MERGULHO
DIÁRIO
Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF • Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017 • Edição 01
Reclamações na vizinhança: igrejas se adequam para evitar poluição sonora
UFJF
Inscrição para moradia Estudantil da UFJF vai até o dia 15 de Maio.
Estudantes devem ficar atento ao prazo e documentação necessária para obter o benefício. Pág 7
Foto por Luanny Gonçalves
CIDADE
Forró anima a tarde de hoje na programação da Semana do Idoso .
Comissão Permanente de Defesa dos Direitos dos Idosos organiza evento para levar diversão e conscientização ao público da Terceira Idade. Pág 4
Igreja Internacional da Graça de Deus, em Benfica, investe na acústica
ESPORTES
Uso de tecnologia no futebol divide opiniões O árbitro de vídeo foi utilizado pela primeira vez no Brasil, no último domingo, 7. Pág 11
ECONOMIA
Casamentos movimentam a economia em Juiz de Fora
ECONOMIA
Lojistas da Rua São João se unem em estratégia de vendas para o Dia das Mães
Maio é considerado o mês das noivas, e mesmo em meio à crise o mercado é crescente.
Tática de divulgação conjunta busca o aumento no fluxo de consumidores.
Pág 6
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EDITORIAL
EXPEDIENTE
Seu lar na UFJF A UFJF publicou no início desse mês o edital para a moradia estudantil; a assistência pode melhorar a vida dos estudantes Nayara Martins Ingressar em uma Universidade Federal é o sonho de grande parte dos vestibulandos brasileiros; o ensino gratuito e de alta qualidade torna a disputa por uma vaga a cada ano mais concorrida. Porém, enganam-se aqueles que pensam que o maior desafio é a aprovação. Após o estudante ver o seu nome na lista dos classificados, ele precisa estar preparado para lidar com novas dificuldades. As responsabilidades aumentam; a rotina muda e, para aqueles alunos que vêm de outras cidades, a transformação pode ser ainda mais impactante. Não é fácil ficar longe da família, deixar os amigos, estar em um outro local, com novas pessoas tendo a distância como sua maior companheira. De acordo com dados da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no primeiro semestre de 2015, a UFJF teve cerca de 50,4% dos aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), provenientes de outros municípios; o que representa mais da metade dos admitidos. Morar sozinho em uma nova cidade é uma experiência que nos leva ao crescimento pessoal; além de contornar a solidão e
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driblar as saudades de quem está longe é necessário equilibrar a vida financeira. E nesse quesito é essencial que o estudante de baixa renda tenha o amparo da universidade. A UFJF possui cinco modalidades de apoio estudantil: alimentação; auxílio creche; auxílio transporte; manutenção e moradia. Além do auxílio em dinheiro já oferecido pela universidade aos estudantes oriundos de outros municípios, agora o aluno vai poder contar também com a moradia estudantil. Na página 07 da edição de hoje do Mergulho Diário, você confere as informações sobre a moradia estudantil e o prazo para inscrição nessa modalidade.
Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor Profº Dr. Marcus David Vice-Reitora Profª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Prof. Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenadora do Curso de Jornalismo Integral Profª Drª Cláudia de Albuquerque Thomé Chefe do Departamento de Métodos Aplicados e Técnicas Laboratoriais Profª. Drª. Maria Cristina B. de Faria Professoras Orientadoras Profª. Drª. Janaina de Oliveira Nunes Profª. Ms. Marise Baesso Tristão Repórteres Bárbara Schmidt, Bruna Ogando, Clara Assis, Giovanna Limma, Gustavo Pereira, Lizandra Braga, Luanny Gonçalves, Luiz Carlos Lima, Maria Elisa Diniz, Mariana Carpinter, Thamires Pecis
Ilustração: Divulgação/UFJF
Edição e Diagramação Aline Negromonte Nayara Martins Letícya Bernadete Contato mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612
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Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
ARTIGO
Tão perto, tão longe Aline Sotto Maior Negromonte
Ah, a internet. Desde sua criação na década de 90, ela revolucionou os meios de comunicação e nosso cotidiano. Pense em como era a vida antes da internet. Consegue? Pois este é um privilégio (ou não) para integrantes da geração Y (millenials) ou anteriores. A partir da geração Z, ou quem nasceu depois de 1995, um mundo sem internet é possível apenas na imaginação. Não é à toa que são chamados de nativos digitais, esses sortudos (?). Ninguém discorda que a World Wide Web permitiu um acesso à informação nunca antes visto. Conteúdos tão diversos quanto livros raros digitalizados, como o Livro de Kells, um dos primeiros ilustrados do mundo, música contemporânea taiwanesa, e a arte do grafite finlandês estão disponíveis a um clique de distância. (Ufa!) Isso sem considerar os downloads ilegais. Mais do que isso, há plataformas de conteúdo produzidas e pensadas diretamente para a internet, como os quadrinhos digitais, jogos online e podcasts (conteúdos de áudio ou vídeo). Também existem, é claro, fenômenos na internet que só poderiam acontecer neste meio. Como a Segunda Guerra Memeal, que fez Brasil, Portugal e Argentina se digladiar sobre quem produzia os melhores memes. Até hoje a polêmica permanece sobre o vencedor. Pérolas como a Valesca Popozuda pensadora contemporânea e os infinitos memes da grávida de Taubaté também só se
encontram por lá. A internet, portanto, facilitou muitíssimo a disseminação de conteúdos inimagináveis. Ela também possibilitou conexões inéditas entre as pessoas. O sociólogo britânico Anthony Giddens descreve essa interação: “ à medida que áreas diferentes do globo são postas em interconexão umas com as outras, ondas de transformação social atingem virtualmente toda a superfície da terra”. E haja transformação! Isso é ainda mais visível nas redes sociais, como Facebook, Instagram, Flickr e Pinterest. Há quem argumente, porém, que muitas interações na rede são superficiais, que elas criam uma sensação de acolhimento virtual que não se desdobra na vida em carne e osso. Essa seria uma característica de nossos tempos, voláteis e imediatistas. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em janeiro deste ano aos noventa e um anos, criou o termo “modernidade líquida” para definir nossa época. Ele dizia: “Tudo é temporário, a modernidade (…) – tal como os líquidos – caracterizase pela incapacidade de manter a forma”. Levando esta ideia para as relações humanas, as de amizade, por exemplo, feitas nas redes, são desfeitas com extrema facilidade também - se tornam incertas, líquidas, passíveis de serem descartadas. Os estudiosos ainda estão debatendo sobre os efeitos psicológicos e sociais desta nova configuração das relações humanas.
Alguns são otimistas, como o filósofo tunisiano Pierre Lévy afirma em seu livro Cibercultura. Para ele, a internet, principalmente através das redes, permite que as pessoas partilhem inteligência coletiva independente de ideologia ou política, sem restrições (com exceção da Coreia do Norte, é claro). Ele acredita que a web facilita a disseminação da voz das minorias, com um alcance inédito. O fato de que muitas pessoas não utilizem a internet para motivos informativos ou de entretenimento “culto”, não quer dizer nada, por si, em relação ao meio. Lévy poderia ficar desapontado ao saber que uma moda recente no Instagram é tirar fotos em pontos turísticos com roupas, mas com o bumbum de fora; ou, na Rússia, tirar selfies com poses extremas em edifícios altíssimos. Mas esta é a beleza da web e, por extensão, das redes sociais: liberdade pra produzir, consumir e disseminar qualquer tipo de informação. Claro que atividades criminosas devem ser fiscalizadas e punidas, mas até mesmo a infame deep web possui conteúdos relevantes dentro de suas profundezas. Lá, não se vende só cocaína, também se comercializa livro raro (legalmente). E cabe a quem usa a internet definir como e quando irá utilizá-la, se o uso prejudicará suas relações pessoais “ao vivo” ou não. A web e as redes são a ferramenta, se são uma dádiva ou uma maldição, também depende de você. 2
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Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
CIDADE
Igrejas investem em proteções acústicas para evitar poluição sonora e reclamações na vizinhança Secretaria de Atividades Urbanas registra queda dessas reclamações em Juiz de Fora
Foto por Luanny Gonçalves
Luanny Cristina Gonçalves
Igreja Internacional da Graça de Deus, em Benfica, investe na acústica
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em orações, louvores, cantos e falando mais alto, haverá problema do barulho, não tem como evitar”. No entanto, é possível se prevenir das multas da infração, no valor de R$ 731,79, que aumentam em caso de reincidência e podem resultar em interdição do local. O pastor afirma que tem feito as adaptações necessárias para evitar a saída do som das dependências da igreja. “Mesmo o espaço sendo alugado, colocamos forro acústico, portas de vidro, que ajudam a vedar a saída do som. Assim o barulho praticamente não existe lá fora.” O objetivo é o conforto da comunidade e também dos frequentadores, que, assim, podem ficar mais à vontade. Os moradores da região, no Bairro Benfica, afirmam que já tiveram problemas com outra igreja que atuava anteriormente no local, para a qual foi necessário acionar a fiscalização. No caso da Igreja Internacional da Graça de Deus, o vizinho Alencar Rodrigues, 79 Igrejas católicas têm melhor acústica devido à esrutura.
Foto por Luanny Gonçalves
Mais de 170 denúncias de poluição sonora foram registradas apenas nos primeiros meses deste ano pela Secretaria de Atividades Urbanas (SAU) em Juiz de Fora. Entre elas, há casos de reclamações de igrejas que provocam excesso de barulhos que incomodam as vizinhanças. No entanto, o número específico destes casos não foi divulgado pela assessoria do órgão, que afirmou, apenas, que houve redução dos registros. Isso tem acontecido porque as próprias igrejas têm procurado se adequar, melhorando a acústica, logo que percebem o incômodo provocado no entorno. Essa atitude chama atenção como um possível exemplo de adaptação. O pastor Rogério Luiz Patrocínio, da Igreja Internacional da Graça de Deus, explica que as celebrações religiosas podem atingir volumes elevados: “Quando se usam microfones e instrumentos musicais, realmente o volume é maior. Juntando com as pessoas
anos, que mora ao lado, afirmou que, no início, o barulho também era grande, mas, em pouco tempo, melhorou: “Agora está tudo direitinho. A gente aqui quase não percebe quando está aberto.” No caso da igreja católica, segundo o padre Luiz Vittório, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, a própria estrutura mais ampla e alta permite maior dispersão do som no local. Ainda de acordo com o padre, uma conscientização por parte das instituições e maior proximidade com as comunidades é fundamental para avaliação e resolução desse tipo de problema. A Secretaria de Atividades Urbanas intensificou as ações de fiscalização de poluição sonora na cidade, focando agora em casas noturnas, bares e veículos que circulam em vias públicas com som acima do limite permitido por lei.
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Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
CIDADE
Semana do Idoso traz programação diferenciada
Organização afirma que o baile atende a proposta de levar aos participantes aproximação e lazer.
Bruna Ogando Crédito: Assessoria Câmara Municipal
A entrada no Forró para os idosos é franca e a consumação no local fica por conta de cada participante.
Um forró na House JF é a atração de hoje (10) da Semana Municipal do Idoso. O evento é uma realização da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos dos Idosos e acontecerá das 14h às 18h. As atrações confirmadas são as duplas Allan e Alisson e Janduil e Fabiano. O baile tem como objetivo promover uma tarde de interação e diversão para os participantes. A Semana Municipal do Idoso contou ontem (9) com a homenagem a 23 idosos centenários da cidade na Câmara Municipal. A programação continua amanhã (11) com atividades físicas às 8h no Centro Esportivo do Instituto Metodista Granbery e na sexta-feira (12) com um baile de gala no Cículo Militar, às 14h.
Direitos assegurados A Comissão Permanente de Defesa dos Diretitos dos Idosos da Câmara de Juiz de Fora tem o intuito de garantir o debate acerca de temas que afetam diretamente a vida das pessoas da terceira idade. Além disso, a comissão assegura que a população idosa da cidade possa ter representatividade diante do Poder Legislativo. De acordo com o membro da comissão e gerontólogo José Anísio da Silva, o Pitico, os eventos programados para essa data têm um papel muito importante para toda a população juiz-forana. “Nós desejamos principalmente educar as pessoas para o envelhecimento. Queremos chamar a atenção da cidade para que todos possam refletir
sobre os interesses e anseios das pessoas idosas”, complementa Pitico. A aposentada Maria Tereza Nogueira, de 68 anos, ressalta a importância da conscientização da população não só na Semana Municipal do Idoso: “Têm alguns lugares que ainda não entenderam que precisam prestar mais atenção nos idosos. Precisamos de mais benefícios e, acho que o que mais falta é o respeito e a atenção com as pessoas da nossa idade. Temos que ser bem tratados durante todo o ano.” Maria Tereza também comenta sobre os benefícios que o forró e os outros eventos promovidos podem trazer para quem participa: “É uma oportunidade que a gente tem para sair da rotina e também ter um dia mais animado.”
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Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
ECONOMIA
Lojistas da Rua São João se unem em estratégia para alavancar as vendas às vésperas do Dia das Mães Comerciantes da região central aproveitam a data para lançar uma tática de divulgação conjunta nas redes sociais, buscando o aumento no fluxo de consumidores nas lojas físicas Maria Elisa Diniz Crédito: Reprodução/ Skyscrapercity
relação ao ano de 2016. “O empresário do comércio está mais conservador em relação à expectativa de vendas, a intenção é que se venda pelo menos nas mesmas proporções da mesma data no ano passado”, explica Belotti. Mães de JF devem ganhar roupas
Movimento no comércio no Calçadão da Rua São João
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Com a proximidade do Dia das Mães, o comércio se prepara para potencializar as vendas nesse período. Cerca de 30 lojistas da Rua São João decidiram se unir e promover um sorteio nas redes sociais para atrair seguidores e clientes. O Sindicomércio divulgou que as lojas da região central de Juiz de Fora funcionarão em horário especial, expandindo o horário de atendimento no sábado (13) até às 18h. Os comerciantes da Rua São João lançaram um perfil compartilhado no Facebook e Instagram, onde divulgam todas as lojas. A dona da loja All Pé, Betânia Delvaux, afirma que o comércio da rua como um todo tem apresentado uma queda no movimento. Segundo ela, uma mudança de hábitos dos clientes pode ser explicação, “com a abertura de dois shoppings na cidade , o centro ficou vazio, principalmente no fim de semana. O sábado se tornou deserto na
Uma pesquisa feita pelo Sindicomércio, em parceria com a Masci Consutoria Jr., empresa júnior da faculdade Machado Sobrinho, apontou que grande parte dos consumidores da cidade, 48,85% dos entrevistados, pretende presentear as mães com roupas e sapatos. Os cosméticos vêm em segundo lugar de preferência, sendo escolha de 26,72% dos consumidores abordados. A mesma pesquisa apontou que 20,61% dos entrevistados diz que vai gastar apenas entre R$ 30 e R$ 60 em suas compras.
Rua São João”, aponta Betânia. Para o Dia das Mães, o grupo lançou umapromoção,naqualcadalojaofertou um vale compras, somando R$ 2 mil. O prêmio será dado ao vencedor do sorteio que será feito no perfil da rua no Instagram. Para participar, o concorrente deve marcar amigos na publicação, o que aumenta o Mídias digitais são saída para crise número de visualizações da página. Para os comerciantes da Rua São João, o Dia das Mães vai ser o começo Crise econômica afeta o comércio para a utilização da nova estratégia. A O presidente do Sindicomércio, dona da loja Caricatura Jens, Cláudia Emerson Belloti, atribui a baixa Toledo, afirma que a proposta inicial movimentação relatada pelos lojistas é atrair seguidores para o perfil, como efeito da atual situação econômica que será alimentada com a ajuda de do país. Segundo ele, a crise atinge não uma agência de marketing, com a só o comércio de rua como também os intenção de promover outras ações shoppings, que apresentam um público da rua: “A gente quer mostrar que, mais específico. Apesar do Dia das além de lojas com bons produtos, Mães ser a segunda melhor data para o espaço também oferece uma o comércio, perdendo apenas para o boa experiência de compra para o Natal, não há espera de crescimento em consumidor”, acrescenta Cláudia.
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Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
ECONOMIA
Mesmo com a crise, mercado de casamentos cresce e movimenta o setor no mês de maio
Gastos com eventos no país chegam a R$15 bilhões por ano, segundo Instituto Data Popular Giovanna Lima
O mercado em Juiz de Fora A proprietária de um Centro de Estética de Juiz de Fora, Fabiana Gama, alega que a movimentação das noivas no local chega a dobrar em maio. Por isso, a equipe começa a se preparar desde abril para que o dia da cerimônia seja perfeito para os noivos. “A gente realiza o nosso sonho com o sonho deles, por isso, ofereceremos a melhor estrutura para que eles passem as horas antes do casamento relaxando”, ela conta. A proprietária de um ateliê que confecciona lembranças personalizados. Tamires Freitas, defende que o mercado de casamentos está crescendo: “Não é que as pessoas deixaram de casar com a crise, mas elas estavam mais econômicas.
Foto: Isik Fotografia
O setor de casamentos é um dos que mais movimenta a economia do setor de eventos. De acordo com uma pesquisa do Instituto Data Popular e da Associação Brasileira de Eventos Sociais (Abrafesta) deste ano, o mercado atinge cerca de R$ 15 bilhões em um ano. Entre 2016 e 2017, o crescimento deste mercado no país foi de 10,4%. No mês de maio, a realização das celebrações aumenta devido à tradição do mês das noivas. No Hemisfério Norte, maio é a época da primavera e da chegada das flores, símbolo que costuma ser associado ao amor.
Casamento de Dalyan foi realizado no fim da tarde
Com a melhoria da economia, a tendência é que elas voltem a ter um orçamento maior para utilizar neste momento, melhorando o faturamento das empresas que investem neste ramo.” O preço de se casar em maio Por ser o mês das noivas, tudo que envolve casamento pode inflacionar em maio. Outro fator que altera os preços é o Dia das Mães, comemorado sempre no segundo domingo de maio. O proprietário de uma floricultura de Juiz de Fora, Manoel Sampaio, diz que “as rosas são as mais procuradas no mês de maio para o Dia das Mães, e o preço de cada unidade aumenta em 20%. Mas na hora em que a pessoa vai montar o buquê, com várias uni dades, o preço final chega a dobrar”. Equilibrando os orçamentos Ainda que alguns preços
aumentem em maio, há como equilibrar as contas. Foi o que fez a noiva Dalyan Voltas, que casou no início de maio. Ela percebeu o aumento em alguns setores e compensou em outros, como no salão de festas. Seu casamento foi na tarde de um domingo, por isso, o aluguel do espaço foi mais barato do que se fosse no sábado. Dalyan escolheu maio porque, além de ser o mês das noivas, os entardeceres deste mês são os mais bonitos por causa da estação predominante: o outono. O índice de chuvas no mês também é baixo, fator levado em conta pela noiva, que escolheu casar ao ar livre. Para quem está começando a planejar o seu casamento, Dalyan dá as dicas: começar a se organizar o mais cedo possível faz com que você tenha mais tempo para parcelar as contas até a data do casamento. Negociar com todos os fornecedores com antecedência também pode ajudar a conseguir melhores preços.
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Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
UFJF
Inscrições para Moradia Estudantil estão abertas até segunda Edital oferece 70 vagas para ocupação do imóvel, que será destinado a alunos de outras cidades Crédito: Alexandre Dornelas/UFJF
Luiz Carlos Lima
Prédio da moradia estudantil está localizado no Bairro São Pedro, próximo da UFJF
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As inscrições para o edital de seleção de alunos interessados em preencher 70 das 113 vagas disponíveis nos prédios de moradia estudantil da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) estão abertas. No último dia 5, a UFJF divulgou, através da PróReitoria de Assistência Estudantil (Proae), o edital de seleção. Alunos e participantes de movimentos estudantis revelam pontos sobre o tema. Participante da Executiva Nacional dos Estudantes (Enecos) e membro do Diretório Acadêmico da Faculdade de Comunicação, Caio Ferreira, 22 anos, participou de ocupações na Reitoria da UFJF nos anos de 2015 e 2016 que tinham entre as pautas a implementação da Moradia Estudantil para o campus de Juiz de Fora. Ele avalia que “a moradia estudantil está englobada no tema maior que é a assistência estudantil. Então, dentro disso,
temos de pensar no Restaurante Universitário, moradia, bolsas de apoio, atendimento psicológico e pedagógico. E o que vemos são as universidades pensando apenas no pagamento de bolsas, investe-se muito nisso, mas não é suficiente, pois não consegue desenvolver a assistência estudantil como um todo. Por isso, a ocupação desse espaço pelos estudantes é um avanço”. Todos os estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação presencial da Universidade, no campus Juiz de Fora, podem participar do processo, desde que que estejam cursando a primeira graduação. Até hoje sem uma moradia estudantil oficial para alunos de outras cidades, a novidade parece não atrair tanto a quem já vive em Juiz de Fora por meio de aluguel e repúblicas. Natural de Taubaté, interior de São Paulo, e estudante de Economia da UFJF desde 2015, Carlos Miné,
22, diz que sentiria dificuldade em viver na nova habitação: “Moro em república desde que cheguei a Juiz de Fora, mas sempre tive quarto individual, e isso seria uma dificuldade para mim.” Vinda de Itajubá, Sul de Minas Gerais, Julia Garcia, 20, argumenta que acha difícil uma organização: “Vivo com mais duas pessoas, e já existem problemas de convivência e organização. Se isso ocorre em um apartamento com três pessoas, imagina com mais de 70”, compara. Já o estudante de História, Pedro Henrique de Abreu, aprova e ressalta a importância para os estudantes mais carentes: “É um avanço na política de assistência estudantil da Universidade, especialmente pelo fato de os alunos estarem esperando há tanto tempo. Acredito que só tende a favorecer os estudantes que encontram dificuldades para se manter na universidade. Como se inscrever Para se inscrever, os interessados devem acessar o Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga) até as 18h do próximo dia 15, clicar no ícone do Apoio Estudantil, ler as informações que serão exibidas com atenção, clicar no campo “li e concordo” e, em seguida, em “salvar”. O resultado parcial dos selecionados para ocupar as vagas da Moradia Estudantil será divulgado no dia 1º de junho de 2017, no site da Proae.
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POLÍTICA
TV Câmara de Juiz de Fora promete espaço para população Presidente da Câmara afirma que diferentes setores da sociedade terão lugar na programação Foto Assessoria Câmara Municipal
Clara Assis
Legislativo comemora inauguração da TV Câmara de Juiz de Fora em sessão solene
Acompanhar o trabalho da Câmara e oferecer espaço para a população. Esses são alguns propósitos da TV Câmara de Juiz de Fora, inaugurada na última sexta feira. O presidente da Câmara, vereador Rodrigo Mattos (PSDB), afirma que a data é um marco histórico para o Legislativo da cidade. “Estamos iniciando as transmissões da TV Câmara em canal digital aberto. Todas as atividades realizadas pelos vereadores nesta Casa serão transmitidas ao vivo. Mas não criamos a TV dos vereadores. Não é esse o propósito. A TV Câmara será a TV pública de Juiz de Fora. A população vai poder ver e ser vista. Os mais diferentes setores da sociedade terão espaço na nossa programação”, garantiu. Segundo o diretor de Comunicação da Câmara, Ricardo Miranda, em um primeiro momento, o foco da grade de programação será o conteúdo ao vivo, com transmissões de sessões plenárias, audiências públicas, reuniões e solenidades organizadas pelo Legislativo. Também serão
veiculadas matérias jornalísticas produzidas pela equipe de imprensa da Câmara e notícias de outras casas parlamentares de âmbito estadual. Além disso, Ricardo garante que terá também um espaço para os cidadãos. “Queremos que a população participe. Vamos buscar parcerias que nos ajudem a falar de cultura, esportes, sociedade, entidades religiosas e universidade. Esperamos que as associações de bairros possam fazer um programa para contar suas histórias e também trazer os problemas enfrentados, para criar uma discussão dentro da câmara, de forma que o vereador e a sociedade saibam o que está acontecendo.” A JF TV Câmara exibirá ainda documentários produzidos com apoio de verba da Lei Murilo Mendes e produções do acervo da UFJF. “Tem muito tempo na programação. É muito importante que essas entidades comecem a vir apresentar uma proposta para influenciar no modo de fazer a TV. Deixo aqui o meu convite também para os estudantes de Jornalismo da UFJF que participem
da produção de conteúdo para a TV”, complementa Ricardo Miranda. O deputado federal Júlio Delgado (PSB), que estava presente na sessão solene, destacou a importância da TV não apenas para a população, como também para os vereadores. “É fundamental para agregar valor não só ao trabalho da Câmara, mas ao reconhecimento dos vereadores e acompanhamento do trabalho que estão fazendo. Espero que eles aproveitem esse instrumento de comunicação e que a TV Câmara possa se popularizar em Juiz de Fora.” A participação do cidadão é a principal vantagem do novo canal. As pessoas que antes não tinham a oportunidade de acompanhar as votações e saber o que estava sendo feito, agora terão acesso às informações, votações e audiências, como ressalta ainda Júlio Delgado. “Através da TV Câmara, ele terá acesso ao que faz um vereador, como votam em relação aos assuntos que interessam, como, por exemplo, tarifa de ônibus, IPTU, etc. A postura hoje é muito mais de prestação de contas, do que apenas um debate.” Projeto antigo A proposta já era um sonho desde 1997, que somente 20 anos depois pôde ser realizado. Em 2014 as transmissões das reuniões ordinárias e audiências públicas começaram pela internet e em canal a cabo. Somente na atual gestão, do presidente da Câmara, Rodrigo Mattos, a JFTV começa a transmitir em sinal aberto digital. Além de Juiz de Fora, o canal alcança as cidades de Simão Pereira, Belmiro Braga, Chácara, Matias Barbosa e Ewbank da Câmara. 7
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Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
POLÍTICA
Medida anti-imigraçao de Trump divide opiniões
A bilateralidade de republicanos e democratas nos Estados Unidos é evidenciada pela política do governo do presidente que separa dois grupos com opiniões contrárias Mariana Carpinter
Crédito: Avi Ohayon / GPO
Trump não é simpático a estrangeiros e luta pela deportação de imigrantes ilegais através da política contra imigração
Em reunião com a Chanceler Alemã, Angela Merkel, em março desse ano, o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, evitou tocar no assunto de imigrações por haver discordâncias entre os dois pensamentos, mas ele afirmou que “a imigração é um privilégio, e não um direito”. Antes mesmo de assumir a presidência dos Estados Unidos, Trump já alertava a população que a situação dos imigrantes no país iria mudar. Segundo a política atual do presidente republicano, o pensamento antiimigração decreta a deportação de quem estiver em situação irregular no país, o que representa cerca de 11 milhões de estrangeiros, segundo o Departamento de Imigração Americana. De acordo com dados do Departamento de Segurança 8
Interna (DHS), o mês de março representou a apreensão de mais de 12 mil pessoas em zonas de fronteira. O brasileiro que mora nos Estados Unidos há 28 anos, Alex de Paula, é a favor da política anti-imigração de Trump e afirma que “tem que mandar embora todo mundo que estiver aqui, criminosos que estiverem aqui ilegais. Ele nunca falou que vai mandar imigrante embora, só que estiver ilegal”. Em situação regular no país desde 2011, a brasileira estudante de Ciências Biomédicas da Faculdade de Rochester, em Nova Iorque, Laiz Gomes Novaes, 22, afirma que perderá com as políticas de Trump. Ela não será expulsa do país, mas perderá direitos conquistados anteriormente. “Ele [Donald Trump] praticamente quer que
todos os imigrantes saiam do país. Ele limita muita coisa. Quer cortar um visto que os estrangeiros podem pegar depois que se formarem e também acabar com um plano de saúde que recebemos de graça.” Restrição O professor de geografia Rodrigo Santos explica que, quando uma política é muita restritiva, como a de Donald Trump, o mais comum de acontecer é que ele tente insistentemente colocar em prática o que propôs, mas com a consciência de que nem tudo será aceito. “Vai chegar um ponto em que vai ter que ceder porque a geopolítica funciona assim. É uma reordenação conservadora, mas que nem tudo será efetivado.”
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Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
CULTURA
Foco nas histórias em quadrinhos na “Série Postal” Bárbara Malagoli é a autora da próxima edição a ser lançada, no sábado, dia 13
Thamires Pecis
Ilustração: Pedro Cobiaco
início, meio e fim dentro de um espaço de um cartão-postal, como um desafio estimulante pra fazer quadrinhos”. O projeto, que no início era algo intimista com poucas edições e publicações, tomou grandes proporções quando o jornalista conseguiu ser selecionado pelo edital cultural do Rumos Itaú. Prestes a lançar a quinta edição, cada uma das doze histórias conta com duas mil tiragens, que são distribuídas gratuitamente em livrarias de todo o Brasil. O primeiro ano da idealização termina em dezembro, mas já existem planos para um segundo ano de produção. Em Juiz de Fora, os postais são encontrados na galeria Hiato(R. Cel. Barros, 38 - São Mateus). O segundo postal lançado pela “Série Postais” é o do quadrinista Pedro Cobiato
Segundo o dicionário, a expressão cartão-postal significa “Cartão provido de imagem em uma das faces, ficando a outra reservada à correspondência, frequentemente selado e enviado sem envelope; postal”. Mas o jornalista juizforano Ramon Vitral viu além dessa definição. No seu projeto “Série Postal” ele reúne histórias em quadrinhos em diversos cartões, em que doze quadrinistas contam cada um, uma história diferente em postais que são lançados a cada mês. Ramon conta que a ideia do formato surgiu a partir da vontade de querer editar histórias em quadrinhos. “Por mais de sete anos eu venho fazendo matérias sobre a cena brasileira de quadrinhos, e eu queria montar um projeto que fosse acessível, que fosse
barato ou talvez até de graça e que fosse um exercício de linguagem para os autores que eu convidasse e aí eu cheguei nesse formato do postal”. Achar quadrinistas ideais para embarcar no projeto foi um dos principais focos de Ramon. Ilustradores de diferentes estados e cidades do Brasil foram convidados pelo jornalista afim de mostrar a grande variedade na forma de usar a linguagem das histórias em quadrinhos. Ele conta que queria focar nesse primeiro ano de projeto em autores da geração mais recente de quadrinistas brasileiros. “Eu queria chamar pessoas que eu admirasse o trabalho e que eu acreditasse que fossem aproveitar muito bem esse espaço tão delimitado e que fossem ver esse desafio de criar uma história com
Cenário Brasileiro Não só de autores internacionais vivem as histórias em quadrinhos. Os autores brasileiros foram de extrema importância para Ramon Vitral desenvolver o seu projeto. O professor de histórias em quadrinhos, Afonso Rodrigues, explica que o Brasil sempre teve um quadro significativo ramo, seja no campo da produção e no do consumo “Hoje existe um cenário favorável, implementado pela internet como um todo, que viabilizaram a divulgação de artistas consagrados e também os iniciantes. A oferta é imensa, nota-se pela grande presença de artistas brasileiros em premiações internacionais e em eventos como a Comic Con onde os artistas nacionais são tão idolatrados e consumidos quanto os nomes internacionais já consagrados”. 9
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Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
CULTURA
Hábito de leitura na infância contribui para o desenvolvimento da criatividade, aponta especialista Pesquisa indica que 67% dos brasileiros não tiveram incentivo à leitura quando crianças Crédito: Foto divulgação/facebook
Lizandra Braga
Vínicius Grossos tem o hábito da leitura desde a infância e lança o terceiro livro.
Ler é um hábito. Não se nasce sabendo ler, aprende-se e depois é um exercício diário para continuar no mundo da leitura. Profissionais da área apontam que muitas crianças não adquirem esse costume, o que compromete a sua desenvoltura de criatividade, imaginação, compreensão e comunicação. Pesquisa do Ibope realizada no ano passado aponta que 43% dos brasileiros não haviam lido nenhum livro nos últimos três meses, por isso foram considerados não leitores. Essa situação ainda piora porque 30% dos entrevistados responderam que nunca haviam comprado um livro. Essa realidade está deixando as crianças sem imaginação. Por outro lado, o levantamento mostrou um pequeno aumento no número de leitores nos últimos anos, porém o brasileiro ainda lê muito pouco, a média é de 4,96 10
livros por ano. Ela também mostrou que o livro mais lido no país é a Bíblia, e 67% dos entrevistados responderam que não tiveram uma pessoa que os incentivassem à leitura. A psicopedagoga Cristina Coronha explica que esse é um dos fatores primordiais para que o hábito da leitura seja desenvolvido durante a infância. Ela explica que a criança tem a capacidade de observar e imitar e, quando ela não convive com uma pessoa que sirva de exemplo e que tenha o costume de ler, consequentemente, ela não vai desenvolver esse hábito. Quem também tem um papel fundamental para a formação da criança é a escola. Cristina afirma que poucas apresentam projetos escolares que visam incentivar a leitura. Elas, também, não inserem o aluno em ambientes que favoreçam isso, como, por exemplo, as bibliotecas. Além disso, as escolas indicam em média apenas um livro por ano para as crianças lerem. Como consequência desse baixo índice de leitura, Cristina ressalta uma situação preocupante. “Eu me deparo no meu consultório com crianças sem imaginação”. A criança a partir dos 5 anos desenvolve a função semiótica e simbólica, ou seja, ela passa a criar, fantasiar e imaginar situações e coisas. Porém, quando elas não leem, perdem essa capacidade e conseguem apenas reproduzir. Aos 10 anos, a criança entra no período formal do desenvolvimento. Nessa fase, ela começa a ter uma maior compreensão, criar hipóteses e entender a intenção de um autor, por exemplo.
Entretanto, quando não existe o hábito da leitura, esse processo, muitas vezes, não ocorre, gerando uma defasagem no aprendizado. Por fim, Cristina ainda aponta que a criança que lê apresenta uma boa compreensão ortográfica e gramatical, desenvolvem uma boa expressão, tem a capacidade de autoimagem e uma fala rica e encadeada. Vinícius Grossos, 24 anos, é um bom exemplo de que esse bom hábito dá certo. Ele nos conta que foi influenciado pela mãe. Ela que é professora sempre teve o costume de ler muito e apresentou os livros para ele como um grande prazer. A paixão pela leitura foi tão grande que foi o motivo de escolha de sua carreira, de escritor. Cursando jornalismo, Vinícius já publicou três livros e busca passar a mesma coisa que sente ao ler. “Eu quero que o leitor se sinta da mesma forma que eu me sentia, com vontade e ansiedade de virar cada página do livro”, conta. Quem tem esse sentimento e uma verdadeira paixão por livros é o professor de história Bruno Rezende, 25, ele lê, em média, cinco livros por mês, índice superior à média anual do país. Ele conta que o hábito da leitura surgiu de forma muito natural. Na infância, ganhava muitos livros de presente dos familiares e convivia com primos mais velhos que sempre leram na sua presença. Ele ressalta o papel da família. Também destaca que a literatura precisa ser mais inclusiva e é papel da escola facilitar essa inserção, com bibliotecas receptivas e interessantes aos alunos.
MERGULHO DIÁRIO
Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
ESPORTE
Tecnologia no futebol ainda causa polêmica
Utilização do árbitro de vídeo no Brasil divide opiniões no mundo da bola Por Gustavo Pereira
Crédito: Reprodução / Fifa.com
O uso do árbitro de vídeo foi utilizado pela primeira vez no Brasil, no último domingo, 7, no primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano entre Sport e Salgueiro, sendo definitivo para o placar final. No último lance da partida, houve dúvidas a respeito de um pênalti contra o Sport, e o juiz precisou do auxílio da tecnologia para confirmar a marcação. Além do árbitro de vídeo, há outros avanços tecnológicos que podem ser usados nos jogos, como o uso de ponto eletrônico e o chip na bola. No entanto, a utilização destes recursos ainda causa polêmica, principalmente no futebol. A Fifa, porém, autorizou recentemente a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) a permitir o auxílio do árbitro de vídeo, e a tendência é que ele passe a estar presente em campo já a partir do segundo semestre de 2017. O presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF), Giuliano Bozzano, afirmou que a decisão é positiva e vem para ajudar os árbitros: “Fico bastante feliz, porque acho que os árbitros estão perto do limite humano. O trabalho dos árbitros é monitorado por diversas câmeras nos jogos e, por isso, se a tecnologia não for usada, vai dificultar ainda mais o trabalho dos juízes.” Mas nem todos concordam com a utilização da tecnologia no futebol. É o caso do árbitro da Liga de Futebol de Juiz de Fora (LFJF), Marcelo Enes, que reconhece os avanços da tecnologia, mas pondera o seu uso: “Tem sido muito importante, principalmente para nós árbitros. Mas acho que o lado negativo é que tira a emoção do futebol pelas jogadas polêmicas que sempre existiram
Local onde ficam os árbitros de vídeo
e fazem o esporte ser tão apaixonante” do jogo, como se houve ou não o pênalti, expulsões diretas de forma Parceria CBF e FPF indevida ou não e se foi ou não foi gol. E, já em sua primeira utilização, No primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano, o árbitro no jogo entre Sport de Recife e de vídeo foi usado pela primeira vez Salgueiro, o árbitro José Woshington em uma parceria firmada entre a da Silva marcou um pênalti a favor Confederação Brasileira de Futebol do Salgueiro aos 48 minutos do (CBF) e a Federação Pernambucana segundo tempo, e, depois de seis de Futebol (FPF). O árbitro de vídeo minutos, o pênalti foi confirmado, só deve ser utilizado em lances capitais e o Salgueiro chegou ao empate. Opiniões sobre o uso da tecnologia no futebol O jornalista esportivo da Tribuna de Minas, Bruno Kaehler, usou o exemplo de outros esportes para justificar a tecnologia no futebol: “Eu sou a favor e, para justificar, eu vou usar outro esporte, o tênis, em que os dois jogadores têm direito ao pedido de desafio, e, no caso do vôlei, isso também tem acontecido.” Entre os torcedores, a discussão divide opiniões. Cláudia Oliveira é torcedora do Vasco e é a favor da tecnologia no futebol: “Eu acho, sim, que futebol é emoção, é sentimento, mas pra mim também é verdade. Eu, como torcedora do Vasco, já sofri muito com erros de arbitragem que determinaram até mesmo títulos contra o meu time.” Já Tárik Belline, torcedor do Flamengo, defende a emoção da partida acima de tudo: “O futebol é bom porque ainda não tem interferência da tecnologia, e isso torna o esporte natural, porque o árbitro vai errar e acertar, porque ele é humano, e isso faz o futebol ser tão apaixonante. 11
MERGULHO DIÁRIO
Juiz de Fora, 10 de Maio de 2017
ESPORTE
Arte marcial auxilia e desenvolve o equilíbrio mental
Ganhando cada vez mais adeptos, o Aikidô explora, além da força física, a força intelectual Bárbara Schmidt
necessariamente força física.” Dolores ainda disse que pretende continuar frequentando o Dojô por muitos anos, pois quando está lá se esquece de sua idade e se sente realizada por ter aprendido a usar seu corpo. Além de Dolores, outra aluna faixa preta do Centro Ki-Aikidô é a artista plástica Laura Miranda, de 58 anos, que conheceu o Aikidô durante uma viagem ao Japão. Segundo ela, alguns dos motivos de ter se encantado por essa arte marcial foi o fato de ser uma arte Laura, Dolores e Mõnica: as faixas-pretas que “explora muito uma harmonia e utilizam “saias”, chamadas de “Hakamas”, beleza do movimento corporal, uma por cima do kimono relação de precisão entre mente e treinam técnicas de imobilizações corpo, e uma relação com o outro”. corporais e técnicas com espadas de madeira. Além disso, ainda fazem Arte marcial diferenciada exercícios de respiração consciente, Para muitos, o Aikidô e as artes de relaxamento e de concentração. marciais no geral são sinônimos de luta e defesa pessoal. No entanto, a Sensei Equilíbrio entre mente e corpo Mônica Infante frisa o contrário. Quem pensa que as artes marciais “As pessoas vêm buscar como uma não são para todas as idades, engana- defesa pessoal, mas, ao longo do se. Com 76 anos, Dolores Haschich nosso trabalho, elas percebem que é uma das alunas mais dedicadas da não precisam se defender de nada, Sensei Mônica, e pratica o Aikidô pois você não atacará nada. O desde os 60, já tendo garantido sua objetivo não é vencer o oponente, faixa preta. Dolores disse que se mas sim unificar mente e corpo por apaixonou logo na primeira aula meio do estudo de que “a mente que assistiu, pois sentiu que era move o corpo”, o princípio do Ki. Segundo Mônica, durante as uma oportunidade de renovar seu aulas são ensinadas imobilizações, preparo físico e sua energia corporal. Segundo ela, seu cotidiano usadas apenas no intuito de parar melhorou imensamente desde que um movimento de uma pessoa, não conheceu o Aikidô: “Aprimorou sendo então classificada como um muito meu foco, melhorou minha ataque. A Sensei ainda afirma que percepção, a precisão. Embora o objetivo principal do Ki Aikidô é pequena e delicada, eu sou muito encontrar a paz mental e exercitar a forte. E, para isso, não é preciso vitalidade, ou seja, como é possível ter potência e força de vida no dia a dia. Crédito: Acervo pessoal
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Aikidô: para alguns, “o caminho da unificação da energia da vida”, para outros, “o caminho do espírito harmonioso”. Criada no Japão, nos anos 50, durante o pósguerra, essa arte marcial tem como objetivo combinar movimentos leves e precisos, redirecionando a força de um adversário, em vez de combatê-la diretamente. Outro importante atributo desta arte é seu apego ao desenvolvimento espiritual e intelectual. Todas as variações do Aikidô Tradicional são praticadas no chamado Dojô (palavra japonesa que significa “local do caminho”). Em um deles, no chamado “Ki Aikido - Centro de Deselvolvimento de Ki”, a Sensei, professora Mônica Infante, ensina os princípios dessa variação do Aikidô, desde 1996. Nesta época, Mônica era bailarina profissional e buscava uma nova forma de conhecer e aprimorar seus movimentos corporais, para auxiliar no seu processo de criação artística. A bailarina se encantou pela arte marcial e nunca mais a abandonou. Hoje, 22 anos depois, Mônica diz que consegue estabelecer uma relação mais calma, mais verdadeira, e mais conectada com o outro e com seu entorno. “Ele traz um centramento, um bem-estar. Eu consigo hoje não reagir imediatamente a situações desconfortáveis, ser mais calma e mais precisa”. No Ki Aikido a principal preocupação é exercitar seu próprio Ki, que pode ser entendido como um direcionamento mental da sua energia física, sem tensão muscular. Durante uma aula, os “aikidocas”