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NĂĄutica
Teste Dipol P-680 Sport Fisher com Yamaha F150G DBW
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Um Barco para
Com diversos modelos construĂdos com o mesmo casco, a Dipol desta vez apresentou em Vilamoura, durante o Boat Show que decorreu entre os dias 9 e 17 de Junho, montado num Yamaha F150G DBW, o modelo Dipol P-680 Sport Fisher, que contempla muito do que os pescadores gostam.
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Náutica
Pescadores
Dipol P-680 Sport Fisher
O
conceito do estaleiro Dipol quanto às características dos cascos, mantevese também neste modelo,
com um V evolutivo muito acentuado à frente, que se atenua no último terço do casco e é semi planante na popa. Devido a isto,
todos os barcos Dipol têm facilidade no arranque e um bom desempenho com motores de baixa potência.
Dipol P-680 Sport Fisher Lançado em finais de Outubro passado como barco para a pesca, na celebração
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Náutica
O motor montado era o novo Yamaha F150G DBW
Novo Yamaha F150G DBW
T
rata-se do motor de menor potência da Yamaha com a tecnologia Drive-by-Wire (DBW), agora disponíveis até o 350 HP. A tecnologia DBW permite que sob o seu controlo o motor tenha um desempenho com excelente precisão na mudança de velocidades e no fornecimento de potência. Graças à fiabilidade desta nova tecnologia de funcionamento simples, é uma enorme vantagem para o piloto no controlo e funcionamento da embarcação. O motor tem 4 cilindros em linha, com 2.785 cm3 de cilindrada, 16-válvulas, DOHC (Dupla árvore de cames à cabeça), e comporta o sistema de Injeção eletrónica de combustível multiponto EFI. Tem o Sistema de Ignição por Microcomputador TCI Tem compatibilidade total com o sistema digital de rede avançado exclusivo da Yamaha, com uma vasta gama de manómetros digitais. Dispoe do sistema VTS (velocidade de ajuste variável) para ralenti e velocidades baixos, em passos de 50 rpm, ideal para a pesca ao corrico. Tem incorporado o sistema de proteção antirroubo Y-COP.
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dos 30 anos da Dipol em El Rompido, o P-680 é um barco com uma polivalência total. O seu desenvolvimento como barco para a pesca embarcada, é a afirmação das suas características. O Dipol P-680, com 6,70 m de comprimento, foi construído para ser inafundável e muito robusto, com o casco incorporando as estruturas longitudinais e transversais,
muito reforçadas. A embarcação autoesgotante apresenta uma proa alta, com um perfil que facilita uma perfeita defleção das vagas, com excecionais características marinheiras, permitindo uma navegação seca, afastando bem a água das vagas para fora. Visualmente a característica Fisher é dada pela consola central de condução,
A consola de condução tem um Hard Top com toldo
Náutica
O Dipol P-680 Sport Fisher tem uma linha de barco pescador com um casco marinheiro que incorpora um Hard Top em alumínio com um toldo. O toldo é muito importante e muitas vezes fundamental para as horas de pesca fundeado ao sol. O piloto tem um banco duplo estofado com encosto, permitindo a condução em pé ou sentado. O painel de instrumentos desenhado com ergonomia, tem espaço para toda a electrónica necessária. O barco tem o poço muito desafogado permindo, em virtude da sua excepcional
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Náutica
O casco tem a proa alta e deflecte muito bem a água
O posto de comando
A consola de comando tem um párabrisas 6
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estabilidade, que os pescadores se movimentem de um lado para o outro com a maior segurança e sem o barco balançar. Devido aos seis varandins fixados na borda é também fácil a circulação do poço para a proa. O banco do piloto tem quatro porta canas em cima e comporta atrás uma mesa rebatível. Junto à proa existe um largo assento com almofada. Na popa há um assento estofado de cada lado. Para arrumações existe um porão sob o assento da proa e compartimentos na consola e no banco do
Banco do piloto
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Náutica
É um barco rápido a sair da água e com muita estabilidade a navegar
Assento estofado à proa 8
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Náutica
O poço é muito amplo e seguro piloto. De realçar o espaço desimpedido e amplo do poço, muito seguro devido a boa altura interior até à borda e os varandins fixados que aumentam a segurança. Barco rápido e muito seguro As características dos barcos Dipol, rápidos a sair da água e muita estabilidade a navegar, destacaram-se no teste do P-680 Sport Fisher com o impulso do potente Yamaha F150G DBW. Logo
no arranque em apenas 1,22 segundos estávamos a planar. Acelerámos até às 5700 rpm e a velocidade máxima foi de 38 nós. Deve-se realçar que devido ao tipo de casco o barco mostrou sempre muita segurança, com estabilidade e conforto para os passageiros, mesmo nas altas velocidades. Verificámos que o mínimo de velocidade a planar foi de apenas 9 nós, que demonstra bem a característica do
Mesa rebatível 2018 Setembro 381
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Náutica
Deve-se realçar a velocidade de cruzeiro de 18/19 nós às 3500 rpm casco ser semi-planante à popa. Muito importante foi a velocidade de cruzeiro de 18/19 nós às 3500 rpm, que mostra a elevada economia do novo motor Yamaha F150G DBW, formando um conjunto muito bem equilibrtado com este barco A posição do piloto é excelente e como o barco tem
direção hidráulica, a condução faz-se sem esforço e com bastante segurança. Devemos reforçar que havia mareta fora da barra da marina de Vilamoura, o casco do P-680 Sport Fisher deflectiu bem a ondulação sem molhar o interior. Devemos ainda realçar o preço do pack já com IVA incluído de 33.599 €
Performances Tempo planar
1,22 seg.
Velo. Cruzeiro
22 nós 3700 rpm
Velo. Mínima
9 nós 2500 rpm
3000 rpm
13 nós
3500 rpm
18 nós
4000 rpm
24 nós
4500 rpm
27 nós
5000 rpm
31,5 nós
5500 rpm
36 nós
Velo. Máxima
38 nós 5700 rpm
Características Técnicas
Bancos à popa estofados 10
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Comprimento
6,70 m
Boca
2,35 m
Lotação
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Depósito combustível
135 L
Categoria CE
C/D
Potência máxima
150 HP
Teste motor
Yamaha F150G DBW
Preço Pack com IVA incluído
33.599 €
Estaleiro DIPOL GLASS, S.L. La Lobera S/N – 21510, San Bartolomé de la Torre (Huelva) – Espanha Tel: 959 387 543 dipolglass@dipolglass.com Importador YAMAHA MOTOR EUROPE N.V. Sucursal em Portugal Rua Cidade de Córdova 1 - Alfragide, 2610-038 Amadora Tel.: 214 722 125 Mob: 926 486 572, www.yamaha-motor.pt
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Navios da Marinha a Fiscalizar as Pescas?
Navio da República Portuguesa (NRP) Figueira da Foz
Recebemos uma notícia da Marinha que o Navio da República Portuguesa (NRP) Figueira da Foz, largou no passado dia 31 de Agosto numa missão de fiscalização em áreas de pesca ao largo do Canadá, em moldes muito diferentes das missões que fiscaliza a Zona Económica Exclusiva portuguesa e no seu mar territorial onde existe um elevado número de redes de emalhar de fundo ilegais.
O
NRP Figueira da Foz vai participar até 30 de Setembro na missão NAFO
(Northwest Atlantic Fisheries Organization), no alto mar, numa zona contígua à Zona Económica Exclusiva (ZEE)
do Canadá. A Marinha irá participar, a apoiar, nas tarefas de inspecção e controlo da pesca,
A plataforma continental está toda ocupada com redes de emalhar de fundo 12
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na sequência de um pedido formulado pela DirecçãoGeral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM). Para esta missão o NRP Figueira da Foz, irá embarcar um elemento coordenador da EFCA (Agência Europeia de Controlo das Pescas), um inspector da DGRM e dois inspectores da União Europeia, provenientes da Estónia. Está previsto que o navio assegure mais de 600 horas de patrulha na área de operações. A NAFO é uma organização de carácter intergovernamental que tem por objectivo promover uma exploração sustentável dos recursos da pesca nesta zona de operação. Esta organização integra doze partes contratantes: União Europeia,
Notícias do Mar
Canadá, Estados Unidos da América, Noruega, Rússia, Coreia do Sul, Ucrânia, Cuba, Japão, Islândia, Dinamarca e França. Como os países comunitários possuem navios a pescar nas águas desta organização, são também os responsáveis por participar nas missões de inspecção da actividade piscatória que se realiza nessas áreas. Por que motivo não se fiscaliza a pesca na Zona Económica Exclusiva portuguesa e no seu mar territorial? Já publicámos no Notícias do Mar diversos artigos sobre a completa ineficácia dos Navios da Marinha Portuguesa na fiscalização dos recursos pesqueiros na Zona Económica Exclusiva portuguesa e no seu mar territorial. A principal causa da degradação dos pesqueiros ao
longo da nossa costa são os milhares de quilómetros de redes de tresmalho de emalhar que permanecem fundeadas permanentemente. A legislação diz que essas redes só podem estar no fundo 24 horas. Estudos efectuados pela Universidade do Algarve, concluíram que a rejeição do número de peixes capturados durante as primeiras 24 horas de uma rede de emalhar fundeada, chega a 49%; por espécies, nomeadamente da azevia, besugo e bica, as rejeições atingem os 26%, 40% e 45% respectivamente. Passadas 24 horas após as redes de emalhar terem sido fundeadas, se o período se prolongar por mais dois ou três dias, estas percentagens de rejeição tornam-se preocupantes pois sobem para valores entre 60% e 80%. E o que se faz a este peixe? Os pescadores deitamno fora porque perdeu qua-
Mapa da plataforma continental portuguesa
Para capturar lavagantes apodrecem toneladas de peixe nas redes 2018 Setembro 381
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Notícias do Mar
Lancha rápida de fiscaização de pesca Pégaso lidade para ser levado à lota. São toneladas de peixe destruído todos os dias. O modo como se deixa
que isto aconteça, faz desta arte de pesca a mais destruidora dos recursos, dos fundos e dos pesqueiros.
Nos estudos desenvolvidos pelo Prof Jorge Gonçalves da Universidade do Algarve, as redes fundeadas
Lancha de fiscaização de pesca espanhola 14
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são paredes, algumas com 5,00 metros de altura, que capturam, desviam e impedem o peixe de se deslocar para as suas zonas de reprodução ou alimento, nas águas mais baixas do litoral. As redes de emalhar e de tresmalho fundeadas têm o comprimento de 5.000 metros em cada caçada, devendo ser mantida uma distância entre caçadas de ¼ de milha, sendo obrigatório serem sinalizadas e identificadas à superfície. O comprimento máximo do conjunto de caçadas que cada embarcação pode usar é definido em função do tamanho da embarcação. Depois de serem lançadas à água a grande maioria destas redes já não sai de lá. Ficam a marcar uma “propriedade” como se fosse uma coutada. Chegam a ser vendidas com a embarcação e a sua licença, principal-
Notícias do Mar
mente quando se encontram em cima de bons pesqueiros que têm crustáceos, pois podem capturar em lagostas ou lavagantes até 5% da pesca efectuada e levada à lota nesse dia. E ninguém se preocupa com as toneladas de peixe rejeitado e lançado fora, nessa pesca. Se tudo isto se sabe, a Autoridade Marítima sabe e a DGRM também, por que não se levantam e destroem estas redes ilegais? Pode dizer-se que actualmente o espaço marítimo até aos 200 metros de profundidade está praticamente ocupado com redes de emalhar, numas zonas mais, noutras menos. Os navios da Marinha, como não embarcam agentes da Polícia Marítima ou da GNR nem estão equipados com adequados aladores, não tocam sequer nas redes. Um porta-voz da Autoridade Marítima Nacional disse-nos que quando a AMN quer saber quando a rede foi fundeada “telefonam a perguntar ao armador”. Logo em 1990, por decisão do CEMA na altura, as primeiras lanchas rápidas da Classe Argus para a fiscalização da pesca não foram equipadas com aladores. Para todas as outras lanchas da Classe Centauro que foram projectadas e construídas a partir do ano 2000 também foi considerado que o alador não era necessário. Pode assim ser concluído que as lanchas da Marinha, o ramo naval das Forças Armadas, não satisfazem os requisitos necessários para poderem satisfazer a alega-
Lancha de fiscalização de pesca francesa da necessidade para levantar redes. Será que deviam satisfazer? Presume-se que não se enquadra nas missões militares nem constitui uma necessidade complementar que incumbe às Forças Armadas. Soubemos através do Chefe do Gabinete do CEMA
que quando é encontrada uma rede ilegal “mandam o armador levantar a rede”. Também nos disse este oficial da Armada que “as lanchas não podem ficar junto às bóias durante 24 horas para saberem se estão ilegais”. Sempre que é detectado
um ilícito contra-ordenacional apenas é levantado o auto de notícia e o resto é tratado nas Capitanias. Esta incapacidade das lanchas de fiscalização para recolherem redes presumivelmente ilegais apenas tem lugar em Portugal. Em todos os restantes
Pescadores de palangre, a arte de pesca mis sustentável 2018 Setembro 381
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Notícias do Mar
Como a pesca de palangre deixou de ser rentável, os pescadores estão a substituir esta arte pelas redes países europeus que têm frotas de pesca, os seus navios de fiscalização estão devidamente equipados para retirarem do mar o que se encontra em situação de presumível ilegalidade. Segundo uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro, de Janeiro a Junho deste ano, já deram à costa 27 golfinhos mortos,
encontrados entre o Minho e a Nazaré, sendo a maioria entre o Porto e a Nazaré, indicando estarmos perante um número muito superior em relação aos anos anteriores. Os investigadores revelaram que a sua morte se deveu a capturas acidentais podendo contudo, a manter-se a situação, vir a apressar a
extinção da espécie. As marcas encontradas nos cadáveres dos golfinhos com barbatana caudal amputada e marcas lineares ao longo do corpo mostraram que foram apanhados por redes de pesca. As redes da arte chávega utilizam “pingers”, pequenos aparelhos electrónicos fixados à rede, que
Um golfinho morto numa praia 16
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emitem um som que afasta os golfinhos. As redes de emalhar de tresmalho de fundo não usam estes aparelhos e estão no fundo permanentemente porque os barcos de pesca quando as levantam tiram apenas o peixe que está em condições de levar à lota, provavelmente o que entrou na última maré, sendo o restante deitado fora, tal como acontece com qualquer golfinho que ainda lá esteja preso. No ano passado, durante uma missão de 45 dias do Navio Hidrográfico Gil Eanes, não foi fácil proceder à operação de arrasto para levantar material para investigação porque, entre Viana do Castelo e Aveiro, o navio viu-se impedido, por várias vezes, de realizar as estações de arrasto englobadas no programa de avaliação de recursos em virtude do espaço estar completamente invadido por redes de emalhar. Durante 3 dias tentouse sem êxito cumprir os arrastos em falta porque as redes encontravam-se nas mesmas posições por não terem sido aladas, ultrapassando assim o período de 24 horas estipulado como tempo máximo de permanência na água. Durante a missão foram observadas redes de emalhar em idênticas condições a sul do Bugio, na Costa Vicentina e noutras diversas zonas na costa sul do Algarve. Como a Marinha não tem lanchas com capacidade adequada para levantar as redes ilegais, talvez o Governo possa resolver este problema alugando lanchas rápidas de fiscalização das pescas a Espanha pois essas estão equipadas como dever ser.
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Notícias do Mar
Notícias do ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade
ISQ Presente no Primeiro Parque Eólico Flutuante Português O ISQ participa no projecto Windfloat, o primeiro parque eólico flutuante que está a ser instalado em Viana do Castelo na sua versão pré-comercial.
Primeiro parque eólico flutuante está a ser instalado em Viana do Castelo
O
s serviços prestados pelo ISQ consistem no controlo por ensaios não destrutivos e controle dimensional. Com base nesta tecnologia, que permite a exploração eólica em ambiente marítimo para profundidades
superiores comparativamente com as tradicionais de torre fixa no fundo do mar, obtém-se energia limpa”, avança o Presidente do ISQ, Pedro Matias, realçando o know How do Grupo nestas áreas. O projecto Windfloat faz
parte da Estratégia Industrial para as Energias Renováveis Oceânicas, cujo objetivo principal é a criação de um ‘cluster’ industrial exportador destas tecnologias energéticas limpas com um potencial para gerar 254 milhões de euros em investi-
mento, 280 milhões de euros em valor acrescentado bruto, 119 milhões de euros na balança comercial e 1.500 novos empregos, segundo diploma do projecto. Esta nova etapa pré-comercial do projecto eólico Windfloat, o primeiro parque com várias turbinas, que representa um investimento de cerca de 125 milhões de euros, deverá estar a produzir energia de fonte renovável até 2019, segundo a autarquia de Viana do Castelo. O projecto Windfloat Atlantic, de aproveitamento da energia das ondas, é coordenado pela EDP através da EDP Renováveis e integra o parceiro tecnológico Principle Power, a Repsol, a capital de risco Portugal Ventures e a metalúrgica A. Silva Matos. Esta tecnologia permite a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades superiores a 40 metros, assentando no desenvolvimento de uma plataforma flutuante triangular e semisubmersível, com origem na indústria de extracção de petróleo e de gás, onde assenta uma turbina eólica com vários megawatts (MW) de capacidade de produção. Sobre o WindFloat O WindFloat consiste numa base flutuante construída em aço para turbinas eólicas offshore com um design simples e económico. As características inovadoras do sistema de amortecimento da onda e do movimento induzido pela turbina, permitem
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Notícias do Mar
que os aerogeradores sejam instalados em zonas anteriormente inacessíveis onde a profundidade da água do mar excede os 40 metros e os recursos eólicos são potencialmente superiores. Além disso, a eficiência económica é maximizada pela redução da necessidade de operações de elevação pesada em alto mar durante a implantação e o comissionamento da montagem final, dada a possibilidade de movimentar toda a estrutura para estaleiro em caso de necessidade. Em outubro de 2011, a Principle Power implantou em Portugal um protótipo WindFloat (WF1) de 2 MW em escala real a 5 km da costa de Aguçadoura, Póvoa de Varzim. O ISQ participou no projeto Demowfloat de demonstração da capacidade do protótipo então instalado, tendo servido para perceber o desempenho e os desafios que são colocados a uma estrutura deste tipo, nas condições de mar oceânico da Póvoa do Varzim. Até ao final da sua utilização, o sistema produziu mais de 16 GWh de eletricidade, fornecida por cabo submarino, para a rede local. Vários projetos de acompanhamento estão em desenvolvimento para a instalação de unidades WindFloat pré-comerciais. A próxima geração de sistemas WindFloat fará uso de todos as aprendizagens decorrentes da implantação do protótipo WF1 e irá integrar outras inovações desenvolvidas pela equipa de projecto da Principle Power durante o processo de desenvolvimento da tecnologia WindFloat. Estes projectos serão optimizados, tanto ao nível do tamanho como do desempenho, quer para as actuais turbinas de
5 a 8 MW, bem como, para as futuras turbinas eólicas offshore de 8 MW. O resultado será uma economia significativa de custos para o cliente, com base no custo de energia nivelado. Além disso, a Principle Power antecipa uma redução no tempo de inactividade de O & M, custos operacionais anuais inferiores e, uma redução significativa do risco na operação de um parque eólico equipado com plataformas do tipo do WindFloat.
Possibilidade de movimentar toda a estrutura para estaleiro
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Náutica
Teste novos Sea Master 700 Cabin e Open e novo Mercury V6 Pro XS 175
Texto e Fotografia Antero dos Santos
Excelente Parceria de Mar
Um novo estaleiro português, Planus Náutica, construiu e apresentou na Nazaré, no passado dia 15 de Junho, dois novos barcos que projectou e desenvolveu com o mesmo casco, os modelos Sea Master 700 Cabin e Sea Master 700 Open, equipados com os novos Mercury V6 Pro XS 175 HP / 200 HP que no teste mostraram fazerem boa parceria.
P
ara este teste fomos convidados pela Planus Náutica e pela Touron Portugal, importador dos motores Mercury. A Planus Náutica foi fundada em 2015 e tem instalações no Porto de Abrigo da Nazaré para a assistência e manutenção das embarcações. O estaleiro localiza-se em Valado dos Frades na Nazaré. 20
A empresa dedica-se à construção e venda de embarcações em fibra de vidro para o recreio, para a pesca profissional e actividades marítimo-turísticas e também constrói barcos por medida. A Planus Náutica faz reparações e manutenção de embarcações e motores e funciona na Nazaré como um Centro de Assistência Náutico, com venda de pe-
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ças e acessórios, material e equipamentos náuticos. A empresa está equipada para fazer os seguintes serviços: Mecânica, electrónica, electricidade, lavagem/limpeza/pinturas, levantamentos/mudanças de barcos, reparação de motores, reconstrução de motores, venda de motores reconstruídos, reparação de colunas de transmissão, reparação
e venda de caixas inversoras, venda de material novo e usado. A Planus Náutica tem o Serviço Oficial Mercury, Mercruiser, Cummins e Onan diesel geradores marítimos e Quick Silver. Sea Master 700 Open com Mercury 150 HP Para este primeiro barco a Planus Náutica projectou
Náutica
Apresentação dos Sea Master 700 Cabin e Open na Nazaré
Sea Master 700 Cabin
um casco com 7,00 metros de comprimento, as dimensões mais adequadas para uma embarcação polivalente para o mar e com maior mercado. Com estas dimensões tanto interessa à pesca profissional, como aos pescadores lúdicos que pretendem navegar ao longo da costa. Para os pescadores profissionais locais são também estas as dimensões que preferem. O casco tem a proa alta com um desenho deflector e
possui um V muito acentuado. Desde a proa até à popa desenvolvem-se os planos de estabilidade laterais, muito pronunciados que garantem o desempenho estável do casco e facilitam a descolagem do casco atrás nos arranques, para não necessitar de motores de grande potência. O Sea Master 700 Open é uma embarcação de característica profissional, simples, desenvolvida para o recreio. Tem uma consola de condução central alta e sem
párabrisas. No topo tem espaço para montar toda a electrónica necessária. O piloto tem um banco individual estofado e confortável, que permite duas posições de sentado, em cima e outra em baixo. Pode-se conduzir de pé, numa boa posição de condução, com direção hidráulica. Muito importante nesta embarcação foi aproveitar o espaço no interior da consola para montar uma sanita eléctrica, um equipamento sempre necessário, princi-
Sea Master 700 Open 2018 Setembro 381
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Náutica
O casco é o mesmo em ambos os modelos palmente na actividade marítimo-turistica. O poço, como está livre e tem 2,63 de boca, dispõe de um amplo espaço para os pescadores se movimentarem com segurança. No piso dispõe de um porão com tampa. Também à frente da consola, este modelo 700 Open está livre de equipamento. Junto à proa existe um
compartimento bastante grande, com porta estanque, para guardar o ferro e a palamenta. Na proa encontra-se uma ferragem com roldana. Quant a cunhos de amarração, existe um à proa, dois na borda à frente e dois à popa. No piso à frente existe um porão com porta, onde se encontram os depósitos de combustível de 100 litros.
Posto de condução no Sea Master 700 Open 22
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A grande vantagem da simplicidade deste modelo, é cada cliente personalizá-lo de acordo com os seus objectivos. No que respeita aos equipamentos extra, o Sea Master 700 Open tem varandins, porta canas, tanque de isco vivo, tomadas de carretos de 12 V, iscadores, geleira, suporte de canas, banco na popa, biminitop, párabri-
sas, guincho eléctrico, rádio FM, depósito de 200 litros e muitos mais outros equipamentos, para facilitar com a maior comodidade as jornadas de pesca ou de passeio no mar. Sea Master 700 Cabin com Mercury V6 Pro XS 175 O Sea Master 700 Cabin,
Sanita eléctrica dentro da consola do Sea Master 700 Open
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Náutica
O casco tem os planos de estabilidade laterais muito pronunciados comporta o mesmo casco do 700 Open, um casco marinheiro, com 7,00 metros de comprimento.
A vantagem da proa elevada e com um desenho que facilite deflectir a água das ondas, é molhar menos
a cabina. O V muito acentuado oferece uma navegação mais confortável. Para o barco não balançar e man-
ter-se estável, o casco dos Sea Master 700 comporta planos de estabilidade laterais, muito pronunciados,
Casco com proa alta, perfil deflector e um V muito acentuado. 24
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Náutica
Novo V-6 3.4L 175 cv Pro XS
O
novo modelo Pro XS de 175 HP baseia-se na plataforma V-6, de 3,4 litros, apresentada pela Mercury no Miami & Helsinki Boat Show em Fevereiro passado e premiada pela associação norte-americana de fuzileiros navais. Mantendo a marca Pro XS de desempenho máximo, a Mercury desenvolveu este espectacular motor para fornecer RPM máximas mais elevadas em plena aceleração, mantendo a leveza e a economia de combustível da plataforma Mercury V-6.
O novo motor Mercury V6 Pro XS 175 estava montado no Sea Master 700 Cabin desde a proa até à popa, que também facilita as saídas do casco da água nos arranques. O modelo Sea Master 700 Cabin é um modelo para o recreio que poderá interessar a marítimo-turística para sair com os clientes para o mar e abrigá-los-los na cabina de pilotagem. Com 2,63 de boca o poço é muito amplo e está completamente desimpedido, uma grande vantagem para os pescadores se movimentarem com eficiência e segurança. Para melhorar a segurança na borda do poço estão fixados varandins em aço inox. A cabina de pilotagem tem uma passagem lateral de cada lado para a proa, onde se encontra o porão para o ferro. Na proa está fixado um apoio para o ferro e tem um cunho de amarração ao meio. Ainda não estava apresentada, mas à frente ficará uma cabina com cama e um wc marítimo. O piloto a estibordo tem um banco individual e a condução com direção hidráulica.
Para os pescadores, como cada barco será personalizado, os porta canas são colocados onde os clientes pedirem. Quanto aos equipamentos necessários para satisfazer os objectivos de cada cliente, a Planus Náutica tem uma longa lista de acessórios, onde se encontram, porta canas, tanque de isco vivo, tomadas de carretos de 12 V, iscadores, geleira, suporte de canas, guincho eléctrico, rádio FM, depósito de 200 litros e muitos mais outros que certamente darão maior conforto e eficiência nas jornadas de pesca ou de passeio no mar. Barco muito rápido e estável Um motor da nova era Mercury, o V6 Pro XS 175, estava montado no novo Sea Master 700 Cabin. Foram duas estreias. Apesar de ter 6 cilindros em V, o novo Pro XS 175, um motor recomendado para os profissionais, com apenas 216 Kg é o motor mais leve e compacto da sua classe, parecendo um motor mais
Caracteristicas adicionais Comandos digitais: standard para os modelos 200 a 300 CV Pro XS Combustível: o V-6 Pro XS oferece um desempenho de ponta e fiabilidade total em combustível normal. Advanced Range Optimization: melhora a eficiência do combustível em velocidade de cruzeiro, ajustando automaticamente a gestão de combustível de forma tão integrada que o operador não se apercebe do seu funcionamento. Gestão automática da carga da bateria: quando a tensão da bateria estiver baixa, o mecanismo aumentará automaticamente as rpm inativas para aumentar a saída do alternador e recarregar as baterias. Sensor eletrónico do nível de óleo: o sensor opcional alerta automaticamente o operador para um nível baixo de óleo. Porta de serviço superior no capô simplifica a manutenção de rotina, como verificações de óleo e enchimento sem remover a tampa. Manutenção fácil: um autocolante de manutenção gráfico, baseado em hora, dreno e filtro de óleo sem derramamento, pontos de manutenção codificados por cor e o sistema de válvulas livre de manutenção da Mercury tornam os novos motores V-6 livres de stress. Controle Adaptativo de Velocidade: os motores fora de borda Pro XS mantêm automaticamente as rpm desejadas, independentemente das mudanças na carga, resultando em maior resposta do acelerador e uma sensação “desportiva” para o utilizador. Painel Pro Black Accent: personalize o seu motor fora de borda Pro XS com um painel Pro Black pintado de fábrica; feito de policarbonato fino e durável que adere firmemente ao capô, o painel está disponível nos concessionários Mercury para os modelos Pro XS de 175 a 300 HP.
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Náutica
O Sea Master 700 Cabin teve um desempenho rápido e muito estável pequeno na popa do Sea Master 700 Cabin. Como o barco descola bem e o motor tem um enorme poder de aceleração no arranque o barco já planava em 1,68 segundos. Também foi graças ao tipo de casco à popa que com apenas de 10 nós e às 2600 rpm o barco se mantinha a planar. Não conseguimos puxar pelo motor para a velocidade máxima, porque o mar fora da barra da Nazaré, tinha alguma agitação e dentro do porto não se podia acelerar a fundo. Só com o mar
muito calmo se conseguem atingir as altas velocidades das embarcações. Mesmo assim, atingimos 33 nós às 5.200 rpm. Verificámos que o motor às 3800 rpm, mantinha o barco a navegar aos 21/22 nós, uma excelente velocidade de cruzeiro, num regime do motor muito económico e a permitir viagens com pouco consumo. A grande vantagem deste modelo com cabina de pilotagem é o excelente abrigo que proporciona aos pescadores, nos dias de vento e
A grande vantagem do Sea Master 700 Cabin é o abrigo que oferece aos pescadores 26
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chuva. O tipo de casco ofereceu uma navegação muito estável e seca. Quando parado
balança pouco, característica necessária para os pescadores se movimentarem com segurança no poço.
Performances Tempo para planar
1,68 seg.
Mínimo a planar
10 nós às 2600 rpm
3000 rpm
13 nós
3500 rpm
19 nós
4000 rpm
23 nós
4500 rpm
27 nós
5000 rpm
30 nós
5200 rpm
33 nós
Características Técnicas Comprimento
7,00 m
Boca
2,63 m
Pontal
0,87 m
Lotação
12
Depósito combustível
100 L / 200 L
Capacidade carga
3.200 Kg
Potência mínima
150 HP
Potência máxima
250 HP
Motor do teste
Mercury V6 Pro XS 175
Preço barco com motor
48.790 € + IVA
Estaleiro/Importador Planus Náutica Porto de Abrigo, Armazém 25, Caixa Postal 14, 2450-075 Nazaré Tel. 262 551 224, planusnautica@gmail.com Touron Portugal Telf.: 21 460 76 90, geral@touronsa.pt www.touron-nautica.com/pt
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Notícias do Mar
Náutica de Recreio
Finalmente o Novo Regulamento da Náutica de Recreio
O Conselho de Ministros aprovou finalmente, aguardado há duas décadas, um novo Regulamento da Náutica de Recreio, incentivador do desenvolvimento dos desportos náuticos.
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presentados pela Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino o Conselho de Ministros aprovou na generalidade, sem reservas, três diplomas da área governativa do mar que permitem dar mais um passo na concretização da estratégia de desenvolvimento da Economia do Mar. O diploma que cria um novo regime jurídico aplicável à Náutica de Recreio: Concretiza, na parte relativa às embarcações de recreio e aos navegadores de recreio, as regras estabelecidas no SNEM. Procede à simplificação e modernização dos procedimentos de certifi28
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Notícias do Mar
cação e registo das embarcações, numa ótica de desterritorialização, bem como da certificação dos navegadores de recreio. Elimina as vistorias de registo de embarcações de recreio novas e prevê também a possibilidade de as vistorias a seco serem substituídas por vistorias subaquáticas, permitindo reduzir fortemente o custo das vistorias para os seus proprietários. As vistorias passam a poder ser realizadas por entidades públicas e privadas, sob determinadas condições. É ainda introduzida a emissão de livrete eletrónico, ao qual podem estar associados todos os documentos exigidos a bordo No que respeita às cartas de navegador de recreio, deixa de ser exigida a obtenção prévia de carta imediatamente inferior para a obtenção de carta de Patrão de Costa e Patrão de Alto Mar e procede-se à extensão do prazo de validade de todas as cartas de navegador de recreio, tornando-se a renovação obrigatória apenas aos 70 anos; Para obtenção das cartas de marinheiro júnior e de marinheiro podem ser dispensados de formação os alunos dos ensinos básico e secundário que tenham frequentado programas de desporto escolar do sistema educativo na área dos desportos náuticos, com conteúdos programáticos compatíveis, mantendo-se a obrigatoriedade de exame; Promoção da literacia do mar e do desporto náutico escolar. 2018 Setembro 381
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Lançada Primeira Pedra do Quebra-Mar do Porto de Angeiras Pela Ministra do Mar
A Ministra do Mar vê o novo projecto do Porto de Angeiras A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, lançou a primeira pedra da construção do novo quebra-mar do Porto de Angeiras, Obra de 4 Milhões de euros vai reduzir para metade os dias de inoperacionalidade dos pescadores da região, numa cerimónia que teve lugar no passado dia 25 de Julho, em Angeiras.
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Ana Paula Vitorino lança a primeira pedra da construção do novo quebra-mar do Porto de Angeiras 30
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construção do novo quebramar do Porto de Angeiras, um investimento de cerca de 4 milhões de euros, tem como objetivo proporcionar melhores condições de abrigo em relação à agitação marítima durante a navegação de aproximação e partida para a pesca, e reforçar as condições de exercício da atividade piscatória de uma comunidade que vive exclusivamente da pesca. Assim, reduzir-se-á, pelo menos, para metade os dias de inoperacionalidade da frota de pesca
Notícias do Mar
local. Este objetivo será conseguido através do controlo da agitação marítima para os rumos dominantes (os rumos de N e W cuja frequência é de cerca de 97%) que se verificam na costa de Angeiras. O quebra-mar, com cerca de 448 metros de comprimento, fundado sobre afloramentos rochosos, com estrutura clássica constituída por prisma de enrocamentos ToT (todo o tamanho), revestido por submantos e por mantos em enrocamentos selecionados e na cabeça por blocos Antifer, será dotado de estrutura de betão simples no coroamento em cuja cabeça será instalado um Farolim para sinalização marítima. O quebra-mar será fun-
dado sobre uma série de afloramentos rochosos com cotas variáveis entre (+2,0 m)ZH e (-4,0 m) ZH, desenvolvendo-se inicialmente para SW e terminando orientado para SSW. A empreitada, da responsabilidade da DGRM - Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, entidade adjudicante e de fiscalização, e a cargo da Teixeira Duarte – Engenharia e Construções, S.A., é cofinanciada pelo PO MAR2020 em 75% do valor do contrato, cujo valor total é de € 3.787.553,67, com IVA incluído. O prazo de execução será de 18 meses, incluindo 6 meses de paragem de inverno.
Praia dos pescadores
Praia norte de Angeiras 2018 Setembro 381
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Electrónica
Notícias Nautel
www. nautel.pt
Fora de série… Novo VHF fixo RT 750 Navicom lança o RT750, um novo VHF fixo marítimo, que tem duas versões, uma padrão e outra tendo a mais um recetor AIS.
180x91x55 Ecrã retroiluminado, monocromático com 8 níveis de graduação 56 canais internacionais. Versão Com AIS: RT550 AIS Indicações CPS/TCPA relativas aos alvos . Símbolos da posição dos alvos apresentados no ecrã. Compatível para deteção de dispositivos pessoais de salvamento MOB/ EPIRB AIS.
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Navicom fez um nome para si mesma no campo das radiocomunicações de VHF. Todos os navegantes conhecem os pequenos rádios amarelos e pretos. Esta nova gama resulta também da necessidade de cumprir com as novas normas comunitárias. O radio está em conformidade com a nova Diretiva RED, da União Europeia. Apenas com 18 cm de largura, é ideal também para qualquer pequena embarcação de consola aberta, onde o espeço é exíguo. Tem DSC classe D, e alguns comandos repetidos no microfone de pu32
nho. Existem quatro botões programáveis para funções que o utilizador mais use. Especificações principais: Seletor rotativo para os canais. Escuta dupla e tripla Função MOB (Man-overboard/Homem ao mar) : em caso de alguma queda à água premido este botão fica imediatamente registada a posição onde se deu a ocorrência. Saída para de alto-falante externo Montagem no suporte fornecido ou embutido Entrada GPS NMEA 0183 ou “Plug & Play”
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de pequena antena GPS compatível (opcional). Estanquicidade do painel frontal : IPX7 Peso 950 gramas. Dimensões (mm):
Notícias do Mar
Notícias DGRM
DGRM reforça quadro técnico da Administração Marítima Novos técnicos nas áreas de Engenharia Naval, Pilotagem e Radiotécnica Na sequência da realização do concurso externo para admissão de Técnicos Superiores para o serviço de Administração Marítima da DGRM, deram já entrada os primeiros técnicos nas áreas de Engenharia Naval, Pilotagem e Radiotécnica.
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entrada destes novos técnicos visa reforçar a capacidade da Administração Marítima no campo da análise e aprovação de projetos de construção/modificação e legalização por importação de embarcações, a emissão de certificados estatutários, aprovação de estações de serviço, de meios de salvação e de entidades de contabilidade rádio, a realização de vistorias, inspeções e auditorias em embarcações, bem como a aprovação da documentação
relacionada com ship and port security. É mais um passo no processo de evolução e modernização da DGRM, no sentido de melhorar o funcionamento desta Direcção-Geral e melhor responder aos pedidos dos seus clientes e às obrigações internacionais junto da International Maritime Organization e da Comissão Europeia no âmbito do Controlo de Estado de bandeira. A Evolução Tecnológica, a Simplificação de Procedimentos e o reforço do Capital Huma-
no são os três pilares da evolução e modernização da DGRM, os quais estão a evoluir em paralelo e de forma sinérgica, sempre
numa lógica de melhoria continua dos serviços prestados aos seus cerca de 150.000 clientes diretos.
Marina de Vilamoura 2018 Setembro 381
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Notícias do Mar
Tagus Vivan
Crónica Carlos Salgado
Espelho de água do Açude de Abrantes.
A Carta de Lisboa Como foi oportunamente anunciado e contou com a participação de moderadores e comunicadores de elevado nível de conhecimento nas matérias do programa temático dos trabalhos e também com uma massa crítica significativa, bastante bem informada, realizou-se nos passados dias 16 e 17 de Fevereiro do corrente ano de 2018, na Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos no Porto de Lisboa o Congresso do Tejo III, Mais Tejo, Mais Futuro, que foi promovido pela Tagus Vivan – Confraria Cultural do Tejo Vivo e Vivido. No decurso deste processo, os organizadores elaboraram uma “Carta de Lisboa” que pretende sistematizar um conjunto de princípios orientadores que se entende deverem ser tidos em conta na gestão integrada desta importante Bacia Hidrográfica Luso-Espanhola, documento que foi apresentado no encerramento do Congresso, que reflecte muitos dos debates nele havidos e incorpora muitos 34
comentários que entretanto foram recolhidos. Devido às mais variadas matérias enquadradas no programa dos trabalhos, que foram abordadas, debatidas e que mereceram, pela sua importância, que se procurasse encontrar propostas de solução, por um lado, e por outro, devido à importância e ao objectivo que se entendeu que devia ser o desígnio desta “Carta de Lisboa”, como documento orientador para ser tido em conta para a futura gestão integrada da Bacia Hidrográfica Luso – Espanhola, o seu conteúdo mesmo sintetizado não permite que pos-
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sa ser divulgado só de uma vez neste Notícias do Mar, pelo que terá de ser repartido, por capítulos, e nesse sentido passamos ao relato do primeiro: PARTE I - DECLARAÇÃO COMUM: CIDADÃOS PARA A SUSTENTABILIDADE I.1 A Água “Nós, cidadãos portugueses, signatários da presente carta, entendemos que a água é porventura o mais importante de todos os recursos naturais. Para além de ser essencial à vida, a água é um factor primordial e insubstituível
Há muita água no Tejo Internacional, que é barrada em Cedillo
no desenvolvimento das sociedades e de quase todas as suas actividades económicas. É conhecida a importância histórica dos cursos de água no estabelecimento e evolução de civilizações fortes, cuja vitalidade marcou a presença do Homem sobre a Terra, as quais souberam tirar partido deste recurso para o seu crescimento e bemestar e, de forma inversa, regrediram quando não souberam utilizar adequadamente os recursos hídricos de que dispunham. Compreendemos que o modo de vida que se tem vindo a desenvolver em muitos países, em particular no que respeita ao uso dos recursos naturais, à ocupação dos solos, aos transportes, à produção industrial, à agricultura e ao consumo nos torna maioritariamente responsáveis pelos numerosos e complexos problemas ambientais com os quais a humanidade se confronta. Constatamos que para além das características não uniformes da ocorrência de água na natureza,
Notícias do Mar
Barragem de Cedillo, a responsável por deixar passar, mais ou menos água do Tejo, para o lado de cá da fronteira. verifica-se uma procura de quantidades crescentes e uma progressiva degradação da qualidade da água consequente das suas múltiplas utilizações. Os padrões de qualidade da água vão, assim, constituindo um elemento condicionante da sua utilização e, portanto, um factor redutor da quantidade de água disponível. Às modificações dos recursos e meios hídricos provenientes da utilização que lhes é dada somam-se os efeitos, muitas vezes catastróficos, das situações extremas de cheias e de secas (fenómenos ocasionais de baixa probabilidade de ocorrência), que podem ser ainda amplificados em cenários decorrentes de alterações climáticas. Reconhecemos que por vezes a deficiente quantidade e qualidade da água está associada a uma inadequação de uma gestão dos recursos hídricos, associada a utilizações sem critério ou a práticas não racionais que acentuam a sua delapidação. Também os mecanismos institucionais e normativos, bem como os instrumentos técnico-administrativos, não são os mais apropriados para um aproveitamento óptimo dos recursos naturais, à luz de um desenvolvimento sustentável e de um ordenamento do território equilibrado.
Reconhecemos que a comunidade internacional tem mostrado uma crescente preocupação em relação a estes problemas, traduzida na realização de diversas iniciativas de sensibilização e informação e na celebração de convenções que visam a preservação dos recursos naturais e o equilíbrio dos ecossistemas. Destaca-se em particular a Directiva-Quadro da Água, aprovada em 2000, que consideramos ser um instrumento principal da Política da União Europeia relativa à água, onde se estabelece um quadro de acção comunitária para a protecção das águas de superfície interiores, das águas de transição, das águas costeiras e das águas subterrâneas. Esta directiva foi transposta para o direito nacional
Escassez de água no Tejo português, e caudal ecológico insuficiente. através da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, conhecida por Lei da Água, complementada pela Lei nº 54/2005, de 15 de Novembro, que estabelece a titularidade dos recursos hídricos. Estamos conscientes que as substâncias tóxicas e perigosas tendem a estar cada vez mais presentes na água, na atmosfera, no solo e nos alimentos, tornandose numa ameaça crescente para a saúde pública e ecossistemas. Desenvolveremos esforços para evitar a poluição e preveni-la na fonte, de acordo com os princípios da DirectivaQuadro da Água. Devemos tirar proveito dos instrumentos técnicos e legais existentes, incluindo os relacionados com o planeamento e a gestão dos recursos hídricos, a recolha e processamento
de dados ambientais, regulamentos, instrumentos económicos e também dos mecanismos de incremento da consciencialização, em geral, incluindo a participação do público, para uma abordagem verdadeiramente ecossistémica da gestão dos recursos hídricos.” No próximo mês sairá o 2.º Capítulo da Carta de Lisboa sobre, I.2 - SUSTENTABILIDADE # Recomendamos ao amigo leitor que consulte no “YOU TUBE” os Vídeos intitulados: “ Congressodotejo” e “ Com a Alma no Tejo”; E para ficar mais esclarecido sobre este novo Projecto Tejo, os vídeos : “Projecto Tejo Jorge Froes”, e “Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo”.
Tomada de água do Tejo pela EPAL 2018 Setembro 381
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Notícias do Mar
Voo Guarda-Rios - 1.ª Parte
Mais Vale Prevenir Do Que Remediar
Espuma espessa derramada pela Celtejo O Guarda Rios (GR) voltou entretanto do voo de reconhecimento do Tejo na vizinha Espanha, cujo relato saiu no Notícias do Mar do mês anterior, mas antes disso já tinha vindo a acompanhar o trabalho que uma equipa de pessoal especializado estava a fazer na remoção e recolha das lamas provenientes da espuma densa que invadiu e poluiu as águas do Tejo, provenientes da fábrica da Celtejo em Vila Velha de Ródão, que foi considerada uma agressão ao rio, muito grave, segundo as notícias que vieram a público.
C
omo é sabido, essa dita espuma densa propagouse por largos quilómetros do espelho de água do Tejo, que deixou de ser espelho durante uns tempos, e uma
quantidade considerável dela afundou e foi depositar-se no fundo formando uma espécie de lama, junto às Portas de Ródão, o que obrigou a operações posteriores para efectuar a sua extracção do fun-
Remoção da espuma espessa, para não afundar formando lama. 36
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do do Rio, recorrendo a uma barcaça que a foi aspirando através de uma tubagem, trabalho que mobilizou também alguns mergulhadores especializados, até chegar a um floculador para fazer a separação da matéria, da água que, aquela que estava em boas condições foi sendo devolvida ao Rio. Para além da aspiração dessas lamas depositadas no fundo, num total previsto de 90.000 m3, depois de serem submetidas a análises, bem assim como a água que retinham, todas essas operações atingiram um custo calculado em 1,7 milhões de euros (está por saber-se quem vai pagar?, o agente poluidor, ou o contribuinte?).
Posteriormente, a matéria dessas lamas separada da água foi ensacada em sacos que foram depositados na margem, onde estão a secar, para posteriormente encontrar-se a possível utilização. O GR considera que este é um dos casos que merece ser abordado aqui, por ser um bom exemplo para reconhecer-se que uma das vantagens que o “Projecto Tejo” de Jorge Froes tem, para além das outras, é a de permitir que os focos de poluição de proveniência industrial, urbana, agrícola e pecuária, fiquem circunscritos geograficamente ao açude do lanço do rio onde a descarga acontece, evitando a sua propagação para jusante,
Notícias do Mar
ou montante (no estuário), o que tem também a vantagem de permitir identificar, mais rápida e facilmente, quem foi o agente poluidor. Já que estamos a falar no Projecto Tejo – Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos, que pretende fornecer água a 300 mil hectares das regiões do Ribatejo e Oeste e que também pode ser extensivo à Península de Setúbal, que para além da rega de uma área territorial que equivale a uma terça parte de Portugal continental, permite a drenagem, o controlo das cheias, e também o controlo da subida da cunha salina para montante, encontrando uma solução para combater a seca que vai sendo mais prolongada devido ao aquecimento global, que tudo indica, vai recrudescer, e vai viabilizar também a navegabilidade no rio Tejo, o que contribui para que o transporte fluvial seja reactivado, o que vai viabilizar a prática do desporto náutico e de lazer, a actividade marítimo-turística, a mitigação da pesca ilegal, e a aquacultura ao longo de um extenso plano de água até Abrantes, e também para o incremento das actividades turísticas nas frentes de água dos concelhos ribeirinhos, para além de outras vantagens de ordem ambiental e económica, com o devido respeito pelos especialistas que consideram que um rio represado deixa de ser um rio, mas quanto a isso lá podemos vamos nós invocar mais uma vez, recorrendo àquela nossa comparação do corpo de um rio com o do ser humano: “Então não é preferível, relativamente ao coração de um Rio, cujos batimentos estão a falir, recorrer à montagem de um “pace maker” para evitar, que o coração vá à falência, o que leva à morte, optar por recorrer a técnicas actualizadas e eficazes para o manter o Rio vivo por muitos anos,
A falta de caudal ecológico no nosso Tejo, está a ser mais frequente. o que em boa verdade, seja dito, a beleza da paisagem não perde absolutamente nada com isso, e as suas potencialidades até revitalizam, mas com a condição que todo o processo seja monitorizado e gerido com saber e em permanência. Trata-se portanto de manter um espelho de água contínuo, através de açudes (6) separados entre si por “eclusas” dotadas de uma nova tecnologia em que as estruturas e o sistemas metálicos são substituídos por um sistema insuflável, em princípio, o que vai permitir navegar em segurança desde o estuário até acima de Abrantes. Estes açudes serão equipados com escadas de peixes comprovadamente eficazes e também minihídricas, e com estações elevatórias para bombar a água para as Lezírias e para a região do Oeste. Para o financiamento deste projecto estão a ser contactadas entidades públicas e privadas, procurando recorrer a capitais públicos, em grande parte do Estado e da União Europeia, para a implementação do projecto. # Recomendamos ao amigo leitor que consulte
no “YOU TUBE” os Vídeos intitulados: “ Congressodotejo” e “ Com a Alma no Tejo”; E para ficar mais escla-
recido sobre este novo Projecto Tejo, os vídeos : “Projecto Tejo Jorge Froes”, e “Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo”.
Localização dos Açudes que podem transformar o Tejo num rio auto-suficiente, para garantir água para rega, consumo urbano, e a navegabilidade.
Antevisão do turismo náutico no espelho de água navegável do nosso Tejo 2018 Setembro 381
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Notícias do Mar
Voo Guarda-Rios - 2.ª Parte
Nunca Esquecer o Passado! Muleta na faina do arrasto, e um pormenor da arte de arrasto “da Tartaranha” O GR e a Tagus Vivan não podiam deixar de visitar o seu amigo mestre Jaime, o patrão do Estaleiro Naval “Jaime Costa & Filho”, em Sarilhos Pequenos, na Moita, antes do “bota abaixo” final de um barco de
pesca histórico, oriundo do Tejo, há muitos anos desaparecido, a Muleta, que foi construído e está em acabamentos neste seu estaleiro, que é um autêntico museu vivo a céu aberto, onde ainda é man-
tida a prática e a técnica tradicional da construção, reconstrução e manutenção de barcos típicos do Tejo em madeira, onde o mestre Jaime continua em actividade com a sua equipa especializada em
Proa ferrada com esporões de aço, e mestre Jaime Costa, o construtor 38
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carpintaria de machado, calafetagem e pintura, seguindo a rigor os planos geométricos fidedignos. Esta histórica embarcação, com a qual a Câmara Municipal do Barreiro vai enriquecer o seu património cultural naval, por ter tomado a louvável decisão de encomendar a sua construção ao referido estaleiro, vai enriquecer também a frota da Marinha do Tejo, bem haja. A Muleta foi a embarcação pioneira da pesca de arrasto em Portugal, usada pelos pescadores do Seixal e do Barreiro, que utilizavam a arte chamada “da tartaranha”, que pela sua capacidade de captura de peixe foi objecto de Despachos Reais para controlar a sua actividade no Tejo e fora da “Barra”, e operava preferencialmente entre os cabos da Roca e de Peniche, mas também pescava no estuário do Tejo, a partir da “Barra” ao inicio da enchente, prosseguindo para montante, pelo “Mar da Palha”.
Notícias do Mar
O novo Barco nos testes de estabilidade
Fases da construção 2
Fases da construção 1 A Muleta aparelha com um mastro inclinado para vante onde iça e enverga a vela grande, latina de bastardo triangular, e com dois longos e fortes portalós, um à vante, lançado para fora da proa, e o outro à ré, para fora da popa da embarcação que, cada um deles tem duas funções, uma para amurar as velas da vante e as velas da ré respectivamente, e a outra função é a de amarrar às suas extremidades os cabos do arrastão da arte “da tartaranha”.
A Muleta é um barco de Vela que tem algumas particularidades específicas muito interessantes, a da sua roda de proa ser acentuadamente curvilínea e ferrada com esporões de aço, que lhe dão um aspecto bastante ofensivo, porque segundo os antigos, servia para dissuadir os barcos piratas que demandavam a nossa costa, de aproximarem-se dela e, segundo consta, havia algumas destas embarcações que também tinham essa ferragem nas duas bordas.
A outra particularidade é a de durante a faina da pesca do arrasto esta embarcação deslocar-se com o casco atravessado ao vento e à corrente, para conseguir fazer o arrasto, propulsionada pela acção do vento nas nove velas que enverga, in-
cluindo a grande, como verão nas imagens. A Muleta tem o fundo chato, mas tem uma quilha que a torna mais marinheira ao navegar à bolina, quando se desloca para o local da pesca do arrasto, ou para regressar ao porto de abrigo.
Desenhos antigos da Muleta 2018 Setembro 381
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Notícias do Mar
O Tejo a Pé
Texto e Fotografia Carlos Cupeto
Andar
A onde te levam os teus passos?
Isto só se vê, vive, a andar
A Isto só se vê, vive, a andar
Isto só se vê, vive, a andar 40
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ndar, enquanto prática básica humana, é um ato físico, mas também, e não menos, cultural. Não há melhor forma de conhecer uma região, uma cidade, um povo. Andar tem um enorme eco espiritual, cultural e político. Todos no Tejo a pé senti-
mos isto, se andarmos o mundo, a terra onde vivemos, é melhor. Andar liberta-nos da geografia como nenhuma outra forma de deslocação. Depois da conveniente pausa do verão em que as altas temperaturas, nas nossas latitudes, não nos ajudam a andar no
Isto só se vê, vive, a andar
Notícias do Mar
Isto só se vê, vive, a andar
campo, é tempo de regressar. Tempo de andar. Neste tempo, sem tempo, andar é, talvez a melhor ação que o Homem pode fazer por si e pelos outros; pelo próprio planeta. Estamos esquecidos, mas andar é a primeira forma de viajar e, ainda hoje,
não temos outra maneira de ir tão longe como com os nossos passos. Andar é um ato de união, é isso que fazemos há 10 anos, muito informalmente, sem caprichos, no Tejo a pé. Andamos porque sim. Andamos devagar, pouco, ao ritmo de todos, mas anda-
Isto só se vê, vive, a andar
mos. Andar é ver o mundo à nossa volta como nos esquecemos de o fazer, é redescobrir terras conhecidas, para, finalmente nos conhecermos melhor. Andar é, provavelmente, o verbo com mais significado, incluindo viver. Mesmo o caminho de ida
e volta nunca são iguais e isso ensina-nos muito. “Caminhar é uma das belas artes” (Thomas De Quincey, Londres, 1802), venha daí connosco, em setembro, dia 23, na boa terra de Torres Vedras, com os passos na rota do Pão e do Barro.
Isto só se vê, vive, a andar 2018 Setembro 381
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Pesca Desportiva
Aventuras de Pesca
Texto e Fotografia Vitor Ganchinho
Gustavo Garcia & Tó-Zé Pinheiro:
Dupla de insucesso
Isto é um país que não pára: ainda há dias, em 1908, um tal de Manuel Buíça assassinou o rei D. Carlos, e já estão outra vez a planear um atentado. Na circunstância, o meu. Motivo: não gostam dos meus escritos sobre pesca!
Garcia é capaz de ir a Fátima de joelhos para pescar um peixe destes
N
ão digo que não possa haver melhor, mas eu não sou daqueles que escrevem seis páginas sobre bóias de pião! A esses, todos desculpam e ninguém dá tiros! Adiante. Enquanto a bala vai, vem, vai outra vez, enrola, bate na parede e faz ricochete, vou escrever-vos hoje sobre dois grandes amigos, futuros ex-grandes amigos depois de lerem isto. Mas, quer eles gostem ou não, quer tenham ou não problemas de artrite reumatóide persistente, sabem que eu digo sempre a verdade. Hoje vou falar-vos de pesca a sério. Apertem os cintos, porque vou apresentar-vos os meus dois companheiros! 42
Tó-Zé Pinheiro: 59 anos. Moço alto, novo, bonito e rico. E loiro. Passou ao lado de uma brilhante carreira de vendedor de toalhas de mesa em papel celofane para restaurantes, embora o seu sentido e sonho profissional fosse o lugar de subchefe de coveiros no Cemitério de Moura. Ou, porque é muito ambicioso, chegar, quem sabe, a vicepresidente de uma empresa de transladação de ossadas em Barrancos. Acabou por ficar a meio caminho, como enfermeiro no Hospital de Beja, o que vai dar ao mesmo. Pesca, mas pesca pouco. Sério candidato a mudar de vida, a escolher outro
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ramo que não a pesca à linha. Tem um ar atabacado. Fuma muito. Pressuponho que seja tudo tabaco normal, à base de ervas legais. Sendo enfermeiro, ganha bem e sai cedo, o que lhe permite preparar bem as linhas, canas e carretos. Considerase um sobredotado de mãos e exactamente por isso, não precisa de mais de 50 minutos para montar a sua cana de pesca. Quando está quase a conseguir passar o fio em todos os passadores, o estupor do nylon resvala e recomeça tudo de novo. Fora de questão a vulgaridade dos simples humanos: ele pertence ao tipo de pessoa que enche o peito de ar e se lança sempre da prancha
mais alta da piscina. Tem espirito de sacrifício, aguenta muita pancada e se for desafiado para ir à pesca num dia de vento e chuva, nem repara que tem uma faca de mato de 35 cm espetada na barriga até ao cabo. Lá em casa é conhecido por ser um raro fenómeno de resistência. Acredito piamente que, depois de ser baleado seis vezes nas costas à queima-roupa, ele possa reagir pedindo um café curto em chávena fria. Na noite anterior a uma saída de pesca, não dorme. Chega sempre a horas, nesse aspecto é um companheiro seguro, mas muitas vezes confessa-nos ter dormido no sofá. A sua fiel companheira Gertrudes não suporta o facto de ele acordar sobressaltado a cada cinco minutos, ligar a luz do candeeiro e olhar fixamente o relógio. Seguramente farlhe-iam bem umas termas, para acalmar o nervoso miudinho. O Tó-Zé, de resto e tirando isso, é um individuo quase normal, tem o polegar oponível em relação aos outros dedos da mão e se lhe apontarem à cabeça uma pistola carregada com balas grandes e muita pólvora preta, consegue comer com faca e garfo. Não cuida da indumentária em demasia, e pode perfeitamente usar um desodorizante a cheirar a queijo de Serpa. Este homem pode muito bem ser o último pescador português a sério, o verdadeiro macho latino pescador, com bigode. Pela parte que lhe toca, pes-
Pesca Desportiva
Tó-Zé não tem medo de partir as canas nem de as torcer ca com o que há, e não inventa. Pesca com canas de carbono muito boas, novas, caríssimas, e não tem medo de as partir, de as torcer, de as dobrar e pisar violentamente, de colocar chumbadas matulonas, de as levar ao limite, se forem as minhas. Mas também pesca com paus de vassoura grossos e velhos e tem um cuidado extremo, se forem as dele. É um bom amigo de infância, um amigo do peito. Uma pessoa do Alentejo profundo, para quem as chicletes só são boas se tiverem sabor a entrecosto grelhado na brasa, ou a lascas de presunto de Barrancos. Quando pensamos em abrir uma empresa de mudanças de móveis nunca pensamos no Tó-Zé. É magro de carnes, pouco jeitoso e fraca figura para fazer forças. Dificilmente seria capaz de pegar sozinho um touro Miúra em pontas, com 600 kgs, à
primeira tentativa. Provavelmente nem à décima quinta tentativa, mas não tenho dúvidas de que seria capaz de ir lá até o bicho ceder e se deitar no chão por cansaço. Nós gostamos do rapaz, pese embora todas as suas imperfeições. Temos de atender também a questões que se prendem com a biodiversidade, aos direitos humanos, etc, pelo que sempre que vamos sair de barco, lembramo-nos dele. Gosta de caiaques. Nunca me apareceu montado num desses botes de plástico nos pesqueiros onde pesco, porque eu vou sempre para longe dos portos. Eventualmente, com mais algum treino de força de braços, será um dia capaz de acorrer rapidamente às “passareiras” dos atuns e gansos patolas no seu caiaque verde. Sei que o Tó-Zé, para conseguir dar mais andamento à coisa, está a desenvolver um enge-
Garcia é um especialista ao nível da técnica de empate de anzóis de patilha alta
Garcia consegue fazer tudo o que for preciso para ver os outros felizes até perder o peixe deles 2018 Setembro 381
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Pesca Desportiva
Tó-Zé nunca me apareceu num pesqueiro de caiaques porque vou para longe dos portos
Garcia tem um estilo estranho, mas pesca 44
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nhoso e sofisticado sistema de cabos e roldanas, que lhe permite auto chicotear-se a si próprio. Pratica automedicação. O moço é nervoso por natureza, e isso nota-se quando chega o momento de ferrar o peixe: prega uns tirões na linha que deixariam sobressaltados e boquiabertos os gajos das motos que vivem do roubo de malas por esticão. Faz-me lembrar o meu barbeiro, que tem Parkinson em estado muito avançado. Tenho sempre o pescoço a prémio quando chega a altura de rapar os pelos do pescoço, porque ele não tem perto nem longe, é tudo de esticão, a lamina umas vezes passa bem, outras,…mal. Pesca desalmadamente com vinis, e especializou-se em cavalas. Todos sabemos que uma cavala no anzol será sempre melhor que uma bala na testa, mas para ele, todos os outros peixes são estranhos, exóticos. Relativamente a medidas, … nunca mede. Está convicto de que, em caso de vistoria por parte da Policia Marítima, basta dizer que os mais pequeninos são para oferecer ao Corpo de Escuteiros de Beja, e o assunto está resolvido. Não lhe reconheço dotes exacerbados de trabalhos manuais, não toma os comprimidos Memofante, e por isso, esquece-se dos nós com frequência, pelo que o nó cego é a base da sua estratégia de junção de fios. Faz muitos, para ter alguma firmeza. No fim, queima as pontas com o cigarro, e o assunto está aparentemente resolvido. Tal como a dos peixes, também a sua memória é pouco selectiva. Não consegue estabelecer uma relação directa entre falta de manutenção, carretos bloqueados, fios de nylon podres e peixes que se escapam. Por azar felino, os
grandes são precisamente os que lhe partem as linhas. Num dia menos feliz, pode acontecer estar uma tarde inteirinha a pescar pampos e pensar que está a encher o balde de sargos albinos. Se calha um deles meter o anzol até às amígdalas, está o caldo entornado, porque são horas de luta até descravar o anzol. Por ele, vinha tudo pela pontinha da beiçola. Não sei se haverá entre os leitores alguém que o queira patrocinar. Ele pode ser considerado um “target” perfeito para publicidade porque, da costa, sem nevoeiro e com binóculos, sempre se vê qualquer coisa. Até agora o que apareceu foi a Funerária Armindo – “No céu é um descanso”, mas há espaço para muito mais. Sei que está em negociações com uma multinacional que está disposta a pagar o mesmo que paga ao Roger Federer quando ele vai a Roland Garros, 70.000 euros por cm2. Concretamente por um anúncio que ele vai usar na parte de baixo da meia direita. Gustavo Garcia: 66 anos Rapaz calmo, mas desorientado com a pesca. Capaz de ir a Fátima de joelhos e fazer umas madeixas californianas loiras, se lhe calhar um pargo de 2 quilos. Quando tira as bolas de naftalina dos bolsos do fato, fica com bom aspecto, apresentável. É um fixe. O Garcia pertence àquele naipe de pessoas que devia ser património mundial da UNESCO. Penso que será pacífico e algo em que estaremos todos de acordo: se há para a religião um antes e depois de Cristo, também há para a pesca um antes e depois de Gustavo Garcia. A humanidade deve-lhe muito, sobretudo ao nível da técnica de em-
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pate de anzóis de patilha alta e da fina arte de fazer bricolagem com destorcedores. Pesca LRF-Light Rock Fishing, e gosta! O Garcia pertence à velha guarda, não usa brincos, não tem a pele toda cheia de tatuagens do estilo rascunhos de contas de multiplicar, noves fora, lembretes, coisas para comprar para o frigorífico, etc. E é pontual, não se atrasa nunca. Pessoa muito calma, dá sempre a ideia de ter sido atingido por um dardo tranquilizante. Para o manter calmo e sossegado na noite anterior a uma saída de pesca, em princípio basta apenas uma equipa de 12 elementos robustos, do Corpo de Intervenção e uma camisa-de-forças. O seu nome do meio não é Clark Kent, não usa collants azuis justinhos à perna, meias vermelhas e uma camisola azul com um S amarelo no peito, mas consegue voar. Ele consegue fazer tudo o que for preciso para ver os outros felizes. Agarra pela gola do casaco as velhotas que caem de edifícios, salva gatos que trepam às árvores e têm medo de descer e não hesita em atravessar pessoas inválidas nas passadeiras. E pesca. Tem um estilo estranho, mas pesca. A verdade é que os peixes aparecem na caixa dele. Num dia bom, com o material certo e com muita isca, pode acontecer terem de o tirar em braços do barco, porque esgota-se a fazer força. Tapa-se totalmente de peixe, faz pescarias de choupas de não conseguir sair lá de baixo. Pesca muito concentrado. Tenho a firme e sólida convicção de que o Garcia acredita piamente que 90% da pesca é concentração e os outros 62% são força física. Está sempre disponível, não é daqueles pescadores de dizer
“Não vamos à pesca sábado porque joga o Sporting, e não vamos à pesca domingo porque é dia de missa”. Faz bricolages como ninguém. Algumas delas são de nos deixar o sobrolho franzido, mas no fim quase tudo funciona. O Garcia é a figura do irmão mais velho que todos nós gostaríamos de ter. Já é avô, e adivinhamse jornadas de avô/professor e neto/aluno de cair de costas. Brilham os olhos quando consegue um sargo grande, mas brilham ainda mais quando recorda os bailes da Sociedade Recreativa Incrível Almadense, onde se deixou anzolar pelo beiço por uma morenaça, hoje sua esposa. A sua paixão pela pesca só é suplantada pela paixão que dedica à luz da sua vida: a D. Odete. Ao fim de 44 anos de casados ainda é para ela o Gustavinho. O Gustavinho quando olha para a sua Odete, olha-a com os mesmos olhos das borboletas que giram à volta dos candeeiros. Quem não entende isto não entende a essência da vida. São coisas que vêm de tempos remotos, que evocam amores firmes, duradouros, e febres amorosas. Paixões e febres altas daquelas de derreter a fivela do cinto. Como companheiro de pesca não acredito que possa haver melhor. Mas como todos, também tem os seus dias: peço desculpa mas hoje a ponta da caneta com que vos escrevo está impregnada de ácido sulfúrico, tenho de dizer a verdade: O Garcia, numa das nossas últimas saídas, e depois de eu lhe pedir para me fazer uma foto com um robalo bonito que pesquei com um jig de 12 gramas da Xesta, ...dizme: “eu vou lavá-lo, só um momento”. Pegou no robalo, molhou-o dentro de água, … uma rabanada brusca e aí
E os pampos estavam à nossa espera vai ele a nadar para o fundo. Fez-se um silêncio de catedral. Logo no dia em que eu fazia 36 anos de namoro e 1 ano de casado, e queria surpreender a minha Leninha. Eu pesco e ele deita fora. Nem o Jorge Jesus se lembraria de tal táctica. Com um amigo destes quem é que precisa de dois quilos de pe-
dras preciosas? A pesca, finalmente. A ideia para esse dia era desenhar uma pescaria diferente. O tempo não estava nem bom nem mau, estava atomatado. O mar anormalmente calmo. A água lisa sugeria ser um dia bom para
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Garcia é um artista a fazer bricolagem com destorcedores
Garcia esgota-se a fazer força 46
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pescar com poppers, em lançamentos longos. O primeiro sinal de acalmia de Verão foi dado pelas tainhas: estavam à superfície, mas de barriga para cima, a bronzear o corpinho numa zona onde são muito branquinhas. As gaivotas à nossa volta davam conta da penugem, esperando languidamente a oferta de uma boga. Um ou outro peixe assomava à tona de água, fazia uma espira circular e voltava lentamente ao fundo. Chegámos ao pesqueiro. Demos com um barco ancorado não muito longe da nossa marca. Fizeram-nos má cara. Pelos vistos estavam à espera de uma dúzia de modelos loiras em lingerie curta, daquelas mocinhas da Victoria`s Secret. A sonda marcava algum peixe no fundo, sem ser nenhuma fartura. Mas havia algum a meia água, alvorado. Começaram a mover-se as rodas dentadas dentro do cérebro, a ideia começou a tomar forma e de repente, foi como se um starlight se acendesse na minha cabeça: comecei a ver claramente que a técnica a utilizar nesse dia teria de ser a de pescar com uma pena de gaivota, como bóia. Isto não é brilhante?! Sem ser eu, alguém se poderia lembrar de fazer isto? Sei que é por coisas destas que me consideram uma lenda viva da pesca, mas acho que há algum exagero vosso. O Tó-Zé começou a montar a cana. Normalmente ele acaba de pôr os anzóis um pouco antes de decidirmos voltar para terra. Nesse dia não seria diferente. Vinha de terra uma ligeira brisa, com um cheiro a carne grelhada. Eram as moçoilas novas que estavam na praia, esticadas ao comprido nas toalhas, a bronzear as coxas. São daquelas raparigas mamalhudas perigosas, as tais que
deviam vir sempre equipadas com uma tatuagem de um frasco preto sobre fundo amarelo, com duas tíbias pretas cruzadas. Uma coisa do mais venenoso! Mais vale concentrarmo-nos na pesca. O Garcia, pela enésima vez, ferrou um piço. Um peixe pequeno, diabético, com ar desnutrido e cansado. _Se tirarmos mais 168 destes piços laranjinhas, se calhar temos de mudar de sítio…dizia ele. Sem paninhos quentes: aquilo estava mau, não picavam. Digamos que estavam um pouco mais difíceis de convencer a picar do que convencer a minha mulher a comprar uma mala numa loja da Prada. Os peixes completamente parados e eu sem ter uma ganza para fumar. Estávamos naquele Semitédio dos Prazeres…quando nisto, a ponteira da cana tremelicou. Se eu ainda não tenho Parkinson, teria de ser alguma coisa lá em baixo a sacudir a linha. Ferrei com a habitual esperança de todos os clubes que equipam de verde, e aí vem peixe a debater-se. À superfície, …era uma margota. Haverá coisa pior na vida que ferrar uma margota?! Parece um peixe bom, faz força, cabeceia, e vai na volta, uma caliqueira. Continuámos por ali, a fazer tempo, a “enrolar a manta”, na esperança de que algo diferente desse à luz. O Tó-Zé continuava a esfregar o cabo da cana no fundo do barco, a bater com ela em tudo o que era sitio, a fazer um cagaçal tremendo. Já aconteceram deslocações de placas tectónicas com muito menos ruído e agitação. É horrível pescar com pessoas assim. Às tantas, diz-lhe o meu colega Garcia: “ não percas a concentração, mas vem aí a Policia Marítima”. _ Não digas isso nem a
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brincar, que ficas com cancro na língua. Mas era mesmo a autoridade. Passámos mais meia hora a mostrar documentos, a balsa, os medicamentos, os extintores, as licenças, etc. Tudo em dia, mas mais tempo perdido para o TóZé, que entretanto perdeu o que já estava feito. Retornou pois à dura tarefa de tentar montar a sua cana. Corria à ponteira, corria até ao cabo a desengatar do carreto, e não dava conta da linha. Ao fim de umas horas de empreitada, acabou finalmente o trabalho, e preparou-se para iniciar a sua pesca. Lançou e sentiu de imediato um toque. Ferrou com a alma toda, de alentejano duro, e a cana dobrou até ao cabo. Com os braços crispados e duros como quem lança à mão fardos de palha para cima de uma roulotte, a pele das mãos a saltar com o esforço titânico de segurar a cana, que por sinal era dele. Se fosse a minha, tinha-a largado para o fundo, mas sendo assim, redobrou forças, cerrou os dentes e aguentou firme. Ficou vermelho às bolas como quem tem um fortíssimo surto de sarampo, mas não largou a cana…dele. Babava-se e espumava, enquanto fazia a força toda que tinha nos braços. Entendi que seria provavelmente um bom momento para lhe dar uma injecção de moral, ao estilo de treinador de futebol a meio de um jogo decisivo: _Vai Tó-Zé, não desistas! Tu consegues! Se lutares, lutamos juntos! Só podia ser um peixe cheio de força, encharcado em Viagra. E ele continuava a rodar a manivela e a dar fio ao bicho: _Conheci a minha Gertrudes num concurso de Miss T-Shirt molhada, no Alvito! E a linha a sair e ele todo
animado. Infelizmente era o fundo. Ao primeiro lançamento, o Tó-Zé ficou arrochado. Começámos a ouvir um silvo agudo. Dos ouvidos dele saía um jacto de vapor com a mesma força de um pipo de panela de pressão. Deu um pouco de fio para conseguir lançar as mãos ao trançado, para partir o terminal de nylon. Nisto, por azar, agarrou uma cabeleira tremenda na linha. Puxou uma ponta da linha com força e enleou ainda mais. A partir daí nem um controlador aéreo da TAP conseguiria desenlear aquilo. Respirou fundo, recitou uns versos do Novo Evangelho, cortou tudo à facada e voltou a começar a fazer uma pesca nova. Infelizmente, estava quase na hora de virmos embora, já só faltavam quatro horas de pesca, e atendendo ao tempo que ela leva a montar a baixada, não conseguiu voltar a lançar. Pescaria finda, meti rumo ao pôr-do-sol, direito a Sesimbra. Um dia de pesca pouco memorável, sem peixe, mas mesmo assim, para os convencer a sair de lá tive de lhes encostar um pano com clorofórmio ao nariz. Mais calmos, cloroformizados e atordoados, e na viagem de regresso, o Garcia ainda tentava iscar casulo à luz de fósforos. À chegada ao porto, o Tó-Zé continuava a tentar passar o nylon pelos passadores da cana. Terá conseguido acabar a tarefa pela noite dentro, quando já tinha Beja à vista. Mesmo a chegar a casa, foi surpreendido com fogo-de-artifício. Os vizinhos corriam de braços no ar, em todas as direcções. Em conversa com a sua amada Gertrudes, afinal ficou a saber que ela, por descuido e sem saber como, a preparar o jantar dele, tinha conseguido rebentar duas botijas de gás na cozinha.
Num dia bom acontece terem de o tirar em braços do barco
Tó-Zé depois de montar a cana diversas vezes, conseguiu apanhar uma cavala 2018 Setembro 381
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Pesca Embarcada
Texto e Fotografia: Redacção
GO Fishing Mais que mar
Embarcações novas, com 2 motores Honda 200 HP
A GO Fishing é mais do que uma loja de pesca. A GO Fishing também é mais que mar e rege-se por esse lema, apostando igualmente em charters de pesca de elevada qualidade, para todos os que procuram um serviço de excelência.
N
um país cada vez mais direccionado para o turismo, a marca apostou em três embarcações RODMAN de 9 metros, totalmente equipadas para a pesca desportiva, com 2 motores de 200 HP Honda, duas delas localizadas na Marina de Sesimbra e uma terceira na Marina de Ponta Delgada, em S. Miguel, Açores, para cumprir esse objectivo. Estivemos à conversa com Vitor Ganchinho, gestor da empresa, para saber qual o caminho deste projecto 48
que não se resume apenas a uma loja de pesca com produtos de topo. Notícias do Mar– O projecto GO Fishing é um projecto relativamente recente e abrange mais do que uma loja de pesca. Os charters são um complemento da loja ou a loja um complemento dos charters? O mar é só um, pese esteja dividido em oceanos. A GO Fishing é um pouco isso, uma empresa que é multifacetada nas suas variantes, mas que na globa-
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lidade das suas valências representa um todo, uma ideia. Nós gostamos de mar. Para nós, faz sentido sair para o mar, e para isso necessitamos das nossas embarcações, faz sentido pescar, e por isso necessitamos de equipamentos de pesca. E para nós, só faz sentido fazêlo em total segurança e com qualidade, daí o tipo de serviço proporcionado ser também um pouco melhor, diferente daquilo que é corrente. Não nos basta um dia de pesca “bom”.
Nós insistimos no conceito” um dia incrível”. Trabalhamos muito para isso. A verdade é que os nossos clientes quando voltam ao cais fazem-no com um sorriso nos lábios e com a ideia de que valeu a pena. E voltam a sair com a GO Fishing! A ideia de pesca/ aborrecimento, connosco não faz sentido. A pesca é muito divertida, é muito dinâmica, e nós levamos as pessoas a locais onde isso é uma evidência. Toda a gente pesca, e muito, mesmo os iniciados. Nós
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ros. Mas nós adicionamos muito valor a uma saída de pesca. Desde logo os equipamentos: a GO Fishing fornece a cada um dos pescadores canas e carretos e linhas topo de gama. As iscas estão incluídas e são frescas, de qualidade. Ou fornecemos jigs, vinis, etc, de marcas de primeira linha. Depois, apostamos muito em ir a locais onde existe efectivamente peixe. Isso significa fazer
muitos quilómetros de mar, porque todos sabemos que junto aos portos o que há são desertos sobre explorados. Entendo as empresas de charters marítimos: porque cobram muito pouco, não podem ir longe, porque o combustível é caro. Nós vamos. Por isso temos barcos rápidos, para fazer as distâncias em muito menos tempo. A seguir, o catering, que na maior parte
dos casos das empresas operadoras é inexistente, e que para nós é um complemento interessante, acrescenta valor ao nosso dia. Uma saída de pesca não é igual se tivermos uma taça de champagne, ou um bom vinho verde gelado na mão e umas lagostas frescas, uns perceves, uns lavagantes no prato. Nós adicionamos ao factor pesca muitas outras coisas, que na sua totali-
levamos miúdos que nunca pegaram numa cana de pesca, e …pescam a valer! E os pais vão com eles e adoram vê-los descobrir um mundo novo. NM – Foi esta euforia de turismo que levou a que as saídas de pesca se tornassem uma aposta cada vez mais forte? Sente-a como uma aposta forte? Nós trabalhamos muito com turistas. No segmento médio /alto, para o qual estamos vocacionados, os valores de saídas são um pouco acima dos 25, 30 euros que são correntes na praça. Os nossos valores começam nos 80 eu-
Lance espectacular, de um sarrajão feito em LRF com linha 0.06mm e amostra Xesta de 12 gramas 2018 Setembro 381
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dade transformam um dia vulgar, num dia inesquecível. Para o turista que nos visita, os nossos valores são correntes, diria até algo baixos, atendendo à qualidade do nosso serviço. Eles dizem-nos isso, ao fim do dia.
Quanta sabedoria e ciência, no olhar deste valenciano, o pai do Light Rock Fishing em Espanha
Gustavo Garcia a preparar o lanche para os clientes GO Fishing 50
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NM – O que pode um cliente esperar de uma saída de pesca na GO Fishing? Pode esperar tudo. Porque nós estamos vocacionados para esse “tudo”. Começamos por ensinar a pescar. Promovemos regularmente acções de formação na sede da empresa em Almada, e mostramos o que há de novo, em termos de técnicas e de equipamentos de pesca. Porque todos somos pescadores, falamos sobre pesca, sobre peixes, sobre segurança marítima. É sempre interessante debater pontos de vista, ir ao detalhe, contar experiências. A seguir, nós preparámos muito bem as embarcações para aquilo que fazemos, temos muito conforto, WC, camas, mesa de refeições, frigorifico, microondas, etc. Para além das inegociáveis
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Os sempre simpáticos e presentes golfinhos, numa magnifica foto de Carlos Abreu questões da segurança, (todos utilizam o obrigatório colete salva-vidas automático, em acto de pesca ou não), nós temos a bordo pessoas que são incansáveis a dar indicações, a ensinar a fazer, e os resultados falam por si: excelentes pescarias, divertimento garantido! Para além disso, são dadas informações de carácter turístico, explicamos como funcionam as correntes, os ventos, as razões de o
peixe estar aqui e não ali. Um pouco de cultura de mar nunca é demais. Para nós, o tempo que nos é concedido pelo cliente, seja estrangeiro seja nacional, é para ser disfrutado em pleno. Quem nos confia um dia da sua vida, está a entregar-nos nas mãos uma responsabilidade muito grande. Nós assumimos que a pessoa tem de chegar a casa e tem forçosamente de ter um turbilhão
Uma mesa de qualidade, para clientes de qualidade 2018 Setembro 381
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confia a sua segurança e conforto. Os comandantes GO Fishing são pessoas responsáveis, com mais de 30 anos de experiência.
orgânica, com vinis, com jigs metálicos. Lançamos desafios aos clientes! Nós promovemos o catch& release, a quantidade de peixe normalmente excede em muito aquilo que é necessário. Aquilo que nos é pedido é um dia bom, divertido, não é encher caixas de peixe para fritar em casa…são ideias diferentes. Voltar à Marina de Sesimbra, e fazer um almoço de meia tarde, com o peixe pescado pelo próprio, é interessante. Fazer uma colecção de peixe congelado no frigorífico …não é. Não penso que haja qualquer semelhança nos objectivos, nos meios, e sequer nas pessoas que pretendem um ou outro serviço. Por nós, não sentimos concorrência, de todo.
NM – A concorrência é sempre saudável. Sente que este tipo de serviço, bem diferenciado, pode melindrar a oferta existente ou acaba por haver espaço para todos? São conceitos diferentes. Uma coisa é acordar às 4 da manhã, pescar das 7.00h da manhã às 8.00h da tarde, chegar a casa às 11.00h da noite, tendo como único objectivo encher uma lata de peixe, com ou sem qualidade, com ou sem tamanho legal, com melhor ou pior ambiente a bordo, com linguagem mais ou menos própria, sem mover uma perna, porque não há espaço. Outra bem distinta é sair à pesca com amigos, homens e mulheres, pescar uns peixes, largar alguns de volta à água, conversar com pessoas, provar uns petiscos, experimentar um bom vinho, pescar a mesma espécie de peixe utilizando técnicas e equipamentos de pesca diferentes, com isca
NM – Com um par de anos de serviço como definiria a procura que este serviço tem em termos de clientela? Que outro tipo de serviço pode a GO Fishing proporcionar como complementos à pesca? A procura tem vindo a subir, a ponto de já necessitarmos de mais comandantes para os nossos barcos. Quem nos contacta pretende ter garantias de serviço com qualidade, mais do que qualquer outra coisa. São pessoas exigentes, sabem o que querem, e muitas delas já passaram por serviços alternativos, baratos, sem garantias. E preferem pagar um pouco mais, mas saber o que vão encontrar, saber que colocam a sua família, os seus amigos, em boas mãos. Porque fazer um charter marítimo bom, tem custos. E a conclusão a que chego é de que existem pessoas para quem uma saída num barco a gasóleo agrícola, com
Um momento de felicidade, na lente de Carlos Abreu de emoções, de sorrisos, de fotos, de filmes, de vontade de partilhar as experiencias vividas com os seus amigos próximos. Os nossos clientes voltam e trazem amigos. E por isso crescemos enquanto empresa. Faz parte das nossas
preocupações sair com boas condições de tempo. Não nos encontrarão no mar a ver sofrer os clientes, e a encolher os ombros. Quando saímos, fazemo-lo por sabermos ter condições de mar para poder proporcionar um dia agradável a quem em nós
Gustavo Garcia com um pargo de 5kgs. Captura filmada para um programa do Canal Caza & Pesca, de Madrid 52
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Barcos de 2 motores são uma segurança acrescida numa embarcação MT 3 horas de caminho até ao local de pesca, com um espaço de 50 cm para posicionar o corpo durante 12/ 14 horas, sem WC, sem comida, sem equipamentos de segurança de qualidade, com um só motor (e quantas vezes velhinho e sem revisões), sem mais do que uma caixa à frente para pôr peixe, …vai bem. E para outras pessoas, … não. Há quem queira muito mais do que isso, e nós GO Fishing estamos preparados para essas exigências.
Relativamente a outros serviços relacionados com pesca, e para além das acções de formação em terra, que desenvolvemos na GO Fishing em Almada, temos a apresentação de técnicas novas, o LRF, Light Rock Fishing, que tem sido um sucesso. Vamos agora começar a pescar com uma técnica japonesa, a Tenia, que tem sido um sucesso para os sargos, os pargos, etc. Não nos cansamos de inovar, e com isso ir ao encontro das expectativas dos nos-
Os estrangeiros adoram os nossos queijos frescos de cabra, e os lavagantes 2018 Setembro 381
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sos clientes.
Um amigo dinamarquês com uma bonita abrótea. Cliente feliz!
NM – Como vimos hoje, um lanche ao estilo “marisqueira” é sempre um mimo. É sempre assim ou são os clientes que têm essa opção? O nosso lema é “mais que mar” e não é por acaso…sair connosco é mesmo mais que pescar peixe. Também na área do catering procuramos ser diferentes. É seguramente difícil encontrar na área da pesca desportiva nacional quem dedique tanta atenção aos pormenores como nós. Se oferecemos lagostas, elas têm de ser absolutamente frescas, de proveniência controlada, se tratamos de perceves, queremos saber de onde vieram, quando foram capturados, qualidade das águas no local, etc. Prestamos muita atenção ao ponto de cozedura das ca-
nilhas, dos lavagantes, … queremos tudo perfeito. Também as bebidas têm as suas temperaturas certas, e estamos sempre atentos. Procuramos ajustar a oferta ao tipo de pessoas que temos a bordo. Se são estrangeiros, já sabemos que os mariscos locais são sempre objecto de mais curiosidade. Os nossos perceves da Arrifana, da Carrapateira, de Peniche, são campeões de cometários abonatórios. As canilhas do Algarve são objecto de grande curiosidade. O nosso vinho verde de marca própria, GO Fishing, feito em Melgaço, é apreciado. Oferecemos sempre umas garrafas aos participantes, em embalagens de cortiça com o nosso logotipo. Mas também a nossa tábua de queijos e pão da Lagoínha vale uns quantos…likes!
Dos melhores pescadores europeus no activo: Raúl Gil e António Pradillo, de Valência. 54
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Formação Tow-In e Resgate na Nazaré Formação Contínua para Renovação de Cédula de Treinador Desportivo (TDT) está Inserido no calendário anual de formações e eventos do CAFT - Centro Avançado de Formação e Treinos da Nazaré, a Jet Resgate Portugal .
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ertificada pelo IPDJ, à ação de formação de Tow-In Surf e Resgate com Moto de Água atribui 10 UC’s (componentes geral e específica), para a renovação da Cédula de Treinador Desportivo (TDT). Ramon Laureano, director do curso explicou: “Esta formação vem abrir novos horizontes aos surfistas, bodyboarders, instrutores e escolas de surf e kite e está direcionada para todos os que buscam conhecimento prático e teórico nas técnicas de resgate em ondas (com moto de água), pilotagem de moto de água para a prática de tow-in ou tow-out surf, os riscos envolvidos na sua prática, suas variáveis e conduta perante a sociedade e o meio ambiente.” Alessandro Rodrigues, responsável pedagógico, acrescentou que “A partir de agora os treinadores desportivos podem obter a totalidade dos créditos necessários (gerais e específicos) para
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a renovação do seu título de treinador através de uma só ação de formação.” A escolha da Nazaré não é coincidência, a Praia do Norte em particular, é um dos locais mais exigentes e desafiadores do mundo para pilotagem, aqui os formandos encontraram condições de aprendizagem que os habilitam a agir em segurança em qualquer parte do mundo. Este curso é destinado a todos os que sonham surfar ondas grandes, surfadas longas, rápidas e sem remadas, se queres aprender em segurança e com algum dos mais experientes e competentes Water Patrol e surfistas de ondas grandes da atualidade então este curso é para ti. As vagas são limitadas! Calendário 21, 22 e 23/9 - Aula Teórica e Aulas Práticas (águas calmas) 28, 29 e 30/9 - SBV, Primeiros Socorros e Aulas Práticas (mar aberto) Outras
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Informações Ação de Formação Contínua creditada pelo IPDJ para a REVALIDAÇÃO DO TÍTULO PROFISSIONAL DE TREINADOR DE DESPORTO conforme o estabelecido no Conforme o estabelecido pela Lei n.º 40/2012, de 28 de agosto, em conjugação com Portaria n.º 326/2013, de 1 de novembro; Atribuição de 10 unidades de crédito (5uc de formação específica e 5us de formação geral); Modalidades: Surf, Surfing, Bodyboard, JetSki, Kite; Todos os formandos recebem certificado homologado pela Jet Resgate Portugal; Todo o material técnico necessário à aprendizagem será fornecido pela Jet Resgate Portugal; Todos os participantes deverão levar fato isotérmico, botas e luvas de neoprene. Inscrições e Infomações Susana Laureano | (+351)
965 790 580 | jetresgatept@ gmail.com Facebook | JET RESGATE PORTUGAL (Formação) Sobre a JET RESGATE PORTUGAL A JET RESGATE PORTUGAL atua na área de segurança aquática e formação de tow-in surf e O.R.M.A. (Operador de Resgate com Mota de Água) em território nacional desde 2007. Liderada pelos instrutores Ramon Laureano e Alessandro Rodrigues, ambos profissionais altamente qualificados e treinados, surfistas experientes e conhecedores do oceano. Nossos operadores são treinados em Acesso e Gestão de Riscos e certificados em Operador de Resgate com Moto Aquática (ORMA), Primeiros Socorros, Salvamento Aquático, Reanimação Cárdio-pulmonar (RCP), Vazamento de Óleo no Mar: Aspectos Ecológicos e Combate a Emergências. Entre os mais de 150 alunos formados pela JET RESGATE PORTUGAL encontram-se alguns dos mais conhecidos e renomados Big Riders nacionais e internacionais, tais como Joana Andrade, João de Macedo, Pedro Monteiro (Pekas), João Guedes, Ricardo Faustino, António Rodrigues e António Laureano, o surfista português mais jovem a surfar a Nazaré, dentre muitos outros. A JET RESGATE PORTUGAL está presente em Portugal Continental, Açores e Galiza a partir das suas bases na Nazaré, Cascais, Porto, Ribeira Grande e Vigo, todas totalmente equipadas e com instrutores qualificados Jet Resgate Portugal.
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Notícias do Mar
Últimas Campeonato do Mundo de Pesca Submarina
Ministra do Mar na abertura do Campeonato em Sagres
Adelino Soares, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Ana Paula Vitorino, Ministra do Mar e Ricardo José, Presidente da FPAS
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agres recebeu nos dias 7 a 9 de Setembro a 31ª edição do Campeonato do Mundo de Pesca Submarina Masculina e a 1ª Taça do Mundo de Pesca Submarina Feminina, organizada pela Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas (FPAS), sob a alçada da Confederação Mundial das Atividades Subaquáticas (CMAS) e em parceria com a Câmara Municipal de Vila do Bispo. O evento arrancou com uma simbólica ação de libertação de espécies marinhas no oceano, na Ilha do Martinhal. Esta iniciativa orquestrada pela FPAS, em parceria com o IPMA e a Marinha Portuguesa, teve como intuito promover o equilíbrio ecológico e realçar a preocupação ambiental dos praticantes de pesca submarina. Este momento contou com a presença da Ministra do Mar, Ana Paulo Vitorino, do Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, com o Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário,
com o Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Adelino Soares, e a Presidente da Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas, Anna Arzhanova. Seguiu-se a Cerimónia de Abertura do Campeonato, com o desfile pelas ruas de Sagres e respetiva apresentação das 23 seleções participantes. No seu discurso de abertura, o Presidente da Câmara de Vila do Bispo, enalteceu o trabalho feito pela Ministra Ana Paula Vitorino em prol do mar e da região, sobretudo com a inauguração de uma nova doca de pesca e com a presença no arranque de uma prova internacional que tem o mar como protagonista. Logo depois, subiu ao palco a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que destacou o quão “especiais os eventos ligados ao mar” são para si. “Este género de atividades não se trata só de uma questão de forma física, é uma questão de respeito pelo mar e pela sustentabilidade ambiental”, afirmou. Já Ricardo José, Presidente da FPAS,
sublinhou “o desafio que é para uma federação desta dimensão organizar um evento desta amplitude”, pela que a colaboração de todos os parceiros e instituições foi essencial para a sua realização. A cerimónia encerrou com o hastear da bandeira portuguesa e da CMAS, acompanhadas do respetivo hino. A competição arranca no Sábado às 10:00 e termina no Domingo com a pesagem final agendada para as 16:00. O evento culmina com a Cerimónia de Encerramento e Entrega de Prémios ao final da tarde
no centro da vila de Sagres. A iniciativa tem como objetivo promover a prática da pesca submarina, desconstruindo alguns mitos relacionados com este desporto. Neste sentido, importa referir que só são permitidas capturas das espécies com valor desportivo, identificadas no regulamento particular da prova, com limites mínimos de peso e quotas por espécie. Todas as capturas realizadas durante a prova serão oferecidas a instituições de solidariedade social. Nesta prova, a equipa portuguesa será orientada por Rui Torres que tem na sua lista de convocados os atletas Jody Lot, André Domingues, Pedro Domingues, Matthias Sandeck, João Peixeiro e Miguel Santos.
Libertação de espécies marinhas no oceano, na Ilha do Martinhal
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2018 Setembro 381