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Notícias do Mar
Boot Dusseldorf 2018
Texto e Fotografia João Carlos Reis
Boot 2018
Regista a Maior Participação de Sempre
O Sea of Portugal numa das entradas do Pavilhão 3 / Mergulho A Boot 2018 conseguiu a maior participação portuguesa de sempre, naquele que é o evento referência a nível mundial e o mais importante na área da náutica e desportos náuticos e que decorreu em Düsseldorf de 20 a 28 de Janeiro. Com uma área de 354m2 e 49 entidades e empresas presentes, Portugal conseguiu a honrosa 11.ª posição entre as representações nacionais, com um crescimento de 37% face ao ano anterior.
O
Sea of Portugal em particular contou com 22 instituições e empresas portuguesas, em 213m2 localizados em dois pavilhões da feira: Pavilhão 3 (Mergulho) e Pavilhão 13 (Turismo Náutico), a promoverem junto do mercado internacional o que Portugal tem de melhor para
oferecer. Esta participação conjunta tem vindo a crescer todos os anos (20% relativamente à edição anterior). «Com o aumento de expositores, adquirimos escala e tivemos uma representação mais transversal, de Norte a Sul de Portugal, contando com Vila do Bispo, Lagos e Portimão, Setúbal e Lisboa,
Noites Sea of Portugal 2
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passando por Espinho, Vila Nova de Gaia, Douro e Porto, Esposende e Viana do Castelo», adianta João Marques do Reis, director do projecto. Fizeram parte desta iniciativa a Câmara Municipal de Vila do Bispo e a FPAS – Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas,
PuraVida Divehouse, Dive School & Accommodation, Santa Bernarda Cruzeiros, SeaXplorer Sagres, Wind4all, Associação de Turismo de Portimão, Marina de Portimão, Marina de Lagos, Ocean Revival e Subnauta. Do Norte a Câmara Municipal de Espinho e a Câmara Municipal de Esposende,
ATP Portimão Pavilhão 3
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a BBDOURO, FEELDOURO, FEELVIANA SPORT HOTEL, Kook Proof, Onda Magna e Salt Flow. Já da região de Lisboa estiveram a BoatCenter – Serviços e Actividades Náuticas, a Media 4U e a Palmayachts. «Com esta colaboração inédita e feita de raiz, que é o Sea of Portugal, cujo objectivo é ajudar as empresas na internacionalização do turismo náutico e a fazer negócios lá fora, propomo-nos a trabalhar para entrar no Top 10 das representações nacionais já na próxima edição», conclui João Marques do Reis, director do projecto. Foram ainda realizadas pela primeira vez, duas noites de confraternização Sea of Portugal, de forma a promover o networking, «onde recebemos clientes, amigos e parceiros para uma bebida ao fim do dia de trabalho. Consideramos que foi um sucesso e repetiremos garantidamente em 2019.» A Náutica, o Turismo Náutico e os desportos aquáticos são estratégicos para o Turismo e para a economia Portuguesa, pelo que através da sua promoção tem vindo a dar a conhecer e viabilizar junto do mercado internacional o que Portugal tem de melhor para oferecer neste sector: Avistamento de Cetáceos, Cruzeiros no Douro e ao longo da costa, Eco-resorts, Kitesurf, Mergulho, Surf e Surf Camps, Turismo Náutico (e de Natureza), Windsurf, Yacht Charters, etc. O cliente internacional procura novas alternativas que incluam o contacto com a Natureza e a sua conservação, segurança, entretenimento variado, profissionalismo dos serviços e simplicidade na organização das suas férias. Os stands portugueses atraem sobre-
ATA Açores tudo visitantes da Alemanha, Holanda, Bélgica, GrãBretanha e Espanha. Liderança confirmada Uma feira internacional que confirma a posição de liderança no mercado mundial, a boot Düsseldorf estabeleceu recordes este ano: 247mil visitantes de 94 países e 1.923 expositores de 68 países diferentes apresentaram iates, barcos e acessórios para todas as actividades de desportos aquáticos, num total de 220 mil m2 quadrados. Segundo o CEO da Messe Düssel-
dorf, Werner M. Dornscheidt: “Estes números são
únicos na indústria. Nenhuma outra feira de des-
C M Vila do Bispo
Pavilhão 3 Mergulho 2018 Fevereiro 374
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Sea of Portugal Mergulho portos aquáticos reflecte todo o mercado mundial em toda sua diversidade tão completamente quanto a boot”. A feira também conseguiu aumentar o número de visitan-
tes internacionais. Os países que contribuíram com mais visitantes foram os Países Baixos, seguidos pela Bélgica, Suíça, Itália, Áustria e França. A maioria dos visitantes comerciais do exterior veio dos
ATP Portimão Pavilhão 3
EUA, China e Austrália. Petros Michelidakis, director da boot, delineou sucintamente a situação: “Beach World” com uma “A nossa estratégia de internacionalização da boot funcionou. Isso reflectese na nossa estrutura de visitantes. Houve também uma mudança de geração, os visitantes da boot são consideravelmente mais jovens atraídos pelo novo espaço“ piscina de 65 metros de comprimento e a onda indoor “THE WAVE”. Os expositores do “Beach World” foram unânimes em dizer que a mudança para o Pavilhão 8a foi um sucesso completo. As estatísticas
Sea of Portugal Mergulho 4
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confirmam esta avaliação: os números registados no ano anterior foram ultrapassados em quase 10%, com pouco menos de 110 mil visitantes que assistiram às espectaculares actividades da “THE WAVE”, sendo que 1.500 visitantes testaram a onda. O conceito especial do “Beach World” – com um toque dos Mares do Sul, muita acção na água e inúmeras estrelas - provou ser também bastante eficaz no novo Pavilhão. Os pavilhões de vela estiveram lotados durante os nove dias da feira. Os grandes iates de vela com mais de 60 pés de comprimento e os catamarãs de vela foram alvo de muita atenção em particular. O Pavilhão 6 de iates de luxo foi mais popular do que nunca entre fornecedores e visitantes. Cada metro quadrado foi reservado e o salão proporcionou uma esplêndida oportunidade para ver os modelos luxuosos. De acordo com os fabricantes, existe uma tendência geral em relação ao sofisticado equipamento electrónico nos iates, bem como para ideias de design de interiores de alta qualidade. Os compradores de iates de luxo são cada vez mais jovens, com poder de compra que querem investir em barcos caros, de forma a experimentarem a liberdade que estes proporcionam para aproveitar o seu tempo na água. A utilização da capacidade nos estaleiros é muito boa entretanto e espera-se que a boot 2018 estimule ainda mais o negócio. A Princess esteve mais uma vez em grande com a introdução mundial do S78 em parceria com o Naim Audio, V50 e V65, bem como com a apresentação do maior iate já exibido na BOOT Dusseldorf – O Princess 35M.
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Depoiamentos de Alguns Expositores Portugueses Câmara Municipal de Esposende No cômputo geral o balanço é positivo, tendo sido feito contatos interessantes com players europeus ao nível da náutica. No caso específico de Esposende, e tendo em conta a especificidade das empresas presentes e do tipo de experiências a vender, ao nível do surf e kite surf, a procura provém essencialmente de alemães, holandeses e de outros países do centro e norte da Europa. José Costa, Técnico superior PuraVida Divehouse Dive School & Accommodation A nossa presença na Boot, pelo terceiro ano consecutivo foi, uma vez mais, uma aposta ganha. Temos ao longo de três anos, conquistado um dos maiores mercados, consumidor de turismo de mergulho, no mundo. Estamos ainda a dar os primeiros passos, mas pouco e pouco, já se ouve falar do mergulho em Sagres na Alemanha. Estas participações na feira Boot foram essenciais para colocar a região Vicentina na lista de destinos, destes activos mergulhadores Nórdicos. No entanto é fundamental continuar a cultivar a relação com este público exigente, através da participação nesta feira, o maior “meeting point” do mundo de agentes, fabricantes, operadores e clientes de mergulho e de atividades náuticas. Cristóvão Catarino - Sócio/gerente, Instrutor de mergulho, professor de Yoga
OndaMagna Surfschool A participação foi extremamente proveitosa. Foi a nossa primeira participação, numa feira deste calibre. Participamos por convite da Câmara Municipal de Esposende, que tem sido incansável no apoio aos operadores marítimo- turísticos, e, por isso, aproveito para deixar, nomeadamente ao atual Vereador do Turismo, António Sérgio Mano, mas sem esquecer o seu antecessor, o professor Rui Pereira, os nossos mais sinceros agradecimentos. Recuperando o parecer inicial, o “extremamente proveitosa”, de referir que o mesmo se deve às aprendizagens obtidas, nomeadamente as que resultaram da interação com os restantes operadores portugueses. Como o espírito foi de trabalho em rede e de partilha, numa plataforma física muito bem desenhada pelo Sea
ATP Portimão Pavilhão 3
FEELVIANA e Marina de Lagos
Boatcenter 2018 Fevereiro 374
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ATP Portimão Pavilhão 13 of Portugal, todos acabamos por aprender uns com os outros. E, já que referi a Sea of Portugal, permitam-nos deixar também aqui os nossos mais sinceros parabéns ao João Reis. O trabalho desenvolvido está a olhos
vistos e os resultados serão esclarecedores num futuro muito próximo, certamente. O feedback obtido, ao longo da feira, pelos potenciais clientes foi sempre positivo, no sentido de nos virem visitar. Boas sensações. O tu-
C M Esposende
Sea of Portugal Turismo Náutico 6
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rista quer usufruir da vida e, como tal, procura destinos, coisas para fazer e ver que lhes permitam sorrir mais, amar mais. Pedro Cardoso, administrador Associação Turismo dos Açores Os Açores tiveram uma participação dupla nesta feira, no pavilhão do mergulho e outra no pavilhão da vela. O balanço é bastante positivo, com um número elevado de visitantes. O público procura essencialmente as formas de chegar aos Açores, informações gerais sobre o destino, e questões específicas sobre velejar no arquipélago (como o número de marinas, distâncias entre ilhas, condições climatéricas, e as melhores épocas do ano para realizar vela nos açores). Para além disso, inquirem sobre a diversidade da nossa oferta ao nível das marinas e do mergulho no profundo azul açoriano (junto das peculiares formações geomorfológicas subaquáticas das ilhas, flora e fauna costeiras, campos hidrotermais, parques arqueológicos e
naufrágios, grandes pelágicos como as jamantas e os tubarões (baleia e azuis), o público mostrou-se interessado nas outras atividades ao ar livre conexas ao turismo de natureza, como o pedestrianismo, passeios em bicicleta/ BTT, observação de cetáceos, surf, canyoning e observação de aves, entre os muitos outros em que os Açores têm revelado a sua excelência. Haver um efetiva presença portuguesa, ou seja, a República concretizar uma presença motivadora da assunção do compromisso transversal de trabalhar em conjunto para aumentar a segurança marítima, promover o crescimento azul sustentável, preservar os ecossistemas e a biodiversidade como verdadeiro desígnio nacional, com Portugal a assumir um papel liderante na economia e crescimento azul. Francisco Coelho, Presidente FeelViana Hotel Tendo em conta a nossa forte estratégia muito focada nos desportos náuticos como o KiteSurf, WindSurf, SUP e SURF, é para nós uma presença obrigatória, dada a qualidade e carácter inovador do produto que temos para apresentar. O cliente procura qualidade e autenticidade. Somos, de facto, um projecto inovador, que trabalha o turismo desportivo com grande profissionalismo, abrangência e qualidade. Para além das excelentes condições naturais que possuímos em Viana do Castelo, temos também uma cidade e região únicas para mostrar. Na minha opinião, temos um leque muito diversificado de empresas de grande qualidade. Devemos unir-nos de forma a comunicarmos
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como o forte agente náutico mundial que somos: transversal a todos os sectores. Temos condições únicas, a nível nacional, que nos permitem destacar numa feira com esta dimensão. Sofia Pereira, Sales Manager BoatCenter O resultado é excelente. Para o BoatCenter tratouse da primeira vez enquanto expositor e numa vertente do nosso negócio que já temos bem desenvolvida no mercado nacional mas que carecia de internacionalização. Sentimos um enorme interesse conjugado nos serviços da empresa e no destino Portugal. A nossa localização no Hall 13 dedicado ao turismo náutico e charters trouxenos essencialmente pessoas que procuravam programas de aluguer de embarcações. Percepcionamos uma excelente reacção ao nível de serviço que prestamos e à dimensão da nossa frota e uma grande surpresa pelas extraordinárias condições proporcionadas pela Baía de Setúbal, Estuário do Sado e Península de Tróia, região completamente fora dos circuitos internacionais de divulgação e comercialização de charters, até agora. Portugal está na moda, por boas razões e principalmente por mérito próprio. Por força de muita falta de investimento, consequência das várias crises económicas e de uma visão legislativa demasiado estreita e desmotivante, o turismo náutico não tem tido o mesmo desenvolvimento de outros sectores do Turismo. Verificamos a enorme diferença na dimensão das frotas e número de bases de outros destinos clássicos na Europa como a Grécia, Croácia e Turquia ou a Espanha. Vemos, tam-
Palmayachts bém, a divulgação feita pelas instituições oficiais desses países e o investimento estrangeiro que acolhem por parte de operadores e agências. Estes destinos estão de alguma forma saturados, Portugal pode vir a ser um destino alternativo no panorama internacional se souber adoptar as medidas estruturantes certas, deixar o mercado funcionar e aproveitar a inércia da procura turística de que é alvo. Pedro Vale, Administrador
Câmara Municipal de Vila do Bispo Para além do mercado euro-
peu, acolhemos visitantes originários de várias partes do mundo: Canadá, Brasil, Aru-
The Wave
Joana Schenker 2018 Fevereiro 374
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Sea of Portugal Turismo Náutico ba, Bonaire, Japão, Coreia do Sul, Tailândia, Indonésia, Austrália, entre outros. Pelo segundo ano consecutivo, a comitiva de Vila do Bispo contou com o contributo de Joana Schenker, superatleta da Associação de Bodyboard de Sagres que já se apresentou enquanto campeã do Mundo de Bodyboard. Este ano, Vila do Bispo contou, ainda, com a participação da Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas, instituição que
também representa a Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas. Este certame permitiu a promoção empresarial e institucional, de sublinhar a bem-sucedida estratégia de divulgação conjunta das diferenciadas potencialidades turísticas disponíveis nas especiais paisagens naturais e culturais do Concelho. Ricardo Soares, Tecnico Superior (Arqueólogo do Município de Vila do Bispo)
BBDOURO
Empresas e Instituições Presentes na Boot 2018 Pavilhão 3 Associação de Turismo de Portimão; Associação de Turismo dos Açores; Atalaia; Azores Princess Alice Diving; Azores Sub Dive Center; Brizaçores; Câmara Municipal de Vila do Bispo; Espírito Azul; FPAS – Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas; Haliotis; Madeira Diving Center; Manta Diving; Mantamaria; Norberto Diver; Ocean Revival; Pico Island Adventures; Picos de Aventura; PuraVida Divehouse, Dive School & Accommodation; Sagres; Season Challenge; SeaXplorer Sagres Boat Trip & Pesca; Subnauta; Wahoo Diving; Wind4All Pavilhão 4 Sun Concept
Noites Sea of Portugal
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Pavilhão 13 Associação de Promoção da Madeira; Associação de Turismo dos Açores; Associação Turismo de Portimão; Associação Turismo do Alentejo; BBDOURO; BoatCenter – Serviços e Actividades Náuticas; Câmara Municipal de Espinho; Câmara Municipal de Esposende; FEELDOURO; FEELVIANA SPORT HOTEL; Kook Proof; Marina de Lagos – Marlagos; Marina de Portimão; Onda Magna; Palmayachts; Portiate; Portos dos Açores; Pure Sail; Sail Along; Sailazores; Sailtours; Salt Flow; Santa Bernarda Cruzeiros; Sea of Portugal – Media 4U; Sea & Sail Azores; Seafree; Turismo de Portugal
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Ministério do Mar Promove a Eficiência na Fiscalização das Pescas
Finalmente o Ministério do Mar deu início ao projecto de modernização do SIFICAP, o Sistema de Fiscalização e Controlo das Actividades de Pesca, pioneiro no mundo, de modo a tornar a fiscalização das pescas eficiente e dotando-a com os meios adequados.
S
egundo um comunicado da DGRM, Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, em cooperação com a GNR desenvolveu a primeira ação de formação de formadores SIFICAP, para agentes da Unidade de Controlo Costeiro daquela autoridade, para inspeção das pescas Esta acção decorreu de 23 a 25 de janeiro na Escola da GNR e 10
abordou várias áreas de controlo e inspeção da pesca e das atividades conexas, designadamente enquanto sistema de Monitorização Controlo e Vigilância, sistema de informação nacional de controlo e inspeção, bem como de articulação de procedimentos e troca de experiências, sempre no contexto de atuação do SIFICAP. Foi também realizada uma visita ao Centro de Controlo e Vigilân-
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cia da Pesca da DGRM, onde os agentes da GNR tiveram oportunidade de conhecer o funcionamento deste centro que opera 24 horas, todos os dias do ano. A DGRM tem atualmente em curso um projeto de modernização do SIFICAP (projeto Oceano), iniciado em 2017, com o objetivo de construir uma nova versão da plataforma informática, de forma a responder melhor aos
novos desafios que se aplicam ao controlo e inspeção. Neste processo de modernização, destacase a implementação do ponto único de registo da atividade nacional de controlo e inspeção da pesca e das atividades conexas. A ação desenvolvida com a GNR enquadra-se no contexto deste projeto de modernização, tendo como objetivo final promover uma maior articulação
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DGRM e GNR promovem formação de formadores para Inspeção das Pescas
Os dados são obtidos pelos órgãos e serviços dos Ministérios da Defesa Nacional, como a Marinha, através do Comando Naval e DirecçãoGeral da Autoridade Marítima, bem como pela Força Aérea, da Administração Interna, através da Guarda Nacional Republicana-Unidade de Controlo Costeiro, do Ministério do Mar, com a DirecçãoGeral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), e dos Governos das Regiões Autónomas, através da Inspecção Regional das Pescas dos Açores e Direcção Regional de Pescas da Madeira. O objectivo é contribuir para uma melhor defesa e conservação dos recursos pesqueiros no âmbito da política comum das pescas, coordenado pela DGRM, no exercício das competências de Autoridade Nacional de Pesca.
Até agora tem sido ineficiente a fiscalização da Plataforma Continental que vai até aos 200 metros de profundidade
A Marinha vai receber os meios necessáros
para fiscalizar a pesca O problema mais grave dos recursos da pesca
entre entidades e definir procedimentos normalizados. O que é o SIFICAR Salienta-se que o SIFICAP, Sistema Integrado de vigilância, Fiscalização e Controlo das Atividades da Pesca, foi criado em Portugal em finais dos anos 80, integrando vários subsistemas e uma rede de comunicação e tratamento informático de dados no âmbito de acções coordenadas de controlo e inspecção de diversas entidades.
Bóia a assinalar uma rede de emalhar de fundo das que está fundeada permanentemente 2018 Fevereiro 374
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Notícias do Mar
Redes de emalhar de fundo abandonadas provocam sobre-pesca
é que a plataforma continental portuguesa, que vai do litoral até aos 200 metros de profundidade, com cerca de 40 milhas na parte mais larga e apenas cerca de 18 milhas na Costa Vicentina, está pejada de redes de ema-
lhar de fundo, que muitos armadores só levantam para capturar algumas lagostas e o peixe da última maré para garantir os 5% de crustáceos como pesca acessória. São redes que funcionam como sobrepesca e são toneladas
de peixe que se deita fora todos os dias. Sobre este assunto o Notícias do Mar fez várias perguntas ao Chefe do Estado-Maior da Armada e publicou na edição nº. 351 o seguinte artigo: “Marinha Não Fis-
Um barco destes pode ter quilómetros de redes para levantar e só as levanta de vez em quando 12
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caliza Redes de Emalhar de Fundo”. A resposta que recebemos do CEMA foi “As unidades navais da Marinha, não têm meios para fiscalizar as bóias que assinalam as redes que estão no fundo, para se saber se lá estão mais de 24 horas, pois não podem ficar paradas ao lado das bóias à espera que apareça um barco. A legislação devia ser mudada e obrigar os armadores a colocarem respondedores AIS nas bóias e assim facilmente sabíamos quando as redes tinham sido colocadas e onde. As redes que ficassem mais de 24 horas eram levantadas e os pescadores acabavam por não deixar que elas ficassem mais tempo. É o Ministério do Mar que tem que legislar sobre a obrigação de colocar esses respondedores
Notícias do Mar
nas bóias, até porque trata-se de um equipamento barato.” Entretanto o Governo aprovou, por proposta da Ministra do Mar, a Portaria nº 112/2016, que aprova o Regulamento do Regime de Apoio ao Controlo e Inspeção no quadro da Política Comum das Pescas. “As ações de controlo e inspeção da atividade da pesca envolvem, entre outros, meios que lhe estão especificamente afetos, quer pela Autoridade Marítima Nacional, quer pelo Comando Naval da Marinha Portuguesa, todos eles indispensáveis ao cumprimento das exigências que se colocam a Portugal a este nível, inclusivamente como condicionalidade ex ante ao Programa Operacional Mar 2020.” “Os apoios previstos no presente regulamento têm como finalidade possibilitar a execução do regime de controlo, inspeção e execução da União Europeia, através do reforço da capacidade institucional e da eficiência da administração pública”. Estão indicados na Portaria nº 112/2016 os seguintes equipamentos: a) AIS: sistema de identificação automática (AIS), utilizados para fins de controlo; b) ERS: sistema eletrónico de registo e transmissão de dados a que se refere o Regulamento (CE) n.º 1224/2009; c) VMS: sistema de localização dos navios por
Uma rede de emalhar de fundo vários dias fundeada pode chegar aos 80% de rejeições
satélite. “A Portaria nº 112/2016 vai apoiar o desenvolvimento, a compra e a instalação dos componentes, incluindo equipamento e programas informáticos, necessários para assegurar a transmissão de dados dos intervenientes na pesca, incluindo os componentes necessários para os sistemas eletróni-
cos de registo e transmissão de dados (ERS), os sistemas de localização dos navios por satélite (VMS) e os sistemas de identificação automática (AIS) utilizados para fins de controlo”. Muito importante também na Portaria nº 112/2006 são as iniciativas que devem ser feitas e apoiadas como a orga-
nização de seminários e a utilização dos meios de comunicação, destinadas a sensibilizar melhor os pescadores e outras partes interessadas, nomeadamente inspetores, representantes do ministério público e juízes, assim como o público em geral, para a necessidade de lutar contra a pesca ilegal.
O Sistema de Fiscalização e Controlo das Actividades de Pesca, pioneiro no mundo, vai começar 2018 Fevereiro 374
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Barcos de Pesca Espanhóis Fiscalizados no Mar dos Açores Mais uma vez, a frota espanhola de pesca nos Açores, constituída por dezenas de cercadores e palangreiros, dois navios fábrica e um navio hospital, foi encontrada a pescar entre as 100 e as 200 milhas, dentro da nossa Zona Económica Exclusiva, e fiscalizada nos últimos dias pelo navio patrulha oceânico da Marinha “Viana do Castelo”.
O
navio “Viana do Castelo” foi o primeiro a ser entregue à Marinha, dos quatro encomendados aos Estaleiros de Viana do Castelo e deu início em 2015 à sua primeira missão na Região Autónoma dos Açores. A intervenção do navio “Viana do Castelo” foi agora comunicada pela Marinha “No decorrer da operação foram verificados os docu-
mentos, nomeadamente as licenças de pesca e autorizações para pescarem dentro da ZEE dos Açores. Foram também observados os porões onde é guardado o pescado para verificação das espécies e quantidades de pescado capturado. Neste caso constatou-se que as embarcações fiscalizadas já tinham capturado cerca de 300 toneladas de pescado, entre tintureiras, espadarte, tubarão anequim e
alguns atuns”. “Analisada toda a documentação e verificadas as quantidades e espécies pescadas, verificou-se que à luz da legislação nacional e comunitária que regula a pesca por parte de embarcações estrangeiras na ZEE, as embarcações espanholas estavam em situação legal, pelo que continuaram a sua faina”. “As missões de fiscalização desenvolvida na subárea
Navio patrulha oceânico “Viana do Castelo” 14
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Açores da ZEE Nacional têm como objetivo principal a monitorização e fiscalização de embarcações comunitárias a operar entre as 100 e as 200 milhas, bem como a monitorização da navegação mercante e de navios de investigação científica que possam estar a operar no mar da Região. No que toca a fiscalização das embarcações de pesca comunitárias, esta incidiu no cumprimento dos regulamentos para o exercício da pesca de palangre de superfície.” “Este tipo de operações de controlo das atividades marítimas é fundamental para o garante da sustentabilidade dos recursos existentes na ZEE sob jurisdição nacional, bem como para a proteção dos interesses nacionais no mar, designadamente em áreas longe de costa, tendo já este ano o NRP Viana do Castelo efetuado várias ações de patrulha e vigilância nos limites da ZEE dos Açores, percorrendo nessas missões um total de cerca de 2.000 milhas náuticas (distância equivalente aproximada dos Açores aos EUA).”
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Náutica
Notícias Yamaha
A Yamaha Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal lança a Campanha de Remotorização de 2018 Yamaha para motores fora de borda entitulada “TROQUE VELHO POR NOVO”.
E
sta campanha é válida de 1 de Fevereiro a 30 de Abril de 2018, não acumulável com outras campanhas, packs, bónus ou descontos
e exclusiva a Concessionários aderentes Yamaha Marine, em todos os modelos anunciados na tabela abaixo indicada, desde que seja modelos disponíveis para
Novo Yamaha F175 CETX 16
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entrega durante a validade da campanha. Só é válida para a compra de motores isolados e não com preço de pack com barco. A presente campanha é meramente informativa e não dispensa a consulta a um Concessionário Yamaha Marine aderente à campanha. Para outros modelos que não constem da tabela baixo indicada, consulte um Concessionário Yamaha Marine e conheça as condições. Adicionalmente, a campanha prevê a oferta de um Casaco Genuíno Yamaha, no valor de 183€.
A oferta do casado será limitada ao stock existente e é da responsabilidade do Concessionário onde o Cliente adquirir o motor novo e entregar a retoma. A Yamaha não se responsabiliza pela falta de stock do casaco ou pela não entrega do mesmo por parte do Concessionário, caso a Yamaha não receba do Concessionário dados pessoais do Cliente (nome, email comprovativo de compra e retoma do motor antigo) até à data limite de 15 de Maio de 2018. Esta é daquelas oportunidades a não perder. Pode trocar qualquer motor usado
Náutica
Novo Yamaha F150 GETL
que tenha (qualquer cavalagem, qualquer marca e de qualquer ano) e troque por um motor fora de borda Yamaha novo, tendo a oportunidade de beneficiar de uma retoma garantida de até 25% do PVPR 2017 e ainda receber uma fantástica oferta.
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Novo Yamaha F25 GEL 2018 Fevereiro 374
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Cruzeiros crescem em Portimão
Os cruzeiros no Porto de Portimão
Terminal de Cruzeiros do Porto de Portimão ultrapassa as 70 escalas e aproxima-se dos 30.000 passageiros.
O
ano de 2017 trouxe cerca de 30. mil passageiros ao Terminal de Cruzeiros de
Portimão, o que correspondeu a um crescimento homólogo de 53%. Já no que diz respeito ao número de
escalas, 71 navios de cruzeiros passaram por Portimão, mais 65% que em 2016. Sob a gestão da APS –
Porto de Portimão 18
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Administração dos Portos de Sines e do Algarve desde 2014, os resultados positivos daquele que é o único Terminal de Cruzeiros do Algarve, premeiam o esforço que tem vindo a ser feito, não só pela Autoridade Portuária, que tem vindo a apostar na modernização das infraestruturas e infoestrutura do porto, mas também pelos agentes económicos e turísticos envolvidos na promoção do Terminal, da cidade de Portimão e da marca Algarve. Integrado na promoção conjunta dos portos nacionais, sob a marca Cruise Portugal, o Porto de Portimão estará presente no maior certame internacional da indústria dos Cruzeiros – a Seatrade Cruise Global, que terá lugar em Fort Lauderdale, durante o próximo mês de março.
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Náutica
Teste Dipol 600 Timonera com Yamaha F115 BETL
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Para Jornadas de Pesca Abrigadas
Um dos modelos que testámos no meeting em El Rompido, do estaleiro espanhol Dipol de Huelva, em finais de Outubro, foi o Dipol 600 Timonera com o motor Yamaha F115B, um barco que protege os pescadores do mau tempo e dá para passar os fins-de-demana.
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O Dipol 600 Timonera é um barco confortável a navegar 20
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uando há 30 anos a Dipol iniciou a actividade a construir embarcações em PRFV para a pesca profissional, começou por fornecer barcos para a pesca profissional, para melhor satisfazer os pescadores, construiu as embarcações com as características adequadas para navegarem no mar. Os barcos tinham que ter estabilidade, robustez e fazerem boas performances com os motores de potência o mais reduzida possível, para serem económicos. O estaleiro conseguiu isso, construindo o casco com as estruturas longitudinais e transversais muito reforçadas e com um design para serem semi-pla-
Náutica
Dipol 600 Timonera O posto do comando com banco individual com apoio de pés nantes à popa. A partir do momento que começou a receber encomendas para o recreio, o estaleiro manteve o mesmo conceito quanto às características dos cascos, com um
V evolutivo muito acentuado à frente, que se atenua no último terço do casco e é semi planante na popa. Com estas características os barcos Dipol continuaram a ter facilidade no arranque
e um bom desempenho com motores de baixa potência. Como o cliente é maioritariamente pescador lúdico e desportivo, todas as embarcações Dipol são equipadas com quase tudo o que é
O Dipol 600 Timonera teve um desempenho rápido 2018 Fevereiro 374
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Náutica
O Yamaha F115B motorizava o Dipol 600 Timonera preciso para uma boa jornada de pesca tanto no equipamento standard como nos opcionais Dipol 600 Timonera Barco pesca passeio com 6,70 m de comprimento, com as dimensões adequadas para navegar no mar com segurança e com uma cabi-
na de pilotagem que permite dar aos pescadores um bom abrigo, naquelas jornadas que vão precisar de se resguardar, por causa do vento, da chuva e das ondas. No interior à frente tem, numa coberta inferior, uma cabina para duas pessoas pernoitarem ou passarem um fim-de-semana. A cabina de pilotagem é
O poço é muito amplo e tem dois bancos à popa. 22
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ampla e tem o para-brisas e as janelas laterais com aberturas de correr em vidro acrílico. No tecto existe uma escotilha para arejamento. No posto de comando o piloto está a estibordo. Junto ao posto de comando existem dois bancos individuais reguláveis e giratórios para o piloto e copiloto. O piloto tem um apoio de pés em
madeira, para quando vai sentado. As paredes laterais comportam grandes prateleiras para guardar equipamentos. Ao meio existe uma porta para fechar a entrada da cabina. Dentro, os estofos em U são convertíveis em cama de casal. Para entradas de luz há duas escotilhas laterais.
Bancos do piloto e do copiloto na cabina de pilotagem
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Náutica
Motor Yamaha F115B
É
uma versão ainda mais avançada tecnologicamente e mais leve que o anterior F115 da Yamaha e que coloca mais potência nos barcos, com um excepcional rácio de peso-potência, oferecendo elevadas performances. O F115B tem 1.832 cm3 de cilindrada com 4 cilindros em linha, 16 válvulas e dupla árvore de cames (DOHC). O motor tem Injecção electrónica de combustível multiponto e controlo por computador ECM, com grande economia no consumo de combustível Este motor comporta o ajuste variável das rpm que é activado por um simples pressionar do botão que controla as rotações do motor precisamente em passos de 50 rpm entre as 600 e as 1000 rpm, para as velocidades baixas, como entradas nas marinas e a pesca ao corrico. O motor incorpora o exclusivo sistema de Protecção Anti-Roubo Yamaha (YCOP), oferecendo a mesma segurança que se espera num automóvel, pressionando o botão no comando remoto. O Sistema Digital em Rede é um opcional que traz muitas vantagens, tais como a disponibilidade de uma variedade de atractivos e fáceis de ler de instrumentos multifunções Para lavar o motor existe um dispositivo para lavagem em água doce, bastando ligar uma mangueira e lavar
Cabina à frente para duas pessoas
Autoescoantes à popa Para se ir á proa, há passagem à volta da cabina, com apoio do varandim e de corrimãos em aço inox. A proa que termina num púlpito, tem junto o porão do ferro com um molinete manual.
Bancos removíveis à popa 24
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O poço tem um banco estofado com encosto de cada lado na popa que se podem tirar, para ficar completamente desimpedido para a pesca. Na borda estão dois porta-canas e nas paredes existem prateleiras. Para se guardar o peixe, o piso comporta um porão com uma caixa amovível ou coloca-se um açafate dentro. O barco tem duas saídas auto escoantes bastante largas na popa. Na popa existem duas plataformas, com a escada de subida a bordo na de estibordo. Um teste com excelentes performances No final dos testes que fazemos aos barcos Dipol, dizemos de todos o mesmo que são barcos rápidos. Essa
Náutica
O casco tem um V evolutivo, a proa é alta com um perfil deflector e tem um púlpito característica deve-se ao tipo de casco que também preza em dar excelente estabilidade. Quando arrancámos, em 1,97 segundos planámos a fazer 12.5 nós. E no teste de aceleração até às 5.000 rpm em apenas 6,56 segundos atingimos os 22,5 nós. Acelerámos então até ao limite e deu a velocidade máxima de 32 nós às
5.600 rpm, graças à excelente resposta do Yamaha F115B. Outra performance a salientar, importante para o consumo, foi a velocidade de cruzeiro a 21/22 nós à rotação económica do motor a 4.000 rpm. Confirmámos mais uma vez que é devido ao tipo de casco, com os planos de estabilidade laterais muito salientes desde a proa até
O púlpito à proa 2018 Fevereiro 374
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Náutica
O Dipol 600 Timonera a curvar com muita segurança e estabilidade à popa e esta semi planante, que facilita que o barco se solte rápido da água. Esta característica também é importante para o barco não balançar quando parado e ficar muito estável para os pescadores. O facto do casco ter um V evolutivo e a proa alta com um perfil deflector, a navegar, o barco corta a água e deflectindo-a bem para fora. Em conclusão salientamos o espaço desimpedido do poço para os pescado-
res, o abrigo da ampla cabina de pilotagem e a possibilidade de pernoitar na cabina ou para descansar quando a fadiga aperta. Para finalisar destacamos que o barco está preparado para motores até 150 HP, mas com Yamaha F115B, atingiu excelentes performances, demonstrando que formam um conjunto equilibrado. Em virtude disso, distinguimos ainda o preço do pack standard, já com IVA, de 30.000€
Caixa no porão do piso para guardar o peixe 26
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Características Técnicas Comprimento
6,70 m
Comprimento casco
5,95 m
Boca
2,36 m
Lotação
6
Potência máxima
150 HP
Classificação CE
C/D
Motor em teste
F115BETL
Preço Pack com IVA
30.000€
Performances Tempo para planar
1,97 seg 12.5 nós
Aceleração 5000 rpm
22,5 nós 6,56 seg
Velocidade cruzeiro
21/22 nós 4000 rpm
Mínimo a planar
9,1 nós 2800
3.000 rpm
11,2 nós
3.500 rpm
16,4 nós
4.000 rpm
21,2 nós
4.500 rpm
24 nós
5.000 rpm
27,5 nós
5.500 rpm
30,8 nós
Velocidade máxima
32 nós 5600 rpm
Estaleiro: DIPOL GLASS, S.L. La Lobera S/N – 21510 - San Bartolomé de la Torre (Huelva) – Espanha Tel: 959 387 543 dipolglass@dipolglass.com Importador: YAMAHA MOTOR EUROPE N.V. Sucursal em Portugal Rua Cidade de Córdova 1 - Alfragide - 2610-038 Amadora Tel.: 214 722 125 Mob: 926 486 572 - www.yamaha-motor.pt
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Notícias do Mar
LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar
Economia do Mar Navega em Alta
Terminal XXI no Porto de Sines Pelo segundo ano consecutivo a maioria das cerca de 40 variáveis da economia do mar de Portugal monitoradas pelo LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar registaram um crescimento, foi a conclusão apresentada no passado dia 18 de Janeiro, no Pavilhão do Conhecimento pela 8ª edição do LEME.
O
Fábrica da Gelpeixe 28
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inquérito realizado a gestores de topo e personalidades da economia do mar concluiu também que, o desenvolvimento da economia do mar depende da forma como captará os benefícios da revolução digital em curso e da forma como mitigará os riscos associados a esta nova realidade. Tendo em consideração a última informação disponível referente ao ano de 2016, 60% das variáveis da economia do mar de Portugal tiverem um comportamento positivo. Embora esta percentagem seja menor do que a registada em 2015 (83%), é o segundo valor mais alto desde que existe este ins-
Notícias do Mar
trumento de monitorização da evolução da economia do mar em Portugal. Desde o ano de 2008 que o LEME constrói indicadores sobre a evolução da economia do mar em Portugal e as conclusões desta série de 8 anos são bastante animadoras. “O período 2008-2014 foi um período bastante crítico para a economia Portuguesa, registando taxas de crescimento do produto interno bruto negativas ou próximas do zero. No entanto, cerca de 50% das variáveis da economia do mar, monitoradas no LEME, foram registando crescimentos anuais. No momento em que a economia no seu geral começou a dar sinais de redução da instabilidade (2015, 2016) a percentagem de variáveis que cresceram, monitoradas pelo LEME, ultrapassou os 50% (83% e 60%, respetivamente).” - Afirma Miguel Marques sócio responsável pelo LEME - Barómetro PwC da Economia do Mar. As exportações na fileira alimentar do mar continuam a crescer, assim como o número de turistas que utilizam as nossas praias e viajam em marítimo-turísticas, também a carga nos portos nacionais continua a crescer. As evidências que o LEME tem reportado ao longo dos seus 8 anos de existência são claras no que se refere à grande resiliência da economia do mar como um todo. Ou seja, nos picos da crise a economia do mar aguentou-se e quando a crise abrandou a economia do mar cresceu. Neste contexto, a evolução geral da economia do mar é positiva. Os desafios da economia do mar estão muito relacionados com a necessidade de redução da burocracia, a necessidade de consistência
Produto Gelpeixe das medidas no médio e longo prazo e a necessidade de investimento e financiamento pacientes, ou seja, que tenham maturidades de médio e longo prazo. Um desafio muito importante é o da necessidade de renovação das frotas da marinha de guerra e de comércio, assim como a da pesca. O tema central da oitava edição do projeto de responsabilidade social LEME – Barómetro PwC da Economia do Mar (Portugal) é “A Revolução Digital e a Economia do Mar” 90% dos gestores de topo e personalidades da eco-
nomia do mar inquiridos no âmbito do LEME, consideram que a revolução digital terá um grande impacto na economia do mar.
Nas palavras de Miguel Marques, sócio da PwC, responsável pelos assuntos do mar: “…os líderes das diferentes indústrias do mar,
Fábrica de conservas
Fábrica de conservas 2018 Fevereiro 374
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Notícias do Mar
Porto de Leixões
Porto de Setúbal
Turismo de cruzeiros começam a ter a noção que, se não abraçarem a revolução digital, aproveitando todos os seus benefícios e construindo bases sólidas de proteção contra ciberataques, a economia do mar será como uma embarcação à deriva num vendaval de transformações.” Na opinião dos lideres inquiridos neste estudo, todas as indústrias do mar terão um elevado impacto provocado pela revolução digital, sendo que Portos, Transportes Marítimos e Ação do Estado no Mar são as áreas impactadas pela quase
totalidade dos doze temas inerentes à Revolução Digital. Partilharam também a opinião de que, Big Data Analytic, Internet of Things e Smart Sensors, são os temas da revolução digital que maior número de indústrias do mar afetarão. A análise de dados em massa através de ferramentas informáticas (Big Data Analytic), a disponibilização de serviços que permitem executar tarefas através da internet, por exemplo, através da internet ligar uma câmara de vídeo que monitoriza uma aquacultura (Internet of Things) e a utilização de sensores que
Turismo marítimo-turística no Algarve 30
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recolhem, enviam, analisam e processam dados (Smart Sensors) estão no topo da lista das necessidades do crescimento azul. O consultor das atividades marítimas responsável por este inquérito, Miguel Marques, confirma que a perceção do mercado é que “embora o interesse pelos temas da transformação digital tenha aumentado consideravelmente no seio da comunidade marítima portuguesa e as ações digitais no terreno tenham também iniciado caminho, o conhecimento dos riscos associados a ciberataques e sua mitigação é ainda incipiente.”
Sugestões e algumas conclusões que se encontram neste inquérito: - Democratizar o acesso à tecnologia digital e investir na formação digital transversal a todos os cursos é fundamental; - Melhorar a cooperação e a coordenação de forma a maximizar os benefícios de cada iniciativa de promoção da transformação digital que tem sido realizada. Melhorar a cooperação entre investigação científica relacionada com as novas tecnologias e o tecido empresarial; - Encontrar mais formas de compatibilização da informação digital arquivada em diferentes formatos; - Implementar mecanismos de monitorização constante dos efeitos da transformação digital; - Mitigar os riscos dos ciberataques; - Tudo o que for desenvolvido deve ter em linha de conta dois princípios: privacy by design e security by design.
Turismo marítimo-turística nos Açores
Electrónica
www.nautel.pt
Notícias Nautel
FURUNO com Nova Série de Combinados GPS/Chartplotter/sonda Com opção RADAR Wireless ! Os novos GP-1871F e GP-1971F chegam em 2018.
T
rata-se de dois multifunções, um com 7” e outro com 9” (resolução de 800xc480 pixels. O comando é tátil diretamente no ecrã, podendo ter uma opção de comando remoto sem fios, com teclado. Têm Incorporado: a antena de GPS, sonda (CHIRP e RezBoost), e o Chartplotter. Faz controlo direto no ecrã do novo Piloto Automático Furuno NavPilot 300 e
A maior inovação está na capacidade de ligar à antena de Radar sem fios DRS4W (Wireless Radar, invenção da Furuno) . Assim, a instalação de radar não requer a demorada e cara instalação/passagem do cabo, dos radares tradicionais. A cartografia usada é a C-MAP 4D. Entrada/saída NMEA0183 pelas quais podem circular, ser interpretadas e apresentadas uma extensa lista de dados como AIS, dados dos motores, estado do depósito de combustível, instrumentação do vento etc. do Navpilot 711C. Para a sonda CHIRP a gama de frequências é de 40 a 225KHz, e na RezBoost é de 50/200. Com estas combinações, as unidades fazem a função ACCU-FISH (cálculo do tamanho dos peixes isolados até mais ou menos 70m de profundidade) e Bottom Discrimination (discriminação dos tipos de fundo Rocha, areia, gravilha, lama). 2018 Fevereiro 374
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Notícias do Mar
Tagus Vivan
Crónica: Carlos Salgado
Se o Problema do Tejo Fosse só da Espuma C
om mais este acidente recente da espuma descontrolada nas águas do Médio
Tejo português, é caso para nos regozijarmos pelo facto da sociedade civil estar a querer assumir o seu pa-
pel de parte interessada na defesa e preservação dos bens que lhe são próximos, nomeadamente em todas as
situações problemáticas que causam vulnerabilidades e insuficiências ao nosso maior Rio, o Tejo, que continuam a recrudescer. Bem-haja, porque assim sentimo-nos mais acompanhados na nossa causa de décadas a pugnar pela defesa do Ambiente e do Património Cultural, material e imaterial do nosso maior Rio, o Tejo. Não é por acaso que a Tagus Vivan está a preparar desde 2015 a organização de um Congresso do Tejo, o terceiro, que vai materializar-se nos próximos dias 16 e 17 deste mês de Fevereiro, na Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos em Lisboa. Água Mole em Pedra Dura... Com efeito, nós da Tagus Vivan – Confraria Cultural do Tejo Vivo e Vivido cujas origens remontam aos anos
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Notícias do Mar
sessenta do século passado, jovens cidadãos de Alhandra que navegavam no Tejo, rio acima rio abaixo, e inclusivamente desde a fronteira até à foz no Atlântico, para além de fruírem o Rio intensamente foram-no conhecendo bem e à medida que o tempo foi passando viram que a sua água foi ficando com um aspecto menos salubre, o peixe a aparecer em certas épocas morto à superfície e também por causa de estarem a desaparecer os barcos de trabalho à vela do transporte de mercadorias, pessoas e bens a montante do Estuário, pela falta desse movimento, foi notório o afastamento das populações das frentes do seu rio, e foram -se interiorizando e voltando-lhe as costas. Eram os tempos da Soda Póvoa, dos Nitratos de Portugal, da Lisnave e da Siderurgia Nacional sem Etares, potenciado pelo escoamento
das águas letais provenientes da agricultura intensiva carregadas de pesticidas quando chovia mais, isto no Estuário que é um dos mais importantes berçários de
peixe da Europa, e é o responsável pelo povoamento das mais variadas espécies piscícolas da região costeira adjacente umas, e outras do povoamento do próprio Rio.
No ano de 1984 estes alhandrenses acharam por bem constituir-se formalmente numa associação cívica sem fins lucrativos, de defesa do Ambiente e do
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Notícias do Mar
Património Cultural, material e imaterial do Tejo, bem assim como da qualidade de vida das populações ribeirinhas, associação essa que em 1991 foi declarada de Utilidade Pública no DR,
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e os seus fundadores que tinham começado a pugnar pelo Tejo com mais coração do que conhecimento souberam atrair outros cidadãos com mais conhecimento do que coração para a sua cau-
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sa, e juntos foram construindo uma obra de décadas. Este trabalho foi ao tempo acompanhado de perto pela comunicação social que nos permitiu, para além de interessar mais amigos para
aderirem à causa, registarmos essas imagens que não mentem. PALAVRAS PARA QUÊ? Estes amigos presenciaram de tudo, e constataram que se o Tejo não fosse tão forte já estava morto, porque comeram dele a indústria pesada, a construção civil, a agricultura intensiva, a pesca ilegal e continuaram a aparecer agentes pouco escrupulosos que lhe foram causando vulnerabilidades e insuficiências, O QUE NÃO É SÓ DE AGORA! Mas quando se trata de pugnar por uma causa é lógico que cada um deve definir os seus objectivos e para os atingir tem de optar por seguir uma estratégia determinada, e nós como é sabido entendemos trabalhar a médio e longo prazo, ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA…, o que não significou que chegados a determinada altura tivéssemos mudado de paradigma
Notícias do Mar
por compreendermos que os tempos mudaram trazendo novos desafios, o que nos levou a fundar em 2011/2012 a Tagus Vivan, com o objecto de Observar, Avaliar e Ponderar para poder Opinar ou Agir sobre tudo o que diga respeito ao universo do Tejo, tendo a preocupação e a intenção de dar continuidade ao trabalho aturado de quase três décadas, e foi precisamente por isso que a partir de 2015 decidiu meter mãos à obra na preparação do Congresso do Tejo III, tendo para o efeito realizado um Ciclo de 5 Conferências Regionais preparatórias pelo Tejo acima até à fronteira, para conhecer com validade actual os pontos fracos e os pontos fortes do corredor fluvial do Tejo português. As Imagens Falam por Si! Desde o início, como foi
bem documentado pela comunicação social da época, de índole mais educativa do
que populista, decidimos optar como é sabido, mais pelo diálogo e persuasão
com perseverança junto de quem de direito, e empreender um conjunto de acções
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Notícias do Mar
com pragmatismo, procurando levar para o Tejo os autarcas e as populações ribeirinhas para voltarem a aproximar-se dele, reforçando essa proximidade para conhecerem-no melhor, por ser sabido que ninguém ama, protege ou cuida daquilo que desconhece. Por ser sabido também que é do estado de salubridade do Rio e das potencialidades deste grande recurso natural para criar vida e riqueza, que depende a qualidade de vida dessas populações que devem estar bem conscientes dessa realidade e também para compreenderem que é pela proximidade que se está a par das realidades para além de tomarem consciência de que a sociedade civil
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Notícias do Mar
não pode abdicar, alhearse ou sentir-se desresponsabilizada de participar e intervir nos destinos do futuro do seu território e dos seus bens naturais, mesmo que eles sejam comuns e partilhados, como é o caso do Tejo. Usámos sistematicamente a informação e a formação da juventude ribeirinha para a defesa do ambiente, por meio de educação ambiental no PROGRAMA O TEJO NA ESCOLA, e do património cultural de cada região, bem assim como o treino de navegação e vigilância, sabendo que esses jovens são o melhor elo de transmissão desses valores aos pais, aos avós e à comunidade onde estão inseridos. Mais Palavras Para Quê?
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Estudantes do Politécnico de Leiria
Ensinam a Cozinhar com Algas em Espanha
Showcooking dos alunos do Politécnico de Leiria com algas invasoras Uma equipa do Politécnico de Leiria esteve, no passado dia 20 de Janeiro, num Showcooking em Vigo utilizando algas invasoras na confeção dos pratos
O
s doze estudantes do politécnico de Leiria ensinaram a cozinhar com algas in-
vasoras, no Mercado do Progreso, em Vigo, Espanha. O showcooking pretendeu demonstrar novas formas de
Alga codium 38
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utilização de algas que se encontram na costa Ibérica, neste caso na confeção de produtos alimentares inovadores, no âmbito do projeto europeu AMALIA (Algae-toMArket Lab IdeAs), que o Politécnico de Leiria lidera, e que pretende valorizar as algas invasoras da costa, para o mercado alimentar, das rações, dos cosméticos e farmacêutico. O showcooking foi preparado por estudantes do Curso de Técnico Superior Profissional em Cozinha e Produção Alimentar da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Poli-
técnico de Leiria, sob supervisão do chefe Samuel Sousa, que desenvolveram ao longo do semestre anterior diversas receitas utilizando a alga Codium. Num espaço aberto do mercado do Progreso, com grande afluência por parte do público, os estudantes explicaram as receitas desenvolvidas e deram a provar pratos como lasanha, queijo de cabra, rissóis, croquetes, chamuças, cheesecake, barras energéticas e bolachas, tudo com um ingrediente em comum, as algas invasoras. Para Samuel Sousa, que acompanhou os estudantes
Notícias do Mar
no desenvolvimento dos novos produtos, «o resultado de meses intensos de trabalho foi um sucesso, pela interação com o público, que teve oportunidade de provar as novas iguarias, acompanhadas de gin aromatizado com algas, também desenvolvido na ESTM, e de as aprovar». Além de degustar, os participantes levaram as receitas das iguarias, para as confecionar em casa. Segundo Marco Lemos, docente no Politécnico de Leiria e coordenador do projeto AMALIA, «a alga Codium, à semelhança de várias outras, tem características únicas para a sua inclusão nas nossas opções gastronómicas, sendo fonte de iodo e vários outros nutrientes, e compostos com características nutracêuticas relevantes e benéficas para a saúde». O docente destaca
No Mercado do Progresso em Vigo ainda a oportunidade dos estudantes, que «puderam demonstrar num ambiente excecional as suas capacidades de inovação de produto, resultado de uma aprendizagem num ecossistema com base na investigação, característico da ESTM/IPLeiria». As receitas utilizando a alga Codium foram desenvolvidas no Politécnico de Leiria em estreita colaboração com os parceiros do projeto europeu AMALIA, e o showcooking em Vigo resultou de uma parceria com a Universidade de Vigo.
Fundos verdes de algas invasoras
Equipa AMALIA do Politécnico de Leiria 2018 Fevereiro 374
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Pesca Desportiva
Viagens de Pesca
Texto e Fotografia Vitor Ganchinho
De Mal a Pior… Pesca ao Robalo de Olhos em Bico… no Japão A partida Saímos de Lisboa com um ligeiro atraso em relação ao horário previsto. Na altura não dei importância ao detalhe que viria a ser decisivo
para toda uma aventura de pesca pouco…”ortodoxa”. Ao chegarmos ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, mal tivemos tempo para correr uma meia mara-
tona, de um lado ao outro das instalações, no sentido de garantirmos que as nossas malas não iriam passear ao “país do sol nascente” sem nós. Queríamos mesmo ir!
Robalo “abichanado”, que se lança de rabo ao anzol 40
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O Pedro Rosa, de escassa e miserável capacidade física, engenheiro de profissão e nitidamente uma pessoa que faz do cérebro o seu melhor argumento, dopou-se. Recorreu a esteróides anabolizantes para aguentar aqueles 30 minutos de corrida e esforço violento. De língua pendida, arfando, conseguimos chegar a tempo ao avião que nos iria transportar a Tóquio, para uma visita à Meca dos produtores de material de pesca. Canas, carretos, amostras e seus derivados, tudo disponível para ser visto pelos olhos de quem cumpria um sonho de criança. Eu pelos equipamentos de pesca topo de gama, ele pela curiosidade de visitar um país onde o seu pai trabalhou mais de 25 anos consecutivos. Viagens de 15 horas não são nada de mais para quem faz da pesca o seu hobby mais regular. Afinal de contas, passamos dias e dias à espera do fim-de-semana para podermos ir pescar, e sobrevivemos. Reparei no método utilizado pela Air France para combater activamente o assédio sexual: arranjaram umas assistentes de bordo feias que nem coriscos e trovoadas nocturnas. Têm o problema resolvido de vez, com aquele naipe de mastronças. Chegados ao aeroporto de Haneda,…o Pedro reparou numa “piquena” que passeava uma folha com alguns nomes e uma caneta na mão. Confesso que não me despertou uma atenção em particular. Era baixa de estatura, pernas tortas e escanzeladas,
Pesca Desportiva
Os grandes artesãos japoneses, aqueles que fazem canas maravilhosas, em bambu. Eterno respeito! feia que nem cobras e lisa de peitos. Como é que esta gente se reproduz, olhando à estética dos reprodutores? Viria a obter a resposta dias mais tarde. De resto, o Pedro tem uma teoria que aponta no sentido de os homens, ao fim de alguns meses de cativeiro, já acharem as japonesas todas boas. Os meus exaltados e aclamados dotes de pescador de sargos motivam regulares pedidos de autógrafos dos meus fãs, e por isso pensei tratar-se apenas de mais alguém que viria ter connosco para obter uma lembrança. Mas ela andava com a coisa na mão, e isso era estranho. Pelos vistos, tinha outra ideia e isso não podia ser ignorado: o papel tinha o meu nome e o dele… Esqueçam os autógrafos:
as nossas malas tinham ficado em Paris! Com toda a reverência do mundo, e sabendo que estava dar uma notícia terrível para quem ficava apenas com a roupinha que tinha em cima, a japonesa sorria e fazia vénias cada vez mais pronunciadas. Tentei ameaçá-la dizendo que assim sendo preferia voltar a França, (mais 13 horas de voo), que a partir dali já nada me interessava na vida, mas a minguada beleza asiática não estava virada para algo mais que obter a minha conformada assinatura num documento de alfândega. Ficámos “agarrados”. Depois de mais duas supervisoras virem acudir a mocinha, ficou então combinado que as malas onde tínhamos os nossos pertences e trajes
Peixe balão venenoso em sushi- Melhor que pataniscas!
Petiscando Pop-Fish, o peixe balão venenoso. Muito bom! Uma especialidade tremenda!
Arte culinária japonesa- peixe balão para cozer 2018 Fevereiro 374
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Pesca Desportiva
cheiro e mau aspeto digno de Trinitá, cowboy insolente, em Tóquio.
Sushi de primeira para quem aprecia de pesca estariam no hotel no dia seguinte. Chegariam sim ao fim de 4 dias, provando que a lei de Murphy não
existe por acaso. A cada dia a Air France garantia que era já na hora a seguir. E nós a destilarmos meias com um
O país O Japão é um país de gente desenvolvida em tudo: na cultura, na educação, no entusiasmo pelo trabalho, no rigor, no respeito pelas tradições e pelas pessoas de idade. Interessa-me particularmente este último ponto. Afinal de contas, os meus já pesados 55 anos levam-me a pensar que lá mais para a frente, a partir dos 110 anos vou ter de começar a abrandar o ritmo. Provavelmente até vou começar a pescar mais próximo de casa. Chegados ao hotel, o pessoal de serviço, gentilmente, perguntou-nos se queríamos que eles transportassem as nossas malas para os quartos. _“Não se incomodem, nós levamos…no bolso”. Um fuso horário de 9 horas leva as pessoas a ter alucinações: ao pequeno-almoço reparei que um grupo de japoneses comia com os pauzinhos de forma diferen-
Canas de bambu, uma relíquia cara: em média 750 euros 42
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te da minha: deduzi que deveriam estar todos mal; talvez por terem pouca prática. Pareceu-me sinceramente que estavam todos errados. Entrar no mundo da Daiwa, da Smith, da Duo, da Fish Arrow, é entrar na esfera da produção de qualidade, do planeamento, do rigor. Os materiais japoneses, são de facto muito bons, são topo de gama e se não resolvem tudo, pelo menos ajudam. Preparámos a saída de pesca do dia seguinte com um jantar memorável, comendo postas, filetes e tiras de um peixe que pode ser fatal em poucos segundos: o “pop fish”, o famoso peixe balão com partes venenosas que matam em poucos segundos. Os cozinheiros que o trabalham são obrigados a ter um curso e um certificado profissional. Vim a saber que os pescadores asiáticos quando conseguem capturas deste peixe, ou o restituem à água, ou têm de encontrar alguém com habilitações para o preparar. Entre nós, não é normal ter de encontrar e pagar a alguém que nos arranje o peixe. Benzi-me três vezes e avancei. Num ímpeto suicida, comemos peixe daquele de todas as maneiras e feitios. Enquanto degustava e apreciava, ora frito, ora cozido, sempre sob o olhar atento de uma simpática e gordinha cozinheira de nome Yoshimi Ikura, não deixei de recordar a célebre frase: “ Avé César, aqueles que vão morrer te saúdam!” Ao fim de uns quantos copos de saquê, já achava tudo normal, mesmo beber gasolina aditivada e comer peixe venenoso. Na eventualidade de quererem ir lá jantar, aqui fica o endereço: Restaurante Ganki (significa rochas e tartarugas) nº telefone +81-45-225-0943
Pesca Desportiva
A juventude a tentar as trutas. No primeiro dia picam todas muito depressa, depois…. Mitsubishi Juko Yokohama Building 2F, 3-3-1, Minato-mirai, Nishi-ku, Yokohama-shi. Estou aqui para vos ajudar! O dia seguinte iria começar cedo, pelas 6.20 da manhã, e isso não é problema para quem em 4 dias dormiu apenas um total de 5/6 horas. Com os olhos bugalhudos, a indumentária reduzida ao mesmo traje sebento da viagem a partir de Lisboa, e a resistência a chegar aos limites, partimos para pesca. No termómetro indicavam escassos 5 ºC. A roupa escassa deixava passar o vento frio até ao esqueleto. O nosso guia de pesca garantia haver robalos. Seguramente que sim, e para ele os resultados estavam garantidos: iria receber
os yenes de certeza. Na nossa comitiva constava um amigo de nome Fuminobu Nakayama, e a sua filha Ding Cheng Cheng. A mocinha, simpática como o pai, um pouco evidente cruzamento de japonês com chinesa, apareceu no hall do hotel vestida de roupas de centro comercial e mala de mão Gucci. Para quem vai ao robalo, …não está mal, pensei eu. Quando saquei do telemóvel e lhe mostrei a minha Maria Teresa, com 10 anos a tirar pampos de enfiada em Setúbal, passou a olharme com um entusiasmo que apenas se dedica a cantores famosos como o Mick Jagger. Às exclamações de admiração, correspondiam gritos de entusiasmo e ex-
O sítio especial era um petroleiro ancorado. Fundo de areia liso. Ora bolas!
Promover o gosto pela pesca: de pais para filhos citação nunca vistos tendo como motivo cavalas e pampos. Forte nas vénias, de rabo para o ar, a moça prometia visitar esse longínquo Portugal, para poder experimentar aquela fartura anunciada. A pesca Pescar robalos em água castanha, gelada, debaixo
dos pilares de um sistema de sinalização aeroportuário, mesmo à saída de uma pista de aviação comercial, não é o sonho de ninguém que pesque habitualmente em Sesimbra/ Setúbal. Fazê-lo com jigs de 40 gramas a 12 metros de profundidade, com corrente e uma sonda a confirmar estarmos em zona deserta, muito menos. Cada
Pescar robalos com uma vista bonita para o casco 2018 Fevereiro 374
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Pesca Desportiva
Robalo Ninja: Bem diferente do nosso, mas o mesmo comportamento
Hora do lanche, completamente gelado. Temperatura de 4ºC, com vento 44
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A minha querida Ding Cheng Cheng a pescar robalos com jigs. No Japão pesca-se com artificiais pilar da estrutura teria pelo menos um barco, a manobrar furiosamente à sua volta, de forma a permitir lançar as amostras até à areia do fundo. Ocasionalmente, um pequeno mas destemido robalo shaolin agarrava o jig. Uma técnica de pesca paupérrima: segundo o capitão do barco o jig deveria ser recolhido de forma pausada e uniforme. Pois seja. Gelado, com pingo no nariz, com uma vontade de pescar próxima do nulo absoluto, dei por mim a pensar que àquela minguada profundidade, o motor de 175 cavalos deveria parecer aos peixes algo similar ao que sinto quando ouço as músicas rock das minhas filhas. O vento de superfície não deixava aquecer as mãos, e sem luvas, era um martírio estar ali. Estava a minutos de ser uma natureza morta. Empenhado em salvar a imagem lusitana, e prova-
velmente injectado de morfina, o Pedro Rosa arrancou duas picadas sucessivas de robalos de olhos em bico, e que adoraram e aplaudiram o nosso “catch&release”. Estava ganho o dia. A diferença daquele “calvário” e condições de pesca dantescas para aquilo que fazemos em Sesimbra na Go Fishing às pessoas estrangeiras que nos visitam, é o dia ao pé da noite. O azul do nosso mar comparado com esta água marron e cinzenta das sucessivas dragagens portuárias, é comparar o rabo da Sharon Stone com a feira de Serpa. Depois de cumprir as minhas obrigações com um robalo “abichanado”, preso pela cauda, resolvi baldarme para a função e ir comer. Mais valia que não… Aquilo que havia na mochila eram triângulos de arroz embrulhados em algas verdes. Muitas vezes digo mal dos lanches e das san-
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des de presunto que a Lena me manda para a pesca. A esta distância não me custa reconhecer o quanto sou injusto. Grane Lena! Declareime a ela no Cabo Espichel. Expliquei-lhe que tinha intenções sérias e que seria conveniente juntarmos os trapinhos e casarmos. A primeira reação dela foi lançar-se da falésia. Hoje temos duas filhas e as coisas, vistas do meu lado, vão bem. Perguntei ao diligente Fuminobu se não seria bom pensarmos em “dar de frosques”. Não deve ter entendido totalmente a tradução e os meus termos técnicos porque logo a seguir sugeriu-me: “há duas possibilidades, ou ficamos a pescar nesta zona, ou vamos a um sítio bom, com peixes grandes, mas que leva uma hora a lá chegar”. Respondi-lhe com diplomacia, dizendo que por mim, e atendendo ao respeito que deve me-
O Pedro a comer uma sandocha
O meu amigo Fuminobu com mais um robalo shaolin
recer o capitão do barco e quem preparou toda a logística, ficaríamos no sítio onde estávamos apenas mais uns minutos e voltávamos ao porto e daí para casa, de táxi e com urgência. Arrancámos logo de seguida, bem na guita e a fazer cavalinho sim, mas para o sítio pressupostamente bom, dos peixes grandes. Mais uma hora de caminho, e eu em manga curta e casaco ligeiro. O frio nas orelhas ameaçava fazêlas cair congeladas. Fomos parar junto a um petroleiro. Era ali o sítio especial, e segundo eles, seria pressuposto lançarmos os jigs contra o casco do navio, até ao fundo, a cerca de 23 metros. Fiquei indeciso entre colocar um cinto de explosivos à cintura e fazer rebentar a carga, ou lançar pelo menos uma vez. O comandante do barco de pesca garantia aos pés juntos que ali é que era.
Pedro Rosa em versão japonesa: O que ele se divertiu!.... 2018 Fevereiro 374
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Os ditos pilares, onde se escondem os robalos. O local tem 12 mts de fundo Deu-me ideia de estar a beber água de uma tijela com os dois pauzinhos. Olhando à arrumação da cabine, para mim aquilo já seria motivo para pedir a demissão de toda a administração do barco. As condições de pes-
ca eram horríveis. Perante aquilo, era evidente que o fim do mundo estaria a chegar, e a qualquer instante. No interesse da ciência, aqui vos deixo um extrato de como me senti: lixado! Mas a pesca também é isto,
Um ruído ensurdecedor à saída da pista. Mais vale estar no meio da Juve Leo 46
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há que aguentar e recorri às últimas reservas de energia. A minha mulher casou com um homem quente. Sou quente! Não é por acaso que ela dorme com um pijama de amianto, com medo de pegar fogo em lavaredas. O que a Lena me tem aturado! Aqui fica a minha declaração de amor eterno e a certeza de que me vai custar imenso ir ao funeral dela. Prometo desde já ter regularidade a mudar-lhe as flores da campa. Mas aquilo era frio a mais. Frio e fome. Bem que podiam fazer por lá uma petição nacional para me comprarem uma sandes de mortadela. Fui ver a sonda outra vez. O ecrã azul marcava zero atividade. Olhar para o fundo por aquele quadradinho mágico era o mesmo que olhar para as minhas colonoscopias: tudo limpo. Era mesmo só areia lisa. Passaram-me coisas pela vista. Imaginei-me em Setúbal, a almoçar na esplanada de um restaurante ribeirinho. Podia ser mesmo num restaurante normal, um espaço gastronómico quase bom, quase aprazível, nada
de luxos. Naquele momento, tudo me servia. Conheço um razoável na zona das Fontainhas que ficou em último lugar no concurso de caldeiradas de 2017. Mas foi uma classificação perfeitamente injusta. Entre os 142 participantes merecia ter ficado em 140º, ou até talvez em antepenúltimo. Para mim, servia. O Pedro Rosa defendiase como podia, com luvas e um gorro de lã. Pensei que, na falta dele, a família iria sofrer. Eu podia estar a causar um holocausto familiar à Carla. Resolvi falar com eles mais uma vez: _Com as minhas mais sinceras desculpas, e atendendo à situação, não poderíamos ir embora? E acompanhei isto de uma série de vénias e bombadas para baixo que me deixaram as vertebras da coluna a ranger. Resultou. Voltámos ao hotel, e após mais uma conversa acalorada na receção sobre o desaparecimento das malas, resolvemos agir. Saímos e comprámos roupas novas, calças, camisolas quentes, meias e sapatos para enfrentar o frio e sobretudo a vergonha de andarmos andrajosos. Finalmente, estávamos de novo equipados. Comprei mais uma mala Samsonite. Passada meia hora tínhamos um telefonema a confirmar que a nossa bagagem finalmente tinha chegado, e estava no hotel à nossa espera. Saímos de Tóquio a tempo: na madrugada seguinte houve queda de neve e a pista ficou com 50 cm, e completamente impraticável. Todos os voos foram cancelados. Ao chegarmos, e ainda no aeroporto de Lisboa, tive a notícia de que teria havido um terramoto na zona norte do Japão. Espero que a culpa não tenha sido nossa.
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Pesca Embarcada
Texto e Fotografia: Redação / Mundo da Pesca
2 Iscadas para pargos Perfeitas para a chumbadinha 48
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A época dos pargos está à porta e iscadas de sardinha e cavala são quase obrigatórias. Todos os que entram a bordo de uma embarcação marítimo -turística o sabem mas, provavelmente alguns não saberão fazê-las na perfeição. É isso que explicaremos nestas páginas, com duas iscadas perfeitas para pescar sobretudo à chumbadinha.
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e certeza que quando embarca numa MT e sabe que o objetivo são os pargos, vem logo à cabeça as iscadas generosas de sardinha e cavala. São iscas de sangue e que têm uma atração muito forte sobre esses predadores… mas também de outros
peixes, menos desejados por quem embarca nestas andanças. Para o efeito, há que iscar de forma generosa, o que passa muitas das vezes por iscar uma sardinha inteira ou um filete de cavala com a pele virada para dentro. Mas será que sabe mesmo fazer estas iscadas?
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Iscada de sardinha inteira Esta é a forma mais simples de fazer uma iscada de sardinha inteira, que acaba por
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não ser bem inteira pois retiramos a cabeça e a barbatana caudal, esta última coisa faz-se para que a iscada não entre em “espiral” na descida, algo incómodo quando
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pescamos à chumbadinha. Por uma questão de simplicidade e para assegurar que a carne não rasga quando atravessamos o ou os anzóis, cose-se toda a
sardinha com fio de silicone. De seguida enfia-se o anzol pela cauda como se estivéssemos a iscar uma minhoca, saindo o mesmo e voltando a entrar por
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onde saiu, repetindo-se mais uma vez o processo para assegurar que o anzol fica colocado na parte oposta, mais junto Ă zona da barriga, e que a linha passa por dentro da carne da sardinha.
Caso a sardinha usada seja muito grande podemos usar dois anzois, sendo que um deles (colocado acima do fixo) fica a correr, ficando espetado na zona do pedĂşnculo caudal tal como se vĂŞ na imagem.
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Iscada de filete de cavala Outra isca muito produtiva é o filete de cavala. Não só é uma excelente opção caso a nossa sardinha não seja muito gorda mas para o caso
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de não ter muito sangue. A cavala neste aspeto é fantástica mas tem o senão da sua pele, razão pela qual faz uma excelente iscada com a carne virada para fora e a pele (muito elástica) virada para dentro.
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Corta-se um filete de cavala generoso e passa-se o anzol a coser pelo meio; depois dobra-se por essa mesma zona de maneira à pele ficar para dentro e apenas a carne fique à vista. Cose-se tudo muito bem com linha de
silicone e temos a nossa iscada pronta a apanhar uns pargos. Nesta alternativa também pode recorrer a um segundo anzol, colocado de forma idêntica ao que explicámos na sardinha.
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ISA World Longboard Surfing Championship 2018
Portugal em 9º na Primeira Participação Terminou a participação portuguesa no Campeonato do Mundo de Longboard na 9º posição da classificação geral, entre as 22 nações presentes e que se disputou até ao dia 24 de Janeiro na ilha de Hainan, na China.
Kathleen Barrigão
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pós um dia sem competição, devido às condições do mar, os melhores longboarders mundiais voltaram às ondas da ilha de Hainan, na China, para a disputa do quarto dia de prova do ISA World Longboard Surfing Championship. As condições estiveram, novamente, difíceis, ainda que bastante melhores do que nos dias anteriores. Kathleen Barrigão foi a primeira portuguesa a entrar na água, para a disputa da
terceira ronda do quadro das repescagens. A campeã nacional enfrentou uma bateria muito complicada, marcada pela ausência de ondas, e acabou por ser eliminada perante a inglesa Emily Currie e a argentina Teresa Gil. Terminou assim a participação da jovem atleta nesta prova, tendo, contudo, deixado excelentes indicações, demonstrando porque é considerada uma das grandes esperanças do longboard europeu. No quadro masculino, Por-
Joao Dantas 56
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tugal entrou no penúltimo dia de competição ainda com os dois atletas em prova, com o campeão europeu João Dantas e o campeão nacional Diogo Gonçalves a procurarem ultrapassar a quarta ronda do quadro das repescagens. João Dantas realizou uma excelente bateria, alcançando mesmo a sua melhor pontuação total na prova. Contudo, os seus 13,7 pontos não seriam suficientes para alcançar a qualificação, num adeus inglório do surfista luso, cuja
pontuação lhe teria valido a qualificação em qualquer uma das outras baterias da ronda. O campeão nacional Diogo Gonçalves manteve o bom nível demonstrado nos dias anteriores, disputando até aos últimos segundos da segunda bateria da ronda a qualificação. O espanhol Alberto Fernandez levaria, contudo, a melhor, relegando o português para a terceira posição, com uma diferença de apenas 7 décimas. Após um dia de descanso, a seleção nacional entrou no penúltimo dia de competição com três atletas ainda em prova, mas João Dantas, Diogo Gonçalves e Kathleen Barrigão não conseguiram ultrapassar a forte concorrência e Portugal terminou em 9º lugar, naquela que é a primeira participação de sempre da seleção nacional num Campeonato do Mundo da modalidade. O treinador da equipa nacional, Miguel Ruivo, considera que os atletas lusos estiveram “a bom nível, muito perto de ultrapassar mais uma eliminatória, o que só não aconteceu por manifesta infelicidade”. A equipa lusa nesta primeira participação conseguiu o objectivo de assegurar a presença no top ten.
Diogo Goncalves
Surf
Expedição EDP Mar Sem Fim
Reportagem de Ondas Grandes nos Açores
Expedição EDP Mar Sem Fim colocou onda dos Açores nos Prémios Mundiais de Ondas Grandes com uma onda na costa norte de S. Miguel que despertou o interesse de todo o mundo para os Açores.
O
projecto EDP Mar Sem Fim esteve nos Açores no Inverno passado com uma equipa de luxo: Alex Botelho, António Silva, João Guedes, João de Macedo, Eric Rebiere e Sebastian Steudtner. A expedição colocou as ondas do município de Ribeira Grande lado a lado com locais de todo o mundo como Irlanda, Hawaii, Australia, Canárias, Estados Unidos, Fiji, México ou Nazaré. A reportagem, dividida em dois episódios estreou no passado mês de Dezembro na Televisão e pode agora ser visualizada online também :
Video de apresentação: https://vimeo.com/249788304
Primeira parte : https://vimeo. com/250309274
Segunda parte : https://vimeo. com/252390327
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Big Wave Surfing
Hugo Vau Surfou
a Maior Onda da Nazaré
Hugo Vau um novo recordista de big wave Foi já no final da tarde do dia 17 de Janeiro, num dia de muito vento e longe das condições ideais que Hugo Vau, acompanhado por Alex Botelho, alcançou aquilo que parece ter apanhado uma das maiores ondas de sempre formadas no Canhão da Nazaré que se calcula ter entre 30 a 35 metros de altura.
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ugo Vau de 36 anos, surfista agora patrocinado pela PRIO como “big wave surfing”, é um dos muitos que se iniciaram no surf na Costa da Caparica e procuram agora constantemente emoções e
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experiências de adrenalina, particularmente no oceano perseguindo grandes ondas. Companheiro de Garrett McNamara, o ainda recordista, o que lhe dá um enorme orgulho, pois não se esque-
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ce de agradecer a exeriência e ensinamentos que dele recebeu. A maior onda gigante do mundo com a força do Canhão agora surfada por Hugo Vau, há dez anos que a tentava dominar. Devido às imagens em contraluz, levantam-se muitas dúvidas, em virtude da posição de Hugo Vau na fotografia e no vídeo, da altura da onda. Têm sido analisadas várias fotos de diversos autores captadas de ângulos bem diferentes e através de alguma manipulação digital na cor e com o tamanho do piloto do jetski o Alex Botelho como referência, determinou-se que a altura da onda teria mais de 30 metros e poderia chegar a 35 metros. Enquanto o eventual recorde do português não for inicialmente reconhecido pela World Surf League e, posteriormente, homologado pelo Guinness World Records.que confirmará que o recorde foi batido, Hugo Vau vai ter de esperar com paciência. O Canhão é uma dávida para a Nazaré e a Praia do Norte é um local onde as proezas do Big Wave Surfing estão a ser escritas…
Hugo Vau
Hugo Vau na onda da Nazaré
Alex Botelho no jetski
Hugo Vau na Nazaré, foto de Pedro Agostinho Cruz em 24 Outubro de 2016 2018 Fevereiro 374
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Notícias do Mar
Últimas Volvo Ocean Race
Sun Hung Kai/Scallywag
vai na frente na etapa de Auckland
Sun Hung KaiScallywag, vai à frente
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pós vencer na sua cidade, a equipa de Hong Kong no veleiro “Sun Hung Kai/Scallywag”, com António Fontes como navegador, lidera a etapa para Auckland. Em Hog Kong os chineses do “Dongfeng Race Team” terminaram em 2º e o 3º foi o “Vestas”. O veleiro “Turn the Tide on Plastic”, patrocinado pela Fundação Mirpuri de Portugal, de cuja tripulação fazem parte dois velejadores olímpicos portugueses, Bernardo Freitas e Frederico Melo, ter-
minmaram em último. Entretanto, na regata entre portos Hong Kong / Guangzhou (Cantão) a equipe AkzoNobel pediu emprestado António Fontes ao barco de Hong Kong e o navegador poprtuguês lá trocou de camisola, saltando para o outro veleiro. Como na largada em Hong Kong para a etapa de Auckland, os meteorologistas depressão com vento para Norte toda a frota fez rumo NE até passarem a Formosa e começarem a descer. Nos primeiros dias as velocidade não passaram dos 12/15 nós
com o team holandês à frente no “Brunel”, junto com os chineses do “Dongfeng Race Team” e os espanhóis do “Mapfre” com o Xabi Fernánddez como skipper. Mais atrás à distância de 100 milhas mantinham-se veleiro de Hong King e o holandês “AkzoNobel”. Assim que a frota começou a fazer rumos de SE com o vento mais forte, e a aproximarem-se das Ilhas Solomon, a velocidade dos veleiros aumentou e o “Sun Hung Kai/Scallywag” passa o team da Holanda e agora mantem-se na frente com velocidades de 15/17 nós. O “Vestas” da equipa dos
USA e Dinamarca, entretanto desisiu. Agora 100 milhas atrás navegam quase juntos, o veleiro patrocinado pela Fundação portuguesa Mirpuri, “Turn the Tide on Plastic” e o “Brunel”. Também juntos, a 130 milhas encontram-se os chineses do “Dongfeng Race” we veleiro espanhol do “Mapfre team” David Witt, skipper do veleiro de Hong Kong explicou: “Não foi uma surpresa para nós, quando vimos que havia uma grande nuvem que poderíamos aproveitar para fazermos algumas milhas e ganharmos a liderança”.
EQUIPAS VOLVO OCEAN RACE
António Fontes foi emprestado ao AkzoNobe
Equipa
País
Skipper
RaceTurn the Tide on Plastic
Portugal/ONU
Dee Caffari
Sun Hung Kai/Scallywag
Hong Kong
David Witt
Mapfre Team
Espanha
Xabi Fernández
Dongfeng Race Team
China
Charles Caudrelier
AkzoNobel Team
Holanda
Simeon Tienpont
Vestas Team
USA /Dinamarca
Charlie Enright
Brunel Team
Holanda
Bouwe Bekking
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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