Fotografia: GreenPeace
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Notícias do Mar
Comunicado das ONG de conservação do atum
Atum Patudo em Perigo Perdeu com as Conclusões da CICTA
Na reunião anual da CICTA, Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico que decorreu em Vilamoura de 14 a 21 de Novembro, as decisões tomadas abriram caminho para maior dizimação.
O
comunicado das ONG, assinado por Amanda Nickson, que preside à conservação global do atum para a The Pew Charitable Trusts, já não é apenas um alerta, mas uma grave denúncia do crime ambiental e aos recursos do atum patudo
Cardume de juvenis de atum, antes de atingir a maturidade sexual com a idade de 3,5 anos
do Atlântico, à mercê da ganância e falta de escrupulos das frotas da pesca industrial da Comunidade Europeia, em especial de Espanha e França que dividem entre si quase a totalidade anual das quotas autorizadas pela CE do atum vermelho e acabam por pescar também todas as outras
espécies de atum, com os seus grandes atuneiros. No Notícias do Mar nº 357 demos a notícia de uma “matança de atum vermelho” feita por uma frota espanhola de 65 embarcações, apoiadas por um navio hospital e a pescar com os barcos juntos, que foi interceptada pela Marinha
portuguesa em Junho, nas águas dos Açores. As redes de cerco destes atuneiros apanham atuns do mesmo modo que as nossas traineiras pescam sardinha. Os pescadores portugueses necessitam
Nas águas do Açores a Marinha portuguesa interceptou uma frota espanhola de pesca ao atum com 65 barcos 2
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Notícias do Mar
O atum patudo não pode desaparecer como o atum rabilho do Atlântico, o grande atum vermelho
Protesto da GreenPeace
de melhores medidas de conservação do atum patudo As operações de pesca em grande escala que capturam o atum bonito, atum albacora ou patudo, usam sofisticados Dispositivos de Agregação de Peixes (FAD na sigla inglesa), que permitem enormes redes usadas por barcos cercadores para capturar grandes quantidades de peixe. Apesar de alvejar uma espécie de peixe grande, grandes quantidades de patudo juvenil são capturadas nestas redes, acabando com eles do ecossistema, antes de terem tido a chance de se reproduzir. Este tipo de pesca, teve já um impacto dramático sobre os pescadores portugueses de atum, que não vêem as quantidades de capturas que costumavam fazer, afectando negativamente as economias dos Açores e da Madeira. O patudo do atlântico está em perigo, apesar de existir uma medida que os cientistas sugerem constantemente que pode ajudar a dar a volta à situação: reduzir a pesca de patudos juvenis apanhados junto aos Dispositivos de Concentração de Peixes (
FAD provoca a concentração de todo o peixe DCP na sigla portuguesa)), dispositivos que provocam a concentração de peixe à volta. Até agora, contudo, este é um passo que os responsáveis pela gestão da pesca na Europa não querem dar. Neste momento, a Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico (CICTA) mais uma vez ignorou o seu próprio conselho científico — tal como tinha feito inicialmente com os esforços para aumentar as populações de atum rabilho do Atlântico. Relativamente
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Dispositivo para provocar a concentração de peixe (FAD)
ao rabilho do Atlântico, a comissão actuou em 2009, só após uma proposta de proibição de comércio ter obtido um forte apoio de países de todo o mundo. Se não se agir rapidamente hoje, a consequência poderá ser um grave de-
clínio da população de patudo do Atlântico. A pesca de atum tropical, especificamente o patudo, o gaiado e o albacora no Oceano Atlântico é um grande negócio, que vale pelo menos $850 milhões por ano para os
pescadores na região. O valor total atinge cerca de $3,4 mil milhões para os produtos de atum vendidos em supermercados e restaurantes em todo o mundo. Infelizmente, este elevado valor significa que foram pescados demasiados
patudos no Atlântico, nos anos recentes e que muitos destes eram juvenis. Quase todos estes patudos juvenis são apanhados em grandes redes por cercadores com rede de cerco com retenida que usam DCPs para aumentar a pesca do gaiado. Apanhar atuns patudos desta forma, antes de terem oportunidade de se reproduzir, não é sustentável. Fazer isto tem implicações de longo alcance para as comunidades costei-
Embarcação da frota espanhola com cerco aos atuns 4
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Barco espanhol a ser abordado pela Marinha Portuguesa
É urgente tomar medidas para a recuperação do atum
ras e pequenas operações de pesca. Para agravar as coisas, as recentes tentativas da CICTA para gerir a pesca com DCP ficaram aquém das expectativas e a população de patudo continua a sofrer as consequências. Criar o caminho para maior dizimação Em 2015, o organismo científico da CICTA determinou que os números de atuns patudos no Atlântico eram muito baixos. Atribuiu essa situação à pressão de pesca geral e a elevados níveis de captura de juvenis. O Comité Permanente de Investigação e Estatísticas pediu uma redução na atividade pesqueira e um esforço concertado para reduzir o número de peixes juvenis capturados. Contudo, os gestores da CICTA tomaram uma série de decisões de gestão arriscadas no último ano em resposta a esta grave avaliação, que poderia deixar a população de patudo ainda pior: 1 - A CICTA adotou um limite de captura de patudo que tem apenas 49 por cento de possibilidade de terminar a sobrepesca e de recuperar a população dentro de 13 anos. Na realidade, o limite adotado poderá não levar a qualquer redução real da captura. A medida permite a continuação da sobrepesca e existe uma hipótese inferior a 50/50 de que o patudo 2016 Dezembro 360
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Esquemas dos dispositivos de concentração de peixe recupere dentro de um período de tempo que será longo. O que é talvez mais perturbador é o facto de a linguagem na medida poder levar a isen-
ções do limite para frotas de pesca industriais, originando provavelmente uma captura muito superior à cota adotada. Se as tendências recentes
continuarem haverá apenas uma hipótese de 35 por cento de terminar a sobrepesca e recuperar a população. Isto não é suficientemente bom
Tubarão atraído por FAD 6
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para a CICTA. Além disso, a medida não satisfaz os requisitos da Política Comum das Pescas da União Europeia, um movimento dececionante para um membro da CICTA com um dos maiores interesses na pesca de patudo no Atlântico. 2 - Ao mesmo tempo, a CICTA adotou uma suspensão dos DCP sem recomendação dos seus cientistas e não conseguiu implementá-la este ano. Os gestores sugeriram que estabelecer calendários e áreas onde os DCPs não possam ser utilizados irá reduzir a captura de patudos juvenis melhorando a probabilidade de a população recuperar ou reduzindo o prazo até ao sucesso. Mas não há provas de que estas suspensões irão resultar. Em vez disso, os cientistas acreditam que essas ações irão apenas mudar os esforços de pesca para outro lado. Tendo em conta que a CICTA até agora não imple-
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mentou esta medida, o plano de suspensão não reduziu a mortalidade de todo. 3 - Os cientistas da CICTA determinaram que a população de atum patudo do Atlântico sofre de sobrepesca. Os gestores consideraram opções para melhorar o resultado, mas a captura continuou a aumentar em 2015. Esse ano, a captura atingiu quase 80 000 toneladas métricas, o nível mais alto nos anos recentes. Numa altura em que os cientistas pediam reduções na captura, as operações de pesca estavam a apanhar mais patudos. Ainda não foi desta que mudaram a maré do atum patudo Os membros da CICTA podiam ter melhorado esta situação quando se reuniram em Vilamoura, agindo de forma a garantir que o patudo não se vai tornar o próximo atum rabilho do Atlântico. Com essa espécie, decisões de gestão arriscadas tomadas contrariando o melhor conselho científico disponível levaram a uma grave dizimação da população gerida pela CICTA. Para pôr o patudo no caminho da recuperação — e preservar centenas de milhões de dólares gerados pela pesca de patudo — os gestores têm de resolver o problema da captura de peixes juvenis. Têm de prolongar e expandir o mandato do Grupo de Trabalho de DCP com orientações específicas para desenvolver opções de gestão de DCP apropriadas para reduzir a mortalidade de peixes juvenis. Até a CICTA conseguir fornecer provas científicas de que esta captura está controlada a um ponto onde se possa obter recuperação rapidamente, têm de se tomar outras medidas de gestão diretas. A melhor ação disponível para reduzir rapidamente a mortalidade de atum patudo
Se não for interrompida a sobrepesca do atum, acaba por desaparecer do Atlântico
é cortar a captura total anual para um nível que ofereça uma hipótese real de recuperação (por exemplo, uma
probabilidade de 70 por cento até 2024). Se não se permitir estas ações, 2016 não será diferente de 2015, e o
atum patudo e as operações de pesca de atum continuarão em risco de uma perigosa destruição.
Atum patudo 2016 Dezembro 360
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Comunicado das ONG de Preservação do Tubarão Azul
Pequeno Passo para a Preservação do Tubarão Azul
Na reunião da ICCAT, Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico, que se realizou em Vilamoura entre os dias 14 e 21 de Novembro, para a sua reunião anual, a fim de garantir a gestão sustentável dos tunídeos e dos tubarões, novas vozes surgiram contra o finning, a remoção das barbatanas
A Tubarão Azul 8
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ICCAT pretende limitar a captura do tubarão azul no Atlântico Norte, num momento em que estamos também mais perto da proibição da remoção de barbatanas (finning) Os países reunidos no encontro da (ICCAT) deram um pequeno passo, no entanto, sem precedentes, no sentido de estabelecer limites para as capturas do
tubarão azul do Atlântico Norte, mas falharam nos conselhos científicos para que se permitisse fazer o mesmo no Atlântico Sul. Os vários países fizeram ainda um extraordinário esforço para fortalecer a proibição internacional do finning a remoção das barbatanas de um tubarão, deitando o corpo do animal ao mar que foi, eventualmente, impedida pelo Japão e a China. “Os tubarões estão en-
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Barbatanas de tubarão azul a secar
proposta da UE para limitar os desembarques de tubarões azuis tanto do Atlântico Norte como do Atlântico Sul foi diluída pela posição do Japão e outros países. O Brasil bloqueou a ação de conservação do Atlântico Sul. O acordo final desencadeia a consideração da ICCAT, mas não, necessariamente, os limites de cap-
tre os animais mais vulneráveis dos oceanos e meias-medidas não exequíveis não são suficientes para conservá-los”, referiu Sonja Fordham, presidente da Shark Advocates International. “Ao mesmo tempo que aplaudimos o aumento interesse dos países do Atlântico em prevenir o finning na pesca de tubarões e o reconhecimento de que a pesca de tubarões azuis não pode continuar sem limites, estamos profundamente desapontados com o facto de muitos conselhos científicos terem sido ig-
tura, se os desembarques de tubarões azuis do Atlântico Norte ultrapassarem os níveis recentes (~ 39.000 toneladas). Nos últimos anos, mais de 85% dos desembarques de tubarões azuis no Atlântico Norte foram capturados por navios da UE. “É fundamental reconhecer que a nova medida
norados e que a proibição do finning continue muito leve, apesar da vontade de mais de 30 países “. O tubarão azul é pescado por muitos países, a maioria dos quais não limita a captura. O tubarão azul domina os desembarques de tubarões das pescarias ICCAT e o comércio global de barbatanas de tubarão. Os desembarques de tubarões azuis do Atlântico triplicaram na última década. Para evitar a sobrepesca, os cientistas da ICCAT recomendaram a limitação das capturas de tubarões azuis, particularmente no Atlântico Sul. Uma 2016 Dezembro 360
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NotĂcias do Mar
TubarĂŁo Azul, Prionace glauca 10
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da ICCAT para os tubarões azuis se aplica apenas ao Atlântico Norte e está dependente de ações de acompanhamento por parte dos países, a curto prazo, e da ICCAT, a longo prazo”, afirmou Ali Hood, Director de Conservação da Shark Trust. “Uma vez que os navios espanhóis têm a maior parte das capturas do tubarão azul do Atlântico Norte, agora cabe à UE fixar imediatamente limites de captura do tubarão azul, que estejam em linha com os compromissos assumidos hoje. Só com essa ação por parte da UE, será possível que esta meia medida resulte numa conservação significativa dos tubarões azuis”. 80% dos países da ICCAT que participaram da reunião apoiaram um esforço global liderado pelos EUA para fortalecer a proibição de finning, substituindo uma problemática relação barbatana-carcaças com uma proibição mais exequível de remoção das barbatanas em alto mar. Noruega, Libéria, São Vicente e Granadinas, Nicarágua, Serra Leoa, Curaçao e Líbia defenderam a proposta relativa às “barbatanas agarradas” deste ano, juntamente com outros 23 países que fazem parte da ICCAT e que propuseram a medida no ano passado. Pela primeira vez, o Canadá manifestou-se a favor da proibição e a Coreia não expressou oposição. A UE, a África do Sul, a Venezuela, a Islândia, a Rússia, o Senegal e outros países da África Ocidental juntaram-se ao grupo de apoio. No final, no entanto, o Japão e a China – com uma pequena ajuda de Marrocos – impediram a proposta. “Estamos consternados com esta conclusão
Tubarão a ser pescado
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Notícias do Mar
Tubarões azuis no porto de pesca de Vigo em Espanha
Depois de cortada a barbatana o tubarão é atirado à água 12
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e pelo facto de tão poucos países se oporem à proibição de finning da ICCAT, proposta por 30 países de todos os lados do Atlântico”, disse Ania Budziak, Diretora Associada do Project AWARE. “Estamos animados, no entanto, pela demonstração convincente de apoio às regras pró-“barbatanasagarradas” por parte de países desenvolvidos e em desenvolvimento e pelo incentivo contínuo para esta melhor prática”. Os grupos de conservação e as ONGs irão continuar a pressionar a ICCAT e os seus membros para limitarem a captura de tubarões e prevenirem o finning.
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Náutica
Notícias Honda
Honda BF6 Recebe Prémio IBEX de Inovação 2016
Honda BF6
No passado dia 6 de Outubro em Tampa nos USA, na convenção da International Boat Builder’s Exhibition IBEX, a National Marine Manufacturers Association NMMA, juntamente com um painel de juizes da Boating Writers International BWI, designaram o novo motor portátil Honda Marine BF6 como Prémio Inovação para a tecnologia de motores fora de borda.
O
Prémio de Inovação IBEX é a maior honra da indústria náutica, atribuído ao avanço tecnológico e inovador. O prémio reconhece o elevado desempenho do motor e aos equipamentos pós-venda com base em critérios específicos: como diferença inovadora de 14
outros produtos concorrentes e actualmente fabricados. Vantagens para os consumidores. Ser de uso muito prático. E elevado custo/eficácia. O Honda BF6 é um motor fora de borda leve, de 6HP, projectado para equipar pequenos barcos em fibra, embarcações de apoio, insufláveis e veleiros. Este novo modelo incorpora
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tecnologia que contribui para um desempenho superior, fiabilidade e facilidade de uso. O compacto BF6 oferece seis características líderes da classe: facilidade de uso, início fácil, paragem com um toque, portabilidade, conforto e fiabilidade. Facilidade de utilização
O motor tem um depósito de combustível embutido com 1,5L de capacidade, para aumentar a sua autonomia (até 43min) que é a melhor na sua classe de potência O BF6 também pode-se conectar a um tanque de combustível externo para viagens mais longas. Uma gama de 5 hélices
Náutica
com um novo mecanismo de descompressão, desenvolvido pela Honda para tornar o arranque do motor ainda mais fácil independentemente da temperatura do motor. Deste modo é fácil de iniciar e tem um recuo mínimo, devido ao novo mecanismo que sangra a pressão do cilindro, reduzindo a força de tracção necessária para iniciar o motor.
Honda BF6 recebeu o Prémio IBEX Inovação Anual 2016 estará disponível para cobrir todas as necessidades dos clientes em termos de binário o que se revela também uma novidade em motores nesta gama de potência. Início fácil O Honda BF6 está equipado
Paragem de toque O Honda BF6 está equipado com um botão de paragem de um toque, exclusivo da classe, que pára completamente o motor com apenas um botão, sem possibilidade de reinício do motor. Portabilidade Em virtude do novo design ergonómio da alça de transporte e o seu reduzido peso ( 27 kg) o Honda BF6 está entre os mais leves da sua categoria e torna-o fácil de transportar de e para o barco. O novo motor possui uma capota cuneiforme, em forma de cunha e um punho rebatível para facilitar o armazenamento. Conforto
O Honda BF6 é leve e fácil de transportar
O Honda BF6 também beneficía de um novo conceito de absorção de vibrações, com novos e inovadores suportes de borracha montados no motor que eliminam praticamente os ruídos e todas as vibrações transmitidas ao punho e ao barco, independentemente da rotação do motor, ao mesmo tempo que proporcionam uma condução mais suave e
uma operação mais confortável no punho. Fiabilidade Como proteção adicional, o motor têm ainda um novo sistema de alerta de óleo para proteger o motor.que irá limitar automaticamente as rotações às 2.300 rpm no caso de qualquer queda de pressão de óleo.
Honda BF6 2016 Dezembro 360
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Náutica
Honda BF5
A Honda Marine possui exclusivamente tecnologia de motor fora de borda de 4 tempos para alta eficiência de
Punho rebatível para facilitar o armazenamento 16
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combustível, operação silenciosa e baixas emissões. Os motores fora de borda Honda compartilham a mesma dura-
Náutica
bilidade, qualidade e confiabilidade inigualáveis dos seus lendários automóveis. “A Honda Marine está orgulhosa de ser reconhecida mais uma vez com o Prémio de Inovação IBEX de prestígio”, disse Scott Conner, vicepresidente sênior da Divisão de Equipamento de Energia da Honda. “O novo motor fora de borda Honda BF6 integra um desempenho superior, um design inteligente e tecnologia avançada - características inovadoras que nossos clientes apreciam e valorizam”. Com o BF6, a Honda Marine reforçou a sua Gama de Motores, com o lançamento de três modelos completamente novos, BF4 (4HP) BF5 (5HP) e BF6 (6HP). Com um bloco de 1 cilindro, com 127 cm3 de cilindrada, os Honda BF4/5/6 foram desenvolvidos com as últimas tecnologias disponíveis da Honda e concebidos para ir de encontro às expectativas dos Clientes mais exigentes em termos de facilidade de uso, início fácil, paragem de toque, portabilidade, conforto e fiabilidade.
Os modelos de 4, 5 e 6 HP
Honda BF4 2016 Dezembro 360
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Notícias do Mar
Boot Düsseldorf 2017
boot 2017
Apresenta Novidades
A boot, uma das maiores feiras internacionais de náutica de recreio e desportos náuticos, decorre em Düsseldorf, na Alemanha, de 21 a 29 de janeiro de 2017. Este ano são esperados 1.800 expositores, provenientes de 60 países, que ocuparão 17 pavilhões da Messe Düsseldorf, proporcionando uma visão completa do mercado mundial da náutica e dos desportos aquáticos.
N
a boot de 2017 vão ser realçados desportos como o kitesurf, mergulho, pesca, canoagem, turismo náutico, marítimoturísticas, yacht charters, cruzeiros, avistamento de cetáceos, bem como as mais recentes tendências (wakeboard, skimboard, etc).Todos os anos, a boot é visitada por mais de 670 mil pessoas. Trata-se de um importante sector da economia. De acordo com dados fornecidos pelo ICOMIA, (International Council of Marine Industry Associations), no ano passado, 100 mil empresas foram responsáveis pelo fabrico de barcos e iates no mundo inteiro. Empregam 1 milhão de funcionários que produzem cerca de 25 milhões de barcos e iates, por ano. Em 2015 as vendas anuais da indústria totalizaram 40 mil milhões de dólares, com a Europa responsável por 50% do volume de negócios.
“THE WAVE” é a grande novidade deste ano 18
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Maior onda artificial A “THE WAVE” é a grande novidade
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deste ano. Trata-se da maior onda artificial interior, com nove metros de frente, localizada na Surfers Village (pavilhão 2), que permitirá aos adeptos do surf mostrar as suas habilidades. “A diversão é garantida para profissionais, crianças e principiantes. Surfar é gratuito, sendo necessário apenas adquirir o bilhete de ingresso da feira”, explica Petros Michelidakis, director da boot. A WAVE possui um sistema, o Deep Water Surf, que permite surfar com pranchas de surf e de bodyboard. Isto cria uma sensação de surf mais realista do que outras ondas existentes. Para iniciantes e profissionais, este espaço oferece ondas de diferentes alturas - 1 a 1,50 metros, a uma temperatura de 25 ° C. Com a ajuda de dez bombas, 1,40 metros de profundidade de água é bombeada para formar ondas que “garantem diversão ilimitada”. Excursão ao mundo dos Super Iates Nos pavilhões 5, 6 e 7 estarão localizados os expositores que cobrem o segmento dos super iates, construção e mobiliário e outros fornecedores. O pavilhão 6 será uma zona exclusiva dos super iates, que se destina a todos os amantes da náutica. Todos os líderes de mercado estarão “a bordo” e poderão oferecer aos interessados uma visita a estes iates. No total estarão em exposição 60 super iates (até 30 metros), que representam a oferta deste segmento de mercado. De salientar o difícil trabalho de logística e transporte dos iates para este tipo de certame, tanto para expositores, organizadores de feiras e transportadoras, uma vez que o itinerário de transporte destes iates tem de ser planeado até ao mais pequeno dos detalhes. Até, porque muitos deles não podem viajar por terra, pelo que têm de chegar ao centro de exposições de Düsseldorf através do rio Reno. Uma vez atracados em Düsseldorf estes iates são transportados para
o salão. Neste segmento vai haver um novo elemento, o evento “boot INTERIORES” focado no design de interiores e mobiliário para super iates. Isto deve-se ao facto de
haver uma crescente procura por áreas de spa com tecnologia de ponta, cabines de baixo ruído e materiais elaborados para projetos exclusivos. Os organizadores conjuntos deste show de design
de interiores dentro da boot 2017 são a Messe Düsseldorf e a revista BOOTE EXCLUSIV. Para o futuro, o objetivo é desenvolver um portfólio de produtos ainda mais abrangente no segmento B2B.
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“Sea of Portugal” marca presença pelo 2º ano
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“Sea of Portugal”, uma participação conjunta de empresas e instituições portuguesas, vai marcar presença pela 2ª vez consecutiva na boot, com o intuito de promover a oferta do país ao nível da náutica e dos desportos náuticos. Os expositores nacionais vão apostar para além da promoção dos seus serviços e produtos, na divulgação das regiões de origem. Trata-se de uma colaboração desenvolvida pela Media 4U, com o apoio do jornal Notícias do Mar e a Messe Düsseldorf, com o objectivo de internacionalizar o turismo náutico. Com a participação das instituições e dos operadores locais e empresas parceiras, «viabilizamos esta iniciativa diferenciadora e inovadora. Na edição de 2017, a comitiva do “Sea of Portugal” é constituída por entidades que representam vários sectores como Acessórios, Avistamento de Cetáceos, Cruzeiros, Estaleiros, Marinas, Marítimoturísticas, Mergulho, Surf, Turismo Náutico e Yacht Charters. Conta neste momento com a participação de 20 entidades distribuídas pelos pavilhões 3 (Mergulho), Pavilhão 4 (Mergulho e Embarcações) e 13 (Turismo Náutico): Abraçar as Ondas Associação de Turismo de Portimão Câmara Municipal de Espinho Câmara Municipal de Vila do Bispo Cape Cruiser Divers Cape Feeldouro Yacht Charter International Surf School MAR ILIMITADO Turismo & Investigação Marina de Lagos Marina de Portimão Ocean Revival Palmayachts Portiate Portugal Soul by Xtremewonder PuraVida Divehouse, Dive School & Accommodation SeaXplorer Sagres Subnauta Sun Concept – Solar Boat Builders Wind4all «Vamos estar em 3 pavilhões e dessa forma caminhamos no sentido que definimos e defendemos. A oferta portuguesa é muito grande e tem a qualidade necessária para ganhar escala e ter impacto na boot. Na promoção internacional devemos trabalhar com as empresas e com o que têm para oferecer», adianta João Marques dos Reis, Director de Projectos da Media 4U. Com a diversidade e o aumento de expositores o Sea of Portugal adquire escala e leva uma representação cada vez mais transversal de Portugal. De Norte a Sul, das Embarcações ao Surf, abrange uma oferta alargada para quem procura a boot para decidir umas férias ou a compra de uma embarcação. «Sabemos que estamos no caminho certo uma vez que trabalhamos com a organização da feira no sentido de aumentar a nossa dinâmica e de termos uma presença mais activa. Dou como exemplo, a novidade The Wave, onde estamos a definir a participação Portuguesa, numa lógica de demonstração e onde podemos mostrar o que Portugal tem de melhor. A boot 2017 é apenas mais um passo, mas será um passo firme no projecto que definimos e que se concretizou com estes magníficos parceiros, em mais uma forte presença Portuguesa no maior evento do sector a nível mundial», conclui o responsável.
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Na Alemanha, 670 mil pessoas mergulham regularmente Acessórios e Equipamentos Também a área de acessórios continua a atrair muitos visitantes. Nos pavilhões 10, 11 e 12 vão estar em destaque diversos equipamentos, como motores, sistemas de fornecimento de energia, hélices eficientes, etc.
Vela em destaque O sector da vela irá estar presente nos pavilhões 14 a 17, com uma oferta de mais de 360 expositores, fabricantes de veleiros, iates, iates multi-casco, entre outros. Isto significa que a boot será a plataforma de apresentação mais importante do mundo para todos tipos e classes de vela.
Notícias do Mar
No entanto, a boot não é apenas uma plataforma de barcos e iates, mas também de promoção de jovens talentos de vela. Pelo que estará presente a embaixadora do certame, representante deste segmento, a velejadora Constanze Stolz, que participará nos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio com o novo barco classe 470. Destinos de mergulho O mergulho é um dos mais populares desportos aquáticos, pelo que nos pavilhões 3 e 4 os seus adeptos poderão encontrar equipamentos de mergulho de ponta. Na Alemanha, 670 mil pessoas mergulham regularmente todos os anos e estes números têm crescido, bem como noutros países europeus. Vão ser apresentados destinos de mergulho, verdadeiros mundos submarinos de sonho, como Filipinas, Fuerteventura, Indonésia, Portugal e Honduras. Pela primeira vez, também estará representada a Sardenha. Os interessados podem ainda fazer mergulho nos vários dias da feira, numa piscina de 6 x 4,60 m de largura e 1,80 m de profundidade. A boot disponibiliza gratuitamente o equipamento completo e instrutores de mergulho que irão fornecer dicas e conselhos. “Living at sea level” é o lema do Beach Resort, a nova área localizada no pavilhão 13 e que acolherá os hotéis e club resorts localizados junto à água (mar ou águas interiores) e que se destacam pela sua oferta de desportos aquáticos. Os cruzeiros continuam a ser muito populares e para aqueles que preferem passar as suas férias de sonho na água, a boot irá apresentar várias propostas no pavilhão 14. De salientar que o número de passageiros ao nível dos cruzeiros tem vindo a aumentar nos últimos anos na Europa, atingindo o recorde de 6,6 milhões de pessoas em 2015. 2016 Dezembro 360
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Terreno da Docapesca em Vila Real de Santo António para Complexo Hoteleiro Numa nota de imprensa o Ministério do Mar comunicou que a Docapesca quer concessionar uma zona ribeirinha em Vila Real de Santo António pelo prazo de 75 anos na margem do rio Guadiana, em Vila Real de Santo António, na sequência da manifestação de interesse de um grupo britânico que ali pretende construir um complexo hoteleiro.
O
terreno em causa é equivalente a mais de seis campos de futebol e está situado, entre o porto de recreio e as instalações da Docapesca, na zona da muralha norte de Vila Real de Santo António. O grupo interessado é o Mount Pleasant Investments
Vila Real de Santo António Limited, registado em Londres, que pretende construir nomeadamente um complexo hoteleiro de luxo com 300 unidades, zonas de lazer, uma clínica especializada no tratamento de lesões desportivas, um parque público arborizado, comprometendo-se ainda em recuperar e requalificar as zonas envolventes, incluindo o antigo apeadei-
Zona a concessionar pela Docapesca 22
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ro da REFER, a zona adjacente ao terminal de ‘ferryboats’ que ligam Vila Real de Santo António à localidade de Ayamonte, em Espanha e a avenida marginal. Pela concessão do espaço, com 60.900 metros quadrados, o grupo britânico propõe-se pagar inicialmente 5,6 milhões de euros, acrescidos de uma renda variável composta por 0,2% do volume de negócios e dois por cento dos montantes que vier a cobrar a terceiros e ainda uma renda fixa anual de 60 mil euros. A concessão, a primeira de um conjunto de parcelas do domínio público já identificadas pelo Ministério do Mar e distribuídas um pouco por toda a zona costeira de Portugal, é válida pelo período de 75 anos, de acordo com o Edital hoje tornado público, seguindo este processo os trâmites previstos
na lei. A área em causa foi alvo de um protocolo celebrado entre a Câmara de Vila Real de Santo António e a Docapesca e que visava criar as condições para avançar com a requalificação dessa zona da frente ribeirinha. O presidente da Câmara algarvia, Luís Gomes, disse à agência Lusa que esta é “uma grande notícia” para Vila Real de Santo António, “num momento oportuno, que é a quadra natalícia”, e pode significar a requalificação de uma zona que “está degradada” há dezenas de anos. “A Câmara tem vindo a trabalhar com a Docapesca e com o Ministério do Mar no sentido de este investimento da requalificação da frente ribeirinha poder ser feito. A Câmara só tem de elogiar o trabalho que a Docapesca tem vindo a fazer no sentido de encontrar soluções que visem a requalificação integrada de uma zona que está completamente degradada há décadas e para cuja requalificação há décadas que se propõem coisas”, afirmou o autarca. Luís Gomes considerou que a intenção de concessionar essa área ao grupo britânico significa que o trabalho feito para encontrar parceiros, tendo em vista a requalificação da frente ribeirinha, “pode hoje ser uma realidade e supõe investimentos bastante importantes no Algarve, mas também no país”. O autarca frisou que podem estar em causa investimentos na “ordem dos 200 milhões de euros” e a “criação de muitos postos de trabalho”.
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Pesca Desportiva
Histórias de Pesca
Texto e Fotografia Vitor Ganchinho
Emília,
a tainha de rabo gordo
Gosto de mar! Eu, se pudesse, ia a casa como as tartarugas vão à areia da praia: ao fim de 20 anos, e só o tempo estritamente necessário para pôr os ovos.
T
enho 53 anos, pesco há 47 e confesso ter perdido a minha juventude toda atrás dos peixes. Os meus cães ladram-me quando volto a casa. Grande parte do meu ordenado é gasto em carretos, canas, fios, missangas e bugigangas. Prometi à minha querida mulher que a levava em lua-de-mel, a Cancun. Acabei por dar uma volta ao Seixal e comprei um carreto Daiwa Saltiga 8000. Quando a minha Mafaldinha nasceu, a mãe insistia em 24
colocar quatro medidas de leite em pó no biberon da criança. Por mim, com três colheres, carregando um pouco mais na água, estava bem. Poupando no leite do bebé sempre podia comprar mais anzóis. Tenho a certeza de ter nascido para fazer algo de muito grande. O marquês de Pombal sentia o mesmo quando era novo. A ele, deu-lhe para aquilo das avenidas. Mas isso já está muito visto, há terramotos a toda a hora, e por toda a Europa há centenas de avenidas largas.
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Eu queria mesmo era fazer algo que nunca tivesse sido feito. Algo de uma dificuldade extrema. Ainda pensei em me candidatar a ministro e trabalhar a sério pelo país, sem interesses pessoais, sem me abarbatar a nada para mim, mas a ideia que tenho é que mais século menos século, alguém ainda vai fazer isso. Teria de ser algo com muito impacto. Algo que nos próximos 12 anos, dia após dia, pudesse abrir todos os telejornais de todas as televisões deste mundo. Algo verdadeiramen-
te impossível! Logo, só podia ser uma coisa: pescar a velha, famosa e difícil tainha Emília, a impescável tainha do Tejo! Não preciso de vos explicar muito sobre a dificuldade acrescida que é sequer conseguir saber por onde anda a tainha Emília. O Tejo é grande. A última vez que foi avistada, estava no Cais das Colunas, em Lisboa. Segundo os transeuntes, de cabeça de fora, olhava para o cavalo do D. José. Quando têm uma boca daquele tamanho, já
Pesca Desportiva
Trabalho do homem a levantar o peixe comem tudo. O pobre cavalo ficou estático e petrificado. Desde essa altura, nem se atreve a mexer-se, nem para pousar a pata. Fui-me a ela com determinação, preparado para a guerra, armado de canas e bagagens. Passei pela Ponte 25 de Abril e aproveitei para espreitar cá para baixo com os meus binóculos de longo alcance. A água estava turva como de costume, mas calma. Um ou outro turista afogado, a boiar ao sabor da corrente, mas nada de tainha à vista. Apareceram-me 120 elementos da GNR a perguntar se não me importava de sair dali, e tirar as mochilas e os sacos das canas do tabuleiro, porque a fila de
carros, do lado norte-sul, estava em Matosinhos. Emília, a tainha gorda de rabo gordo, com celulite e pele casca de laranja, era o meu objectivo. Aquilo que me iria lançar para o estrelato. Nada de medos. A missão era espinhosa, mas os cobardes fogem para trás, e os fortes fogem para a frente. Abril de 2015. Assentei arraiais à saída do esgoto que fica a seguir ao Museu da Electricidade, na Avenida Brasília. Debaixo do candeeiro. Pareceu-me
um excelente sítio para uma tainha famosa. Muito lixo, água muito suja, coliformes fecais com fartura. Era o sítio ideal. A água tinha a pinta certa: esverdeada, com bactérias redondas tamanho de bolas de futebol, a correr na direcção de Algés. As tainhas adoram aquilo, ficam desvairadas! Abençoado esgoto. Pessoal da Câmara de Lisboa: quando já não quiserem aquele esgoto, vendam-mo! Pelo preço que vos vier à cabeça, porque aquilo é precioso. É uma mina para as tainhas! Montei quatro canas big game de 130 libras, com carreto Penn de tambor móvel, International 80 VS, e 900 mts de fio de nylon de 1mm. Anzol simples nº 8 super afiado, com terminal de aço. Nunca se sabe. Fiz esta montagem porque os peixes da zona estão muito batidos e é preciso subtileza. Temos que ser discretos e ter unhas para eles! Montei uma tenda de campismo na muralha, com avançado largo, para poder acudir mais rápido. Uns guizos nas ponteiras e aí estava o artista pronto para entrar em combate. Comecei a engodar. Para uma tainha já velha, não ia lá com meias medidas. Joguei-lhe com uma carga completa de camião cisterna de gasóleo, seiscentos litros de óleo de motor queimado, uma dúzia de cachecóis do Sporting e 180 preservativos da Durex, em segunda mão. Passados dois meses ainda não tinha picadas. Tudo dentro do normal. Isso acontece-me muito. Atribuo a falta de picadas nos primeiros meses ao facto de o peixe ser naturalmente desconfiado, e reagir um pouco mal ao impacto das chumbadas na água. Pesco com chumbadas de 6.5 kgs. As correntes são fortes, arrastam muita lama e pedras, e é certo e sabido que, caso a isca derive um palmo que seja, sai do sítio, e vai “tudo por água abaixo”, embora neste caso, isso seja uma força de expressão. Se a isca sai do sítio, um centímetro que seja, podemos estar anos sem ter um toque. Normalmente lanço as minhas chumbadas em rotação, com um cabo de aço e uma pega. Inspireime no lançamento do martelo. Isto são pormenores técnicos que partilho convosco. Sinto que é minha missão ser didáctico, mostrar-vos novas técnicas e formas de fazer. Experimentem a lançar as vossas chumbadas fazendo 17 ou 18 rotações completas, sempre sobre a perna esquerda, e depois digamme se não é outra coisa. Por alguma razão os lançadores de martelo e disco estão a ganhar as provas de pesca surf casting todas! Julho de 2015. Durante a noite, deu-me ideia de ver
uma ligeira vibração numa das canas. Estive dois dias muito atento, quase sem respirar, mas acabou por ser rebate falso. Comecei a achar que devia contratar um ajudante, para me dar algum auxílio na parte da engodagem. Controlar as canas e deitar engodo para a água com a pá, era demais para uma pessoa só. Acabei por encontrar um emigrante ilegal que se prontificou a ajudar, a troco de duas postas da tainha. Não sei onde é que ele vai meter tanto peixe. A comunicação não é fácil, porque ele não diz uma palavra em português. Mas pareceme a pessoa certa e talvez venha a fazer carreira de engodador. Tem um papelão rascunhado a dizer Germany. Talvez seja o nome dele. Cada vez que passam motas e carros na estrada, mostra o cartão e levanta o polegar. Como me apareceu a uma segunda-feira à tarde, passei a chamar-lhe Sexta Feira de Manhã. Uma semana depois, pareceume ver uma das sardinhas do isco tocada, meio ratada na barriga. Tensão máxima agora! Nós sabemos como as tainhas são manhosas, e a Emília Rabo Gordo era seguramente muito mais esperta que todas as outras. Por falar nisso do rabo gordo, tive a visita da minha mulher. Ela é que teve olho para arranjar um marido bom!! Trouxe-me isca: lulas recheadas com bacon, feitas em tomatada. Uma tainha gorda tem obrigação de gostar disto! Dizia-me a Lena: “ Não queres ir para casa? Uma das torneiras da casa de banho está a pingar há meses, e além disso, as tuas filhas estão com saudades tuas. E uma das galinhas está choca, não quer sair de cima dos ovos. O animal não vai nem beber água….” _ Isso de não comer nem beber já está muito visto! O Luaty Beirão fez isso há pouco tempo em Angola, durante 35 dias. Fico aqui na muralha até pescar a Emília gorda!... _ Mas qual Emília?! A que é vendedora de automóveis? _Não. A tainha gorda, aquela que ninguém consegue pescar. _ Estás magro como um peixe-espada!... _Sim, mas sinto-me como um tamboril balofo e anafado. Eu apanho aquela tainha! _ Mas Vitor, …a Teresa e a Mafalda têm saudades tuas, as crianças querem ver-te. _ Elas que venham cá ver-me. Sempre apanham ar puro e saem da frente do computador. _ Isto aqui cheira mal! Cheira a esgoto! Não trago as crianças para aqui!... _ Não gostas do pesqueiro?! É uma questão de hábito. Para mim, este
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Pesca Desportiva
Comecei a achar que devia contratar um ajudante sítio lembra-me os Alpes suíços, tem uma brisa fresca e agradável. Por falar nisso, podias trazer-me uns agasalhos, isto no Inverno deve ser frio. _ Mas tu já tens cá toda a tua roupa, de Verão e de Inverno. Tens até as meias de lã da Serra da Estrela. Só falta trazer-te o quadro do escritório, o “ Menino da Lágrima”. _Traz o quadro, sempre decora a tenda. Coração, lembra-te disto: eu ainda vou ter uma foto minha em todos os outdoors do país, com aquela tainha presa pelo rabo! Não tenho é engodo. Já se acabaram os caixotes do lixo aqui da zona. O pessoal da recolha de lixo está-me a tramar a engodagem. Sonho com o dia em que vou receber o prémio da Tainha Gorda de Ouro, em Veneza. Agosto 2015. Passaram duas velhotas gaiteiras, de Algés, de beiços pintados: A minha Lizete ainda estava grávida da minha neta, a Cátia Vanessa, quando este moço veio para aqui. A criança já anda, já diz “download”, e ele continua a pescar. Não vejo é peixe nenhum. Vou pôr uma velinha por ele. Entretanto, o sol caiu mais uma vez, sem uma única picada. Os cometários eram pouco abonatórios, mas as pessoas não sabem, e por isso temos de as desculpar e desvalorizar o que dizem: É de longe o melhor homem26
estátua que já vi. Está imóvel há 3 horas a olhar para a ponteira da cana, sem pestanejar. Nem mexe os olhos! Estás a ver as calças dele todas molhadas? Veio de lá um cão,…deve ter pensado que ele era um poste... este tipo é muito bom ! Eu continuava atento e concentrado. Ao menor descuido, e a tainha Emília ia embora para sempre. Um casal de estrangeiros gadelhudos, com ar de estarem anémicos de finanças, passou e perguntoume: The camping. Do you want to rent it? No, sorry. I`m trying to catch Emily, the fat fish...respondi-lhes. Por força que me queriam arrendar a tenda. Fizeram fotos para postar no Facebook e enviar para os amigos na Holanda. O passeio estava cheio de gatos. Estavam confiantes no resultado da minha pescaria. Acreditavam em mim. Eventualmente podiam vir também ao cheiro da sardinha podre do engodo. Resolvi desmontar a tenda e avançar um pouco mais para norte de Lisboa. Avancei o equipamento todo uns vinte metros. Sempre eram outras águas. Passaram dois polícias: Será mais um jogador que vem para o Benfica? Eles vão buscá-los aos bairros de lata, porque é lá que eles se fazem para a guerra. E este tem ar de maluco, deve ser avançado! Pode ser, ...dizia o outro. Ele tem é cara de esgazeado. Não gosto deles quando parecem ser a última
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Coca-Cola fresca do deserto. Isto pode ser coisa de narcotráfico! Setembro 2015 Apareceu-me um moço de barbas compridas, vestido com uma túnica cor de laranja. Vinha com uma faca enorme na mão direita, e uma bandeira preta rascunhada, na esquerda. A correr direito a mim, com pressa e aos gritos. Não percebi se vinha ajudar a fazer os filetes de sardinha da isca. Tropeçou no cabo do camaroeiro, e caiu à água. Nunca mais o vi. Fiquei possesso porque podia ter ido tomar banho para outro lado. É assim que se estragam os pesqueiros. A Lena passou por lá para me deixar sandes de torresmos e 860 pacotes de bolachas Maria. Perguntou-me: _Lembras-te daquele projecto que tinhas de construir uma barragem no topo do Evereste? Aquela coisa de fazeres lá provas de motonáutica? Acho que alguém já começou a fazer isso, uma empresa do Qatar antecipou-se. _Não te preocupes. Eles vão fazer o paredão da barragem, entre o Evereste e o Annapurna, com tijolo de 7cm e pladur. Vai tudo por água abaixo. Eu é que sei fazer barragens! Olha, por falar nisso, como estão as acções do Goldman Sachs? _ Perdeste tudo o que tinhas. Acho que era melhor voltares para casa. Para além disso, tinhas dito que querias produzir vinho. O meu
pai acha que não consegues fazer mais que meio litro de vinho, e que vai ficar ruim. Ele diz que nas três cepas que temos lá em casa, só se aproveitam uns 3 ou 4 cachos de uva. O resto caiu em desgraça, está tudo com míldio. Não foi curado… _O teu pai não percebe nem de fazer vinho nem de fazer filhas! Se eu digo que faço 500 litros de vinho, mesmo com 3 cachos de uvas, faço! Ele não está a contar que temos a água do furo. Faço um cortadinho e até sobram uvas! O pessoal dos haxixes, com 10 gramas faz dois fardos de 50 kgs! Faço a quantidade de vinho que eu quiser! Para além disso, ainda mantenho a ideia de que consigo fazer vinho a partir de resina de pinheiro. Logo que me despache daqui, arranco com isso. _ Mas então quando é que voltas para casa? _ Achas que eu sei?! Não depende de mim. A tainha é que manda. Nem o professor Bambo tem soluções astrológicas para estas coisas.A semana passada, passou aqui em frente ao pesqueiro uma coisa escura e comprida a rasgar a superfície e pareceu-me ser ela. Quando vi um rebocador à frente, percebi que era o submarino Tridente II, da Marinha. Ia mais uma vez para doca seca, para reparações. A pesca não tem horas. É preciso ser paciente, saber engolir em seco, aguentar os dias menos bons. Um dia bom, seis meses maus, isto nunca se sabe. Um individuo tem de se preocupar com tudo. Não basta a ausência
Pesca Desportiva
absoluta de toques nos últimos cinco meses, ainda tenho de me estar a ralar com o pessoal que passa de bicicleta. De vez em quando um deles ficava enleado pelo pescoço nos fios de nylon, e caia da máquina abaixo. As pessoas não vêm por onde andam, as canas estão a pescar, um individuo está com atenção ao que está a fazer, não pode estar ao mesmo tempo a segurar tabuletas de trânsito proibido. Ora se estão a ver os fios das canas esticados, ...vão à volta, vão dar a volta à Reboleira! Vão correr para Chelas! Vão pedalar p`rá Volta à França! Dezembro 2015. As minhas filhas resolveram visitar o pai. _Eh Mafalda, estás grande! E então?! _ Já entrei para o 1º ciclo. Viemos cá trazer-te a tua prenda de Natal. Emocionado, abri o embrulho com ansiedade, quase conseguindo adivinhar o que era: uma caneca de loiça. Mas não, era uma linda cana de pesca em carbono com 4 mts! A dedicatória não podia ser mais feliz: “Para o pai mais persistente do mundo! Aguenta firme!” Já a minha querida esposa não estava muito eufórica com o andamento da minha missão. Quando
fui para a beijar, deu dois saltos para trás e gritou-me: _ Não te chegues a mim com esse cheiro pestilento a sardinha! Se te aproximas… lanço-te gás pimenta!! À distância, entregou-me então a sua prenda. Pensei que fosse um carreto, ou um pacote de casulo. Não propriamente. Desembrulhei e eram três pacotes de amêndoas da Páscoa. Por vontade dela, eu andaria sempre ao pescoço com uma árvore verde ambientadora, daquelas de pendurar nos retrovisores dos carros. Anima sempre saber que a família está connosco, e que nos apoia nos nossos projectos. A passagem de ano correu lindamente. Recebemos a visita de uma série de associações de apoio aos semabrigo, e foi muito interessante ver toda a gente entusiasmada a engodar, deitando à água molhadas de cotonetes com cera. As tainhas adoram e eu fiquei sensibilizado. Estava duro de conseguir dar a volta ao assunto, a tainha Emília não dava sinal. Outra pessoa teria colocado algumas reservas em relação à empreitada que tinha em mãos, mas é a fé que nos guia, e eu sabia que iria conseguir. Os foguetes da passagem de ano não foram bem-vindos. O peixe afunda. Janeiro de 2016.
Eu tinha a certeza que a Emília Rabo Gordo, mais ano menos ano, teria de passar por ali! E passou mesmo! Estava eu a partilhar um gelado com o Sexta Feira de Manhã, a darmos lambidelas ao despique, quando nisto, uma forte pancada na cana levou-me duas centenas de metros de linha. Era ela! Finalmente! Benzi-me três vezes e ferrei com alma. A decoração dourada da cana ficou-me colada à pele das mãos. Três das vertebras ficaram bloqueadas, a trabalhar osso com osso. Não era tempo para lombalgias nem mariquices. Nestas alturas não há torcicolos! Um individuo tem a miss Suécia à frente, descascada e a fazer a esparregata, …não lhe vai dizer que, logo por azar, nesse dia tem o colesterol alto! Todo aquele tempo de espera, toda a preparação, iria agora ser posta à prova. A linha saía do carreto a bom ritmo. O Sexta Feira, sorridente como nunca o vira, recolheu as outras canas, para evitar enleios. Cheirava-lhe a palha, ou seja, peixe fresco. Quando percebeu o tamanho do animal, foi chamar os amigos dele ao Martim Moniz. Segundos fora. Era tempo para mim e para a Emília. Como num combate de box, umas vezes da-
mos, outras levamos. Eu estava a levar, mas sabia que o peixe não iria resistir para sempre. Escorregavam-me os pés nos limos da rampa. Atei-me pela cintura ao poste da luz. A linha saía rápido pela ponteira de rolete, o bicho ia em frente, esporeado, com o freio nos dentes. Saltavam chispas da ponteira, mas o equipamento iria aguentar! Material da Go Fishing não derrete nem parte. Nem com esticões do TGV do tio Sócrates! O Cristo Rei já estava com a túnica toda encharcada. Os braços estalavam de tanto esforço. Grande parte da linha saiu do carreto. Só apelava para que o cacilheiro não me cruzasse o nylon. Partir o fio agora seria inglório. Um lisboeta pacholas deixou uma coroa de flores. “Fica aqui, …para o que perder”, dizia ele. A ranger os dentes, fiz força como um condenado às galés durante horas. Este é um tipo de esforço violento que não recomendo a pescadores grávidos ou a amamentar. Quando estava convicto de que o pior já passara, o poste do candeeiro começou a ceder, e a inclinar-se perigosamente para a água. Estava atado e fui atrás. Mais um esticão e dei por mim a fazer força contra o peixe mas debaixo de água, atado pela cintura e respirando por uma palhinha. Nos filmes de
Boa isca, lulas recheadas com bacon feitas em tomatada 2016 Dezembro 360
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guerra, e sobretudo nos de gajas, acontece muitas vezes. Um descuido, uma pequena distracção, um copo a mais, a cabeça à roda, e lá está o pessoal com a boca na palhinha. As coisas estavam a ficar pretas, mas eis que chega o 7º de Cavalaria, ou seja, uma molhada de 160 emigrantes ilegais, ucranianos e kosovares. Os amigos e amigas do meu inseparável Sexta Feira de Manhã. Dizia um deles: “ se for preciso mais umas centenas para suster o bicho, também se arranja”. É o que não falta é malta de força, filhos de um Deus menor sim, gente do outro lado da vida fácil, sim, mas lutadores. E interessados em tainha. Entre todos, conseguiram endireitar o poste do candeeiro. Cá fora, respirei fundo. Um homem com ele direito é outra coisa. Em momento algum afrouxei a tensão da linha, mesmo já com as mãos encortiçadas. Saltavam limalhas em brasa do carreto. Não a podia deixar enrolar nos pilares da Ponte. A tainha debatia-se furiosamente, num esforço titânico para se soltar, mas não contava com a minha força e arreganho. Não tenho pisca de gordura neste corpinho, é só músculo. Nós lá no meu planeta temos todos uma força de braços descomunal. E aos poucos o bicho foi arrimando, para grande alegria de todos os que assistiam. Dar autógrafos, acenar
ao povo e manobrar a manivela do carreto com a mesma mão, não é fácil. Não é para todos, é só para pessoas de técnica e coragem muito acima da média. Malta que estava trabalhando no “gardanho“, a assaltar um banco na Avenida de Berna, quando souberam o que se passava, interromperam os tiros à polícia, largaram o serviço, os sacos das notas e as pistolas. Por entre o cheiro a pólvora, policias e “profissionais liberais” abraçaram-se, meteram-se todos na carrinha de valores e vieram juntos ver encostar o animal. Taxistas deram boleia nos seus veículos ao pessoal da Uber. Grávidas saíram à corrida da Maternidade Alfredo da Costa, baldaram-se às criancinhas, e vieram em pijama de parto para a doca. O nosso querido presidente não resistiu, quando soube do assunto através do SIS, sentiu umas borboletas no estomago, ….e lançou-se para mais uma banhoca no Tejo, ajudando a empurrar a tainha para terra. Não estava nada preparado. Não havia sequer um autocarro descapotável para passear pelas ruas de Lisboa com o bicho. Se fosse para o Benfica, a Câmara Municipal tinha desenrascado logo em três tempos uma viatura para ir até ao Marquês. Um acontecimento mundial destes, tem este tipo de tratamento. Franca-
mente! Pois assim que se soube do outro lado do mundo, o grande líder Kim Jong-un, visivelmente impressionado com o tamanho da tainha, mandou imediatamente formar as tropas, ou seja, toda a população norte coreana, organizou um enorme desfile militar com milhares de armas nucleares, e obrigou toda a população a fazer um corte de cabelo igual ao meu. A pivô da televisão estatal, entusiasmada, referiu-se a mim como sendo ainda maior que o Grande Líder. Bem disposto e sorridente, este, pese embora o constrangimento da noticia, deixou-a viver. Exactamente por 3 minutos e 22 segundos, o tempo que levou a juntar as facas e cutelos, a degolá-la em directo, e a por em fila mais 48 dos seus primos e tios, que acabariam igualmente decapitados. Restava-me ir arranjar o cabelo, fazer umas madeixas loiras e preparar-me para dar as entrevistas. As barracas de comes e bebes apareceram do nada, e vendiam tainha de cebolada, empadinhas de tainha e brioches recheados de tainha. Milhares de pessoas insistiam a pé firme numa fila interminável junto ao Centro de Beleza Adónis. Pediam aos gritos tatuagens com o meu nome, a data e o peso do animal: a meu ver, cerca de 930 quilos. Estas coisas são assim, quando me dá para es-
ticar no peso não tem limite! É o que me vem à cabeça! Merchandising com a minha foto a segurar a Emília pelo rabo vendia-se como pãezinhos quentes. Cachecóis, porta-chaves, aventais de cozinha e assadores de linguiça gravados com a foto da tainha, davam 7-0 às bonecas Frozen, da Disney. No Restelo, foi lançado o pastel de nata em forma de tainha Emília, sem canela. Os barcos de pesca insistiam nas Capitanias em mudar o nome para “Tainha”. Depois disto, não sei se quero ir para o Panteão Nacional, se prefiro ir para o Convento de Sta Clara. Tenho de ter em atenção a humidade das campas. E quero um sítio com espaço, não quero ficar num sítio acatitado. Eu durmo muitas vezes com a barriga para baixo, e as pernas todas abertas. Com dois hectares, já dá para mim, os carretos, o bicho e parte das revistas que dedicaram edições especiais a este assunto. Relativamente a comendas, prefiro a azul, a da Ordem do Infante D. Henrique, esse grande pescador de tainhas. Gosto de azul. A pedido de muitos dos meus queridos leitores, vou tirar a seguir um curso de acordeonista que me vai tomar 13 anos. Antes disso, no próximo número, não perca o meu artigo técnico, “A pesca ao peixeagulha miúdo, com bifanas de Vendas Novas”.
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Electrónica
Notícias Nautel
Nova série de Radares FURUNO FAR-15x3BB & FAR-15x8 Soluções para os Grandes Iates e Navios A FURUNO, reputado fabricante Japonês, lançou recentemente no mercado uma nova série de radares marítimos.
A
nova série compõe-se de dois grupos, os FAR15x3BB e FAR15x8, sendo que a letra “X” substituída por um algarismo, determinará o modelo específico final. Estes radares complementam a já extensa gama da marca, para satisfazer as necessidades de todos os tipos de navios, ou embarcações mais pequenas . Os radares tipo FAR-15x3BB comercializam-se num formato “Black Box” / “Caixa Negra”, portanto sem o monitor (ecrã) , o que permite uma maior versatilidade na hora de adaptar a instalação aos requisitos do cliente. Estará
disponível em dois modelos para potências de saída de 12 e 25 kW, denominando-se respectivamente, FAR-1513BB e FAR-1523BB. São os modelos mais adequados para a pesca profissional ou embarcações não SOLAS (abaixo de 500 TAB) como a maioria dos Megaiates. Os radares FAR-15x8 estão homologados como equipamentos CAT2, CAT2H e CAT3 de acordo com os padrões requeridos pela IMO – SOLAS para este tipo de radar, para instalações em navios até 10.000 TAB. Existe também em duas versões, uma para 12 Kw e outra para 25Kw, designadas por FAR-1518 e FAR-1528 respetivamente. A homologação acima referida obriga a que os monitores também sejam homologados e dentro da gama da FURUNO existem os FURUNO MU-150HD (15”) e o FURUNO MU-190 (19”). Quanto a características comuns, ambas as séries se destacam pela implementação de uma avançada tecnologia para seguimento de alvos (TT) que reduz consideravelmente o tempo de visualização do vector da velocidade e rumo dos ecos tracejados, e produz uma função de eliminação automática de interferências (ACE) que proporciona una claridade de imagem sen precedentes. A unidade de controlo tem um desenho especialmente concebido para estes novos produtos, e incorpora 3 po-
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Electrónica
tenciómetros/botões de controlo dos ganhos dos ecos da mareta e chuva, junto com um RotoKey de onde se acede aos diferentes menus de operação. Existem também uma teclas para acesso direto às principais funções do aparelho. Por fim incorpora também um “TouchPad” que facilita una operação simples e eficiente. Ambas as séries FAR-15x3BB e FAR-15x8 dispõem de conetividade a transcetores de AIS, com capacidade de visualização de até 300 alvos. Igualmente têm já incorporado o módulo de aquisição automática o manual de até 50 alvos ARPA (necesitando de ligação a GiroGPS opcional).
Existe uma porta DVI para ligação ao monitor externo e outra RBG para ligação de um segundo monitor, ou para ligar ao VDR no caso da série FAR-15x8 (IMO). Adicionalmente, ambos os modelos tem uma base de interligações por Ethernet 100
Base TX que permite a criação de uma rede de dois sistemas de radar. Esta rede de dados por Ethernet proporciona comunicação de alta velocidade, estével , para a partilha das informações de navegação , para além de permitir o amplo controlo de ambos radares desde qualquer das unidades interligadas (interswitch). A série FAR-15x3BB ofere-
ce uma impressionante libertade e capacidade de personalização da apresentação para uma visualização dos ecos com uma máxima visibilidade e eficacia . Contatos : Nautel Sistemas Eletrónicos Lda 213007030 – geral@nautel.pt – www.nautel.pt
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Notícias do Mar
Tagus Vivan
Crónica Carlos Salgado
O Futuro do Tejo
Constroi-se Agora
Com efeito o trabalho que a Tagus Vivan tem vindo a desenvolver desde o ano passado com a colaboração dos parceiros que foram aderindo à causa da construção de um futuro melhor para o Tejo, a partir das Conferências Regionais realizadas com o objectivo de fazer o diagnóstico dos pontos fracos e dos pontos fortes do nosso maior Rio e eixo histórico e identitário do país, para procurar encontrar as soluções para resolver os fracos e valorizar os fortes, soluções essas que o próximo Congresso do Tejo, o terceiro, está determinado em encontrar para propor ao Poder Central e à Assembleia da República para que legislem em conformidade.
D Recepção dos participantes na Conferência 32
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ando continuação ao relato sumário que fizemos no Notícias do Mar do mês passado, da penúltima e 4.ª do Ciclo de Conferências, a Conferência Regional do Alto Tejo Português e Tejo Internacional realizada em Vila Velha de Ródão, no qual não foi possível publicar as imagens das comunicações e dos respectivos comunicadores, vamos publicá-las este mês, onde também nas páginas seguintes a esta crónica será
Notícias do Mar
publicado o relatório pormenorizado dos trabalhos do Painel 1, registados pelo Eng.º João Soromenho Rocha, e no número de Janeiro será publicado o relato pormenorizado dos trabalhos do Painéis 2 e 3 bem como do debate, conclusões, recomendações e do encerramento da referida conferência, registado pelo Prof. Dr. Miguel de Azevedo Coutinho. Em boa verdade deve reconhecer-se que o Ciclo de Conferências Regionais foi uma iniciativa inovadora
Mesa de Abertura da Conferência – da Esq. » Direita: Sr. Carlos Salgado, Presidente da Tagus Vivan, Sr. José Manuel Alves, Vice – presidente da CMVV Ródão e Dr. Jorge Gouveia da Associação de Estudos do Alto Tejo.
Mesa do Painel 1, da Esq. » Dir. – Dr. Luis Raposo, Prof. Jorge Oliveira, Mestre João Caninas, Eng. João Rocha (moderador), Dr. Carlos Neto de Carvalho e Arq.º Mário Benjamim.
Painel 1 - Arq. Mário Benjamim O projecto de Arquitectura no processo de reintegração no Vale do Tejo
Painel 1 – Dr. Carlos Neto de Carvalho A oferta turística actual e o destino Geopark Naturtejo – território da Unesco 2016 Dezembro 360
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Notícias do Mar
Painel 1 – Professor Jorge Oliveira O Tejo a S. Mamede – antropização da paisagem
Painel 1 – Mestre João Caninas O Património Arqueológico do Alto Tejo Português e Tejo Internacional – Diversidade e valor
Painel 1 – Dr. Luis Raposo A Presença Humana Antiga do Alto Tejo Português – importância Internacional e Valorização Pública
tomada pela Tagus Vivan que está a colher os seus frutos, porque permite extrair das conclusões de cada uma dessas conferências as matérias substantivas para levar ao Congresso do Tejo III, e deste modo está a contribuir para a construção de um futuro melhor para o Tejo, para termos Mais Tejo, Mais Futuro. Todo o trabalho que esta ONG tem vindo a desenvolver vai para dois anos, período de tempo em que tem contribuído também para que se oiça, leia e fale
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do Tejo, dando-lhe mais visibilidade e notoriedade, tencionava complementá-lo com o resultado do trabalho da Comissão de Acompanhamento da Poluição do Rio Tejo que foi criada pelo Ministério do Ambiente com a missão de avaliar e diagnosticar as situações com impacto directo na qualidade da água do rio Tejo e seus afluentes, uma vez que um dos objectivos centrais da política de ambiente é assegurar a gestão sustentável dos recursos hídricos, que são bens finitos. Contudo essa Comissão de Acompanhamento que devia apresentar o do seu trabalho com propostas e recomendações até final do passado mês de Junho deste ano, não o tendo cumprido pediu o seu adiamento por mais 90 dias que já se esgotaram e não sabemos quando estará concluído, pelo que lamentamos não podermos ter acesso ao resultado desse diagnóstico, que reputamos de muito importante para o trabalho que a Tagus Vivan está a
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Um apontamento do auditório Painel 2 – Dr. Nuno Coelho Usos múltiplos do rio – navegação (turística de lazer e desportiva)
Painel 2 – Sr. José Manuel Alves, Vicepresidente da C. M. de Vila Velha de Ródão - Economia associada ao rio
desenvolver. Para que o Ciclo de Conferências Regionais seja concluído falta a quinta e última Conferência sobre o Estuário do Tejo, que pela sua complexidade exige uma preparação específica e com mais tempo, pelo que a sua realização foi adiada para o primeiro trimestre de 2017 em Vila Franca de Xira, devido ao facto da ponte Marechal Carmona demarcar a separação da jurisdição marítima da fluvial do Tejo, e também por ser o município que tem maior extensão de margem, no total da suas margem esquerda e direita.
Painel 3 – Almirante José Bastos Saldanha Paisagem Cultural do Tejo: Memorial da Humanidade
Mesa do Debate, Conclusões e do Encerramento da Conferência. Da Esq, » Dir. – Sr. Carlos Salgado, Dr. Rui Melo, Director do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Centro – ICNF, Sr. José Manuel Alves, Eng. João Rocha e Prof. Dr. Miguel de Azevedo Coutinho. 2016 Dezembro 360
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Texto Eng.º João Soromenho Rocha
Tagus Vivan
Conferência Alto Tejo Português e Tejo Internacional Va lo r es n at u ra i s e c u ltu ra i s d o co r r e d o r flu v i a l Vi l a Ve lh a d e R ó d ã o e Alcântara
Vila Velha de Ródão
Soromenho Rocha, e incluiu 5 comunicações.
Relato do Painel 1
A primeira comunicação foi apresentada pelo Arq.º Mário Benjamin da Universidade de Évora (CHAIA), com o título “O projecto de arquitectura no processo de reinterpretação no Vale do Tejo: uma análise prospectiva”. Na comunicação foi enunciado o papel de arquitectura nesse processo e o que se pretende com essa leitura, ilustrados com 3 casos de estudo, i) a área envolvente ao Castelo de Ródão e Capela da Senhora do Castelo, ii) estudo, preservação e valorização do Caminho e Calçada da Telhada e iii) valorização e musealização da estação arqueológica de Foz de Enxarrique. Em cada caso de estudo foi feita a descrição, apresentados os objectivos ge-
No dia 12 de Outubro de 2016, realizou-se na casa de Artes e Cultura de Vila Velha de Ródão, no Alto Tejo, a quarta de um Ciclo de Conferências preparatórias do Congresso do Tejo III. A conferência foi realizada em parceria da Tagus Vivan com a Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT) e a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão. No auditório, com cerca de 200 lugares, estiveram presentes cerca de 50 pessoas. O Painel 1, depois da Sessão de Abertura, foi moderado pelo Investigador Coordenador Aposentado, Eng.º João
rais, a estratégia da concepção e o projecto. Em seguida, foi feita uma análise reflexiva, com conclusões transversais a todos os casos, nomeadamente intervenções vinculadas a paisagem natural com vestígios arqueológicos, a relação entre as partes é feita através de uma dialéctica temporal ou espacial e a estrutura conceptual sobrepõe-se à estrutura pré-existente. Na concepção de novas propostas terão de ter em consideração os factores físicos, de gestão do sítio arqueológico, os conteúdos funcionais, a relação com a paisagem e a escolha entre reabilitação, valorização e reversibilidade. As propostas de intervenção podem ser interpretativas, representativas ou reconstrutivas. A segunda comunicação foi apresentada pelo Dr. Carlos
Foz de Enxarrique
Portas do Ródão 36
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Neto de Carvalho da Geopark Naturtejo da Meseta Meridional – Geoparque Mundial da UNESCO, e do Serviço de Geologia do Município de Idanhaa-Nova, com o título “A oferta turística actual e o destino Geopark Naturtejo – território UNESCO”. Na comunicação foram inicialmente apresentadas alguma definições, como recurso turístico, produto turístico e destino turístico. Depois foram nomeados os geoparques portugueses, além da Naturtejo, os de Arouca, Terraços de Cavaleiros, Estrela e Açores, que fazem parte da Rede Mundial de 120 Geoparques da Unesco, situados em 33 países, com a dominância na Europa e Ásia, tendo de seguida sido referidas as ferramentas básicas da construção de um destino, tais como a sinaléctica turística, os mapas geo turísticos, as atracções turísticas diferenciadoras dos geomonumentos (Monsanto, Penha Garcia, Portas de Ródão), o apoio à investigação científica, os programas educativos, a formação e apoio ao desenvolvimento de produtos turísticos e a promoção das experiências A terceira comunicação foi apresentada pelo Prof. Jorge Oliveira da Universidade de Évora, Departamento de História, com o título “Entre o Tejo e a Serra de S. Mamede – das fronteiras do 6º milénio a.C. ao Tratado de Alcañices”. Na comunicação foram apresentadas uma série de cartas geológicas peninsular e do Nordeste Alentejano para mostrar as suas relações com a distribuição do megalítico europeu, nomeadamente menires e funerários, com a pormenorização do megalitismo no distrito de Portalegre,
Notícias do Mar
e na zona em destaque, entre o rio Tejo e a serra de S. Mamede. Foram ainda apresentadas as principais variantes da arquitectura funerária em monumentos em xistos e em granitos, estes com maiores dimensões, devido à maior riqueza da ocupação agrícola, em contraste com a ocupação pastorícia em xisto. Foi ainda feita uma pormenorização da carta geológica da bacia do rio Sever, em que se destaca mais uma vez a influência das formações geológicas dos granitos, xisto e quartzitos nomeadamente nas povoações de Castelo de Vide, Marvão e Valência de Alcântara, e a sua evolução ao longo da história, desde a antiguidade, depois na época romana, árabe e medieval até ao século XVII. Por fim, foi apresentada a evolução na demarcação das fronteiras ao longo da história, até chegar à demarcação do Termo de Marvão em 1226, limites do concelho de Marvão em 1226 e 1297, do tratado de Alcañices, limites muito semelhantes ao território Ammaiense romano e à ocupação do 6º milénio a.C. e até à definição actual após a Guerra da Independência de 1640. A quarta comunicação foi apresentada pelo Dr. Luís Raposo, Presidente do Concelho Internacional de Museus para a Europa, com o título “A presença humana antiga do Alto Tejo Português – Importância internacional e valorização pública”. Na comunicação foi feita uma viagem em voo de pássaro no percurso do rio Tejo, Médio Tejo, Baixo Tejo (Tejo aluvial) e Tejo estuarino e no tempo, desde há mais de 300 000 anos até a menos de 5000 anos. Na região do Ródão a ocupação humana existe durante o paleolítico inferior, médio e superior, de 150 000 anos até 30 000 anos, estando presente o maciço quartzítico onde se formaram as Portas do Ródão, e associado a elas uma planície aluvial a montante. Foram referidos os abundantes vestígios dessa ocupação e as escavações arqueológicas efectuadas, nomeadamente na Foz
Fronteiras do 6º milénio a.C. e do Tratado de Alcañices, 1297
do Enxarrique, onde se encontraram vestígios dos animais então existentes, sobressaindo os 55% de veado, 37% de cavalo, 4% de coelho, e ainda outras espécies já desaparecidas, como o elefante, 1,2%, e o rinoceronte, 0,5%. Também foram referidas as figuras rupestres, e ainda a actual actividade de caçadoresrecolectores.
e romana, as minerações auríferas a céu aberto, em galeria e do cobre, a ocupação medievalcontemporânea, as festas do rio Tejo e as igrejas e capelas, as torres medievais, vigias do século XVII e os fortes e baterias dos séculos XVIII e XIX e as principais barcas de passagem, portos e cabeços, marcas de cheia
e outros gravados, bem como muros de sirga. Por fim, a fechar foi dito que além de apresentar sítios é indispensável conhecer a relação do homem com o território e o papel desempenhado pelo rio, e que o rio não dividiu mas uniu o sul e o norte, e entre o interior, Alto Tejo, e a periferia, o Baixo Tejo, o mar.
A quinta e última comunicação do Painel 1 foi apresentada pelo Mestre João Caninas e Dr. Francisco Henriques da Associação de Estudos do Alto Tejo, com o título “O património arqueológico do Alto Tejo Português e Tejo Internacional: diversidade e valor”. Na comunicação foi feita uma apresentação extensiva com mapas com os diferentes temas associados ao rio Tejo, entre a confluências do rios Erges a montante e o rio Ocreza a jusante, considerando ainda os rios Ponsul e Sever. As figuras mostravam as ocupações nas zonas das duas margens, paleolíticas, proto-histórica
Barca de Perais 2016 Dezembro 360
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Notícias do Mar
Texto Carlos A. Cupeto Fotografia Natividade Silva
O Tejo a Pé
Tejo
O Tejo no seu melhor.
O A verdadeira caminhada – tertúlia. 38
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Como legendar?
s premiados e magníficos Parque da Póvoa e Parque Linear (Vila Franca de Xira) mostram-nos o Tejo no seu melhor. Este foi o cenário escolhido para a caminhada do Tejo a pé em novembro. De um lado o Tejo com tudo o que de bom tem, do outro arrepia: o complexo concelho de Vila Franca com um mar de betão, industria, infraestruturas, abandonos, ruínas e tudo o mais de mau que
Notícias do Mar
Sobre o Tejo, caminhos quase tão infinitos quanto belos.
se pode imaginar. O próprio acesso aos Parques é surrealista e qualquer um dúvida que aquilo leve a algum lugar que valha a pena. Anos e anos de loucura urbanística não podia dar melhor resultado. Nesta matéria não há milagres mas estes Parques e o Tejo compensam alguma coisa. Vale mesmo a pena sair da A1 e espreitar esta maravilha na Póvoa de Santa Iria. De resto um passeio-tertúlia muito agradável e tranquilo que terminou com o habitual almoço, mais ou menos campestre, apoiado para alguns pela boa cafetaria existente; um dia justo e perfeito, bem hajas Tejo.
O mundo Tejo.
Do outro lado isto é o melhor que se pode ver…
No final o habitual almoço onde nunca falta um bom vinho. 2016 Dezembro 360
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Notícias do Mar
Notícias Sopromar
Os veleiros 52 SUPER SERIES no Centro Náutico de Algés
Quatro das embarcações da 52 Super Series, o circuito mundial de monocascos de alta performance, estiveram no Centro Náutico de Algés – The Lisbon Boatyard para trabalhos de reparação e manutenções intermédias.
A
s equipas Alegre (do Reino Unido), Azzurra (Itália), Platoon (Alemanha) e Sled (Estados Unidos da América) optaram pelo Centro Náutico de Algés como estaleiro naval, atestando a qualidade das suas instalações e localização. A colocação a seco foi feita com o Travel Lift do Centro Náutico de Algés, tendo sido responsável também 40
por toda a organização da logística relacionada com gruas, fornecimento de equipamento, ferramentas e apoio técnico. Entre outras reparações, uma das equipas, Azzurra, recorreu inclusivamente aos serviços de pintura especializados do Centro Náutico de Algés para a pintura completa do deck. Com o início dos trabalhos a 17 de Outubro, após o final da época de 2016, que
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terminou em Cascais dois dias antes, estas embarcações da 52 Super Series iniciam em Algés a preparação para a nova época, permanecendo no estaleiro até 25 de Novembro. A primeira prova da edição de 2017 do Circuito Super Series na classe TP52, com seis etapas, realiza-se nos Estados Unidos, entre 15 e 20 de Janeiro, na Quantum Key West Race Week. O Centro Náutico de Al-
gés, gerido pela entidade criada em conjunto pela Marina de Lagos / MSF e Sopromar, dá resposta a todas as necessidades de reparação e manutenção de embarcações. Os serviços incluem, entre outros, o estacionamento de embarcações a seco, carpintaria, serralharia, fibra, electrónica e rigging. Dispõe de rampa de acesso e de um travel lift (50ton) para retirar as embarcações da água.
NotĂcias do Mar
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Náutica
Notícias Angel Pilot
PortiNauta é o novo Dealer
Beneteau em Portugal
Beneteau Flyer 8.8
A Portinauta, empresa do Grupo Angel Pilot, anunciou que foi selecionada pela Bénéteau para representar a marca como dealer oficial de vendas e serviços para a divisão de barcos a motor, no Algarve.
A Beneteau Flyer Sun Deck 42
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Porti Nauta é uma empresa de um Grupo com mais de 25 anos de experiência no mercado náutico, que se tornou ao longo dos anos um dos maiores concessionários no país e um dos maiores da Europa. A empresa ambiciona trabalhar com as melhores marcas do mercado e a marca Bénéteau, com mais de 3.8000 barcos a motor vendidos por todo o mundo, é o parceiro perfeito, oferecendo qualidade em 30
Náutica
Beneteau Swift Trawler 50
modelos de barcos divididos em 5 gamas de notável modernidade, segurança e performance. “É uma grande honra representar uma marca tão renomada e acreditamos que trabalhar com a Bénéteau irá ajudar-nos a desenvolver o nosso negócio, assim como desenvolver a marca em Portugal. O nosso compromisso é continuar a fornecer um serviço de vendas e após venda de alta qualidade e prosseguir investindo no nosso portfolio de produtos, nas nossas instalações, e em Marketing”, disse Alessandro Balzer,
Beneteau Swift Trawler 50
Beneteau Gran Turismo 49 Fly 2016 Dezembro 360
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Náutica
GAMAS
Beneteau Gran Turismo 49 Fly
Beneteau Antares 8.8
fundador do Grupo Angel Pilot. Os primeiros Bénéteau chegarão brevemente. A Portinauta convida a consultar os detalhes dos vários modelos da marca e contactar a sua equipa de vendas para mais informações. Portimão – Alessandro Balzer +351 917 999 870 Lagos – Mathew Mcaleer +351 910 550 755 E-mail: info@angelpilot.com FOLLOW US ON
Beneteau Barracuda 8 44
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Barracuda Barracuda 7 Barracuda 8 Barracuda 9 Antares Antares 36* Antares 30* Antares 30S* Antares 8* Antares 8.80 Antares 8 OB Antares 7 OB Antares 5.80 *inboard” Flyer Flyer 8.8 Space/ Sun Flyer 7.7 Space/ Sun/Sport Flyer 6.6 Space/ Sun/Sport Flyer 5.5 Space/ Sun Gran Turismo Gran Turismo 49 Fly Gran Turismo 49 Gran Turismo 46 Gran Turismo 40 Swift Trawler Swift Trawler 50 Swift Trawler 44 Swift Trawler 34 Swift Trawler 30 Monte Carlo Monte Carlo 6 Monte Carlo 6S Monte Carlo 5 Monte Carlo 5S Monte Carlo 4
Nรกutica
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Electrónica
Notícias Nautiradar
SPORT S3116s o Destaque Perfeito para Qualquer Embarcação Tecnologia e Desempenho
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OceanLED, líder mundial em iluminação LED marítima, apresentou a sua nova gama Sport Series com a introdução no mercado da nova luz subaquática Sport S3116s, concebida essencialmente para embarcações
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de cruzeiro e de pesca de dimensão pequena e média. Onde quer que navegue, a Sport S3116s é a luz perfeita para iluminar a água à volta e por debaixo do barco. Esta luz subaquática de LED’s combinada com uma ótica avançada, debita uns potentes 9840 lúmenes e com opções de cor em Branco Ultra ou Azul Midnight. Além disso a Sport S3116s apresenta-se numa construção compacta em bronze-alumínio resistente à corrosão, e com um diâmetro global de apenas 100mm. A sua instalação é extremamente simples. O que necessita apenas é dum orifício de 12mm para passar o cabo pelo casco, fixar 3 parafusos e ligar a alimentação de 12V. A manutenção é virtualmente zero. Graças ao revestimento especial Tritonium, limpe simplesmente a lente com um pano, para remover quaisquer espécies marinhas em crescimento. Com um feixe de superfície de ângulo de 90ᵒ verdadeiramente surpreendente e um feixe lateral de 20ᵒ extremamente focalizado, o resultado é o duma maior penetração na água e sem perdas, o que se traduz também numa área iluminada à volta do barco, mais de 20% mais brilhante que outras luzes da sua classe. A OceanLED recorreu à sua
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tecnologia ótica da mais avançada qualidade para conceber a nova Sport S3116s”, menciona Charles Stuart, Diretor da OceanLED. “Enquanto empresa, temos investido e continuamos a investir no campo da ótica e isso é o que nos demarca nesta indústria. A Sport S3116s alavanca anos de pesquisa e de-
senvolvimento e significa que poderemos novamente apresentar outro produto como “O Melhor da sua Classe” e que ofuscará todos os outros. PVP: 580€ (IVA incluído) Para mais informações sobre este novo produto da OceanLED, visite o nosso site em www.nautiradar.pt
Electrónica
XD16 XTREME Excelência em Iluminação Subaquática é a Escolha Perfeita A nova Série de luzes LED subaquáticas Xtreme Dock é caracterizada por uma iluminação extremamente brilhante e apresenta-se como a escolha perfeita para instalação em docas, anteparas e pontões.
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a gama Xtreme Dock da OceanLED, destaca-se a XD16 Xtreme, potente e brilhante, disponível em três cores – Branco Ultra, Azul Midnight e Verde Marinho. Com a XD16 poderá iluminar a orla da sua propriedade e ao mesmo tempo aumentar o nível de segurança e, atrair peixe para criar um aquário natural. A sua manutenção é extremamente simples devido à sua cobertura em TritoniumTM (disponível em todas as luzes OceanLED); basta limpar qualquer sujidade. Esta luz subaquática da OceanLED tem um baixo consumo de energia, não necessita de corrente arranque e vem com proteção de polaridade inversa. Tecnologia de Iluminação Inteligente Todas as luzes da OceanLED são seladas industrialmente, sendo essencial para componentes de iluminação sujeitos a ambientes marinhos corrosivos. Para além da proteção da corrosão inerente a ambientes marinhos, as luzes da OceanLED vêm com um Controlo Térmico Ativo (ATC) que monitoriza e protege de forma contínua em situações de sobreaquecimento, melhorando o desempenho da luz e manutenção
de lumens. Na eventualidade da luz sobreaquecer, o sistema ATC reduz o nível de potência do LED ou, em casos extremos, desliga a luz por completo. Desempenho Opto-Elétrico de elevada Qualidade A OceanLED utiliza a mais recente tecnologia ótica por forma a atingir o nível mais elevado de eficácia de
Lumen por Watt (LPW) em todos os seus produtos. Combinando precisão ótica com componentes elétrico de elevada qualidade, a OceanLED garante o máximo de ciclos com o mínimo de exposição térmica, tornando a XD16 Xtreme a escolha ideal e lógica para uma iluminação subaquática perfeita e duradoura. Características - 5800 Lumens
- 4500 Lumens de instalação - 24V DC - 40,000+ Horas de vida útil - Polímero quimicamente resistente - Não possui componentes quebráveis - Montagem em superfície ou em poste PVP: 1246,0€ (IVA incluído) Para mais informações sobre este novo produto da OceanLED, por favor visite o site www.nautiradar.pt
Disponível em três cores – Branco Ultra, Azul Midnight e Verde Marinho. 2016 Dezembro 360
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Electrónica
Notícias Nautiradar
STEREOACTIVE
Inovação, Design e Utilidade
O Primeiro e Galardoado Sistema Fusion de Som Portátil do Mundo para Desportos Aquáticos
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FUSION Entertainment, líder mundial em tecnologia de áudio marítimo, anuncia orgulhosamente que o seu sistema de áudio portátil e flutuante – STEREOACTIVE – concebido para ser utilizado em desportos aquáticos, foi selecionado como o Produto Mais Espetacular, na categoria de acessórios de “Paddle” no Global Paddlesport Trade Show de 2016 – PADDLE Expo. A revista “Kayak Session” apresentou o prémio na convenção que ocorreu na Messe de Nuremberga (Centro de Exposições) em Nuremberga na Alemanha, entre os dias 7 e 9 de Outubro de 2016. A seleção do produto premiado é efetuada por um júri que tem como bases a inovação, desempenho, design e utilidade que apresenta. “A minha experiência dita que quando se leva um mercado a sério e se estuda 48
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cuidadosamente quais as necessidades do consumidor, facilmente se obtem a vantagem sobre a concorrência. Na FUSION fazemos isso e continuaremos sempre a fazê-lo”, afirma Chris Baird, diretor da FUSION Entertainment. “Após dez anos de desenvolvimento de produtos nos mercados marítimo e de outdoor, o STEREOACTIVE é a nossa primeira aposta no mercado dos desportos aquáticos. Ser reconhecido pelos profissionais da indústria na PADDLE Expo pouco tempo depois do seu lançamento na Surf Expo
Electrónica
em Orlando é exatamente o tipo de receção que esperamos para os nossos produtos. É uma honra para nós receber um prémio tão prestigiado como este.” O STEREOACTIVE da FUSION é o primeiro sistema de áudio portátil concebido para desportos aquáticos e para um estilo de vida ativo. Possuindo streaming de áudio via Bluetooth, rádio AM/FM (com informação meteorológica disponível apenas nos EUA), e USB para reprodução de áudio e carga para smartphones, o STEREOACTIVE oferece um extenso leque de opções de reprodução áudio. Este sistema vem com dois altifalantes direcionais de 20 Watts e 2.5”, um radiador passivo e um amplificador Classe D, tudo protegido num invólucro robusto capaz de apresentar uma experiência áudio de elevada qualidade e potente num ambiente ao ar livre. O seu sistema único de montagem em disco “puck” permite aos utilizadores instalar facilmente o STEREOACTIVE em qualquer prancha, kayak, barco ou até mesmo numa banheira com água quente! O mecanismo de bloqueio em disco fixa de forma segura o STEREOACTIVE, mesmo em situações de vibração intensa ou de a prancha ou barco se virarem. Proteja os Seus Bens Por forma a manter os seus bens protegidos dos elementos, a FUSION incorporou também o ACTIVESAFE, uma caixa estanque, capaz de proteger qualquer smartphone, chaves
de veículo, cartões bancários, documentos ou até mesmo moedas. Na eventualidade do ACTIVESAFE ou STEREOACTIVE se soltarem, ambos irão flutuar e resistir às circunstâncias graças à sua robustez. Funcionalidade O STEREOACTIVE possui botões salientes de fácil operação, controlados com um simples toque de um dedo ou mesmo com o toque de um remo. Os utilizadores poderão também controlar este sistema com um smartphone ou com um relógio Garmin Fitness através da aplicação FUSION-Link. Este sistema de áudio é capaz de transmitir áudio via Bluetooth através de qualquer serviço popular de música ou de um aparelho compatível com
Bluetooth A2DP; ou então reproduzir música através do rádio AM/FM que vem integrado. Esta unidade possui ainda um compartimento à prova de água concebido para um pequeno aparelho USB para reprodução MP3, enquanto mantém esse aparelho protegido da água
(IPX7). A reprodução através de USB está disponível para qualquer dispositivo móvel. PVP: 349,00€ (IVA incluído) Para mais informações sobre este novo produto da FUSION, por favor visite o site www.nautiradar.pt
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Electrónica
Notícias Nautiradar
EVOLUTION R4 a Perfeição em Pilotos Automáticos com Desempenho Superior Galardoados e reconhecidos mundialmente pela sua precisão, fiabilidade e elevado desempenho, os pilotos automáticos Evolution da Raymarine veem agora o seu desempenho elevado a um novo nível, graças à atualização de software – Evolution R4.
A tecnologia Evolution TrackIQTM remove os efeitos prejudiciais do movimento da embarcação enquanto que, de forma inteligente, monitoriza o desvio fora de rumo, velocidade, proa e rumo em relação ao fundo. O resultado obtido é de extrema precisão, com pouco ou nenhum desvio em relação ao rumo traçado.
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atualização Evolution R4 eleva o desempenho dos pilotos automáticos a um patamar extremamente elevado, ao detetar o movimento da embarcação e ao eliminar os seus efeitos prejudiciais a partir dos dados de velocidade e direção do vento, rumo e velocidade em relação ao fundo e desvio da trajetória. Tudo isto é produzido automaticamente no interior do núcleo do surpreendente sensor EV. Os navegadores irão adorar o comportamento extremamente estável do Evolution R4, ao navegarem em qualquer ângulo de vento ou mesmo à bolina. Os navegadores em geral, a motor ou à vela, irão beneficiar dos algoritmos TrackIQTM do Evolution R4. Medindo e eliminando o movimento do barco a partir do fluxo de dados, o comportamento resultante, quer à vela ou a motor, é espetacular e extremamente preciso com pouco ou nenhum desvio em relação ao rumo traçado! Perfeição 50
em Piloto Automático R4 é a atualização mais significativa, efetuada nos galardoados Pilotos Automáticos EvolutionTM da Raymarine. As principais melhorias foram as seguintes: - Giro-estabilização em 9 eixos de dados de vento e navegação - Aumento da precisão e capacidade de resposta - Algoritmos Evolution TrackIQTM para uma aquisição e manutenção de rumo mais apertada - Calibração e Interface melhoradas Estabilização do Vento Vento e Movimento da Embarcação: O inteligente sensor EV dos pilotos Evolution mistura os dados de vento e movimento da embarcação para melhor determinar as condições de vento verdadeiro. Navegação Extremamente Estável segundo o Vento: Deixe que o Evolution navegue de acordo com um ângulo de vento pré-determinado, ou a favor do vento, ou em ângulo fechado sem correr o risco de
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cambar ou navegar em direção ao vento. Excecional Deteção de Mudanças no Vento: O Evolution deteta e automaticamente responde a mudanças de vento verdadeiro e evita o ajuste desnecessário das velas. Viragens de Bordo Eficientes e Precisas: o Evolution filtra os efeitos do movimento da embarcação para uma viragem de bordo, rápida e precisa em quaisquer condições de mar. Evolution Trackiq: Seguimento Inteligente de Pontos de Navegação
Melhorias Adicionais Evolution R4 O Software Evolution R4 inclui várias melhorias que permitem uma configuração e operação do seu Piloto Automático ainda mais simples do que nunca. - Já em andamento, estabeleça um novo rumo ao selecionar a função “Restart XTE” na sua unidade p70 ou p70R de controlo do piloto automático. - Calibração automática melhorada - Integração melhorada com o popular Controlador de Piloto Automático de “Joystick” e unidades de potência com solenoides. Para mais informações e como obter esta atualização Evolution R4 da Raymarine, por favor contacte Nautiradar através do email: comercial@nautiradar.pt ou visite o site www.nautiradar.pt
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Pesca Desportiva
Pesca Embarcada
Iscos
Texto e Fotografia: Redação / Mundo da Pesca
Bomboca alternativa douradeira
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Pesca Desportiva
Se há isco que marca a diferença nas jornadas de pesca embarcada na zona de Setúbal, a bomboca é um deles, sendo uma das poucas alternativas válidas ao caranguejo. Seja em que época for é um isco quase obrigatório e muito seletivo, sobretudo nos meses de douradas
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bomboca, ou bomboca selvagem, é um bivalve oriundo da península de Setúbal e que goza de uma enorme reputação local, fruto do sucesso que tem na seleção dos bons exemplares, já para não falar nos “estragos” que faz na pesca às douradas. Por falar em sucesso, refira-se que já se testou a bomboca noutras águas e que o resultado não foi o melhor, o que mostra que o fator “local” ainda conta muito e que o peixe sabe o que come. A bomboca é um isco relativa-
mente barato e é apanhada no rio Sado. Aquela que se destina à pesca não serve para consumo humano e, a título de exemplo, refira-se que por cada cem quilogramas de bomboca apanhada apenas se aproveita um par de quilos para consumo humano. Esta bomboca apresenta uma coloração das conchas mais avermelhada e o seu tamanho é, de uma maneira geral, ligeiramente menor. O restante é aproveitado para a pesca como isco, mas também como engodo, pois o peso muito elevado das suas conchas permite uma elevada velocidade de
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Pesca Desportiva
afundamento, mesmo com aguagens mais fortes. É um isco que se dá bem com a congelação, servindo o processo para garantir isco, mesmo na época de defeso.
Duas situações, duas iscadas A bomboca é um isco que não apresenta grande dificuldade de manipulação ou segredos na isca-
gem. Podemos resumir a sua utilização no anzol a duas situações, pesca às douradas ou exemplares de grande porte ou iscada para peixes mais pe-
Pesca às douradas Para as douradas, e para situações ditas “normais”, convém fazer uma iscada generosa até porque estamos a usar um anzol grande, na casa do 1/0, 2/0 ou 3/0. Uma bomboca servirá para fazer uma iscada e a forma de a iscar corretamente é como a sequência ilustra, devendo prestar-se especial atenção à posição em que fica colocado o bico do anzol.
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quenos como choupas e besugos e douradas em condições particularmente difíceis. Para nos auxiliar nesta tarefa devemos contar com uma faca para
Pesca Desportiva
abrir a bomboca (fresca ĂŠ mais difĂcil de abrir) e tesoura. A linha de silicone e dispensĂĄvel com este isco e torna-o pouco natural.
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Pesca Desportiva
Pesca difícil Para pescar a peixes mais pequenos que as douradas ou as estas quando estão difíceis, nada melhor do que
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reduzir o tamanho das iscadas em função do tamanho do anzol que será forçosamente mais pequeno, abaixo do 1/0 e que pode ir até ao número 6. Este processo resumese a cortar a bomboca em pedaços e com eles ir tapando completamente o anzol como a sequência mostra.
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Vela
1st Cascais Dragon Winter Series 2016/2017
Prova Muito Disputada com Dragão no Fundo
Fotografia Ricardo Pinto www.rspinto.com
Largada da 1ª Cascais Dragão Winter Series Realizou-se a 1ª Cascais Dragon Winter Series, entre os dias 18 e 20 de Novembro, organizada pelo Clube Naval de Cascais, com o apoio do Turismo de Portugal, uma prova que reuniu 20 tripulações de 8 países e durante a qual o Dragão alemão Pow-Wow afundou-se.
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Cascais Dragão Winter Series 60
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Cascais Dragon Winter Series, foi o primeiro evento da Classe Dragão, composto por uma série de 6 etapas, trazendo intensa actividade para aquecer o inverno dos velejadores da Classe. Em Cascais participaram sete tripulações portuguesas. Houve sempre uma luta intensa pelos primeiros lugares, demonstrando a grande competitividade do evento e das tripulações presentes que durante os três dias de competição, disputaram seis das sete regatas previstas. A prova iniciou-se na sexta-feira, mas apesar das previsões meteorológicas apontar para bom vento, este não se fez sentir nesse primeiro dia de competição, impedindo a realização de qualquer regata. No Sábado, pelas 10:00 horas, a frota foi para o mar embora com vento de Norte fraco, deu início assim à disputa das três primeiras regatas marcadas para começar o
Vela
Michael Zankel com o “Pow-Wow”, prestes a ir para o fundo Cascais Dragon Winter. A primeira regata do ano foi ganha pelo “Gunter” de Javier Scherk em representação da frota espanhola. Já a segunda e terceira regatas do dia foram para o “Eva” de Lars Hendriksen, com o seu lindo dragão Azul Pedersen & Thuesen de 1957, demonstrando assim a vitalidade do barcos desta classe. Ao final do dia, e com as três regatas disputadas com vento fraco, Lars Hendriksen liderava, seguido pelo “Johanna” de Ferenc Kis-Szolgyemi e pelo “Drago” de José Matoso. No Domingo o dia voltou a amanhecer com pouco vento, mas após uma pequena espera em terra, a Comissão de Regatas chamou os velejadores para o mar, para a disputa das derradeiras regatas da prova com vento com 78 nós de intensidade de nordeste. O “Zenith” de Igor Goikhberg foi o vencedor da regata inaugural, sendo o “Pow-Wow” de Michael Zankel o vencedor da segunda regata do dia e o “Drago” de José SM Matoso, o vencedor da última regata da prova. Foi precisamente na derradeira regata da Cascais Dragon Winter que o vencedor da regata anterior, Michael Zankel com o “Pow-Wow”, numa cambadela com o spinaker, o balão acabou na água, arrastando o barco que afundou pela popa
em 2 minutos. A tripulação magiar de Ferenc Kis-Szolgyemi, Karoly Vezer, Tamas Kiss no “Johanna” foi a grande vencedora desta primeira Cascais Dragon Winter Series, abrindo o scoring do ranking de 2016/2017. Em 2º lugar ficou a tripulação a representar a Dinamarca do “Eva” de Lars Hendriksen, Claus Olesen, George Leonchuk e em 3º ficaram os portugueses do “Drago” de José SM Matoso, Gus-
tavo Lima e Frederico Melo. A segunda melhor tripulação portuguesa foi Patrick Monteiro de Barros no “Lady Taty” que ficou em 6º, com Alvaro Marinho e Rodrigo Vantacich Na divisão Corinthian, destinada a tripulações 100% amadoras, a vitória coube ao Dragão português “Nice Shot” de José Carlos Pina, Jorge Ferlov e Francisco Pina. A próxima Dragon Winter Series é nos dias 9 a 11 de Dezem-
bro e continuam até Abril de 2017, quando da disputa do XXII Troféu S.M. Rey Juan Carlos. Mas a temporada de Dragões 2016/2017 será mais longa que o habitual, pois com o Mundial da Classe vai disputar-se em Junho. Serão muitos os Dragonistas que virão para Cascais, para aproveitar as excelentes condições do Clube Naval de Cascais, para a sua preparação para a prova mais importante da classe.
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Surf
Azores Bodyboard Fest
Tri-Campeã Europeia Joana Schenker
Triunfa na Etapa Açoriana
Joana Schenker, já tri-campeã da Europa e Nacional, encerrou no passado dia 27 de Novembro a sua melhor temporada competitiva de sempre vencendo a quinta e derradeira etapa do Circuito Europeu Feminino de Bodyboard da ESF (European Surfing Federation) que decorreu no Areal de Santa Bárbara, em São Miguel, nos Açores, com ondas perfeitas de metro e meio.
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Joana Schenker tri-campeã da Europa nos Açores 62
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om a vitória em Zumaya no País Basco, no passado dia 20 de Novembro, a atleta de Vila do Bispo, sagrou-se logo aí tricampeã da Europa em Bodyboard ao vencer a penúltima etapa do Circuito Europeu. A final dessa prova foi dominada por portuguesas, com a nazarena Teresa Almeida e a madeirense Carina Carvalho a classificarem-se na segunda e terceira posição. No Areal de Santa Bárbara Joana impôs o seu surf numa final completamente portuguesa, com a campeã mundial ISA Teresa Almeida a confirmar o título de vice-campeã europeia com o segundo lugar na prova açoriana, a madeirense Carina Carvalho a classificar-se na terceira po-
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rá pela tentativa de revalidar os títulos nacional e europeu e tentar superar o quarto lugar obtido no Mundial da APB. Entretanto, a competição masculina foi vencida pelo basco Alex Uranga, que bateu o marroquino Brahim Iddouch e o português Daniel Fonseca. Com este resultado, Uranga garantiu o título europeu
masculino. Pódio Feminino 1 Joana Schenker (Por) 2 Teresa Almeida (Por) 3 Carina Carvalho (Por) 4 Joana Rijo (Por) Podio Masculino 1 Alex Uranga (Esp) 2 Brahim Iddouch (Mar) 3 Daniel Fonseca (Por)
sição e a açoreana Joana Rijo a fechar o pódio da final, em quarto lugar. Joana Schenker chegou aos Açores já com o terceiro título europeu garantido, mas nem por isso facilitou e confirmou-se como a melhor bodyboarder nacional do momento. Uma “volta de consagração” que pretende agora saborear plenamente. “Sabe muito bem fechar o ano competitivo desta forma e vencer aqui em São Miguel com condições tão boas”, afirmou a atleta algarvia de Sagres, congratulandose: “Esta foi a minha última competição em 2016, agora é tempo de descansar, aproveitar para surfar as ondas em casa e planear o próximo ano.” O próximo ano que passa2016 Dezembro 360
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Surf
Euro Surfing Júnior 2016
Portugal Campeão Europeu
Equipa de surf junior de Portugal em Marrocos A seleção nacional júnior de surf ganhou o título em Marrocos, no Campeonato Europeu de Juniores, que se disputou na Praia de Anza entre os dias 4 a 11 de Dezembro em competição com as seleções de 16 países.
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ortugal, depois de 20 anos de anos de ausência de título, conquista o Euro Surfing Junior2016 e torna-se campeão europeu frente à Espanha. Com um verdadeiro marco histórico, 14 em 12 atletas foram à fase final da competição. Afonso Antunes (sub14), Mafalda Lopes (sub18), Miguel Ferreira (sub16) e Madalena Guerra (sub18) foram os vencedores da medalha de ouro individuais, após dias intensivos de competição. Durante sete dias, a Praia de Anza emMarrocos, recebeu o Euro Surfing Júnior 2016, campeonato europeu de surf, bodyboard e longboard. Portugal iniciou a competição com 14 atletas a disputarem o título. Porém, a seleção nacional chegou ao último dia com 12 finalistas. No surf, Mafalda Lopes e Francisca Veselko, ambas atletas do escalão sub18, asseguraram
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Guilherme Ribeiro em prova o primeiro e terceiro lugares, no feminino. Afonso Antunes sagrouse vencedor do escalão sub14. Luís Perloiro foi vice-campeão da Europa em sub18, com Jácome Correia em terceiro lugar, no mesmo heat. Nos sub16, Salvador Couto subiu ao pódio para receber a medalha de bronze e João Vidal foi o 4o classificado. O bodyboard foi igualmente medalhado com Madalena Guerra, sub18, e Miguel Ferreira a receberem o ouro e David Vedor, sub16, com a medalha de prata. Já André Rodrigues foi o terceiro classificado da sua bateria, ficando à frente do espanhol Lucas Yafar.
João Gama, o único surfista de estilo clássico, foi o vicecampeão europeu de longboard no escalão sub18. João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, afirma que “foi um dia incrível para esta equipa e para o valor deste desporto. Estamos muito orgulhosos destes atletas que deram tudo para chegarem às fases finais deste campeonato e venceram destacadamente. É um resultado muito importante num momento em que o surf é modalidade olímpica e engrandece o valor do surf em Portugal e no Mundo.”
Nuno Trovão, treinador nacional da equipa de bodyboard, garante que sentiu “uma grande emoção na estreia desta equipa técnica do bodyboard com resultados excelentes (dois campeões e um vice campeão europeus) e um grande orgulho neste desporto”. Pedro Simões, treinador da equipa nacional de surf, afirma que “foram duas semanas incríveis, cheia de ondas boas, bom surf e emoções fortes. Um prazer enorme em trabalhar com esta equipa técnica e com este grupo de jovens
atletas, o futuro é deles”. Também David Raimundo, selecionador nacional, conclui emocionado que “hoje é um dia histórico para Portugal! Exatamente cinco meses depois de nos termos sagrados campeões europeus de futebol em Franca, Portugal sagra-se campeão europeu de surf Júnior. Este era um título que nos fugia há 20 anos e que nos queríamos muito! Foi um orgulho orientar este grupo de jovens atletas ao longo destas duas semanas! Eles foram gigantes!”.
Portugal festeja em Marrocos
Portugal no pódio 2016 Dezembro 360
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Notícias do Mar
Últimas
Vendéé Globe 2016/2017
Vendéé Globe Já na Nova Zelãndia
Banque Populair lidera a Vendéé Globe
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gora com o “Banque Populaire” de Arnel Le Cleach à frente e o “Hugo Boss” do inglês Alex Thonson, logo atás, apenas a 188 milhas de distância, a cabeça da Vendéé Globe está já a passar a Sul da Nova Zelãndia. Desde que passaram o Cabo da Boa Esperança, os dois veleiros andaram vários dias à vista um do outro. Umas vezes com o velejador inglês à frente e, finalmente, Arnel Le Cleach passou
a comandar a regata. Ambos vão a navegar com os mesmos ventos e à mesma velocidade, a 18.8 nós. Já desistiram sete concorrentes e a frota compõe-se agora de 22 veleiros. Os três últimos, vão quase juntos e ainda perto do Cabo da Boa Esperança à distância de 6.650 milhas do lider, o “Banque Populaire”, são o espanhol Didac Costa no “One Planet OnOcean” e os franceses Romain Attanasio no “Famille Mary” e Sébastian Destremau com o “TechnoFirst” Romain Attanasio perdeu quase
Alex Thonson na proa do Hugo Boss
dois dias numa enseada na Áfricado Sul a reparar o barco. O casco sofreu delaminação na parte inferior e nos lemes, acabando por conseguir reparar um e trocar o outro com as folhas de cabono que levava. Depois da reparação ainda teve que esperar pela manhã para que tudo secasse Os perseguidores mais directos dos da frente, estão longe e ainda vão ao Sul da Austrália, são o “SMA” dePaul Meilhat, a 1.440 milhas de distância e o Maitre Coq, de Jeremy Beyou, 1.556 milhas. Atrás destes
no mesmo rumo vêm os franceses Yann Èlier no “Quequiner” a 1.911 milhas e Jean-Pierre Dick que já resolveu os problemas no seu barco, o “St.Michel-Virbac”, e vai a 2.021 milhas do “Banque Populaire” e agora a querer passar o “Quequiner” que está 100 milhas à sua frente. Navegar mais para Sul é uma tentação, mas é aí que surgem os icebergs. Nesta região o melhor é seguirem um rumo seguro e atrás uns dos outros
SMA de Paul Meilhat vai em 3º
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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