Mergulho Diário - 15/08

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Mergulho Diário Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF • Juiz de Fora, 15 de Agosto de 2017 • N° 08

Imagem: Juliana Dias

Roubos a ônibus preocupam Juiz de Fora

Insegurança no transporte público na cidade é maior em pontos finais e durante a noite

Projeto de Lei que prevê padrão das escolas básicas é discutido hoje

Lei de combate à pedofilia e outros crimes contra a criança foi publicada no último dia 12 em Juiz de Fora e tem como principal motivação a proteção infantil. P. 7

A proposta estabelece que escolas deverão obedecer a padrões mínimos de construção. Comissão de Educação, Cultura e Esporte de Juiz de Fora avalia o projeto. P. 8

Imagem: Divulgação

Lei implementa políticas públicas de combate à violência infantil

P. 4

Evento promove declamações de poesias indianas na quarta-feira

P. 12


Terça-feira, 15 de Agosto

Editorial Sistema de Educação

Foto: Fotos Públicas

“Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo.” O filósofo Michel Foucault escreveu essa frase em seu livro “Ordem do Discurso” no início dos anos 70, porém, podia tê-la escrito hoje. Nada mais atual e importante quanto o questionamento acerca do sistema educacional do país. É ele que rege a base dos conhecimentos básicos e necessários para a formação de crianças e jovens. É evidente a impossibilidade de se instruir, em escolas, sobre todos os assuntos importantes para a formação cidadã. No entanto, o contato com diferentes áreas do conhecimento científico torna possível, desde a educação básica, a construção e a identificação de campos de interesse. As crianças necessitam do incentivo ao aprendizado e ao pensamento crítico. Os dados são preocupantes: menos de 43% da população com ensino superior completo

(dados de 2014, IBGE); 27% da população formada por analfabetos funcionais, sendo 12% destes com ensino médio completo (dados de 2011, Inaf); 48% da população com nível básico de alfabetização incapaz de entender gráficos e tabelas; ocupando a 58ª posição no ranking de educação em lista com 65 países (2012, Pisa) e apenas 4,5% das escolas públicas com todos os itens de infraestrutura previstos em lei (2015, Todos pela Educação). Tomar como base o ensino de países de primeiro mundo não é sinônimo de propor melhorias, uma vez que o perfil do Brasil não condiz com o que é visto lá fora. Nem os cofres públicos, os educadores ou os estudantes estão prontos para uma mudança radical tão breve. As mudanças são, sim, urgentes e os dados, alarmantes. Porém, é algo que requer pesquisa e estudo, requer a participação de educadores e alunos. É de interesse de todos os cidadãos e deve ser prioridade dos nossos governantes.

EXPEDIENTE Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da UFJF, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor Profº Dr. Marcus David Vice-Reitora Profª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Prof. Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenador do Curso de Jornalismo Integral Profª Ms. Eduardo Leão Chefe do Departamento deMétodos Aplicados e TécnicasLaboratoriais Profª. Drª. Maria Cristina B. de Faria Professoras Orientadoras Profª. Drª. Janaina de Oliveira Nunes Profª. Drª. Marise Baesso Repórteres Alice Xavier, Ariadne Bedim, Bárbara Braga, Bárbara Delgado, Carolina Larcher, Christinny Garibaldi, Érica Vicentin, Ezequiel Florenzano, Juliana Dias, Letícia Silva, Pedro Augusto, Sabrina Soares. Edição e Diagramação Isadora Gonçalves Tatiane Carvalho Contato mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612

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Terça-feira, 15 de Agosto

Artigo

Papel ou Digital: eis a questão Parte da cultura mundial, os livros de papel surgiram a milhares de anos. Tivemos a escrita no papiro, pelos egípcios, e depois a união de vários pergaminhos que nos fizeram conhecer importantes textos da humanidade. Os livros permaneceram em sua concepção original manuscrita até que, em 1454, a prensa fez com que sua fabricação e divulgação tivessem um salto em qualidade. Eles foram itens de coleção, formaram obra de arte nas prateleiras, foram fontes de pesquisa. Mas então a tecnologia avançou, trazendo ao mundo os livros digitais. Então, agora, o que se pergunta é: qual será o futuro dos livros de papel? Com a extrema facilidade que se tem atualmente, não precisamos mais ir à biblioteca para ler os títulos que nos interessam, eles estão ao alcance do dedo, disponíveis em uma biblioteca online. Mas apesar de parecer que não há futuro para os livros a moda antiga, os especialistas nos mostram outra visão. “Atual” e “presente em nosso cotidiano” são as palavras mais usadas para descrever como o livro de papel se insere na era tecnológica. Segundo Haroldo Ceravolo Sereza, doutor em literatura brasileira, esta é uma questão que vêm perseguindo quem trabalha e faz livros há um tempo. Por ser muito “frágil”, o que se apostava era: o livro logo cederia à nova tecnologia. Mas isso não aconteceu, já que o livro possui uma longa história e uma relação com o ser humano que já está mais que consolidada. Também existem plataformas digitais que além de vender os li-

Foto: Fernando Frazão

Tatiane Carvalho

vros em PDF, vendem os físicos. A loja Submarino, por exemplo, se prende aos títulos em forma tradicionais enquanto a Amazon, império das compras online, investe tanto na modernidade quanto no tradicional. Ela mantém perto da cidade de Madri cerca de 583 mil títulos de livros de papel, número este que não para de crescer. Outro exemplo de leituras online que ganharam as prateleiras são as fanfics, histórias escritas de fãs para fãs. Predominantemente disponíveis online, em plataformas como Wattpad, algumas histórias ganham livros físicos que se tornam grandes sucessos e conquistam o público. Leitores e mais leitores que buscam além da tela. Para Heloise Guerrier, da Astiberri editora de quadrinhos, os leitores de HQ’s permanecerão fiéis às versões impressas não cedendo as plataformas digitais. Mas claro que, para ela, as versões digitais disponíveis não podem ser ignoradas. Existe também o estímulo a busca da versão física. Devido à

facilidade oferecida pela tecnologia temos cada vez mais pessoas interessadas na leitura, o que resulta em futuros adeptos aos livros tradicionais de papel. Os títulos disponibilizados online são um atrativo a mais para que as pessoas recorram aos físicos, para ter em casa o livro que tanto gostou de ler na tela do celular ou tablete. Ainda não se sabe por quanto tempo mais os livros de papel irão resistir a tecnologia, mas sabemos que eles foram capazes de resistir até hoje. Existem pessoas que amam tocar o papel delicado das páginas e sentir o cheiro de um livro novo. O papel não será substituído como aconteceu com o VHS, que foi substituído pelo DVD que, agora, está sendo substituído por plataformas como Netflix. O companheiro fiel ainda permanecerá repousado nas cabeceiras por muito tempo, nos fazendo viajar por lugares desconhecidos sem sair de casa. Podendo ser tocado e sentido por leitores assíduos ao redor do mundo.

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Terça-feira, 15 de Agosto

Cidade

Aumento de roubos a ônibus preocupa funcionários, população e empresas

Medidas de segurança reduzem dinheiro em espécie dentro dos coletivos Foto: Wikimedia Commons

Juliana Dias

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Juiz de Fora registrou mais um roubo a ônibus na noite de ontem, 14, no bairro Marilândia, na Cidade Alta. A vítima foi o cobrador que, segundo informações da Polícia Militar, foi rendido no ponto final. Foram levados R$ 450 que estavam no caixa e uma bolsa de uso pessoal do funcionário. Outros dois crimes semelhantes ocorreram no fim de semana nos bairros Santa Cruz e Milho Branco, ambos na Zona Norte. De acordo com o último relatório divulgado pela Polícia Militar, em julho deste ano, o número de assaltos a ônibus aumentou no primeiro semestre de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado. A estatística vai na contramão da diminuição da criminalidade violenta na cidade apontada pelo relatório. A assessoria de comunicação dos Consórcios Integrados do Transporte Urbano de Juiz de Fora (CINTURB) explica que são adotadas medidas de segurança, como a adoção da bilhetagem eletrônica para reduzir o dinheiro em espécie no veículo, a instalação de câmeras e a realização de treinamentos com o suporte da Polícia Militar. Outra orientação é que os cobradores sempre transfiram para o cofre quantias superiores a 20 vezes o valor da passagem (R$55). Outras precauções e atitudes posteriores às ocorrências ficam a cargo das empresas. O gerente de operações da Viação São Francisco, José Roberto Baganha, confirma o aumento no número de roubos. A empresa atende a Zona Norte e é uma das mais

Segundo o SINTTRO, número de ocorrências é 30% maior que ano passado

afetadas pelos crimes. Segundo Baganha, os funcionários recebem treinamento ao entrar na companhia e ao longo da carreira. “A primeira e mais importante instrução é nunca reagir a um assalto. Outras recomendações incluem não contar dinheiro dentro do ônibus, não manuseá-lo nos pontos finais e evitar estacionar em locais inseguros depois das 22h.” Ele ressalta que todos os assaltos são comunicados pela empresa para realização de registro de ocorrência e as imagens são encaminhadas à Polícia Civil que faz as investigações. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Juiz de Fora (SINTTRO), Vagner Evangelista Corrêa, reivindicações foram feitas ao poder público e os trabalhadores estão apreensivos. “De acordo com o nosso acompanhamento, com relação ao ano passado o aumento desses casos foi de 30%”. Vagner afirma que alguns motoristas e cobradores, diante do trauma vivido, acabam se afastando do trabalho. A situação também afeta os usuários do transporte público. A estudante da Universidade Federal de Juiz de Fora Rafaela Barreto, mora-

dora do bairro Santos Dumont, teve o celular furtado dentro de um ônibus urbano e decidiu trocar de linha para fazer o trajeto diário. “Eu evito pegar o ônibus que usava normalmente, mesmo com um horário pior porque não me sinto mais segura.” Ana Maria Neves, empregada doméstica, também relata sua insegurança ao utilizar os coletivos. “São quatro conduções todo dia e a gente não sabe se quem entra no ônibus é só mais um passageiro ou vai acabar cometendo um assalto.” Ana mora no Alto Bairu e trabalha no Cascatinha. Ela afirma que, em seu bairro, assaltos a motoristas e cobradores são mais comuns à noite e acredita que a situação poderia melhorar com o aumento de policiamento na região. De acordo com o assessor da 4ª Região da Polícia Militar, Major Marcellus Machado, a PM realiza operações preventivas nas principais vias e pontos finais da cidade e abordagens de pessoas suspeitas onde a incidência de assaltos é maior. “Orientamos aos motoristas que, percebendo qualquer movimentação suspeita, entrem em contato pelo 190.”


Terça-feira, 15 de Agosto

Cidade

Edital de concurso da Câmara deve sair em outubro Demora para abertura do edital ocorreu devido ao cancelamento do contrato com a empresa que faria a seleção Sabrina Soares Novo edital para o concurso público da Câmara de Vereadores de Juiz de Fora deve ser publicado em outubro deste ano. De acordo com a assessoria do Legislativo, a licitação para contratar a empresa organizadora da seleção será publicada nos próximos dias. Em maio de 2016, a prefeitura da cidade anunciou que realizaria um concurso público para preenchimento de vagas no Legislativo e que as provas aconteceriam no ano passado, com os candidatos aprovados podendo ocupar os cargos já em janeiro de 2017. A demora para abertura de uma nova licitação ocorreu pelocancelamento do contrato com a empresa que inicialmente organizaria a seleção. Em março deste ano, a Câmara decidiu acatar uma recomendação do Ministério Pú-

blico de Minas Gerais (MPMG) e contratar uma nova empresa para o processo seletivo. Após ese trâmite, o edital deverá ser publicado em até 60 dias. Com isso, a previsão é de que as provas sejam realizadas no início de 2018 e que a efetivação dos aprovados seja feita no segundo semestre do ano que vem. Mesmo com o cancelamento do concurso previsto anteriormente, no novo edital não haverá alteração em relação ao número de cargos disponíveis nem nos valores dos salários. Serão 28 vagas para níveis médio, técnico e superior, com salários entre R$1.454 e R$4.502. Os valores podem ser revistos até o lançamento do edital. Entre os benefícios concedidos estão ticket-alimentação, auxílio-transporte e convênios de saúde.

A maioria das vagas será destinada a assistentes legislativos todos para nível médio. Haverá também três vagas para técnicos de informática e uma para técnico em segurança do trabalho, quatro para jornalistas, duas de redatores, uma de psicólogo e uma de administrador de Recursos Humanos – todas com necessidade de formação superior. A universitária Joana Martins, 23, está esperançosa com o concurso “Fiquei animada quando vi que ia sair mesmo, é sempre uma boa oportunidade e ainda mais na própria cidade”. O estudante Pedro Silva, que está concluindo o ensino médio, vê na seleção uma forma de se inserir no mercado de trabalho. “Vou tentar, estou com uma boa expectativa, tem bastante vaga para nível médio”. Foto: Divulgação

São 28 vagas para cargos de nível médio, técnico e superior, com salários entre R$1.454 e R$4.502

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Terça-feira, 15 de Agosto

Cidade

Guarda Mirim de Juiz de Fora promove campanha de doação de sangue na Fundação Hemominas Foto: Venilton Küchler

Ação solidária é uma das festividades da comemoração dos 50 anos da Associação

Ação do cinquentenário da Guarda Mirim acontece até o dia 18 de agosto

Bárbara Delgado

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Durante essa semana, a Guarda Mirim de Juiz de Fora comemora seu cinquentenário está em campanha para reunir 50 voluntários para a ação “GM 50 – cinquenta doadores em nome da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (Ascomcer)”. Waldir Romualdo, vice-presidente da Associação de Proteção à Guarda Mirim e coordenador das festividades, a ideia é “marcar o cinquentenário com ajuda da comunidade”. A Associação de Proteção à Guarda Mirim (GM) é composta por jovens e adolescentes entre 14 e 18 anos. A entidade é supervisionada pelo Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat). O intuito é que através de parcerias com empresas e faculdades particulares os jovens possam ser encaminha-

dos para o mercado de trabalho. Criada em 1967 pelo Rotary Club de Juiz de Fora, cerca de 18.000 jovens já passaram pela guarda, recebendo capacitações e orientações para o trabalho. Durante o dia de ontem (segunda-feira, 14), funcionários, amigos e familiares foram ao Hemominas, localizado na Rua Barão de Cataguases, Bairro Santa Helena. Paulo Aquino, aposentado, doou sangue para a campanha e afirma conhecer a instituição há muitos anos por meio de amigos. “Ações como essa são importante para que uma maior quantidade de pessoas possam se agregar à guarda e aumentar o fluxo de doadores.” Segundo a assessora de imprensa da Fundação Hemominas, Lidiane Moura, a campanha é um exemplo a ser seguido por toda população. “É necessário a conscientização da importância

da doação de sangue, precisamos do aumento de doadores fidelizados”, acrescenta. O Hemominas tem um histórico de apoio da GM. Em junho, foi realizada uma Caminhada pela Vida no Museu Mariano Procópio, comemorando o mês do Doador Mundial de Sangue. O Hemominas atende 57 hospitais da cidade e região. A instituição passou o dia trabalhando na campanha e na divulgação. Waldir comentou sobre a satisfação de realizar o propósito da Guarda: “Sensação de um dever cumprido. Ajudar a comunidade é uma obrigação de um rotariano.” Inicialmente a campanha teria duração de um dia, porém, de acordo com o vice-presidente da Guarda Mirim, as doações foram prorrogadas até o dia 18 de agosto.

Programação do cinquetenário da Guarda Mirim Serão homenageados os adolescentes aprendizes que ingressaram em 1967 na Guarda Mirim. Dia 24/08: missa de ação de graças na Igreja São Mateus às 18 horas. Dia 25/08: comemoração do cinquentenário às 14 horas na Guarda Mirim.


Terça-feira, 15 de Agosto

Política

Entra em vigor lei que estabelece políticas públicas de combate à violência contra crianças O objetivo é diminuir os delitos e responsabilizar autores A lei 13.550/17, que dispõe sobre políticas públicas de combate à pedofilia e outros tipos de violência contra crianças e adolescentes, foi publicada no Diário Oficial no último dia 12. Delegada Sheila, vereadora responsável pelo projeto, conta que sua motivação foi promover a proteção de crianças, adolescentes e mulheres: “Apesar de o tema ser muito delicado, é preciso falar e combater sempre”, destaca. Muitos casos não chegam ao conhecimento das autoridades de segurança, porque as vítimas permanecem em silêncio. De acordo com a delegada, essa subnotificação muitas vezes é ocasionada por vergonha e medo. “É de nosso conhecimento que muitos desses casos ocorrem dentro dos lares e muitas vezes cometidos por parentes e vizinhos próximos. Os casos que chegam à polícia são prontamente apurados”, explica a vereadora. Em Juiz de Fora, as vítimas do sexo feminino são acolhidas pela Delegacia e Casa da Mulher. Se forem do sexo masculino, são levadas para a Delegacia de Área. Sheila aponta que mesmo a Delegacia da Mulher sendo um local de excelência, ainda é preciso evoluir muito. A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher só funciona de segunda a sextafeira, esse é um dos pontos negativos. “Se a vítima quiser relatar alguma denúncia no período noturno ou nos finais

Divulgação Facebook

Letícia Silva

Para Vereadora Sheila, quando a investigação é feita de forma correta,

é possível punir o autor, mas a grande dificuldade está em denunciar. de semana, ela será atendida na delegacia de plantão, ou seja, por um Delegado, interrogada por outros policiais”, destaca. Em sua opinião essa situação constrange e desencoraja a denúncia dos casos. Ainda segundo Sheila, as políticas públicas para tratar deste tema são importantes porque quando o assunto é debatido de forma ampla, as pessoas acreditam que podem lutar contra a violência infantil “Ao tratarmos desse tema de forma séria, iremos garantir melhores condições de vida às vítimas. Infelizmente, muitas delas se consideram culpadas, mas isso precisa ser mudado.”

professor de Filosofia do Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora e considera que essa lei é uma forma do município se comprometer com o cumprimento da Legislação Federal, que define o que é crime. Ele explica que “A efetividade fica a cargo das polícias, do Judiciário e não propriamente da prefeitura, que passa a ser uma colaboradora”. O professor considera fundamental a existência de políticas públicas para tratar da violência. Entretanto, a punição e a investigação dos responsáveis fica a cargo da polícia, enquanto o julgamento fica a cargo Judiciário. “O município tem uma função A lei 13.550/17 no ponto de supletiva de direcionar parte de suas atividades para colaborar vista do Direito com o Judiciario e o Ministério Abdalla Daniel Curi é Público”.

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Terça-feira, 15 de Agosto

Política

Projeto de Lei prevê padrão entre escolas de educação básica Ariadne Bedim

Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) se reúne hoje para avaliar a proposta

A desigualdade e a falta de inclusão são dois dos principais problemas da educação básica brasileira. Para tentar solucionálos, o senador Cristovam Buarque criou o Projeto de Lei 525/2009, no qual as escolas deverão obedecer a padrões mínimos de construção. O projeto está na pauta da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) hoje (15). Segundo dados educacionais organizados pelo movimento Todos pela Educação, a educação para brancos e negros é desigual no Brasil. Assim, os brancos concentram os melhores indicadores e é a população que mais vai à escola, conclui o estudo.

A taxa de analfabetismo é de 11,2% entre os pretos e 5% entre os brancos, de acordo com dados do IBGE.

Maria Luiza Scafutto, coordenadora de Língua Portuguesa do Colégio Academia do Comércio, pontua que são muitas as boas regulamentações que não são cumpridas e a boa qualidade da construção das escolas não garante a boa qualidade de ensino. Porém acredita que a regulamentação dessa lei é uma iniciativa louvável, pois há milhares de instituições funcionando sem as condições mínimas para o sucesso da atividade pedagógica. Sendo assim, ela é favorável à aprovação do projeto. “É um pequeno passo para uma longa caminhada necessária ao aperfeiçoamento das instituições de ensino”, conclui. A comissão se reúne hoje (15) no plenário 15 da ala Senador Alexandre Costa, segundo informações da Agência Senado.

Na carta de justificativa realizada pelo senador e disponibilizada pelo Senado, são apresentados os fatores que segregam e não permitem uma educação igualitária entre as diferentes classes do país. Ele argumenta que uma das maiores emergências nacionais é a inclusão, o que “não será possível sem a garantia de um padrão nacional de oferta educacional”. Dessa forma, o objetivo é garantir um padrão mínimo de qualidade do ensino em todos os níveis. O projeto tem voto favorável da relatora, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), na forma de um substitutivo. Porém, ela propõe uma alteração no projeto original. Era previsto que governadores e A taxa de analfabetismo é de 11,2% entre os pretos e 5% entre os brancos, prefeitos que não fizessem essa segundo dados do IBGE

Foto: Pixabay

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cobrança às suas redes de ensino poderiam ser punidos com a inelegibilidade para mandatos futuros e para outros cargos. Segundo Marta, essa norma poderia ser contestada na Justiça, e, por esse motivo, ela retirou a punição do texto. Tendo 29 anos dedicados à educação na rede municipal de ensino, em escolas do Centro e bairros Santo Antônio e Teixeiras, Adenilde Petrina, acredita que a lei não atende às peculiaridades de cada região e de cada pessoa, sendo mais uma para ficar na gaveta. “Desde que a escola foi criada, havia escola para ricos, onde os ensinavam a mandar e comandar o processo de desenvolvimento da cidade. E para a perifeira, a escola era para formar trabalhadores sem pensamento critico”, lembra. Para ela, essa divisão perpetua nos dias atuais.


Terça-feira, 15 de Agosto

Economia

Empreendedores por necessidade

Arquivo pessoal Aparecida Soares

JF tem aumento no número de pessoas que criaram própria empresa

A fisioterapeuta Aparecida Soares prestando atendimento domiciliar

Alice Xavier Por causa da crise econômica, muitas pessoas perderam o emprego e, com isso, não conseguiram retornar para o mercado de trabalho. Assim, surge a ideia de buscar uma nova fonte de renda, fazendo com que o número de empresas que são abertas no Brasil aumente. A partir dessa necessidade, o chamado empreendedorismo por necessidade foi criado como uma forma de realocar as pessoas que estavam em inatividade no mercado de trabalho, que passam a atuar como patrão e não mais como empregado. Em Juiz de Fora, a situação não é diferente. A cidade possui, atualmente, 23.807 microempreendedores (MEI’s), segundo dados do Portal do Empreendedor, consultados em julho de 2017. No mesmo período do ano passado, esse número era de 20.243 microempreendedores. Os dados mostram que têm mais pessoas abrindo empresas, e um dos motivos para isso é a crise econômica. Segundo a contadora Joana D’arc, a maioria das pessoas que a procura para a abertura de empresas são na área de prestação de serviços. Ela destaca também que há uma demanda de cidadãos que querem adquirir o Cadastro Nacional da Pessoa Ju-

rídica (CNPJ) pois perderam o emprego, mas querem continuar a contribuir com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A facilidade de conseguir o MEI também contribui para inventivar as pessoas a terem o seu próprio negócio, pois, basta entrar no site “portal do empreendedor” e preencher os formulários. Foi o que aconteceu com a fisioterapeita Aparecida Soares, que abriu sua própria empresa, uma vez que, desempregada, começou a prestar atendimento domiciliar, de maneira informal, sentindo a necessidade de ter alguns direitos resguardados, como o auxílio saude. Ela aponta algumas considerações importantes sobre se tornar uma microemprendedora, pois não vê a questão do pagamento do INSS como vantajosa, uma vez que ela paga em cima do valor correspondente ao salário mínimo, e, atualmente, sua renda é superior ao piso. Registrada como MEI, não há como contribuir mais. “Se algum dia eu precisar de um auxílio, ele será apenas o mínimo. E se eu tirar férias, não recebo, porque, como trabalho por conta, deixo de ganhar se não atender.” O advogado Leandro Johnny destaca que há um apelo muito grande,

divulgado na mídia, mostrando que o MEI é algo benéfico, usando como argumento que a pessoa será o seu próprio patrão, podendo fazer o seu próprio horário, tendo controle total sobre as questões trabalhistas que envolvem um contrato de trabalho formal. Dessa forma, é necessário que se conheça o mercado de trabalho. O analista técnico do Sebrae, José Tarcísio Fagundes de Paula, informa que a empresa realiza mensalmente uma oficina de plano de negócios, com o objetivo de ajudar os novos microempreendedores individuais, para que eles tenham uma visão melhor do negócio que estão montando. Ele ressalta que, antes de investir em qualquer empreendimento, é necessário que a pessoa faça uma pesquisa de mercado, assim como conheça os seus possíveis clientes e verifique se o seu investimento terá futuro. Tarcísio acredita que a tendência é que o número de MEI continue aumentando.

Prós e contras do MEI

De acordo com Leandro, há prós e contras, para uma pessoa se tornar empreendedor. Sobre os prós, o microempreendedor pode articular o seu horário de trabalho, controlar a própria carga horária diária, e, até mesmo, trabalhar em casa, comodidade para quem tem filhos, por exemplo. Já relacionado aos contras, segundo ele, a criação do MEI pode estar associada a chamada “pejotização” - prática ilegal que tem sido recorrente nas empresas, obrigando seus funcionários a reconhecerem firma, para não assinar a carteira de trabalho, evitando pagar os benefícios que são previstos nas leis trabalhistas, não havendo um controle judicial sobre a prática.

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Terça-feira, 15 de Agosto

Economia

Prefeitura de Senador Cortes lança editais de concurso e processo seletivo com 72 vagas As oportunidades são para cargos de nível elementar, fundamental, médio e superior Foto:Esther Florenzano

Ezequiel Florenzano

Vista de Senador Cortes, cidade da Zona da Mata Mineira, com cerca de dois mil habitantes

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A Prefeitura Municipal de Senador Cortes, cidade localizada na Zona da Mata Mineira a cerca de 70 quilômetros de Juiz de Fora, divulgou dois editais para a seleção de candidatos para ocupar vagas desde o nível elementar (fundamental incompleto) ao superior. O edital de número 1/2017(Concurso Público) completa 57 vagas para os seguintes cargos: agente administrativo, assistente social, auxiliar de pedreiro, auxiliar de serviços escolares, auxiliar de serviços internos e externos, enfermeiro, engenheiro civil, farmacêutico, fonoaudiólogo, monitor de creche e motorista. Já no edital de número 2/2017(Processo Seletivo) há 15 cargos para serem preenchidos: agente comunitário de saúde e de combate às endemias; atendente de consultório odontológico; cirurgião dentista; enfermeiro; facilitador de oficinas de artes, esporte, capoeira, música e técnico em enfermagem. Os candidatos poderão ser

inscrever somente via internet pelo site www.auctorconsultoria. com.br, de 10 de outubro a 8 de novembro de 2017. A taxa de inscrição custa entre R$40 e R$100, já os salários variam de R$937 a R$4.957, de acordo com o cargo pretendido, com jornadas de no máximo 44 horas semanais. A seleção terá uma prova objetiva, a ser realizada no dia 17 de dezembro, e análise de títulos (para os cargos de nível superior). O conteúdo programático contará com questões de matemática, português e conteúdos específicos para os cargos com cursos superiores. O conselheiro tutelar Agnaldo Anastácio ver o concurso como uma oportunidade de cres-

cimento e melhora de renda: “Eu já sou concursado, mas pretendo me inscrever pois quero crescer profissionalmente dentro da empresa’’. A secretária de gabinete da Prefeitura de Senador Cortes Jacira Parreira, discorreu sobre a importância da abertura de vagas no local, dizendo que as oportunidades de emprego oferecidas ajudará a população residente do município, salientando que por ter cerca de dois mil habitantes a oferta de vagas no local é escassa. O prazo de validade do concurso é de dois anos, contados a partir de sua homologação, podendo ser porrogado por uma vez, por igual período.

Cronograma previsto para o Processo Seletivo e Concurso


Terça-feira, 15 de Agosto

UFJF

Estudante é atropelada dentro do Campus da UFJF Foto: Láis Cerqueira

Aluna da Faculdade de Comunicação foi encaminhada a UPA norte, teve ferimentos leves e passa bem

Acidente aconteceu próximo ao ponto de ônibus do Restaurante Universitário, aluna aguardava nos bancos externos

Érica Vicentin Na tarde da última segunda feira (14), a aluna da Faculdade de Comunicação Camila Lana Wendling foi atropelada por um veículo dentro do Campus da UFJF. De acordo com a vítima, ela estava esperando o circular após o almoço, quando viu o ônibus 525 e correu para pega-lo. Na agitação, não percebeu que havia um carro vindo em sua direção. O motorista, que também é aluno da instituição estava dentro da velocidade permitida e ainda tentou desviar da vítima, o que amenizou os danos. A estudante ressaltou ainda que ficou muito satisfeita com o atendimento prestado pelo motorista e pela UFJF. Ao perceber o ocorrido, o condutor desceu do carro e prestou os cuidados necessários. Além disso, dois

guardas da universidade também correram em direção ao acidente e acionaram o SAMU, que a encaminhou para a UPA Norte. A vítima teve uma pequena fratura no pulso e passa bem. De acordo com o coordenador de Segurança da UFJF, Isalino Clemente Ferreira Filho, existe um cuidado da UFJF com a sinalização dentro da universidade: “Cerca de 35 mil pessoas circulam pelo Campus diariamente e temos a preocupação de evitar ao máximo acidentes causados por infração dos motoristas. Apostamos na sinalização sobre a velocidade máxima permitida dentro do Campus e também em alguns obstáculos para redução da velocidade”. Isalino informou ainda que, além do controle diário, serão instaladas câmeras de segurança que vão poder identificar caso algum motorista esteja

acima da velocidade. Além disso, nessa sexta feira (18) também será instaurado um Fórum de Segurança da UFJF para discutir questões importantes sobre o tema. Mesmo com o cumprimento das normas de trânsito, dentro da Universidade também é comum haver casos de colisão entre veículos. O coordenador acredita que isso se deve ao grande número de veículos que transitam diariamente pelo Campus e pela desatenção dos condutores: “O mesmo descuido dos motoristas que transitam pela cidade também acontece aqui. Um bom exemplo são as batidas em veículos que estão parados”, ressaltou. De acordo com a coordenadoria de Segurança, ainda não foram levantados dados sobre o número de ocorrências no Campus em 2017.

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Terça-feira, 15 de Agosto

Cultura

Encontro de poesias brasileiras e indianas em Juiz de Fora Evento promovido pelo programa de pós-graduação em Ciência da Religião da UFJF acontece nesta quarta-feira, na Arteria Christinny Garibaldi

A música

Além das poesias, o encontro vai contar com o som de Diegho Salles. O músico toca canções autorais que, segundo ele, “não consegue encerrar num rótulo de estilo musical.” Para ele, entre outros motivos, o evento

é importante porque envolve o aspecto acadêmico sem o rigor do espaço da Universidade. Na música, as influências da cultura indiana para Diegho é o mantra, poemas religiosos que se originaram no hinduísmo.

O local A Arteria é um espaço cultural da cidade e completa um ano este mês. O local surgiu com a proposta de fomentar o universo artístico em Juiz de Fora, de acordo com Luan Carvalho, membro da equipe da Arteria. Entre os eventos que o espaço oferece, estão apresentações musicais, teatro, lançamento de livros e um espaço para crianças, que podem passar o dia na Arteria envolvidas em atividades culturais. A Arteria fica na rua Oswaldo Aranha, número 535.

Fotos: Andrea Fagundes

Na próxima quarta, dia 16, a Arteria vai ser espaço de intercâmbio cultural entre Índia e Brasil. A segunda edição do evento “Encontro com a Índia: uma noite de poesia” vai reunir versos brasileiros e indianos às 19h, com entrada gratuita. O evento é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da UFJF e pelo Núcleo de Estudos de Religiões e Filosofias da Índia, coordenado pelo professor doutor Dilip Loundo, do curso de Ciência da Religião da UFJF. A primeira edição do evento foi em junho deste ano no Instituto de Ciências Humanas da UFJF e contou com a participação do mestre indiano Atma Nambi. De acordo com a doutoranda em Ciência da Religião da UFJF, Mônica Hortegas, para a segunda edi-

ção do Encontro com a Índia, a poesia foi escolhida como o meio artístico de intercâmbio cultural, porque alguns alunos do programa de pós-graduação trabalham com esta arte. Ela e o professor Dilip serão os declamadores dos poemas e, entre os autores das poesias, estarão os brasileiros João Cabral de Melo Neto, Cora Coralina e o poeta Vinod Kumar Shukla. Segundo Mônica, a poesia tem um caráter universal. “Além de falar localmente, fala sobre o que é comum ao homem” e “tudo é tão comum, seja aqui ou na Índia.”

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Primeira edição do evento “Encontro com a ìndia“. Na foto, o mestre Atma Nambi, o professor Dilip Loundo e os participantes do programa de pós-graduação em Ciência da Religião.


Terça-feira, 15 de Agosto

Cultura

Encontro na UFJF discute a literatura feminina contemporânea no Brasil Evento reúne escritoras nacionais nesta quarta-feira na Faculdade de Letras Clarice Lispector, Hilda Hilst e Lygia Fagundes Telles são escritoras que marcaram a história da literatura brasileira. Porém, quais são as vozes contemporâneas femininas da literatura brasileira e sobre o que elas estão escrevendo? Buscando refletir sobre essas e outras questões, o encontro literário “Escrita e Desafios” acontece nesta quarta-feira, dia 16, a partir das 14h na Faculdade de Letras da UFJF. O evento é uma iniciativa da poeta e professora da Faculdade de Letras da UFJF, Prisca Agustoni. “O objetivo do evento é apresentar algumas vozes contemporâneas marcantes no cenário nacional”, afirma. Segundo ela, “em tempos de urgência de coletivos para resistir, incluindo entre estes o levante vigoroso da literatura de autoria feminina, é importante valorizar e focar o trabalho individual e rico de cada uma dessas pessoas que fazem um coletivo”. Ainda acordo com a organizadora, a ideia do evento surgiu para aproveitar a presença da autora Nara Vidal, formada na UFJF e atualmente residente em Londres, na cidade. A escritora lança em setembro deste ano a livraria online “Capitolina”, voltada para a divulgação da literatura brasileira contemporânea na Inglaterra, Além de Nara, o evento também conta com participações das escritoras Micheliny Verunschk e Marília Garcia. “Fazia tempo queria trazer aqui a Micheliny, uma autora que admiro muito e que

Imagem: Arquivo Pessoal

Pedro Augusto Figueiredo

Professora e poeta, Prisca Agustoni vai mediar mesa na abertura do evento

tem um trabalho plural e instigante hoje no cenário brasileiro. E a poeta Marília Garcia, que já esteve na cidade algumas vezes, tem um público muito fiel”, conta Prisca. A programação será composta por autoras mulheres, que se dividirão em duas mesas. Ao final, as participantes e as mediadoras vão ler alguns textos para mostrar a variação de poética das escritas femininas contemporâneas. Na mesa “Autoria e Editoração” estarão presentes a poeta Anelise Freitas, que atua na Edições Macondo, editora independente juiz-forana, e Marília Garcia, poeta e também editora na Luna Park, casa de publicação independente localizada em São Paulo. “A gente não vai falar só sobre escrever poesia, mas como nós editamos poesia, não só a nossa, mas também de outros poetas que estamos publicando”, afirma Anelise. Ela destaca que Juiz de Fora está antenada no que acontece no cenário nacional

de poesia e consegue estabelecer diálogos com outros espaços. Durante o evento haverá comercialização de livros das autoras participantes.

Programação: 14h - Mesa “Prosa Feminina Contemporânea” Prisca Agustoni (mediadora) Nara Vidal Micheliny Verunschk 15h30 - Autoria e Editoração Ana Paula El-Jaick (mediadora) Marília Garcia Anelise Freitas 17h - Vozes em polifonia: leitura das autoras

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Esporte

Terça-feira, 15 de Agosto

De malas prontas para Las Vegas

O lutador juiz-forano Antônio Inácio representará o Brasil em torneio mundial de Jiu Jitsu no fim do mês

Foto: Divulgação Equipe Nova União

lutadores, dá um ânimo e aumenta minha confiança”. Além do torneio em Vegas, Inácio já participou de inúmeras competições internacionais, como a Copa Sul Americana de Jiu Jitsu 2016, na qual foi campeão. “Fico sempre muito feliz de representar nosso país, principalmente em uma competição da grandiosidade do Master, que irei participar pela primeira vez. A adrenalina e a ansiedade aumentam Inácio conquistou duas medalhas de ouro no último dia 6 a cada dia, mas Bárbara Braga estou pensando O atleta juiz-forano Antônio positivo e vou fazer o possível para Inácio irá para os Estados Unidos trazer uma medalha para casa”. no próximo dia 22, para participar do Mundial Master de Jiu Jitsu, que Treinamento pesado acontece em Las Vegas nos dias 24, Uma competição ao nível mun25 e 26 de agosto. Após o Mundial, dial exige uma carga de treinamentos ele irá disputar o Washington Open intensa, bem como outros cuidados e o Cinturão da NAGA (Associação com a saúde. Inácio revela que, “estou Norte Americana de Grappling). Para treinando forte, em torno de sete hoassegurar sua estadia no exterior, ele ras por dia, de segunda a sábado. Tecontou com a ajuda de seus alunos e nho sido mais cuidadoso com minha doações de terceiros. alimentação também para chegar lá O lutador chega ao torneio em minha melhor forma. Outro ponembalado por bons resultados no to que minha equipe e eu temos reOpen de Vitória 2017, realizado nos forçado é a musculação, estamos preúltimos dias 5 e 6. O juiz-forano foi venindo lesões, para não precisarmos campeão faixa preta meio pesado em remediar depois.” duas modalidades. “Este foi o último Para sua preparação, Inácio contorneio em prol do Mundial. Vencer ta com o apoio de preparadores físinas duas divisões, ‘Jiu Jitsu de Kimo- cos, uma academia carioca e também no’ e ‘No Gi’, poucos dias antes de ir tem sido acompanhado por fisiotepara uma disputa com excelentes rapeutas. Como um reforço, ele con-

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tinua a dar aulas de Jiu Jitsu e outras modalidades de lutas agarradas, conhecidas por grappling, em sua equipe Nova União.

Falta de patrocínio

“A fase mais difícil foi juntar o dinheiro para ficar 15 dias nos Estados Unidos e participar dos três torneios. Foram meus alunos que fizeram uma surpresa, e outros amigos que colaboraram. Se não fosse por eles, eu não teria como ir, pois não encontrei patrocinadores,” conta o lutador. Algumas parcerias foram firmadas com academias e agências de viagem da cidade, o que garantiu apoio para os treinos e a acomodação no exterior. Contudo, para as passagens e a alimentação foi necessário a ajuda de seus alunos, que organizaram uma “vaquinha” entre eles. Daniel Cimas foi o responsável: “Nós sabemos do aperto que ele passa, nunca teve apoio de ninguém para lutar ou viajar. Vimos que ele estava quase desistindo do Mundial, por não ter o dinheiro, foi quando decidi realizar a vaquinha, e cada um contribuiu com o que pôde. No fim, conseguimos juntar 80% do valor das passagens.” A arrecadação recebeu também a colaboração da Polícia Militar (PM), de terceiros, mas, não teve apoio de nenhuma empresa privada. Alguns membros da equipe venderam camisas com estampas sobre o Jiu Jitsu, para aumentar a angariação. Outros venderam kimonos e doaram a quantia para o fundo. “O Inácio é professor e atleta. É como um pai para nós, nos ajuda muito quando precisamos, sem falar nos projetos que desenvolve com crianças carentes da cidade. Tudo isso nos inspirou a dar este apoio moral e financeiro para ele”, diz o aluno Daniel Cimas.


Terça-feira, 15 de Agosto

Esporte

Estádio Municipal passa por reformas

Foto: Carolina Larcher

Obras visam facilitar entrada e saída do público para evitar aglomerações

Com reformas, estádio vai se adequar às solicitações da PM e do Corpo de Bombeiros

Carolina Larcher O Estádio Municipal Radialista Mario Helênio está passando por reformas que visam facilitar a entrada e saída do público evitando aglomerações. De acordo com a assessoria da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), as intervenções começaram esse mês e a previsão de término é para a segunda quinzena de novembro. Para melhorar a segurança, serão implantados um corredor alambrado no Pórtico 1, que irá separar os torcedores da entrada para delegações e arbitragem, além da expansão do estádio na área

de torcedores no Pórtico 3 (visitantes). Apesar disso, as mudanças não irão alterar a capacidade do Estádio, que é atualmente de 31.863 espectadores e recebe cerca de duas partidas por mês, sendo direcionado às competições estaduais e nacionais disputadas pelo Tupi e Tupynambás. Essas intervenções serão tomadas para se adequar às solicitações da população e dos órgãos de defesa social, Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros (CB). A Assessoria da SEL aponta que os pedidos contemplados na reforma atual são para que a segurança seja

garantida em partidas de grande porte no Estádio. A última intervenção será dispor o placar eletrônico, que era uma demanda dos cidadãos a longo tempo. Essa etapa aguarda apenas a assinatura do contrato para a instalação. De acordo com a SEL, com a captação de novos recursos poderão ser feitas outras intervenções e planejamentos para o aprimoramento do Estádio, mas por enquanto estão previstas apenas essas mudanças. A atual administração também realizou recentemente a troca total do gramado do Estádio e a reforma das cabines de TV, vestiários, banheiro, bares, sala de imprensa e construção de cabines de rádio, sendo sua maior alteração desde a inauguração. Segundo a prefeitura, para as reformas de segurança serão utilizados R$ 51.691,77 em recursos do tesouro municipal, enquanto do placar está orçado no valor de R$ 277 mil, vindo de recursos de convênio entre os governos federal e municipal. As obras serão realizadas pela APX Engenharia Ltda e o placar será responsabilidade da Aspect Mídia Ind. Elet. Eletrônica Com. Ltda.

Obras no Ginásio Poliesportivo paralisado devido à falta de verba. Juntamente com o Estádio Municipal Mario Helênio, o ginásio integrará um complexo esportivo projetado de acordo com os padrões para atender eventos nacionais e internacionais. Ginásio deve passar a comportar 5,5 mil espectadores

Foto: Carolina Larcher

A construção do Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos retornou em março deste ano com previsão de término em 18 meses. Agora, as obras partiram para a construção da estrutura da cobertura no segundo semestre. O valor do investimento é de R$ 20 milhões, segundo a prefeitura, incluindo contrapartida de 15% do município. O complexo começou a ser construído no final de 2005, porém precisou ser

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