Revista Médico Repórter 99

Page 1

r JORNALÍSTICA NA FORMA, CIENTÍFICA NO CONTEÚDO INFORMAÇÃO EXCLUSIVA PARA MÉDICOS

95

75

25

5

0

M É D I C O R E P Ó R T E R r A N O 1 0 r N º 9 9 r F E V E R E I R O 2 0 0 9

100

100

95

75

25

5

0

A n o 1 0 r n .9 9 r F e v e r e i r o 2 0 0 9

r

95

75

25

5

0

I N F O R M A Ç Ã O E X C L U S I V A P A R A M É D I C O S

100

100

95

75

Turismo médico: o Brasil como rota de saúde

25

5

0


RIMOWA PARA OS MAIS APRESSADOS, LEVEZA QUE FACILITA O DESEMBARQUE

Flagship Boutique Rimowa – Rua Vittorio Fasano, 37 Jardins São Paulo – SP

CEP 01414-020 Tel. (11) 3062-0226 À partir de 23 de Junho: Boutique Rimowa Rio – Shopping Leblon 2º piso - Rua Afrânio de Melo Franco, 290 RJ CEP 22430-060 Tel. (21) 2512-8271

Anúncio - Avião - Médico Reporte2 2

10/06/2008 17:12:43


EVERY CASE TELLS A STORY.

Anúncio - Avião - Médico Reporte3 3

10/06/2008 17:12:58


MÉDICO REPÓRTER E GARANTA O RECEBIMENTO DA MAIS EXCLUSIVA PUBLICAÇÃO MÉDICA

Editorial

ASSINE

A

NA SUA RESIDÊNCIA

Alguns itens colocam o Brasil na rota daqueles que preferem sair de seus países para buscar novas alternativas de assistência médica. Atendimento personalizado, Medicina de ponta, certificação internacional, profissionais preparados, instalações adequadas e custos reduzidos (no contexto internacional) são os principais atrativos. Na matéria de capa desta edição, mostramos os pontos positivos e negativos deste “turismo médico” e as posições das entidades ligadas ao assunto. Outra reportagem que merece destaque neste número faz uma comparação entre a relação médico-paciente aqui no Brasil e nos Estados Unidos. Um cardiologista que cursa pós-doutorado na Duke University mostra as diferenças. E por falar em experiência internacional, conversamos também com o Dr. Paulo M. Hoff, diretor executivo do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, que contou sua experiência no período em que cursou a Universidade de Miami e em que fez especialização no M.D. Anderson, em Houston, no Texas. Entre nossas matérias especiais, destacamos o HPV, a obesidade infantil e a nanomedicina.

r r r r r r

Boa leitura!

r

Hype Fotografia

r r r

11 - 2714-5400 anasodre@lopso.com.br

2 médicorepórter edi-indi-colaboradores.pmd

| fevereiro 2009

2

18/2/2009, 17:58


Índice

06

INTERNACIONAL Experiência no exterior e aplicação no Brasil

10

CAPA Turismo médico: o Brasil como rota de saúde

16

COMPLIANCE Relação médico-paciente: uma questão universal

20

ATUALIZAÇÃO TERAPÊUTICA Tratamento adequado da dor inclui medicação de horário

24

O controle da asma

28

Tabagismo é doença e tem tratamento

30

Bronquietacsias

33

Tratamento de osteoporose grave tem medicação eficaz

34

Contraceptivos impedem recorrência da endometriose

37

Diagnóstico e tratamento da rosácea

40

MATÉRIA ESPECIAL A Medicina do futuro cada vez mais presente

43

HPV exige atenção constante

46

Obesidade infantil: educação pode ser a saída

50

SOCIEDADE MÉDICA Estudante de Medicina mal formado é o médico de amanhã

51

INFOSCRIBA

52

NA PRATELEIRA

54

PANORAMA

61

CADERNO DE FITOMEDICINA CIENTÍFICA

10

16

30

37

40

46 mmé éddi ci coor er ep pó ór tr et er r | | f fe ev ve er re ei ri roo 2 20 00 09 9

edi-indi-colaboradores.pmd

3

18/2/2009, 17:58

33


Colaboradores

Dr. Marcelo Chiara Bertolami, diretor científico do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

Dra. Ceci Mendes Carvalho Lopes, presidente da Associação Médica Brasileira de Fitomedicina (SOBRAFITO)

Ano 10 r n. 99 r Fev 2009

Diretora Geral Ana Maria Sodré Diretora Administrativa

Dr. Marcello D. Bronstein, chefe da Unidade de Neuroendocrinologia da disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das Clínicas da FMUSP

Dr Mario Peres, médico neurologista, doutorado pela Unifesp, pósdoutorado pela Thomas Jefferson University, Philadelphia

Fernanda Sodré Jornalista Responsável Gisleine Gregório - MTb 26 986-SP Redação Jornalistas: Camila Balthazar, Danilo Gonçalves, Nina Rahe, Mariana Tinêo Revisora: Isabel Gonzaga redacao@medicoreporter.com.br Criação e Diagramação André Teixeira

Dr. Décio Chinzon, assistente doutor da Disciplina de Gastroenterologia Clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Dr. Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Treinamento, Simulação e Pesquisa do InCor HCFMUSP, Diretor da Fundação Interamericana do Coração e Presidente do Comitê de Ressuscitação da AMIB

Hudson Calasans Comercial Cristiana Domingos comercial@medicoreporter.com.br Tiragem 40.000 exemplares As matérias assinadas não refletem a opinião da Médico repórter. De acordo com a resolução RDC nº 102 de 30 de novembro de 2000, a revista Médico repórter não se

Dr. Mário Santoro Junior, Academia Brasileira de Pediatria, Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (gestão 94-96), VicePresidente da Associação Latino Americana de Pediatria (gestão 2003-2004)

responsabiliza pelo formato ou conteúdo dos anúncios publicados. É proibida a reprodução parcial ou total da Médico repórter sem a

Dr. César Eduardo Fernandes, Professor Livre Docente. Chefe da Clínica Ginecológica da Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia da FMABC. Professor Colaborador da Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, São Paulo.

devida autorização do Grupo Lopso

Dr. Carlos A. C. Pereira, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, doutor em Pneumologia pela UNIFESP. Diretor do Serviço de Doenças Respiratórias do HSPE-SP

de Comunicação. Médico repórter é uma publicação do Grupo Lopso de Comunicação. INPI nº 819.589.888

Calçada das Palmas, 20, 2º andar – C. C. Alphaville. CEP 06453-000. Barueri - SP

Dra. Denise Steiner, professora de Dr. Manoel Jacobsen Teixeira, Dermatologia da chefe da Liga de Dor do Hospital Faculdade de Medicina das Clínicas da FMUSP de Mogi das Cruzes, em São Paulo

4 médicorepórter edi-indi-colaboradores.pmd

Fone: (11) 2714-5400 Fax: (11) 2714-5420 assinante@lopso.com.br

| fevereiro 2009

4

18/2/2009, 17:59



Experiência no exterior e aplicação no Brasil Divulgação

por Nina Rahe

A

Medicina norte-americana é uma das mais avançadas no mundo, principalmente no que diz respeito à tecnologia. Nesse sentido, o Brasil ainda tem muito para caminhar. Alguns médicos brasileiros, no entanto, destacamse em sua atuação no exterior e trazem de volta ao Brasil os aprendizados, contribuindo para a evolução da Medicina no País. É o caso do Dr. Paulo M. Hoff, que ingressou aos 16 anos na Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) e concluiu os estudos na Universidade de Miami. Fez especialização no M.D. Anderson, em Houston, no Texas, o principal hospital para tratamento e pesquisas em câncer, e se tornou professor e médico titular da instituição. Atualmente, ele está no Brasil e é diretor executivo do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. Em entrevista exclusiva para a Médico repórter, o Dr. Paulo M. Hoff conta sobre sua experiência, explicita as diferenças da Medicina nos dois países e argumenta sobre os avanços e o futuro da Oncologia. O sr. foi aprovado em quatro vestibulares para o curso de Medicina quando tinha 16 anos. Quais foram eles? Na realidade fui aprovado em dois vestibulares para Medicina – Londrina e UnB (Universidade de Brasília). Os outros Etiologia dois foram para Direito, em Brasília.

Dr. Paulo M. Hoff

6 médicorepórter internacional.pmd

Logo após, recebeu bolsa de estudos do Programa Latino-Americano da Universidade de Miami para fazer seu internato e foi convidado a retornar como residente em Medicina Interna. O sr. poderia contar como foi sua experiência nessa instituição? Fiz o curso de Medicina em Brasília em uma época bastante agitada, na transição do regime militar para a democracia. Havia muitas greves, e a UnB estava trocando de Hospital Universitário. Durante o curso surgiu a oportunidade de concorrer a uma bolsa de estudos na Universidade de Miami, no Programa Latino-Americano. Foi uma experiência muito boa, pois além de fazer o internato normal em uma instituição de ponta, acabei aplicando e cursando seis meses adicionais de faculdade com os alunos americanos, o que me deu uma visão diferente da qual estava habituado.

| fevereiro 2009

6

18/2/2009, 18:35


Minhas notas foram excelentes, e acabei sendo convidado a fazer a residência no mesmo local. Quais foram os principais aprendizados e estudos desenvolvidos nessa época? A Medicina americana era e continua sendo a mais tecnologicamente avançada no mundo. Existem alguns pontos formidáveis que merecem reconhecimento. Eles valorizam muito o trabalho, hierarquia, disciplina, estudo e interesse acadêmico. Concentrei-me em me aprimorar como médico, e comecei a me interessar por estudos clínicos. Ficou claro para mim que nosso conhecimento médico é limitado, e que para ajudar nossos pacientes será cada vez mais necessário desenvolvermos novos procedimentos diagnósticos e terapêuticos. A única maneira eficiente e ética de se fazer esse desenvolvimento é através de estudos clínicos bem desenhados. Estar em uma instituição de ponta me expôs a esse tipo de estudos e aguçou meu interesse. E quando foi que o sr. optou pela Oncologia? Durante minha residência em Clínica Médica, na hora de optar por uma área de atuação, fui atraído pela Oncologia. Tive casos de câncer na família, e me chamou a atenção o quanto ainda precisamos aprender sobre essa doença. Passei a ler bastante sobre o assunto e decidi que gostaria de me especializar na área. Fui aceito para cursar Hematologia e Oncologia na própria Universidade de Miami, no Hospital Beth Israel da Universidade de Harvard, Duke e no M. D. Anderson da Universidade do Texas. Após certo tempo de indecisão, optei pelo M.D. Anderson, que é o maior centro de câncer do mundo. Foram três anos de treinamento incríveis. Trabalhei com alguns dos maiores nomes da oncologia mundial, e tive a oportunidade de participar de estudos clínicos importantes. O diretor do programa na época, Dr. Richard Pazdur, incorporou-me em seu time de pesquisa, e eventualmente me escolheu como chefe dos fellows da instituição. Quando me formei em 1998 e me preparava para voltar ao Brasil, fui convidado a ficar no M. D. Anderson, assumindo o programa de tumores de cólon e reto logo em seguida, pois já tinha uma linha de pesquisa bem estabelecida. No que diz respeito à relação médico-paciente, quais são as diferenças da atuação médica em comparação com o Brasil? A relação médico-paciente americana é muito diferente da brasileira. As expectativas dos pacientes são diferentes, e valoriza-se muito a autonomia do paciente. No Brasil temos maior cuidado em relação ao que se discute. Além disso, o ato médico nos Estados Unidos está muito influenciado pelos processos judiciais. Quando se espera que um em seis médicos seja eventualmente processado, não surpreende que

se faça uma Medicina muito mais defensiva nos Estados Unidos do que no Brasil. Não sou contra a possibilidade de acesso ao sistema judicial para vítimas de erro médico, mas não podemos esquecer que a Medicina não é uma ciência exata. E em relação aos equipamentos e à estrutura de atendimento? Quando discutimos equipamentos e estrutura de atendimento, nosso primeiro impulso é de enaltecer outros países e esquecer o que temos. Não há dúvida quanto à maior facilidade de acesso à alta tecnologia nos Estados Unidos. Afinal, eles gastam 16% do produto interno bruto (PIB) em saúde, mas não podemos confundir acesso à tecnologia com acesso ao tratamento. Os Estados Unidos ainda têm problemas de acesso importantes, principalmente em relação à Medicina preventiva e ambulatorial. Claro que isso muda de estado para estado, pois não há um sistema unificado. O mais próximo que se chega a um sistema federal é o programa de Medicare, disponível apenas para idosos. No Brasil temos o Sistema Único de Saúde (SUS). Não funciona tão bem quanto gostaríamos, mas é sem dúvida nenhuma um grande avanço em relação ao que tínhamos antes. Precisamos valorizar o SUS e trabalhar para aprimorá-lo. Sua pesquisa na área de “inibição de receptores hormonais como neoadjuvância em câncer de mama em pacientes idosas e com comorbidades” recebeu o Prêmio de Melhor Projeto de Pesquisa no ano de 1998 e foi apresentada no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) – mais importante evento em Cancerologia no mundo. O sr. poderia explicitar quais foram as descobertas provenientes do seu estudo e de que forma elas contribuíram para a Oncologia? Tendemos a ver avanços da Medicina como rupturas. Antes não havia nada e de repente temos a resposta, o que obviamente não é o que acontece. Avanços geralmente ocorrem pela adição de informações geradas por grupos diferentes. Meus trabalhos ofereceram algumas contribuições modestas. O uso de hormonioterapia na neoadjuvância de câncer de mama para pacientes selecionadas, por exemplo, tem progredido e já é aceito por muitos, mas meu trabalho foi apenas um de muitos publicados na área. Acho que minha maior contribuição ocorreu no tratamento de tumores de cólon. Modestamente, os trabalhos que tiveram minha participação foram importantes para a aprovação de duas novas drogas, a capecitabina e o UFT. O sr. poderia falar sobre esses medicamentos? Essas duas medicações são pró-drogas de 5-fluorouracil. Por serem administradas de forma oral apresentam algumas vantagens farmacocinéticas e de conveniência para o paciente, e hoje são fartamente utilizadas no tratamento de tumores do trato gastrintestinal, mama e outros. médicorepórter | fevereiro 2009

internacional.pmd

7

18/2/2009, 18:35

7


Quais foram os avanços mais significativos nos conhecimentos a respeito da Oncologia? Teria que dizer que o aprendizado dos mecanismos de desenvolvimento molecular dos tumores é o avanço mais importante da Oncologia. Somente esse conhecimento abre a porta para uma eventual cura de todos os tumores. Um dos avanços mais recentes foi a comprovação de que os tumores também parecem depender de células-tronco específicas para sobreviver. E no que diz respeito aos tratamentos? O uso do conhecimento sobre Biologia Molecular dos tumores para o desenvolvimento de drogas com alvo molecular e para a individualização do tratamento. Por exemplo, com o conhecimento de que os tumores dependem de um número pequeno de células-tronco para manterem-se vivos, poderemos desenvolver tratamentos direcionados para essas células, pois o grosso das células tumorais parece não ser capaz de manter o tumor sem essas células especiais. Numa guerra moderna, os adversários procuram destruir os acessos e os centros de comunicação e controle, sem precisar necessariamente matar todo o exército inimigo. Sem suprimentos e sem cadeia de comando, o adversário se torna uma presa mais fácil. A Oncologia tem evoluído em três vertentes (prevenção, conhecimento sobre a causa da doença e tratamento). O sr. poderia citar os avanços obtidos na prevenção e detecção? Usando dados epidemiológicos, diversos fatores de risco já foram identificados, e pacientes podem ser direcionados para regimes de prevenção específicos. Destacaria a importância do antitabagismo no controle de diversos tipos de tumores, incluindo cabeça e pescoço, esôfago, pâncreas, pulmão, bexiga e outros. Quanto à detecção precoce, ainda estamos limitados a alguns tumores, como colo uterino, mama, próstata e intestino, mas o conhecimento de Biologia Molecular está lentamente sendo utilizado para o desenvolvimento de ferramentas moleculares de detecção precoce, o que seria realmente um avanço enorme. Provavelmente o primeiro tumor a ter esse tipo de ferramenta venha a ser o câncer de intestino, pois as fezes oferecem uma oportunidade única de acesso ao que está ocorrendo nas paredes do órgão, e os primeiros ensaios clínicos já estão em andamento. E no que se refere ao aprendizado do que causa o câncer? As células são muito complexas, e as vias moleculares responsáveis pelo aparecimento e desenvolvimento do câncer apresentam variações muito grandes em sua ativação e distribuição. Já entendemos muito, mas será necessário muito mais

8 médicorepórter internacional.pmd

esforço para compreender como essas alterações podem ser controladas. Evoluímos muito, e estamos cada vez mais rápidos. Por exemplo, quando o Projeto Genoma foi feito, foram necessários anos para sequenciar o primeiro genoma humano completo, agora fazemos isso em pouquíssimo tempo. No entanto, ainda há muito o que aprender. E, por fim, a última vertente é o tratamento mais eficaz do câncer. Quais foram os avanços da Medicina nesse sentido? O conhecimento molecular adquirido nos últimos anos possibilitou o desenvolvimento de tratamentos específicos para cada alteração molecular. Temos hoje mais de 200 medicamentos em estudo. Infelizmente muitos serão ineficazes e não trarão benefício, mas esperamos que pelo menos alguns funcionem como esperado. Uma área nova é o uso desses medicamentos em grupos selecionados de pacientes, com alterações moleculares específicas que tornem seus tumores mais responsivos aos medicamentos, permitindo a individualização do tratamento. Ao ouvir um diagnóstico de câncer, o paciente sofre como se recebesse uma sentença de morte. Qual é a melhor maneira de informar o câncer para um paciente? De que forma o médico deve proceder? Temos um grande tabu em nossa sociedade em relação ao câncer. Embora 60% dos pacientes sejam curados, nós acabamos focando naqueles em que o tratamento não deu certo. Cada profissional acaba desenvolvendo seu próprio estilo de falar com o paciente e com a família. Eu pessoalmente acho importante que o paciente saiba o que está tratando, pois isso permite a ele participar ativamente das decisões sobre o tratamento. Além disso, os pacientes eventualmente acabam descobrindo e perdem a confiança no médico se o mesmo mentiu sobre o diagnóstico. Isso não quer dizer que tenhamos que dar cada informação em grande detalhe, nem que devamos transparecer pessimismo. Em todos esses anos de atuação, o que o sr. destaca como mais importante? A mudança de atitude diante do câncer. Quando iniciei meu treinamento, mesmo os médicos tinham uma visão muito pessimista quanto a essa doença, e com os avanços recentes finalmente isso está mudando. Qual é o futuro da Oncologia? Teremos cada vez mais uma individualização do tratamento, e vamos continuar aprendendo e melhorando nossos resultados. Não sei quando, mas vamos derrotar essa doença.r

| fevereiro 2009

8

18/2/2009, 18:35


marca corte.pmd

1

17/2/2009, 13:19


Turismo médico: o Brasil como rota de saúde por Mariana Tinêo

10 m é d i c o r e p ó r t e r materia capa.pmd

| fevereiro 2009

10

18/2/2009, 18:40


Atendimento personalizado, medicina de ponta, certificação internacional, profissionais preparados, instalações adequadas e custos reduzidos (no contexto internacional) são itens que colocam o Brasil na rota daqueles que preferem sair de seus países para buscar novas alternativas de assistência médica.

H

á alguns anos os cientistas brasileiros destacam-se no cenário internacional. Médicos premiados, resultados de pesquisas e desenvolvimento de tratamentos relevantes para a humanidade trouxeram o reconhecimento da comunidade científica para o nosso País. Afinal, aqui também se pratica Medicina de ponta, apesar de todas as dificuldades. Em consequência da boa prática médica, pacientes de outros países têm procurado tratamento no Brasil. Alguns por conhecerem o trabalho de profissionais renomados e de instituições com certificação internacional. Outros por conhecerem nosso sistema de saúde e alguns de seus programas eficazes. O fato é que há um fluxo de pessoas que vêm de fora para serem consultadas ou tratadas por nossos especialistas. Percebendo a demanda por nossos serviços de saúde, instituições e empresários apostaram no atendimento ao paciente internacional, criando setores especializados, com mão de obra qualificada para atender aos estrangeiros e suas necessidades. No entanto, de acordo com Rodrigo Alberto Correia da Silva, advogado e sócio-fundador do escritório Correia da Silva, o movimento que existe no mercado hoje é outro; é a procura pela consolidação do turismo médico, ou melhor definindo, as viagens de saúde. “Sabemos que há um público mundial que busca destinos onde o tratamento médico tem qualidade reconhecida, com custos interessantes. Pessoas da Europa e dos Estados Unidos costumam verificar se há opções menos onerosas de tratamento fora de seus países de origem. O turismo médico é hoje um dos grandes filões de negócios decorrentes da globalização. O tema foi discutido recentemente em um seminário da Câmara Britânica de Comércio (Britcham) e levantou números impressionantes. Só em 2007, cerca de 1 milhão de pacientes gastaram US$ 3 bilhões em países como Tailândia,

Cingapura e Índia em busca de tratamento médico. O Brasil ainda não é considerado um destino comum para saúde. Não é muito divulgado, embora já tenha, para algumas especialidades (cirurgia plástica e cirurgia bariátrica) um certo reconhecimento internacional.” Na opinião de Rodrigo, o Brasil possui diferenciais para atrair o mercado de saúde: receptividade, calor humano e pontos turísticos famosos. “Temos também médicos altamente capacitados e internacionalmente reconhecidos, além de excelente infraestrutura hospitalar e de turismo. Porém, alguns desafios devem ser superados, como o caos urbano e a falta de segurança”. O advogado afirma que setores públicos e privados estão buscando a articulação e cooperação mútua. “O setor público deve se envolver nesses esforços, viabilizando um arcabouço regulatório eficiente para dar suporte à iniciativa privada e angariar investimentos. O interesse público nessa iniciativa é inegável, pois ganhar esse mercado significa mais recolhimento de impostos, geração de empregos bem remunerados, investimentos sustentáveis em infraestrutura hospitalar e formação profissional, o que resultará em redução de custos fixos na saúde e ampliação de acesso para a população local.” Entretanto, Rodrigo lembra que para investir no ramo do turismo médico alguns itens básicos são essenciais: r Profissionais com fluência em línguas estrangeiras; r Atualização tecnológica de equipamentos, materiais, medicamentos e instalações; r Qualificação internacional do corpo clínico; r Certificação internacional do serviço de saúde; r Facilidade de pagamento, comunicação e chegada ao destino dos procedimentos.

1111

mmé éd di ci co or er pe pó ró tr et re r| |f fe ev ve er re ei ri ro o2 20 0 09 9

materia capa.pmd

11

18/2/2009, 18:40


Embora o advogado acredite que do ponto de vista operacional (viabilização da infraestrutura) o Brasil possa rapidamente se adequar aos requisitos exigidos para ser um destino forte do turismo médico, do ponto de vista cultural e político surgem alguns obstáculos. “Temos uma grande trava para o desenvolvimento do turismo médico no País, que é a proibição de investimento estrangeiro no setor de serviços de saúde. Está na Constituição e na lei nº 8080/90. Hoje a capacidade de investimento local está comprometida e o investimento de fora é vedado. Os Conselhos de Medicina (CRMs e CFM), não estão apoiando esse movimento do turismo médico por acreditar que isso seja uma forma de mercantilização e banalização da Medicina. Mas a proposta não é a mercantilização do profissional de saúde e sim uma postura clara e proativa na oferta de serviços no mercado global que será atendida por profissionais de saúde dentro da melhor ética. Não queremos vender o serviço do médico. Seria um benefício até social, porque esse empreendimento pode melhorar a estrutura oferecida também para os pacientes internos. Não há aspecto negativo no turismo médico, precisamos mudar a cultura das pessoas, trabalhando do ponto de vista jurídico e cultural”, declara.

Tratamento e turismo Em 2006, o Ministério do Turismo encomendou à consultora Suselaine Martinelli, especialista

12 m é d i c o r e p ó r t e r materia capa.pmd

em Segmentação do Turismo de Saúde, um estudo sobre o turismo médico no País. Segundo os dados da pesquisa, existe um turismo médico em pleno desenvolvimento no Brasil, mesmo sem estrutura. E as viagens de saúde ocorrem principalmente por dois motivos: os preços dos procedimentos médicos, que são atraentes e competitivos – se colocados no cenário internacional – e a excelente reputação de algumas especialidades. Durante o levantamento do segmento, Suselaine constatou um crescente número de tratamentos médico-hospitalares de caráter preventivo, estético e odontológico oferecidos por algumas agências e operadoras de turismo, em parceria com centros médicos reconhecidos. Sendo que os procedimentos médicos podem ser planejados e facilmente agregados a outras motivações de viagem, como o carnaval. O turista vem ao Brasil para o carnaval carioca e aproveita para realizar um checkup, por exemplo. Considerando a natureza dessa atividade turística, o Ministério do Turismo, por meio da Coordenação Geral de Segmentação, definiu o Turismo de Saúde como um segmento constituído por atividades turísticas decorrentes da utilização de meios e serviços para fins médicos, terapêuticos e estéticos. São Paulo é a cidade brasileira com maior capacidade para investir no turismo médico. E as iniciativas para aproveitar esse nicho de mercado já ocorrem. A São Paulo Turismo (SPTuris), empresa de promoção turística e eventos da cidade de São Paulo, reuniu informações relacionadas ao atendimento médico em uma publicação, São Paulo Saúde – Guia de Turismo Médico, Bem-estar e Qualidade de Vida, a fim de destacar a excelência e o potencial desse segmento na capital paulista. Segundo a assessoria de imprensa da SPTuris, o guia teve tiragem inicial de 10 mil exemplares – em português, espanhol e inglês – trazendo detalhes das instituições e suas especialidades, informações importantes para os profissionais de turismo que queiram montar produtos relacionados ao setor e orien-

| fevereiro 2009

12

18/2/2009, 18:40


tações para o consumidor interessado em realizar um procedimento, ampliar sua estadia ou fazer dos cuidados com a saúde os motivos para uma visita. São listados ainda produtos de turismo médico, as agências que os realizam e operadoras especializadas em pacotes na capital paulista. Tudo com qualidade de Primeiro Mundo e preços em reais. E para garantir a qualidade das informações do São Paulo Saúde, a SPTuris contou com a parceria do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (Sindhosp). O Sindicato orientou a SPTuris na criação de parâmetros para os estabelecimentos que fariam parte da publicação, como a necessidade de serem, obrigatoriamente, organizações com acreditação ou certificação de qualidade (como as certificações ISO 9001 ou superior, Acreditação da Joint Commission International – JCI ou da Organização Nacional de Acreditação – ONA) e de estarem sob a responsabilidade técnica de profissionais médicos.

Atendimento de Primeiro Mundo O Hospital Sírio-Libanês (HSL), em São Paulo, é uma das instituições mais procuradas por pacientes de outros países. Para atender a essa demanda e fazer parte da rota de saúde, a entidade investiu pesado, criando o setor de Relações Internacionais. De acordo com Deise de Almeida, superintendente Comercial e Marketing do HSL, o setor foi instituído em janeiro de 2007, dentro de um grande programa de internacionalização do hospital. “Realizamos um grande investimento, desde 2006, que foi a busca pela acreditação pela Joint Commission International – a mais importante entidade mundial para a acreditação de padrões assistenciais da qualidade de serviços de saúde –, que se concretizou em dezembro de 2007. Essa acreditação é fundamental na hora de o cliente internacional escolher o hospital onde fará seu tratamento médico”, diz. Além da acreditação, ela conta que o HSL iniciou uma mobilização para se preparar para recepcionar o cliente internacional. “O projeto exigiu R$ 1,6 milhão. Capacitamos nossos colaboradores na fluência da língua inglesa, chegando a patrocinar aulas de idiomas para

alguns dos 600 funcionários treinados para lidar com esse tipo de cliente. O inglês também está presente em 100% das placas de sinalização do hospital. Para o início deste ano está prevista a inauguração de uma estrutura física diferenciada para atendimento ao cliente internacional.” Deise lembra ainda que o HSL é o primeiro hospital no Brasil a adquirir o Robô da Vinci, na busca pela adequação à demanda internacional, sendo o único hospital no País habilitado a oferecer treinamentos aos médicos brasileiros para os procedimentos cirúrgicos que são realizados com o robô. “Também participamos este ano do 3rd World Health Tourism Congress , em Marbella, Espanha, evento que demonstra a expansão e reconhecimento do mercado de turismo médico”, acrescenta. A superintendente explica que a área de Relações Internacionais possui funcionários bilingues que prestam assistência integral ao paciente durante sua permanência no hospital. “Antes de criarmos a área de Relações Internacionais, estudamos o perfil do cliente estrangeiro e estruturamos nosso atendimento às necessidades e expectativas deste tipo de público. Hoje realizamos toda a negociação entre paciente - plano de saúde - hospital. Também verificamos orçamentos e estimativas de

médicorepórter | fevereiro 2009

materia capa.pmd

13

18/2/2009, 18:40

13


procedimentos médico-hospitalares e acompanhamos integralmente a conta deste paciente. Nossos serviços de atendimento são diferenciados, dispomos de concierges personalizados, que coordenam as admissões, internações hospitalares e processos de alta, sempre auxiliando na comunicação e tradução entre paciente/acompanhante e hospital. Também oferecemos todo o suporte no processo de agendamento de consultas e exames, na organização de viagens, agendamento de traslado de ida e volta ao aeroporto e orientação nos contatos para hospedagem em hotéis com tarifas especiais. E caso algum acompanhante queira, indicamos passeios turísticos e opções de lazer.” Segundo Deise, antes de janeiro de 2007 a receita proveniente dos clientes internacionais significava 0,5% da receita total anual do HSL. Em 2008 o índice subiu para mais de 5% da receita e atualmente o hospital possui acordos com quase 40 convênios internacionais. A superintendente diz ainda que, em um comparativo de 2007 para 2008, o volume de pacientes estrangeiros aumentou 62%. “Muito mais que a média de mercado, se analisarmos outros hospitais de porte e qualidade similar. Isso é certamente o fruto de todo o projeto de internacionalização traçado desde o início de 2007. Norte-americanos, franceses, alemães, angolanos e sul-americanos (principalmente argentinos e paraguaios) são os que mais nos procuram e se destacam dentro desse crescimento.” Entre as áreas de atendimento mais procuradas no HSL estão a Cardiologia, a Ortopedia, a Oncologia e a Neurologia.

14 m é d i c o r e p ó r t e r materia capa.pmd

Para Deise, alguns fatores importantes devem ser levados em consideração para o crescimento do turismo de saúde. “Se formos analisar sob a ótica dos países que recebem pacientes para tratamentos veremos que todos possuem excelência médica, atendimento com padrão internacional e preços mais acessíveis que os países de Primeiro Mundo. Nos Estados Unidos, os gastos no setor de saúde superam os US$ 2 trilhões ao ano. O envelhecimento da geração baby boom (os americanos nascidos entre 1946 e 1964), o total de pessoas desprovidas de planos de saúde – superando os 47 milhões – e os pequenos empregadores que não dispõem de seguro-saúde pessoal são fatores que fazem com que as pessoas procurem cada vez mais tratamento no exterior, onde reduzem, em média, de 60% a 80% o custo de grandes cirurgias ou tratamentos clínicos. Já nos países que possuem o sistema de saúde socializado e universal há demora nas filas para a realização de procedimentos cirúrgicos. Por todos os motivos mencionados, há um crescimento natural da demanda no Brasil e certamente todos os grandes hospitais brasileiros estão atentos neste segmento.”

Agências para o turismo médico O conceito é novo e a implantação dos serviços também, mesmo assim, as agências especializadas em turismo médico surgem como uma boa alternativa para o paciente estrangeiro, que pode contar com acompanhamento especial, conforto e tranquilidade em sua viagem.

| fevereiro 2009

14

18/2/2009, 18:40


Divulgação

Rodrigo Alberto Correia Maurilo Clareto

e oferece apoio integral aos pacientes que realizarão algum tipo de procedimento médico fora de sua localidade de origem.” E é claro que, estando no Brasil, muitos pacientes querem aproveitar a oportunidade para ver de perto as maravilhas do nosso País, tão comentadas no exterior. No entanto, é necessário cuidado com o turismo. “Sugerimos aos pacientes que consultem seu médico antes de planejar o passeio, informando-se sobre o melhor momento para fazê-lo, bem como os cuidados necessários a serem observados durante o período de lazer. Normalmente é sugerido que a viagem de passeio seja feita antes da cirurgia, a fim de evitar qualquer atividade mais vigorosa no delicado momento de pós-operatório”, conta Mariana. Para ela, o Brasil pode se tornar uma das principais referências mundiais no mercado médico internacional.

Deise de Almeida

De acordo com o conselheiro Antonio Pinheiro, cirurgião plástico e coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do Conselho Federal de Medicina (CFM), há na proposta do turismo médico uma ligação efetiva com a Resolução CFM nº 1.836/2008, que diz que é vedado ao médico o atendimento de pacientes encaminhados por empresas que anunciem e/ou comercializem planos de financiamento ou consórcios para procedimentos médicos. “Há uma espécie de compromisso atravessado e irresponsável quando em outro país se vende, junto com o lazer, a atividade médica. Sem exame prévio do paciente, verificação de possibilidades ou impedimentos técnico-científicos, como ‘vender’ compromisso de receber um contorno corporal ou outro resultado cirúrgico que se idealiza através deste marketing?”, indaga o Dr. Pinheiro. O conselheiro informa que o artigo 2º da já citada resolução (CFM nº 1.836/2008) diz que o atendimento é de responsabilidade única e intransferível do médico, e em seguida o artigo 3º afirma que cabe ao médico, só após a realização dos procedimentos de diagnóstico e indicação terapêutica, estabelecer o valor e modo de cobrança de seus honorários”, finaliza. r

Divulgação

Posição definida do CFM

Mariana Palha Divulgação

Uma das pioneiras no setor de turismo médico é a Prime Medical Concierge, empresa especializada em concierge. Segundo a empresária Mariana Palha, a idéia de iniciar esse tipo de serviço no Brasil surgiu da junção de três fatores: estudo e conhecimento desse mercado promissor, com sucesso consistente em diversos países; o fato de o Brasil possuir uma Medicina de excelência, com custos bastante atrativos se comparados àqueles praticados nos países que “exportam” pacientes e a realização de um sonho pessoal. “A implantação desse mercado no Brasil é realmente um desafio, capaz de conciliar o sentido social da atividade com uma janela de oportunidade empresarial”, declara. Há dois anos no mercado, a Prime oferece suporte completo ao paciente, atendendo a todas as suas necessidades – desde o momento em que chega à cidade onde fará o tratamento/cirurgia, passando pelo pré-cirúrgico, o pós-operatório tardio, até o retorno para casa. “Visando a máxima potencialização da terapia aplicada, proporcionamos serviços que tornam a fase de recuperação mais confortável, tranquila e segura ao paciente, ajudandoo a cumprir todas as recomendações que foram passadas pelo médico. Esclarecendo que nós não exercemos Medicina.” Mariana ressalta que a Prime não indica profissionais médicos aos pacientes que procuram por seus serviços, até porque existe proibição ética nesse sentido. “Uma das preocupações da Prime Medical Concierge é estar atenta aos preceitos estabelecidos pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e Conselho Federal de Medicina (CFM). Nosso objetivo é conciliar a Medicina com o que há de melhor em hotelaria e agregar um sentido humano ainda maior na terapia vista como um todo.” Mariana explica que criou uma rede de parceiros para atender às necessidades dos pacientes para questões não médicas. “Estabelecemos acordos especiais com hotéis, companhias aéreas, transportes, além de outros prestadores de serviços que são introduzidos na operação conforme exigências personalizadas dos pacientes. Além desses parceiros, temos nossa própria equipe que é constituída por profissionais altamente qualificados

Antonio Pinheiro

médicorepórter | fevereiro 2009

materia capa.pmd

15

18/2/2009, 18:41

15


Relação médico-paciente: uma questão universal por Nina Rahe

A

Medicina nunca esteve tão preparada para solucionar os problemas da nossa saúde. Os avanços da ciência e da tecnologia têm possibilitado que as pessoas vivam cada vez mais e melhor. No meio de tantas conquistas, no entanto, um assunto tem sido pauta constante para discussões: o atendimento médico humanizado e de qualidade. Se, por um lado, os médicos dominam procedimentos complexos; por outro, a profissão algumas vezes tem deixado de lado aspectos elementares da relação humana. Entre os problemas na comunicação entre médicos e pacientes estão a percepção por parte dos pacientes de que suas preocupações não são amenizadas pelo médico, o não diagnóstico de problemas psicossociais e psiquiátricos, a falta de aconselhamento e o não entendimento pelos pacientes do que o médico diz sobre o diagnóstico e o tratamento. Etiologia Numa consulta médica ideal o atendimento é humanizado, marcado pelo relacionamento pessoal e pela dedicação de tempo e atenção necessários. É preciso saber ouvir o paciente, esclarecer dúvidas e compreender expectativas, além de realizar o registro adequado de todas as informações no prontuário. E para que esse atendimento aconteça, é imprescindível uma boa comunicação entre os lados envolvidos. O cardiologista Dr. Renato Delascio Lopes, também diretor da Sociedade Brasileira de Clínica Médica e diretor da Associação Brasileira de Nutrição, pôde vivenciar duas formas de relacionamento distintas entre médicos e pacientes. Atualmente, ele cursa Pós-Doutorado na Duke University, participando de estudos no desenvolvimento de novos anticoagulantes orais,

16 m é d i c o r e p ó r t e r compliance.pmd

| fevereiro 2009

16

18/2/2009, 19:06


“Esse é um problema muito complexo. No momento em que os planos de saúde se interpõem entre médico e paciente, direta ou indiretamente, determinando tempos de consulta, exames a serem solicitados etc., fica realmente difícil desenvolver uma adequada relação médico-paciente, o que exige tempo, paciência, dedicação, confiança e caráter humanístico”, argumenta o médico.

Universidades também devem ensinar relacionamento A relação médico-paciente é um processo especial de interação humana, base da prática clínica em suas dimensões técnica, humanística, ética e estética. Como qualquer processo de interação, é mediada pela comunicação. Entre os benefícios de uma prática pautada no bom relacionamento estão: maior precisão na identificação dos problemas do paciente, com promoção do raciocínio clínico; maior adesão ao tratamento; melhor entendimento pelos pacientes de seus problemas, das investigações conduzidas e das opções de tratamento; menor incidência de queixas de erro médico; e maior satisfação para médico e paciente. As pesquisadoras Suely Grosseman (Universidade Federal de Santa Catarina) e Carolina Stoll (Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Paraná), realizam um trabalho sobre o ensino da relação médico-paciente nas universidades. O trabalho foi vencedor do Prêmio Abem/2007 de Educação Médica, entregue no 45º Congresso Brasileiro de Educação Médica, realizado no ano de 2007, em Uberlândia (MG). Para a pesquisa, foram entrevistados 25 estudantes. Um dos resultados da análise foi que 60% consideraram escassas as aulas sobre o tema e referiram que queriam aprender mais sobre a relação médico-paciente durante o curso. Entre as maneiras possíveis de aprender sobre relacionamento, a pesquisa apontou que 84% mencionaram o aprendizado com modelos (na forma

Divulgação

inibidores do fator Xa, para uso em diversas situações clínicas, principalmente em casos de fibrilação atrial e síndrome coronária aguda. Durante sua estadia nessa universidade, além dos aprendizados relativos à pesquisa clínica, que, segundo ele, são excelentes, o Dr. Lopes pôde observar de que forma ocorre o atendimento nos Estados Unidos. “Naquele país, o atendimento médico é mais técnico. Já no Brasil, há uma identificação e um caráter humanístico maior por parte dos médicos. Não é melhor ou pior, mas são bem diferentes”, explica o especialista. “Basta ver o número de processos médicos aqui nos Estados Unidos e a quantidade de dinheiro que se gasta em seguros para médicos e hospitais. Isso é reflexo de uma relação médico-paciente desgastada, sem confiança e, portanto, deficiente e não funcionante”, diz o médico que alerta que devemos tomar cuidado ao generalizar, pois resultados individuais podem variar. Segundo ele, teoricamente todos os médicos têm noção da importância e dos benefícios de uma boa relação entre médico e paciente, mas na hora da atuação e empenho em cultivá-la, em alguns casos, é praticamente nulo. “A preocupação em ser cordial e solidário com o paciente pode ser notada mais comumente entre clínicos e médicos de família; em outras especialidades, a consciência do valor dessa postura tende a ser menor”, revela. Na sua experiência, pôde constatar que os Estados Unidos estão à frente no que se refere à infraestrutura, tecnologia, organização, valorização do trabalho médico e da pesquisa. Como aspecto negativo, aponta a pouca capacidade de improvisação em ambientes adversos e falta de caráter humanístico. Nesse aspecto, o Brasil se sobressai pela habilidade de improvisação diante da escassez de recursos e pela criatividade e talento dos médicos ao conseguir tratar bem pacientes sem condições ideais como na ausência de equipamentos ou medicamentos adequados.

Dr. Renato Delascio Lopes

do que fazer e do que não fazer), observando o comportamento de médicos, professores, residentes, colegas e outros profissionais da saúde; 36% apontaram que a relação médico-paciente é algo individual e “depende de pessoa para pessoa”; 20% reportaram a importância de refletir sobre seu relacionamento com os pacientes, como forma de aperfeiçoá-lo. No que diz respeito às aulas sobre a relação médico-paciente durante o curso, somente 4% consideraram bom e suficiente esse ensino. Alguns alunos mencionaram o aprendizado efetuado durante uma das aulas práticas, quando puderam perceber os resultados positivos de um tratamento afável por parte do médico. Eles acompanharam uma consulta de um paciente idoso, de aproximadamente 80 anos, de poucas palavras, que aparentava estar sem paciência para responder às mesmas perguntas mais uma vez. Durante a anamnese, a médica fez as perguntas comuns, como nome, idade e, quando o paciente respondeu qual era a sua procedência, ela disse: “É uma cidade que tem plantações lindas!” Nesse momento, o homem levantou a cabeça e passou a contar sobre sua rotina. Quando terminou o relato, começou a chorar de maneira tímida e a especialista se aproximou: “O senhor está com saudade, mas vai voltar logo pra lá.” Os alunos puderam observar a mudança de comportamento do paciente mediante uma outra postura médica, um procedimento que não durou mais do que alguns minutos e permitiu uma melhor condução da anamnese. médicorepórter | fevereiro 2009

compliance.pmd

17

18/2/2009, 19:06

17


Para o Dr. Lopes, a anamnese é a parte mais importante do exame clínico. É quando as hipóteses diagnósticas são feitas em aproximadamente 70% das vezes. Além disso, a anamnese sempre guiará o exame físico e os exames subsidiários a serem solicitados. “O maior problema nessa etapa da consulta médica é a falta de comunicação adequada, a qual leva à solicitação de exames inapropriados (que muitas vezes podem inclusive prejudicar e serem lesivos para os pacientes) e, consequentemente, o diagnóstico incorreto. Isso culmina com a total insatisfação do paciente”, explica. O médico ressalta que a falta de cuidado no momento da anamnese também contribui para o encarecimento da Medicina, na medida em que exames que não precisariam ser feitos acabam sendo solicitados por falta de uma observação clínica adequada por parte dos médicos.

Será um problema somente do ensino? Em 1995, foi adotada uma resolução pelo Liaison Committee on Medical Education e pelo Committee on Acreditation of Canadian Medical Schools, segundo a qual “as habilidades de comunicação são fundamentais para a educação e o funcionamento eficiente dos médicos” e “deve haver instrução e avaliação específicas destas habilidades, já que estão relacionadas a responsabilidades médicas, incluindo comunicação com pacientes, famílias, colegas e outros profissionais de saúde”. No Brasil, as diretrizes curriculares para o curso de graduação em Medicina, homologadas em 2001, contemplam a importância das habilidades de comunicação, e a Comissão Nacional de Residência Médica, em 2004, deliberou que os concursos para admissão de residentes deveriam incluir uma segunda fase, constituída de prova práti-

18 m é d i c o r e p ó r t e r compliance.pmd

ca, já que “a avaliação das habilidades e comportamentos constitui elemento essencial à seleção do candidato”. Mas na prática, no entanto, nem sempre o ensino prioriza tais habilidades para o atendimento médico adequado. Para o Dr. Lopes, o ensino nas universidades sobre relação médicopaciente pode ser avaliado, de maneira geral, como fraco. “Isso se dá porque para se ensinar relação médico-paciente não basta a indicação ou leitura de livros. Esse assunto só se aprende com a vivência da Medicina no dia a dia, na qual o médico aprendiz sofrerá juntamente com o paciente e será supervisionado por médicos e professores mais experientes e que vivam a Medicina na sua essência.” Segundo o especialista, a educação a esse respeito, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, é deficitária. “As pessoas tendem modernamente a buscar a tecnologia e o que tem um retorno financeiro rápido. Neste aspecto, a relação médico-paciente fica esquecida, já que exige tempo, paciência e dedicação por parte do médico e, em geral, oferece menos retorno financeiro e é menos atrativa do que um exame de imagem como uma ressonância magnética cardíaca, por exemplo.” Outro aspecto que deve ser ressaltado é que as características individuais do profissional, como personalidade e formação pessoal, influenciam no tipo de relacionamento que ele desenvolverá com seus pacientes, o que torna difícil se estabelecer um atendimentopadrão. Essa dificuldade é reforçada também pelas necessidades diferentes de cada paciente. “Há dificuldade em se ter um gold-standard do que é certo ou errado e de como ensiná-lo, uma vez que vários comportamentos são desenvolvidos durante a formação do indivíduo e, quando este está na faculdade, essas características já estão bem estabelecidas e torna-se difícil modificá-las”, conclui o médico.r

| fevereiro 2009

18

18/2/2009, 19:06


anuncio ache.pmd

1

17/2/2009, 11:55


Tratamento adequado da dor inclui medicação de horário por Mariana Tinêo

20 m é d i c o r e p ó r t e r atualiza dor.pmd

| fevereiro 2009

20

18/2/2009, 19:09


Conhecimento, informação, segurança na relação com o paciente e horários fixos de medicação são itens fundamentais para o sucesso terapêutico do tratamento da dor.

A

dor é um problema freqüente que causa prejuízos econômicos, sociais e psicológicos. Por isso, a prescrição correta de medicamentos com horários fixos, e a adesão do paciente à terapia tornam-se itens fundamentais para sua solução. Nesse sentido, drogas como os opióides fracos devem ser usadas com atenção para poderem proporcionar os benefícios desejados. “Os opióides fracos são medicamentos analgésicos de potência intermediária, utilizados para o controle de dores de fracas a moderadas, muitas vezes em substituição aos fármacos antiinflamatórios, quando estes são utilizados apenas como analgésicos”, informa o Dr. João Marcos Rizzo, médico da Clínica de Dor do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre. De acordo com o especialista, os opióides fracos são úteis, principalmente, no tratamento de dores que se apresentam na escala visual-analógica (de 0 a 10) entre 4 e 7 ou nas dores fracas não-responsivas aos esquemas que não envolvam os opióides. “Nas dores agudas pós-operatórias, de fracas a moderadas, os opióides fracos têm desempenhado um papel fundamental no controle álgico, sem as atuais limitações apresentadas pelos analgésicos antiinflamatórios não-esteróides. Os principais representantes dessa classe medicamentosa são a codeína, o tramadol e a oxicodona, quando esta não ultrapassar a dose de até 30mg/dia.”

Os opióides fracos são úteis, principalmente, no tratamento de dores que se apresentam na escala visual-analógica (de 0 a 10) entre 4 e 7 ou nas dores fracas não-responsivas aos esquemas que não envolvam os opióides

médicorepórter | fevereiro 2009

atualiza dor.pmd

21

18/2/2009, 19:09

21


O Dr. Rizzo comenta ainda que os opióides fracos têm como benefício o controle analgésico com menos toxicidade e com menor risco de efeitos adversos graves. “Quando prescrevemos a codeína, por exemplo, o maior risco é a constipação intestinal, que pode se tornar grave e impeditiva do uso desse analgésico, devido ao desconforto apresentado pelos pacientes. Quando prescrevemos o tramadol, o maior risco está na superdose, acima de 400mg/ dia, que pode causar convulsões e confusão mental importantes. Menos graves, mas mais prevalentes são as náuseas e vômitos, que podem ser causa de abandono do tratamento e comprometimento da analgesia.” No entanto, o médico explica, que se os opióides fracos forem utilizados de forma fixa, e não somente quando necessário ou solicitado pelo paciente, a porcentagem de sucesso terapêutico é bastante alta. “Lembro que a chave do sucesso de qualquer analgesia é a analgesia multimodal e não a monoterapia. Combinar fármacos analgésicos de diferentes mecanismos de ação reduz os efeitos adversos e aumenta a potência dos fármacos”, ressalta. A prescrição correta desses medicamentos é importante porque seu uso inadequado pode gerar falha na analgesia e insucesso terapêutico. “Outro problema, que ocorre não só com os opióides fracos, mas também e principalmente com os fortes é o risco de abuso, que acontece sempre que os utilizamos de forma errada”, acrescenta o Dr. Rizzo. Na opinião do especialista, a necessidade de alternativas analgésicas e o maior acesso à informação por parte dos pacientes fazem com que os médicos hoje, de forma geral, lancem mão dos opióides como grande arma analgésica, deixando de lado falsos tabus, porque conhecem os efeitos adversos freqüentes, porém, sabem que são controláveis. Assim, beneficiam cada vez mais os pacientes, que ganham em qualidade de vida. “Como os opióides fracos não são popularmente associados à morfina, os preconceitos em relação a sua prescrição são menores. O grande fator limitante para seu uso são os eventos adversos, principalmente as náuseas, os vômitos e a constipação intestinal”, diz o médico.

Segundo o Dr. Rizzo, a dor deve sempre ser tratada de forma fixa, “pelo relógio”. Essa determinação, inclusive, vem da Organização Mundial da Saúde (OMS). “O uso de opióides fracos como medicação de resgate, ou ‘se necessário’, nada mais é que um complemento à analgesia, que está sendo administrado de forma fixa. Onde houver dor, obrigatoriamente haverá analgésico fixo”, afirma. Sendo assim, o Dr. Rizzo enfatiza que o médico deve abordar o paciente de forma adequada para que ele cumpra o horário da medicação. “Primeiro devemos facilitar o ajuste de horários, organizando, já no consultório, um esquema em tabelas com as horas em que as medicações devem ser tomadas. Outra abordagem interessante é considerar a aderência ao tratamento, dando preferência a medicações de liberação lenta ou associação de fármacos, a fim de administrar o menor número de unidades no maior intervalo possível”, orienta. r Dr. João Marcos Rizzo

22 m é d i c o r e p ó r t e r atualiza dor.pmd

Divulgação

Medicação de horário

| fevereiro 2009

22

18/2/2009, 19:10


95

75

100

COD: 164057

100

95

75

25

25

5

5

0

0

100

100

95

95

75

75

25

25

5

5

0

0


O controle da asma

por Mariana Tinêo

Uso de medicação adequada, informação, adesão ao tratamento e medidas ambientais formam o conjunto essencial de providências para o controle e, consequentemente, para a profilaxia da asma, uma doença inflamatória, com manifestações frequentes em crianças, que causa prejuízos sociais, financeiros e emocionais para o paciente.

A

asma é uma das doenças crônicas de maior prevalência no mundo, com possibilidades significativas de complicações, incluindo casos de óbito. A asma precisa ser mantida sob controle, e quanto mais cedo isso for feito, melhor. De acordo com o Dr. Clystenes Odyr Soares Silva, professor adjunto da Disciplina de Pneumologia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UnifespEPM), o cenário atual da asma é preocupante no mundo todo. “A prevalência da asma está aumentando. Hoje cerca de 10% da população mundial tem a doença e as estimativas mostram que em 2025 teremos mais 400 milhões de portadores no mundo. Atualmente, no Brasil, a asma aparece como a

24 m é d i c o r e p ó r t e r atualiza asma.pmd

| fevereiro 2009

24

18/2/2009, 18:08


Divulgação

Dr. Clystenes Odyr Soares Silva

terceira causa de internação no Sistema Único de Saúde (SUS). O número de óbitos por essa moléstia é relativamente pequeno – cerca de 2.600 casos por ano – se comparado com os índices de outras enfermidades, como as cardiovasculares, por exemplo. Mesmo assim, é preciso ficar atento ao diagnóstico e ao controle da doença”, declara o especialista. Segundo ele, a qualidade de vida do paciente asmático depende diretamente da gravidade e não controle da doença. Quem tem asma intermitente (quadro que fica mais sério com as alterações climáticas ou com a exposição do paciente a alérgenos), não apresenta grandes alterações na qualidade de vida, mas aqueles com asma persistente, cerca de 30% a 40% da população de asmáticos, apresentam mais problemas. As alterações são significativas e os sintomas atrapalham a rotina, especialmente a qualidade do sono. “Existem limitações nas atividades sociais e esportivas. A pessoa acaba por se isolar e inibir. Conforme a gravidade da doença, temos pacientes que necessitam de consultas em pronto-atendimento constantemente, uma ou duas vezes por semana ou mais. Isso ocorre em cerca de 5% dos asmáticos. Esse grupo constitui o que chamamos de casos de asma de difícil controle, e é praticamente uma sentença de vida. O portador dessa forma de asma fica com faltas frequentes (absenteísmo) no trabalho, no estudo, ou seja, um problema em sua vida produtiva.” Como a asma é uma patologia genética, modulada por fatores ambientais, os portadores da forma intermitente podem acabar desenvolvendo o quadro de asma persistente, especialmente se estiverem freqüentemente expostos a alérgenos como no caso da asma ocupacional, em que a exposição ocorre durante o trabalho, atingindo cerca de 10% a 15% da população de asmáticos.

Diagnóstico simples Na opinião do pneumologista, o diagnóstico da asma é simples. “Muitas vezes só o relato da

história do paciente é suficiente para detectarmos a doença. Os seus sintomas incluem: sensação de aperto no peito, chiado, tosse e desconforto respiratório. A crise pode ceder espontaneamente ou sob tratamento medicamentoso.” O médico informa que geralmente o paciente asmático apresenta também outras formas de alergias, como a rinite e dermatite atópica. “Para confirmar o diagnóstico, o médico pode, paralelamente, solicitar a prova de função pulmonar. A característica principal da moléstia é a reversão do broncospasmo quando é feito uso de broncodilatador. Portanto, histórico, exame físico (sibilo), espirometria, radiografia de tórax e exame de sangue (para verificar o aumento da IgE no sangue) ajudam na confirmação do diagnóstico.”

Tratamento exige medidas ambientais e medicamentosas O tratamento adequado da asma é constituído por duas vertentes: o controle ambiental e o uso de drogas. Em ambos os casos, o Dr. Clystenes afirma que o diagnóstico precoce é importante e evita problemas futuros. As medidas ambientais incluem os cuidados de higiene necessários para afastar alérgenos, como a limpeza diária do pó, a troca constante de roupas de cama, não possuir tapetes, carpetes, cortinas, bichos de pelúcia, animais de estimação como cães e gatos, evitar o contato com pessoas tabagistas, materiais com odor forte etc. Em relação à medicação, o Dr. Clystenes esclarece que devem ser usados os broncodilatadores, de ação curta ou de ação prolongada e os corticoides inalatórios. “Hoje o que temos de mais moderno para o tratamento da asma é a associação em pó para inalação, de um broncodilatador de longa duração com um corticoide, como a associação fumarato de formoterol + budesonida, que garante o controle adequado da doença na grande maioria médicorepórter | fevereiro 2009

atualiza asma.pmd

25

18/2/2009, 18:08

25


O uso regular da budesonida reduz a inflamação crônica das vias aéreas desses pacientes. A budesonida melhora a função pulmonar e os sintomas da asma, reduzindo a hiperreatividade brônquica e prevenindo as exacerbações da doença. No entanto, o Dr. Clystenes ressalta que o uso das associações medicamentosas deve ser modulado de acordo com as necessidades de cada paciente. “Atualmente não é mais comum classificarmos a asma em leve, moderada ou grave, e sim em asma controlada, parcialmente controlada ou não controlada. É preciso estabelecer o tratamento caso a caso, estratificando a terapia. Se a moléstia não for controlada no início, vamos aumentando a dosagem do corticoide inalatório. Também podemos utilizar a associação de antileucotrienos na terapia. Na asma de difícil controle a imunoterapia, anti-IgE também pode ser uma boa opção.”

O desafio da adesão dos casos. Com os corticoides inalatórios conseguimos dar doses muito pequenas do medicamento para o asmático, entre 200mcg e 400mcg por dia, o que reduz significativamente a incidência dos efeitos não desejados que os corticoides apresentam a longo prazo, pela via sistêmica. Pela via inalatória esses efeitos são raros, já que a medicação age direto nos brônquios”, garante o especialista. O formoterol é um potente agonista beta2adrenérgico que causa efeito broncodilatador em pacientes com obstrução reversível das vias aéreas. Seu efeito tem início rápido, em cerca de um a três minutos, permanecendo significativo por 12 horas após a administração. Já a budesonida é um corticoide inalatório com ação tópica marcante. Quando é utilizada em cápsulas para inalação, por pacientes que se beneficiam da terapia com corticoides, a budesonida pode atuar no controle da doença.

26 m é d i c o r e p ó r t e r atualiza asma.pmd

Como em qualquer doença crônica, a adesão ao tratamento é um item essencial e pouco assistido. De acordo com o Dr. Clystenes, no caso da asma a adesão torna-se um desafio para o médico, pois quando os sintomas deixam de incomodar, os asmáticos param de utilizar a medicação. “E esse é o grande erro”, reforça o pneumologista. Além disso, o Dr. Clystenes diz que para essa enfermidade a profilaxia é fundamental. “O paciente asmático tem que evitar a exposição aos alérgenos e, principalmente, evitar o descontrole da asma. Na verdade, o paciente precisa ter consciência de sua doença e da informação correta sobre o tratamento, e para isso precisa receber uma boa orientação do seu médico.” É importante lembrar que, além de causar prejuízos sociais, a asma traz custos elevados, principalmente para o sistema público de saúde, no qual o retorno do paciente à procura de atendimento é grande, com altos índices de internação.r

| fevereiro 2009

26

18/2/2009, 18:08


Sem tĂ­tulo-1

1

16/12/2008, 10:50


Tabagismo é doença e tem tratamento

por Camila Balthazar

A cardiologista Dra. Jaqueline Scholz Issa trabalha há mais de 15 anos no tratamento de tabagismo. Ela divide um pouco de sua experiência na luta da doença que atinge 20% da população brasileira e conta sobre o único medicamento que atua diretamente no receptor nicotínico de acetilcolina.

O

tabagismo é uma doença que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mata 5,4 milhões de pessoas por ano. Até 2030, a previsão é de que o tabaco seja responsável pela morte de 8 milhões de indivíduos. Ainda há mais dados alarmantes: outra projeção estima que em 2015 o tabaco mate 50% a mais de pessoas que a aids. O cigarro será responsável por 10% dos óbitos no mundo1. Além de afetar quase todos os órgãos do corpo, como o sistema cardiovascular e respiratório, o cigarro deixa vestígios: dedos e dentes amarelados e rugas prematuras. Logo após a

28 m é d i c o r e p ó r t e r atualiza tabagismo.pmd

tragada, a nicotina age sobre os receptores nicotínicos de acetilcolina no cérebro, atravessa a barreira entre o sangue e o cérebro, e influencia inúmeras funções biológicas. O tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. No entanto, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 20% da população brasileira é fumante. Desse universo, pesquisas apontam que cerca de 80% querem largar o hábito. Porém, ao tentar abandonar, grande parte dos fumantes não tolera a síndrome de abstinência, que engloba depressão, sonolência e irritabilidade. Tais sintomas contribuem para as famosas recaídas. A OMS calcula que menos de 5% dos

fumantes que tentam deixar o cigarro sem qualquer apoio se mantêm livres do fumo após o primeiro ano. Para combater esse índice e deixar o cigarro definitivamente, além do comprometimento do fumante é muito importante contar com orientação médica. Ainda segundo a OMS, um breve conselho por parte de um profissional de saúde pode aumentar a taxa de abstinência em 30%.

Acompanhamento médico aliado a fármacos De acordo com a cardiologista Dra. Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa Ambulatorial de Tratamento de Tabagismo do Instituto do Coração

| fevereiro 2009

28

18/2/2009, 18:22


primeiros meses, período em que o paciente geralmente está com a medicação”, esclarece. Após a retirada do fármaco, o monitoramento não precisa ser feito exclusivamente através das consultas, mas por telefone ou e-mail. A alta ocorre após 52 semanas, momento em que o risco de recaída é mínimo. “Se o paciente superar um ano, é bem provável que possamos considerar um sucesso terapêutico.”

Tartarato de vareniclina Primeira medicação desenvolvida especificamente para o tratamento do tabagismo, essa substância inaugura uma nova classe de medicamentos que atuam no sistema nervoso central. Em estudo duplo-cego, constatou-se que o fármaco aumenta em quatro vezes as chances de um fumante largar o cigarro, quando comparado ao placebo. Através de seu mecanismo de ação, a substância elimina o desejo pelo cigarro e reduz os sintomas associados à falta do fumo. “A atuação dos fármacos disponíveis é bem distinta. A vareniclina é o mais específico porque bloqueia parcialmente o receptor de nicotina alfa-4 beta-2, relacionado à dependência do tabaco”, explica a Dra. Jaqueline, que também ilustra o mecanismo de ação das outras substâncias. “Sem estar totalmente esclarecido, acredita-se que a bupropiona diminua a recaptação de dopamina e noradrenalina. E a reposição de nicotina funciona como substituto.” “Minha experiência pessoal com esse produto é grande. Tenho mais de 250 pacientes que estão em uso ou já usaram essa medicação. Certamente é a que apresenta a menor taxa de recaída e de fracasso”, comenta. A taxa anual de sucesso da vareniclina está em 50% enquanto os outros medicamentos variam entre 38% e 40%. Em relação à adesão, a Dra. Jaqueline relata que a taxa de desistência no ambulatório em que trabalha é inferior a 10%. “Nossa taxa é baixa porque aqueles que decidem vir já conhecem o tratamento. Há um preparo”, diz. No en-

Divulgação

(Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), o tratamento eficaz combina orientação médica com medicamentos. Atualmente, as principais opções terapêuticas são a reposição de nicotina, a bupropiona e o tartarato de vareniclina. Além disso, a especialista alerta para a importância de a classe médica estar atenta aos distúrbios psiquiátricos frequentes em fumantes, como quadros depressivos. “Isso merece atenção especial de quem está pensando em tratar o paciente. Primeiro é preciso tratar a depressão e estabilizar o humor para depois começar o tratamento antitabagismo”, afirma a Dra. Jaqueline, ao lembrar que a nicotina é uma droga potente com ação na redução de ansiedade e estabilização do humor. Feito isso, é imprescindível realizar uma avaliação do paciente. “Primeiramente é feita uma história clínica dirigida ao tabagismo para saber sobre o consumo de tabaco, grau de dependência, tentativas anteriores de abandonar o vício, dificuldades, motivos de recaída. Enfim, um histórico geral”, esclarece a cardiologista. A partir disso é possível planejar a estratégia terapêutica. A cardiologista explica que com o início da medicação com vareniclina, por exemplo, é possível planejar uma redução gradual. “Geralmente peço para reduzir o fumo no 10º dia e parar totalmente no 14º. Antes do 10º dia não há nível sérico suficiente para competir com o cigarro. Se a pessoa tentar parar de fumar sozinha, certamente terá abstinência”, conta. Após as duas semanas, a Dra. Jaqueline vê o paciente, avalia o grau de conforto do tratamento e, com base nessas informações, pode inclusive associar terapias. Além disso, vale salientar que esse tipo de tratamento é contínuo, e não uma intervenção única. “Em geral você vê o paciente quatro ou cinco vezes por ano, em média. As visitas mais frequentes ocorrem nos três

Dra. Jaqueline Scholz Issa

tanto, a adesão não garante o êxito. De acordo com a especialista, cerca de 15% dos pacientes tomam a medicação e não conseguem parar de fumar. Uma queixa frequente dos pacientes em tratamento são os efeitos colaterais. “No caso da bupropiona, 60% das pessoas reclamam de efeitos colaterais”, relata a especialista, ao comparar com o tartarato de vareniclina. “Percebemos que esse tratamento é mais confortável tanto no sentido de tolerabilidade quanto de eficácia.” De acordo com sua experiência, a Dra. Jaqueline conta que a maioria dos pacientes medicados com a vareniclina não sente nada. Poucos sentem náusea, efeito mais comum. No entanto, a bupropiona não é descartada. Em caso de mulheres com quadro de ansiedade, por exemplo, podese associar a vareniclina à bupropiona. “Ao aliar as duas substâncias, há uma potencialização e a eficácia terapêutica é maior. Tenho cerca de 40 pacientes que já realizaram essa associação e a taxa anual de sucesso foi ao redor de 60%”, ressalta. A especialista esclarece que nesses casos não se utiliza a dose plena de bupropiona, devido aos efeitos colaterais. “Utilizamos uma dose intermediária de bupropiona, que seria um comprimido de 150mg ao dia, associada à dose plena de vareniclina, que é de 2mg/dia”, explica. r

Referência Bibliográfica 1 Mathers CD, Loncar D. Projections of global mortality and burden of disease from 2002 to 2030. PLoS Medicine, 2006, 3(11):e442 médicorepórter | fevereiro 2009

atualiza tabagismo.pmd

29

18/2/2009, 18:22

29


Bronquiectasias

T

Divulgação

rata-se de uma síndrome cujas características são: tosse crônica, produção diária de escarro associada a dilatação irreversível das vias aéreas e espessamento de parede de brônquios. O desenvolvimento de bronquiectasias está associado a múltiplas condições, mas todas requerem um insulto infeccioso, piora da drenagem

brônquica, obstrução das vias aéreas e/ ou um defeito da defesa do hospedeiro. Podemos classificar as bronquiectasias em: relacionadas a fibrose cística e não relacionadas com fibrose cística. Nesta última situação temos as idiopáticas e as de etiologia conhecida. A figura abaixo mostra uma representação esquemática das principais causas de bronquiectasias.

Etiologia

Este artigo foi escrito pelo Dr. Antonio Lemos, doutor em Medicina, professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital das Clinicas da UFBA

30 m é d i c o r e p ó r t e r artigo bronquiectasia.pmd

| fevereiro 2009

30

18/2/2009, 18:19


As bronquiectasias podem ser localizadas e difusas. Nas localizadas, a principal etiologia é obstrução brônquica, seja por neoplasia, seja por corpo estranho. O quadro abaixo mostra a etiologia, idade e sexo de 165 casos de bronquiectasias. Etiologia das Bronquiectasias n = 165 Etiologia

Nº (%)

Idade (SD)

Sexo Masc. (%)

Pós-infecciosa

52(32)

49 (16)

17 (33)

Idiopática

43 (26)

51 (14)

15 (35)

Discinesia ciliar

17 (10)

36 (13)

5 (29)

ABPA*

13 (8)

54 (13)

6 (46)

Deficiência imune

11 (7)

47 (18)

1 (9)

Colite ulcerativa

5 (3)

48 (20)

2 (40)

Síndrome de Young

5 (3)

56 (5)

3 (60)

Panbronquiolite

4 (2)

46 (21)

3 (75)

Síndrome da unha amarela

4 (2)

55 (14)

2 (50)

Micobactéria

4 (2)

62 (20)

0 (0)

Artrite reumatóide

3 (2)

65 (4)

1 (33)

Aspiração

2 (1)

41 (13)

1 (50)

Fibrose cística

2 (1)

49 (16)

2 (100)

*Aspergilose broncopulmonar alérgica

Segundo dados do Banco Nacional de broquiectasias de 2008 (Gomes, M, et al. , SBPT), de 296 casos de bronquiectasias avaliados no Brasil, 99 foram secundários a sequela de tuberculose, 92 pós-infecção não tuberculosa, 88 idiopáticos e 19 foram devidos a outras etiologias. Como era de se esperar, no Brasil a principal causa de bronquiectasias é a pós-infecciosa – podendo essa infecção ser a tuberculose ou outras.

Diagnóstico Nos pacientes com quadro de supuração pulmonar, deve-se avaliar se os mesmos são portadores de bronquiectasias. A radiografia de tórax é de pouca ajuda; a broncografia, padrão-ouro,

tem sido abandonada e substituída pela tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) do tórax. Esse é o método de escolha para se fazer: 1- o diagnóstico; 2- identificar a extensão, se localizada ou difusa; 3- avaliar a morfologia, se cilíndrica, varicosa e/ou sacular ou cística; 4- acompanhar a progressão da doença; 5- sugerir a etiologia. Em relação à etiologia, bronquiectasias em lobos superiores, com espessamento pleural e cavidade presente ou ausente sugerem a etiologia tuberculose; bronquiectasias difusas, com predominância em lobos superiores e sem espessamento pleural sugerem fibrose cística; bronquiectasias centrais associadas a asma brônquica sugerem ABPA; e bronquiectasias localizadas sugerem obstrução brônquica. A confirmação da etiologia deve ser feita através de exames complementares, salvo em poucas situações, como: tuberculose, síndrome de Kartagner e outras. Para avaliar a etiologia das bronquiectasias deve-se ter a suspeita através da história clínica e do exame de imagem. Se a suspeita é fibrose cística, a determinação da dosagem do cloro no suor, através do método da iontoforese com pilocarpina, é o procedimento mais recomendado e deve ser feito em todos os casos suspeitos. Valores acima de 40mEq são fortemente suspeitos e de 60mEq ou mais determinam o diagnóstico. O resultado deve ser confirmado pelo menos mais uma vez. Se há condições de estudar a mutação genética, essa medida deve ser realizada, apesar de que um resultado negativo não afasta o diagnóstico, pois não existe kit que avalie todas as mutações. Nos casos de bronquiectasias não fibrose cística, outros testes devem ser realizados: dosagem de imunoglobulinas, com ênfase em IgA, cuja deficiência pode ser causa de bronquiectasias;

IGE, em que valor acima de 1.000UI sugere ABPA; IgG e suas subclasses, cuja deficiência é também causa de bronquiectasias. O achado de azoospermia pode sugerir fibrose cística ou síndrome de Young. Se a suspeita é discinesia ciliar, a microscopia eletrônica dos cílios respiratórios faz o diagnóstico. O cultivo de micobactéria não tuberculose, especialmente g: M. avium-intracelullare , deve ser realizado em todos os pacientes com bronquiectasias difusas independentemente da etiologia, pois esses patógenos podem ser causa primária de bronquiectasias ou podem colonizar as vias aéreas desses pacientes. Quando há bronquiectasias em pacientes com: artrite reumatoide, síndrome de Sjogren, colite ulcerativa, HIV soropositivo e deficiência de alfa 1 antitripsina, deve-se considerar serem essas doenças a causa das bronquiectasias.

Tratamento das bronquiectasias com ênfase não fibrose cística O tratamento consiste em controlar a infecção e adotar medidas que melhorem a higiene brônquica. Ressecção pulmonar é útil em casos selecionados, a exemplo de bronquiectasias secundárias a obstrução brônquica, não resolvidas pela broncoscopia, e em situações de hemoptise de repetição ou de grande volume não controladas clinicamente ou através de embolização de artérias brônquicas.

Tratamento da infecção Visto que a infecção desempenha papel importante como causa, perpetuação e progressão das bronquiectasias, reduzir a carga bacteriana é o principal ponto no tratamento dessa doença. Assim, o uso de antibióticos está indicado nas exacerbações e para prevenir infecção recorrente, seja pela erradicação, seja pela redução da carga bacteriana existente. médicorepórter | fevereiro 2009

artigo bronquiectasia.pmd

31

18/2/2009, 18:19

31


Prevenção

Exacerbação Clinicamente é representada por um aumento da quantidade do escarro, que fica mais purulento, deixando o paciente mais sintomático, com aumento da tosse, adnamia, dor torácica e aumento da frequência respiratória. Febre, mudanças em exames de laboratório e na radiografia de tórax podem não estar presentes. Os patógenos mais prevalentes na colonização crônica são Hemophilus influenzae e Pseudomonas aeruginosa (especialmente a do tipo mucoide). Menos frequentemente é isolado Streptococcus pneumoniae. Fluoroquinolona por via oral é uma boa opção terapêutica para casos ambulatoriais. A adição de tobramicina inalatória em casos de exacerbação por pseudomonas, apesar de reduzir a carga bacteriana no escarro, não mostrou melhora clínica quando comparada com ciprofloxacina usada de forma isolada. Por outro lado, aumentou a sibilância nos pacientes que usaram tobramicina inalatória. Dessa forma, ainda não se recomenda o uso de tobramicina inalatória isoladamente ou associada a outro antibiótico para tratamento das exacerbações. A duração do tratamento deve ser de sete a dez dias e exame de Gram, cultivo do escarro e antibiograma devem sempre ser solicitados para ajudar a seleção de antibióticos, especialmente nos casos em que ocorre falha do tratamento e/ou que têm recorrências frequentes. Para pacientes hospitalizados devem-se usar dois antibióticos endovenosos com eficácia para P. aeruginosa, e com mecanismos de ação diferentes.

32 m é d i c o r e p ó r t e r artigo bronquiectasia.pmd

Além de pouco avaliado, não está claro o papel da terapia preventiva com antibióticos nas bronquiectasias não fibrose cística. Algumas estratégias têm sido avaliadas. Abaixo são apresentadas em ordem de sua complexidade e custo: 1. Ciprofloxacina, 2 a 3 doses de 500mg/dia, dadas por 7 a 14 dias de cada mês. Pode ser usada em pacientes selecionados, com exacerbações frequentes. 2. Macrolídeo 250 (<40kg) ou 500mg (>40kg) 3 vezes/semana. O benefício dessa abordagem, já comprovado em pacientes com fibrose cística, foi demonstrado em estudo randomizado duplo-cego com 19 pacientes. Houve melhora do VEF1 e da CVF, e diminuiu a quantidade do escarro, o que não ocorreu no grupo placebo. Na experiência do autor, apesar de estar usando em poucos casos, essa estratégia deve ser recomendada em bronquiectasias, fibrocísticas ou não, com três ou mais exacerbações/ano. 3. Antibiótico inalatório tem tido seu uso avaliado quando P. aeruginosa é isolada do escarro. Essa abordagem já tem sua eficácia comprovada em pacientes com fibrose cística, mas não se mostrou eficaz nas bronquiectasias de outras etiologias. Dois estudos com 74 e 41 pacientes, respectivamente, mostraram que houve redução da carga bacteriana, mas não houve mudança no VEF1 quando o grupo em uso de antibiótico foi comparado com o grupo placebo. Ademais, houve aumento da tosse, sibilância e dispneia, o que foi a causa de 25% dos pacientes não completarem o protocolo. Por outro lado, foram documentados casos de resistência a tobramicina. Assim, essa estratégia necessita ser mais avaliada antes de ter seu uso recomendado, exceto em pacientes com fibrose cística. 4. Antibiótico endovenoso é recomendado para pacientes com patógenos resistentes ou em pacientes candidatos a cirurgia maior, incluindo ressecção de bronquiectasias, com a finalidade de reduzir a carga bacteriana, melhorar a função pulmonar e a condição clínica do paciente.

Tratamento além do antibiótico Corticosteroide inalatório é recomendado para os pacientes com bronquiectasias, e corticoide sistêmico deve ser usado apenas nas exacerbações. Todos os pacientes devem ser tratados com fisioterapia, e devem manter uma boa hidratação oral, o que contribui para a fluidificação das secreções brônquicas. DNAse é indicada apenas no paciente com fibrose cística. Broncodilatadores de rotina não estão recomendados. Em casos de hemoptise volumosa, a embolização de artérias brônquicas está indicada se existe radiologia intervencionista no serviço. Se a embolização falhar ou não puder ser feita, é indicada a cirurgia. Outras indicações cirúrgicas e de transplante de pulmão são feitas caso a caso. r

| fevereiro 2009

32

18/2/2009, 18:19


Tratamento de osteoporose grave tem medicação eficaz por Mariana Tinêo

sidade óssea e reduzia a incidência de fraturas osteoporáticas vertebrais e não vertebrais em mulheres com osteoporose pós-menopausática, com alto risco de fratura, e aumentava a densidade óssea em homens com osteoporose, tanto hipogonádica quanto idiopática. Administrada por meio de injeção subcutânea diária, a medicação apresentou o mínimo de efeitos colaterais, além de não causar interações medicamentosas. Portanto, foi considerada pelos pesquisadores como uma abordagem nova – estimulando diretamente a formação óssea – no tratamento da osteoporose. Atualmente a teriparatida vem sendo usada no tratamento da osteoporose, mas apenas em casos específicos. “Hoje a teriparatida está indicada para o tratamento da osteoporose com fratura da coluna vertebral. A substância não é utilizada em tratamentos mais simples devido ao seu alto custo”, comenta o Dr. Guarniero. Segundo ele, a vantagem da teriparatida, ainda vista como novidade, é estimular a formação do osso, ou seja, ser um agente formador de tecido ósseo, pois as outras linhas de drogas existentes atuam na redução da reabsorção óssea. “Durante o estudo notamos que os efeitos colaterais eram poucos e a medicação era bem tolerada pelos pacientes. Minha experiência com a teriparatida é positiva e bem-sucedida”, afirma o Dr. Guarniero. O especialista acrescenta que o tratamento com teriparatida leva cerca de um ano. E apesar do longo período, as chances de sucesso Dr. Roberto Guarniero terapêutico são muito boas. r Divulgação

N

o Brasil ainda não existem estudos epidemiológicos que mostrem com precisão a incidência da osteoporose na população, mas os especialistas sabem que os casos mais graves, com fraturas, são mais frequentes a partir dos 50 anos de idade. De acordo com o Dr. Roberto Guarniero, professor associado livre-docente do Departamento de Ortopedia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), chefe da Disciplina de Ortopedia Pediátrica da FMUSP e ex-presidente do Comitê de Doenças Osteometabólicas e Osteoporose da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), na faixa etária dos 50 anos ocorrem mais as fraturas de punho. Entre os 60 e os 70 anos, as fraturas de coluna. E depois dos 70, a mais perigosa: a do fêmur. Em 2003, um grupo de cientistas nacionais, do qual o Dr. Guarniero fazia parte, publicou um estudo sobre a teriparatida, um fragmento recombinante sintético de 34 aminoácidos do hormônio paratireoide humano, capaz de se ligar ao receptor de PTH da proteína G e estimular a formação e a ação dos osteoblastos – células responsáveis pela formação dos ossos. Segundo o trabalho, estudos pré-clínicos já haviam mostrado que o uso intermitente de PTH era associado com um aumento significativo de massa óssea gradeada em diversos locais, e a exposição intermitente ao PTH durante 4 a 6 semanas em modelos de animais ovariectomizados levava ao aumento da espessura do osso gradeado. Estudos clínicos já existentes mostravam que a teriparatida aumentava significativamente a den-

médicorepórter | fevereiro 2009

atualizal-osteoporose.pmd

33

18/2/2009, 18:27

33


Contraceptivos impedem recorrência da endometriose por Nina Rahe

A

endometriose corresponde ao implante do endométrio fora da cavidade uterina. Ocorre mais frequentemente nas cavidades pélvica e abdominal, acometendo o peritônio (membrana serosa que recobre as paredes do abdome e a superfície dos órgãos digestivos) ou órgãos como o ovário, bexiga e/ou intestinos.

34 m é d i c o r e p ó r t e r atualizal-endometriose.pmd

O tecido endometrial fora do seu habitat natural continua sendo estimulado mensalmente pela ação hormonal do ciclo menstrual e funciona como “corpo estranho” ao local de implantação, provocando reação inflamatória ao redor e causando dor no período menstrual. “Com o tempo, o processo inflamatório pode desencadear a formação de aderências ao redor do foco de endometriose, entre as estruturas vizinhas,

| fevereiro 2009

34

18/2/2009, 18:24


João Cláudio Cote / Office Editora

endometriose. O diagnóstico inicial é feito através da identificação dos principais sintomas da patologia: cólicas menstruais severas, dores na relação sexual, dores entre as menstruações, dificuldade para engravidar ou alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação. “Métodos não invasivos como a ecografia e ressonância magnética têm sido também utilizados com cada vez mais sucesso no diagnóstico precoce dessas lesões. Entretanto, mais importante ainda do que o diagnóstico precoce é identificar as alterações enzimáticas e gênicas que estão ocorrendo no endométrio e que vão predispor aquela paciente a desenvolver endometriose. Entre essas alterações, temos estudado recentemente o aumento da expressão de enzimas como a COX-2 e aromatase, assim como a presença do fator inflamatório NF-káppa no endométrio dessas pacientes. Essas modificações no endométrio ocorrem em determinado grupo de pacientes em resposta aos mediadores inflamatórios produzidos durante a menstruação. Entre esses podemos citar as prostaglandinas do grupo E”, explica o Dr. Maia. Em artigo publicado no jornal Gynecological Endocrinology (v.24; 2008) pelo Ceparh, os pesquisadores explicam que as lesões de endometriose surgem porque nas pacientes acometidas pelo distúrbio as células endometriais passam a expressar a enzima aromatase, que estimula a formação aumentada de estrogênios quando essas células chegam à cavidade peritoneal. Essa produção local de estrogênios inibiria a fagocitose das células endometriais pelos macrófagos, resultando no surgimento das lesões.

Prof. Dr. Maurício Simões Abrão Divulgação

causando dor pélvica crônica e até esterilidade”, explica o Prof. Dr. Maurício Simões Abrão, médico responsável pelo setor de endometriose da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Os pequenos focos podem crescer e se espalhar, resultando em diferentes consequências de acordo com sua localização. Nos ovários, por exemplo, podem produzir cistos de conteúdo sanguinolento, que eventualmente atingem grandes proporções. No peritônio, uma das principais sedes de implantação, acomete mais frequentemente os ligamentos uterossacros, levando a sua retração. Em cada local, a sintomatologia usualmente relaciona-se com o período menstrual. O crescimento do tecido endometrial em locais incomuns pode causar os sintomas desagradáveis da doença, que se traduzem basicamente em dores crônicas, infertilidade ou alterações intestinais ou urinárias. A intensidade dos sintomas, no entanto, nem sempre se relaciona com a severidade da endometriose. “Existem pacientes que têm endometriose extensa e que têm poucos sintomas, enquanto outras têm lesões mínimas e um quadro de dor muito intenso. Sempre se atribui a dor nos casos de endometriose à presença de aderências na pélvis. Entretanto, em muitas pacientes com dismenorreia intensa e endometriose, a causa da dor está no próprio útero”, explica o Dr. Hugo Maia, professor do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e diretor de pesquisas do Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana (Ceparh). “Mulheres com grandes focos diagnosticados podem apresentar sintomas leves, enquanto noutras, com mínimos implantes, a dor pode ser insuportável”, acrescenta o Dr. Abrão. Em torno de 10 a 15% da população geral apresenta endometriose; aproximadamente 40% das mulheres com dor pélvica crônica e 35% das mulheres com infertilidade têm

Dr. Hugo Maia

Procedimentos clínicos e cirúrgicos O tratamento da endometriose pode ser clínico ou cirúrgico. Em geral, a indicação cirúrgica é para casos nos quais há sinais de doença avançada (detectados pelos exames médicorepórter | fevereiro 2009

atualizal-endometriose.pmd

35

18/2/2009, 18:24

35


36 m é d i c o r e p ó r t e r atualizal-endometriose.pmd

não se perdem de vista os aspectos emocionais nela envolvidos. Os análogos do GnRH, as pílulas combinadas ou os dispositivos intrauterinos (DIUs) medicados com progesterona são alternativas terapêuticas”, acrescenta o Dr. Abrão e observa que, ao se deparar com a moléstia, o médico precisa lembrar que não está tratando de um órgão, mas da mulher como um todo. Deve até mesmo indicar terapias relacionadas a seus problemas pessoais e emocionais mais amplos, como parte do processo terapêutico específico da endometriose.

Associação eficaz no tratamento O uso contínuo da associação etinilestradiol/gestodeno mostrou-se eficaz no tratamento da endometriose. Um estudo publicado no European Journal of Contraception & Reproductive Health Care mostrou que o uso contínuo dessa associação (princípios ativos do Gestinol) impede a recorrência dos cistos endometrióticos quando o tratamento é iniciado logo após o procedimento cirúrgico. O Dr. Maia explica que a associação do gestodeno/etinilestradiol é capaz de inibir no endométrio e nas lesões de endometriose a expressão da enzima aromatase. Portanto, o hormônio pode ser utilizado para suprimir a produção local de estrogênios nesses tecidos. Além do mais, a associação gestodeno/etinilestradiol inibe no endométrio a expressão de fatores angiogênicos como o fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) e a ativação do fator inflamatório NF-káppa B. Essa ação do gestodeno pode explicar a sua eficácia no tratamento da endometriose. “Há muitos anos que estamos utilizando contraceptivos hormonais orais, como o Gestinol 28, dados de maneira contínua após o tratamento laparoscópico de formas severas de endometriose, com a finalidade de evitar a recorrência dessa patologia”, conclui o Dr. Maia. r

| fevereiro 2009

36

18/2/2009, 18:24

Em geral, a indicação cirúrgica é para casos nos quais há sinais de doença avançada ou quando houver falha no tratamento clínico para portadoras de doença inicial

clínico, ultra-som e/ou de dosagem de CA 125 no sangue) ou quando houver falha no tratamento clínico para portadoras de doença inicial. O principal procedimento cirúrgico indicado é a laparoscopia, que permite visualizar, a partir de pequenas incisões abdominais, os pontos afetados e neles fazer a intervenção necessária, utilizando-se de laser ou cautérios. Encontrando-se cistos ovarianos causados pela endometriose, conhecidos como endometriomas, há necessidade da retirá-los, através de cuidadosa separação cirúrgica ou então cauterização de focos de endometriomas no interior do ovário. Em casos mais graves, além da cirurgia é ainda necessário bloquear temporariamente, por meio de medicamentos, o funcionamento ovariano da paciente, impedindo a ação dos hormônios sobre os focos de endométrio e o desenvolvimento de novas inflamações. “A utilização de medicamentos, porém, não leva ao que se pode considerar uma cura da doença, que ainda não foi descoberta. As substâncias químicas são uma forma de controlar seu desenvolvimento e impedir suas consequências mais extremas”, explica o Dr. Abrão. O índice de retorno da afecção é elevado. Durante muitos anos, explica o Dr. Maia, os médicos tratavam a endometriose, mas não percebiam que o defeito original estava no endométrio e que, por esse motivo, o reinício dos ciclos menstruais levava para a cavidade pélvica células endometriais que tinham alterações enzimáticas como, por exemplo, a expressão da aromatase p450, e que, portanto, podiam produzir localmente estrogênios. Essa produção local de estrogênios impedia a fagocitose dessas células pelos macrófagos, permitindo assim o desenvolvimento de novas lesões. “Apesar da possibilidade de a endometriose reaparecer, sua administração é totalmente viável, principalmente quando


Diagnóstico e tratamento da rosácea por Nina Rahe

A

rosácea é uma patologia crônica e inflamatória que acomete a pele da face. A doença afeta 10% da população mundial e suas causas são ainda desconhecidas. Caracterizada por edema, eritema, telangiectasias e pápulas, a rosácea faz parte da mesma classe da acne vulgar e das erupções acneiformes, porém, sem nenhuma relação etiopatogênica. A rosácea afeta homens e mulheres principalmente entre 30 e 40 anos. As mulheres costumam desenvolver um quadro mais localizado, em contrapartida, os homens apresentam o quadro mais intenso e extenso. Os indivíduos com rosácea na família têm maior predisposição à doença. De acordo com a Dra. Vanessa Mussupapo, médica especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e médica assistente do Serviço de Dermatologia da Universidade de Mogi das Cruzes, a etiologia da rosácea é desconhecida, mas vários fatores são implicados, como por exemplo: predisposição constitucional, doença gastrintestinal, colecistopatia ou hipertensão, porém, sem nada definido. “Na rosácea há uma resposta vascular alterada e vários fatores desencadeantes e/ou agravantes dessa resposta, como: luz solar, álcool, vento, calor, alimentos quentes, Helicobacter pylori e fatores emocionais. O Dermodex folliculorum não é mais considerado agente etiológico e sim um fator agravante”, afirma. médicorepórter | fevereiro 2009

atualizal-rosacea.pmd

37

18/2/2009, 18:29

37


Divulgação

A dermatologista explica que a rosácea pode se manifestar em diferentes graus. Na fase pré-rosácea, devido à resposta vascular alterada, há um eritema discreto na face. A cada surto do eritema ocorre um aumento na gravidade ( fase de ruborização ou flushing). Os diferentes graus da rosácea estão divididos conforme a recorrência dos surtos e aparecimento de lesões.

Dra. Vanessa Mussupapo

Diagnóstico e tratamento Não há como prevenir o aparecimento da rosácea. O diagnóstico é basicamente clínico e, em caso de dúvidas, deve-se realizar biopsia e exame anatomopatológico para descartar outra patologia com quadro clínico semelhante. Segundo a Dra. Vanessa,, o tratamento é feito com medidas locais, sistêmicas e gerais. Como medidas gerais, é necessário afastar todas as causas agravantes, evitando até alimentos, caso o paciente refira piora. “Podem-se indicar até ansiolíticos, caso a rosácea seja desencadeada por estresse”, explica a Dra. Vanesssa. No que se refere aos medicamentos sistêmicos, podem ser usados tetraciclina, doxiciclina ou minociclina. Se o paciente

apresentar alergia a alguma dessas drogas, pode-se fazer uso da eritromicina, clindamicina e cefalosporinas. A indicação de isotretinoína ocorre em caso de formas graves ou resistentes. Entre os possíveis tratamentos tópicos estão compressas com água termal gelada, extremamente benéficas, principalmente na fase de eritema e rubor. “Pode ser usado corticoide tópico, mas nunca um fluorado ou não fluorado potente pelo risco de agravar a reação vascular e as telangiectasias após suspenso, além da atrofia que pode causar na pele”, alerta a Dra. Vanessa. Antibióticos tópicos como eritromicina, clindamicina e metronidazol podem ser utilizados. O metronidazol é o mais efetivo. O ácido azelaico também pode ser utilizado a 15%. Deve-se evitar uso excessivo de sabões, a não ser em casos de numerosas lesões inflamatórias e presença de grande número de Dermodex folliculorum. Os procedimentos cirúrgicos também são possibilidades, tais como eletrocirurgia, laser, luz intensa pulsada, criocirurgia para as telangiectasias. Em caso de fimas, podese realizar eletrocirurgia, crioterapia, ATA 90% e laser de CO2 e de argônio.

r Rosácea

eritêmato-telangiectásica (grau I): consiste em eritema persistente, com ou sem telangiectasias, que acomete área centrofacial. r Rosácea pápulo-pustulosa (grau II): caracterizada por áreas eritematosas com pápulas e pústulas, podendo ter edema e/ou se estender além da área descrita. r Rosácea infiltrativa-nodular (grau III): caracterizada pelo aparecimento de placas eritêmatoedematosas infiltrativas na face. Podem também surgir nódulos e abscessos. r Rosácea fulminans (grau IV): é a de maior gravidade, na qual o paciente apresenta quadro agudo, de aparecimento súbito, com intensa reação inflamatória, nódulos e abscessos. r Rosácea granulomatosa: pápulas e nódulos alaranjados, duros, com base menos inflamatória, podendo não ter eritema persistente e flushing. r Fimas: em alguns pacientes, principalmente homens com idade acima de 40 anos, a longa duração da rosácea pode evoluir para rinofima, que corresponde ao intumescimento do nariz. Embora o nariz seja o local mais comum, também pode ocorrer em outras regiões, como gnatofima (intumescimento do queixo), metofima (intumescimento da fronte), otofima (intumescimento das orelhas), blefarofima (intumescimento das pálpebras). A ocorrência é devida à progressiva hiperplasia das glândulas sebáceas e tecido conectivo associada às alterações vasculares. É também possível que seja a única manifestação da doença. A rosácea ocular, apesar de não apresentar correlação com o grau da rosácea, também é bastante grave e acomete 50% dos doentes, com blefarite, conjuntivite, episclerite, irite e ceratite.

38 m é d i c o r e p ó r t e r atualizal-rosacea.pmd

| fevereiro 2009

38

18/2/2009, 18:29


meiro dia e, após, 100mg ao dia. No entanto, há trabalhos que indicam 40mg ao dia com boa eficácia.

Estudos comprovam eficácia da doxiciclina

Dependendo do grau da rosácea, são indicados apenas medicamentos tópicos como corticoides leves e antibióticos (metronidazol principalmente), ou também antibióticos sistêmicos (como tetraciclina, minociclina, limeciclina e doxiciclina) e isotretinoína.

Doxiciclina A doxiciclina é um antibiótico bacteriostático sistêmico, semissintético, derivado da oxitetraciclina, lipossolúvel, ideal para tratamento de doenças do folículo pilossebáceo. Inibe a síntese proteica graças à sua ligação com ribossomos dos microrganismos. “O seu provável mecanismo de ação na rosácea é a redução do processo inflamatório”, acrescenta a Dra. Vanessa. É importante ressaltar que o medicamento é contraindicado em casos de gravidez, alergia e para crianças abaixo de oito anos de idade. Entre os efeitos adversos, pode-se citar anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, glossite, disfagia, enterocolite e lesões inflamatórias na região genital (com monilíase). Em alguns casos foi relatada a elevação da ureia (toxicidade renal). De acordo com a Dra. Vanessa, a dose de ataque recomendada é de 200mg no pri-

Embora existam poucos estudos sobre a atuação da droga doxiciclina, alguns já comprovam a sua eficácia. Dois estudos demonstraram que a doxiciclina pode ser efetiva no tratamento da rosácea ocular. Neles, pacientes com rosácea ocular foram tratados com 100mg de doxiciclina uma vez ao dia. Na primeira pesquisa, realizada por Bartholomew, Reid, Cheesbrough et al., 14 de 16 pacientes mostraram melhoras sintomáticas durante as três primeiras semanas de tratamento. Oito deles continuaram tomando várias doses de doxiciclina durante o período de estudo de três meses. Em quatro desses pacientes a dose foi alterada e três deles descontinuaram o tratamento sem sintomas recorrentes. No segundo estudo, realizado por Quarterman, Johnson, Abele et al., a dose de 100mg de doxiciclina por dia foi prescrita durante 12 semanas. Os sintomas mais frequentes foram secura, coceira, visão embaçada e fotossensibilidade. Todos eles apresentaram melhora significativa no final do período de tratamento. Tais estudos ilustram a eficiência da doxiciclina no tratamento da rosácea ocular. Outro estudo realizado por Torresani, Pavesi e Manara também releva benefícios da droga. Em dois meses de uso da doxiciclina, foi relatada redução de 90% das pápulas e pústulas.r Referências bibliográficas: • Bartholomew RS, Reid BJ, Cheesbrough MJ et al. Oxytetracycline in the treatment of ocular rosacea: a double-blind trial. • Quarterman MJ, Johnson DW, Abele DC et al. Ocular rosacea. Signs, symptoms, and tear studies before and after treatment with doxycycline. Arch Dermaton 1997; 133: 49-54. • Torresani C, Pavesi A, Manara GC. Clinical trial on clarithromycin versus doxycycline in the treatment of rosácea. Int J Dermaton 1997; 36: 942-946. médicorepórter | fevereiro 2009

atualizal-rosacea.pmd

39

18/2/2009, 18:29

39


A Medicina do futuro cada vez mais presente

por Camila Balthazar

A Nanomedicina deixou de ser algo distante, intangível ou inimaginável. É a grande aposta da ciência para diagnósticos e tratamentos de diversas doenças. Robôs com proporções microscópicas entrarão no corpo para atacar células cancerígenas, destruir bactérias e vírus, inserir medicamentos em células específicas, realizar cirurgias minimamente invasivas.

U

m paciente chega a um consultório médico no ano de 2030 com queixas como sede intensa, desidratação, volume urinário excessivo, perda de peso – para citar algumas. A taxa de glicose está maior que 200mg/dl, o paciente tem diabetes e precisa ter a sua hiperglicemia tratada com urgência para se obter uma glicemia normal tanto em jejum quanto no período pós-prandial. Assim, as alterações metabólicas associadas serão devidamente controladas.

40 m é d i c o r e p ó r t e r materia especial-nanomed.pmd

Em vez de o paciente realizar glicemias capilares frequentes com glicosímetros – em média de cinco a seis vezes por dia e várias aplicações de insulina lenta e rápida –, aplicar insulina subcutânea e fazer a contagem dos carboidratos na hora da alimentação, o endocrinologista irá utilizar um nanorrobô para controlar e evitar a hiperglicemia. O aparelho de dois mícrons de comprimento e meio mícron de diâmetro é injetado na corrente sanguínea e a cada duas horas transmite dados para um celular, por exemplo, informando

| fevereiro 2009

40

18/2/2009, 18:49


Fotos: Divulgação

Adriano Cavalcanti

Dr. Robert A. Freitas Jr

se a taxa de glicose do paciente com diabetes está em ordem ou não. Se houver alguma alteração no intervalo entre as duas horas, o celular também bipa alertando sobre a necessidade de se tomar determinada medicação a fim de normalizar a taxa de glicose. Para cura do diabetes, haverá a opção de utilizar o nanorrobô para realizar a entrega de célula-tronco ao pâncreas e, assim, trabalhar em um processo de recuperação do pâncreas e reverter o diabetes tipo 2. Apesar de parecer futurístico, esse cenário nunca esteve tão perto de se tornar realidade. A Nanotecnologia é tema de discussões desde os anos 60. O cientista e físico estadunidense Richard P. Feynman foi um dos primeiros a conceituar essa ciência. Em uma conferência pronunciada em 1959, “There’s plenty of room at the bottom” (“Há muito espaço lá embaixo”), Feynman sugeriu que seria possível fabricar computadores minúsculos, robôs em escala nano e até mesmo máquinas médicas que atuariam como cirurgiões em miniatura. Na época, os debates eram principalmente teóricos e conceituais e envolviam muito ceticismo. Hoje já é possível conversar com embasamento sobre como a Nanotecnologia beneficiará a Medicina em um curto espaço de tempo. No entanto, antes de entrar no assunto, o pesquisador Adriano Cavalcanti, diretor do Centro de Automação em Nanobiotecnologia (CAN) e criador do software que simula a navegação de nanorrobôs no interior do corpo, já esclarece uma polêmica frequente entre os médicos e a sociedade em geral quando o assunto é levantado. “A Nanomedicina não será nada mais do que uma ferramenta para o médico. Da mesma forma como ele utiliza os raios X, a tomografia computadorizada, ou aplica uma vacina e recomenda determinado antibiótico, o nanorrobô será mais uma ferramenta nas mãos do médico. E não um nanomédico.” O físico estadunidense Robert A. Freitas Jr., autor do livro Nanomedicine e um dos maiores especialistas no assunto, afirma que

as pesquisas dos últimos oito anos mostram que a Nanomedicina pode começar a ter uso clínico entre os anos de 2020. O professor Cavalcanti compartilha a ideia e comenta que o divisor de águas entre as etapas teórica e prática é a produção de patentes. “Em 2007 e 2008, nosso trabalho resultou em três patentes internacionais.”

Fase das pesquisas De acordo com Cavalcanti, o trabalho desenvolvido atualmente consiste em pesquisar o controle e a teleoperação de um nanorrobô dentro do corpo humano. “A tecnologia funciona. Já sabemos como integrar os sensores e motores, por exemplo, como fazer a manufatura, como injetar e extrair do corpo humano e como retirar o nanorrobô da corrente sanguínea sem sequelas ou reações adversas. Isso era o mais difícil”, ressalta. Agora as pesquisas entram na fase que todo medicamento ou equipamento da área biomédica precisa passar: testes clínicos e aprovação das autoridades competentes da área de saúde e vigilância sanitária para se poder comercializar o produto, o que deve levar de cinco a dez anos, segundo Cavalcanti.

Atuação dos nanorrobôs Entre os possíveis empregos da Nanomedicina estão tratamentos de problemas cardiovasculares, diabetes, câncer, aneurisma cerebral. Além da aplicação no caso de diabetes, Cavalcanti explica que uma das principais causas de morte de um paciente com câncer, por exemplo, é a sua recorrência. “Apesar de a equipe médica extrair o tumor, existe a chance de moléculas cancerígenas entrarem na corrente sanguínea e migrarem para outras partes do corpo. Com nanorrobôs é possível mapear de forma mais precisa o local do tumor e onde estão as diferentes células cancerígenas, o que auxilia a equipe médica e evita a metástase. É a forma mais eficiente de extrair por completo um eventual câncer que esteja no corpo do paciente.” médicorepórter | fevereiro 2009

materia especial-nanomed.pmd

41

18/2/2009, 18:49

41


Em complicações cardiovasculares, o nanorrobô pode desenvolver duas funções: evitar o infarto, através do controle da pressão arterial, ou desobstruir artérias cardiovasculares. Já no caso de aneurismas cerebrais, uma das principais dificuldades é diagnosticar o problema antecipadamente. “A utilização do nanorrobô facilitaria essa descoberta antes da ruptura da veia. Outra aplicação possível seria a de reparar a veia que apresenta a deformação e que, em geral, será o local do derrame”, salienta Cavalcanti, que também lembra que para evitar o aneurisma – em casos de pessoas que apresentam histórico familiar de aneurisma, por exemplo, seria interessante aplicar o nanorrobô ao menos uma vez por ano. Além da atuação no tratamento e/ou cura do câncer, diabetes, aneurisma cerebral e problemas cardiovasculares, pesquisas recentes – ainda em desenvolvimento – visam a aplicação do nanorrobô no tratamento de Alzheimer e mal de Parkinson. “O formato do nanorrobô possibilita o tratamento intracraniano, pois é possível ter controle da mecânica de fluidos, bem como ultrapassar a barreira de proteção cerebral”, diz Cavalcanti. O pesquisador também conta que essa tecnologia pode tratar a síndrome de Down, ao evitar a aneuploidia. “O nanorrobô pode ser utilizado durante a gestação para reverter o processo de mutação genética e evitar ou curar a síndrome de Down.” Ainda na

42 m é d i c o r e p ó r t e r materia especial-nanomed.pmd

Medicina, o nanorrobô pode realizar a entrega de drogas inteligentes. Cavalcanti afirma que o tratamento de câncer será um dos mais beneficiados. “Em vez de fazer quimioterapia, em que ocorre um bombardeio de todas as células do indivíduo – tanto as saudáveis quanto as doentes –, você coloca uma determinada quantidade de medicamento no nanorrobô e o programa a lançará apenas quando estiver próximo à área cancerígena.” Apesar de a Nanomedicina ter objetivos que ainda hoje podem parecer irreais para algumas pessoas, é importante considerar que em um passado recente, em 1874, o cirurgião britânico John Eric Erichsen fez a seguinte previsão: “O abdome, o peito e o cérebro estarão sempre fechados para qualquer intrusão da cirurgia humana.”1 A previsão de pesquisadores é de que a Nanotecnologia provocará uma revolução em todas as áreas médicas. Em teoria, nanorrobôs podem ser introduzidos no corpo via oral ou intravenosa e regenerar tecidos destruídos que medicamentos convencionais não conseguem. Tudo indica que essa tecnologia terá um impacto parecido com a da introdução do método científico no século 19. r

Referência Bibliográfica 1 Freitas Jr. RA. Say Ah. New York Academy of Sciences July/August 2000.

| fevereiro 2009

42

18/2/2009, 18:49


HPV exige atenção constante

por Camila Balthazar

O alemão Harald zur Hausen trabalhou contra os dogmas ao afirmar, já nos anos de 1970, que havia uma correlação entre o papilomavírus humano (HPV) e o câncer de colo do útero. A confirmação definitiva veio nos anos de 1990, com estudos epidemiológicos e o avanço dos métodos científicos. Quase 40 anos depois, zur Hausen recebeu o Prêmio Nobel de Medicina de 2008 por seu trabalho na descoberta dessa associação.

D

e acordo com o Dr. Edison Fedrizzi, professor de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Santa Catarina e chefe do Centro de Pesquisa Clínica “Projeto HPV”, pesquisadores acreditavam haver alguma relação entre câncer de colo de útero e atividade sexual desde 1800. “A partir disso, começou-se a especular quais infecções poderiam estar relacionadas ao processo de oncogênese. A candidíase, a tricomoníase e a clamídia, por exemplo, já foram consideradas responsáveis.” A Dra. Luisa Lina Villa, pesquisadora do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, que trabalha há 30 anos com o vírus, relata que no final dos anos de 1960 zur Hausen suspeitou que as células derivadas de tumores do colo do útero não continham sinais de infecção por herpes, na época o principal vírus associado à lesão. “A busca resultou na identificação de novos genomas virais. A partir daí, milhares de pesquisadores de todo o mundo começaram a descrever centenas de HPVs e a atribuirlhes o papel etiológico de uma série de tumores humanos.” A pesquisadora comenta ainda que esse vínculo já foi estabelecido há mais de 15 anos médicorepórter | fevereiro 2009

materia especial-HPV.pmd

43

18/2/2009, 18:47

43


Fotos: Divulgação

Dr. Edison Fedrizzi

Dra. Luisa Lina Villa

Entendendo o vírus Conhecidos como causadores de tumores benignos – papilomas, verrugas comuns e condilomas –, a Dra. Luisa alerta que os papilomavírus podem ser transmitidos para qualquer célula da pele ou das mucosas genitais pelo contato, principalmente através de relações sexuais. “As regiões mais atingidas são vulva, pênis, vagina, colo do útero, região perineal e ânus”, completa. O oncologista Dr. Gilberto de Castro, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo “Octavio Frias de Oliveira” (Icesp), ainda alerta que está crescendo a importância do HPV como fator de risco para o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço, e mais especialmente na orofaringe. Além disso, é importante ressaltar que a infecção viral acomete tanto homens quanto mulheres. O Dr. Fedrizzi expõe, inclusive, que a incidência da infecção é maior nos homens, mas a repercussão clínica é maior nas mulheres. “Os homens estão mais infectados. Porém, as mulheres têm muito mais complicações porque a área genital feminina predispõe ao crescimento desse vírus.” Mesmo havendo dificuldades na coleta de dados no Brasil, estima-se que 10 milhões de pessoas estejam infectadas.

Dr. Gilberto de Castro

44 m é d i c o r e p ó r t e r materia especial-HPV.pmd

e, por isso, os pesquisadores do HPV esperavam que o Prêmio Nobel tivesse sido dedicado a essa área já há alguns anos. “Com os estudos da vacina, acreditamos que o Comitê Nobel achava importante observar se de fato, ao eliminar o agente microbiano, a doença seria extinguida. Assim, eles devem ter esperado a comprovação dos ensaios clínicos.” As descobertas de zur Hausen levaram a novas propriedades do HPV, que fizeram com que os médicos entendessem melhor os mecanismos do vírus e como ele aumenta os riscos de tumores no colo do útero e de outros tipos de câncer. No entanto, a Dra. Luisa afirma que a compreensão sobre o tema ainda é escassa. “Inclusive para agentes de saúde muito especializados que diagnosticam e tratam lesões causadas pelo HPV. Quando você aprofunda o assunto, percebe que existe um grande vazio de informação precisa.”

No entanto, o fato de mais de 80% das infecções provocadas pelo HPV não apresentarem manifestações clínicas dificulta o diagnóstico nos seus estágios iniciais. “O HPV de alto risco não causa sintoma até o momento em que a paciente realmente tenha algum câncer em fase de sangramento ou desconforto na relação sexual. O grande segredo do diagnóstico é o exame de Papanicolaou”, afirma o Dr. Fedrizzi, lembrando que, caso o teste preventivo detecte alguma alteração nas células coletadas, o próximo passo é realizar uma colposcopia para identificar onde a lesão se encontra. “Quando diagnosticado a tempo, as chances de cura do câncer de colo do útero são de 100%. Além do teste de Papanicolaou, o teste molecular detecta o DNA do vírus”, explica a Dra. Luisa, que também ressalta que, em geral, há uma grande preocupação no diagnóstico das infecções e lesões causadas por esses vírus, mas apenas uma parte dos médicos está a par do assunto. “Muitos ainda pedem o teste molecular de forma indiscriminada, em mulheres sem doença confirmada, o que causa inúmeros problemas para a paciente”, comenta. No entanto, a pesquisadora enfatiza que as lesões causadas pelo vírus devem, sim, ser tratadas. “O problema reside em querer tratar a paciente de uma infecção viral transitória e que seria eliminada espontaneamente.” Da totalidade das infecções causadas pelo HPV, apenas 1% desenvolve câncer, enquanto 3% apresentam lesões. “O desenvolvimento das lesões se dá basicamente devido a uma alteração imunológica”, acrescenta o Dr. Fedrizzi. Estudos já identificaram mais de 200 tipos de HPV, sendo que cerca de 45 estão presentes na região genital. Eles podem ser classificados em dois grupos: os de alto risco (16 e 18 principalmente) e os de baixo risco oncogênico (6 e 11 principalmente). “Há cerca de 15 vírus mais importantes de alto risco. Desses, os números 16 e 18 representam 70% dos casos de câncer de colo do útero. Quando se fala em HPV de baixo risco, os vírus 6 e 11 são responsáveis por mais

| fevereiro 2009

44

18/2/2009, 18:47


de 90% dos casos de verruga genital”, explica o Dr. Fedrizzi.

Nova medida de prevenção Segundo a Dra. Luisa, as vacinas profiláticas são a proteína principal do capsídeo viral. Inúmeros ensaios clínicos indicam sua elevada imunogenicidade e eficácia na prevenção de infecções e doenças causadas por esses vírus. “Além disso, apresentam um perfil de segurança muito bom, o que lhes assegurou aprovação em centenas de países em todo o mundo”, afirma. Duas vacinas estão aprovadas no Brasil: a vacina quadrivalente (HPV 6, 11, 16, 18) da Merck Sharp & Dohme e a vacina bivalente (HPV 16, 18) da Glaxo Smith Kline (GSK). Ambas são propostas em três doses. Apesar de o Brasil ter sido pioneiro na aprovação, até o momento o governo ainda não lançou suas recomendações oficiais, mostrando que entende o valor dessa medida profilática e recomenda sua utilização. Aprovada pela primeira vez em junho de 2006, nos Estados Unidos, o valor estabelecido foi de US$ 120 a dose, o que pode variar de país para país. Testada em mulheres entre 9 e 26 anos, a eficácia da vacina quadrivalente está comprovada contra lesões do colo do útero, vulva e vagina, além de verrugas genitais, mesmo que já tenham iniciado a vida sexual. Mas a pesquisadora

aponta que a vacina também apresenta benefícios para as mulheres acima dessa idade. “No meu ponto de vista, está correto que elas também tomem a vacina”, afirma, apesar de que do ponto de vista de Saúde Pública, a maioria dos países tem optado por vacinar meninas e adolescentes antes do início da atividade sexual, período em que o benefício da vacinação está assegurado. Atualmente, a prevenção primária é preconizada com a vacina. “A prevenção secundária é feita através de exame preventivo, o que é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – Papanicolaou para mulheres e exame urológico para homens”, esclarece o Dr. Fedrizzi. De acordo com um levantamento de 2005, publicado no site do Ministério da Saúde, menos de 15% das mulheres brasileiras realizaram o preventivo pelo SUS, o que mostra que a procura por esse método ainda é muito baixa. Por ser um vírus que não afeta apenas as mulheres, o Dr. Fedrizzi salienta que a mesma vacina utilizada em mulheres já está sendo testada em homens. “Estamos finalizando os estudos em homens e o que observamos, no final do ano passado, é que a proteção foi de 90%. É bem provável que a vacina também seja indicada para a proteção dos homens assim que houver uma confirmação desses dados por maior tempo”, conclui.r

médicorepórter | fevereiro 2009

materia especial-HPV.pmd

45

18/2/2009, 18:47

45


Obesidade infantil: educação pode ser a saída por Mariana Tinêo

A

epidemia da obesidade ganhou destaque na mídia e na pauta dos especialistas. Com frequência são promovidos debates, simpósios e palestras para leigos, médicos e demais profissionais da saúde, com o objetivo de alertar, informar e conscientizar sobre o tamanho do problema que os hábitos alimentares modernos trarão para a população e para o sistema de saúde. Nesse contexto, o que surpreende são os dados sobre a obesidade em crianças. De acordo com o Dr. José Carlos Pareja, gastroenterologista, especialista em Cirurgia da Obesidade, professor doutor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diretor do Centro de Cirurgia da Obesidade de Campinas (CCOC), a obesidade infantil vem crescendo aceleradamente a cada ano, em todo o mundo. “Nos Estados Unidos, por exemplo, 15% dos jovens até 15 anos de idade são obesos. No Brasil esses dados ainda são falhos, mas estimamos que cerca de 12% dos nossos jovens, na mesma faixa etária, já sofram de obesidade”, informa. Entre as possíveis causas do problema, o Dr. Pareja cita a falta de educação alimentar. “Os pais não estão se preocupando com a qualidade da alimentação dos filhos. Trabalham fora e não dispõem de muito tempo. As geladeiras estão sempre cheias de

46 m é d i c o r e p ó r t e r materia especial-obesid.pmd

| fevereiro 2009

46

18/2/2009, 18:52


de idade, não consegue mais. Acredito que em países de grande contingente populacional, como os Estados Unidos, a obesidade infantil não será resolvida. A oferta de alimentos inadequados é imensa. Para se ter uma ideia, hoje os Estados Unidos têm mais de 1,5 milhão de pacientes hipertensos ou diabéticos por consequência da obesidade. Lembrando que a obesidade causa sobrecarga cardíaca. Na realidade, a obesidade causa inflamação em todos os tecidos e órgãos, além de apneia e danos nas articulações.” O Dr. Pareja diz ainda que os pais devem ser orientados e estimulados em relação aos hábitos alimentares dos filhos. “É preciso que os pais eduquem a criança também em relação à alimentação. Devem dar atenção, serem rígidos, ensinando sobre os alimentos e o que é correto comer. O mais correto é que os pais deem o exemplo, comendo direito. Quando o ambiente é favorável, saudável, a criança acaba aprendendo a ter bons hábitos alimentares e não corre o risco de ser um adulto com obesidade. Acredito que a educação alimentar, em casa, é a saída para o controle da obesidade infantil e adulta no mundo”, conclui o médico.r

Divulgação

refrigerantes e nos finais de semana as mães procuram coisas de rápido preparo, como as pizzas.” O médico comenta que os índices de obesidade são maiores entre a classe mais baixa da população. “A Folha de São Paulo publicou um estudo realizado recentemente em quatro grandes áreas da periferia da Grande São Paulo. Na região de Perus, onde a população tem menor renda, foi encontrado o maior número de pessoas obesas. Isso porque essas pessoas compram a comida mais barata (pão, bolacha, batata) e não a mais adequada. O objetivo não é a nutrição, é matar a fome.” Outra causa do aumento da obesidade infantil, segundo o Dr. Pareja, é o sedentarismo. “Nas áreas mais afastadas as crianças ainda brincam na rua, mas nas grandes metrópoles, as crianças preferem o computador e os jogos eletrônicos. Sabemos que hoje nem 10% da população mundial faz atividade física regular. Na verdade, pequenas atividades já são grandes benefícios. Em atividades moderadas, como uma brincadeira no parque, uma pessoa gasta cerca de 150 calorias a cada 30 minutos. Sentada em frente à televisão gasta apenas 50 calorias nesse mesmo período de tempo.” Para o Dr. Pareja, o computador é um grande malefício para a saúde infantil. “Os estudos recentes verificaram que uma criança que passa mais de três horas por dia em frente a um computador será uma criança obesa. No Ambulatório de Compulsão da Universidade de São Paulo (USP), o computador é uma das causas mais frequentes de tratamento. Nesse sentido, também é importante a participação dos pais. Não adianta achar lindo uma criança pequena mexer no computador e colocar o equipamento no quarto dela. O uso do micro tem que ser monitorado e adequado, para que a criança seja saudável.” O especialista alerta para o fato de crianças obesas terem grandes chances de se tornarem obesos mórbidos na idade adulta. “Se a criança não reduzir o peso até os 13 anos

Dr. José Carlos Pareja

médicorepórter | fevereiro 2009

materia especial-obesid.pmd

47

18/2/2009, 18:52

47


100

100

95

95

75

75

25

25

5

5

0

0

100

100

95

95

75

75

25

25

5

5

0

0


100

100

95

95

75

75

25

25

5

5

0

0

100

100

95

95

75

75

25

25

5

5

0

0


Estudante de Medicina mal formado é o médico de amanhã por Antonio Carlos Lopes

50 m é d i c o r e p ó r t e r sociedade SBCM.pmd

car em prática o que não aprenderam em sala de aula. É preciso dar um basta no desserviço que o governo vem prestando à comunidade e obedecer a rígidos critérios para abertura de escolas médicas. Um documento para normatizar e fiscalizar essas instituições já existe e foi elaborado por uma comissão constituída especificamente para esse fim. Infelizmente, está esquecido por não ir ao encontro dos interesses que envolvem a abertura de escolas médicas. Está na hora de rever a importância do modelo pedagógico e da metodologia do ensino médico para podermos ter tranquilidade em relação à Medicina que será levada à população pelas mãos desses futuros médicos. r

Arquivo

O

Exame do Conselho Regional de Medicina reprovou 61% dos estudantes de sexto ano de Medicina. É um absurdo já esperado. Afinal, a toda hora vemos escolas médicas sendo abertas sem critério, baseadas em um modelo pedagógico medíocre e inconsistente. São faculdades sem hospital, portanto, não dão aos acadêmicos a possibilidade de conhecer a realidade do atendimento e de aprender em serviço, com mestres qualificados. Ao contrário, normalmente têm corpo docente desqualificado e falhas graves na grade curricular. Outro agravante é o fato de essas escolas manterem parcerias com vários hospitais ao mesmo tempo, enviando grupos de alunos a instituições de saúde diferentes, que lhes darão orientações totalmente diversas. Tais fatos são apenas o desfecho de uma trajetória que já é absolutamente equivocada. O disparate se inicia com um vestibular que não seleciona. Basta ter condições financeiras para frequentar um dos inúmeros cursos de Medicina abertos com objetivos meramente comerciais. Tais instituições, volto a frisar, ostentam corpo docente desqualificado, nem mesmo 30% de professores têm mestrado ou doutorado. Pior do que isso, boa parte não tem nem mesmo título de especialização. A falta de infraestrutura, de recursos humanos e de materiais nos hospitais para os quais os alunos são encaminhados é grave. Obviamente esses estudantes não conseguirão colo-

Dr. Antonio Carlos Lopes é professor titular da Disciplina de Clínica Médica do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica e ex-secretário executivo da Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação (MEC)

| fevereiro 2009

50

18/2/2009, 19:02


Ciprofloxacino por três dias é eficaz para ITU em mulheres idosas Questão clínica No tratamento de infecções do trato urinário em mulheres idosas, o uso de ciprofloxacino por 3 dias tem a mesma eficácia que uso da mesma droga por 7 a 10 dias?

Resumo Este estudo de tamanho razoável demonstrou que, no tratamento de infecções urinárias em mulheres idosas saudáveis, o uso de ciprofloxacino duas vezes ao dia por 3 dias tem a mesma eficácia e tolerabilidade do que o tratamento por 7 dias. Mesmo que um estudo maior possa mostrar uma pequena diferença entre os desfechos, é pouco provável que ela seja clinicamente significativa; este estudo tinha poder suficiente para detectar uma diferença modesta de 10% nos desfechos.

Referência Vogel T, Verreault R, Gourdeau M, et al. Optimal duration of antibiotic therapy for uncomplicated urinary tract infection in older women: a double-blind randomized controlled trial. CMAJ 2004; 170:469-73.

Desenho de estudo Ensaio clínico randomizado (duplo-cego)

Grau de evidência = 1b Casuística Ambulatório e pronto- atendimento (quaisquer)

Sinopse Sabemos que o uso de antibióticos por 3 dias é eficiente para infecções não- complicadas do trato urinário

em mulheres jovens saudáveis. No entanto, a maioria dos médicos ainda utiliza um tratamento de duração mais longa (7-10 dias) em mulheres de idade mais avançada. Neste estudo, mulheres de mais de 65 anos com urocultura positiva e ao menos um sintoma de infecção do trato urinário foram randomizadas para receber 250mg de ciprofloxacino por via oral duas vezes ao dia durante 3 dias e placebo por 4 dias (n=93) ou 250mg de ciprofloxacino por via oral duas vezes ao dia durante 7 dias (n=89). Pacientes diabéticas, com sonda vesical de demora, cistostomia, sepse, sinais de pielonefrite (não foram especificados no estudo) ou que haviam feito uso recente de antibióticos foram excluídas do estudo. Os grupos eram similares no início do estudo, a alocação foi vendada de maneira apropriada e a análise foi realizada por intenção de tratamento. Os pacientes foram seguidos por um total de 6 semanas. Quatro pacientes no grupo de 7 dias e um paciente no grupo de 3 dias deixaram o estudo devido a efeitos colaterais. Houve 2 mortes em cada grupo (o estudo incluiu alguns pacientes hospitalizados, já que foi organizado através de um laboratório central). A maioria dos pacientes teve infecção por E.coli (71%), e 15,8% tiveram infecção por Klebsiella pneumoniae. Não houve diferença entre os grupos 2 dias após o final da antibioticoterapia em relação àa erradicação bacteriana (98% no grupo de 3 dias vs. 93% no grupo de 7 dias) ou melhora dos sintomas (98% no grupo de 3 dias vs. 92% no grupo de 7 dias). A ausência de diferença manteve-se após 6 semanas, com taxas semelhantes de reinfecção (14% vs. 18%) e recorrência (15% vs. 13%). Os efeitos adversos – tontura, perda de apetite, e náusea ou vômitos, em particular – foram mais comuns no grupo de 7 dias.r

médicorepórter | fevereiro 2009

infoscriba.pmd

51

18/2/2009, 19:04

51


Dor de cabeça e enxaqueca, os caminhos para o alívio O novo livro do neurologista Abouch Krymchantowski ensina de forma prática e objetiva como se livrar do mal que atrapalha a vida de quase 80% da população. O livro ensina a identificar quais os principais tipos de dor de cabeça, suas causas e gatilhos; como e quem procurar para avaliar o problema; o que fazer e não fazer para melhorar a dor; avanços no tratamento e dicas de mudanças nos hábitos de vida para minimizar as dores. Além disso, esclarece algumas manifestações específicas da doença, como a dor de cabeça em crianças, em idosos, a cefaleia diária, e em salvas, umas das mais intensas. O Dr. Abouch discute ainda os mitos que envolvem o tema, desmistifica crenças populares e aponta condutas comuns, porém incorretas, que habitualmente são tomadas por pacientes e especialistas. O médico garante que hoje só tem dor de cabeça quem quer, e afirma: “Nesse novo livro, por meio de diversos relatos de casos e dados científicos atualizados, demonstro que o controle da dor de cabeça está cada vez mais próximo e já se encontram saídas para esse sofrimento.”

Diretrizes para tratamento clínico-cirúrgico de problemas ortopédicos Acaba de ser lançado o sétimo volume do Programa Diretrizes da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM). São 40 diretrizes inéditas de Ortopedia e Traumatologia, desenvolvidas por renomados profissionais da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) com a participação de outras seis especialidades: Colégio Brasileiro de Radiologia, Associação Brasileira de Cirurgia da Mão, Sociedade Brasileira de Reumatologia, Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Cerca de 80 especialistas analisaram mais de mil estudos sobre o tratamento clínico cirúrgico na área de Ortopedia para chegar às diretrizes. Graças a esse esforço, a partir de agora, os médicos brasileiros contam com novos e seguros padrões para as práticas adotadas em casos de entorses, lesões de ligamento, escoliose, com destaque para o diagnóstico e tratamento de fraturas, um dos temas mais aprofundados. A AMB já disponibiliza no site do programa, www.projetodiretrizes.org.br, as 40 novas diretrizes que serão entregues impressas no próximo Congresso Brasileiro de Ortopedia. A estimativa é de que a SBOT elabore mais de cem diretrizes, portanto outras devem ser acrescidas às recém-lançadas.

A promoção da saúde na infância

Temas em psico-oncologia

Colaborar com o pediatra na prevenção e na identificação precoce de doenças que afetam a saúde da criança e do adolescente é uma das funções do livro A Promoção da Saúde na Infância (Editora Manole). A obra faz parte da Coleção Pediatria do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e foi lançada em novembro, no anfiteatro do Instituto da Criança, em São Paulo. O livro trata de diversas questões relacionadas à saúde da criança e do adolescente. A obra abrange temas como aleitamento materno, desenvolvimento psíquico da criança, triagem neonatal, saúde bucodental, prevenção de doenças cardiovasculares, doenças sexualmente transmissíveis e obesidade na infância. O livro tem 28 autores. A coordenação da obra foi realizada por Ana Maria Escobar, livre-docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); Sandra Grisi, professora titular do Departamento de Pediatria da FMUSP; e Maria Helena Valente, mestre em Pediatria pela FMUSP.

Endossada pela Sociedade Brasileira de PsicoOncologia, a obra é o resultado da união de diversos especialistas que discutem a abrangência e as especificidades da psico-oncologia, bem como a transdisciplinaridade de sua abordagem. Trata também de aspectos psicossociais e dos diversos tipos de tratamento, bem como de bioética e pesquisa de ponta. O livro Temas em psico-oncologia (648 pp), organizado pelo grupo multidisciplinar formado por Vicente Augusto de Carvalho, Maria Helena Pereira Franco, Maria Julia Kovács, Regina Paschoalucci Liberato, Rita de Cássia Macieira, Maria Teresa Veit, Maria Jacinta Benites Gomes e Luciana Holtz de C. Barros, possui o firme objetivo de contemplar os mais aprofundados estudos nessa área.

52 m é d i c o r e p ó r t e r na prateleira.pmd

| fevereiro 2009

52

18/2/2009, 19:03


Sem tĂ­tulo-1

1

16/12/2008, 10:49


Roche e Incor fecham acordo inédito A Roche acaba de celebrar uma parceria de cooperação em pesquisa com a Fundação Zerbini/Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo (Incor). Isso possibilitará o desenvolvimento de uma nova tecnologia no Brasil. Pelo acordo, será financiado um estudo para reparação cardíaca utilizando estratégias de terapia celular, com a utilização de células adultas de ratos e humanas. Este é o primeiro acordo em pesquisa básica firmado pela multinacional suíça no País e é resultado de visita feita por uma comitiva do laboratório a diversas universidades e centros de pesquisas brasileiros no ano passado. Para o professor José Krieger, diretor do laboratório de genética e cardiologia molecular do Incor e responsável pelo estudo, o projeto tem um potencial muito grande. Ele comemora a parceria e lembra que, no Brasil, normalmente são feitos apenas testes clínicos. “Desta vez não é o caso. Trata-se de pesquisa básica para o desenvolvimento de uma nova tecnologia com o objetivo de trazer medicamentos inovadores aos pacientes”, afirma.

Abertas inscrições para o 1º Festival Cinema do Coração

1º Prêmio Inovação Medical Services

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – vai promover o 1º Festival Cinema do Coração, entre os dias 13 e 16 de abril de 2009, no Cine Reserva Cultural, em São Paulo. As inscrições já estão abertas e os interessados podem acessar o site: www.socesp.org.br ou www.planetatela.com.br/festival. O objetivo é chamar a atenção da população para temas relativos ao coração – riscos, cuidados e prevenções de doenças cardiovasculares – através de filmes e vídeos. O festival foi criado nos moldes dos eventos consagrados do gênero e será dividido em Mostra Informativa e Competitiva, ambas com filmes e vídeos de curta-metragem (no máximo 20 minutos). O segundo formato vai premiar as seguintes categorias: Melhor Curta, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Contribuição Médica e Melhor Animação. O regulamento, o cronograma, a premiação e a ficha de inscrição do 1º Festival Cinema do Coração estão nos sites: www.socesp.org.br e www.planetatela.com.br/festival.

Com o objetivo de incentivar ações que promovam avanços efetivos na área da saúde, a Sanofi-Aventis lança o 1º Prêmio Inovação Medical Services – Novos Caminhos em Saúde Pública. A premiação é uma iniciativa do Medical Services, portal da Sanofi-Aventis dirigido à classe médica e aos profissionais de saúde. Serão selecionados trabalhos clínicos, projetos e ações inovadoras em saúde pública, nas áreas de gestão, prevenção de saúde e formação profissional. Podem participar médicos e profissionais da área de saúde graduados e com registro nos respectivos Conselhos Regionais, que exerçam sua atividade em instituições públicas ou privadas. Graduandos também podem inscrever seus trabalhos, com o acompanhamento formal de seus professores e/ou orientadores. A inscrição para a primeira edição do prêmio deverá ser feita diretamente no site até o dia 30 de março de 2009. Mais informações podem ser obtidas no endereço www.medicalservices.com.br.

Johnson & Johnson premiará oftalmologistas A Johnson & Johnson Vision Care premiará, pelo segundo ano consecutivo, os cinco melhores trabalhos apresentados por jovens oftalmologistas no ARVO - Associação de Pesquisa em Visão e Oftalmologia - cujos estudos tenham sido realizados por pesquisadores brasileiros e apresentados no encontro mundial que acontecerá em maio na Flórida. Os prêmios são cinco bolsas no valor equivalente à US$ 1,500.00 cada. A ARVO é uma entidade fundada em 1928, que hoje reúne cerca de 12 mil pesquisadores em 73 países, e que em 2009 terá como tema central “Reducing Disparities in Eye Disease and Treatment”, e deverá receber 10 mil profissionais em palestras, workshops, sessões de pôsteres e cursos, de 1 a 7 de maio, em Fort Lauderdale, EUA. No ano de 2008, os pesquisadores brasileiros contemplados pela J&J Vison Care foram: Dr. Elissandro Márcio Silva Lindoso, Dra. Bábyla Geraldes Monteiro, Dra. Aline Moriyama, Dr. Dacio Costa e Dr. Leonardo Machado.

54 m é d i c o r e p ó r t e r panorama.pmd

| fevereiro 2009

54

18/2/2009, 18:58


Congresso marca os 20 anos da SBCM A cidade de São Paulo vai sediar este ano o 10º Congresso Brasileiro de Clínica Médica. O evento, realizado pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), ocorrerá no Palácio das Convenções Anhembi, em São Paulo, de 16 a 18 de outubro. A décima edição do Congresso comemorará os 20 anos da SBCM. O tema central do evento é a Doença de Chagas. Em 2009 faz também 100 anos que o médico brasileiro Dr. Carlos Justiniano Ribeiro das Chagas descreveu o agente etiológico, o transmissor e o modo de propagação da doença. O congresso terá a segunda edição do Curso de Simulação em Medicina de Urgência (SimUrgen) e do Curso de Medicina Ambulatorial, além de uma reedição do Curso de Atualização, focado no concurso para obtenção de título de especialista. Destinado aos clínicos que atuam em prontos-socorros, UTIs e aos demais médicos interessados em reciclar os conhecimentos nesta área, o SimUrgen teve vagas esgotadas na primeira edição e foi muito elogiado pelos participantes. O objetivo é promover treinamento em procedimentos e situações comuns nos atendimentos de urgência, inclusive com simulação prática. O Curso de Medicina Ambulatorial, que teve participantes de todo o País no último ano, aborda a Medicina do dia-a-dia “desospitalizada”, valorizando o que há de novo para a atualização médica, com a participação de quem exerce a profissão e respeitando o paradigma de que “Medicina se aprende ao lado de quem sabe”. A coordenação é do diretor do Departamento de Medicina da Santa Casa de São Paulo, professor Carlos Alberto da Conceição Lima. Uma recente conquista da SBCM foi a criação de mais duas áreas de atuação ligadas à Clínica Médica: Medicina Aeroespacial e Perícia Médica. As novas áreas foram reconhecidas pelo CFM e se tornaram capítulos na SBCM. Outra grande conquista da SBCM é a alteração da residência médica. Atualmente são obrigatórios dois anos de residência em Clínica Médica para o médico poder ingressar em outra especialidade da área clínica, com exceção da infectologia.

Chega ao Brasil medicamento Fasturtec A Sanofi-aventis acaba de lançar o medicamento Fasturtec (rasburicase), que ajuda a prevenir a insuficiência renal, uma complicação grave relacionada a dois tipos de tumores frequentes na infância – leucemia aguda e linfoma não hodgkin. Ele atua no tratamento da hiperuricemia (níveis elevados de ácido úrico), convertendo as altas taxas de ácido úrico concentradas nos rins, responsáveis por comprometer o bom funcionamento do órgão, em uma substância chamada de alantoína, um composto solúvel facilmente eliminado pelos rins. Aprovado em 2002 nos Estados Unidos e em 2001 na Europa, Fasturtec está agora no mercado brasileiro.

Dermage lança hidratante para o corpo in-shower Para complementar sua linha de tratamento corporal, a Dermage lança o Hidrashower Soft – um produto desenvolvido especialmente para os tempos modernos. Sua utilização in-shower, durante o banho, proporciona uma rápida e fácil aplicação. O novo produto contém ceramidas, amêndoas, polifenóis de uva e vitamina E, que garantem uma boa hidratação da pele do corpo.

médicorepórter | fevereiro 2009

panorama.pmd

55

18/2/2009, 18:58

55


SUS amplia acesso a cirurgias reparadoras para pacientes com HIV O Ministério da Saúde publicou três portarias que regulamentam, credenciam unidades de saúde e alteram o valor do procedimento referente às cirurgias reparadoras para pacientes usuários de antirretrovirais e portadores da síndrome lipodistrófica (problema de distribuição de gordura no corpo). O Ministério estima gasto de R$ 4,4 milhões em 2009 com os pacientes que demandem tais procedimentos. Atualmente, cerca de 185 mil pacientes fazem uso de antirretrovirais. Desse total, somente 5% necessitam desse tratamento. As principais consequências das atuais portarias são o credenciamento de 15 novas unidades de saúde habilitadas para realizar os procedimentos reparadores de lipodistrofia na rede SUS, a possibilidade de realização dos procedimentos de preenchimento facial nos ambulatórios especializados, o aumento no valor de tabela do procedimento de reconstituição glútea em 20% e a utilização do polimetilmetacrilato (PMMA). Desde 1996, quando foi introduzido o tratamento antirretroviral de alta potência no Sistema Único de Saúde (SUS), a mortalidade dos pacientes portadores de HIV/aids vem diminuindo e tem-se notado aumento da expectativa de vida. No entanto, há eventos adversos causados pelo uso dos medicamentos. Diversos sinais e sintomas clínicos vêm sendo descritos e agrupados como síndrome lipodistrófica (alterações anatômicas e metabólicas).

Novo tratamento para câncer de pâncreas Uma nova esperança para o tratamento do câncer de pâncreas é aprovada no Brasil. O medicamento erlotinibe, conhecido comercialmente como Tarceva, recebeu da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária -, a aprovação para uso no tratamento de câncer de pâncreas metastático (avançado) em combinação com a quimioterapia. Tarceva já é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão no estado avançado, com benefício comprovado e significativo no aumento da sobrevida global e melhora dos sintomas relacionados ao câncer. Age diretamente nas células do tumor, diferente da quimioterapia, o que evita a maioria dos efeitos colaterais desta terapia.

Ducray lança creme facial para dermatite seborreica

Socesp vai integrar Grupo de Combate à Hipertensão

Os Laboratórios Dermatológicos Ducray acabam de lançar Kelual DS Creme, especialmente formulado para combater as áreas irritadas e escamadas da pele, normalmente localizadas na base do nariz, nas sobrancelhas e ao longo da linha do cabelo. O creme suaviza a vermelhidão e a coceira e elimina a escamação. Possui uma combinação efetiva de ativos, com ações específicas, que agem conjuntamente no tratamento da dermatite seborreica, entre elas ação fungicida (piroctona olamina), ação queratolítica (keluamida e ácido glicólico), ação suavizante (keluamida e crotamiton), ação reguladora sebácea (extrato de Sabal).

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – foi convidada a integrar um grupo de combate à hipertensão ligado à Presidência da Câmara dos Deputados. O próximo passo será o levantamento de dados mais precisos sobre a doença junto ao Ministério da Saúde, secretarias de Estados e entidades médicas. O objetivo desse grupo que acaba de ser formado é aumentar o conhecimento da população sobre hipertensão e, consequentemente, aumentar o diagnóstico e favorecer o tratamento.

Dermage lança seu primeiro protetor solar para crianças Preocupada em assegurar a saúde das crianças, a Dermage desenvolveu o bloqueador solar corporal Photoage Kids FPS 45, que garante mais de 99% de proteção contra os raios UVA. Com textura leve, não oleosa, é resistente à água. Contém vitamina E e PCA-Na, que deixa a pele das crianças hidratada e macia. E para deixar a aplicação mais divertida, este bloqueador conta também com uma fragrância exclusiva de tutti-fruti. Sua fórmula é enriquecida com um exclusivo complexo de cinco ativos antioxidantes: Green Tea, Extrato de Café, Extrato de Romã, Extrato de Casca de Maçã e Ácido Ferúlico, que assegura alta proteção à pele contra os danos causados pela radiação solar. É indicado para crianças de pele extremamente sensível, que se queimam facilmente.

56 m é d i c o r e p ó r t e r panorama.pmd

| fevereiro 2009

56

18/2/2009, 18:58


ANUNCIO4.pdf

6/4/08

5:50:06 PM

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

W W W. AT E L I E R RO G E R I O FI G U E I R E D O. CO M . B R

SÃ O PAU L O : RUA NORMANDIA, 22/26 - MOEMA Tel . : 1 1 3 9 2 6 . 7 6 2 1 CAMPOS DO JORDÃO: SHOPPING MARKET PLAZA - LOJA 19 Tel . : 1 2 3 6 6 9 . 2 4 1 5


Novo procedimento para hemorroidas

SP lança plano estadual contra hepatites virais

Atualmente a mais nova opção para o tratamento das cirurgias de hemorroidas é um aparelho chamado PPH (procedimento para prolapso hemorroidário). O método consiste na retirada das veias salientes e no lugar dos tradicionais cortes e pontos, são usados grampos de titânio na parte interna do ânus, não deixando, portanto, feridas na parte externa, local de maior sensibilidade da região anal. Um estudo internacional envolvendo aproximadamente 70 portadores de hemorroidas comprova que a técnica cirúrgica que faz uso do sistema PPH apresenta índices elevados de eficácia com relação a diferentes aspectos, como a reincidência da doença e ausência de dor. Os números demonstram que 93% dos pacientes operados por este método, após 33 meses (em média), aprovaram a cirurgia, relataram mínima dor pós-operatória e a eliminação por completo do problema, sem reincidência. O PPH possibilita ao paciente operado retorno às atividades diárias em poucos dias e menos de 24 horas de internação, ao contrário da técnica convencional que necessita em média, o dobro do período de internação hospitalar e causa um pós-operatório lento e doloroso. O tempo médio da cirurgia com esse moderno procedimento também é menor, em torno de 30 minutos.

A Secretaria de Estado da Saúde lançou em outubro o Plano Estadual de Prevenção e Controle das Hepatites Virais. O objetivo é implementar ações para evitar o contágio e reduzir internações e mortes em decorrência da infecção pelas hepatites B e C nos municípios paulistas. O investimento previsto é de R$ 8 milhões ao ano. Entre as metas estabelecidas para os próximos quatro anos está a de vacinar 90% dos adolescentes de todo o Estado contra a hepatite B, ampliar em 50% a detecção da infecção pelo vírus da hepatite C e em 60% a notificação de casos novos. Até 2010 a Secretaria pretende, em parceria com os municípios, fortalecer uma rede de diagnóstico e atenção às hepatites, com triagem nos postos de saúde e tratamento nos hospitais de média e alta complexidade, além de aprimorar sistemas de referência e contra-referência para controle e prevenção da doença em todas as regiões do Estado. Será criado, ainda, um banco de dados para que a Secretaria saiba o real número de pacientes em tratamento.

Unifesp lança site sobre Urologia Com o objetivo de difundir informações sobre os problemas urinários, a Disciplina de Urologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), com o apoio da Allergan, lançou o site www.disfuncaomiccional.med.br, voltado para médicos e pacientes. O portal aborda informações sobre as disfunções miccionais, como incontinência urinária, bexiga hiperativa, cistites, infecções urinárias, entre outras, em mulheres, homens, idosos e crianças. Além disso, possui um canal especial aos portadores de esclerose múltipla, Parkinson e vítimas de lesão medular, pacientes com maior risco de desenvolver problemas urinários. Os profissionais de saúde encontram informações detalhadas sobre as patologias, cirurgias, artigos científicos e casos clínicos, além de uma agenda com os eventos da área.

Neo Química lança medicamento contra prisão de ventre Um dos lançamentos do Laboratório Neo Química é Plesonax, vendido em blisters de quatro comprimidos. Indicado em caso de constipação intestinal, também é utilizado em procedimentos diagnósticos do trato gastrintestinal, tais como exames radiológicos do abdome, no pré e pós-operatório e em outras condições que exigem evacuação facilitada.

Controle da pressão ocular com maleato de timolol O Laboratório Neo Química acaba de lançar o colírio Maleato de Timolol, indicado na redução da pressão intraocular elevada e como terapia adicional para pacientes com glaucoma pediátrico inadequadamente controlado com outra terapia antiglaucomatosa. Sua ação é rápida; tem início em média 20 minutos após a aplicação tópica.

58 m é d i c o r e p ó r t e r panorama2.pmd

| fevereiro 2009

58

19/2/2009, 16:08


DIGEPLUS INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO:DIGEPLUS. cloridrato de metoclopramida + dimeticona + pepsina. MS: 1.0573.0365. INDICAÇÕES: DIGEPLUS é indicado em patologias dispépticas funcionais, manifestadas como: eructações, flatulência, empachamento pós-prandial, distensão abdominal epigástrica. CONTRA-INDICAÇÕES: HIPERSENSIBILIDADE AOS COMPONENTES DO PRODUTO, NOS CASOS DE HEMORRAGIA E OBSTRUÇÃO OU PERFURAÇÃO GASTRINTESTINAL E EM PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON E COM HISTÓRIA DE EPILEPSIA. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES: A PRÉ-MEDICAÇÃO COM METOCLOPRAMIDA ANTES DA ANESTESIA LOCAL OU REGIONAL DEVE SER EVITADA EM CRIANÇAS, JOVENS E PACIENTES IDOSOS, POIS O MEDICAMENTO PODE CAUSAR DEPRESSÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PROVOCAR REAÇÕES EXTRAPIRAMIDAIS. NAS DOSES PRECONIZADAS NÃO SÃO REFERIDOS FENÔMENOS DE INTOLERÂNCIA OU EFEITOS ADVERSOS. EVITAR O USO NO PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO. A CLASSIFICAÇÃO DA METOCLOPRAMIDA PELO FDA AMERICANO EM 2002 PARA RISCO NA GRAVIDEZ FOI DE CATEGORIA B (ESTUDOS EM ANIMAIS NÃO INDICARAM RISCOS PARA O FETO, NÃO HAVENDO, ENTRETANTO, ESTUDOS BEM CONTROLADOS EM MULHERES GRÁVIDAS OU ESTUDOS ANIMAIS MOSTRARAM EFEITOS ADVERSOS AO FETO, MAS ESTUDOS BEM CONTROLADOS EM HUMANOS NÃO OBTIVERAM OS MESMOS RESULTADOS. APESAR DE ACHADOS EM ANIMAIS, OS RISCOS EM HUMANOS PARECEM REMOTOS NA GESTAÇÃO). A DIMETICONA TAMBÉM FOI CLASSIFICADA COMO CATEGORIA B. A PEPSINA NÃO APRESENTA TAIS RISCOS ESTUDADOS. ESTE MEDICAMENTO NÃO DEVE SER UTILIZADO POR MULHERES GRÁVIDAS SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA OU DO CIRURGIÃO-DENTISTA. DIGEPLUS PODE COMPROMETER AS HABILIDADES MENTAIS E/OU FÍSICAS NOS PACIENTES COM HISTÓRIA DE DEPRESSÃO, DEVENDO SER UTILIZADO COM CAUTELA NESTE CASO. ATENÇÃO DIABÉTICOS: CONTÉM AÇÚCAR. OS AJUSTES DE DOSES DE METOCLOPRAMIDA PARA PACIENTES RENAIS CRÔNICOS OBEDECEM OS SEGUINTES NÚMEROS: TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (TFG) ML/MIN ABAIXO DE 10, REDUÇÃO DE 50% DA DOSE; ENTRE 10 E 50, EMPREGO DE 75% DA DOSE USUAL; ACIMA DE 50, EMPREGAR DOSE USUAL. NÃO HÁ NECESSIDADE DE CORREÇÃO DE DOSES PARA PACIENTES EM DIÁLISE, ASSIM COMO PARA HEPATOPATAS. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: as interações medicamentosas que ocorrem devido ao componente cloridrato de metoclopramida: Cabergolina: diminuição do efeito terapêutico de ambas as drogas. Cimetidina: redução da biodisponibilidade da cimetidina. Ciclosporina: aumento do risco da toxicidade por ciclosporina. Digoxina: diminuição do efeito terapêutico da digoxina. Kava-kava: aumento dos efeitos antagonistas dopaminérgicos da kava-kava. Levodopa: elevação da biodisponibilidade da levodopa. Morfina: aumento da ação sedativa da morfina. Tacrolimus: elevação da toxicidade pelo tacrolimus. Sertralina: aumento do risco do desenvolvimento de sintomas extrapiramidais. Deve ser evitada a terapia concomitante do DIGEPLUS com antidepressivos inibidores da monoaminoxidase (imao) e tricíclicos e com aminas simpaticomiméticas. REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS: SISTEMA NERVOSO CENTRAL: SINTOMAS PARKINSONIANOS COMO DISCINESIAS, TREMORES, CORÉIA E BRADICINESIA PODEM OCORRER COM O USO PROLONGADO DE DIGEPLUS E O DESAPARECIMENTO DOS SINTOMAS PODE LEVAR MESES APÓS A INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO. OUTROS SINTOMAS INCLUEM TONTURA, DEPRESSÃO E ATAXIA. ENDÓCRINO-METABÓLICAS: RETENÇÃO HÍDRICA, GALACTORRÉIA, PORFIRIA, HIPERPROLACTINEMIA PODEM OCORRER E DESAPARECEM COM A INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO. GASTRINTESTINAIS: CONSTIPAÇÃO INTESTINAL E DIARRÉIA. DERMATOLÓGICAS: URTICÁRIA. ATENÇÃO: ESTE É UM MEDICAMENTO NOVO E, EMBORA AS PESQUISAS TENHAM INDICADO EFICÁCIA E SEGURANÇA ACEITÁVEIS PARA COMERCIALIZAÇÃO, EFEITOS INDESEJÁVEIS E NÃO-CONHECIDOS PODEM OCORRER. NESTE CASO, INFORME SEU MÉDICO. POSOLOGIA: Em média 1 a 2 cápsulas após as principais refeições. As cápsulas devem ser ingeridas sem mastigar. Não há limite intrínseco na duração do tratamento. A dose deverá ser individualizada e ajustada de acordo com a severidade da insuficiência enzimática ou gravidade da doença. Cada cápsula gelatinosa dura com microgrânulos contém 7 mg de cloridrato de metoclopramida (equivalente a 5,9 mg de metoclopramida base); 40 mg de dimeticona e 50 mg de pepsina. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA A PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2433200-01/07 GASTRIUM INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: GASTRIUM. omeprazol. MS - 1.0573.0216. Indicações: GASTRIUM é indicado para o tratamento de úlcera duodenal; úlcera gástrica; esofagite de refluxo; síndrome de Zollinger-Ellison; tratamento de manutenção para prevenção de recidiva em pacientes com úlcera duodenal, pacientes pouco responsivos com úlcera gástrica e tratamento de manutenção para pacientes com esofagite de refluxo cicatrizada. É indicado, também, para pacientes que apresentam risco de aspiração de conteúdo gástrico durante anestesia geral (profilaxia de aspiração ácida) e na erradicação de H. pylori associado à úlcera péptica. Contra-indicações: GASTRIUM É CONTRA-INDICADO EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA. Precauções e Advertências: NA PRESENÇA DE ÚLCERA GÁSTRICA A POSSIBILIDADE DE MALIGNIDADE DA LESÃO DEVE SER PRECOCEMENTE AFASTADA, UMA VEZ QUE O TRATAMENTO COM GASTRIUM PODE ALIVIAR OS SINTOMAS E RETARDAR O DIAGNÓSTICO DESTA PATOLOGIA. GASTRIUM SÓ DEVE SER ADMINIS-TRADO SOB ORIENTAÇÃO MÉDICA, DURANTE A GRAVIDEZ E A LACTAÇÃO EM CASO DE EXTREMA NECESSIDADE, COMO POR EXEMPLO, QUANDO ESTAS PACIENTES APRESENTAREM DOENÇA DE REFLUXO GASTROESOFÁGICO. ATÉ O PRESENTE MOMENTO NÃO EXISTEM ESTUDOS CLÍNICOS DE GASTRIUM EM PEDIATRIA. NÃO SÃO CONHECIDOS EFEITOS SOBRE A CAPACIDADE DE DIRIGIR VEÍCULOS OU OPERAR MÁQUINAS. A SEGURANÇA E EFICÁCIA EM CRIANÇAS AINDA NÃO FOI ESTABELECIDA. ATENÇÃO DIABÉTICOS: CONTÉM AÇÚCAR. Interações medicamentosas: GASTRIUM pode aumentar o tempo de eliminação de fármacos metabolizados por oxidação hepática, tais como: diazepam, varfarina e fenitoína. Especialmente naqueles pacientes em tratamento com varfarina ou fenitoína, recomenda-se monito-rização destas, tendo em vista a necessidade da redução da dose. Não foram observadas interações com propranolol, metoprolol, teofilina, lidocaína, quinidina ou amoxicilina, mas poderão ocorrer interações com outros fármacos metabolizados pelo sistema enzimático do citocromo P 450. Não foram evidenciadas interações de GASTRIUM e antiácidos ou alimentos administrados concomitantemente. Reações adversas: GASTRIUM É BEM TOLERADO E AS REAÇÕES ADVERSAS SÃO GERALMENTE LEVES E -RE-VER-SÍVEIS. REAÇÕES CUTÂNEAS: RARAMENTE OCORRERAM ERUPÇÕES E/OU PRURIDO; EM CASOS ISOLADOS, FOTOSSENSIBILIDADE, ERITEMA MULTIFORME E ALOPECIA. SISTEMA MÚSCULOESQUELÉTICO: CASOS ISOLADOS DE ARTRALGIA, FRAQUEZA MUSCULAR E MIALGIA. SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO: CEFALÉIA. RARAMENTE TONTURA, PARESTESIA, SONOLÊNCIA, INSÔNIA E VERTIGEM. EM CASOS ISOLADOS OCORRERAM CONFUSÃO MENTAL, AGITAÇÃO, DEPRESSÃO E ALUCINAÇÕES, PRINCIPALMENTE EM PACIENTES EM ESTADO GRAVE. GASTRINTESTINAIS: DIARRÉIA, CONSTIPAÇÃO, DOR ABDOMINAL, NÁUSEA, VÔMITOS E FLATULÊNCIA. RELATOS ISOLADOS DE ESTOMATITE E CANDIDÍASE GASTRINTESTINAL. HEPÁTICAS: RARAMENTE OCORRE AUMENTO DAS ENZIMAS HEPÁTICAS. EM CASOS ISOLADOS PODE OCORRER ENCEFALOPATIA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA GRAVE PRE-EXISTENTE, HEPATITE COM OU SEM ICTERÍCIA E INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA. EN-DÓCRINAS: RELATOS ISOLADOS DE GINECOMASTIA. HEMATOLÓGICAS: RELATOS ISOLADOS DE LEUCOPENIA E TROMBOCITOPENIA. OUTRAS: RARAMENTE MALESTAR. PODEM OCORRER REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE, POR EXEMPLO, RARAMENTE URTICÁRIA E, EM CA-SOS ISOLADOS, ANGIOEDEMA, FEBRE, BRONCOESPASMO. CASOS ISOLADOS DE AU-MEN-TO DA TRANSPIRAÇÃO, EDEMA PERIFÉRICO, TURVAÇÃO DA VISÃO, ALTERAÇÃO DO PALADAR. Posologia: Gastrium destina-se apenas para o uso em adultos. Úlcera duodenal, úlcera gástrica e esofagite de refluxo é de 20 mg por via oral antes do café da manhã. O alívio dos sintomas é rápido e a cicatrização ocorre no prazo de 2 semanas na maioria dos casos. Para aqueles pacientes que não obtiveram cicatrização neste período de tempo, recomenda-se um período adicional de 2 semanas, dentro do qual geralmente ocorre a cicatrização. Nos pacientes com úlcera gástrica ou esofagite de refluxo, o alívio dos sintomas é rápido e a cicatrização ocorre no prazo de 4 semanas na maioria dos casos. Para aqueles pacientes que não obtive-ram cicatrização neste período de tempo, recomenda-se um período adicional de 4 semanas, dentro do qual normalmente ocorre a cicatrização. Nos doentes pouco responsivos com úlcera (gástrica ou duodenal) e pacientes com esofagite de re-flu-xo grave, recomenda-se a dose diária de 40 mg, uma vez ao dia; por um período de 4 semanas para aqueles com úlcera duodenal e de 8 semanas para os casos de úlcera gástrica ou esofagite de refluxo grave, dentro dos quais usualmente ocorre a cicatrização. Erradicação do H. pylori associado à úlcera péptica: Tratamentos com esquema triplo: GASTRIUM 20 mg, amoxicilina 1 g e claritromicina 500 mg, duas vezes ao dia, por uma semana. GASTRIUM 20 mg, claritromicina 250 mg e metronidazol 400 mg (ou tinidazol 500 mg), duas vezes ao dia, por uma semana. Tratamento de manutenção: Para prevenir a recidiva em pacientes pouco responsivos com úlcera gástrica, recomenda-se a admi-nis-tração diária de 20 mg de GASTRIUM. Se necessário, a dose pode ser aumentada para 40 mg, uma vez ao dia. Para prevenção de recidiva em pacientes com úlcera duodenal e para o tratamento de manutenção de pacientes com esofagite de refluxo cicatrizada, a dose recomendada é de 10 mg uma vez ao dia. Se necessário, a dose pode ser aumentada para

20 - 40 mg uma vez ao dia. Profilaxia de aspiração: Recomenda-se 40 mg na noite anterior à cirurgia, seguida de 40 mg na manhã do dia da cirurgia. Síndrome de Zollinger-Ellison: Recomenda-se uma dose inicial de 60 mg, uma vez ao dia, que deverá ser ajustada individualmente e por um período de tempo que será determinado pela evolução clínica do paciente. Doses acima de 80 mg diárias devem ser divididas em duas tomadas. Não é necessário o ajuste das doses em idosos e em doentes com função renal comprometida. Não existe experiência clínica suficiente com o uso de GASTRIUM em crianças. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2062804 (A) BU 05 02_07 LABEL INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: LABEL. cloridrato de ranitidina. MS - 1.0573.0333. INDICAÇÕES: LABEL (cloridrato de ranitidina) é indicado para: Tratar de úlcera no estômago ou no duodeno, incluindo as úlceras associadas ao uso de agentes anti-inflamatórios não esteroidais – em alguns casos seu médico pode prescrever LABEL com antibióticos; Prevenir úlceras causadas como efeito colateral pelo uso de agentes anti-inflamatórios não esteroidais, tais como alguns medicamentos para tratamento de artrite; Prevenir úlceras que podem sangrar; Tratar problemas causados pelo refluxo de ácido do estômago para o esôfago (esofagite), e outros problemas como este, que podem causar dor ou desconforto, algumas vezes conhecido como indigestão, dispepsia ou azia; Tratar úlceras pós-operatória; Tratar uma doença conhecida como Síndrome de Zollinger – Ellison, caracterizada por úlceras graves, extrema hiperacidez gástrica e tumores das células do pâncreas secretoras de gastrina; Tratar a dispepsia episódica crônica, doença caracterizada por dor (epigástrica ou retroesternal) associada às refeições ou distúrbios do sono; Prevenir úlceras causadas por stress em pacientes graves; Prevenir uma doença conhecida como Síndrome de Mendelson, caracterizada por desordens pulmonares por broncoaspiração de secreção gástrica. CONTRA-INDICAÇÕES: SE VOCÊ RESPONDER “SIM” A QUALQUER UMA DAS PERGUNTAS ABAIXO, AVISE SEU MÉDICO A RESPEITO ANTES DE USAR ESTE MEDICAMENTO. JÁ LHE DISSERAM QUE VOCÊ É ALÉRGICO A LABEL, RANITIDINA OU QUALQUER OUTRO INGREDIENTE DE LABEL (VEJA EM COMPOSIÇÃO)? VOCÊ TEM DOENÇA NOS RINS, OU JÁ LHE DISSERAM QUE SEUS RINS NÃO ESTÃO FUNCIONANDO ADEQUADAMENTE? VOCÊ APRESENTA CARCINOMA GÁSTRICO? VOCÊ TEM UMA DOENÇA RARA CHAMADA PORFIRIA? VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA, OU PRETENDENDO FICAR GRÁVIDA LOGO? VOCÊ ESTÁ AMAMENTANDO? PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: O TRATAMENTO COM CLORIDRATO DE RANITIDINA PODE MASCARAR SINTOMAS ASSOCIADOS COM CARCINOMA DO ESTÔMAGO E POR ESSA RAZÃO, RETARDAR O DIAGNÓSTICO DA DOENÇA. CONSEQUENTEMENTE, QUANDO HOUVER SUSPEITA DE ÚLCERA GÁSTRICA, A POSSIBILIDADE DE MALIGNIDADE DEVE SER EXCLUÍDA ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO. A RANITIDINA É EXCRETADA POR VIA RENAL. ASSIM SENDO, SEUS NÍVEIS PLASMÁTICOS ESTÃO AUMENTADOS NOS PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL GRAVE. NESTE CASO, A DOSE DEVE SER AJUSTADA CONFORME DESCRITO EM “POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO”. O CLORIDRATO DE RANITIDINA ATRAVESSA A BARREIRA PLACENTÁRIA E É TAMBÉM EXCRETADO NO LEITE MATERNO, QUE PODE POSSIVELMENTE, SUPRIMIR A ACIDEZ GÁSTRICA, INIBIR O METABOLISMO DA RANITIDINA E CAUSAR ESTIMULAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL DO BEBÊ. PORTANTO, NÃO SE RECOMENDA A UTILIZAÇÃO DE CLORIDRATO DE RANITIDINA NA GRAVIDEZ E LACTAÇÃO, EMBORA DOSES TERAPÊUTICAS ADMINISTRADAS A PACIENTES OBSTÉTRICAS EM TRABALHO DE PARTO OU QUE IRIAM SE SUBMETER À CESARIANA NÃO PROVOCARAM QUALQUER EFEITO ADVERSO DURANTE O TRABALHO DE PARTO OU PERÍODO NEONATAL. É RECOMENDADA A REGULAR SUPERVISÃO DE PACIENTES COM ÚLCERA PÉPTICA QUE ESTEJAM UTILIZANDO MEDICAMENTOS ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS, ESPECIALMENTE IDOSOS. O PRODUTO DEVE SER ADMINISTRADO COM CAUTELA A PACIENTES PORTADORES DE DISFUNÇÕES HEPÁTICAS E DISCRASIAS SANGÜÍNEAS. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: A ranitidina, usada até 400 mg/dia, não inibe o citocromo hepático P450 relacionado ao sistema oxigenase de função mista. Consequentemente, a ranitidina não potencializa as ações de medicamentos que são inativados por este sistema enzimático, como por exemplo: diazepam, lidocaína, fenitoína, propranolol, teofilina e varfarina. A administração conjunta de ranitidina e antiácidos ou doses altas de sucralfato pode reduzir a absorção da ranitidina. Este efeito não é observado caso o sucralfato seja tomado após um intervalo de 2 horas. A administração conjunta de ranitidina e cetoconazol diminui a absorção deste último. Deve-se usar a ranitidina 2 horas após a administração de cetoconazol. REAÇÕES ADVERSAS: A MAIORIA DOS PACIENTES QUE USA ESTE MEDICAMENTO, NÃO ENCONTRA PROBLEMAS. MAS COMO PODE OCORRER COM TODO MEDICAMENTO, ALGUMAS PESSOAS PODEM APRESENTAR EFEITOS COLATERAIS. SE VOCÊ APRESENTAR ALGUM DOS SINTOMAS ABAIXO LOGO APÓS TER FEITO O USO DE LABEL, PARE O TRATAMENTO E PROCURE SEU MÉDICO IMEDIATAMENTE: RESPIRAÇÃO OFEGANTE, DOR E APERTO NO PEITO REPENTINOS; INCHAÇO DAS PÁLPEBRAS, FACE, LÁBIOS, BOCA OU LÍNGUA; ERUPÇÕES CUTÂNEAS OU FISSURAS NA PELE, EM QUALQUER LUGAR DO CORPO; FEBRE; SENSAÇÃO DE FRAQUEZA, ESPECIALMENTE AO FICAR EM PÉ. COMUNIQUE SEU MÉDICO O QUANTO ANTES, CASO SINTA QUALQUER DOS SINTOMAS ABAIXO: NÁUSEA E PERDA DO APETITE (PIOR DO QUE O NORMAL), OU ICTERÍCIA (PELE E OLHOS AMARELADOS) ISTO PODE SER DEVIDO A HEPATITE (INFLAMAÇÃO DO FÍGADO); REDUÇÃO DOS BATIMENTOS CARDÍACOS, OU BATIMENTO IRREGULAR, VERTIGEM, CANSAÇO OU FRAQUEZA; VISÃO TURVA; REAÇÃO NA PELE, OCASIONALMENTE SEVERA (PLACAS ROXAS/VERMELHAS OU ERUPÇÕES); QUEDA DE CABELO; Impotência; Dor severa no estômago, ou mudança no tipo de dor que costuma sentir; Diarréia; Falta de ar e fatiga; Infecções recorrentes; Hematomas. Avise seu médico na próxima consulta caso experimente algum dos efeitos abaixo: Dor de cabeça; Dores musculares ou nas juntas; Problemas nos rins (sintomas que indicam isto são: mudança na quantidade de urina e sua cor, náusea, vômito, confusão, febre e erupções); Sensação de depressão; Alucinações; Movimentos musculares anormais, ou tremor; Se você é homem, crescimento ou alargamento das mamas. Se em algum momento você experimentar sintomas que não consiga entender, consulte seu médico. ALTERAÇÕES DE EXAMES LABORATORIAIS: Exame de proteinúria: reação falso-positiva pode ser produzida durante terapia com ranitidina. Exame de secreção gástrica: a ranitidina pode antagonizar o efeito da pentagastrina e histamina; recomenda-se não utilizar a ranitidina durante as 24 horas precedentes ao exame. Teste cutâneo com antígenos: a ranitidina pode produzir resultado falso-negativo; recomenda-se interromper o tratamento com ranitidina antes da realização do exame. POSOLOGIA: LABEL Comprimidos revestidos e Solução oral: Tratamento agudo: A dose usual padrão para tratamento agudo da úlcera gástrica benigna e úlcera duodenal é de 150 mg duas vezes ao dia ou 300 mg à noite. Na maioria dos casos de úlcera duodenal e úlcera gástrica benigna, a cicatrização ocorre dentro de 4 semanas. Naqueles pacientes em que a cicatrização não ocorre nas primeiras 4 semanas, a úlcera geralmente cicatrizará após mais 4 semanas de terapia. Na úlcera duodenal, 300mg duas vezes ao dia, durante 4 semanas, resulta em taxas de cicatrização maiores do que aquelas com ranitidina 150 mg duas vezes ao dia (ou 300 mg à noite durante 4 semanas). O aumento da dose não tem sido associado ao aumento da incidência de efeitos colaterais. Tratamento a longo prazo: No tratamento a longo prazo, a dose geralmente utilizada é de 150 mg à noite. O tabagismo está relacionado com uma freqüência maior de reincidência de úlcera duodenal. Em pacientes fumantes que não conseguem evitar fumar durante o tratamento, uma dose de 300 mg à noite proporciona um benefício terapêutico adicional sobre o regime de dose de 150 mg. Úlcera péptica associada ao uso de antiinflamatórios não esteroidais:No caso de úlceras que se desenvolvem durante a terapia com antiinflamatórios não esteroidais ou associadas ao uso continuado destas drogas, podem ser necessárias de 8 a 12 semanas de tratamento. Para a prevenção de úlceras duodenais associadas a drogas antiinflamatórias não esteroidais, 150 mg de ranitidina duas vezes ao dia podem ser administrados concomitantemente com estas drogas. Para o tratamento agudo desta condição, deve ser usado 150 mg duas vezes ao dia ou 300 mg à noite. Úlcera duodenal associada a infecção por H. pylori: 300 mg ao deitar (ou 150 mg duas vezes ao dia), podem ser administradas com 750 mg de amoxicilina oral, três vezes ao dia, e 500 mg de metronidazol, três vezes ao dia, por duas semanas. A terapia deve ser continuada por mais duas semanas com LABEL. Esse regime de doses reduz significativamente a recidiva de úlcera duodenal. Úlcera pós-operatória:A dose padrão usual é de 150 mg, duas vezes ao dia. Na maioria dos casos a cicatrização ocorre dentro de 4 semanas. Naqueles pacientes em que a cicatrização não ocorre nas primeiras 4 semanas, a úlcera geralmente cicatrizará após mais de 4 semanas de terapia. Refluxo gastro-esofágico: Tratamento agudo: na esofagite de refluxo a dose recomendada é de 150 mg duas vezes ao dia ou 300 mg à noite durante 8 semanas, podendo se estender até 12 semanas, se necessário. Em pacientes com esofagite moderada ou grave, a dose pode ser aumentada para 150 mg quatro vezes ao dia por até 12 semanas. Tratamento a longo prazo: a dose oral recomendada é de 150 mg duas vezes ao dia. Alívio dos sintomas: o regime recomendado é de 150 mg duas vezes ao dia durante duas semanas. O tratamento pode ser continuado por mais duas semanas adicionais nos pacientes que não respondem adequadamente a terapia inicial. Síndrome Zollinger – Ellison:A dose inicial recomendada é de 150 mg três vezes ao dia. Esta dose pode ser aumentada, se necessário. Doses de até 6 g por dia têm sido bem toleradas. Dispepsia episódica crônica:A dose padrão recomendada é de 150 mg, duas vezes ao dia, por até 6 semanas. Qualquer paciente que não responda ou que tenha recidiva logo após o tratamento, deve ser investigado. Profilaxia da Síndrome de Mendelson (pneumonite por broncoaspiração): 150 mg duas horas antes da anestesia e, preferivelmente, 150 mg na noite anterior. Em pacientes com trabalho de parto, a dose recomendada é de 150 mg a cada 6 horas. Porém, se for necessário o uso de anestesia geral, recomenda-se que adicionalmente seja administrado um antiácido (ex: citrato de sódio) Insuficiência renal: Em pacientes com insuficiência

médicorepórter | fevereiro 2009

panorama_minibulas.pmd

59

18/2/2009, 19:00

59


renal severa (clearance de creatinina abaixo de 50 ml/min) poderá ocorrer acúmulo de ranitidina, como resultado de elevadas concentrações plasmáticas, em pacientes com insuficiência renal grave (clearance de creatinina abaixo de 50 ml/minuto). Recomenda-se uma dose diária de 150 mg, à noite, por quatro a oito semanas. Em pacientes sob diálise peritoneal crônica ambulatorial ou hemodiálise crônica, 150 mg de ranitidina devem ser tomados imediatamente após a diálise. Crianças: A dose oral recomendada para o tratamento de úlcera péptica em crianças é 2 mg/kg a 4 mg/kg, duas vezes ao dia, até no máximo 300 mg de ranitidina por dia. A dose oral recomendada para o tratamento de esofagite de refluxo em crianças é de 4 mg/kg, duas vezes ao dia. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2501506 (A)- SAP 4086406 06/08 OMEPRAMIX INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: OMEPRAMIX. OMEPRAZOL. CLARITROMICINA. AMOXICILINA TRIIDRATADA. MS - 1.0573.0282. Indicações: ERRADICAÇÃO DE H. PYLORI PARA REDUZIR O RISCO DE RECORRÊNCIA DE ÚLCERA DUODENAL. Contra-indicações: OMEPRAMIX É CONTRA-INDICADO EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA A ADMINISTRAÇÃO CONCOMITANTE DE OMEPRAMIX COM CISAPRIDA, PIMOZIDA OU TERFENADINA É CONTRA-INDICADA. DEVE-SE DEDICAR ATENÇÃO À POSSÍVEL SENSIBILIDADE CRUZADA COM OUTROS ANTIBIÓTICOS BETALACTÂMICOS, COMO POR EXEMPLO, CEFALOSPORINAS. Precauções e Advertências: OMEPRAZOL: NA PRESENÇA DE ÚLCERA GÁSTRICA A POSSIBILIDADE DE MALIGNIDADE DA LESÃO DEVE SER PRECOCEMENTE AFASTADA, UMA VEZ QUE O TRATAMENTO COM OMEPRAZOL PODE ALIVIAR OS SINTOMAS E RETARDAR O DIAGNÓSTICO DESTA PATOLOGIA. O OMEPRAZOL SÓ DEVE SER ADMINISTRADO DURANTE A GRAVIDEZ E A LACTAÇÃO EM CASO DE EXTREMA NECESSIDADE. NÃO SÃO CONHECIDOS EFEITOS SOBRE A CAPACIDADE DE DIRIGIR VEÍCULOS OU OPERAR MÁQUINAS. AMOXICILINA: ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO COM AMOXICILINA, DEVE-SE FAZER UMA INVESTIGAÇÃO CUIDADOSA COM RELAÇÃO A REAÇÕES PRÉVIAS DE HIPERSENSIBILIDADE A PENICILINAS OU CEFALOSPORINAS. “RASH” ERITEMATOSO (MORBILIFORME) FOI ASSOCIADO À FEBRE GLANDULAR EM PACIENTES RECEBENDO AMOXICILINA. O USO PROLONGADO OCASIONALMENTE TAMBÉM PODE RESULTAR EM SUPERCRESCIMENTO DE MICRORGANISMOS NÃO-SUSCETÍVEIS. A DOSE DEVE SER AJUSTADA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL. DURANTE A GRAVIDEZ, A AMOXICILINA PODE SER CONSIDERADA APROPRIADA, QUANDO OS BENEFÍCIOS POTENCIAIS JUSTIFICAREM OS RISCOS POTENCIAIS ASSOCIADOS AO TRATAMENTO. A AMOXICILINA PODE SER ADMINISTRADA DURANTE A LACTAÇÃO. COM EXCEÇÃO DO RISCO DE SENSIBILIZAÇÃO ASSOCIADO À EXCREÇÃO DE QUANTIDADES MÍNIMAS DE AMOXICILINA PELO LEITE MATERNO, NÃO EXISTEM EFEITOS NOCIVOS CONHECIDOS PARA O LACTENTE. CLARITROMICINA: A CLARITROMICINA NÃO DEVE SER USADA EM MULHERES GRÁVIDAS EXCETO EM CIRCUNSTÂNCIAS CLÍNICAS ONDE NENHUMA TERAPIA ALTERNATIVA É APROPRIADA. SE OCORRER GRAVIDEZ ENQUANTO TOMANDO CLARITROMICINA, A PACIENTE DEVE SER INFORMADA DO RISCO POTENCIAL AO FETO. A CLARITROMICINA É EXCRETADA PELO LEITE MATERNO E A SEGURANÇA DURANTE A LACTAÇÃO NÃO FOI AINDA ESTABELECIDA. COLITE PSEUDOMEMBRANOSA FOI RELATADA COM QUASE TODOS OS AGENTES ANTIBACTERIANOS, INCLUINDO CLARITROMICINA, E PODE VARIAR EM SEVERIDADE, DE MODERADA A POTENCIALMENTE GRAVE. APÓS O DIAGNÓSTICO DA COLITE PSEUDOMEMBRANOSA TER SIDO ESTABELECIDO, MEDIDAS TERAPÊUTICAS DEVEM SER INICIADAS. GRAVIDEZ: EFEITOS TERATOGÊNICOS. CATEGORIA C DE GRAVIDEZ. OMEPRAMIX DEVE SER USADO DURANTE A GRAVIDEZ SOMENTE SE O BENEFÍCIO POTENCIAL JUSTIFICAR O RISCO POTENCIAL AO FETO. USO NA LACTAÇÃO: OMEPRAMIX É COMPOSTO DE OMEPRAZOL, AMOXICILINA E CLARITROMICINA, SUBSTÂNCIAS QUE SÃO EXCRETADAS NO LEITE MATERNO. OMEPRAMIX SÓ DEVE SER USADO DURANTE A LACTAÇÃO, APÓS ANÁLISE DO RISCO/BENEFÍCIO, POIS A SEGURANÇA DO USO NA LACTAÇÃO AINDA NÃO FOI ESTABELECIDA. USO PEDIÁTRICO: A SEGURANÇA E A EFICÁCIA DO OMEPRAMIX EM PACIENTES PEDIÁTRICOS INFECTADOS COM H. PYLORI NÃO FORAM ESTABELECIDAS . USO GERIÁTRICO PACIENTES IDOSOS PODEM SOFRER DE DISFUNÇÃO HEPÁTICA E RENAL ASSINTOMÁTICAS. CUIDADO DEVE SER TOMADO QUANDO ADMINISTRAR OMEPRAMIX A ESTA POPULAÇÃO DE PACIENTES. ATENÇÃO DIABÉTICOS: CONTÉM AÇÚCAR. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: OMEPRAZOL: O OMEPRAZOL PODE AUMENTAR O TEMPO DE ELIMINAÇÃO DE FÁRMACOS METABOLIZADOS POR OXIDAÇÃO HEPÁTICA, TAIS COMO: DIAZEPAM, VARFARINA E FENITOÍNA. RECOMENDA-SE MONITORIZAÇÃO DESTAS, TENDO EM VISTA A NECESSIDADE DA REDUÇÃO DA DOSE. ENTRETANTO, EM PACIENTES SOB TRATAMENTO CONTÍNUO COM FENITOÍNA O USO CONCOMITANTE COM OMEPRAZOL NA DOSAGEM DE 20 MG/DIA NÃO ALTEROU A CONCENTRAÇÃO SANGUÍNEA DA FENITOÍNA. NÃO FORAM OBSERVADAS INTERAÇÕES COM PROPRANOLOL, METOPROLOL, TEOFILINA, LIDOCAÍNA, QUINIDINA OU AMOXICILINA, MAS PODERÃO OCORRER INTERAÇÕES COM OUTROS FÁRMACOS METABOLIZADOS PELO SISTEMA ENZIMÁTICO DO CITOCROMO P 450. NÃO FORAM EVIDENCIADAS INTERAÇÕES DE OMEPRAZOL E ANTIÁCIDOS OU ALIMENTOS ADMINISTRADOS CONCOMITANTEMENTE. AMOXICILINA: A PROBENECIDA REDUZ A SECREÇÃO TUBULAR RENAL DE AMOXICILINA. O USO CONCOMITANTE COM AMOXICILINA PODE RESULTAR EM NÍVEIS DE AMOXICILINA NO SANGUE AUMENTADOS E PROLONGADOS. EM COMUM COM OUTROS ANTIBIÓTICOS DE AMPLO ESPECTRO, A AMOXICILINA PODE REDUZIR A EFICÁCIA DE CONTRACEPTIVOS ORAIS E AS PACIENTES DEVEM SER APROPRIADAMENTE ADVERTIDAS. A ADMINISTRAÇÃO CONCOMITANTE DE ALOPURINOL DURANTE O TRATAMENTO COM AMOXICILINA PODE AUMENTAR A PROBABILIDADE DE REAÇÕES ALÉRGICAS DA PELE. O PROLONGAMENTO DO TEMPO DE PROTROMBINA FOI RELATADO RARAMENTE EM PACIENTES RECEBENDO AMOXICILINA. A MONITORIZAÇÃO APROPRIADA DEVE SER REALIZADA QUANDO ANTICOAGULANTES FOREM PRESCRITOS SIMULTANEAMENTE. CLARITROMICINA: O USO DA CLARITROMICINA EM PACIENTES QUE ESTÃO RECEBENDO TEOFILINA, PODE SER ASSOCIADO COM UM AUMENTO DAS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DA TEOFILINA. O MONITORAMENTO DAS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DA TEOFILINA DEVE SER CONSIDERADO PARA PACIENTES RECEBENDO DOSES ELEVADAS DE TEOFILINA OU COM CONCENTRAÇÕES DE LINHA BASAL NA FAIXA TERAPÊUTICA MAIS ALTA. A ADMINISTRAÇÃO CONCOMITANTE DE DOSES ÚNICAS DA CLARITROMICINA E CARBAMAZEPINA MOSTROU RESULTAR EM CONCENTRAÇÕES PLASMÁTICAS AUMENTADAS DA CARBAMAZEPINA. O MONITORAMENTO DO NÍVEL SANGUÍNEO DA CARBAMAZEPINA PODE SER CONSIDERADO. A ADMINISTRAÇÃO CONCOMITANTE DA CLARITROMICINA COM A TERFENADINA É CONTRA-INDICADA. A ADMINISTRAÇÃO CONCOMITANTE DA CLARITROMICINA E DE ANTICOAGULANTES ORAIS PODE POTENCIALIZAR OS EFEITOS DOS ANTICOAGULANTES ORAIS. OS TEMPOS DE PROTROMBINA DEVEM SER CUIDADOSAMENTE MONITORADOS ENQUANTO OS PACIENTES ESTÃO RECEBENDO CLARITROMICINA E ANTICOAGULANTES ORAIS SIMULTANEAMENTE. CONCENTRAÇÕES SÉRICAS ELEVADAS DE DIGOXINA EM PACIENTES RECEBENDO CLARITROMICINA E DIGOXINA CONCOMITANTEMENTE, FORAM TAMBÉM OBSERVADAS. OS NÍVEIS SÉRICOS DA DIGOXINA DEVEM SER CUIDADOSAMENTE MONITORADOS ENQUANTO OS PACIENTES ESTÃO RECEBENDO DIGOXINA E CLARITROMICINA SIMULTANEAMENTE. A ADMINISTRAÇÃO ORAL SIMULTÂNEA DE CLARITROMICINA E ZIDOVUDINA A PACIENTES ADULTOS INFECTADOS COM HIV RESULTOU EM CONCENTRAÇÕES DIMINUÍDAS DO ESTADO DE EQUILÍBRIO DA ZIDOVUDINA. A ADMINISTRAÇÃO CONCOMITANTE DE FLUCONAZOL E CLARITROMICINA AUMENTOU O ESTADO DE EQUILÍBRIO DA CLARITROMICINA. A ADMINISTRAÇÃO CONCOMITANTE DE CLARITROMICINA E RITONAVIR (RESULTOU EM IMPORTANTE INIBIÇÃO NO METABOLISMO DA CLARITROMICINA). A CLARITROMICINA PODE SER ADMINISTRADA SEM AJUSTE DE DOSAGEM A PACIENTES COM FUNÇÃO RENAL NORMAL TOMANDO RITONAVIR. CONTUDO, PARA PACIENTES COM COMPROMETIMENTO RENAL, AJUSTES DE DOSAGENS DEVEM SER CONSIDERADOS. O USO CONCOMITANTE DA CLARITROMICINA E ERGOTAMINA OU DIIDROERGOTAMINA FOI ASSOCIADO EM ALGUNS PACIENTES COM TOXICIDADE AGUDA DO ERGOT CARACTERIZADA POR SEVERO VASOESPASMO PERIFÉRICO E DISESTESIA. A CLARITROMICINA DIMINUI O “CLEARANCE” DO TRIAZOLAM E, DESTA FORMA, PODE AUMENTAR O EFEITO FARMACOLÓGICO DO TRIAZOLAM. HOUVE RELATOS DE UMA INTERAÇÃO ENTRE A ERITROMICINA E O ASTEMIZOL RESULTANDO EM PROLONGAÇÃO DO INTERVALO QT E “TORSADES DE POINTES”. A ADMINISTRAÇÃO CONCOMITANTE DA ERITROMICINA E ASTEMIZOL É CONTRA-INDICADA. O USO DA CLARITROMICINA EM PACIENTES TOMANDO CONCOMITANTEMENTE DROGAS METABOLIZADAS PELO SISTEMA CITOCROMO P 450 PODE SER ASSOCIADO COM ELEVAÇÕES NOS NÍVEIS SÉRICOS DESTAS OUTRAS DROGAS. HOUVE RELATOS DE INTERAÇÕES DA ERITROMICINA E/OU CLARITROMICINA COM A CARBAMAZEPINA, CICLOSPORINA, TACROLIMO, HEXOBARBITAL, FENITOÍNA, ALFENTANILA, DISOPIRAMIDA, LOVASTATINA, BROMOCRIPTINA, VALPROATO, TERFENADINA, CISAPRIDA, PIMOZIDA, ASTEMIZOL E COLCHICINA. AS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DAS DROGAS METABOLIZADAS PELO SISTEMA CITOCROMO P450 DEVEM SER MONITORADAS CUIDADOSAMENTE EM PACIENTES RECEBENDO CONCOMITANTEMENTE ESTAS DROGAS. A CLARITROMICINA E A COLCHICINA NÃO DEVEM SER PRESCRITAS CONCOMITANTEMENTE, ESPECIALMENTE PARA PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL; VISTO QUE A CLARITROMICINA AUMENTA O RISCO DE TOXICIDADE FATAL DA COLCHICINA. REAÇÕES ADVERSAS: OMEPRAZOL: O OMEPRAZOL É BEM TOLERADO E AS REAÇÕES ADVERSAS SÃO GERALMENTE LEVES E REVERSÍVEIS. AS SEGUINTES REAÇÕES FORAM RELATADAS; ENTRETANTO, NA MAIORIA DOS CASOS NÃO FOI POSSÍVEL

60 m é d i c o r e p ó r t e r panorama_minibulas.pmd

ESTABELECER RELAÇÃO CONSISTENTE COM O TRATAMENTO. REAÇÕES CUTÂNEAS: RARAMENTE OCORRERAM ERUPÇÕES E/OU PRURIDO; EM CASOS ISOLADOS FOTOSSENSIBILIDADE, ERITEMA MULTIFORME E ALOPECIA. SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO: CASOS ISOLADOS DE ARTRALGIA, FRAQUEZA MUSCULAR E MIALGIA. SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO: CEFALÉIA. RARAMENTE TONTURA, PARESTESIA, SONOLÊNCIA, INSÔNIA E VERTIGEM. EM CASOS ISOLADOS OCORRERAM CONFUSÃO MENTAL, AGITAÇÃO, DEPRESSÃO E ALUCINAÇÕES, PRINCIPALMENTE EM PACIENTES EM ESTADO GRAVE. GASTRINTESTINAIS: DIARRÉIA, CONSTIPAÇÃO, DOR ABDOMINAL, NÁUSEA, VÔMITOS E FLATULÊNCIA. RELATOS ISOLADOS DE ESTOMATITE E CANDIDÍASE GASTRINTESTINAL. HEPÁTICAS: RARAMENTE OCORRE AUMENTO DAS ENZIMAS HEPÁTICAS. EM CASOS ISOLADOS PODE OCORRER ENCEFALOPATIA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA GRAVE PREEXISTENTE: HEPATITE COM OU SEM ICTERÍCIA, INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA. ENDÓCRINAS: RELATOS ISOLADOS DE GINECOMASTIA. HEMATOLÓGICAS: RELATOS ISOLADOS DE LEUCOPENIA E TROMBOCITOPENIA. OUTRAS: RARAMENTE MAL-ESTAR. PODEM OCORRER REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE, POR EXEMPLO, RARAMENTE URTICÁRIA E, EM CASOS ISOLADOS, ANGIOEDEMA, FEBRE, BRONCOESPASMO. CASOS ISOLADOS DE AUMENTO DA TRANSPIRAÇÃO, EDEMA PERIFÉRICO, TURVAÇÃO DA VISÃO, ALTERAÇÃO DO PALADAR. AMOXICILINA: ASSIM COMO PARA OUTRAS PENICILINAS AS REAÇÕES ADVERSAS SÃO INCOMUNS E PRINCIPALMENTE DE NATUREZA LEVE E TRANSITÓRIA. REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE: SE OCORRER QUALQUER REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE, O TRATAMENTO DEVE SER DESCONTINUADO. OCASIONALMENTE, FORAM RELATADOS ERUPÇÕES DE PELE, PRURIDO E URTICÁRIA. RARAMENTE, REAÇÕES DE PELE, TAIS COMO: ERITEMA MULTIFORME E SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON, NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA E DERMATITE BOLHOSA E ESFOLIATIVA FORAM RELATADAS. ASSIM COMO COM OUTROS ANTIBIÓTICOS, RARAMENTE FORAM RELATADAS REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES, INCLUINDO EDEMA ANGIONEURÓTICO, ANAFILAXIA (VIDE “PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS”), DOENÇA DO SORO E VASCULITE DE HIPERSENSIBILIDADE. PODE OCORRER RARAMENTE NEFRITE INTERSTICIAL. REAÇÕES GASTRINTESTINAIS: OS EFEITOS INCLUEM NÁUSEA, VÔMITO E DIARRÉIA. FORAM RARAMENTE RELATADAS CANDIDÍASE INTESTINAL E COLITE ASSOCIADA A ANTIBIÓTICOS (INCLUINDO COLITE PSEUDOMEMBRANOSA E COLITE HEMORRÁGICA). EFEITOS HEPÁTICOS: UM AUMENTO MODERADO EM AST E/OU ALT FOI OCASIONALMENTE OBSERVADO, MAS A SIGNIFICÂNCIA DO FATO NÃO ESTÁ CLARA. ASSIM COMO COM OUTROS ANTIBIÓTICOS BETALACTÂMICOS, HEPATITE E ICTERÍCIA COLESTÁTICA FORAM RELATADAS RARAMENTE. EFEITOS HEMATOLÓGICOS: DA MESMA FORMA QUE PARA OUTROS BETALACTÂMICOS, LEUCOPENIA REVERSÍVEL (INCLUINDO NEUTROPENIA GRAVE OU AGRANULOCITOSE), TROMBOCITOPENIA REVERSÍVEL E ANEMIA HEMOLÍTICA FORAM RELATADAS RARAMENTE. O PROLONGAMENTO DO TEMPO DE SANGRAMENTO E DO TEMPO DE PROTROMBINA TAMBÉM FORAM RELATADOS RARAMENTE. EFEITOS SOBRE O SNC: OS EFEITOS SOBRE O SNC FORAM OBSERVADOS RARAMENTE. ELES INCLUEM HIPERCINESIA, VERTIGEM E CONVULSÕES. PODEM OCORRER CONVULSÕES EM PACIENTES COM FUNÇÃO RENAL PREJUDICADA OU NAQUELES RECEBENDO ALTAS DOSES. EFEITOS DIVERSOS: DESCOLORAÇÃO SUPERFICIAL DOS DENTES FOI RELATADA RARAMENTE E EM SUA MAIORIA, COM A SUSPENSÃO ORAL. GERALMENTE PODE SER REMOVIDA PELA ESCOVAÇÃO. CLARITROMICINA: A MAIORIA DAS REAÇÕES ADVERSAS OBSERVADAS EM ESTUDOS CLÍNICOS FORAM DE NATUREZA MODERADA E TRANSITÓRIA. MENOS QUE 3% DOS PACIENTES ADULTOS SEM INFECÇÕES CAUSADAS POR MYCOBACTERIUM DESCONTINUARAM A TERAPIA DEVIDO ÀS REAÇÕES ADVERSAS RELACIONADAS COM A DROGA. OS EVENTOS MAIS FREQUENTEMENTE RELATADOS EM ADULTOS FORAM DIARRÉIAS (3%), NÁUSEA (3%), PALADAR ANORMAL (3%), DISPEPSIA (2%), DOR/ DESCONFORTO ABDOMINAL (2%) E CEFALÉIA (2%). A MAIORIA DESTES EVENTOS FORAM DESCRITOS COMO LEVES OU MODERADOS EM SEVERIDADE. DOS EVENTOS ADVERSOS RELATADOS, SOMENTE 1% FOI DESCRITO COMO SEVERO. POSOLOGIA: ERRADICAÇÃO DO H. PYLORI: TRATAMENTO COM ESQUEMA TRIPLO: TOMAR 1 CÁPSULA DE OMEPRAZOL, 2 CÁPSULAS DE AMOXICILINA E 1 COMPRIMIDO REVESTIDO DE CLARITROMICINA, COMPONDO 4 UNIDADES DE MANHÃ E 4 UNIDADES À NOITE ANTES DAS REFEIÇÕES, POR UMA SEMANA, CONFORME CRITÉRIO MÉDICO. CASO SEJA NECESSÁRIO, APÓS O TRATAMENTO TRÍPLICE, TOMAR 1 CÁPSULA DE OMEPRAZOL DE MANHÃ POR 14 DIAS OU 28 DIAS. NÃO EXISTE EXPERIÊNCIA CLÍNICA SUFICIENTE COM O USO DE OMEPRAZOL EM CRIANÇAS. CONDUTA NA SUPERDOSAGEM: EM CASO DE UMA SUPERDOSAGEM, OS PACIENTES DEVEM ENTRAR EM CONTATO COM UM MÉDICO, COM UM CENTRO DE CONTROLE DE TOXICIDADE OU COM UM PRONTO-SOCORRO. OMEPRAZOL: NÃO HÁ DADOS DISPONÍVEIS SOBRE OS EFEITOS DE SUPERDOSAGEM NO HOMEM, VISTO QUE DOSES ORAIS ÚNICAS DE ATÉ 160 MG E DOSES TOTAIS DE ATÉ 360 MG/DIA MOSTRARAMSE BEM TOLERADAS. CASO OCORRA SUPERDOSAGEM, O TRATAMENTO DEVE SER SINTOMÁTICO COM A INFUSÃO DE UMA SOLUÇÃO DE CARVÃO ATIVADO CONTENDO 240 ML DE ÁGUA E 30 G DE CARVÃO. A DOSE USUAL DE CARVÃO PARA ADULTOS E ADOLESCENTES É DE 25 A 100 G. NO CASO DE INGESTÃO ACIDENTAL POR CRIANÇAS DE 1 A 12 ANOS, A DOSE USUAL É DE 25 A 50 G E PARA CRIANÇAS COM ATÉ 1 ANO DE IDADE, É DE 1 G/KG DE PESO. O TRATAMENTO DEVE SER DE SUPORTE TAMBÉM, O QUAL CONSISTE NO MONITORAMENTO CARDIORRESPIRATÓRIO. AMOXICILINA: PROBLEMAS DE SUPERDOSAGEM COM AMOXICILINA SÃO IMPROVÁVEIS DE OCORRER. SE OBSERVADOS, EFEITOS GASTRINTESTINAIS, TAIS COMO: NÁUSEA, VÔMITO E/OU DIARRÉIA PODEM SER EVIDENTES E DEVEM SER TRATADOS SINTOMATICAMENTE, COM ATENÇÃO AO EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO. DURANTE A ADMINISTRAÇÃO DE ALTAS DOSES DE AMOXICILINA, UMA INGESTÃO ADEQUADA DE LÍQUIDOS E ELIMINAÇÃO URINÁRIA TÊM DE SER MANTIDOS PARA MINIMIZAR A POSSIBILIDADE DE CRISTALÚRIA CAUSADA PELA AMOXICILINA. A AMOXICILINA PODE SER REMOVIDA DA CIRCULAÇÃO POR HEMODIÁLISE. CLARITROMICINA: ALGUNS RELATOS INDICAM QUE A INGESTÃO DE GRANDES QUANTIDADES DE CLARITROMICINA PODE PRODUZIR SINTOMAS GASTRINTESTINAIS. A SUPERDOSAGEM DEVE SER TRATADA COM A IMEDIATA ELIMINAÇÃO DO PRODUTO NÃO-ABSORVIDO E COM MEDIDAS DE SUPORTE. A CONDUTA PREFERÍVEL PARA ELIMINAÇÃO É A LAVAGEM GÁSTRICA, O MAIS PRECOCEMENTE POSSÍVEL. DA MESMA FORMA QUE COM OUTROS MACROLÍDEOS, NÃO HÁ EVIDÊNCIAS DE QUE CLARITROMICINA POSSA SER ELIMINADA POR HEMODIÁLISE OU DIÁLISE PERITONEAL. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2801302 (D) 01/07 PARASIN INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: PARASIN. albendazol. MS - 1.0573.0218. Indicações: PARASIN é indicado no tratamento das infecções por parasitas intestinais simples ou mistos, causadas por Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Enterobius vermiculares, Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Taenia spp e Strongyloides stercoralis. PARASIN também tem demonstrado ser eficaz no tratamento de infecções por Giardia duodenalis e Giardia lamblia. Contra-indicações: PARASIN É CONTRA-INDICADO EM PACIENTES QUE APRESENTEM HIPERSENSIBILIDADE A QUAISQUER DOS COMPONENTES DE SUA FÓRMULA. COMO OCORRE COM OS DERIVADOS BENZIMIDAZÓLICOS, O ALBENDAZOL É TAMBÉM TERATOGÊNICO E EMBRIOTÓXICO NOS ANIMAIS, PORTANTO, DEVE-SE EVITAR O USO DE PARASIN DURANTE A GRAVIDEZ OU EM MULHERES COM POSSIBILIDADE DE ENGRAVIDAR. ACONSELHA-SE ASSEGURAR, ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO COM PARASIN, DE QUE NÃO HÁ PROCESSO DE GRAVIDEZ. A DROGA NÃO ESTÁ BEM ESTUDADA EM CRIANÇAS COM MENOS DE 2 ANOS. Advertências: Este produto contém o corante amarelo de TARTRAZINA que pode causar reações de natureza alérgica, entre as quais asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas ao ácido acetilsalicílico. Atenção diabéticos: contém açúcar. Precauções: PARA MULHERES EM IDADE FÉRTIL (15-40 ANOS), RECOMENDA-SE A ADMINISTRAÇÃO DE PARASIN NO PERÍODO DE 7 DIAS APÓS O INÍCIO DA MENSTRUAÇÃO, COM O OBJETIVO DE EVITAR A ADMINISTRAÇÃO DO MEDICAMENTO DURANTE O INÍCIO DE UMA EVENTUAL GRAVIDEZ. PARASIN COMPRIMIDOS MASTIGÁVEIS E SUSPENSÃO ORAL PODEM SER UTILIZADOS POR PACIENTES DIABÉTICOS COMPENSADOS. Interações medicamentosas: Não existem evidências suficientes que confirmem a ocorrência de interações clinicamente relevantes. Reações adversas: PARASIN É BEM TOLERADO, MAS PODEM OCORRER DOR EPIGÁSTRICA, DIARRÉIA, VÔMITO, CEFALÉIA, “RASH” CUTÂNEO E SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON. FOI OBSERVADA ELEVAÇÃO DOS NÍVEIS ENZIMÁTICOS DE CÉLULAS HEPÁTICAS, QUE COM A SUSPENSÃO DO TRATAMENTO, RETORNARAM AOS SEUS VALORES NORMAIS. Posologia: Adultos e crianças maiores de 2 anos: Dose usual: 1 comprimido de 400 mg ou 10 ml da suspensão oral, tanto para adultos como crianças acima de 2 anos, em dose única. Nos casos de infecção confirmada ou suspeita de Strongyloides stercoralis ou Taenia spp, a dose deve ser repetida por três dias consecutivos. Infecção por Giardia duodenalis ou Giardia lamblia: Uma dose de 400 mg (1 comprimido de 400 mg ou 10 ml da suspensão oral), diariamente, por 5 dias. Os comprimidos podem ser mastigados, triturados e misturados a alimentos. Porém, recomenda-se que PARASIN seja administrado durante o jejum, uma vez que grande parte de sua ação anti-helmíntica é realizada nos intestinos, e os alimentos, principalmente se for uma alimentação rica em gorduras, aumentam a absorção sistêmica do albendazol. Nota: Se o paciente não se curou após três semanas, um segundo tratamento está indicado. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. CPD 2243205 (A) BU 06 10/07 CPD 2076905 (A) BU 06 10/07

| fevereiro 2009

60

18/2/2009, 19:00


100

100

95

95

75

75

25

25

5

5

0

0

Fitomedicina C i e n t Ă­ f i c a A n o 8

100

95

75

25

5

0

r

n . 6 4

r F e v 2 0 0 9

Pesquisadores investigam benefĂ­cios da camomila para o diabetes

100

95

75

25

5

0


Diretora Geral Ana Maria Sodré Diretora Administrativa Fernanda Sodré Consultoria Científica Dr. Cezar Bazzani Conselho Editorial Dra. Ceci Lopes, Dr. Dagoberto Brandão, Dr. Eduardo Pagani, Dr. José Roberto Lazzarini, Dra. Mônica Menon e Prof. Dr. Paulo Chanel D. Freitas Jornalista Responsável Gisleine Gregório - MTb 26 986-SP Redação Jornalistas: Camila Balthazar, Danilo Gonçalves, Nina Rahe, Mariana Tinêo Revisora: Isabel Gonzaga redacao@medicoreporter.com.br Criação e Diagramação André Teixeira Hudson Calasans

Editorial

Ano 8 r n. 64 r Fevereiro 2009

N

Na ausência da Dra. Ceci, que está gozando de merecidas férias, dou continuidade às informações sempre precisas que ela tem prestado a respeito das atividades da Sobrafito. O sucesso do nosso último Congresso em 2008 nos anima a programar novas atividades para 2009, uma delas será um Congresso ou uma Jornada no segundo semestre abordando a fitoterapia em Dermatologia. Vocês saberão mais em outros editoriais. O Curso de Aperfeiçoamento na Unifesp recomeçou e esta turma deve terminar agora em julho. Os Workshops no Hospital das Clínicas também estão a todo vapor. Estamos ansiosos com notícias de estudos de ampliação do número de fitoterápicos que serão introduzidos no SUS, além da espinheira santa e do guaco. Vocês também serão informados quando da efetivação. O novo site da Sobrafito deve ser colocado no ar nas próximas semanas, enfim, muitas coisas acontecendo de bom na fitoterapia neste ano novo.

Tiragem 40.000 exemplares As matérias assinadas não refletem a opinião da Fitomedicina Científica. De acordo com a resolução RDC nº 102 de 30 de novembro de 2000, a revista Fitomedicina Científica não se responsabiliza pelo formato ou conteúdo dos anúncios publicados. Fitomedicina Científica é uma publicação do Grupo Lopso de Comunicação. INPI nº 819.589.888

A todos um Feliz Ano Novo e aproveitem a leitura! Dr. Cezar Augusto Bazani Diretor Científico da Sobrafito anasodre@lopso.com.br

Calçada das Palmas, 20, 2º andar – C. C. Alphaville. CEP 06453-000. Barueri - SP Fone: (11) 2714-5400 Fax: (11) 2714-5420 assinante@lopso.com.br

Índice 63

Pesquisadores investigam benefícios da camomila para o diabetes

64

Proteína africana como edulcorante

63 62 m é d i c o r e p ó r t e r editorial fit.pmd

| fevereiro 2009

62

19/2/2009, 16:07


Pesquisadores investigam benefícios da camomila para o diabetes

A

Matricaria chamomilla L., mais conhecida apenas por camomila, é uma das plantas mais utilizadas em infusões. Com propriedades anti-inflamatórias comprovadas, a erva tem sido usada para acalmar, aliviar cólicas menstruais, irritações, estresse, problemas de pele e dores. Estudos já mostraram que o extrato de camomila suprime o crescimento de células cancerígenas e causa apoptose. A planta apresenta altos níveis de compostos polifenólicos, como coumarins e flavonoides, sendo uma grande fonte de oxidantes. Por isso, os pesquisadores acreditam que as propriedades da camomila são ainda mais poderosas, capazes também de controlar os índices glicêmicos de pacientes com diabetes tipo 2. No primeiro semestre deste ano, o Journal of Agricultural and Food Chesmistry publicou um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Toyama, no Japão, e do Instituto de Pesquisa de Pasto e Meio Ambiente, no Reino Unido, sobre o uso do chá de camomila na dieta diária de portadores de diabetes. O objetivo do trabalho era avaliar os efeitos dos componentes da camomila (esculetina e quercetina) na prevenção da hiperglicemia e na proteção ou melhora das complicações do diabetes. O trabalho realizado em modelo animal mostrou que a esculetina e a quercetina do extrato de camomila inibiam moderadamente a sucrase com IC50, nas doses de 0,9mg/ml e 72 e 71µ, respectivamente. Em um teste de carga de sucrase, a administração de esculetina (50mg por quilo de peso) suprimiu completamente a hiperglicemia após 15 e 30 minutos, mas o extrato (500mg por quilo de peso) e a quercetina (50mg por quilo de peso) foram menos eficazes. Por outro lado, um teste de longo período de alimentação (21 dias) que usou o modelo de diabetes induzido por estreptozotocina em ratos, revelou que as mesmas doses de extrato e de quercetina provocaram supressão significativa dos níveis de glicose. Também foi demonstrado que essas amostras aumentaram os níveis de glicogênio no fígado. Para os autores do estudo, os resultados sugerem que o consumo diário do chá de camomila junto às refeições pode

contribuir para a prevenção do progresso da hiperglicemia e complicações diabéticas. De acordo com o Dr. Eduardo Pagani, médico especialista em Medicina Farmacêutica, o estudo japonês mostra efeitos hipoglicemiantes, porém, com doses muito altas de exDr. Eduardo Pagani trato. “Existem evidências de que alguns componentes da camomila podem ser úteis para o controle do diabetes. Os resultados do estudo japonês são bons, promissores e animadores, mas daí a imaginar que podemos controlar o diabetes em humanos com camomila vai um longo caminho. São necessários outros estudos em animais e, principalmente, em humanos para, além de verificar a dose efetiva, estabelecer a dose tóxica”, explica. Embora a princípio a dose terapêutica utilizada tenha sido muito alta, o Dr. Pagani diz que é provável que o mesmo efeito encontrado pela pesquisa ocorra com doses mais baixas. “É possível que, em outro estudo realizado mais adiante, seja encontrada uma dose compatível com a usada em humanos, evidenciando efeitos com aplicação terapêutica”, adianta. Enquanto isso não acontece, o especialista lembra que hoje o tratamento moderno do diabetes envolve associações medicamentosas e nada ainda se sabe sobre a compatibilidade dos componentes da camomila com essas medicações. “É preciso esclarecer as interações, caso o uso da camomila seja mesmo aprovado para tratamento.” O Dr. Pagani reforça que as evidências dos benefícios da camomila são fortes, mas ainda incompletas. “Nada impede que as pessoas tomem seus chazinhos, mas isso terá pequenos efeitos benéficos. Ingerida como alimento a camomila não oferece problema, mas como medicamento as evidências ainda são incompletas. Para dar base à prescrição médica temos que ter muitos estudos, muitas evidências sobre os verdadeiros benefícios da camomila e sua segurança no tratamento do diabetes.”r médicorepórter | fevereiro 2009

fito_camomila.pmd

63

18/2/2009, 18:38

63

Divulgação

por Mariana Tinêo


Proteína africana como edulcorante

P

64 m é d i c o r e p ó r t e r fito taumatina.pmd

Mas a utilização da taumatina não teve início apenas em 2001. Seu poder mascarador de sabores desagradáveis foi descoberto pelos europeus por volta do ano de 1840, quando um médico da Armada Britânica observou que os africanos utilizavam o katemfe para aumentar as características das frutas ácidas e dos vinhos de palma. A taumatina ainda é pouco conhecida pelas pessoas em geral e o número de estudos científicos e toxicológicos sobre ela é pequeno, mas no Japão essa proteína já é usada como adoçante desde 1979. “O fato de os japoneses, tradicionalistas quanto ao uso de produtos naturais, serem adeptos há tanto tempo já indica uma vantagem”, comenta o Dr. Mancini. “Mas ainda faltam estudos mais aprofundados sobre a taumatina”, pontua. “No Brasil, mesmo a classe médica não tem tanto conhecimento dela. Mesmo assim, milhões de pessoas pelo mundo já foram expostas à taumatina. E isso pode representar um teste natural”, completa. A proteína é aprovada pela Associação dos Fabricantes de Extratos e Sabores (Fema, sigla em inglês) dos Estados Unidos com a indicação de “Reconhecida como Segura de Maneira Geral” (Gras, sigla em inglês) e também é aprovada no Canadá e em outros países e na Europa. Tem capacidade de interagir com outros produtos, naturais ou não, com muita facilidade. “A indústria de alimentos tem usado a mistura de dois adoçantes ou mais, porque isso aumenta a capacidade edulcorante. É o que se chama blend”, explica o Dr. Mancini. O processo de extração da taumatina é realizado no Reino Unido, por meio de metodologia de alta tecnologia que preserva totalmente suas características naturais.r

Divulgação

roteína natural oriunda da fruta de uma planta da região oeste da África – o katemfe ou Thaumatococcus danielli –, a taumatina já pode ser usada como adoçante no Brasil. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso desse aditivo em alimentos, segundo a Resolução nº 18/08 que também liberou outros dois açúcares: eritritol e neotame. A decisão da Anvisa de incluir novos edulcorantes em alimentos, liberando o uso dessas substâncias, foi estudada juntamente com representantes da sociedade, além de ficar em consulta pública por mais de 60 dias, em 2007. A Anvisa realizou audiências públicas com interessados no tema, incluindo representantes dos Ministérios da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Saúde e ainda comunidade acadêmica e setor produtivo. “É muito desejável que apareçam vários adoçantes no mercado, pois existe a tendência crescente de uso dos produtos diet e light. Quanto maior a quantidade disponível de adoçantes, menor a chance de o paciente ultrapassar sua RDI (sigla em inglês para ingestão dietética recomendada)”, comenta o Dr. Marcio Mancini, endocrinologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Por ser 100% natural e pela sua sequência de aminoácidos, a taumatina é metabolizada adequadamente pelo organismo humano. Além disso, tem um poder de dulçor altíssimo (adoça cerca de 2,5 mil vezes mais que o açúcar convencional), reconhecido inclusive pelo Guinness Book. A fruta da qual provém a taumatina foi descrita pela primeira vez em 1855, pelo cientista W.F. Danielli, no Pharmaceutical Journal que, entre outras características, a descreveu como poderoso adoçante e realçador de sabor em alimentos e bebidas. Seguindo essa linha de pesquisa, estudos científicos e toxicológicos demonstraram a inocuidade da taumatina à saúde humana; por exemplo, o relatório da Comissão das Comunidades Européias de 2001 que tratou sobre a ingestão de aditivos alimentares no âmbito do regime alimentar na União Européia (UE). Já naquela época, o relatório incluía a proteína na lista dos produtos aceitáveis para ingestão.

Dr. Marcio Mancini

| fevereiro 2009

64

por Danilo Gonçalves

18/2/2009, 18:37


Fly SWISS. Say cheese. – A Suíça oferece a mais alta qüalidade de vida do mundo. E também no ar. Cuidamos de você do começo ao fim: do web check-in antes de seu vôo até servi-lo um delicioso queijo suíço para fechar seu jantar a bordo. Você se sentirá em casa, mesmo a milhares de quilômetros de distância. Visite SWISS.COM/BRASIL ou ligue 11 3049-2720 e conheça cada detalhe que fará de sua viagem conosco algo memorável.

SATISFAÇÃO, SWISS MADE. 055_300_Cheese_210x280_Aime 1

SWISS.COM 9.9.2008 14:31:50 Uhr



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.