Notícias do Mar n.º 367

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Produtora nacional de torres eólicas aposta na inovação tecnológica ASM Industries, empresa vocacionada para o sector das energias renováveis e sub-holding do Grupo A. Silva Matos, investe em novos equipamentos para o sector oceânico no valor de 4 milhões de euros

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aposta da A ASM Industries na inovação tecnológica, para a produção de torres eólicas e estruturas para

utilização offshore no mar, com a recente aquisição de novos equipamentos de soldadura e calandragem, representam um importante

investimento que responde à estratégia da empresa. Este valor engloba o design, a fabricação, a instalação e a concessão do

equipamento avançado de automação, bem como a formação técnica. «Este investimento está na linha da nossa estra-

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Adelino Copsta Matos, CEO da ASM Industries

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tégia de crescimento, já que fomenta a capacidade de produção e reforça o nosso posicionamento no setor da energia eólica, o que contribui ativamente para o desenvolvimento de uma indústria nacional sustentável, renovável e marítima», salienta Adelino Costa Matos, CEO da ASM Industries. O início do funcionamento destes novos equipamentos está previsto para o último trimestre do ano, o que permitirá à ASM Industries aumentar a sua capacidade para fabrico de fundações offshore ainda em 2017. Adelino Costa Matos salienta a experiência e qualidade de fabricação de estruturas tubulares para fundações offshore desenvolvidas pela empresa internacional fornecedora, Pemamek. Para além das duas novas linhas de produção a ASM Industries adquiriu ainda uma nova calandra, máquina de curvar chapa, com capacidade máxima de 150mm, uma das maiores da Europa, posicionando-se assim com um dos principais players internacionais. A curto prazo, a ASM Industries pretende diferenciar-se também na área das energias oceânicas, através do aumento da produção de torres eólicas e fundações offshore, apostando num novo negócio, com a designação ASM Marine Structures. «Esta nova área engloba a gestão de projetos e engenharia, e envolve a construção de nova unidade exclusiva para a modalidade offshore. O projeto 2017 Julho 367

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prevê um investimento de cerca de 25 milhões de euros, já aprovado pelo

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programa Portugal 2020», acrescenta o CEO da ASM Industries.

A ASM Industries, subholding do Grupo A. Silva Matos, é uma estrutura empresarial

exclusivamente familiar. O Grupo teve origem em 1980, quando Adelino Silva Matos fundou, com a esposa, Edite da Silva e Costa Matos, a A. Silva Matos Metalomecânica Lda., especializada em equipamentos em aço para as indústrias do gás, alimentar, petroquímica, entre outras. Hoje, a subholding da área das energias renováveis, a ASM Industries é administrada por Adelino Costa Matos, o mais novo dos três filhos do fundador. Atualmente o Grupo ASM é constituído por mais de 20 empresas, localizadas em vários países, totalizando cerca de 450 colaboradores e faturando cerca de 50 milhões de euros. O grupo é constituído por três unidades de negócio/subholdings, independentes, criando valor em cada sector de atividade onde estão inseridas.


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A Arte-Xávega Gera Polémica

A propósito do artigo que publicámos no nosso anterior número, sob o título “Jaquinzinhos Em Defesa da Arte-Xávega”, recebemos uma resposta de um nosso leitor, José Vítor Vingada, professor da Universidade do Minho e membro da Sociedade Portuguesa Vida Selvagem, com o qual establecemos uma troca de opiniões.

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omo este tema é do interesse dos nossos leitores, publicamos aqui as informações e matérias que trocámos O texto em itálico é do nosso leitor José Vitor Vingada Estimado Diretor do Noticias

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do Mar: Foi com um enorme desagrado que vi este jornal de referência publicar um artigo em defesa do consumo de espécies de peixe de tamanho abaixo da lei. Infelizmente o que se está a passar com a xávega é ape-

nas uma forma de legalizar algo que era ilegal, e que gerava grandes receitas. Os jaquinzinhos nunca ficaram na areia a morrer, mas sempre foram vendidos ilegalmente nas lotas e nas zonas com xávega com o envolvimento de muita gente que se dizia

cumpridor da lei Infelizmente, aquilo que antevemos é que irá acontecer ao carapau o que aconteceu à sardinha, já que a exploração de pescado de pequeno tamanho é a melhor forma de levar um recurso à depleção de stocks. Contudo, isto não é o mais grave do artigo. O capítulo “Em vez dos Golfinhos os Portugueses” é uma acumular de erros técnicos e barbaridades que enganam as pessoas e levam a juízos de interpretação errados. Em primeiro lugar um boto não é um golfinho. Nos cetáceos com dentes há 2 grupos anatomicamente diferentes: os botos e os golfinhos. O Boto não é nem mais nem menos que a espécie de cetáceo mais ameaçada de Portugal sendo que as estimativas populacionais dizem que há menos de 1700 animais. Nos últimos 17 anos temos dados que provam que a xávega capturou e matou mais


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de 150 botos, sendo a xávega é a principal arte que está a contribuir para a extinção desta espécie. Em 2016 uma xávega da Praia de Mira foi responsável pela maior captura de cetáceos alguma vez registada em Portugal e na Europa, com mais de 200 golfinhoscomuns capturados. Para esconderem a vergonha alguns responsáveis da xávega deram ordens para atirar os animais mortos ao mar. Durante uma semana conseguimos recolher cerca de 100 animais. Todos tinham o estômago vazio ou com pequenos pedaços de biqueirão ou cavala. Não havia um único Jaquinzinho ingerido. Estes animais foram mortos durante o seu processo de migração e não porque estavam a comer o que deveria ser dos Portugueses (agora que nos intitulamos donos do mar). Desde 2000 está arte já matou mais de 600 cetáceos, dezenas de tartarugas e centenas de aves marinhas e a

associação da xávega nunca aceitou a implementação de quaisquer esforços para resolver este assunto, mesmo quando as soluções eram gratuitas e apoiadas por projetos europeus. Finalmente, nem o boto, nem o roaz e nem o golfinhocomum roubam aos Portugueses o prazer de comerem peixe ilegal. Na dieta do boto o carapau apenas ocorre em 2,1 % do total da dieta. No caso do Roaz o valor ainda é menor: apenas 0,6%. O golfinho-comum é aquele que consome mais carapau, mas apenas 6,9%. O carapau não é considerado presa principal de nenhum cetáceo em Portugal, sendo por isso mentira que os principais consumidores são os golfinhos (como vocês afirmam). Na verdade o principal consumidor de qualquer peixe pequeno pelágico em Portugal é o Homem, sendo que isso já foi provado em diversos estudos publicados por nós e pelo IPMA. Assim, era conveniente que o vosso jornal antes de informar erradamente as pessoas que o lêem, se informasse e validasse a informação com dados concretos e reais e não com mitos criados para proteger aqueles que fazem asneiras (que felizmente não são todos os mestres de xávega, visto que práticas da-

nosas são praticadas apenas por alguns que se acham acima da lei). Atenciosamente Em seguida publicamos a nossa resposta a este email e juntamos em itálico as considerações de José Vitor Vingada a cada um dos pontos da nossa resposta. Caro senhor José Vitor Vingada É com a maior consideração e respeito que tomamos conhecimento da sua opinião a propósito do nosso artigo “Joaquinzinhos em Defesa da Arte-Xávega”. Emvirtude da situção actual das pescas em Portugal e da necessidade de importarmos todos os anos 2/3 do peixe que comemos, estes assuntos têm sido dos temas editoriais do Notícias do Mar que os nossos leitores mais dão atenção. Concordo, com a sua afirmação, mas isso deve-se às más políticas de gestão, com negócios sombrios e ocultos que envolvem políticos, empresas conserveiras/congelação e a UE. Os nossos stocks estão em declínio e não deviam estar. Estão mal porque algo está mal e não há seriedade nas declarações

dos valores pescados, não há seriedade nas lotas, não há qualidade na qualidade na investigação dos stocks de pesca e porque andamos a decidir a gestão dos recursos pesca com base em dados falsos ou errados. Dá jeito a muita gente importar peixe e exportar o nosso peixe ao desbarato. Sempre defendemos a pesca de arte-xávega pelas seguintes razões: 1 – É da máxima importância económica para a pesca local Concordo parcialmente consigo, mas não concordo que seja de máxima importância (faltam estudos séries que provem quanto a comunidade local beneficie, já que pelo menos eu sei quantos os armadores lucram. Mira perdeu 50% das suas xávegas e não houve nenhuma crise económica, por isso isto às vezes há que não exagerar na realidade 2 - É uma pesca legal Sem dúvida. Contudo, não são nenhuns santos. Basta lembrar que o ano passado todas as xávegas da zona da zona de influência da Capitania da nazaré tinham as suas artes com tamanhos ilegais. 3 – Captura peixe que rapidamente é vendido ao consumidor Longe de ser verdade. Mui-

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to do pescado (por exemplo salemas) era deitado ao lixo por não haver comprador. O ano passado o mesmo problema ocorreu com biqueirão e cavala. O problema de ser uma pesca não organizada e com elevados conflitos entre mestres e regiões, leva a que muito do que se pesca seja perdido. 4 – É reduzido o seu impacto nos recursos marinhos Não é de todo verdade. Tem um impacte significativo na conservação de boto e

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ainda não se sabe qual a gravidade dos danos nos bancos de areia submersos (habitat protegido) Consideramos reduzidos o impacto da arte-xávega porque os danos do xalavar a ser arrastado pelo fundo de areia, que muda constantemente em função das marés e das ondas, numa área de que não excede até 2 milhas da praia, são cócegas na areia, comparado com os estragos feitos pelas portas e redes dos arrastões na nossa plata-

forma continental a partir das 6 milhas da costa, ao longo de dezenas de quilómetros 5 – Não deixa redes nem aparelhos no fundo Mas destrói as dunas e contamina as praias com hidrocarbonetos devido ao abuso do uso de tratores e não partilha destes equipamentos entre diferentes barcos. Agora concordamos a 100% com a Portaria nº 172/2017, pelas seguintes razões:

Também concordo 1 - Acaba com a ilegalida-

Sinceramente, só acaba com a ilegalidade na venda. Há outras coisas que a lei não quis explorar 2 – Reduz os intermediários Felizmente 3 – Não se deita mais peixe fora Esperemos que sim 4 – Procura disciplinar a arte Esperemos que sim, mas para isso era preciso haver paz entre os armadores e deixar de haver barões 5 – A colocação de equipamentos de dissuasão acústicos na rede vai evitar a captura acessória dos cetáceos Esperemos que eles a implementem com seriedade, porque até à data temos visto o oposto Já agora vou-lhe dizer o que lamentamos: 1 - A agressividade contra apenas 13 comunidades de pesca com arte-chávega com 50 barcos como se fossem eles os culpados da redução dos stocks na nossa plataforma continental. Como disse não tenho ne-


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nhum tipo de agressividade contra ninguém da xávega. Tenho pena que ao longo de 17 anos tenham feito ouvidos de mouco (não só os mestres como os políticos) a todas as nossas propostas e apenas quando a coisa começa a ficar preta é que fazem uma lei. Eles não são apenas uns dos culpados, mas tem de admitir (porque está mais que provado) que a exploração de peixe antes da reprodução é a forma mais eficaz de destruir um stock. Na crise da sardinha, costumou-me muito ver toneladas de sardinha pescada por xávega irem para o lixo por serem de pequeno tamanho e os mestres não fazerem um esforço por parar 24 horas para deixar o peixe seguir para outras zonas. Na atual lei deveria estar explicito que assim que o primeiro lance apanhe peixe miúdo, haja uma paragem imediata. Contudo tal não acontece e é apresentado um mecanismo de fiscalização e controlo. A título de exemplo ontem tive uma equipa a monitorizar xávega. 1 lanço carapau abaixo do tamanho legal e alguma cavala tamanho correto e outro pescado (salemas, solhas, raias), 2 lanço apenas carapau de tamanho reduzido e algumas solhas, 3 e 4 lanços do dia apenas carapau de reduzido tamanho. Os barcos não pararam e não cumpriram o regulamento. A razão para isto é simples, agora podem vender peixe ilegal às claras e legalmente e todos os restaurantes da zona estavam lá para explorar este maná divino, já que a cavala ficou por vender. Acha que assim estamos a proteger um recurso?? 2 – Os milhares de quilómetros de redes de emalhar de fundo, a pescar ao longo da nossa costa. Concordamos, mas esta pesca efetuada de forma correcta não pesca juvenis. O problema é que se na xávega há ilegalidades, nas artes polivalentes a realidade é ainda pior e está cheia de piratas (basta ver o facebook da AMN)

3 – As centenas de armadores que pescam com as redes de emalhar de fundo e não as levantam ao fim de 24 horas propositadamente para o peixe apodrecer nelas e capturarem depois os crustáceos, considerados 5% de pesca acessória. Concordamos consigo, especialmente aqueles que colocam as artes em zonas ilegais. E quando exigimos melhor vigilância, mais meios de inspecção e multas mais sérias o Estado e as instituições da pesca viram as costas e não respondem às nossas propostas 4- As toneladas, de peixe deitado fora, depois de levantadas as redes de emalhar de fundo. Não só nesta arte como o arrasto de fundo (infelizmente em todas as artes isto é um problema) 5 – As toneladas de redes de nylon perdidas nos melhores locais de pesca, em fundos de pedra Concordamos, mas também covos, e quilómetros de cabos de palangres cheios de anzóis 6 – Não se apoiar a única arte que não é agressora para os recursos marinhos, o palangre que é uma pesca de aparelhos com anzóis. Infelizmente não posso concordar consigo. O palan-

gre é uma das artes responsáveis por milhares de mortes de aves marinhas protegidas e centenas de tartarugas marinhas (não estou a inventar isto, está nas nossas bases de dados de observadores de capturas acidentais e dentro em breve será publicado). Só esta semana tivemos 4 aves marinhas vivas com anzóis de palangre no corpo e no esófago e 6 tartarugas marinhas mortas devido a afogamento em palangres). O palangre faz danos em recifes marinhos. O palangre é a terceira arte mais perdida no mar depois das artes de redes e covos, e continua a pescar durante meses. Não é de longe a única arte não agressora e há muita gente a usá-la de forma ilegal. Nesse sentido prefiro covos e armadilhas. Nunca vai haver uma arte não agressora. O que é preciso é que haja seriedade, fiscalização e ajudas para as tornar menos agressivas (mas se calhar menos rentáveis) Temos dado atenção a tudo o que seja do interesse da pesca local e costeira e denunciando práticas ilegais. Infelizmente neste contexto todos temos falhado. Há 17 anos que envio relatórios anuais à DGRM e ICES denunciando a pesca ilegal e a única coisa que verifico é que

em vez de uma diminuição há um aumento descarado. Dizem os cientistas, como o Prof Jorge Gonçalves da Universidade do Algarve, que a pesca com palangre é de todas a mais selectiva e aquela que menores impactos produz nos recursos, sendo defendida por eles por não provocar capturas acessórias. Sempre que uma rede é levantada numa maré, só aproveita 40% do peixe que lá está. Se estiver mais tempo no fundo para apanhar lagostas, apenas o peixe que entrou na última maré está em condições para levar a lota. Chega aos 80% o que vai fora. A pesca com palangre só pesca enquanto o anzól tiver isco. É selectiva porque o tamanho do anzol é que determina o tipo de peixe. Este não morre a debater-se nas redes e muitas vezes sai para o barco do pescador ainda vivo. Peixes capturados pelo palangre, como os pargos, robalos ou peixe-galo, porque têm a máxima qualidade, são rapidamente escolhidos para a exportação Junto em anexo alguns dos artigos que publicámos e que é a nossa posição em relação às pescas. Eu acompanho há muitos anos os vossos artigos

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Notícias do Mar

56º Salão Náutico de Barcelona

Barcelona numa nova edição com a melhor oferta náutica do país O Boat Show Internacional de Barcelona, ​​que terá lugar de 11 a 15 de outubro no Port Vell, deve atrair mais de 260 expositores, a mais ampla gama de catamarãs na Espanha e reunirá a maior variedade de desportos e náutica de recreio no país.

Salão Náutico de Barcelona no Porto Antigo

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ste ano haverá mais barcos na água, especialmente catamarãs, e uma série de produtos e serviços Sea World são espe-

rados. O extenso programa de atividades inclui palestras técnicas, apresentações, oficinas e propostas de entretenimento para todos os públicos.

A 56ª edição do Boat Show Internacional de Barcelona, ​​organizado pela Fira de Barcelona em colaboração com Anen (Associação Nacional de Em-

Cada vez há maior interesse nos veleiros de cruzeiro 12

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presas Náuticas), iça as velas e a quatro meses de sua abertura, o ritmo de comercialização de espaços está fazendo um bom progresso. Até agora já se vendeu mais de 75% do espaço de exposição, o que representa um aumento de 5% em relação ao ano passado nesta fase e já tem garantido as principais empresas do sector. O presidente do Boat Show, Luis Conde, sublinhou que “uma edição mais e o salão vai reafirmar a sua posição como um evento líder em Espanha e no sul da Europa e demonstrar o seu potencial como uma grande plataforma comercial para o setor”. Por sua parte, o director do Boat Show, Jordi Freixas, valorizou “é muito positivo que neste momento se tenha passado a barreira dos 70% do espaço reservado, confirmando a recuperação após o sector ter passado por anos difíceis.” O salão vai ocupar o Moll d’Espanya e Moll de la Fusta Port Vell, onde a amostra flutuante será localizado, com barcos a partir de 8 metros de comprimento, bem como o recinto de exposições, com grandes inovações, produtos e serviços náuticos, tais como motores, eletrônica, pinturas, velas, ou reboques, entre outros. Atividades para profissionais e amadores Um ano mais e o salão volta a contar, mais uma vez, com a apresentação de diversas áreas temáticas, onde muitas actividades serão desenvolvidas para profissionais e para o público em geral: OEspai del Mar para conferências e seminários. A tradicional Marina com oficinas e exposição de barcos clássicos. A Fun Beach para desportes aquáticos. Refeitórios e One Ocean Food Plaza Clube Náutico.


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Náutica

Notícias Yamaha

Entram na água mais modelos Drive-by-Wire

A Yamaha anuncia o controlo DBW para os novos F150 e F175 Os modelos Drive-by-Wire da Yamaha com mudanças suaves estão agora disponíveis a partir de 150 hp até 350 hp

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uando se é pioneiro no desenvolvimento e na produção dos motores fora de borda mais avançados do mundo e se fornece aos clientes a gama de modelos mais ampla e ideal, com uma potência fora de borda de 4 tempos económica, suave e limpa, para se adaptar a todas as aplicações possíveis, qual é o próximo passo? Ainda mais precisão digital. Na Yamaha temos estado continuamente a realizar testes e ensaios no mar e, como temos ficado cada vez mais confiantes e animados com a fiabilidade da mais recente tecnologia, apresentamos a excelente precisão e potência do controlo DBW (Drive-by-Wire) a clientes entusiasmados em todo o 14

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mundo. Devido ao sucesso que este programa tem tido nos nossos modelos maiores e mais potentes, o F150 e F175, dois dos motores mais vendidos e prestigiados na história da Yamaha, também estão agora disponíveis com o benefício da mais recente tecnologia DBW. A história impressionante de como a DBW irá proporcionar um novo nível de prazer aos proprietários destes motores começa com um novo nível de mudança de velocidades silenciosa, precisa e um notável nível adicional de sofisticação e facilidade de utilização, relativamente ao controlo e funcionamento da embarcação. Mas não paramos por aqui. A compatibilidade total com o sistema digital em rede exclusivo da Yamaha proporciona a disponibilidade de um impressionante conjunto de outras funções e opções

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Náutica

Resumo das especificações F150/F175 Nome dos modelos F150G • F175C Tipo de motor a 4 tempos 4 cilindros em linha • 16 válvulas • DOHC Cilindrada: 2785 cc Potência no veio da hélice (F150): 110,3 kW (150 ps) a 5500 rpm Potência no veio da hélice (F175): 128,7 kW (175 ps) a 5500 rpm Gama de rotações na aceleração máxima: 5000 - 6000 rpm Relação de transmissão (F150): 2,00 (28/14) Relação de transmissão (F175): 1,86 (26/14) Sistema de indução de combustível: Injeção eletrónica de combustível (EFI) Sistema de ignição: Microcomputador TCI Sistema de lubrificação: Cárter húmido Capacidade do cárter do óleo (litros): 4,5 Sistema de escape: Através do cubo de hélice Sistema de refrigeração: Água bruta (controlada de forma termostática) Alternador: 12 V - 50 A com retificador/regulador Sistema de arranque: Elétrico com Prime Start™ Controlo: DBW Sistema de inclinação: Power Trim & Tilt Navegação em águas pouco profundas: Padrão - variável Altura recomendada da popa: L: 516 mm • X: 643 mm Peso em seco com hélice (kg): 226 (L) • 227 (X) Rotação da hélice: Sentido dos ponteiros do relógio (L) (X) Sentido contrário ao dos ponteiros do relógio (X) Modelos disponíveis: F150GETL • F150GETX • FL150GETX F175CETL• F175CETX• FL175CETX

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de controlo, incluindo não só uma vasta gama de manómetros digitais claros e de fácil leitura (6Y8/6YC/6Y9 e o novo CL7, com o seu ecrã a cores de 7 polegadas), como também o exclusivo sistema de proteção antirroubo YCOP. Afinal, a tranquilidade é um benefício que qualquer proprietário aprecia. Outra vantagem atrativa do sistema digital em rede

é a disponibilidade de VTS (velocidade de ajuste variável). Este útil sistema não só proporciona uma velocidade em ralenti inferior ao normal, como também permite controlar a velocidade da embarcação em simples passos de ajuste de 50 rpm a partir de 650 e até 900, sendo ideal para pesca, por exemplo, ou para permanecer, de modo confiante,


Náutica

http://follow.id/yamahamarineportugal dentro do limite de velocidade em cursos de água ou marinas. E ainda há mais. A comodidade e a facilidade de rigging são vantagens significativas do sistema digital e os novos modelos também incluem um potente alternador de 50A para fornecer uma grande potência de reserva e para satisfazer as exigências dos atuais sistemas eletrónicos de bordo. Os novos e entusiasmantes F150G e F175C juntam-se ao famoso controlo mecânico F150D e F175A, para, juntamente com os modelos F115 e F200 da Yamaha, completarem orgulhosamente a mais abrangente família de motores fora de borda de 4 cilindros em linha do mercado atual. Yamaha Máxima fiabilidade Máxima performance geral

Made4Water Os modelos DBW F150 e F175 estão já disponíveis nos concessionários autorizados Yamaha Marine.

Contacte a Yamaha para obter informações mais de-

talhadas e saber o preço de venda local.

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Notícias do Mar

Investigação e Inovação

Combinado de Frutas e Algas 100% Natural Estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) produzem combinado de fruta e algas 100% natural

Nádia Correia, Isabel Cardoso e Daniela Pedrosa

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edronhos, amoras silvestres e algas são os ingredientes que constituem o Gratô, um produto alimentar eco-inovador semelhante a uma gelatina com polpa, produzido por uma equipa de estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), com a colaboração da Escola Superior Agrária de

Coimbra (ESAC). A ideia de criar um novo produto alimentar que pudesse ser ingerido por todos - crianças e adultos, intolerantes à lactose e ao glúten, vegetarianos, diabéticos, etc. -, surgiu num Roadshow realizado no âmbito de uma parceria entre a Universidade de Coimbra (UC) e a PortugalFoods promovida pelo gabinete do Vice-Reitor para a

Gratô em produto 18

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Investigação e Inovação, Amílcar Falcão. O Gratô “consiste num combinado de fruta e algas 100% natural e de origem vegetal. O medronho é o ingrediente principal porque queremos promover o consumo deste fruto, com muito potencial mas pouco explorado além dos licores. Contém também amora silvestre e algas marinhas, nomeadamente Grateloupia turuturu e Undaria pinnatifida (vulgarmente conhecida como Wakame)”, descrevem Daniela Pedrosa, Isabel Cardoso e Nádia Correia. As alunas do mestrado em Biodiversidade e Biotecnologia

Vegetal da FCTUC sublinham que “a introdução das algas no combinado é uma mais-valia relevante do ponto de vista nutricional porque são muito ricas em iodo (essencial para o desenvolvimento cognitivo em crianças) e em fibras alimentares”. As autoras do Gratô salientam ainda que pretendem promover uma alimentação saudável e, por isso, o combinado “não tem na sua composição açúcares refinados, tem apenas o açúcar natural das frutas e uma pequena porção de stevia (adoçante natural)”. Para a produção deste novo combinado alimentar, as estudantes contaram com a orientação dos professores Leonel Pereira, especialista da FCTUC em macroalgas marinhas, que conduziu a escolha, identificação e recolha das algas; e Goreti Botelho (ESAC), que guiou todas as etapas da confeção. O Gratô, em fase de protótipo, já foi apresentado numa feira agroalimentar e a reação dos consumidores que experimentaram “foi extremamente positiva, incentivando-nos a colocar o produto no mercado”, contam as jovens, adiantando que “já estamos em contacto com algumas empresas do setor que estão interessadas em comercializar o produto. No entanto, ainda temos de realizar mais testes mas, se tudo correr como o previsto, o Gratô poderá estar na mesa dos portugueses dentro de um ano”.

Gratô


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Electrónica

Notícias Nautel

MEGA IMAGING

Mais uma vez a Humminbird revoluciona

A Humminbird foi quem há 12 anos abriu caminho para a adaptação das muito caras tecnologias de sonar de varrimento lateral às embarcações mais pequenas. Hoje, e apenas recentemente, muitas outras marcas seguiram o mesmo conceito, rendendo-se ao pioneirismo e vanguarda que a Humminbird sempre mostrou.

E

o padrão ficou na indústria, um feito raro. Há agora um novo patamar, e bem elevado… A Humminbird é a primeira, de entre as suas várias diretas concorrentes, a colocar a frequência de sonar em 1200KHz, ou seja 1,2MegaHz…. Estávamos habituados a ter a seguinte sequência:

50/83/200/455/800KHz, mas agora passamos a ter também, tudo num só equipamento, com 1,2MHz. Quanto mais alta a frequência, maior a definição e a claridade com que se vêm os objetos subaquáticos, portanto pode-se imaginar o que este desenvolvimento vem a trazer. A Humminbird junta assim num só equipamento, as vá-

rias formas de sonar, num qualquer modelo das séries 9, 10 ou 12 específico para estas tecnologias: DownImaging, SideImaging, Mega Imaging e em opção com outro transdutor, o sonar 360 (visão ao toda a volta do barco, ou em setores escolhidos) . Estas caraterísticas associadas à função de Autochart Live, para auto-ma-

peamento dos fundos, ou processamento dos dados no software científico Autochart ou Autochart Pro (este, para indicação também da dureza dos fundos) permitem às pequenas embarcações terem uma perspetiva subaquática sem precedentes. Para maior comodidade e controlo, está disponível um comando remoto de mão,

Exemplos de imagens, com zoom a pormenores: 20

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Electrónica

por Bluetooth. As unidades podem ser ligadas em rede, na base de um só transdutor para dois ecrãs, ou usar transdutores para diferentes tipos de fixação. Especificacões: -Dupla ranhura para cartões de memória micro SD -Autochart LIVE (direto nos aparelhos) – Auto-mapeamento instantâneo dos fundos. Software Autochart (opc) -Ligação em rede ETHERNET, para uso por exemplo de dois ecrãs a partilharem dados. -Podem ligar a antena de Radar Humminbird, e ter segunda estação. -Opção de comando remoto manual sem fios (Bluetooth). -Frequências:50/83/200/455

/800/1200KHz, tudo no mesmo transdutor ( novo XM 9 20 MSI T). -Potência da sonda: 500W RMS (1Kw quando ligado a transdutores Airmar específicos). -Alcance estimado no modo MEGA: 38 m para cada lado e em profundidade. -Entrada NMEA2000 para ligação a motores e visualização de consumos e dados. -Saída/Entrada NMEA0183. Ligação a AIS. -Dimensões – Helix 9 e 10: A18,07xL34,14cm . Helix 12 : A22,43xL37,35 cm -Nº de pixels – Helix 9 e 10: 800x480. Helix 12 :

1280x800. Ecrã TFT com 65.000 côres, tipo 16:9 -Estanquicidade: IPX7. Alimentação: 12VDC (24VDC com conversor opcional)

-Funções GPS: 2500 waypoints, 47 rotas, 50 rastos com 20.000 pontos cada. GPS diferencial por satélite EGNOS/WAAS

Novas apresentações de gráficos/imagens, para além das standard:

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Náutica

Teste Lomac Adrenalina 7.5 com motor Honda BF200

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Nota alta na Inovação, design e requinte num semi-rígido

Lomac Adrenalina 7.5

A convite da GROW, importador para Portugal dos motores fora de borda Honda e dos semi-rígidos Lomac, fomos testar, no passado dia 27 de Junho, em Portimão um semi-rígido Lomac Adrenalina 7.5 equipado com o Honda BF200, onde se destacou o elevado desempenho de um inovador e requintado barco.

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Náutica

É

conhecido o cuidado e competência dos designers italianos, em projectar qualquer tipo de embarcação, muito especialmente semirígidos, onde existe a forte concorrência de dezenas de estaleiros em Itália.

A Lomac, empresa familiar com mais de meio século de existência, foi o primeiro construtor italiano de embarcações insufláveis. Na década de oitenta a Lomac foi o primeiro estaleiro europeu a introduzir na Europa e a comercializar a ideia mais

revolucionária do sector, os tubos colados a um fundo de fibra de vidro. A ideia dos semi-rígidos e as suas enormes vantagens eram tão evidentes, que passaram-lhes a chamar os 4X4 do mar e rapidamente foi introduzida a sua pro-

dução nos estaleiros europeus, após mudarem o seu sistema de fabricação. Uma nova temporada começou para o que agora é considerado o tipo mais seguro de embarcação. A filosofia da Lomac é constantemente interpretar

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Náutica

O Lomac Adrenalina 7.5 é um barco possante com uma navegação confortável

bem as tendências do mercado, produzindo uma variedade de embarcações ​​que inclui uma seleção ampla e especializada de modelos, desde os mais pequenos, barcos insufláveis ​​flexíveis de 2,00 metros de comprimento até a modelos de trabalho no mar com 11,00 metros de comprimento. Hoje a produção inclui 58 modelos, agrupados em 7 li-

Consola de condução 24

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nhas. Cada modelo foi projetado e construído para tipos de uso muito específicos e resulta dos estudos feitos pelos arquitectos navais para servir o cliente com o melhor. A linha Adrenalina, constituída por quatro modelos, representa um estilo de semi-rígido de linhas agressivas e modernas, desenvolvido para quem gosta de

Posto de comando


Náutica

navegar rápido com comodidade e desfrutar dos banhos de sol e de mar com o maior conforto. Lomac Adrenalina 7.5 e Honda BF200 formam um conjunto estético elevado O Lomac Adrenalina 7.5 que testámos é um digno representante do design italiano e do bom gosto estético aplicado aos semi-rígidos. Neste modelo foi montado um especial motor Honda BF200 branco, aumentando ainda mais a elegância do requintado e ergonómico semi-rígido construído com os tubos brancos e azul em tecido Hypalon Neoprene da Orca Pennel. O Adrenalina 7.5 distingue-se pelas formas desportivas que apresenta, acentuadas pela esbelta consola de condução e pela

Consola de condução

proa bastante em V. Como qualquer semi-rígido, também comporta a vocação pescador, simples de praticar com o apoio do rollbar opcional, onde se podem

montar os porta-canas. A consola de condução incorpora uma solução que resolve muitos problemas que surgem quando se estão muitas horas no mar, o

qual apenas se resolve em embarcações com cabina. Os designers da Lomac inovaram neste modelo, ao introduzir um wc marítimo num compartimento, com acesso

Um motor Honda BF200 branco, para condizer com o barco 2017 Julho 367

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Náutica

O conjunto barco/motor conseguiu excelentes performances

á frente e que ocupa todo o interior da consola. A área à frente tem um enorme solário e um banco individual na consola. Levantando este banco abrese o compartimento do wc. Em vez do habitual banco corrido na popa, o barco tem um banco ligeiramente curvo com encosto, permitindo maior convívio. Junto a estibordo fica a passagem para

a plataforma onde está a escada de subir para o barco. Junto à entrada encontra-se um duche de água doce. O piloto tem um banco encosto para conduzir de pé. Dentro do banco existe um frigorífico com a porta a estibordo. Em cima, como opcional, pode levar um lavatório. A consola de condução é larga e tem o painel de

A consola de condução tem um banco à frente 26

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instrumentos com bastante espaço para a electrónica.O párabrisas arredondado em acrílico azul-escuro tem altura suficiente para dar boa proteccão ao piloto. Para arrumar palamenta e equipamentos, existem porões sob o solário à frente e dentro do banco da popa. Para proteger do sol quando parado, o barco dispõe de um bimini para fazer

sombra, com uma armação em aço inox. O barco tem um guincho eléctrico para puxar o ferro. Comodidade e alto desempenho no teste Com base na Marina de Portimão, o teste fez-se no mar, num dia com o vento a agitar a água. Com estas con-

Wc marítimo dentro da consola


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Náutica

O barco tem um V profundo no casco até atrás

dições era mais fácil avaliar o comportamento do casco a cortar a água nas velocidades altas.

Um dos sistemas do Honda BF200 é o BLASt, que associado às características do Lomac Adrenalina 7.5 de

navegar com comodidade e rapidez, resultou num extraordinário arranque, quase instantâneo e em apenas

Bom comportamento do casco a cortar a água nas velocidades altas.

O poço 28

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1,56 segundo estávamos a planar. Também no teste de aceleração até às 5.000 rpm o conjunto mostrou as suas altas performances, pois em 5,34 segundos atingimos os 30 nós O barco tem um V profundo no casco até atrás, mas como se apoia completamente nos tubos à popa é rápido a sair da água e planar com pouca velocidade. E foi o que confirmámos ao planarmos apenas com 9 nós no teste de velocidade mínima a planar às 2.800 rpm. Atingimos a velocidade máxima às 6.000 rpm com 35 nós, excelente em virtude

Banco à popa


Náutica

Motor Honda BF200 U

Solário à frente

das condições do mar. Com o plano de água sem vento e com a ajuda do trim, certamente teríamos atingido os 38 nós. Com este tipo de embarcação, durante os passeios familiares, com o sistema ECOmo do Honda BF200, pretende-se o máximo de economia numa viagem longa. Foi o que fizemos numa

velocidade de cruzeiro com apenas 3.500 rpm do motor, uma rotação super-económica e o barco a navegar a 20/22 nós. Devido à sua estrutura e características, o Adrenalina 7.5 é um barco pesado, com 1.200 Kg, o que é uma enorme vantagem para navegar no mar. Por isso, salientamos que

O ferro é puxado com um guincho eléctrico

ma das cacterísticas dos fora de borda Honda é a incorporação de tecnologias avançadas da indústria automóvel. O Honda BF200 tem um bloco V6, 24 válvulas, 3.471 cm3 de cilindrada e 200 HP de potência Um conjunto de tecnologias incorporadas e desenvolvidos pelos engenheiros da Honda, fazem do Honda BF200 um motor amigo do ambiente, com elevado desempenho, silenvioso e com grande economia de consumo. O motor tem o sistema PGM-FI, a injecção sequencial de combustível, que oferece um arranque fácil e seguro, respostas instantâneas ao acelerador, superior eficiência no consumo de combustível e aumenta a performance no arranque. O Honda BF200 Incorpora o sistema BLAST, binário aumentado a baixa rotação. O ponto de ignição controlado aumenta o binário do motor durante as acelerações rápidas, reduzindo o tempo necessário para a embarcação planar. Esta tecnologia, exclusiva da Honda, obtém arranques explosivos para as embarcações planarem de imediato. Com o sistema ECOmo, motor de economia controlada, foi introduzida uma tecnologia de combustão pobre de segunda geração, para obter óptima economia de combustível, com um consumo especialmente reduzido em velocidades constantes de cruzeiro. Em modo ECOmo, o motor funciona numa relação ar/combustível pobre (18/1). A relação ar/combustível é controlada pela ECU, com base em informações recebidas do sensor O2. Assim consegue-se baixos consumos em velocidades de cruzeiro em rotações entre as 3.000 rpm e 4.500 rpm. O BF200 está em conformidade com a norma NMEA 2000 para ligação aos equipamentos electrónicos de bordo como chart plotters, GPSs e sondas, permitindo apresentar e visualizar os dados de gestão do motor pelo piloto. O Honda BF200 tem 3 anos de garantia

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Náutica

Com o sistema ECOmo do Honda BF200, apenas às 3.500 rpm a velocidade de cruzeiro foi de 20/22 nós

a navegar contra a agitação do mar, em velocidades perto dos 30 nós, o barco cortou a ondulação sempre confortável e a curvar em segurança agarrado à água,

afastando-a bastante para fora e sem molhar o interior. O piloto em pé e apoiado no banco vai numa posição muito boa e com os comandos fáceis de manejar.

Características Técnicas Comprimento

7,85 m

Boca

3,00 m

Medidas interiores

5,43 x 1,72 m

Peso

1.200 Kg

Número de câmaras

5

Diâmetro tubos

55

Lotação

15

Potência máxima

300 HP

Motor em teste

Honda BF200

Categoria CE

B

Preço: barco/motor

70.744 € + IVA

Performances

O banco do piloto tem um frigorífico

O assento do banco do piloto 30

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Tempo para planar

1,56 seg.

Aceleração até às 5000 rpm

30 nós em 5,34 seg

Velocidade máxima

35 nós às 6.000 rpm

Velocidade de cruzeiro

20/22 nós às 3.500 rpm

Velocidade mínima a planar

9 nós às 2.800 rpm

3.000 rpm

13 nós

3.500 rpm

19 nós

4.000 rpm

24,3 nós

4.500 rpm

29 nós

5.000 rpm

30,7 nós

5.500 rpm

32 nós

6000 rpm

35 nós

Importador: GROW Produtos de Força Portugal Rua Fontes Pereira de Melo, 16 Abrunheira, 2714 – 506 Sintra Telefone: 219 155 300 geral@grow.com.pt - www.honda.pt


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Electrónica

Notícias Nautiradar

Navegar de Noite Ficou Bem Mais Fácil A Raymarine anunciou o lançamento das novas câmaras térmicas M100 (M132) e M200 (M232), que levam o mundo da visão térmica a navegadores de foro mais recreativo. Os benefícios das câmaras térmicas trazem uma maior perceção durante a noite enquanto se pesca, navega ou veleja.

gência artificial. Quando se combinam as câmaras térmicas M100 e M200 com os displays multifunções Axiom da Raymarine, os utilizadores irão beneficiar da tecnologia de análise de vídeo térmico da FLIR – ClearCruiseTM que lhes oferece um novo nível de perceção e segurança através de alertas visuais e sonoros sempre que objetos tais como barcos, obstáculos ou ajudas à navegação sejam identificados no campo de visão da câmara térmica. A câmara M100 oferece uma orientação vertical ajustável para compensar sempre que a embarcação navegue com a proa elevada. O modelo M200 é um produto inovador que

S

endo as câmaras térmicas, com orientação vertical e horizontal, as mais compactas da FLIR até a data, as M100 e M200 foram concebidas com o núcleo de câmara térmica de elevado desempenho BosonTM da FLIR que possui um processador de vídeo multi núcleo capaz de apresentar uma imagem de qualidade superior e características de inteli32

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oferece uma rotação completa nos eixos horizontal e vertical, para uma visão 360º e oferece uma navegação mais segura para os navegadores em todo o mundo. Funcionalidades das câmaras M100 e M200 Instalação simples em qualquer embarcação Tecnologia de vídeo IP simplifica a instalação ao eliminar a necessidade de cabos extra de sinal de vídeo. Uma simples ligação Ethernet permite às câmaras M100 e M200 uma ligação em rede com vários displays multifunções compatíveis.


Electrónica

Mantenha-se Alerta e em Segurança A tecnologia de Análise de Infravermelhos ClearCruiseTM da FLIR mantém sob vigia obstáculos perigosos, quando combinados com os Displays Multifunções AXIOM, da Raymarine. Maior Capacidade Térmica por Menos As câmaras M100 e M200 apresentam-se como uma solução de visão térmica mais acessível, estando disponíveis a partir de 3009€ (IVA não incluído.). Para mais informações sobre este novo produto da FLIR visite o site www. nautiradar.pt ou contactenos diretamente através do telefone 21 300 50 50.

Promoção Binóculos Steiner Navigator Pro

P

ara que nada lhes escape neste Verão, os navegadores têm aqui uma A Nautiradar promove até 31 de Julho de 2017, os Binóculos 7x50 da Gama Navigator Pro (versão com e sem Bússola) da Steiner, a preços FANTÁSTICOS! Oportunidade única de adquirir os modelos Navigator Pro 7x50, aclamados pela sua precisão, robustez e fiabilidade, imagem de marca do fabricante de renome mundial STEINER. Esta promoção está limitada ao stock existente. Para mais informações sobre este produto da STEINER visite o site www.nautiradar.pt ou contacte diretamente através do telefone 21 300 50 50.

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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica: Carlos Salgado

O Importante é Saber…

O

importante é saber o que é importante para ser abordado, debatido e avaliado no Congresso do Tejo III, para que seja cumprido o principal objectivo de procurar encontrar as soluções para resolver os problemas, por um lado e por outro, valorizar as valências do nosso Rio Grande. Como dissemos no número anterior deste jornal este Congresso foi adiado para poder ter um “upgrade”, mudando de paradigma, de parceiro e de local, sendo redesenhado e aumentado para dois dias de trabalhos, para ter mais e melhores conteúdos, com moderadores e oradores compatíveis, e ter produtividade, para conseguir atingir o seu principal objectivo de dar um forte contributo para serem debatidas mais matérias com interesse e substân34

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cia, e apontar caminhos para termos MAIS TEJO – MAIS FUTURO, cumprindo o compromisso nacional assumido pela Tagus Vivan. Este Congresso ao ter um programa mais ambicioso, vai exigir a presença de uma massa crítica muito expressiva, que passa por uma forte mobilização da sociedade do conhecimento, do ensino superior, das associações cívicas, das entidades públicas e privadas relacionadas com o Tejo, a indústria, a agricultura, os serviços, os operadores portuários, as autoridades, e outras relacionadas com o meio ambiente, a navegação, o turismo a cultura tagana, os empresários, os investidores e os empreendedores. É evidente que nos tempos que correm tudo o que não for suficientemente mediatizado é simplesmente ignorado ou não lhe é atri-

buída a devida importância, deixando de ser atractivo para que consiga ter a participação que lhe permita contar com uma massa crítica significativa para poder alcançar plenamente os propósitos almejados, pelo que este evento deve ter a maior divulgação possível através dos meios de comunicação social mais competente e credível. Não podemos ignorar que o Tejo, cuja bacia hidrográfica ocupa uma área equivalente a 1/3 do território de Portugal continental, eixo identitário do país e que historicamente foi a grande estrada, quer da penetração de civilizações da antiguidade na Península Ibérica, pois é sabido que nas suas águas navegaram, como os Fenícios, os Gregos, os Visigodos, os Romanos, os Árabes, e outros povos vindos do mar, para além de se saber que foi no seu amplo es-

tuário que foram construídas as caravelas, as naus e os galeões, que nele treinaram, foram abastecidos dos víveres vindos de montante do rio, e de onde as principais armadas partiram para epopeia dos Descobrimentos dos Novos Mundos, do que resultou que a cidade de Lisboa no século XVI chegou a controlar todo o comércio mundial desde o Japão até Ceuta, suplantando a importância de Veneza, Génova e Alexandria. O Tejo que deu origem à cidade de Lisboa, e ao seu porto, que está situado numa bacia líquida abrigada e profunda, de 32.000 ha de superfície, tem características que ofereceram sempre as melhores condições, desde há séculos, para navios de grande porte e por isso este porto é hoje uma importante plataforma logística e multimodal cuja centralidade geoestratégica lhe confere


Notícias do Mar

um estatuto de relevo nas cadeias logísticas do comércio internacional. Este porto tem um movimento de operações de carga e descarga de mercadorias e de turismo internacional que o coloca entre os dez mais importantes portos da Europa. É por esta razão que nós persistimos em afirmar que um rio com a importância do Tejo, se não for navegável, deixa de poder cumprir uma das principais funções para que nasceu. É importante saber também, para que uns recordem e outros conheçam que no âmbito de um programa de educação ambiental, denominado “ O Tejo na Escola “, um projecto integrado nas comemorações do Ano Europeu do Ambiente, de

1987, foi assinado um protocolo de cooperação entre diversas entidades, no sentido de levar o Tejo às escolas. O referido protocolo foi firmado entre as secretarias de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais, a do Ensino Básico e Secundário e a AAT – Associação dos Amigos do Tejo, que será desenvolvido pela Direcção-Geral do Ensino Básico e Secundário. Por seu lado, a AAT compromete-se a dinamizar o programa, a promover os apoios logísticos possíveis por parte das autarquias ribeirinhas e a procurar subsídios de outras entidades, por forma a suprir a eventual insuficiência da cobertura dos encargos atrás mencionados. A propósito do acontecimento, o secretário de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais Carlos

Pimenta, pôs em destaque a oportunidade deste programa, frisando a necessidade de uma educação ambiental e de preservação dos recursos naturais, e sublinhou, designadamente, que a melhor forma de as pessoas conhecerem o Tejo e a sua realidade “é levá-las ao rio”. Em conferência de imprensa que antecedeu a assinatura deste protocolo, foi anunciada a realização do I Congresso do Tejo, subordinado ao tema “Que Tejo, que Futuro ?“ que vai decorrer em Lisboa, na Fundação Gulbenkian em 1, 2 e 3 de Outubro/87. Neste Congresso, que registou uma participação de centenas pessoas, entre entidades e individualidades, participou um número muito significativo de professores do ensino básico e secundário, devido ao

programa em curso, “ O Tejo na Escola “. Por não ser menos importante, e pertinente neste momento, não podemos concluir esta crónica sem abordarmos de novo o tema de crónica nossa publicada no número 326 deste jornal de Fevereiro de 2014, com o título “ O Verde Perverso do Vale do Tejo e não só! “ onde escrevemos o seguinte texto, e a imagem fala por si: O homem não pode ignorar que todo o mal que fizer à floresta e aos campos é-lhe devolvido na água dos rios, e a prova disso é evidente quando há aumento de pluviosidade nas serras de modo a provocar uma enxurrada, as águas descem para os vales super carregadas de cinzas e de outros detritos que foram causados pelos fogos. A es-

O Tejo pode renascer 2017 Julho 367

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Notícias do Mar

pécie arbórea não autóctone, considerada exótica por aqueles que têm interesses económicos na sua exploração, trata-se afinal de uma espécie nociva aos solos por onde a sua pro­pagação está a acontecer em larga escala, porque ela suga a água e os nutrien­tes desses solos, não faz abrigo ao vento nem à chuva e contri­bui para acelerar a erosão dos mesmos e a sua desertificação. Para além disso, como é plan­tada com intervalos estreitos, e é

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bastante comburente, isso torna-a na maior propagadora dos fogos florestais. A extensão descontrolada da sua planta­ção, com a conivência dos go­vernos, está a invadir e a ocu­par, cada vez mais, as terras que eram de pão, de azeite, de cortiça, de resina e de madeira nobre. Estamos obviamente a referir-nos ao eucalipto! Como fomos alertados para esta espécie nefasta já há umas dé­cadas, fomos lendo as notícias da comunicação

social, escutando gente entendida no assunto, e observando no terreno a sua disseminação cada vez maior, o que nos levou a formar uma opi­nião desfavorável à expansão desordenada daquela espécie não indígena e a tentar alertar as consciências para as causas nefastas de tal “praga”, enun­ ciando nesta crónica alguns extractos das notícias e opini­ões que fomos registando: Também em Portugal esta árvore se comporta

como uma espécie invasora embora ne­nhuma medida de ordenamento da floresta tenha sido levada a cabo, sobre­tudo devido ao valor económico da espécie (…) A legislação de 1988, por exemplo, obriga a que uma área ardida tivesse de ser re­plantada com a mesma espé­cie; mas segundo uma lei mais recente, o proprietário de um pi­nhal destruído por um incêndio pode reocupar esse terreno flo­restal com a espécie que mais lhe


Notícias do Mar

aprouver (…) O Estado demitiu-se da sua capacidade reguladora (…) com as facilidades de arboriza­ção e rearborização que a pro­posta de lei concede, permite que se criem manchas contí­ nuas de eucaliptos, o que pode aumentar os riscos de incêndio e comprometer a biodiversida­de (…) As plantações de eucalipto acarretam impactes ambientais consideráveis so­bre o território, nomeadamen­te uma maior erosão do solo, a alGrandes paquetes de cruzeiro

teração do regime hídrico, a perda de biodiversidade e a alteração da paisagem, para além de facilitar a propa­ gação dos incêndios florestais de forma muito mais significa­tiva do que as florestas cons­tituídas por espécies autócto­nes (…) A plantação indiscrimina­da de extensas áreas de eu­caliptos origina uma redução bastante acentuada da área agrícola, que tem como conse­quências o desequilíbrio eco­lógico, o aumento do desem­prego,

a seca das nascentes de água e o maior isolamento das povoações (…) As arborizações das espécies florestais de crescimento rápido produzi­das em regime intensivo, como é o caso do eucalipto é pre­ocupante, dado que a sua cres­cente expansão que promove um mau ordenamento do território florestal e favorece a propaga­ção dos incêndios, com graves consequências para a defe­sa da floresta, de pessoas e bens (…) Quando

foi aprovado por um governo um novo regime de arborização e rearborização para favorecer unicamente as celuloses e a fileira do eucalipto, prejudicou a diversidade da floresta comprometendo outras fileiras económicas, como o montado de sobro ou do pinho, nomeadamente o pinho manso. Tudo isto leva-nos a concluir que o Estado não podia ter ficado indiferente a este problema grave, nem os portugueses.

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Notícias do Mar

Texto Carlos Cupeto Fotografia CCVE e Carlos Cupeto

O Tejo a Pé

Turismo de pedra e vinho

CCVE, para pequenos e graúdos; às vezes não é necessário viajar para muito longe para ver coisas fantásticas.

C

hegados ao verão a tradição, porque já é alguma, manda que o Tejo a pé vire Ciência no Verão, assim é este ano. O fabuloso programa Ciência no Verão, com milhares de propostas gratuitas por todo o país até

15 de setembro, motiva-nos até à nossa mais sublime criatividade. Antes de somar pedras com vinho, e porque não, também o turismo, isto é, o lazer pela mão da arte e da ciência, juntaram-se os parceiros justos e perfeitos – por todo o lado, mas também

no Tejo a pé, aprendemos a enorme mais-valia das sinergias quando de caldeiam os saberes e experiências de vários atores. Assim, num trabalho conjunto da Universidade de Évora/Centro de Ciência Viva de Estremoz (CCVE)

Compreender a vinha no verão alentejano só com a ajuda de um chapéu de palha gentilmente oferecido pela Adega de Borba. 38

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e da Adega de Borba surgiu “a história da Terra num copo”, que na verdade a pé muito pouco tem. Chegar ao Rossio em Estremoz num sábado de manhã é a boa surpresa e o convite para compreender, cedo, o genius locci deste maravilhoso lugar. Desde logo, para que não existam dúvidas, na base está a geodiversidade que justifica a singularidade desta terra com água e solo que justificou a excelência


Notícias do Mar

da produção hortícola local e logo o fabuloso mercado de sábado no Rossio. Por ora o programa não inclui a incontornável visita ao CCVE mas apenas o encontro dos participantes na entrada do Convento das Maltezas que acolhe o Centro. Antes do vinho na garrafa e logo a seguir no copo há um imenso percurso, há uma vinha enraizada num solo, resultante de uma rocha mãe que há cerca de 500 milhões de anos se for-

Em poucos metros muda a rocha e muda a vinha.

mou num profundo oceano e que depois se altera. Estas pedras, além do registo da história da Terra que nos contam, gozam da identidade de uma mineralidade e de um fabric que se sente no vinho; algo mais que o conhecido terroir. A enogeobiodiversidade desde encantador país é uma realidade que facilmente o vinho nos comprova. Em Borba com o ges-

A vinha e a rocha.

tor de vinhas Luis Gaspar e o enólogo Óscar Gato ambos da Adega da terra visitámos vinhas que respondem a uma variedade imensa de micro – terroir. Uma vez na nova Adega provámos a diferença que a rocha confere ao vinho. Por fim só mesmo a wine-shop para verificar-

mos a enorme variedade de produtos (vinho) cuja causa vimos no terreno. Dias 4 e 5 de agosto, no primeiro ao fim da tarde e no segundo de manhã, há mais pedras e vinho, inscrições gratuitas pelo CCVE - http://www. ccvestremoz.uevora.pt/ home/

Comprovar no copo a enogeobiodiversidade – uma realidade meia esquecida que a vinha nos mostra. 2017 Julho 367

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Pesca Submarina

Campeonato Nacional de Pesca Submarina 2017

Equipa Honda Marine Conquista Nacional de Pesca Submarina

A Equipa de Pesca Submarina HONDA MARINE constituída pelos atletas André Domingues, Humberto Silva, Jody Lott e Matthias Sandeck conquistou o Campeonato Nacional de Pesca Submarina que decorreu no fim-de-semana de 8 e 9 de Julho em Peniche.

E

m termos individuais, todo o Podium foi também ocupado pelos atletas da equipa, tendo o atleta An-

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dré Domingues conquistado o título de Campeão nacional pela sexta vez. O segundo e terceiro lugar foram ocupados pelo Jody Lott e Humberto Silva respectivamente. Ao atleta Matthias San-

deck coube ainda um honroso quinto lugar na classificação geral. A Honda Marine através da GROW Portugal, representante oficial da Marca para o território Nacional, agradece

o enorme esforço, dedicação e empenho em honrar a marca que representaram durante todas as provas da corrente época.


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Desportos Aquáticos

Veteranos e Kayak de velocidade

Texto e Fotografia de Arquivo João Rocha

Idade e desporto

Prova de fundo em Melres, rio Douro É sabido pela unânime literatura sobre o tema que a actividade física beneficia a saúde e o bem-estar, independentemente da idade.

R

ecentemente, a actividade física no segmento mais idoso da população vem justificando fundamentada atenção da comunidade científica que conclui pelo interesse crescente do sector veterano na actividade desportiva, sobretudo as caminhadas, as actividades aquáticas, os exercícios nas máquinas de ginásio e os jogos com bola. Além das actividades identificadas outras existem, aparentemente menos adequadas para um sector mais idoso mas, numa análise mais específica, revelam uma presença veterana que não se deve menosprezar. Das diversas actividades menos prováveis pelo esforço físico exigido e, mesmo violência da sua prática, 42

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estão, entre outras, o judo, a halterofilia, o boxe, o jiu jitsu, o remo e a canoagem, sobretudo na vertente do kayak de velocidade. Vejamos, especificamente, o caso do kayak de velocidade. Kayak e velocidade Uma das disciplinas da Federação Portuguesa de Canoagem é a de velocidade, a qual se divide em regatas em linha e regatas de fundo. As regatas em linha ou de pista são as verdadeiras provas de velocidade, disputadas em águas lisas delimitadas por bóias em distâncias de 200, 500 e 1000 metros. São utilizadas dois tipos

de embarcações, constituindo duas categorias distintas: o kayak e a canoa. O Kayak pode ser de um só elemento, o K1; com dois tripulantes, o K2; e, o K4 de quatro lugares. Estes kayaks são embarcações estreitas e compridas (entre 5 e 11 metros, conforme o número de tripulantes) e são impulsionadas por uma pagaia de pás duplas, sendo que se pagaia sentado, de forma que o atleta da frente controla com os seus pés o leme. Na canoa que é uma embarcação sem leme, o tripulante utiliza uma pagaia simples, de uma só pá e apoia-se com um joelho no interior da canoa. As provas de regatas em linha exigem por parte dos atletas uma excelente forma física e um completo domí-

nio da técnica. Portugal tem vindo a estar representado neste tipo de prova nos Jogos Olímpicos desde Seul (1988), continuando em Barcelona (1992), Atlanta (1996), Atenas (2004), Pequim (2008), Londres (2012) até Rio de Janeiro (2016). As provas de fundo disputam-se em distâncias que oscilam entre 2 000 e 5 000 metros, as embarcações são as mesmas que as da regata em linha, os locais são, em regra, rios ou lagos onde os competidores cumprem um circuito com mudanças de direcção, de acordo com bóias de sinalização. As provas de fundo são em Portugal das mais concorridas, constituindo um espectáculo para o público desde o início em que as


Desportos Aquáticos

embarcações alinham muito perto umas das outras, propiciando largadas espantosas de movimento e colorido. As provas de velocidade disputam-se em diversos escalões etários, sendo em termos federativos fixado três níveis de veteranos: Veterano A, o que tem entre 35 e 44 anos no decorrer do ano a que respeita a época; Veterano B, de idade entre 45 e 54 anos, no decorrer do ano a que respeita a época; e, Veterano C, o atleta com mais de 55 anos de idade, no ano a que respeita a época. Kayak de velocidade e categoria de veteranos

Como se referiu, a categoria etária de veteranos é muito ampla, começando aos 35 anos de idade e terminando no segmento após os 55 anos de idade. Ora, um atleta de 35 anos de idade tem uma capacidade física diferente de um atleta com mais de 55 anos de idade. Assim, salvo casos excepcionais, o rendimento de escalões mais jovens é superior ao dos escalões etários de maior idade. Por outro lado, os escalões mais jovens na faixa de veteranos, têm mais atletas de que os escalões que lhes seguem em idade. Tal realidade está espelhada nos números das diversas provas que ao longo dos anos a Federação Portuguesa de canoagem vem realizando.

As provas dos veteranos A, com idades entre os 35 e 44 anos, tanto nas regatas em linha como nas de fundo, são eventos disputados entre um elevado número de atletas. Já os veteranos B, entre os 45 e 54 anos de idade, têm um número de concorrentes apreciável mas nitidamente menor que o escalão precedente. Os veteranos C, com idade a partir dos 55 anos, apresentam um menor número de atletas, sendo crescente de ano para ano o número de participantes. Por comparação com os escalões etários de outras modalidades, os verdadeiros veteranos são os do escalão C, isto é, após os 55 anos de idade, sendo que nessas modalidades existem vários

escalões na categoria sénior ao invés do que vigora na canoagem que remete para o escalão de veteranos atletas que seriam seniores, por exemplo, A, B ou C. Restringindo a nossa análise aos mais veteranos de entre os veteranos, podemos constatar diversos aspectos interessantes. Um primeiro registo curioso é a de que o maior número de atletas em competição neste segmento mais experiente provém de clubes de canoagem do norte do país. Esta realidade explica-se devido às excelentes condições naturais para a prática da modalidade na região norte com grande número de rios de caudal propício à modalidade, o que originou a prática não só de remo como de kayak em suces-

Prova de pista ou regata em linha 2017 Julho 367

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Desportos Aquáticos

Os clubes são fundamentais para a prática da canoagem

sivas gerações, sendo que de entre elas alguns antigos campeões mantêm a prática da modalidade, apresentando-se como sérios competidores, pese a idade. Esta prevalência do norte na modalidade, poderá vir a ser mitigado dentro de alguns anos pela existência de novas barragens e o aparecimento de clubes para a prática do kayak na região sul do país. Actualmente, é possível verificar um número crescente de veteranos C nos clubes os quais não entrando em competições praticam a modalidade na vertente meramente recreativa e de manutenção física. Com efeito, além do contacto aprazível com a água, o esforço físico de pagaiar é indicado para a manutenção muscular, mantendo uma forma física que tende a diminuir com o avançar da idade. Voltando aos atletas de competição, é possível veri-

ficar que a maioria tem um longo percurso como canoístas, alguns com mais de 30 anos de competições na modalidade, outros vieram do remo, modalidade tecnicamente muito distinta do kayak mas que a afinidade de fazer deslizar a embarcação convida a permuta. Em menor número são os atletas que iniciaram a prática da modalidade tardia e tiveram de assimilar a técnica de pagaiar, vencer o desequilíbrio próprio da embarcação, evoluir vagarosamente até conseguir imprimir ao kayak uma velocidade compatível com a competição. Para estes, fica o meu louvor e consideração pois são um verdadeiro exemplo de persistência, coragem e desportivismo. Se ainda não experimentou fazer kayak vá ao clube próximo de sua residência, para o efeito consulte a página da Federação Portuguesa de Canoagem, e vai ver que não se arrepende.

A segurança sempre presente nas competições de canoagem, ribeira de Santarém. 44

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Desportos Aquáticos

O Kayak K1 è rápido e instável 2017 Julho 367

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Notícias do Mar

Comunicado do Clube Arrábida

Desassoreamento do Portinho da Arrábida

O

Portinho da Arrábida perdeu mais de 1000 metros de comprimento e 40% da

área do seu areal durante as ultimas décadas devido a um imparável processo de erosão costeira. Parte da

areia que resta encontra-se coberta por um mar de calhaus impossibilitando o seu uso balnear, estando a res-

tante contaminada por um manto de poeira cinzenta vindo da estrada de brita que atravessa toda a zona dunar

Mar de Calhaus 46

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Notícias do Mar

escondendo debaixo de si os escombros das casas clandestinas demolidas nos anos 80. Estes são apenas alguns dos vários problemas causados pela erosão costeira que podem fazer desaparecer para sempre uma das 7 maravilhas naturais de Portugal, principal emblema além-fronteiras da nova promoção da região de turismo de Lisboa! O Clube da Arrábida, associação sem fins lucrativos constituída por residentes, utentes e comerciantes do Portinho da Arrábida tem desde 2010 tentado sensibilizar as diferentes entidades com jurisdição e competências na gestão desta área protegida para a necessidade urgente de identificar quais as causas, mas também quais as soluções para reverter este fenómeno antes que seja tarde demais. Em 2011 O Clube da Arrábida organizou um coloquio que reuniu os maiores

investigadores nacionais de erosão costeira cujas conclusões viriam a ser publicadas em livro com o nome “Desassoreamento da Arrábida-Causas e Soluções”. Uma das principais conclusões dessa publicação apoiada pelo Parque Natural da Arrábida, Câmara Municipal de Setúbal e Ministério da Ambiente foi a urgência de já então se realizar um estudo de impacto ambiental que pudesse apontar conclusões definitivas sobre como travar e reverter o fenómeno do desassoreamento. Após sete anos de múltiplos contactos com todas as entidades relevantes nada foi feito, o desassoreamento e subsequente erosão costeira atingiram, entretanto, níveis alarmantes. No final do verão de 2016 em desespero de causa pela falta generalizada de

interesse no assunto, o Clube da Arrábida encomendou ao Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) um parecer técnico que apontasse de vez os problemas que estão a contribuir para este desassoreamento, mas que também enumerasse medidas concretas para reverter o processo e restituir ao Portinho da Arrábida o seu esplendor de outros tempos. Num gesto de colaboração louvável, por entender ser esta uma causa ambiental de cariz único em Portugal, o LNEG não só aceitou o desafio como elaborou gratuitamente o parecer que divulgará na integra juntamente com o Clube da Arrábida no próximo dia 4 de julho pelas 18:00 numa conferência na Casa da Baía em Setúbal aberta

ao publico e imprensa que contará igualmente com intervenções da Presidente da Câmara Municipal de Setúbal e da Diretora do Parque Natural da Arrábida. O Clube da Arrábida mostra assim uma vez mais o seu verdadeiro empenho cívico na salvaguarda dos valores naturais da Arrábida e interesses dos seus associados, assumindo-se como figura incontornável na consulta e procura de soluções viáveis para eliminar muitos dos problemas que atingem esta área protegida de incalculável valor natural e patrimonial Pedro Soares Vieira Presidente da Direcção

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Pesca Desportiva

53.ยบ Mundial de Pesca em Barco Fundeado

Portugal

sobe ao pรณdio na Croรกcia!

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Texto Ricardo Lavandeira Fotografia: Ricardo Lavandeira e FPPDAM /Mundo da Pesca

Com o final do campeonato da época 2016, foram apurados para participar no 53º campeonato do mundo que se realizou na Croácia, mais precisamente na ilha de Dugi Otok, na pequena vila de Sali, os atletas Ricardo Lavandeira, Juan Pato, João Pardal e Válter Gago. Os atletas foram acompanhados pelo presidente da FPPDAM, Carlos Vinagre e tudo fazia crer que seria apenas “mais um” mundial - sem desprimor pelo Vice-campeonato conseguido individualmente por João Pardal o ano passado no Montenegro -, mas foi mais do que isso: foi a prova de que com organização e espírito de equipa se conseguem superar todas as dificuldades.

A

comitiva partiu no dia 2 de maio pelas 19h30 em direção à Atalaia onde fizemos a última refeição em Portugal antes de nos dirigirmos à Croácia. A viagem foi feita por avião, Lisboa – Zurique, Zurique – Zagreb, e em Zagreb levantámos o nosso transporte, uma carrinha de 9 lugares, que nos levou a Zadar. Em Zadar apanhamos um fer-

ry que nos levou então a Sali. Esta viagem levou mais de 24 horas desde a nossa saída para a Atalaia, dado que chegamos por volta da 22h30 de dia 3 de maio. Foi uma viagem extremamente cansativa, mas pouco havia a fazer, no dia seguinte às 7h iriamos embarcar para o primeiro treino. 1º Treino (4 de maio)

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Pesca Desportiva

A volta de apresentação da seleção das quinas. Chegámos ao cais de embarque por volta das 7h30, onde ficámos a conhecer o nosso mestre para os próximos 3 dias

e a embarcação - tínhamos algum receio da embarcação -, foi uma autêntica surpresa, pequena mas arrumada, pes-

cou-se bastante bem, o único problema foi a falta de equipamento de navegação, não havia sonda, tudo foi feito a olho, o

Um dos aspetos trabalhados nos treinos foi a adaptação aos 3 tipos de isco. 50

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que certamente nos prejudicou um pouco. No entanto, tínhamos um mestre sempre pronto a ajudar e no fim de cada dia brindava-nos sempre com uma grapa, bebida típica da zona. No nosso primeiro contacto com a pesca em Sali, optámos por ir para a zona 2, zona em frente a Sali. A profundidade dos pesqueiros situavam-se entre os 20 e os 60m, dado que no fundo existiam formações rochosas onde na proa do barco se podia pescar a 20 metros e na popa a 60, somente em determinadas zonas mais afastadas das ilhas o fundo permanecia mais uniforme. A água era bastante limpa e aberta e ao contrário de Montenegro, com alguma corrente. Existiam 3 tipos de iscos: o mexilhão era o predominante, 5kg a cada pescador, 50cm de uma minhoca idêntica ao nosso minhocão, um verme grosso e negro com muito sangue; o problema era que o dito verme era fornecido congelado; por fim era-nos dado 3 peixes, nos treinos carapau, nos dias de prova viúvas. O mexilhão era a isca que mais funcionava, o devido


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Pesca Desportiva

mas nunca vi grandes resultados com esta isca… Começam a sair os primeiros peixes, entre bicas, sargos, bogas, bodiões, piças, etc. Fizemos algumas mudanças de pesqueiro, mas deu para perceber que a quantidade de peixe seria bastante melhor que no campeonato anterior em Montenegro. Nesse dia não contabilizámos os peixes, mas certamente todos fizemos capturas acima de 25 exemplares. Na altura não contabilizámos os carapaus porque sempre tivemos a ideia que esta espécie não era pontuável, o que veio a ser um erro… 2º Treino (5 de maio) Neste dia optámos por ir para a zona 3, zona que ficava a Oeste de Sali, junto a uns viveiros de peixe, rodeados por pequenas ilhas. Neste dia o peixe também

Reinaldo Piloto a mostrar que os sargos eram opção, uma pesca a que estamos habituados. tratamento da mesma foi uma das nossas armas; nesse dia e nos seguintes, testámos várias formas de o preparar, até chegarmos às que pensámos que eram as ideais. No meu caso optei por cortá-los ao meio e atar, fazendo uns rolos de isco com uma apresentação muito boa ao peixe; nos maiores, optava por retirar o excesso

de pele e enrolar somente a barriga, mas também usei sem estar enrolado, principalmente quando o peixe estava muito difícil. O verme pouco ou nada funcionou, dado que muitas das vezes se apresentava seco e com mau aspeto devido ao congelamento; certamente vivo seria uma boa isca, supostamente seria uma isca para as bogas,

Principais conclusões Tendo verificado que o peixe predominante seriam os sargos e as bicas - sargos nós sabíamos apanhar, e as bicas com a experiencia do passado também não deveríamos ter grande dificuldade -, o problema maior seriam as bogas. Em Portugal treinamos para fugir delas, quando temos que as apanhar, é um problema, não é de forma nenhuma uma pesca fácil de fazer. As montagens mais utilizadas por nós foram para: Bicas – madres de 0,23, estralhos entre os 50 a 70cm (dependendo da corrente) com espessura entre o 0,16 e 0,19; anzol entre 5 e 8. Sargos (mais a terra) – espessuras e anzois idênticos à anterior mas com tamanho de estralhos entre os 35 e os 45cm; anzol entre 5 e 8. Bogas – montagem idêntica à dos sargos mas com os estralhos com união de 0,17 com 0,23. Nesta pesca existe a possibilidade de termos que usar um extensor, dado que as bogas andam em diversas profundidades e quase sempre levantadas do fundo; por isso iríamos preparados com extensores de 1, 2 e 3 metros, dado que a montagem não poderia ser maior que o tamanho da cana; anzol entre 8 e 10. Estas seriam as principais, mas como é óbvio, teríamos que ter algumas derivações a estas pescas como por exemplo eu que pesquei bastante com uma montagem com 55/60cm de estralho no anzol de baixo, com os de cima somente a 45cm.

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colaborou e mais uma vez a isca predominante foi o mexilhão. A espécie de peixe existente foi a mesma do dia anterior e a profundidade rondou os 40m. A quantidade de peixe desta vez já foi contabilizada, com todos a capturar mais de 20 exemplares, sendo que o saco mais pesado tinha cerca de 3,7kg. 3º Treino (6 de maio) Como só poderia ser, neste dia fomos para a zona 1, zona a leste de Sali; aqui a profundidade era muito idêntica à zona 2, dado que existiam pequenas ilhotas entre as ilhas maiores, o que era sinal de grandes oscilações de profundidade. Nesta zona, verificámos que quem tivesse do lado da embarcação voltada a terra teria uma vantagem enorme sobre os outros, o que certamente seria um enor-


Pesca Desportiva

me problema. Nesse dia, além das espécies anteriormente capturadas, também foi capturada uma dourada com cerca de 400/500g, além de bicas com bom tamanho. Neste último dia as capturas já foram até bem perto dos 40 peixes, tendo o saco mais pesado cerca de 4kg. Dia 7 de maio: descanso Este dia, foi o nosso dia de “descanso”, e começava com a reunião de capitães, seguindo-se o desfile de abertura do campeonato. A reunião de capitães veio trazer algumas alterações, principalmente nas zonas de prova. A organização colocou inicialmente zonas de prova enormes, mas que incrivelmente passaram despercebidas a todos os responsáveis (oficialmente as zonas de prova

não podem ter mais que 3km²). Isto veio obrigar a fazer uma alteração drástica no mapa das zonas, ficando todas elas bem mais pequenas. Além desta alteração, fomos informados que as embarcações não poderiam estar a menos de 100m da margem e deviam estar no mínimo distanciadas entre elas em 200m. O sorteio é o que já estamos habituados, uns melhores outros piores e a mim calhoume o grande campeão Marco Volpi, além de outros, mas este era um “bico-de-obra”… Treino oficial (8 de maio) O treino oficial foi efetuado já numa embarcação com sonda! No entanto, e devido à alteração das zonas, o referido treino foi efetuado numa zona em frente a Sali, zona essa onde não iríamos pescar nos dias

Portugal levou um grupo coeso e que deu verdadeiro significado à palavra “companheirismo”. 2017 Julho 367

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O autor desta reportagem, Ricardo Lavandeira, durante um dia que nada teve de “descanso”. de competição. Mais uma vez o treino correu muito bem, somente eu tive alguma dificuldade no toque do peixe, o que me deixou apreensivo. Chegando ao final destes dias de “testes” era hora de afinar tudo para os 3 dias de competição, fazer as últimas montagens e alinhavar tudo para que nada corresse mal. Começa a competição (9 de maio) Pelas 7h da manhã dá-se início ao 53º campeonato do mundo de pesca em barco fundeado, a distribuição fez-se por 11 embarcações, em que 10 contavam com 6 pescadores e uma com 5 pescadores. A zona escolhida foi a nova zona 2 com fundos entre os 70m até aos 20m. Havia embarcações melhores e piores, embora fossem todas bastante grandes em tamanho; no meu caso apanhei de tudo, o mau, o mais ou menos e o bom… no primeiro dia calhoume logo o pior, onde tínhamos que entrar com o material pela 54

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ponte de leme para aceder à proa da embarcação… e por azar fui lá duas vezes! O único senão deste dia foi quando vi o esloveno Tomsic a colocar um carapau dentro do balde; perguntei-lhe se contava, ele disse-me que sim, voltei a questionar a comissária que também me respondeu afirmativamente. Aí o meu primeiro pensamento foi para os meus colegas, tínhamos sido eludidos e no caso de algum apanhar carapaus certamente vão colocá-los à agua… e foi isso mesmo que aconteceu, no final o Válter Gago faz 2º do barco a cerca de 380g do primeiro tendo colocado 3 carapaus de bom tamanho à agua; ficámos sempre na dúvida se teria chegado. Nesse dia confirmou-se que o peixe mais presente seriam as bicas, embora houvesse barcos onde as bogas marcaram muita presença, principalmente nas embarcações onde se encontravam croatas. No final do dia, eu faço primeiro do barco somando 8 pontos, o Juan Pato, o Reinaldo Piloto e

o Válter Gago, fazem segundo do barco somando 17, 19 e 20 pontos respetivamente. O João Pardal faz quinto do barco somando 61 pontos; este lugar do João não foi inocente e desde o início da prova que foi pressionado pelo comissario, era o vice-campeão em título e tinha que ser pressionado, coisa que eu senti no 2º dia. Os vencedores do dia foram os homens da casa, com 5 primeiros lugares, seguindo-se a Itália e depois nós em 3º lugar. Muito se poderá contar sobre este primeiro dia de competição, mas se perderem algum tempo a analisar as pesagens dos croatas em relação à de todos os outros, certamente se vão questionar, mas enfim, foram situações recorrentes que já vi acontecer anteriormente, mas neste caso foi uma completa falsidade de resultados. Enquanto uns pescavam junto a terra onde havia peixe, outros pescavam a 65m de fundo onde o peixe era muito escasso, enfim… No final do dia, já no quarto do hotel, um dos colegas de

equipa recebe um telefonema com uma mensagem que ninguém quer ouvir, tive bastante receio que ele se fosse abaixo, mas tentou sempre que o bom ambiente se mantivesse, embora acredito que tivesse sido muito difícil para ele ultrapassar aquela adversidade. Para ele um grande abraço; portou-se à altura de um campeão! Um dia importante (10 de maio) Neste 2º dia de competição era importante mantermos o bom desempenho, tínhamos que continuar nos lugares cimeiros. Nesse dia fomos para a zona 3, onde os fundos iam até aos 60m, mas praticamente todos os barcos andaram na cota dos 30 e os 40 metros. No meu caso a minha embarcação nunca se moveu, estando nós a pescar a cerca de 35 metros. O peixe predominante neste dia foram os sargos, embora com algumas bicas à mistura e também bogas. A nossa classificação no final do dia tinha piorado, com os segundos lugares


Pesca Desportiva

do Juan Pato e Válter Gago e os terceiros do Reinaldo Piloto e João Pardal, não fomos além de um 4º lugar nesse dia, mas embora esta pior classificação, na geral mantínhamos o 3º lugar com os franceses em 4º a somente 2 pontos. Os dois primeiros lugares continuavam com os croatas, novamente a fazerem 1º, e a Itália 2º. A minha prestação nesse dia foi muito má, um 4º lugar no barco e 35 pontos a somar aos 8 que tinha do primeiro dia; o dia até começou bem, com a captura de alguma bicas, mas do outro lado do barco, o espanhol Inácio estava a apanhar sargos de seguida, aos 2 e 3 de cada vez, mas eu nunca vi… quando tive algum peixe para me defender, apanhava 3 peixes de cada vez, mas eram muito pouco os que tinham mais de 18cm, é assim, foi mais uma lição. O 2º lugar já ali (11 de maio) O dia mais importante da competição tinha chegado. Para mim além deste evento, neste dia a minha filha fez 11 aninhos e as saudades dela já apertavam. No dia antes houve uma reunião de capitães onde se designou uma zona de prova

alternativa dado que no último dia as previsões meteorológicas iriam ser bastante adversas com rajadas de vento na ordem dos 70km/h. Então iríamos pescar para uma zona entre ilhas, mais abrigada do vento; os croatas pretendiam que o dia fosse anulado e passado para sextafeira, dado que eles nunca tinham ido pescar para aquela zona. No entanto a opinião foi fazer no dia acordado, e assim foi feito. Para este dia, a fé e motivação eram enormes, dado que eram condições a que nós estamos habituados. Tivemos que proceder a algumas alterações na forma de pescar e no próprio equipamento, montando ponteiras mais rijas devido à ação do vento. A competição começou somente por volta das 11h30 da manhã, dado que os barcos frequentemente vinham à deriva devido à força do vento. Neste último dia valeu quase tudo, deste a distância entre embarcações ser inferior ao definido, embarcações praticamente encostadas a terra, etc. No meu caso e na maior parte dos meus colegas, somente pescámos metade do previsto, porque o restante tempo foi andar à deriva e, em duas vezes que estou em cima do peixe,

Válter Gago a mostrar que as bicas também eram opção… por duas vezes o barco saí do sítio. Numa delas dei com besugos, peixe nunca antes apa-

nhado, e eram aos 3 de cada vez, peixes com 19/20 cm. No final faço segundo por 100g,

Aquilo que ninguém pensava ser possível na Croácia, Portugal no 3.º lugar do pódio, a somente um mero pontinho da squadra italiana. 2017 Julho 367

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perdendo para o espanhol, mas na última hora fui abordado 3 vezes pelo comissário, impedindo-me de lançar sem ser no corredor à minha frente, enquanto eu sempre permiti que o Barceló lançasse na diagonal à minha frente (acordo feito entre nós ainda em terra), indo ele no último tempo buscar 3 ou 4 bodiões que lhe deram a vantagem. Os peixes que apareceram foram diversos, mas onde as bicas e os sargos predominaram; apareceram também os besugos no meu barco, e uns carapaus, bogas, bodiões e piças. A pesca foi feita em fundos entre os 15 e os 60m e neste dia era muito fácil haver zonas do barco a 20m e outras a 60m. No final, a equipa faz um resultado estrondoso, dois primeiros lugares, do Juan Pato e o Reinaldo Piloto, dois segundos o meu e o do João Pardal e um quinto do Válter Gago. Este dia deu-nos o 1º lugar na geral nesse dia, ainda pensamos que po-

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deríamos chegar ao 2º lugar da geral no final da competição, foi por pouco, ficamos a somente 1 ponto dos italianos. A euforia tomou conta de nós, atingimos um lugar que não imaginávamos ser possível, mas sempre acreditámos em nós, e este foi sem dúvida um lugar obtido por uma EQUIPA, porque somente assim é possível atingir objetivos. A classificação final foi a mesma dos outros dois dias, 1º Croácia, 2º Itália e 3º Portugal. A nível individual, o 1º lugar Marko Sikiric da Croácia, 2º lugar Ivan Galzina também da Croácia e o 3º lugar foi para o italiano Paolo Volpini. Devido ao último dia, alguns dos croatas “saltaram” dos lugares cimeiros, mas sinceramente, o 3 primeiros lugares foram bem entregues, principalmente o do campeão: além de ser um excelente pescador é uma pessoa humilde e simpática, merece o título. Os lusos também tiveram

uma excelente prestação na classificação final, o Juan Pato faz 9º lugar, o Reinaldo Piloto 10º lugar, eu 11º lugar, o Válter Gago faz 22º lugar e o João Pardal faz 34º lugar, o João encetou uma recuperação espetacular, dado que no primeiro dia faz 61 pontos. Conclusões e agradecimentos Em modo de feedback, a organização tentou que tudo correse bem, e em parte até correu, mas como sempre existem algumas coisas a apontar, principalmente na comida, o restante era de qualidade aceitável. Em modo de conclusão, tenho a agradecer em primeiro lugar à minha família e à dos outros colegas, pois certamente as saudades são muitas… de seguida e no meu caso particular, um agradecimento ao meu patrocinador, à Tubertini Ibérica, sei que posso contar sempre convosco. Em nome

de todos, quero agradecer à FPPDAM na pessoa do seu Presidente Carlos Vinagre, pelo empenho e dedicação no desenvolvimento da pesca embarcada em Portugal e que tudo fizeram para nos dar as melhores condições possíveis, fosse na Croácia ou em Portugal, porque este trabalho começou muito cedo! Um especial agradecimento a todos os Portugueses que manifestaram o apoio à nossa equipa durante estes dias fosse através do Facebook, mensagens, telefonemas, etc., um meu muito obrigado, o Vosso apoio é muito importante. Quero também agradecer aos meus colegas de seleção, pelo excelente companheirismo que houve nestes dias, um grande abraço a todos. O desejo agora é participar no 54º Campeonato do Mundo que se vai realizar por terras lusas, mais precisamente em Setúbal e contamos com o Vosso apoio!


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Azores Airlines Thournament 2017

Fotografia Pauline Narvaez e Miguel Furtado

Os Grandes Espadins Azuis à Espera dos Pescadores O Clube Naval de Ponta Delgada desde 2012 que organiza um torneio Internacional de Big Game Fishing que tem por princípio divulgar as qualidades especiais que os Açores possuem na pesca dos grandes espadins azuis, atuns patudos e outros peixes, bem como a divulgação das extraordinárias belezas naturais da Ilha de S. Miguel.

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ste evento é sempre realizado na 2ª ou 3ª semana do mês de Setembro, até 2015 com apoios do Governo Regional dos Açores, do Turismo dos Açores e do Grupo Bensaude em 2016 e 2017 também das Azores Airlines, sendo esta a razão que o evento passou a ter o nome de – Azores Airlines Thournament. A história espectacular dos cinco torneios passados ficou assim assinalada: Torneio de 2012 Participaram 11 Equipas e 58

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Concorreram 14 Equipas, entre as quais quatro francesas, uma russa, uma suiça, uma inglesa/USA, uma continental e 6 açorianas Estveram presentes 9 jornalistas, dois americanos, dois ingleses, um francês e qua-

estiveram presentes 10 jornalistas, dos quais seis estrangeiros, dois americanos, dois franceses e dois noruegueses. Foram capturados: 15 Espadins azuis 1 Maco 2 Dourados Torneio de 2013 Participaram 11 Equipas e vieram ver o torneio 13 jornalistas, com os estrangeiros em força, com quatro suecos, dois americanos dois ingleses e um francês Capturou-se desta vez: 27 Atuns patudos 1 Atum voador 1 Espadim branco Torneio de 2014 Neste ano participaram13

tro nacionais. Quanto a capturas, foram: 1 Atum patudo 3 Espadins azuis 1 Espadim branco 3 Wahoo Nesse ano o Torneio foi efectuado em S. Miguel e

Equipas, com trêsrussas, uma francesa, uma inglesa/ USA, uma continental e sete açorianas Quanto a jornalistas, acompanharam a prova 10, com três americanos, três ingleses, um francês, um sueco e dois nacionais Durasnte os dias de prova esteve muito mau tempo e foi essa a razão de se ter pontuado apenas dois peixes. 1 Atum patudo 1 Atum galha à ré Realizou-se paralelamente uma exposição de Aguarelas, sendo o tema “Barcos” do pintor Micaelense Soares de Sousa Torneio de 2015 2017 Julho 367

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Pesca Desportiva

em Sta Maria. No primeiro dia de pesca, a saída e a chegada foi em S. Miguel. No segundo dia, os barcos saíram de S. Miguel e a chegada foi em Sta Maria. Ao terceiro dia a saída foi de Sta Maria e a che-

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gada em S. Miguel. Torneio de 2016 No ano passado participaram 8 Equipas, uma americana, uma austríaca, uma Inglesa/USA, uma continental e 4 açorianas.

No que respeita à comunicação social, estiveram 5 jornalistas, dois americanos, três ingleses, um alemão, um russo e quatro nacionais. Capturaram-se: 2 Espadins azuis

3 Dourados 1 Spearfish 1 Wahoo Nestes torneios, além da componente desportiva de três dias de pesca, também se procura valorizar o convívio entre os concorrentes, os acompanhantes, os jornalistas e a organização. No primeiro dia é sempre oferecido um cocktail de boas vindas, e depois no final de cada dia de pesca oferece-se ainda um pequeno cocktail. Realizam-se passeios á ilha, com almoço regional, normalmente no dia seguinte ao segundo dia de pesca e também no último dia. Como o jantar de encerramento é no último dia da estadia, faz-se uma distribuição de lembranças a todos os participantes e os respectivos prémios aos três primeiros classificados.


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Vela

25ª Volta ao Algarve à Vela

Largadas de Alta Competição e depois Faltou o Vento A comemorar as bodas de prata, este ano nos dias 13 a 15 de julho, a Volta ao Algarve à Vela, uma espectacular regata, todos os anos organizada pelo Ginásio Clube Naval de Faro, foi mais uma vez um elevado acontecimento de confraternização e de alta competividade, especialmente nas largadas.

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Paquito foi o 1º em ORC 64

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evento foi também coorganizado pelo Clube Vela de Lagos, Marina Yach Club de Albufeira e Clube de Vela de Tavira e teve o apoio da RTA e das Câmaras Municipais de Faro, Albufeira, Olhão e de Tavira. Com 32 veleiros a concorrer, 16 em classe ORC e outros tantos na classe NHC, este ano a Volta disputou-se em três etapas, a primeira entre Lagos e Albufeira, a segunda de Albufeira à ilha da Culatra, com a chegada no mar junto à Barra da ilha do Farol e a terceira etapa daí até Tavira. Após vários anos de ausência, o veleiro “Notícias


Vela

Cidade de Tavira e Pura Vida vencedor na classe NHC

À espera do vento para largar

de Mar”, um 26 pés, apareceu no meio da frota, novamente com o Antero dos Santos e uma tripulação de “craques”, o Martim Pinheiro de Melo e as suas três filhas Maria, Matilde e Pilar, a furar para passar pelos grandes veleiros.

De realçar as linhas de largada excelentemente bem montadas, que juntamente com o bom vento existente no momento do tiro, permitiram momentos de alta competividade com a adrenalina aos saltos. Todas as largadas foram assim e deixaram

Nacex na rondagem da bóia de desmarque 2017 Julho 367

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Vela

O espanhol “AsisaVida venceu a segunda etapa em ORC

motivos de discussão em terra, sempre bem acompanhadas pelos líquidos que cada um escolhia para tirar a sede de três dias de calor e sol abrasador. Logo a seguir á largada em Lagos, o vento que prometia subir acabou por cair e a regata foi bem anulada, para que todos os barcos chegassem, pelo menos a motor a Albufeira à hora do Jantar. Na segunda etapa o vento que parecia aguentar-se à largada de Albufeira, foi enfraquecendo e nem mesmo com o encurtamento da regata, numa boia montada junto à praia de Faro, se 66

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conseguiu que todos terminassem a regata dentro do tempo e não tivessem de ligar os motores, para não perderem o jantar na Culatra. Foi o que fez também o Notícias do Mar, que nem a velha “tática” de navegar a ver o fundo junto à praia, para apanhar o vento térmico resultou. Ficou parado a ver a boia a uns 500 metros de distância. Em ORC, o 1º foi o espanhol “AsisaVida” de Jose Mendoza, em 2º ficou o “Nacex” de Miguel Graça e o 3º foi o “Paquito” de Rui Belchior. Na classe NHC, foi Fran-

cisco Badalo com o “Titã” o 1º, seguido pelo “Pura Vida” de Rui Quintas e pelo Conquilha III de Fernando Perna. A terceira etapa até Tavira, a começar defronte da praia da barra da ilha do Farol, iniciou-se com o anulamento da largada, já com todos os veleiros a fazeremse à boia de desmarque, que entretanto se deixou de ver, com a queda repentina de um intenso nevoeiro. Ao fim de uma hora o nevoeiro dissipou-se e largouse finalmente para Tavira. Após a bóia de desmarque o vento pedia balão e foi o que todos fizeram. A tática

também para todos, foi navegar a cambar para manter velocidade. Na classe ORC, Rui Belchior leva o seu “Paquito” a vencer esta etapa, seguido pelo Hugo Batalha de Almeida com o “Impulsivo” e por João Coutinho com o “Tomate” Em NHC a vitória foi para o Pura Vida de Rui Quintas, o “Notícias do Mar” ficou em 2º com a Maria Pinheiro de Melo ao leme e o 3º foi para o “Titã” de Francisco Badalo Com a soma da pontuação das duas únicas regatas que se disputaram, a classificação final dos cinco primeiros de cada classe ficou


Vela

Titã foi 2º na classe NHC

assim estabelecida: Classe ORC 1º Paquito 2º AsisaVida 3º Nacex 4º Tomate 5º Impulsivo Classe NHC 1º Pura Vida 2º Titã 3º Conquilha III 4º Stella Maris 5º Alma Gemea De realçar o excelente

fantar de encerramento e distribuição de prémios, no jardim junto ao rio, acompanhado com música ao vivo e que enobreceu ainda mais a festa de convívio que foi a Volta ao Algarve à Vela 2017 A edição deste ano pela forma como foi desenhada e pelo dinamismo impresso na mesma já despertou a atenção dos empresários algarvios e de marcas de cariz nacional e internacional, sendo um orgulho para a Or-

ganização ter contado com os seguintes patrocínios: VOLVO/PONTAUTOS, ECHO, HOTEL ALÍSIOS, HOSPITAL PARTICULAR DE LOULÉ, BENAMOR GOLFE, HOTEL MARINA CLUB DE LAGOS, CERVEJA SAGRES, CLUBE UMBRIA, HOSTEL CONNI & SUITES, SUZUKI MARINE/GNÁUTICA, SOPROMAR, e com os media partners, REVISTA MARKETEER, JORNAL BARLAVENTO e NOTICIAS DO MAR.

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Notícias do Mar

Últimas EDP Mar Sem Fim

Os melhores surfistas de Ondas Grandes vão ser reconhecidos nos Prémios EDP Mar Sem Fim

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ão quatro prémios em atribuição nesta 3ª edição aos surfistas que mais se destacaram no Surf de Ondas Grandes no inverno passado e processo de submissões decorre até 15 de Setembro. Os Surfistas de Ondas Grandes vão ver o seu esforço reconhecido através dos Prémios XXL EDP Mar Sem Fim. Serão 4 os prémios atribuídos aos surfistas Portugueses que mais se tenham destacado ao longo da última temporada de ondas grandes, que decorreu entre 15 de Setembro de 2016 e 1 de Maio de 2017. A organização irá seleccionar os surfistas que mais se destacaram ao longo da última época de ondas grandes de duas formas: com base em imagens online já disponibilizadas pelos surfistas ao longo do Inverno, lançando também o desafio aos Surfistas de enviarem para a organização as suas melhores imagens e

poderem assim candidatarem-se para os prémios em disputa. Na primeira edição dos prémios o Surfista da temporada foi o reconhecido surfista Nicolau Von Rupp e a segunda edição ficou marcada pela atribuição de 5 prémios e pelo destaque ao surfista Alex Botelho, que venceu 3 dos 5 prémios em disputa. Para João Macedo: “os prémios XXL Portugueses são um momento de celebração do surf e dos surfistas de ondas grandes, sendo inevitável o EDP Mar Sem Fim estar à frente de mais uma edição destes prémios pois tem apoiado o surf Português de ondas grandes. Eu estou super feliz de ter continuar a surfar ao meu mais alto nível e por isso ter um ano com mais nomeações.” Mário Almeida explica também que “nesta terceira edição queremos continuar a destacar os feitos dos Surfistas nas várias vertentes do Surf de Ondas Grandes, assim, teremos 4 prémios. O objectivo é criar as bases para que possamos

continuar a fazer crescer este conceito, aumentando a notoriedade do projecto para edições futuras. Tudo isto não seria possível sem o apoio de todas as marcas envolvidas, que estão a valorizar cada vez mais o nosso projecto”. A primeira das quatro categorias pretende premiar o Maior “wipeout” da temporada (queda), onde será atribuído um prémio de 500 euros ao surfista que tenha a queda com a imagem mais espectacular aos olhos dos Juízes. O Município da Nazaré, que tem providenciado um apoio fundamental ao projecto e fornecendo um Hangar no Porto da Nazaré, vai distinguir o surfista com a Maior Onda de town-in da temporada, onde o vencedor terá direito a um prémio de 500 euros. O Melhor Tubo da Temporada, apresentado pela G-Shock e que poderá ser em remada ou tow-in, vai premiar com 500 euros o surfista que submeta o melhor tubo do inverno passado e entrega ainda um relógio G-Shock Special Edition.

Por fim, o prémio máximo, que pretende destacar a Maior Onda de remada da temporada, será oferecido pela EDP, (que dá também o naming a esta segunda edição dos prémios), ao Surfista que “dropar” a maior onda na sua forma mais natural, sem auxilio de mota de água. Começa hoje o período de submissões por parte dos surfistas e nomeação por parte da organização, que decorrerá até ao dia 15 de Setembro. O painel de juízes que irá analisar as candidaturas e nomeações será apresentado brevemente e composto por entidades da área do Surf, Media, Juízes e Surfistas. O Projecto EDP Mar Sem Fim afirma-se assim como um pilar do Surf de Ondas grandes em Portugal e, depois de uma época cheia de acção com expedições e Bolsas atribuídas, pretende agora celebrar e honrar os feitos dos melhores Surfistas de ondas grandes portuguesas.

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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2017 Julho 367


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