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Notícias do Mar
59ª edição do Genoa International Boat Show
Texto e Fotografia João Carlos Reis
Salão de Génova Mantém a Tendência de Crescimento
Mais uma edição do Salão Náutico de Génova realizada e os números revelam a mesma tendência. A edição deste ano confirmou o crescimento e chegou aos 188.404 visitantes, crescendo 8% em relação a 2018, tendo registado um pico diário máximo de 43.000 visitantes no Sábado. O evento contou com 986 expositores e vários pedidos de aumento de área, tanto na água como no Mar.
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ste evento é o momento por excelência para
apresentações, debate e discussão dos assuntos mais prementes. As con-
ferências, os seminários técnicos, as reuniões e festas proporcionadas
Aumentou a área de exposição de veleiros 2
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pela ForumUCINA (muitos organizados pelos próprios expositores) são uma excelente oportunidade de networking e fonte de informação. Mais de 1.000 embarcações em exposição O Salão Náutico de Génova contou este ano com 986 expositores, de 28 países e 5 continentes, proporcionando mais de 200.000 metros quadrados de área de exibição em água e em terra, para mais de 1.000 embarca-
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As grandes marcas de iates a motor apresentaram mais novos modelos
ções em exposição. 150 operadores e jornalistas, de 25 países estiveram presentes, como parte da missão comercial para empresas estrangeiras e delegados da Media, organizados pelo Ministério do Desenvolvimento Económico de Itália e a Agência Italiana de Comércio (ITA). O projecto Tech Trade contou com a participação de 45 empresas e startups que se reuniram com mais de 60 expositores italianos, num total de 610 reuniões B2B. 65% dos visitantes tem mais de 30 anos, 90% vivem activamente o mar, 40% são gerentes ou profissionais do sector,
26,5% são estrangeiros e 1.450 são jornalistas (provenientes de 30 países). Nas embarcações marcaram presença mais uma vez, a Amer Yachts, a Azimut, a Beneteau a Cranchi, a Dufour, a Jeanneau, a Monte Carlo, a Mylius, a Princess, a Sanlorenzo, que expuseram o seu portefólio e novidades, apresentando algumas premières. Destacamos os novos Mylius 60 CK, Sanlorenzo SD96, Azimut 45, Azimut S6 e o Azimut 78 ou ainda o Jeanneau NC 37. Nos motores a Yamaha apresentou o novo F375 XTO. A Honda Marine, a Suzuki e a Yamaha fizeram testes de semi-
O espaço de exposição dos Grand Soleil
Área da Suzuki
Passagem para a zona dos semi-rígidos para serem testados 2019 Novembro 395
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Área da Yamaha e Capelli
Saída de semi-rígidos para testes
Os novos Yamaha F375A e F425A 4
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rígidos equipados com as gamas de motores fora de borda. A Mercury apresentou as várias gamas de motores fora de borda e as soluções de motores inboard. Os acessórios e electrónica mantêm uma área de exposição no Pavilhão
principal com as marcas: Humminbird, Raymarine e Garmin a marcarem mais uma vez presença. A marca portuguesa de aerogeradores para embarcações SilentWind continua a marcar presença através de um representante. Um encontro com Norberto Ferretti Para além de um programa repleto, tivemos ainda oportunidade de assistir à palestra final da série “Incontri in Blu. Uomini, donne and storie di mare”, no Museu Marítimo Gala-
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Stand Suzuki
ta de Génova. Parte do calendário GenovaInBlu, com moderação do jornalista Fabio Pozzo, dedicado a homens, mulheres e histórias do mar. O convidado da noite foi Norberto Ferretti, pioneiro da navegação e fundador do grupo que ainda mantém o seu nome.
Os novos Suzuki DF350A
O mar aberto aos testes em água O Salão Náutico de Génova tem a característica única de ter uma grande parte das embarcações em água. O facto de ser
Stand da Capelli 2019 Novembro 395
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Stand Mercury
Motores Mercury V8
Stand Honda
dos primeiros salões europeus a expor as novidades é importante, pois é um bom momento para lançamentos, apresentação de novidade. Graças à enorme doca, à entrada do porto de Génova, este evento destaca-se por ser o que maior número de embarcações tem dentro de água na Europa, desde um pequeno pneumático de 2,50 metros até ao Sanlorenzo SD96. As embarcações com mais de oito metros de comprimento, estão dentro de água com as popas amarradas a pontões, de modo acessível para serem visitadas e saírem para o mar para os tes-
Os novos Honda V6 Sport White 6
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tride. Em três planos de água, os visitantes podem ver veleiros, semi-rígidos, sport iates e iates a motor, catamarans e os Megayachts. Esta é a melhor forma de se ver e visitar um barco, ao ar livre. Os testes são um momento único, que muitos dos visitantes não prescindem e que o Mar, fantástico e com muito boas condições para a prática das actividades náuticas propicia. A disposição das embarcações dentro de água, ajudam o entrar e sair de embarcações, que num corropio o dia todo, fazem deste evento um momento ideal testar o seu “futuro” barco. Toda a doca respira esse ambiente de expectativa, de descoberta. Entramos e sabemos que vamos testar ou experimentar algo diferente. Marcas como a Yamaha, a Suzuki, a Honda ou a Mercury tinham espaços destacados e muito frequentados no pontão. Fomos muito bem recebidos, o ambiente era agradável e convidativo e as condições ideais para testar, para experimentar as novidades ou diferentes modelos. Na Marina em Génova foi um entra e sai de embarcações, dos mais variados tipos, tamanhos, potências, com mais ou menos pessoas, o dia todo. A atestar o sucesso do salão estão os milhares de testes de mar feitos, que aumentaram de 4.780, em 2018, para 5.622. A 60.ª edição terá lugar de 17 a 22 de Setembro de 2020.
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Texto e Fotografia João Carlos Reis
59ª edição do Genoa International Boat Show
Boating Economic Forecast
Um estudo elaborado pelo Departamento de Análise de Mercado da UCINA
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Conferência
Conferência Forum Ucina 8
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“Boating Economic Forecast” é uma oportunidade para saber os números que caracterizam o sector. Para debater a apresentação da 40.ª edição do estudo estiveram presentes Marco Fortis, da Fundação Edison / Universidade Católica, Enrico Duranti, Presidente da Assilea (Associação de Leasing Italiana), Giorgio de Rita, SecretárioGeral da Censis, Stefano PaganiIsnardi, Director do Departamento de Análise
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de Mercado da UCINA, Saverio Cecchi, Presidente da UCINA, Mario Mattioli, Presidente da Federação do Mar Italiana, Mauro Coletta, Director-Geral de Transporte Marítimo (Ministério Italiano das Infra-estruturas e Transportes). Este estudo é elaborado pelo Departamento de Análise de Mercado da UCINA, em parceria com a Fundação Edison e tem o reconhecimento do Ministério Italiano das Infra-estruturas e Transportes, sendo um ponto de referência importante para os profissionais do sector, pois fornece às empresas, instituições e operadores dados e conteúdos fundamentais para analisar em detalhe a situação económica actual da indústria da náutica de recreio Italiana. Em 2018 o sector chegou aos 4,27 mil milhões de euros de receitas, +10,3% comparado com 2017 e um aumento de dois dígitos pelo quarto ano consecutivo. A indústria da náutica de recreio de Itália registou uma recuperação significativa e agora consolidada, dos números mais baixos atingidos em 2013, as receitas cresceram 75%, um desempenho superior a todos os outros sectores em Itália. O emprego directo aumentou também (para um total
Os estaleiros são o segmento mais significativo a contribuir com a receita da indústria recreativa
Em 2018 o sector chegou aos 4,27 mil milhões de euros de receitas, +10,3% comparado com 2017
As exportações Italianas seguem com uma tendência positiva
Quanto aos principais mercados externos, os EUA são os primeiros 2019 Novembro 395
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Os estaleiros Italianos são líderes a nível mundial nos Superyachts de 22.310, +13,8% comparando com 2017 e perfazendo mais de 20% nos últimos dois anos), bem como a contribuição da indústria para o PIB nacional (2,02‰, um aumento de 10,6% em relação ao ano anterior). A indústria de construção naval como um todo, também está em crescimento, reflectindo a tendência global e atingindo um crescimento de 10,7%, totalizando 1,48 mil milhões
de euros, com um aumento específico na produção de barcos de recreio para o mercado doméstico Italiano, de 15,2%. Os estaleiros são o segmento mais significativo a contribuir com a receita da indústria recreativa (2,75 mil milhões de euros, o que perfaz 64,5% do total), seguido pelos acessórios (1,16 mil milhões de euros, uma contribuição de 27,1% do total)
A indústria da náutica de recreio de Itália registou uma recuperação significativa
e motores (358 mil milhões de euros, 8,4% do total). As exportações Italianas seguem com uma tendência positiva. O sector que permitiu à indústria náutica Italiana reagir efectivamente à crise que atingiu os mercados mundiais, graças à «excelência dos produtos Italianos», reconhecidos mundialmente, confirmando a «liderança mundial da Itália na produção de Superyachts (yachts com mais de 24 metros de comprimento)». Este último segmento vê novamente os estaleiros Italianos como líderes a nível mundial, respondendo por 46% dos pedidos mundiais, de acordo com o Global OrderBook. Os semi-rígidos Italianos com mais de 7 metros também ocupam o primeiro lugar no mundo. No quadro de líderes dos exportadores mundiais (no sector da construção de bar-
Os visitantes mostram também o crescimento da actividade náutica 10
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cos), em 2018 a Itália aparece em segundo lugar, logo a seguir à Holanda, com 2,175 mil milhões de dólares e 13,2% das exportações mundiais, mostrando um crescimento de 16,1% desde 2017. Quanto aos principais mercados externos, os EUA são os primeiros em unidades de lazer exportadas de Itália (23,9% do total das exportações), com um valor de 476 milhões de dólares. Uma das tendências mais claras da actualidade no sector, que em 2017 já tinha triplicado o seu valor em relação a 2013, é o do leasing náutico. “O sector do leasing financeiro, em particular, representa agora 80% das compras, a maioria delas para uso pessoal e para novos produtos.”, comentou Enrico Duranti. Marco Fortis, acrescentou: “A produção doméstica é muito articulada e de qualidade excepcional, influenciando muitos tipos diferentes de produtos. O excelente desempenho demonstrado pelas nossas empresas deriva, sobretudo, da enorme procura por produtos Italianos nos mercados internacionais: somente as exportações de barcos feitos na Itália valem mais de 2 mil milhões de euros hoje em dia.” Para finalizar, Saverio Cecchi, Presidente UCINA Confindustria Nautica: “Os números anunciados hoje confirmam que este é o sector em que o governo tem de se concentrar para impulsionar a economia e o emprego, especialmente no que diz respeito ao aumento significativo da força de trabalho no sector, que nos últimos dois anos registou um aumento incrível de 20% em emprego directo”.
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Texto e Fotografia João Carlos Reis
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O Mylius 60 CK
O Mylius 60 CK é um projeto completamente novo
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Mylius 60 CK é um projeto completamente novo, um offshore-racer & performance cruiser. O “Cippa Lippa X” é o primeiro Mylius produzido com
quilha inclinada, a evolução desportiva do Mylius 60FD. Um iate concebido para desempenhar um papel de liderança nas mais importantes regatas offshore, mas também está equipado com
espaços suficientes para garantir um confortável cruzeiro de verão no Mediterrâneo. O conceito do Mylius 60CK, de acordo com os desejos expressos do seu primeiro proprietário, Guido
A construção toda em carbono 12
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Paolo Gamucci (proprietário da Cippa Lippa, ndr), foi desenvolvido para fornecer ao iate um sistema de quilha de ponta, alcançando um grande aumento de estabilidade com um calado contido (3.500 mm) em relação às dimensões gerais do barco. A construção toda em carbono (as estruturas do piso foram construídas em sistema de fibra de carbono préimpregnado) e a redução do peso do lastro, permitida pela quilha, permitem conter o deslocamento do iate abaixo das 15,0 toneladas em condições de iluminação/ lightship conditions. Os volumes do casco foram totalmente reprojetados, considerando as velocidades de navegação mais altas e os ângulos de inclinação reduzidos previstos: proporções mais altas de LOA / LWL e Bmax / BWL, volumes de proa mais amplos, secções intermédias alargadas para melhorar a estabilidade
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O iate mostra interiores ensolarados e desportivos
Existe um amplo uso de fibras de carbono, mas o conforto necessário transversal, saída traseira extremamente plana, assim, foram projetadas uma redução considerável da profundidade do corpo da canoa e um balancim menor. Graças à maior estabilidade fornecida pelo sistema de quilha, o 60 CK mostra um plano de vela generoso, permitindo definir as proporções de área de vela relativa a favor e contra o vento próximas às de um racer puro.
Apesar da preservação da imagem de marca da Mylius, a área do convés foi redesenhada para um uso mais acelerado: os pedestais da direção foram movidos para a frente e a pista da vela principal está à popa; os guinchos das adriças estão do lado da escada; os guinchos principais, os guinchos de vela grande (sistema alemão) e os guinchos traseiros estão alinhados nas laterais
O layout propõe uma cabina grande para os proprietários 2019 Novembro 395
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Cabines duplas para os convidados
O sistema de quilha basculante sob cabine não interfere nos espaços habitáveis
A área do convés foi redesenhada para um uso mais acelerado do cockpit. No modo de corrida, o sistema de potência do guincho a bordo é fornecido por um sistema hidráulico (PTO no motor principal), embora
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as baterias de lítio sejam capazes de fornecer energia suficiente para garantir manobras de cruzeiro. O iate mostra interiores ensolarados e desportivos,
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com amplo uso de fibras de carbono, mas o conforto necessário para os cruzeiros desportivos é economizado. O estudo cuidadoso dos arranjos internos e dos níveis do piso permite conter as dimensões gerais do sistema de quilha basculante inteiramente sob a sola da cabine e a caixa de alumínio não interfere nos espaços habitáveis. O layout propõe uma cabina grande para os proprietários e cabinas duplas para convidados, todos os armáriosfornecidos; a cozinha e a mesa ficam ao lado da entrada principal; são fornecidos armários adicionais para roupas e equipamentos de navegação. A cabina da tripulação para dois está na proa.
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Texto e Fotografia João Carlos Reis
O Ponto Nemo tem Microplásticos
AkzoNobel, da The Ocean Race
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ubimos a bordo do barco AkzoNobel, da The Ocean Race, que esteve presente no Salão Náutico de Génova e tivemos oportunidade de falar com um membro da tripulação que circumnavega o mundo, integrado
na mítica The Ocen Race (anteriormente conhecida por Volvo Ocean Race e que teve stopover em Lisboa). Esta prova passa em alguns dos locais mais inóspitos e isolados do Mundo e a ideia de poder monitorizar a rota, bem como o que se passa
nesses locais muitas vezes inacessíveis pareceu óbvia. A prova The Ocen Race, para além de testar as embarcações ao máximo e de levar os seus tripulantes ao limite, permite que se olhe para os Oceanos de uma forma mais atenta e que se
Localização do Ponto Nemo ou Pólo Oceânico de Inacessibilidade, Coordenadas: 48°52’6”S 123°23’6” W 16
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faça medidas, que funcionam como uma fotografia do estado dos nossos Mares. Para isso há um membro de uma das equipas (um técnico científico) que está encarregue de fazer medições, de manter e cuidar do equipamento OceanPack RACE, que foi instalado num dos barcos (a honra coube à AkzoNobel). Tendo sido fei-
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AkzoNobel,é um barco afinado no máximo to à medida e embutido no chão da cabina do barco, o sistema foi financiado pela Volvo Cars e representou um investimento de aproximadamente 600.000 euros. O OceanPack RACE é composto por dois componentes, o próprio sistema de medição que faz leituras de Salinidade, CO2, PH, temperatura e outros dados necessários à análise científica, mais um filtro de plásticos. Através de um sistema complexo de filtros e de sensores, fazem-se uma série de medidas diárias (como se trata de uma corrida o sistema não está sempre a funcionar, mas é activado ao mesmo tempo que se produz água potável, usa-se o “water maker” diariamente e corre-se o sistema). O sistema tem 3 tamanhos de filtros que são mudados de 24 em 24h e que
vão rodando, da malha mais fina à maior, permite fazer diferentes tipos de medições. Quando se muda de filtro basta tirar a hora e a data, que o sistema GPS integrado, regista o resto. Chegados a terra, uma caixa com as análises feitas é entregue no laboratório na Alemanha, que devolve os resultados em 10 dias. Para quem conhece o Mar, as correntes, os ciclos e a interligação que existe entre os vários ecossistemas já devíamos estar à espera do que nos foi confidenciado, foram detectados microplásticos no Ponto Nemo. O Ponto Nemo, também muitas vezes referido como “Pólo Oceânico de Inacessibilidade”, é o local mais distante de qualquer continente ou ilha no planeta Terra, seja ela habitada ou não. É um ponto no Oceano Pací-
OceanPack RACE
Uma proa que passa pelos míticos mares fico, mais precisamente no Pacífico Sul, com as coordenadas: 48°52’6”S 123°23’6” W. Para terem uma ideia,
no Ponto Nemo, o humano mais próximo de nós está a bordo da Estação Orbital Internacional.
A prova The Ocen Race, para além de testar as embarcações ao máximo 2019 Novembro 395
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Texto e Fotografia João Carlos Reis
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Sanlorenzo e BMW Lançam Parceria para Eventos Internacionais
A Sanlorenzo e a BMW Itália lançaram uma parceria
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Sanlorenzo e a BMW Itália lançaram uma parceria para eventos internacionais, numa conferência durante o Génova Boat Show. Apresentaram também a primeira instalação “The Ark”, projectada por Piero Lissoni, resultado das sinergias entre ambas as marcas. Entre o
mito e a realidade, artesanato e tecnologia, Piero Lissoni reinterpretou o casco de um iate SX112, imaginando-o como uma arca com uma forma atípica que contém dois automóveis BMW X7, para ilustrar sua evolução. Os dois carros cromados, como se forjados em metal, foram transformados em
Nos iates Sanlorenzo a habitabilidade interna atinge níveis máximos 18
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esculturas futuristas que se tornam um símbolo da vanguarda, da vontade de ousar fazer uma ruptura clara com as convenções, de ter a coragem da inovação, compartilhada pela BMW e Sanlorenzo. O SX112 da Sanlorenzo, escolhido para a instalação, expandirá a gama SX lançada em 2017, com o primeiro
iate SX88, seguido em 2018 pelo SX76. Ambos os modelos foram apresentados na sua estreia nas versões com design de interiores de Piero Lissoni, que através de seu trabalho inovador desenvolveu pela primeira vez um iate em plano aberto, um “barco social” onde a habitabilidade interna atinge níveis máximos.
Conferência na Sanlorenzo
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Economia do Mar
Pão do Mar e Pão de Algas Vão Expandir-se
A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria desenvolveu pão de recursos marinhos Quatro anos após a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria, ter criado em laboratório o Pão d’Algas e depois o Pão do Mar, o Grupo Calé, empresa de panificação de Leiria que se interessa pelo desenvolvimemto de pães inovadores e produz estes dois pães apenas para Leiria e Peniche, está em vias de establecer acordos de parceria com outros panificadores, para expandir o Pão d´Algas e o Pão do Mar, para o restante país.
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Pão dAlgas sem sal é um produto nutricionalmente muito saudável 20
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parceria do Instituto Politécnico de Leiria com o grupo Calé teve o seu início com o desenvolvimento, em 2015, do Pão d´Algas e resultou do objectivo do grupo de investigação Marine and Environmental Sciences Centre de Leiria desenvolver novos produtos, onde os recursos marinhos desempenham um papel preponderante. Susana Mendes, coordenadora da equipa de investigação do Instituto Politécnico de Leiria e responsável pelos produtos Pão do Mar e Pão dÁlgas explicava na altura “Acompanhando a
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tendência e as exigências dos consumidores, estamos em crer que a colaboração entre os investigadores do IPLeiria e as inúmeras entidades privadas com as quais temos vindo a trabalhar, tem proporcionado um contributo inovador e diferenciador com resultados comprovados, e produtos muito bem aceites pelo público”. “E se o pão tivesse… algas?” foi assim apresentado no restaurante Nau dos Corvos, em Peniche, pelo Grupo de Investigação em Recursos Marinhos, unidade de investigação do Instituto Politécnico de Leiria, um projecto pioneiro e inovador, que apresenta uma alternativa saudável ao pão tradicional. Este novo produto contou com o financiamento do programa Mais Centro, e o apoio da Câmara Municipal de Peniche. O Pão d’Algas que foi desenvolvido pelo GIRM em colaboração com as empresas Calé e ALGAplus, assumiu-se como uma alternativa mais saudável ao pão tradicional por não ter adição de sal. As algas marinhas conferem naturalmente ao pão um teor de sal e um óptimo sabor, que torna desnecessária a adição de sal, sendo por isso um produto nutricionalmente mais saudável. Este projecto envolve a produção sustentável de algas pela empresa ALGAplus, para serem utilizadas na fabricação do pão. O Pão d’Algas, por não ter sal, é
As algas marinhas conferem ao Pão dAlgas um natural teor de sal e um óptimo sabor
Pão do Mar é um pão saído das conchas com farinha de bivalves e sem sal
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Pão do Mar é importante para a saúde, nomeadamente a nível cardiovascular
certamente um aliado em regimes restritivos deste condimento/mineral», explica Susana Mendes, coordenadora do projecto “o Pão d’Algas surgiu da vontade de descobrir novas utilizações para as algas marinhas, e de potenciar com sucesso a capacidade das algas para o setor alimentar” Pouco tempo após ser apresentado, o Pão D’Algas conquistou o 3.º lugar no I Concurso InovCluster de Produtos Alimentares Inovadores, promovido pela InovCluster – Associação do Cluster Agroindustrial do Centro. Pão do Mar: Um pão saído da concha!, foi assim apresentado devido ao Instituto Politécnico de Leiria ter
O Pão dAlgas é uma alternativa mais saudável ao pão tradicional por não ter adição de sal 22
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Pão do Mar tem baixo teor de gorduras e é uma fonte de ácidos gordos ómega 3 criado um pão com farinha de bivalves e sem sal. Destaca-se por na sua formulação integrar farinha de bivalves, apresentar baixo teor de gordura, não ter qualquer adição de sal e, adicionalmente, ser uma fonte de ácidos gordos ómega 3. O desenvolvimento do Pão do Mar decorreu da execução de um vale I&D. “À semelhança do Pão d’Algas, o Pão do Mar mantém todas as características organoléticas que o consumidor, em geral, exige e está habituado. É um produto que dá resposta a um segmento de consumidores com restrições ao nível do sal, sendo que a presença de bivalves confere ao pão características de elevado potencial nutricional, com baixo teor de gorduras, sendo ainda uma fonte de ácidos gordos ómega 3” esclarece ainda a investigadora
Susana Mendes. “Ambos os produtos são alternativas saudáveis ao pão tradicional, com benefícios
importantes para a saúde, nomeadamente a nível cardiovascular bem como para colmatar a carência
de iodo patente na alimentação dos portugueses”, concretiza a coordenadora da equipa de investigação.
Confeitaria do Grupo Calé em Peniche que fabrica os pães inovadores 2019 Novembro 395
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Investigação do Instituto Politécnico de Leiria
Politécnico de Leiria na linha da frente da inovação alimentar
Insvestigação de recursos marinhos produz produtos alimentares São inúmeros os exemplos de produtos inovadores relacionados com o recurso Mar, desenvolvidos na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria (ESTM/IPLeiria), e no centro de I&D, CETEMARES, fruto da investigação aplicada desenvolvida em parceria com empresas do sector.
O
sucesso alcançado é visível e traduz-se nos
produtos que estão a ser produzidos e comercializados com sucesso em Portu-
gal e no estrangeiro. - Gelado artesanal de algas e kefir
Gelado artesanal de algas e kefir 24
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- Pão dÁlgas - Gin Nautilus ~ Azeite para saladas aromatizado com algas - Paté de lapa com medronho - Hambúrguer de pescado - Almôndega de cavala Gelado artesanal de algas e kefir. o gelado que faz bem! - Produto desenvolvido por: Grupo de Investigação em Recursos Marinhos (GIRMIPLeiria), para a Geladaria Emanha - 1.º prémio no Concurso InovCluster de Produtos Alimentares Inovadores, promovido
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pela InovCluster – Associação do Cluster Agroindustrial do Centro Um gelado único, inovador e saudável à base de kefir e algas marinhas, adequado inclusivamente para intolerantes à lactose, desenvolvido pelo GIRMIPLeiria para a Geladaria Emanha (Figueira da Foz). Trata-se de um projecto de investigação desenvolvido no âmbito de financiamento promovido pelo QREN/ IAPMEI/MaisCentro (Vale Inovação). As algas têm um elevado potencial nutricional e funcional, pois permitem a adição de compostos naturais com grande capacidade antioxidante e têm a presença de ácidos gordos benéficos para a saúde, como o ómega 3. O kefir é uma colónia de microrganismos que, entre outras coisas, consome lactose, é formado por mais de quarenta tipos diferentes de lactobacilos e leveduras, e oferece ao organismo humano muitos benefícios, relacionados por exemplo com a regulação da flora intestinal e melhoramento do trânsito intestinal. A capacidade probiótica do Kefir está ainda associada a melhoramentos relacionados com várias doenças. Pão d’Algas o pão sem sal que não é insonso - Produto desenvolvido por: Grupo de Investigação em Recursos Marinhos (GIRMIPLeiria), em colaboração com a empresa ALGAplus, para o Grupo Calé - 3.º lugar no I Concurso InovCluster de Produtos Alimentares Inovadores, promovido pela InovCluster – Associação do Cluster Agroindustrial do Centro. O Pão d’Algas (marca registada) assume-se como uma alternativa mais saudável ao pão tradicional, por
Gelado de algas e Kefir traz benefícios com a regulação da flora intestinal
Pão dÁlgas uma alternativa mais saudável ao pão tradicional
Pão dÁlgas um aliado em regimes restritivos do sal 2019 Novembro 395
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Nautilus – o “gin do mar”, trata-se de um gin de tripla destilação obtido a partir de produtos naturais, e aromatizado com algas marinhas.
Gin Nautilus um gin de tripla destilação não ter adição de sal. As algas marinhas conferem naturalmente ao pão, um teor de sal e um ótimo sabor, que torna desnecessária a adi-
ção de sal, sendo por isso um produto nutricionalmente mais saudável, podendo ser um aliado em regimes restritivos deste condimen-
Azeite com o máximo das propriedades antioxidantes e nutritivas do azeite 26
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to/mineral. Foi desenvolvido com o financiamento do programa QREN/IAPMEI/MaisCentro. Nautilus um gin distinto e soberbo, que promete surpreender pela originalidade - Produto desenvolvido por: Marine and Environmental Sciences Centre (MAREIPLeiria), em parceria com a ALGAplus, para a Oficina dos Espíritos
Azeite para saladas aromatizado com algas com manjericão, limão e algas; e com gengibre, funcho e algas. - Produto desenvolvido por: Marine and Environmental Sciences Centre (MAREIPLeiria) em parceria com Nono Sentido - Premiado com a Medalha Gourmet Bronze pela L’Agence pour la Valorisation des Produits Agricoles (AVPA) Este projeto de I&D deu origem a dois novos produtos de tempero alimentar à base de azeite virgem extra: azeite virgem extra com adição de manjericão, limão e macroalga Undaria pinnatifida, e azeite virgem extra com adição de gengibre, funcho e macroalga Chondrus crispus. As ervas aromáticas encontram-se nas paisagens da região Oeste, sendo que a adição de macroalgas teve como objetivo a maximização das propriedades antioxidantes e nutritivas do azeite. Pelas suas características aromáticas e pelo seu teor em compostos antioxidantes naturais de
Gin Nautilus aromatizado com algas marinhas
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origem vegetal, os produtos desenvolvidos têm caraterísticas muito diferenciadoras e inovadoras, quer no mercado nacional ou internacional, e também no canal Horeca.
Azeite virgem extra com adição de manjericão, limão e macroalga
Paté de Lapas com medronho, antioxidante e rico em compostos fenólicos
Hambúrguer de pescado com salmão, cavala, tintureira e pescada 28
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Paté de lapa com medronho - Produto desenvolvido por: Marine and Environmental Sciences Centre (MAREIPLeiria) As lapas, especialmente as do género Patella são muito utilizadas na alimentação, sendo um petisco muito apreciado em várias regiões costeiras de Portugal. Este projecto surge do interesse crescente na utilização de antioxidantes naturais de origem vegetal, nomeadamente na produção de produtos reestruturados de origem animal (hambúrguer, salsichas e patés), sendo que existe igualmente uma relação benéfica entre o consumo de frutas e vegetais, ricos em compostos fenólicos e a prevenção de certas doenças. Assim, além das propriedades nutricionais relacionadas com estes dois alimentos, promoveu-se também a valorização da lapa ao proporcionar uma mais-valia nutricional/funcional e económica com o desenvolvimento de um produto inovador (paté). Hambúrguer de pescado salmão, cavala, tintureira, pescada - Produto desenvolvido por: Grupo de Investigação em Recursos Marinhos (GIRM-IPLeiria), para a empresa Nigel Este produto inovador foi desenvolvido no âmbito de um Vale Inovação (QREN/ IAPMEI/MaisCentro), e teve como principal objectivo a criação de hambúrgueres de pescado, desenvolvidos com subprodutos e/ou partes subvalorizadas de pes-
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cado e/ou espécies subvalorizadas. Tem vantagens claras em termos nutricionais, em comparação com o tradicional hambúrguer de carne de vaca, já que o pescado é uma excelente fonte de proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais. Por outro lado, o pescado possui baixa concentração em gorduras saturadas e uma elevada concentração de gorduras polinsaturadas. Estes ácidos gordos insaturados, como o ómega 3, são nutrientes que fazem baixar os níveis de colesterol plasmático, prevenindo o aparecimento de doenças cardiovasculares, podem ajudar a baixar a pressão sanguínea e ainda possuem propriedades anti-inflamatórias. O GIRM-IPLeiria fez o desenvolvimento da formulação de vários hambúrgueres de pescado (ex.: salmão, cavala, tintureira, pescada, entre outros), validando e caracterizando o produto do ponto de vista sensorial e nutricional. Posteriormente, efectuou-se a optimização do processo de produção dos hambúrgueres à escala industrial. Almôndega de cavala de pescada, de pescada e vegetais, e de pescada e especiarias - Produto desenvolvido por: docente Patrícia Borges, para a empresa Receituarium As almôndegas de cavala serão comercializadas em
Hamburguer de pescado é uma excelente fonte de proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais embalagens de 1 kg e estarão disponíveis em três variedades: somente pescado, vegetais e especiarias, sem aditivos. Este novo produto alimentar é mais saudável e pretende ainda contribuir para escoar a captura de
cavala, apresentando assim um elevado índice de sustentabilidade ambiental para a região de Peniche. Do ponto de vista nutricional a cavala integra a classificação de peixe azul, rica em ácidos gordos ómega 3,
que aumentam o colesterol bom (HDL) e diminuem o mau (LDL). A cavala é um peixe rico em vitamina A, B6, B12, C, D, E, bem como sais minerais – cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio, sódio e selénio.
Almôndegas de cavala que integra a classificação de peixe azul, rica em ácidos gordos ómega 3
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Notícias do Mar
Tagus Vivan
Crónica Carlos Salgado
Fotografia: Publico
“O Tejo Português Está a Agonizar”
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e bem que as alterações climáticas e a redução da pluviosidade que está
a verificar-se na bacia do Tejo em Espanha possam ter uma quota parte da responsabilidade da seca que
está a verificar-se, a falta de uma gestão equilibrada deste precioso recurso é também uma das respon-
sáveis por esta situação. Porque razão a APAmbiente nos tem vindo a convencer de que a Espanha tem estado a cumprir o caudal convencionado nos acordos de Albufeira, enquanto nós fomos verificando in loco que o caudal que correu a jusante da barragem de Belver, na maior parte do ano, para além de ser irregular é insuficiente. Como esta complicada e preocupante situação é abordada pelo Guarda-rios (GR) nas páginas mais adiante deste jornal, vamos prosseguir esta crónica com o relato mensal sobre a construção da obra em prol do Tejo, pela AAT/ Tagus Vivan durante mais de três décadas. Em Prol do Tejo A 3.ª Conferência Regional sobre a “Sustentabilidade
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Notícias do Mar
do Rio Tejo” promovida pela Tagus Vivan foi realizada no mês de julho de 2017 em Vila Nova da Barquinha, graças a uma parceria da Tagus Vivan com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e o Movimento Pró-Tejo, com o apoio logístico da Câmara Municipal daquela localidade. Embora o Rio propriamente dito, seja tutelado por um organismo nacional, as margens e os terrenos inundáveis, são tutelados pelas autarquias e atualmente essa tutela autárquica é ampliada também para uma entidade regional, as CIM- Comunidades Intermunicipais, sem esquecer as Comissões de Coordenação do Desenvolvimento Regional. Dos 13 municípios que integram esta CIM do Médio Tejo participaram aqueles que têm frentes ribeirinhas do Tejo, de montante para jusante, Mação, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha. Nas apresentações, os aspetos comuns destes quatro municípios foram no entanto os que dizem respeito à tutela de outras entidades, à garantia da água no rio Tejo, à qualidade da água, à existência de caudais ecológicos e à poluição, e foram também referidos alguns casos pontuais, como o açude de Abrantes, o travessão do Pego, a poluição gerada por alguns estabelecimentos fabris, as regras de exploração de albufeiras portuguesas e espanholas, e a Central Nuclear de Almaraz. A descrição dos aspetos comuns e dos casos pontuais permite verificar que, na sua maioria, as questões dominantes não são da tutela direta das autarquias. Relativamente à EDP, a responsável pela produção da energia hídrica das barragens da Bacia Hidrográfica do nosso Tejo e não só,
porque a produção em Portugal está dividida em três centros, sendo o do Tejo – Mondego, o segundo em importância a seguir ao Douro. No sistema Tejo e afluentes, em Portugal, destaca-se a barragem de Castelo de Bode, no rio Zêzere, muito maior do que a do Fratel, e
a de Belver, estando o fio de água destas duas totalmente dependente do nível dos aproveitamentos espanhóis de Alcântara e Cedillo. A Náutica de Recreio Pode Renascer Para dar continuidade ao
artigo da Crónica do número anterior, intitulado “PORQUE NAVEGAR É PRECISO”, foi oportuno termos sido convidados para a Conferência “O MAR EM PORTUGÊS” realizada no dia 15 de outubro passado no Salão Nobre do Museu Nacional de Arqueologia no
Mesa de encerramento- da esq.»dir.- Secretário de Estado do Ambiente, Dr. Carlos Martins, Dra. Maria do Céu Albuquerque, Pres. da Câmara Municipal de Abrantes e Pres. da CIM Médio Tejo e Dr. Fernando Freira, Pres. da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha. 2019 Novembro 395
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Notícias do Mar
turismo e turismo cultural, material e imaterial dos municípios ribeirinhos do corredor fluvial entre a Ponta da Erva na Reserva Natural do Estuário do Tejo e Valada do Ribatejo, que pode vir a estender-se até à Ribeira de Santarém. O NTN não nasceu para ser concorrente ou adversário dos outros clubes náuticos convencionais, antes pelo contrário, está aberto a cooperar com eles, a bem da revitalização da náutica, e para apoiar os municípios na criação de novos clubes náuticos indispensáveis às suas EN.
Mosteiro dos Jerónimos, um debate particularmente importante sobre a Náutica, que contou com comunicações interessantes, por comunicadores sapientes nas matérias do programa dos trabalhos. À medida que as comunicações avançavam, não obstante o tema em título ser “O MAR EM PORTUGUÊS”, também foram sendo abordadas as frentes de água in-
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teriores, o que veio confirmar que não foi por acaso que fundámos em 2014 o NTN – Clube Náutico-turístico do Tejo, para dinamizar a náutica de recreio e o turismo da natureza, com o desígnio principal de órgão consultivo e promotor da náutica no rio Tejo, para desafiar e despertar o interesse dos municípios ribeirinhos a instalarem nas suas frentes de água uma EN, Estação Náutica,
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centro de atividades que ao cruzarem com os produtos e ofertas turísticas locais e regionais, criam riqueza e emprego. Também não foi por acaso que criamos o projeto Tagusnautur, que é uma ideia inovadora que foi criada para sugerir ideias e desafiar as edilidades para arrancarem com ela, que consiste num mix de turismo náutico, turismo da natureza, turismo rural ou agro-
As Estações Náuticas (EN) No seguimento dos resultados do projeto Portugal Náutico desenvolvido pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) em cooperação com a Fórum Oceano, foi criado o Grupo Dinamizador do Portugal Náutico constituído no âmbito da Fórum Oceano e aberto à participação voluntária de todas as entidades interessadas, grupo que se propõe a dinamizar a fileira do turismo náutico em Portugal, e neste contexto, avançou com um trabalho com vista ao desenvolvimento, promoção e certificação de Estações Náuticas em Portugal. Reconhecendo a valia dos recursos e o potencial que Portugal apresenta na área do turismo náutico e tendo como exemplo as experiências existentes em França e em Espanha, foi redigido um regulamento para a certificação das Estações Náuticas, que beneficiou igualmente do enquadramento fornecido pela FEDETON – Fédération Européenne de Destinations Touristiques Nautiques, entidade gestora da rede internacional das estações náuticas, da qual
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a Fórum Oceano é membro desde 2016. A Estação Náutica (EN) é uma rede de oferta turística náutica de qualidade, organizada a partir da valorização integrada dos recursos náuticos presentes num território, que inclui a oferta de alojamento, restauração, atividades náuticas e outras atividades e serviços relevantes para a atração de turistas e outros utilizadores, acrescentando valor e criando experiências diversificadas e integradas. Desta forma, a EN apresenta-se como uma plataforma de cooperação entre atores identificados com um território e que asseguram a oferta de um produto turístico. Apesar de serem maioritariamente destinos de costa, também nos territórios do interior existem condições para avançar com a certificação de Estações Náuticas, em planos de água estáveis, nomeadamente, rios, lagos e albufeiras de barragens. Quais as Vantagens de Constituir uma EN? » Diversificação da oferta turística » Combate à sazonalidade » Aumento do gasto do visitante » Imagem de referência e qualidade » Promoção conjunta de produtos turísticos a nível internacional » Oferta de experiências diversificadas e criativas As mais-valias para o turista e visitante são: uma Estação Náutica garante a qualidade do produto turístico e dos serviços prestados, bem como apoio informativo e a reserva de alojamento e serviços. Relativamente ao Tejo de hoje, para além da região do estuário, as condições de
navegabilidade do corredor fluvial e as suas frentes de água para montante, as que têm melhores condições para ter uma EN, são os territórios até Valada do Ribatejo e em situações especiais até à Ribeira de Santarém. A partir daí só no açude de Abrantes e nas albufeiras das barragens de Belver, Fratel e do Tejo Internacio-
nal em condições normais do espelho de água. Mas se o governo optar por aprovar e apoiar o Projeto Tejo desenhado pelo Eng. Jorge Froes, então podem ser implantadas inúmeras EN até quase à albufeira de Belver e deste modo teremos de novo em Portugal todo o curso do Tejo navegável da foz até à
fronteira, para a navegação comercial, com todas as suas vantagens quer ambientais quer económicas, quer ainda mais segurança nas rodovias, e um turismo náutico em expansão, bem como a náutica de recreio, lazer e desporto, fruindo a natureza e criando riqueza e mais emprego para a sua bacia e para o país.
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Notícias do Mar
Voo do Guarda-Rios
Fotografia: Publico
Finalmente Está a Fazer-se Luz
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m boa hora o GR foi convidado pela senhora presidente da associação cívica APRH - Associação Por-
tuguesa dos Recursos Hídricos, Eng.ª Susana Neto, para participar num Debate sobre “Os caudais no Rio Tejo”: enquadramento na
Convenção de Albufeira e Diretiva Quadro da Água”, com base na informação técnica e científica sobre os dados hidrológicos no Tejo
luso-espanhol, que permitiu desmistificar um conjunto de informações por vezes populistas veiculadas por órgãos de comunicação social e outros arautos da desgraça, sem procurarem esclarecer as razões, origens e os verdadeiros responsáveis pelo que realmente tem vindo a acontecer. São Evidentes as Falhas de Monitorização do Rio Tejo pela parte Portuguesa, não tem feito o trabalho de casa Perante as informações fidedignas que registou neste debate, o GR tem a oportunidade de desmistificar certas informações que tenha transmitido anteriormente baseadas nalgumas daquelas notícias a que deu crédi-
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to, e tem agora a oportunidade de transmitir um conjunto de opiniões, conceitos, afirmações e esclarecimentos contidos nas comunicações dos técnicos e cientistas que intervieram nesta sessão, muito oportuna: 1- O grande problema dos Acordos de Albufeira é estarem desatualizados, pelo que deve ser negociada uma nova convenção indicando os caudais que precisamos, designadamente os ecológicos. 2- Enquanto Espanha tem uma informação bastante organizada e atualizada sobre o seu plano hidrológico, Portugal não tem. 3- Está comprovado que Espanha cumpre o que está convencionado nos Acordos de Albufeira. 4- Foi aparentemente por isso que ela fez uma descarga desproporcionada e contínua de água da Barragem de Cedillo, antes do fim do ano, ao ponto de esvaziar o curso do Tejo Internacional, com cerca de 40Km de extensão, e de ter conseguido esgotar também a água dos nossos afluentes Ponsul, da margem direita e o Sever da margem
Fotografia: ionline.pt
Notícias do Mar
esquerda, que desaguam a montante dessa barragem de Cedillo que é administrada por Espanha e constitui a torneira que decide se deixa ou não passar a água do Tejo para o nosso lado, mas está incompreensivelmente situada em território português. Importa contudo referir que não deixa de constar que o motivo dessa desmedida descarga se deveu à necessidade de fazer reparações na dita barragem de Cedillo, algo que o GR não conseguiu confirmar. 5- Independentemente dos motivos, tem-se o entendimento que esta descarga abrupta, que seca rios, só
pode ser qualificada como um “crime ambiental” grave. 6- Estando Espanha a cumprir com o convencionado nos acordos de Albufeira, importa encontrar por parte de Portugal uma solução que garanta em permanência o adequado caudal ecológico regular e diário que deve ser alcançado na futura renegociação da Convenção de Albufeira. 7- Os cidadãos portugueses sabem que o caudal de água existente antes da referida descarga desproporcionada ter tido lugar e destinada a cumprir os Acordos de Albufeira, não chegava para cumprir o caudal ecológico indispensável, mas
não terão conhecimento acerca da qualidade dessa água, sendo de referir que a mais pura água da nascente continua a ser desviada em quantidades, que vão sendo aumentadas, para o rio Segura a fim de abastecer os turismos de Valência e de Múrcia e a horticultura intensiva no deserto desta última, sendo a água que sobra retida nas barragens da região de Los Pántanos e como consequência a água que acaba por chegar a Portugal é a proveniente da cloaca de Madrid, à qual se junta aquela que sobra do arrefecimento dos reatores nucleares de Almaraz.
O Rio Tejo a passar a Ponte da Chamusca 2019 Novembro 395
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Notícias do Mar
O Tejo a Pé
Sintra
Texto e Fotografia Carlos Cupeto (Universidade de Évora - Escola de Ciências e Tecnologia)
(ainda) com mais magia
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magia de Sintra é ainda maior quando à noite os sentidos ficam mais despertos. A hora de encontro estava marcada, 21:30, no centro da vila. O para nós desconhecido guia António recebeu-nos com um sorriso e tranquilidade; cedo se percebeu que por ali havia saber e segurança. Pouco depois estáva36
mos no meio da serra no início da caminhada; “pés no chão, cabeça no céu”, como nos foi dito. Em silencio, para tudo dizer e ouvir, para tudo sentir, andámos. Pouco depois fizemos parte daquela floresta, subindo e descendo. Parando e respirando. Entretanto começa a chover, estranhamente, ou não, tudo fica ainda melhor. Como que um
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segredo revelador progredimos em silêncio. Por muito fantásticos que sejam os grupos do Tejo a pé que domingo, após domingo, se encontram, este, como nenhum outro, convidanos a caminhar com a melhor das companhias, nós próprios. Trilhos com luz por dentro. Sentir como nunca a natureza numa fusão quase perfeita, assim
foi a caminhada noturna na serra de Sintra – “experiência única de contacto profundo com a natureza” (António Paiva - https:// www.espiral.pt/) PS: O Tejo a pé é um grupo informal de amigos que se junta para andar. Para ser convidado basta enviar um mail: cupeto@uevora.pt
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Notícias do Mar
Notícias ASM Industries
Produtora nacional finaliza plataforma do projeto WindFloat Atlântico ASM Industries entrega com sucesso plataforma para o novo parque eólico offshore em Viana do Castelo
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ASM Industries, o maior produtor português de torres eólicas e fundações offshore [fabricação de equipamentos para a produção de energia renovável no mar], efetuou com sucesso as operações de teste e flutuação da primeira das duas plataformas contratadas, que serão instaladas no novo parque eólico offshore em Viana do Castelo, no âmbito do projeto WindFloat Atlântico. «Os testes decorreram com enorme sucesso e em total segurança, e foram o culminar de vários meses de trabalho árduo e contínuo, que enche de orgulho a nossa equipa, mas também todos os nossos parceiros e fornecedores, bem como toda a indústria nacional», afirma Adelino Costa Matos, CEO da ASM Industries. «Este é um projeto que coloca Portugal no centro das atenções no que toca a soluções flutuantes para a indústria da energia eólica offshore, e que demonstra a competência e resiliência da ASM Industries em projetos complexos e desafiantes.» A ASM Industries continua a
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trabalhar no âmbito do projeto Windfloat Atlântico com o processo de finalização da segunda plataforma. «Este projeto reforça a nossa experiência e know how no fabrico de estruturas para o setor oceânico, e para o crescimento sustentável da empresa e de todo o setor em geral», salienta Adelino Costa Matos. «Queremos continuar a integrar projetos novos e desafiantes, para assim contribuir de uma forma positiva para uma economia verde e um desenvolvimento mais sustentável.» O projeto WindFloat Atlântico, detido pela empresa Windplus, tem como finalidade o aproveitamento da energia eólica offshore, através de uma tecnologia inovadora da empresa Principle Power. É constituída por três plataformas flutuantes semi-submersíveis e triangulares, onde assenta uma turbina eólica com 8.4 MW (megawatts) de capacidade de produção. Esta tecnologia inovadora permite a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades superiores a 40 metros. A ASM Industries A ASM Industries é uma Holding do Grupo A. Silva Matos, uma estrutura empresarial familiar, e é constituída pelas empresas ASM Energia, ASM Offshore e ASM Marine. O Grupo teve origem em 1980, e é constituído por mais de 20 empresas, localizadas em vários países, totalizando cerca de 450 colaboradores e faturando cerca de 60 milhões de euros. O grupo é constituído por três unidades de negócio/subholdings, independentes, criando valor em cada setor de atividade onde estão inseridas. Hoje, a Holding ASM Industries é administrada por Adelino Costa Matos, o mais novo dos três filhos do fundador.
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Notícias do Porto de Lisboa
Descarregadas no Porto de Lisboa 8.600 Toneladas de Carril Numa operação logística de elevada complexidade, a empresa operadora Andrade & Ramos, vai descarregar no Porto de Lisboa 8.600 toneladas de carril, numa operação que vai decorrer até Jneiro de 2020.
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rata-se de Carril 54E1, adquirido pela IP, destinado à reabilitação e manutenção da Rede Ferroviária Nacional. O carril transportado desde Itália até Portugal por via marítima, será entregue faseadamente e envolve uma operação logística de elevada complexidade, que se realiza a partir do Terminal Multiusos do Beato (TMB), na Plataforma Oriental do Porto de Lisboa. O primeiro navio, Combi dock I, agenciado pela Portmar - Agência de Navegação Lda., com uma carga de 3.500 toneladas de Carril, chegou a Lisboa no dia 7 de outubro. Posteriormente, proceder-se-á ao seu transporte ferroviário para o Centro Logístico da IP no Entroncamento (CLE) através do operador Medway. O transporte será efetuado por três comboios em rotação, estimandose que decorra ao longo de um período de sete dias. O segundo navio, que trará
Porto de Lisboa descarrega carris o maior volume de carga, com 3.850 toneladas de Carril 54E1, está previsto chegar a Lisboa dia 26 de outubro e o transporte
ferroviário para o CLE terá início no dia seguinte, repetindo-se o ciclo de descargas. O terceiro navio, com as res-
tantes 1.250 toneladas de Carril, chegará a Lisboa já em 2020, no dia 20 de janeiro, encerrando esta operação logística.
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Notícias do Mar
Economia do Mar
Porto de Pesca de Tavira com Nova Lota e Ampliação de Cais
Antiga lota de Tavira O Ministério do Mar depois de ter investido 2 milhões de euros na barra e no porto de Tavira, vai construir uma nova Lota nas Quatro-Águas com investimento de 400 mil euros.
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rimeiro foi requalificar e regularizar com dragagem a entrada da barra de Tavira, junto ao molhe nascente, assim como requalificar a lota e dragar a zona de acostagem de barcos, junto à margem do rio Gilão. Para melhorar a seguran-
ça na entrada da barra foi investido 1 milhão de euros, enquanto o outro milhão serviu para as obras na lota, na dragagem da zona de acostagem de barcos e estruturas náuticas,para melhor ordenamento das embarcações junto ao edifício da Docapesca. Este projecto que tem o
apoio do programa Mar2020 tem como um dos objectivos completar a intervenção na frente ribeirinha que a Câmara Municipal de Tavira fez. Quanto à nova lota de Tavira vai ser construída nas Quatro Águas e as obras deverão começar em 2020. A obra de reabilitação da
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antiga lota de Tavira que se situava junto ao Mercado da Ribeira e do Porto de Pesca tinha começado 2018, mas entretanto decidiu-se não avançar com a construção do novo edifício nesse local, apesar do que estava previsto. Após a demolição do edifício existente, verificou-se que o solo não reunia as condições necessárias para a construção imediata das fundações, tendo-se procedido à realização de sondagens para ajuste ao projecto inicial. Verificou-se que seria necessário colocar estruturas para a estabilização do terreno que custavam metade da obra original que estava orçada em cerca de 400 mil euros. Foi então decidido adaptar o projecto à nova realidade, deslocando o edifício para as Quatro Águas, junto ao antigo areeiro, trazendo benefícios estéticos para o local e contribuir para melhor ordenamento da frente urbana da cidade. Procurou-se saber
Notícias do Mar
Nova Lota de Tavira do interesse da população, dos pescadores e dos comerciantes. A concordância foi total, uma vez que o local das Quatro Águas reúne melhores acessos rodoviários, mais estacionamento para os comerciantes e um acesso marítimofluvial mais adequado. Docapesca lança concurso público para a empreit da de execução de cais flutuantes A Docapesca abriu um concurso para a empreitada de execução de cinco cais flutuantes no porto de pesca de Tavira, com o preço base de 604.564 euros, a instalar entre a antiga lota (recentemente demolida) e a Ponte dos Descobrimentos, numa frente acostável de 350 metros. Os cais a instalar destinamse ao estacionamento de embarcações de pesca e abastecimento de combustível, ao estacionamento, embarque e desembarque de passagei-
ros das carreiras fluviais e ao embarque e desembarque das embarcações marítimoturísticas. Esta frente acostável será constituída por pontões flutuantes de betão reforçado, sendo o acesso à muralha feito através de pontes metálicas articuladas. Os cais serão dotados de equipamentos como cabeços de amarração, defensas, lanternas de sinalização LED, escadas quebra-costas, armários de emergência completos, guarda-corpos e módulos multiusos com torneiras. Para garantir as cotas de fundos necessárias à salvaguarda das condições de segurança da navegação, assim como a melhoria das condições de estacionamento das embarcações, a Docapesca procedeu anteriormente a trabalhos de dragagem de manutenção no rio Gilão, garantindo uma cota uniforme na frente acostável de -2,0 metros (ZH).
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Notícias do Mar
Náutica
Novo Livro “Serviço de Quartos de Navegação” Um novo livro, Serviço de Quartos de Navegação, de José Manuel Antunes de Almeida, foi apresentado no passado dia 17 de Outubro no Chiado Clube Literário, editado pela CHIADO BOOKS, editora especializada na publicação de autores portugueses e brasileiros contemporâneos.
O
autor, José Manuel Antunes de Almeida, comandante da marinha mercante, pretende com este livro, “Serviço de Quartos de Navegação”, transmitir pela sua expertiência, os conhecimentos indispensáveis para os marinheiros acederem à Certificação de Qualificação para o Serviço de Quartos de Navegação. A Regra 5 da COLREG/72 (Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar - 1972) estabelece que “toda embarcação assegurar permanentemente uma vigilância visual e auditiva apropriada, utilizando igualmente todos os meios disponíveis adequados às circunstâncias e condições existentes, de modo a permitir uma apreciação completa da situação e do risco de abalroamento”. Para dar cumprimento a esta obrigação, à necessidade de garantir a salvaguarda da vida humana no mar e a segurança dos bens e do ambiente marinho (Convenção SOLAS – Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar), os navios organizam o trabalho a bordo em serviços de “quartos” que correm ininterrup-
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osé M. A. Almeida, Mestre em Transportes pelo Instituto Superior Técnico – IST/UTL (1996), completou na Escola Náutica Infante D. Henrique (ENIDH) o Bacharelato em Pilotagem em 1978, a licenciatura em 1985 (Estudos Superiores Especializados em Gestão e Tecnologias Marítimas) e, em 1989, pós-graduou-se em Tecnologias e Ciências Náuticas. Comandante da marinha mercante, exerceu funções no mar, a bordo dos navios de comércio e pescas, durante cerca de 12 anos durante os quais assumiu diferentes funções e responsabilidades. Em 1986 inicia a sua carreira de professor na Escola Profissional de Pescas de Lisboa
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(EPPL) e, em 1987, entra para o quadro da Escola de Mestrança e Marinhagem (EMM) como professor responsável pela área de marinharia. Desde essa data até 2015 assume diferentes funções nas várias escolas oficiais (publicas e privadas) de ensino náutico portuguesas, vocacionadas tanto para a formação de oficiais como da mestrança e marinhagem. Durante a sua atividade profissional exerceu funções tanto de professor como de dirigente, com especial relevo na área pedagógica. Durante este período participa na
tamente. Os profissionais que asseguram o exercício das funções de quarto têm de evidenciar perante as empresas armadoras, os utilizadores dos transportes marítimos e as autoridades dos estados dos portos (Port State Control), que possuem as competências e qualificações necessárias ao desempenho da sua atividade e à assunção das responsabilidades que lhes estão cometidas. A Convenção STCW/78 emendada (Convenção Internacional sobre Normas de Formação, de Certificação e de Serviço de Quartos para os Marítimos), na sua Regra II/4 regulamenta os requisitos de qualificação profissional que o marinheiro do serviço de quartos de navegação tem de cumprir, quais os conhecimentos que deve possuir e qual a certificação que evidencia aquelas qualificações. Este livro pretende sistematizar um conjunto de saberes que devem ser demonstrados pelo marinheiro para aceder à sua Certificação de Qualificação para o Serviço de Quartos de Navegação.
definição de diversos programas de formação profissional para a mestrança e marinhagem e de avaliação da aptidão profissional e ativamente na discussão e reformulação das condições de exercício da atividade profissional no mar. Entre 2013 e 2015 foi investigador de acidentes marítimos no Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Marítimos (GPIAM). Atualmente exerce a sua atividade na DireçãoGeral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) onde, entre outras funções, tem a responsabilidade de avaliar e certificar a competência e a qualificação dos marítimos nacionais de acordo com as normas da Convenção Internacional sobre Normas de Formação e Serviço de Quartos para Marítimos (Convenção STCW/78 emendada em 2010).
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Notícias do Mar
Universidade de Coimbra
Tornar a agricultura mais ecológica e sustentável com a ajuda das algas
O papel das algas marinhas na redução das emissões de metano (gás de efeito estufa muito mais perigoso do que o CO2) é muito importante.
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través da aplicação das algas marinhas na alimentação de animais, contribui para a resolução de um dos principais problemas relacionados com os produtores de leite e de carne bovina e é um dos temas abordado no livro “Seaweeds as Plant Fertilizer, Agricultural Biostimulants and Animal Fodder” (Algas
Aplicação das algas marinhas na alimentação de animais reduz as emissões de metano 44
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Leonel Pereira
como fertilizantes, bioestimulantes agrícolas e forragens para animais, em tradução livre), que vai para as bancas no dia 25 de outubro. Um dos coordenadores da edição da obra (e também coautor de um capítulo) é Leonel Pereira, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE). O livro, que é publicado pela CRC Press do Taylor and Francis Group (USA), surge no âmbito do projeto INTERREG – NASPA (Natural fungicides against air & soil borne pathogens in the Atlantic Area), focado em criar alternativas naturais aos fertilizantes e agroquímicos sintéticos usados na agricultura atualmente. Ao longo de 12 capítulos, da autoria de cientistas de várias naciona-
Notícias do Mar
As algas marinhas podem tornar a agricultura mais ecológica e sustentável
lidades, o livro explora “a utilização de algas e extratos de algas como estimulantes de uso agrícola, reguladores de crescimento de plantas agrícolas extraídos de algas e protetores das plantas contra pragas (fungos, insetos, etc.), bem como o uso de algas na alimentação de animais, nomeadamente na alimentação de gado bovino para a redução das emissões de metano; o uso de algas na produção de rações para a aquacultura de peixes, entre outras aplicações”, relata Leonel Pereira, especialista em algas marinhas da FCTUC. A obra, apesar de conter fundamentos científicos, “está escrita e ilustrada
de modo a que qualquer público a possa ler, inclusivamente os jovens agricultores de todo o mundo”, nota o investi-
gador Leonel Pereira. Dependendo da espécie, do habitat e de condições como temperatura da água, intensidade da
luz e concentração de nutrientes na água, as algas possuem ótimas características para fins muito diversos.
As algas marinhas na forragens para animais 2019 Novembro 395
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Electrónica
Notícias Nautiradar
VHF Reinventado Vesper Marine Anuncia Cortex A Vesper Marine anunciou o lançamento do primeiro, Rádio de VHF Marítimo do Mundo, com microtelefone (handset) táctil, transponder smartAIS (SOTDMA) integrado e Monitorização Remota de Embarcações.
A
uckland, Nova Zelândia – A Vesper Marine, fabricante líder em eletrónica marítima inovadora, anunciou uma revolução nos rádios de VHF marítimo com o lançamento do Cortex. Redefinindo completamente a experiência em VHF, o Cortex é o primeiro rádio de VHF marítimo no mundo com microtelefone
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de ecrã tátil e sem fios, com transponder smartAIS (SOTDMA) de Classe B e monitorização remota de embarcações. “A inovação em tecnologia de AIS, dispositivos de ecrã tátil e monitorização de embarcações disparou em flecha nos últimos anos, mas o rádio de VHF marítimo não tem acompa-
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nhado o ritmo e mantémse um anacronismo”, afirmou Jeff Robins, CEO da Vesper Marine. “O Cortex muda fundamentalmente a forma como se interage com os sistemas de comunicação de segurança.” O Cortex é o VHF Reinventado O Cortex oferece uma segurança sem paralelo ao alertar os navegadores sobre os riscos de colisão, fornecendo informações relevantes sobre potenciais ameaças e facilitando a comunicação com eles. O microtelefone
com ecrã tátil facilita o uso de funções tipicamente complicadas. Por exemplo, tocar numa embarcação no ecrã e premir a opção “chamada / call”, fará de imediato uma chamada de DSC (Chamada Seletiva Digital). O Cortex mostra continuamente situações de interseção, sectores de luzes de navegação e permite ainda testes de manobras enquanto o navegador fala no rádio de VHF. Podem ser ligados até 10 microtelefones, com ou sem fios, oferecendo um áudio nítido até 85 dBA. Uma saída de 10W para altifalantes, permite um áudio mais alto e alertas, mesmo quando os microtelefones estiverem desligados. O Cortex inclui a função dual-watch, canais favoritos e operação apenas com uma mão graças à tecla de operação em forma de roda. Premir o botão MOB (Homem-ao-Mar) dedicado, ativa o modo de rastreio em todos os microtelefones e marca o waypoint MOB em todos os displays multifunções ligados através de NMEA2000. Carl Omundsen, Director Técnico da Vesper afirmou, “O Cortex liberta todo o potencial de VHF, AIS e DSC, combinando-os de uma forma intuitiva e super
Electrónica
fácil de usar.”
cimento.
O Cortex é o Cérebro da Embarcação O Cortex inclui a galardoada tecnologia smartAIS da Vesper Marine. Um sistema ativo com uma lógica de alarme inteligente. O smartAIS alerta proactivamente os navegadores de potenciais situações de perigo. Combina dados de navegação como a velocidade do vento, informação de GPS e de AIS com uma gestão inteligente de alarmes que prioriza alertas para a resposta mais urgente. O Cortex calcula continuamente situações de interseção e gera alarmes de colisão para uma ação crítica, alerta a tripulação em situações onde a embarcação está a garrar e ativa alarmes de Homem-ao-Mar (MOB) para uma recuperação imediata. Ao invés de sons ou tons de alerta ambíguos, o Cortex emite alertas de voz que aumentam de intensidade até que sejam reconhecidos.
O Cortex só vai ficar mais inteligente O Cortex só vai ficar mais inteligente. Novas características e capacidades são descarregadas automaticamente para App Cortex Onboard, para atualizações simples via Wi-Fi, sempre que seja conveniente. As Apps Cortex Onboard e Cortex Monitor irão ser disponibilizadas para download para os sistemas iOS e Android. A app Cortex Onboard oferece uma monitorização a bordo e funcionalidade de alerta em aparelhos móveis, enviando informação de segurança e alertas diretamente para o smartphone ou tablet via Wi-Fi. Sempre que não se encontre na embarcação, a app Cortex Monitor apresenta informação sobre posição, sensores e monitorização de fundeio e alertas.
O Cortex é uma Solução de Monitorização Remota Plug & Play O Cortex combina sensores integrados e conectividade NMEA2000 com monitorização básica gratuita. Recorrendo à conectividade com telemóveis, os navegadores podem visualizar duas vezes mais atualizações sobre o estado de energia, localização, vento, profundidade, porão e muito mais nos seus smartphones. A subscrição Premium de Monitorização do Cortex desbloqueia a monitorização em tempo real do estado da embarcação, alertas e controlo de dispositivos de sistemas a bordo como frigoríficos, geleiras, luzes ou sistemas de aque-
O Cortex foi Concebido para o Exigente Ambiente Marítimo Concebido para durar no ambiente marítimo, com um índice de estanquicidade IPX7, os microtelefones H1 com fios e os HP1 portáteis e recarregáveis, possuem um generoso ecrã de 4” multi toque do tipo “Gorilla Glass”. Capaz de suportar uma utilização com mãos molhadas e através de luvas, o ecrã tátil é oticamente selado para uma visibilidade
de elevado ângulo e mesmo nas mais difíceis condições de sol do meio-dia. O Cortex M1 é fornecido em plástico termicamente condutor e também selado com proteção IPX7. Inclui um splitter, isento de perdas, para usar apenas uma única antena de VHF. Todas as portas estão galvanicamente isoladas para proteger da corrosão, picos de corrente e ligações terra. O Cortex M1 está disponível também individualmente e funciona como um sistema de AIS de Classe B que oferece uma monitorização e controlo remoto e está pronto para rádio de VHF. Basta adicionar os microtelefones Cortex para ter a funcionalidade total em comunicações de VHF ou adquira o pack
Cortex V1 que inclui o M1 e microtelefone H1. Conectável em rede via NMEA2000, o Cortex integra-se com displays multifunções de marcas líderes de mercado, partilhando informação de AIS e dados da embarcação. Uma entrada de 5 canais oferece controlo e monitorização de sensores conectados diretamente ao dispositivo, para uma solução económica de monitorização da embarcação. Saiba mais sobre o Cortex em VHF-reimagined. com Para mais informações sobre este novo produto da Vesper Marine, por favor visite o site www.nautiradar.pt ou contacte através do 21 300 50 50.
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Electrónica
Notícias Nautiradar
MASTERVOLT Lança Dois Novos Produtos O novo COMBIMASTER 3000 - Um novo inversor-carregador para uma solução de alimentação sem interrupção e o novo Display SMARTREMOTE – Monitorizar sistemas Mastervolt e CZone nunca foi tão fácil
como seria de esperar da Mastervolt, o CombiMaster possui compatibilidade com MasterBus, CZone e ligação compatível com NMEA2000, permitindo a integração de um vasto leque de opções de integração de sistema e monitorização.
C
om as modernas embarcações a necessitarem cada vez mais de mais energia elétrica a bordo, com a combinação de voltagens no mesmo casco, mantendo uma alimentação constante e monitorizá-la de forma eficaz, pode ser efetivamente um desafio. O lançamento do inversorcarregador CombiMaster 3000 oferece uma solução simples e despreocupada para uso recreativo e profissional, enquanto que o SmartRemote funciona com o Combi para possibilitar uma avançada monitorização e gestão do dispositivo. A Mastervolt, fabricante 48
Holandês perita em sistemas elétricos marítimos e móveis, anuncia assim a chegada do CombiMaster 3000, que possui um inteligente e poderoso carregador de baterias de 3 etapas, um inversor silencioso e eficiente e ainda um sistema versátil de comutação num único aparelho leve e compacto. Colmatando a lacuna entre os atuais modelos Mass Combi e Mass Combi Pro / Ultra da Mastervolt, o CombiMaster 3000 foi desenhado e concebido com um elevado grau de VA (voltampére) e mais de 200% de pico de potência para fazer o arranque com mais facilidade dos mais complexos e
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exigentes dispositivos elétricos. Quebras de energia passam a ser uma coisa do passado devido à comutação automática e sem falhas do sistema de CA entre um gerador ou rede principal e a saída de inversor, garantindo uma fonte de energia constante. A função Power Assist evita o disparo do fusível principal, caso a embarcação (ou veículo) esteja conectado a uma deficiente rede de alimentação em porto ou a um fraco gerador. Disponível nos modelos de 12V e 24V, o CombiMaster 3000 oferece um desempenho sem paralelo a um preço sem precedentes. Tal
Aplicações e SmartRemote O CombiMaster 3000 irá provar ser ideal para iates e autocaravanas. Para além de lidar com todas as voltagens globais de rede, pode ainda resistir a elevados picos de voltagem e elevadas temperaturas. Isto é útil em lugares onde o fornecimento de energia é errático e pouco fiável e, ajuda também a proteger qualquer equipamento sensível que possa estar ligado ao sistema CC durante a carga. Os componentes eletrônicos são construídos para operar em ambientes agressivos e são totalmente compatíveis com as principais autoridades certificadoras CE e E-mark. Com muitos utilizadores a possuir apenas um sistema a bordo e a necessitar de monitorização, o SmartRemote é o parceiro perfeito para sistemas elétricos de pequenas dimensões, sendo que monitoriza e controla aquele aparelho em específico. O ecrã táctil do SmartRemote mostra quatro importantes parâmetros do dispositivo a que está ligado, permitindo uma monitorização simples e eficiente e ainda, oferecer informação
Electrónica
www.nautiradar.pt avançada dentro desses mesmos parâmetros. No entanto, com a sua funcionalidade simples e dimensão compacta, o SmartRemote é ideal também para funcionar como aparelho dedicado de monitorização / controlo em sistemas de maiores dimensões em embarcações ou veículos de recreio de maiores dimensões. Simplicidadede Sistema Tal como todos os produtos Mastervolt, o CombiMaster 3000 foi desenhado para utilização versátil e pode comunicar com unidades de display, como o SmartRemote ou outros, shunts e outros sistemas a bordo, recorrendo aos protocolos MasterBus, CZone ou NMEA. Instalação fácil A Mastervolt concebe todos os seus sistemas para que sejam fáceis de instalar e operar. O display SmartRemote pode ser instalado em painel ou integrado no sistema Custom 360 da Blue Sea Systems e fixado, usando o anel de aperto fornecido. O cabo de rede incluído é conectado ao aparelho (ou se estiverem presentes vários aparelhos num sistema, basta detetar o equipamento que deseja monitorizar com o SmartRemote). O CombiMaster 3000 é bastante robusto e ergonómico, permitindo uma instalação rápida.
ne danos e avarias a equipamento eletrónico. -Tecnologia HF de baixa perda permite uma operação mais durável das suas baterias. -Carregador de baterias de 3 etapas, poderoso e inteligente, para uma carga rápida e segura. -Comutação automática e rápida entre rede principal e
modo de inversor. -Função Power Assist previne que o fusível principal dispare.
-Compatível com geradores. -Instalação rápida e ligações heavy-duty. -Certificação CE e E-mark.
Características do CombiMaster 3000 -Qualidade fiável para aplicações de recreio ou semiprofissionais. -Unidade Combi mais compacto e leve da sua classe. -Fiável, excelente relação custo/benefício e silencioso. -Elevado grau VA e >200% de potência de pico. -Tecnologia Pure Sine previ2019 Novembro 395
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Náutica
Notícias Touron
Pranchas Eléctricas Wave Jam Apresentadas na Feira Náutica de Barcelona
A Touron apresentou, na recente edição da Feira Náutica de Barcelona, as pranchas Wave Jam, uma nova e revolucionaria categoria de pranchas jet eléctricas de utilização individual. Uma nova forma de explorar e aproveitar a água, perfeita para descobrir a costa, sair da praia para um passeio ou entrar na água a partir da popa dum barco.
E
sta prancha eléctrica e ecológica aporta liberdade total na água, seja a aproveitar as ondas, descobrindo praias escondidas ou águas interiores, desfrutando da água com
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a família e com os amigos. Muitos descrevem esta emocionante experiência como “fazer surf sem precisar de ondas” ou “da sensação de estar em cima dum golfinho a sulcar as águas”.
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Asap Water Crafts, o fabricante britânico da Wave Jam, anunciou o acordo de distribuição com a Touron para a comercialização do produto nos mercados português e espanhol.
Desenvolvidas por Ross Kemp, fundador e inventor do produto, as pranchas jet eléctricas foram originalmente pensadas como ferramentas de resgaste. Segundo Ross: “Enquanto desenvolvíamos uma prancha de alta potência para salvamento, apercebemo-nos que conduzi-la na água também podia ser algo muito divertido, pelo que nos pusemos a desenvolver outros modelos Wave Jam para recreio. A Touron está perfeitamente posicionada como parceiro estratégico para lançar as nossas pranchas jet em Espanha e Portugal, pelo que estamos muito entusiasmados para a traba-
Náutica
lhar com eles”. No decorrer do desenvolvimento da nova gama de pranchas jet eléctricas, Ross esteve em programas de televisão, ganhou inúmeros prémios, chegando mesmo a chamar a atenção do fundador do Virgin Group, Sir Richard Branson. Branson comentou: “Sinto uma profunda paixão pela protecção do oceano, mas também estou consciente dos perigos que encerra. Durante uma altura da minha vida corri alguns riscos, fui resgatado e cheguei mesmo a ter que nadar até à costa agarrado a um tronco de madeira. Creio que a prancha de uso individual da Asap é uma invenção fantástica e será um êxito total. Qualquer coisa que ajude os socorristas a chegar mais depressa às pessoas em perigo de afogamento tem que ser algo bom”. As pranchas de utilização individual Asap apresentaram a sua nova gama de pranchas jet eléctricas este ano no stand da Touron na Feira Náutica de Barcelona.
Best UK Start Up 2013, Shell Bright Idea, Santander Entrepreneur Award, Prémio Great British Entrepreneur, Nomeado pela Royal Society como ‘One to watch’, Prémio Think Big
da Universidade Loughborough e Prémio NACUE. Mais informação disponível em: www.asapwatercrafts.com twitter: @asapwatercrafts
Instagram: asapwatercrafts Facebook: fb.com/asapwatercrafts media@asapwatercrafts.com
Informação geral sobre a Asap Foi fundada em 2013 por Ross Kemp. O modelo de resgate foi o seu projecto universitário enquanto estudava Design de Produto na Universidade de Loughborough. Ross viu uma oportunidade na pequena prancha eléctrica, tão fácil de transportar e arrumar, tal como prancha de resgaste com remo, mas muito mais rápida para chegar a alguém na água. Asap Water Crafts completou, desde então, três fases de investimento e lançou-se em mercados internacionais. Todas as pranchas Asap forão desenvolvidas e construídas à mão no Reino Unido. Prémios recebidos: Lloyds 2019 Novembro 395
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Náutica
Notícias Touron
Touron é Distribuidor do Dispositivo de Segurança OneUp para o Sector da Náutica de Recreio
A Touron é o novo distribuidor do dispositivo de segurança OneUp para o sector da náutica de recreio, passando a estar disponível através da sua rede de concessionários e lojas de acessórios náuticos em Portugal e Espanha.
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neUp é um mini flutuador inteligente e reutilizável que cabe em qualquer bolso, insuflando-se automaticamente no contacto com a água em apenas dois segundos. Sem dúvida que o que mais se destaca no OneUp é seu tamanho reduzido. Mede apenas 17 centímetros de altura e pesa 368 gramas. É como um pequeno guardachuva que se pode transportar no bolso, na mochila ou pendurado no cinto. 52
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Náutica
Graças ao reduzido tamanho, pode ser lançado a grande distância, e com precisão, quando alguém se está a afogar no mar, no rio ou numa piscina, sem necessidade de nadar até lá. A magia do OneUp, o mini flutuador inteligente, é o facto de se insuflar automaticamente, em 2 segundos, quando entra em contacto com a água. Por isso, a pessoa em perigo pode usá-lo e agarrar-se imediatamente, sem ter que o insuflar. Suporta até 145 Kg. Para que tudo isto seja possível, o OneUp tem uma cápsula de sal no seu interior. No contacto com a água o sal dissolve-se, libertando uma mola que abre uma cápsula de ar comprimido, insuflando o flutuador instantaneamente. O OneUp é reutilizável em apenas um minuto e meio, que é o que demora a esvaziá-lo e voltar a embalálo, requerendo apenas uma cápsula de ar comprimido
para cada utilização. A Touron apresentou o dispositivo de segurança OneUp no seu stand de Acessórios Náuticos na última edição da Feira Náutica
de Barcelona, sendo que o mesmo pode ser adquirido através das redes de con-
cessionários e lojas náuticas da Touron por um preço de 99 € (IVA incluído).
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Náutica
Notícias Touron
Lankhorst Taselaar Anuncia que a Touron Começará a Distribuir os Produtos Talamex em Portugal e Espanha
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Lankhorst Taselaar e a Touron têm o prazer de anunciar que, a partir de 1 de Novembro de 2019, a Touron será o novo distribuidor da marca Talamex em Portugal e Espanha. A Touron apresentou os produtos Talamex na Feira Náutica de Barcelona que de correu de 9 a 13 de Outubro de 2019. Álvaro Giquel, Gerente de Acessórios Náuticos na Touron, comentou a propósito que “Estamos deveras entusiasmados por poder vir a trabalhar com os náuticos da Talamex incorpo-
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rados na nossa distribuição. Para além de ampliar a nossa grande carteira actual de produtos e completar algumas áreas estratégicas, estamos certos que saberemos capitalizar, no nosso mercado do sul, o conhecimento acumulado que aporta a Lankhorst Taselaarr”. Bob Van de Laar, Gerente de Ventas e Marketing da Lankhorst Taselaar, assegura que “Estamos encantados por cada vez mais distribuidores estarem a introduzir com sucesso a marca Talamex Marine Products. Em parceria com a Touron podermos aumentar significativamente a nossa quota de mercado em Espanha e Portugal. Acreditamos firmemente que a posição da Touron, como distribuidor experiente com cobertura local e conhecimento
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do mercado, em conjunto com a oferta de produtos Talamex será uma combinação ganhadora.” A Lankhorst Taselaar B.V. é um grossita internacional de produtos náuticos. A partir da sua sede central em Heerenveen e a sua sucursal em Rheine (Alemanha), a Lankhorst Taselaar BV fornece mais de 12.000 diferentes produtos a empresas relacionadas com a indústria náutica (como lojas, estaleiros, etc) nos Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Inglaterra, Irlanda, Espanha, Finlândia e Dinamarca. Todos os produtos são distribuídos, para toda a Europa, a partir do seu armazém central em Heerenveen. A sua carteira de produtos inclui muitas marcas de topo, sendo que possuem duas marcas próprias, a Talamex e a Besto Lifesavers.
Para mais informação sobre a Lankhorst Taselaar, consultar www.lankhorsttaselaar.nl. A Touron, S.A. é uma empresa privada, dedicada à distribuição de motores marítimos, acessórios e embarcações, com mais de 60 anos de experiência na indústria náutica de recreio em Espanha. É distribuidor exclusivo para Espanha e Portugal das marcas mais reconhecidas de motores, embarcações e acessórios náuticos como Mercury, MotorGuide, Cummins, Quicksilver ou Bayliner, entre outras. Com escritórios e armazém central em Alcobendas (Madrid) e sucursal em Cascais (Lisboa), a TOURON lidera o mercado ibérico da náutica de recreio, com mais de 350 clientes, entre concessionários, serviços e estaleiros, distribuídos por toda a Península Ibérica e ilhas.
Notícias do Mar
Economia do Mar
Ligação da Ferrovia Sines a Caia em Força
Foi dado mais um passo na ligação ferroviária entre Caia e Sines na terceira cerimónia de lançamento da maior obra ferroviária dos últimos cem anos decorreu no passado dia 4 de Novembro em Evora por Pedro Nuno Santos.
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gastos no trajeto, passando de 17 comboios com 400 metros para até 30 comboios com 750 metros, diariamente, retirando das estradas o equivalente a 850 camiões. A escolha recaiu numa solução próxima da zona urbana, mas as preocupações estão na minimização dos impactos para as pessoas. O maior investimento nos últimos 100 anos em Portugal em matéria de ferrovia está a fazer-se agora e também a unir duas regiões o Alentejo e a Extremadura espanhola e os dois países e está a fazer-se para cumprir a plataforma logística do sudoes-
te peninsular.A eurocidade Elvas/Badajoz/Campo Maior, que reúne mais de 200 mil habitantes, está inserida no eixo Lisboa-Madrid-Barcelona, denominado por “Diagonal Continental Europeia da Península Ibérica”.O projecto faz parte de uma rede transeuropeia de transporte, comércio, investigação e desenvolvimento. A eurocidade pretende reforçar a projeção exterior dos três concelhos, valorizar o território, atrair e fixar
pessoas e investimento, criar dinâmicas de emprego e crescimento e formar uma nova geração de cidadãos bilingues.. O projecto pretende ser um centro nevrálgico económico da Península Ibérica, aproveitando a proximidade do aeroporto de Badajoz, a linha ferroviária de mercadorias Sines-Caia-Madrid e a criação da plataforma logística do sudoeste europeu, polinucleada entre Elvas e Badajoz.
Fotografia: radioelvas
otencia certamente, mais do que tudo, as eurocidades e o porto de Sines. “São investimentos absolutamente estruturantes. Será, talvez, o investimento mais marcante do meu mandato como ministro”, destacou pedro Nuno Santos. A construção do corredor ferroviário entre o porto de Sines e a fronteira espanhola (Caia) tem de ficar concluída até 2030. A nova ligação permitirá reduzir o actual transporte de mercadorias em cerca de 140 quilómetros de extensão e poupar três horas e meia
Pedro Nuno Santos na cerimónia de lançamento da Obra Troco Elvas Alandroal
Linha Sines-Caia 2019 Novembro 395
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Pesca Desportiva
XIIº Campeonato do Mundo de Pesca Embarcada – Clubes
Em Albufeira foi o Mundial mais Participado de Sempre!
Num dia de prova a entrada das equipas no porto de Albufeira Uma vez mais Portugal foi o palco escolhido pela Federação Internacional de Pesca Desportiva – Mar (FIPS-M) para a realização de um Campeonato do Mundo de Pesca Embarcada, tendo entregado a sua organização á Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar (FPPDAM). O palco escolhido para a realização deste evento foram os mares da bela cidade de Albufeira entre 19 e 26 de setembro.
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Concentração de todas as equipas no cantro de Albufeira 56
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a organização de um campeonato do mundo desta modalidade os principais receios são as condições climatéricas e a adesão dos clubes, porque relativamente ao restante e com o menor ou maior apoio tudo se vai resolvendo. Acerca das condições climatéricas havia algum receio, pela época do ano, de se poderem vir a agravar e não permitir
Pesca Desportiva
que se realizassem parte ou a totalidade dos dias de competição, tal não aconteceu apesar de num dos dias de competição ter sido utilizada a zona de reserva, mais perto de terra, para proteger as embarcações do vento forte. Nos restantes dias as condições foram as ideais para a prática da modalidade. Este campeonato do Mundo foi o mais participado de sempre, uma vez que nesta prova competiram 24 clubes oriundos de 7 países. De acordo com o regulamento cada país pode inscrever um máximo de cinco clubes, tendo esta prerrogativa sido utilizada por Bélgica, Espanha, Portugal e Itália (com 6 clubes por ter o clube campeão mundial de 2018 – Lenza Emiliana Tubertini), tendo Irlanda, Suíça e Eslovénia participado com apenas um clube. Os clubes Nacionais que participaram foram o Clube Naval Povoense, o Grupo Desportivo os Amarelos, o Clube de Pesca de Competição Amorim e Dias, o Clube de Pesca e Náutica Desportiva de Albufeira e o Clube de Pescadores e Caçadores Cavaquense, clubes que foram os cinco primeiros classificados do Campeonato Nacional de Clubes de Pesca embarcada de 2018 e não quiseram de forma nenhuma perder a oportunidade de disputar um Mundial de Clubes.Na manhã do dia 20 realizou-se a reunião de capitães de equipa onde foi explicado como se iria
Desfile dos participantes pelas ruas de Albufeira
Distintivo das embarcações integrantes na competição
Estavam excelentes condições para competir 2019 Novembro 395
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Pesca Desportiva
Os concorrentes encheram os açafates de peixe neste dia
desenrolar toda a competição e onde também foram esclarecidas todas as dúvidas dos participantes, quer relativas à organização quer às regras. Nesta reunião também foram efetuados os sor-
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teios para todos os dias de prova. No dia anterior realizou-se um pequeno curso de refrescamento sobre as regras da competição com os nossos experientes comissários que, de uma forma volun-
tária, deram o seu melhor para que esta organização fosse um sucesso. Desfile abrilhantou Albufeira O Campeonato começou
com um desfile dos participantes pelas ruas de Albufeira, acabando na praça central desta cidade onde foi declarado oficialmente aberto este mundial pelo Sr. Ronny de Ranter, membro da Comissão técnica da FIPS-M. De salientar que no dia seguinte se juntou a este elemento da FIPS-M, completando a delegação de juízes internacionais desta instituição, o seu Presidente Sr. Gilbert Zangerlé que nos honrou com a sua presença. Na 2ª feira dia 21 realizou-se o Treino Oficial onde os elementos de cada clube pescaram juntos na mesma embarcação e conjuntamente efetuaram as últimas afinações relativas a baixadas, anzóis, chumbadas,
Entrada das equipas na Marina de Albufeira
Desembarque no final de mais uma etapa
Equipas em competição
Um dia espectacular que rendeu muitas capturas
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Pesca Desportiva
ponteiras e tudo o mais que foram julgando importante para melhor disputarem esta competição.
Um dia bom para capturar peixe
Duas equipas a entrar no porto
Mesmo com vento muito forte fizeram-se muitas capturas 60
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Condições ideais e muito peixe Eis que chega o primeiro dia de prova (22 de junho) e aparece o nervoso miudinho característico ao início de uma competição desta grandeza. O mar estava um pouco mexido devido à intensidade do vento, mas as condições de competição eram muito satisfatórias para a prática da modalidade, também pela qualidade das embarcações que estavam em prova. Foi um bom dia competição com muitas capturas em que se destacou o GD Amarelos que venceu esta 1ª mão por força da conquista de dois primeiros lugares e um segundo nas embarcações em que competiram. Salientamos que todo o peixe capturado foi entregue a Instituições de Solidariedade Social de Albufeira que lhe deram o destino mais conveniente. O 2º dia de competição foi o que apresentou as menos boas condições atmosféricas o que levou a organização a utilizar a zona de pesca de reserva para que esta mão se pudesse realizar. Mesmo com estas condições foi o dia onde se fizeram mais capturas e onde a generalidade das equipas nacionais se portou muito bem ficando todas nos 10 primeiros lugares do dia. Neste dia a classificação
Pesca Desportiva
ditava que o pódio fosse composto na seguinte ordem: 1º lugar- CNMI Torrevieja/Espanha; 2º lugar – GD Os Amarelos/Portugal e 3º lugar – Lenza Emiliana Tubertini/Itália. As restantes equipas nacionais iam progredindo na classificação, aproximando-se dos três primeiros lugares. 3ª mão - Dia 24 de outubro, dia de todas as decisões. Mais um dia de muitas e boas capturas embora um pouco menos que no dia anterior. Quem venceu a competição neste dia foi a equipa Campeã do Mundo, Lenza Emiliana Tubertini, que fez uma competição em crescendo até obter novamente o título de Campeã Mundial de Pesca Embarcada. Este percurso foi feito de forma similar pelo CPND Albufeira que, começando menos bem foi progredindo até chegar ao último lugar do pódio, estando muito perto de chegar ao segundo lugar ocupado pelo CNMI Torrevieja de Espanha. O GD Os Amarelos começou muito bem e foi regredindo até ocupar o
O dia de mar mais forte devido ao vento
Reflexo do vento forte
Comissário em acção, contagem de capturas
Todo o peixe capturado foi entregue a Instituições de Solidariedade Social de Albufeira 2019 Novembro 395
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Pesca Desportiva
Os comissários de prova
Podio- 2º Espanha equipa CNMI Torrevieja, 1º Itália equipa Lenza Emiliana Tubertini e 3º Portugal equipa do CPND Albufeira
Capitães das equipas participantes que não foram ao pódio
5º lugar da Classificação Geral. A participação nacional foi muito positiva tendo as cinco equipas ocupado lugares nos dez primeiros lugares, pena foi que mais uma ou outra não tivessem chegado aos lugares cimeiros, mas estão todos de parabéns. Relativamente aos campeões, Lenza Emiliana Tubertini, pelo grande número de conquistas já vai sendo habitual vê-los triunfar porque em 12 edições venceram por nove vezes. A FPPDAM deixa o agradecimento a todos os que contribuíram para o sucesso organizativo deste Campeonato do Mundo manifestado por todos os participantes: Parceiros, Patrocinadores, Skippers e em especial aos Comis62
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Classificação Final
sário de Prova. Também um agradecimento especial à Câmara Municipal de Albufeira e à Marina de Albufeira pelo apoio concedido. Marcamos encontro para o próximo Mundial de Pesca Embarcada Clubes que se realizará em Espanha – San Esteban (Astúrias).
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Surf
ISA World Junior Surfing Championship
Afonso Antunes Medalha de Bronze Alfonso Antunes Afonso Antunes, surfista da Ericeira, de 16 anos, terminou em 3º no Mundial de Surf Juniores, disputado entre 28 de Outubro e 9 de Novembro na emblemática Huntington Beach, na Califórnia, considerada um dos berços do surf moderno, tendo sido fundamental para Portugal alcançar o maior número de pontos de sempre na prova, seguindo as pisadas de Tiago Pires e Vasco Ribeiro, antigos medalhados nesta competição
A
Mafalda Lopes, 9ª classificada 66
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fonso Antunes cumpriu as expectativas que o rodeavam à partida, conquistando a medalha de bronze do escalão sub-16. Feito que, a par do 9º lugar de Mafalda Lopes (sub-18 feminino) e o 10º posto de Guilherme Ribeiro (sub-18), ajudou de sobremaneira a Seleção Nacional a alcançar um histórico sétimo lugar, com o maior número de pontos alguma vez alcançados por Portugal nesta competição. Mas não foi uma caminhada fácil para Afonso Antunes. Depois de ter sido relegado
Surf
Guilherme Rbeiro, 10º classificado
na véspera para as repescagens, o filho do antigo campeão europeu João Antunes teve de passar dois heats de repescagens para chegar à final das medalhas. Na finalíssima, o havaiano Jackson Bunch não deu qualquer hipótese à concorrência, “inventando” um 9.00 logo na sua primeira onda da bateria, juntando-lhe depois, já no final, mais um aéreo que lhe valeu um 8.00. Pelo meio, ainda descartou um 7.33 e terminou com um total de 17.00. Os outros três surfistas, onde se incluíam, além de Antunes (10.50), os norteamericanos Taj Lindblad e Ryan Huckabee, nunca tiveram a sorte de apanhar ondas daquela qualidade e pareciam estar a surfar outra bateria, noutro oceano
Joaquim Chaves
Gabriela Dinis 2019 Novembro 395
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Surf
Martim Paulino qualquer, pelo que disputaram os outros lugares do pódio, com Lindblad (10.53) a garantir a prata, Afonso Antunes a ficar com o bronze e Huckabee (9.46) o cobre,
correspondente à quarta posição. Guilherme Ribeiro (sub18) que terminou em 10º, perdeu nas meias-finais do “main event” em terceiro
lugar e depois em quarto nas repescagens, com Mafalda Lopes (sub-18 feminino), que ficou em 9ª, a ter o mesmo percurso. Joaquim Chaves, que estava nas
José Champalimaud 68
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meias-finais da repescagem também perdeu em terceiro e foi eliminado. No final, o Selecionador Nacional David Raimundo fez um balanço obviamente positivo da participação nacional: “Chegou ao fim um campeonato que foi uma ultramaratona, mas na qual conseguimos alcançar os nossos objetivos, nomeadamente, trazer uma medalha e melhorar a posição do ano passado [11º], sendo que chegámos muito, muito perto de romper o ‘top 5’ naqueles que foram, sem dúvida, os Mundiais Juniores mais disputados de sempre.” Quanto ao herói do Mundial, Afonso Antunes, a alegria misturava-se com a frustração de não ter conseguido a medalha mais desejada: “As minhas expectativas eram mais altas do que uma medalha de bronze, gostava de ter ganho o ouro, mas não consegui
Surf
Kika Veselko encontrar-me com o mar. Mas é claro que apesar de estar um bocadinho frustrado, estou muito contente com o resultado.” Confrontado com a herança histórica de antigos medalhados em Mundiais de Juniores como foram Tiago “Saca” Pires ou Vasco Ribeiro, o jovem surfista nacional confessou: “É uma honra estar em tão boa companhia e um orgulho estar a esse nível. É uma motivação muito grande mas sei que tenho de ir com calma. Para o ano, quero começar a correr o circuito de qualificação mundial [QS] mais a sério mas sempre a par dos projuniores. Quero levar a minha carreira com calma, sem precipitações.”
Beatriz Carvalho
A Seleção Nacional
Carolina Santos
Diretor Técnico: Miguel Moreira Selecionador: David Raimundo Treinador de Surf: Pedro Simão Médico responsável: Alberto Prata Fisioterapeuta: Ricardo Salvador Sub-16 feminino: Beatriz Carvalho, Francisca Veselko, Gabriela Dinis. Sub-16 masculino: Afonso Antunes, Joaquim Chaves, Martim Paulino Sub-18 feminino: Carolina Santos, Mafalda Lopes, Matilde Passarinho Sub-18 masculino: Guilherme Ribeiro, João Vidal, José Champalimaud
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Surf
5ª Edição dos Prémios ONDAS XXL EDP Mar Sem Fim
Distinguidos Surfistas Portugueses de Ondas Grandes
Os vencedores Nicolau Von Rupp, Joana Andrade, Martim Melo, Lourenço Katzenstein, António Laureano, Marco Medeiros
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ecorreu esta manhã a 5ª edição de entrega de prémios das ondas XXL EDP Mar Sem Fim, na qual foram distinguidos os melhores
surfistas de ondas grandes da temporada em Portugal. Na edição deste ano foram submetidas quase 90 ondas, um recorde na entrega destes prémios e, das 8 ca-
tegorias premiadas, os destaques vão para Nicolau Von Rupp que surfou a Onda da Temporada e para António Laureano, o mais jovem de sempre a ganhar o Prémio
Lourenço Katzenstein 70
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Maior Onda Remada. Na cerimónia que decorreu no anfiteatro da sede da EDP, Nicolau Von Rupp foi ainda premiado nas categorias Maior Wipeout e Melhor Tubo, e na categoria Maior Onda Tow-in o vencedor foi Lourenço Katzenstein, que na edição anterior arrecadou a distinção de Rookie do ano. Na edição deste ano foram novamente atribuídas 3 distinções, para o Rookie e Girl, a Martim Melo e Joana Andrade respetivamente e Marco Medeiros, que foi o distinguido na categoria Irmandade, que premiou o piloto de mota de água que mais ajudou os surfistas ao longo da temporada transata. O Painel de Juízes para esta 5ª edição foi composto por várias personalidades
Surf
bem conhecidas da comunidade do surf nacional e internacional. O Chefe de Juízes, Eric Rebiere, ex-surfista mundial e entre muitos outros títulos, 2x campeão europeu liderou um painel de juízes composto por Maya Gabeira, João Valente, Pedro Muller, Miguel Ruivo e Miguel Pedreira. Para além das categorias e das muitas ondas submetidas, o destaque vai também para os patrocinadores que se mantêm ligados ao projeto EDP Mar Sem Fim: a Mitsubishi Motors a Yamaha e a Fonte Viva, três marcas com forte ligação ao surf. A Mitsubishi Motors, que costuma marcar presença nas praias com os seus veículos, voltou a dar nome a um dos prémios mais importantes, a Maior Onda (Remada). “Juntámo-nos ao projeto no ano passado por toda a ligação que temos ao surf e às praias e correu tudo muito bem. Este é um projeto que dá cada vez mais destaque e apoio ao surf de ondas grandes em Portugal e a prova foi o grande evento que realizaram nos açores no passado mês de março”, afirma Miguel Santos, Marketing Manager da Mitsubishi Motors. Também a Yamaha voltou a apoiar a edição deste ano, ao associar-se novamente ao prémio Irmandade. Sandra Cunha, Marine Marketing Coordinator da Yamaha refere que: “este é um prémio diferente. O ano passado quisemos entrar no projeto porque as motas de água são fulcrais para a realização deste desporto. A verdade é que quando entregámos o prémio, a surpresa do vencedor foi tanta que sentimos que realmente marcámos a diferença por estarmos ao lado de uma pessoa que
Nicolau Von Rupp por vezes não tem o destaque que merece e, consequentemente, ajudámos o desporto a crescer”. Quem também se juntou mais uma vez aos prémios XXL EDP Mar Sem Fim foi a Fonte Viva, que volta a apoiar o prémio Rookie que distingue o mais recente atleta a participar nas ondas grandes. “A Fonte Viva tem feito uma grande aposta no surf. Já apoiamos um dos mais promissores atletas do surf de ondas grandes, e ao marcar presença neste evento, com este
Prémio, estamos a apoiar também outros atletas que estão a dar os primeiros passos nestas aventuras e que tanto futuro têm pela
frente”, refere Tiago Sampaio, Diretor do Departamento de Apoios, Parcerias, Patrocínios e Experiência do cliente da Fonte Viva.
Antonio Laureano
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O Veleiro Português Mirpuri Volta à Ocean Race
A
Fundação Mirpuri tem o prazer de comunicar a cerimónia de apresentação e baptismo do único barco português que irá participar na The Ocean Race 2021-22, que teve lugar no passado dia 15 de novembro, na Marina de Cascais. O barco “Racing for the Planet”, da Mirpuri Foundation Racing Team, promete não só competir pelo
troféu, como também lutar pelos valores da Fundação, pela sustentabilidade e contra as alterações climáticas, dando voz à campanha #StopClimateChange. Esta campanha pretende ainda reforçar outras mensagens de sustentabilidade da Fundação, como a luta constante contra os plásticos no oceano, a perda dos recifes de corais e o aquecimento global. Recorde-se que na edi-
ção 2017-18 da regata, a Fundação Mirpuri se tornou no principal parceiro de sustentabilidade da The Ocean Race (ex-Volvo Ocean Race), a mais antiga e prestigiada regata à volta do mundo, assim como parceiro fundador do barco “Turn the Tide on Plastic”, que também carregou a bandeira portuguesa e que, pela primeira vez, contou com velejadores portugueses a bordo
O barco “Racing for the Planet” irá competir na classe VO65, projetada e construída para ser uma máquina competitiva e de alto desempenho. A introdução deste design único para frota revolucionou a regata, liderando a competição e atingindo velocidades recordes, garantindo que a prova seja vencida nos oceanos. Enviamos em anexo o programa do evento.
Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com
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