres, a marca Holandesa Mastervolt anuncia assim o lançamento da nova gama de baterias de iões de lítio de 12V, de elevado desempenho – MLS – constituída por quatro modelos com potências que variam entre os 80 Wh e os 390 Wh. Passagem simples para Iões de Lítio A série MLS foi desenvolvida com recurso à tecnologia, de imenso sucesso, da gama MLI Ultra. Apesar de concebida para diferentes tipos de aplicações, a série MLS partilha muitas das características da série MLI, tornando-se por isso ideal para utilizações onde a longa duração, peso reduzido e dimensões compactas são elementos chave. A série MLS foi concebida para ser extremamente fácil de instalar e sem quaisquer componentes adicionais. Todos os modelos possuem uma caixa robusta, de plástico à prova de água, tornando-a a substituta lógica para a maioria das baterias de chumbo-ácido existentes. 42

2016 Março 351

Todas as vantagens e segurança integrada As baterias de Iões de Lítio apresentam muitas vantagens sobre os modelos de chumboácido, significando isto que, as baterias da série MLS se podem recarregar num espaço de uma hora; podem entrar em ciclos profundos (descargas até 80%) cerca de 2000 vezes sem sofrerem qualquer dano, o que representa uma duração três vezes superior às baterias chumbo-ácido. Por forma a garantir uma utilização segura em qualquer momento, a Mastervolt escolheu a química mais segura de Iões de Lítio: Fosfato de Ferro. Além disso, possui ainda um sistema integrado de gestão de bateria, que duma forma segura desliga a bateria, de modo a

protegê-la de descargas profundas, sobrecargas e sobreaquecimento. Apesar desta medida interna limitar o rácio de carga / descarga permitida (quando comparado com a série MLI Ultra), esta série apresenta-se como uma ótima gama de entrada no mundo das baterias de Iões de Lítio.

Vasto leque de aplicações As novas baterias MLS são adequadas para várias e diferentes aplicações e onde seja necessária uma capacidade até 90 Ah. A sua dimensão e peso reduzidos aliados ao facto destas baterias poderem ser montadas em várias orientações, fazem com que seja a solução ideal para uma utilização portátil, como por exemplo, comunicações móveis. Outras aplicações vão desde pequenas embarcações e veículos até sistemas de segurança e aplicações industriais. Cada modelo foi testado e certificado de acordo com a norma UN38.3 (transporte seguro por via aérea, marítima e terrestre) e possui uma garantia de 2 anos. Para todas as informações contacte o importador da marca a Nautiradar.

Características Técnicas Modelo

MLS 12/80

MLS 12/130

MLS 12/260

MLS 12/390

Sem carga V

12,8 V

12,8 V

12,8 V

12,8 V

Capacidade

6 Ah

10 Ah

20 Ah

30 Ah

Limite de potência

77 Wh

128 Wh

256 Wh

384 Wh

Dimensões (mm)

90x70 x109

151x65x10

180x76x161

181x126x140

PRVP e

167,00 e

245,00 e

430,00 e

614,00 e


2016 Marรงo 351

43


Pesca Desportiva

Pesca Embarcada

E depois das douradas?

Pois é, acabou a época das douradas e as atenções já se voltam para outras espécies. O “pica-pica”, as corvinas, os pargos... enfim, uma grande quantidade de opções que nos podem continuar a proporcionar alguns exemplares de respeito, os tais que nos animam as jornadas. E é precisamente nesta fase do campeonato que os sargos-legítimos e os ocasionais parguetes nos fazem alguma cobiça.

44

2016 Março 351


Pesca Desportiva

Texto Carlos Abreu Fotografia Carlos Abreu, Eduardo Soares, José Luís Costa e Ricardo Beja Caetano

José Luís Costa e um belo exemplar de sargo-legítimo apanhado em águas algarvias.

D

epois das douradas, o mais certo é que muitos pescadores se dediquem à pesca

habitual, o “pica-pica”. No entanto, é muito difícil de preencher um vazio criado pela ausência das douradas pescadas à chumbadi-

2016 Março 351

45


Pesca Desportiva

Sargo, um peixe que traz outro brilho à pesca embarcada.

nha, uma pesca subtil, que precisa de algumas “unhas” para ser feita e na qual nos debatemos com peixes “peitudos”, que colocam o nosso material à prova. Quem se tem viciado nos últimos tempos nessa pesca sabe que é difícil voltar para o “pica-pica” e suas espécies habituais; é uma pesca seletiva, capaz de apanhar peixe de muita qualidade e 46

2016 Março 351

tamanho, com a aliciante da sensibilidade que a técnica tem e que proporciona uma apresentação de isco capaz até de apanhar esparídeos a meia água. As alternativas Mas há nesta época de transição, uma espécie capaz de cumprir estes requisitos se bem que muito mais generosa na forma de atacar

as nossas iscadas. Os sargos são uma excelente alternativa para esta época do ano, pescando em águas não muito fundas. Os locais são imensos por esta costa fora. Peniche, um pouco por toda a costa alentejana, Cascais, Ericeira, Sesimbra, Algarve, um sem número de locais onde esta espécie marca presença, com exemplares bem lu-

tadores e que aderem para lá de bem à pesca à chumbadinha. A acompanhar os sargos surgem outras espécies de esparídeos que, dependendo das iscas e dos locais em si, podem diversificar as cores do interior da nossa geleira. Os fundos até aos 40 metros onde se pesca às douradas de inverno são certa-


Pesca Desportiva

A acompanhar os sargos surgem outras espécies de esparídeos que, dependendo das iscas

e dos locais em si, podem diversificar as cores do interior da nossa geleira

dadas. Aquilo que se usava nas douradas tem de sofrer um ajustamento a nível de pesos, diâmetro de linhas e anzóis utilizados… mas nem tudo tem de ser forçosamente diferente. Comecemos pelo peso da

chumbadinha; a sua escolha terá de ser feita da mesma maneira que para a pesca às douradas e a velha máxima do “quanto mais leve melhor” ainda marca bastantes pontos. Logicamente que se o pescador não estiver feito a esta pesca e para

melhor sentir o fundo, o ideal é mesmo aumentar o peso da chumbadinha. A título de exemplo diga-se que para pescar em 40 metros de fundo e com uma aguagem certinha, não muito forte, pode pescar perfeitamente com um peso de 30 gramas; para

mente fundos bons destas espécies e sinónimo de as encontrarmos pela certa. A técnica A técnica é a mesma que torna a pesca das douradas tão apaixonante como simplista. A chumbadinha tem este condão: juntar a simplicidade à eficiência, algo que na pesca anda geralmente – quase sempre - de mãos 2016 Março 351

47


Pesca Desportiva

Aquilo que se usava nas douradas tem de sofrer um ajustamento a nível de pesos, diâmetro de linhas e anzóis utilizados… mas nem tudo

tem de ser forçosamente diferente os menos acostumados recomendo que optem por 50 a 60 gramas, embora os sargos comam bem melhor que as douradas e sentem-se quase sempre… quase!

Quanto às linhas o ideal é baixar um pouco o diâmetro, se bem que, se houver outras espécies como os pargos ou sêmeas se recomenda manter o habitu-

al 0,35mm… por vezes até aumentar um pouco caso os sargos falhem, sinal de que anda mais qualquer coisa no pesqueiro que não os deixa comer tranquilamente. Na

minha opinião, e se a opção forem mesmo os sargos e ocasionais parguetes pescados a 30 ou 40 metros, um bom fluorocarbono de 0,28 ou 0,30 dá conta do recado; se pescarmos mais baixinho por vezes tem de se baixar até ao 0,23, 0,25mm. Nos anzóis é que tem mesmo de se baixar o tamanho, uma vez que as iscadas também serão mais pequenas, mais adequadas ao tamanho da boca dos

Paulo Patacão e mais um legítimo pescado que vendeu cara a pele. 48

2016 Março 351


Pesca Desportiva

sargos, mas também não pequenas em demasia. Juntamente com os sargos há outra espécies que, se lhes apresentarmos uma iscada mais pequena não nos vão largar. Por isso toca a baixar o tamanho das iscada mas não muito! Anzóis e iscos Se na pesca do “pica-pica”, se isca muitas vezes com camarão, com um anzol entre o nº 8 e o nº 2, para os

sargos e nas mesmas condições, a pescar à chumbadinha recomendo um anzol nº 1 ou 1/0 iscado com meio camarão ou gamba de lote 30/40, podendo mesmo chegar a iscar um camarão desse lote inteiro, com cabeça e casca. Tudo. Se andarem sargos grandes, saimas ou parguetes no pesqueiro é muito certo que invistam nessa iscada. Com a sardinha idem, tendo em conta que meia sardinha pode ser já uma iscada bem generosa para

os sargos; pescar com uma sardinha inteira é mais indicada para os pargos ou safios. Quanto a iscos não vario muito mais que isto, reconhecendo que há muito mais opções para o pescador como é o caso da amêijoa, choco, mexilhão e o caranguejo. Canas: a eterna questão Mais um capítulo que ainda dá muito que falar. Há quem prefira canas de spinning, outros de boia. Para os sar-

gos reconheço que não há necessidade de se possuir uma cana tão forte como as usadas para pargos ou douradas, se bem que sejam peixes que vendem cara as escamas. Uma cana de boia, resistente, com 3,5 a 4 metros dará certamente conta do recado, com elasticidade suficiente para combater exemplares mais peitudos quando se usam linhas mais finas, de maneira a evitar ruturas. O que não recomendo é que leve uma cana de

2016 Março 351

49


Pesca Desportiva

Pedras boas de douradas são quase sempre pedras boas de sargos, sobretudo se estiverem mais junto a terra.

Os Caranguejos e as Sêmeas

É

uma verdade que as sêmeas são pargos ocasionais que saem muito esporadicamente quando se pesca às douradas de barco no inverno ou aos sargos na primavera. Isso tem uma explicação. A verdade é que se trata de um peixe que adere maioritariamente ao caranguejo, isco a que não conseguem ter acesso no inverno pela elevada competição e concentração das douradas e porque aos sargos, na primavera, o caranguejo é muito pouco usado. A minha dica para quem quiser arriscar a estes soberbos peixes é combinar o melhor de dois mundos: pescar na primavera com caranguejo, em locais habituais de sargos na primavera ou de douradas no inverno. Garanto que vão ter ótimas surpresas.

ponteirinhas para pescar à chumbadinha; perdem muito na rapidez de ação e as ferragens não são as melhores. Posto isto, só posso recomendar que fale com o seu mestre favorito, que

lhe peça para ir aos sargos, leve 3 ou 4 quilos de sardinha e um quilo de camarão e que se divirta. Os sargos e as demais surpresas vão certamente proporcionar-lhe jornadas magníficas!

No meio dos sargos e iscando de forma mais generosa temos hipótese de apanhar as saimas. João Pardal a mostrar como se faz… 50

2016 Março 351


2016 Marรงo 351

51


52

2016 Marรงo 351


2016 Marรงo 351

53


Vela

“School at Sea”

A Escola no Mar para a Vida

Veleiro da School at Sea Foundation

Júlia Branco e Bartolomeu Ribeiro são dois jovens, residentes na cidade da Horta, Faial, que estão a cumprir o grande sonho de participarem no projecto “School at Sea” no ano lectivo 2015-16.

O

projecto “School at Sea”, é organizado pela holandesa School

at Sea Foundation. Como o próprio nome indica, School at Sea é uma iniciativa em que um grupo de 30 a 35

alunos entre os 14 e os 17 anos de idade efectuam parte de um ano lectivo a bordo de um navio à vela navegan-

Júlia Branco e Bartolomeu Ribeiro 54

2016 Março 351

do pelo Atlântico Norte. Através deste projeto, os alunos têm a possibilidade de continuar o seu percurso escolar mas de forma extremamente enriquecida pois é efetuado num navio à vela, conhecendo o mundo, explorando o mar, aplicando na prática os conceitos teóricos que aprendem, visitando outros países e culturas, experimentando a vida a bordo, com todos os seus benefícios e privações. Tudo isto, sublinhamos, não prejudicando o percurso letivo, pelo contrário, enriquecendo-o sobremaneira. No ano lectivo 2015-16, o embarque iniciou-se em Amesterdão, Holanda, no dia 24 de outubro de 2015 e termina no fim-de-semana de 23 e 24 de abril de 2016, no mesmo local.


Vela

Todo o percurso escolar é efetuado em perfeita sintonia e com total acompanhamento das escolas locais dos alunos embarcados. Os alunos efectuam formação à distância, com os mesmos manuais dos seus colegas em terra, sendo acompanhados a bordo por professores das áreas nucleares que escrevem relatórios periódicos para cada uma das escolas de origem. Sendo o rácio professor aluno extremamente baixo, cerca de 1:5, o School at Sea permite que o percurso escolar seja conciliado, de forma controlada, com todo o tipo de funções inerentes com a vida a bordo, como sejam, navegação, meteorologia, manutenção técnica e limpeza do navio, culinária, etc. Trata-se de uma experiência fantástica, única, organizada com todo o cuidado e muito enriquecedora para os participantes. A Júlia tem 15 anos, frequenta o 9º ano na Escola Manuel de Arriaga (ESMA) na Horta, Faial, é uma excelente aluna, faz vela desde os dez anos, tem um elevado sentido cívico e preocupações sociais. Tem uma fantástica capacidade artística, nomeadamente a nível escrito. Neste aspecto friso a Menção de apreço que lhe foi atribuída no Concurso Nacional Uma Aventura de 2014, promovido pela Editorial Caminho. O Bartolomeu tem 17 anos, frequenta o 11º ano igualmente na ESMA e tem um interesse muito especial pelos assuntos do mar. Faz vela desde os 5 anos de idade, tem carta de marinheiro e tem participado em tripulações várias, nomeadamente nas regatas da Atlantis Cup. Para além disso, colabora como tripulante numa embarcação de atividade ma-

rítimo-turística, durante os verões e fins-de-semana. Sendo, no próximo ano letivo, aluno finalista e tendo interesse marcado por cursos ligados às engenharias e à náutica, consideramos esta experiência estruturante para a sua formação superior. Mais informação em: http://schoolatsea.com/ http://vieirabrancojulia.wix. com/bluejusas#!school-atsea/c1n7v

2016 Março 351

55


Vela

Campeonato de Portugal de Match Racing Sub-23

Fotografia Neuza Aires Pereira

Diogo Costa Vence e Convence Diogo Costa, Gonçalo Fonseca, Pedro Costa, José Maria Cunha e Tomás Marques, são os novos Campeões de Portugal de Match Racing Sub-23, prova que decorreu no Rio Douro, com organização do Clube We Do Sailing.

N

a final, a tripulação do Clube de Vela Atlântico bateu Pedro Brito, Francisco Santos, Pedro Castro, Afonso Luz e João Ribeiro, do Clube de Vela da Costa Nova, por 3-0. Na disputa dos 3º e 4º lugares, Maria Pinheiro de Melo, Matilde Pinheiro de Melo, Joana Cassiano, João Cassiano e Joaquim Coutinho, do Ginásio Clube Naval de Faro, venceram por 2-0 Mafalda Pires de Lima, Tomás Pires de Lima, Miguel Santos, Guilherme Cruz e Ana Luísa Magalhães, do Clube de Vela Atlântico. Miguel Silva, Bernardo Cálão, Diogo Lopes e António Oliveira, do Sporting Clu56

2016 Março 351

be de Aveiro foram 5º classificados e Carolina João, Ana

Catarino, Maria Costa, Marta Melo e Teresa Camelo, do

Sport Algés e Dafundo, terminaram na 6ª posição.

Os Participantes


Vela

XI Semana Olímpica Andaluza - XIV Troféu de Carnaval

Mais uma Vitória para a Colecção João Rodrigues venceu a classe RS:X Masculina da XI Semana Olímpica Andaluza - XIV Troféu de Carnaval, prova realizada em Cádiz, sul de Espanha.

O

vento baixou aos 7 de nós de intensidade nas três regatas que marcaram o último dia da Semana Olímpica

Andaluza. João Rodrigues foi segundo nas duas primeiras e terminou a prova com um terceiro lugar. Foi quanto bastou para alcançar mais

um triunfo na sua carreira. O veterano madeirense, que cumprirá no Rio de Janeiro os seus sétimos Jogos Olímpicos, ficou à frente dos espanhóis Angel Granda e

Borja Carracedo, que foram segundo e terceiro, respectivamente. O velejador nacional segue agora para um estágio com o espanhol Ivan Pastor.

Campeonato do Mundo de 470

Na Argentina a Sonhar com o Brasil J oão Villas-Boas/Tomás Camelo foram os portugueses mais bem classificados no Campeonato do Mundo de 470, prova disputada em San Isidro, Argentina. A dupla nacional terminou na 33ª posição da geral. O Mundial de 470 chegou ao fim com a realização da Regata das Medalhas. Sime Fantela/Igor Marenic, da Croácia, são os novos Campeões do Mundo. Paul Snow-Hansen/Daniel Willcox, da Nova Zelândia, ficaram com a prata e Matthew Belcher/William Ryan, da Austrália conquistaram o bronze. João Villas-Boas/Tomás Camelo quedaram-se pelo 33º lugar da geral. António Matos Rosa/João Matos Rosa acabaram na 37ª posição e Diogo Pereira/Manuel Macedo ficaram em 39º da tabela classificativa.

2016 Março 351

57


Vela

Arenal Training Camps Trophy

Bom Treino em Maiorca

E

m 470, António Matos Rosa/João Matos Rosa subiram até à 5ª po-

sição final depois de serem 10º, 7º e 3º nas derradeiras três regatas. Os suíços Yannick Brauchli/Romuald

Hausser foram os vencedores, seguidos das duplas espanholas Onan Barreiros/ Juan Curbelo Cabrera e Jor-

di Xamar/Joan Herp. Por seu turno, Jorge Lima/José Costa aproveitaram o último dia de prova para ascenderem 9 lugares na geral até ao 5º posto, depois de serem 5º e 2º nas duas realizadas. Os espanhóis Diego Botín/ Iago Lopez triunfaram, com os dinamarqueses Jonas Warrer/Christian Lubeck na segunda posição e os italianos Ruggero Tita/Pietro Zuccheti a serem terceiros. Afonso Domingos/Mariana Lobato foram 15º classificados em Nacra 17 depois de serem cumpridas oito regatas ao longo do campeonato. Hoje, a dupla nacional foi 16ª, 13ª, 14ª e 11ª nas quatro que terminaram a prova. Vitória dos franceses Billy Besson/Marie Riou, os seus compatriotas Moana Vaireaux/Manon Audinet e os alemães Jan Hauke Erichsen/Lea Spitzman foram 2º e 3º, respectivamente.

Campeonato da Europa de Finn

Frederico Melo a Pensar em Palma

F

rederico Melo terminou na 32ª posição o Campeonato da Europa de Finn, que decorreu em Barcelona. O velejador nacional subiu três lugares no último dia da competição. A frota de 90 velejadores, de 31 países, que esteve na cidade condal cumpriu sete regatas neste europeu de Finn. Frederico Melo terminou 32ª posição da geral. O holandês Peter Jan Postma sagrou-se Campeão da Europa, com o húngaro Zsombor Berecz a ficar com a prata e o croata Milan Vujasinovic a conquistar o ronze. Para Frederico Melo esta foi mais uma etapa de preparação para o Troféu Princesa Sofia, a realizar de 25 de Março a 2 de Abril, em Palma de Maiorca, prova em que estará em discussão a última vaga europeia nesta classe para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016.

58

2016 Março 351

Fotografia: Robert Deaves

Fotografia: Bernardi Bibiloni/www.fochyfum.es

Jorge Lima/José Costa em 49er e António Matos Rosa/João Matos Rosa em 470 foram 5º classificados das respectivas classe no Arenal Training Camps Trophy, que decorreu na ilha espanhola de Maiorca. Afonso Domingos/Mariana Lobato terminaram na 15ª posição em Nacra 17.


Vela

Campeonato da Europa de Laser

Gustavo Lima na Frente para o Rio

Gustavo Lima confirmou ser o português mais bem classificado em Laser Standard no Campeonato da Europa de Laser, disputado em Las Palmas, ilhas Canárias. O velejador nacional foi 20º classificado, naquela que foi a primeira prova de selecção portuguesa nesta classe, para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016.

N

o Grupo de Ouro de Laser Standard Gustavo Lima encerrou a sua participação em 20º lugar da geral. Eduardo Marques acabou na 40ª posição. Rui Silveira fecha em 64º no Grupo de Prata, enquanto Santiago Sampaio termina no 95º posto. O sueco Jesper Stalheim sagrou-se campeão da Europa. O sul-coreano Jeemin Ha foi segundo e o norueguês Kristian Ruth ficou com o bronze. A segunda e derradeira prova de selecção para os velejadores nacionais será o Troféu Princesa Sofia, de 25 de Março a 2 de Abril, em Palma de Maiorca. Em Laser Radial Feminino, Sara Carmo fecha o europeu no 44º lugar do Grupo de Ouro. Por seu turno, no Grupo de Prata, Carolina João acaba em 77ª. A holandesa Marit Bouwmeester conquistou o ouro. A sueca Josefin Olsson foi

segunda e a finlandesa Tuula Tenkanen na terceira posição. Henrique Brites foi 17º da geral de Laser Radial Masculi-

no, Bernardo Loureiro termina na 31ª posição e Guilherme Gomes ocupou o 35º posto final. O polaco Marcin Ruda-

wski venceu, com o espanhol Ismael Iess a ser 2º e Jonasz Stelmaszyk, da Polónia a ficar em terceiro.

Campeonato do Mundo de 49er

Dupla Nacional Aquém das Expectativas J

orge Lima/José Costa terminaram na 32ª posição o Campeonato do Mundo de 49er que decorreu em Clearwater, Estados Unidos. Os neozelandeses Peter Burling/Blair Tuke sagraram-se tetracampeões mundiais. Jorge Lima/José Costa acabaram o Mundial de 49er na 32ª posição. Os neozelandeses Peter Burling/Blair Tuke sagraram-se tetracampeões mundiais e somaram um impressionante 23º título internacional consecutivo. Os austríacos Nico Delle-Karth/ Nikolaus Resch ficaram com a prata e os britânicos Dylan Fletcher-Scott/Alain Sign alcançaram o bronze.

2016 Março 351

59


Notícias do Mar

Últimas Caparica Primavera Surf Fest

Caparica volta a ser o Paraíso do Surf e da Música

O

Caparica Primavera Surf Fest regressa pela terceira vez à Praia do Paraíso. Entre os dias 18 e 26 de Março vai ser possível assistir a um desfile de mais de 700 atletas das ondas, em 12 eventos das mais diversas modalidades, desde o surf, bodyboard, longboard, SUP, kitesurf, windsurf, bodysurf e kayaksurf.

Isto, quer em exibição e puro gozo, até ao mais alto nível competitivo nacional e internacional. Tudo num ambiente de muita festa e pontuado pela melhor música. “Pretendemos ter um festival de ondas do melhor que se pode fazer neste Concelho e mostrar porque é que a Costa de Caparica é um palco de excelência para estes desportos”, afirma Miguel Inácio, responsável da produção desportiva do Primavera Surf Fest. Competição ao Rubro Dentro do plano puramente competitivo, os destaques do calendário vão para a 1ª etapa do Circuito Nacional de Bodyboard, para a 4ª etapa do Campeonato Regional de Surf Esperanças da Grande Lisboa, as etapas inaugurais dos Nacionais de Longboard e SUP (variante ondas) mas, sobretudo, para a etapa do Junior Qualifying Series da World Surfing League (WSL), que traz às ondas da Caparica, entre 23 e 26 de Março,

alguns dos melhores surfistas júniores do Mundo em busca de 1000 pontos para o “ranking” europeu de júniores. “É uma prova que conta para o circuito europeu da WSL mas que, como tal, por pertencer a uma organização de âmbito mundial, permite a inscrição de surfistas de todo o Mundo”, sublinha Miguel Inácio. E, neste contexto, as atenções dos portugueses irão, necessariamente, para a portuguesa que venceu a prova do ano passado: Teresa Bonvalot. A jovem surfista da Linha é, com apenas 16 anos, a bicampeã nacional feminina e alcançou, em Janeiro, na Ericeira, o terceiro lugar do World Juniors Championships da WSL, o que a torna a terceira melhor surfista júnior do Mundo. Na competição masculina, o destaque vai para Luis Diaz, das Canárias, e Enzo Cavallini, das Ilhas Guadalupe. Ainda falando de jovens surfistas, é necessário dar nota de destaque à 4ª etapa do Campeonato Regional de Surf Esperanças da Grande Lisboa. Uma prova que, pese o carácter regional, não deve ser desvalorizada.Teremos também as etapas inaugurais de Longboard e SUP, duas modalidades com uma representatividade muito interessante na Caparica. Finalmente, e encerrando o capítulo da competição, uma palavra especial para a 1ª etapa do Circuito Nacional de Bodyboard, que regressou à Caparica o ano passado pela mão da organização o Caparica Primavera Surf Fest, e que tem no

bodyboarder local Hugo Pinheiro o campeão nacional em título e um dos valores mais consagrados do panorama mundial. Mas, além da competição pura e dura, há mais motivos de atracção no Caparica Primavera Surf Fest. Exibições e workshops de windsurf e bodysurf, para mostrar o que de melhor se faz nestas modalidades mas também para dar a experimentar aos mais curiosos e potenciais iniciantes, mais expressions sessions de kayaksurf e kitesurf ou uma pioneira “Battle SUP”, e até um Encontro Nacional de Desporto Escolar. Uma última palavra para a Battle SUP, uma prova ainda pouco vista em Portugal e que reunirá alguns dos atletas do Nacional, A programação musical do Caparica Primavera Surf Fest foi pensada de forma a cobrir

as diversas nuances de que se faz a nova música portuguesa. Para lá dos concertos – que estarão acessíveis mediante a aquisição de bilhetes diários a 10 euros ou de passes que custarão 30 euros para os 10 dias – o público terá ainda acesso gratuito a sunset parties com djs que oferecerão a melhor banda sonora do mundo para a chegada da noite e prepararão todos os presentes para as vibrações dos concertos depois de dias preenchidos de ondas e proezas desportivas. Enfim, motivos de sobra para vir até à Costa de Caparica e passar uns dias cheios de surf, música e muita animação com o Caparica Primavera Surf Fest. Venha daí!

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Acossiação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

60

2016 Março 351


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.