mergulhodiário Foto: Rafael Antunes
09 de maio de 2016
Edição 10
Facom/ UFJF
Mais de 180 mil mineiros atualizam cadastro eleitoral em uma semana
Fluxo nos cartórios eleitorais foi intenso nos últimos dias | Página 3
Dia das Mães movimenta comércio juiz-forano Foto: Bruna Luz
CULTURA
Colecionadores compartilham paixão com familiares e influenciam suas preferências Página 8 e 9
UNIVERSIDADE
UFJF inicia segunda edição do Programa de Formação Empreendedora Comeciantes ainda contabilizam resultado das vendas | Páginas 4
Página 5
mergulhodiário
09/05/2016
OPINIÃO
Editorial
EXPEDIENTE
O que faz um bom jornalista? Parafraseando a clássica frase “no fim, a vida passa diante de nossos olhos”, tudo o que passamos ao longo das últimas dez edições vem à tona ao concluirmos a primeira etapa do “Mergulhão de Impresso”. Pautas caíram, colegas nos deixaram, a internet falhou, a luz acabou, fontes não responderam e conflitos não faltaram, mas o compromisso com o leitor jamais deixou de ser nossa prioridade. Afinal, o que seria de nós sem vocês? Contudo, mais do que nunca fomos confrontados com alguns dos questionamentos e dilemas que assolam o exercício jornalístico. Semelhante a uma experiência de autoconhecimento, vivemos uma crise de identidade, na qual somos levados a refletir sobre o papel do jornalista num cenário cada vez mais “caótico” no que diz respeito à troca de informações. Quem somos nós nesse processo? Quem devemos ser? Quem podemos ser? Quem realmente somos? A diferença entre teoria e prática, acadêmico e profissional, imaginário e real, torna-se cada vez mais evidente à medida em que nos aproximamos de nossa formação e entramos em contato com “o mundo lá fora”. Ligados ao passado, ten-
tamos nos preparar para o futuro, mas ainda sem entender as revoluções que acontecem ao nosso redor, embora estas aconteçam, em alguns casos, sem que nossos sentidos sejam capazes de percebê-las. Enquanto isso, uma nova oportunidade de participar desse processo evolutivo nos é apresentada como a próxima tarefa da disciplina: produzir uma revista. Assim como no Mergulho Diário, nos comprometemos a cumprir nossa função como porta-vozes da informação, valorizando uma abordagem diversificada quanto às nossas fontes, rica em dados e verídica diante dos fatos, na esperança de que você, caro leitor, continue a nos acompanhar. Para concluir nossa reflexão, deixamos aqui alguns questionamentos que podem suscitar um importante debate na sociedade dos tempos de hoje, não só entre aqueles cuja vida está intimamente ligada à comunicação. Qual é a filosofia dos jornalistas? O que é a realização profissional para um jornalista? O que faz um bom jornalista? Estamos formando bons jornalistas, ou apenas perpetuamos aquilo que tanto criticamos?
Reitor
Prof. Dr. Marcus David
Vice Reitora
Profª. Drª. Girlene Alves da Silva
Diretor da Faculdade de Comunicação Social
Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira
Vice-diretora
Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes
Coordenadora do Curso de Jornalismo Integral
Profª Drª Claúdia de Albuquerque Thomé
Chefe do Departamento de metódos aplicados e técnicas laboratoriais
Profª Drª Maria Cristina Brandão de Faria
Professores Orientadores
Prof. Me. Guilherme Moreira Fernandes Prof. Me. Rodrigo Fonseca Barbosa
Edição
Bruno Marangon Lucas Guedes
Diagramação
Isabella Gonçalves Naiara Neves
Errata Na edição n°8 (página 4), informamos que a Agricultura Familiar é responsável por 38% de toda produção agrícola nacional. Na verdade, ela é responsável pela produção de mais de 70% dos alimentos consumidos pelos
Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), produzido pelos alunos da disciplina Técnica de Produção em Jornalismo Impresso
Reportagem brasileiros, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Os 38% apresentados relacionam a Agricultura Familiar à geração total de receita dos estabelecimentos agropecuários do país.
Bruna Luz Bruno Paiva Débora Alves Lucas Guedes Moisés Fialho Rafael Antunes
Contato:
mergulhodiario@gmail.com facabook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612
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09/05/2016
POLÍTICA
Mais de 180 mil mineiros atualizaram cadastro eleitoral Processo de alteração terminou na última semana; resultado será auditado pelo TSE
Rafael Antunes Vereador de Juiz de Fora lança curso nesta segunda Cidadãos terão acesso a nove aulas introdutórias sobre temas diversos relacionados a política. Foto: Lucas Guedes
Quem não fez o título pela primeira vez não poderá votar nas próximas eleições.
que não transferiu vai votar no mesmo local e quem não fez o título pela primeira vez, os eleitores novos, não vão votar agora”, disse. Ela salientou que o prazo que venceu na última semana não interfere no pagamento de multas para eleitores ausentes em outros processos: “Quem deixou de votar em apenas uma ou duas eleições, pode verificar esta situação normalmente e pagar essa multa em outra data”, explicou. Vilma informou que a identificação biométrica, que levou centenas de eleitores aos cartórios, não será utilizada este ano: “A biometria não foi necessária porque a eleição de 2016 não vai trabalhar com essa identificação. No entanto, todo e qualquer eleitor que compareceu à justiça eleitoral por este motivo foi devidamente atendido”, concluiu. A partir de agora, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve receber dos órgãos estaduais os relatórios, até o dia 28 de junho. No dia seguinte, começa o processo de auditoria dos dados do cadastro eleitoral, que está previsto para terminar no dia 7 de julho.
Foto: Rafael Antunes
Na última sexta-feira (6), a Justiça Eleitoral finalizou o Cadastro Nacional de Eleitores em todo o Brasil. O processo começou há cerca de dois meses, mas só na última semana, mais de 180 mil pessoas compareceram aos cartórios de todo o estado. Eles deram entrada nos documentos para começar a votar ainda em 2016 e alteraram dados pessoais, como endereço de votação entre cidades da região e zonas de Juiz de Fora e demais pendências. O número final ainda não foi confirmado pela Justiça. O cadastro é o banco de dados do sistema de alistamento eleitoral, que agrupa todo o eleitorado brasileiro inscrito no país e no exterior. Em Juiz de Fora, a exemplo de outras cidades do estado, o atendimento se prolongou durante a noite, nos dois últimos dias, para que nenhum eleitor que tivesse ido a um dos locais deixasse de ser atendido. A técnica judiciária, Vilma Sinott, ainda não tem o balanço de eleitores da cidade que compareceram aos cartórios eleitorais dentro do prazo, mas disse que, quem não foi atendido, não poderá fazer modificações para a próxima eleição: “A pessoa
O vereador Jucelio Maria (PSB) lança hoje (9), o Curso de Cultura Política, voltado para cidadãos que querem aprender o básico sobre a área e seu funcionamento. As aulas pretendem formar uma rede de multiplicadores do conhecimento político, estimular a curiosidade, a busca por conhecimento, a formação humanística e crítica e consolidar a vivência da política como aspecto imprescindível na sociedade. O curso é online e, ao todo, serão disponibilizados nove vídeos, que divulgados todas as segundas-feiras, às 10:30, nos canais de comunicação do vereador, com os temas: “O que é política?”; “Espaço público, privado e bem coletivo”; “Participação Política”; Governo Representativo Democrático”; “Divisão dos Poderes”; “Funções do Legislativo”; “Sistema Eleitoral”; “Políticas Públicas” e “Orçamento Público”.
Jucelio Maria criou curso para que cidadãos entendam melhor sobre política
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09/05/2016
CIDADE
“Dia das Mães” em Juiz de Fora estimula a economia, mas não reaquece o mercado Especialista aponta crise financeira como uma das causas
Bruna Luz Foto: Bruna Luz
pessoas migrassem para o shopping. Mesmo com baixo resultado, o município é especialmente impulsionado por sua dependência do comércio, como indica o economista Fernando Agra. “Uma cidade que tem um setor industrial mais forte não depende tanto dessas datas. Juiz de Fora ainda depende muito pelo fato do comércio ser um grande empregador da cidade”, explica. Impacto econômico
Calçadão fica movimentado em véspera de Dia das Mães
Ontem (8) foi celebrado o Dia das Mães, segunda data mais importante para o comércio juiz-forano, atrás somente do Natal. Para o segmento, o dia é uma oportunidade para alavancar vendas e estimular a economia. Contudo, a expectativa dos comerciantes pode ter sido frustrada pelo cenário de austeridade econômica, que torna o consumidor cada vez mais cauteloso. O comerciante Bruno Rodrigues, comenta que blusas de meia estação, vestidos e batas foram os itens mais comprados, por terem um preço reduzido. E mesmo com um resultado aquém do esperado, ele reitera que a iniciativa de fazer ofertas ajudou a garantir as vendas - mesmo aquelas não direcionadas às mães. “Como estamos com uma promoção de desconto progressivo de até 20%, a maioria dos clientes aproveitou para levar mais peças, garan-
tindo o maior desconto possível na aquisição”, explica o vendedor. “Assim, saiu daqui satisfeito com o presente para a mãe e com seu guarda roupa renovado”, afirma. Segundo a sub-gerente da loja, Juliana Almeida, o movimento este ano teve um decréscimo em comparação aos anteriores devido à crise: “Esse ano as pessoas estão escolhendo uns presentes mais em conta, em torno de 100 a 200 reais”, revela. Além disso, ela pontua que os clientes escolheram a véspera da data para comprar o presente. “O movimento maior foi de última hora, mas o melhor dia mesmo foi sábado, quando o shopping estava lotado e teve muita saída de presentes”. A sub-gerente comenta ainda que, depois das 18h, também foi registrado um movimento expressivo, em parte pelo fechamento do comércio no centro da cidade, fazendo com que as
Estudante de Engenharia Mecatrônica, Raysa Friaça tem o hábito de não comprar presentes para a mãe antes da data. “Geralmente as coisas em datas comemorativas ficam mais caras. E se você esperar uns dias, compra o mesmo presente por um valor menor”. Entretanto, a estudante conta que, este ano, a crise não afetou seu poder de compra, e planeja comprar roupas para a sua mãe, gastando em torno de R$50. Fernando Agra avalia que a atual conjuntura econômica brasileira torna os consumidores mais cautelosos: “A educação financeira desperta mais atenção das pessoas, seja pela inflação que corrói o poder de compra, seja pelo desemprego que tem afetado muita gente”, aponta. Uma pesquisa encomendada pelo Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio) apontou que o item preferido para presentear as mães este ano foram roupas, seguido de cosméticos, flores, joias e objetos de decoração. Segundo a entidade, ainda não há um balanço do resultado da data para o mercado, já que os comerciantes ainda estão contabilizando as vendas. A previsão é de que as informações sejam divulgadas nos próximos dias. 4
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09/05/2016
UNIVERSIDADE
UFJF inicia segunda turma do Programa de Formação Empreendedora em Juiz de Fora
Minicurso é voltado para qualquer pessoa que queira abrir um negócio inovador A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) iniciou a segunda turma do Programa de Formação Empreendedora na última quarta-feira (4), reunindo 30 participantes. O programa tem como objetivo inserir os alunos no mundo do empreendedorismo, dando aos interessados a oportunidade para criação de negócios e a aquisição do conhecimento necessário para o teste da viabilidade técnica, mercadológica e financeira de suas ideias de negócios. Alguns dos projetos selecionados anteriormente são o “Avisa Gás”, sistema que alerta ao usuário quando o gás está acabando; o “Invent”, projeto baseado na criação de impressoras 3D que permitem a utilização de vários tipos de materiais, inclusive biodegradáveis; o “Box Orgânico”, plataforma de compra e venda de produtos orgânicos e o “All Bees” sistema de hardware/software que visa aumentar a produtividade dos processos de fabricação em confecções. Segundo Leonardo Frossard, responsável pela Incubadora de Base Tecnológica (IBT), os projetos que foram selecionados na primeira turma estão bem encaminhados e estão fazendo um trabalho interessante. “A nova turma também me surpreendeu, pois são pessoas muito engajadas. Porém, vale lembrar que os mesmos critérios da edição anterior serão levados em conta, sobretudo o enquadramento das propostas no conceito de base tecnológica.”, comenta.
Divisor de águas Para o projetista Paulo de Domenico Filho, cuja oportunidade de participar do Programa coincidiu com o momento em que foi premiado em um concurso local de empreendedorismo, o aprendizado foi um divisor de águas. “Gostaria de ter conhecido o Centro há 50 anos, pois hoje eu seria outra pessoa. Estudei em uma escola técnica e, consequentemente, minha formação foi pouco direcionada para o aspecto gerencial. O que eu aprendi em três meses de Formação Empreendedora, não aprendi em meio século de vida”, reconhece. Já o graduando em Engenharia Elétrica Leandro Silva considera que a chance de visualizar outros aspectos do empreendedorismo mais a fundo foi um dos grandes atrativos do curso. “Às vezes você tem uma grande ideia, mas não sabe como colocá-la em prática, bem como os passos que antecedem a criação de um negócio. É possível encontrar muito conteúdo sobre o assunto na internet, mas é muito diferente quando você tem alguém lhe instruindo melhor”. afirma ele, exemplificando com atividades como o Canvas de Proposta de Valor, ferramenta para modelagem de negócios. O programa é promovido pelo Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt/UFJF) e é dividido em duas etapas. A primeira, com duração de dois meses, consiste na preparação dos alunos para a criação de uma Plano de Negócios e a qualificação nos temas Empreendedorismo e Inovação. Já na segunda etapa, os empreendedores são instruídos para a criação do Plano, sendo também selecionados sendo também selecionados os projetos com maior potencial tecnológico, mercadológico e financeiro.
Foto: Lilian Delfino
Moisés Fialho
Novos participantes conheceram um pouco mais sobre o programa
Professor português ministra palestras sobre Ambientes Decorativos no Brasil e Portugal A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebe no Instituto de Ciências Humanas (ICH) e no Anfiteatro da Reitoria, nos dias 12 e 13, às 18h, e dia 14, às 10h30, o professor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (UCP), Gonçalo Mesquita S. de Vasconcelos e Sousa. Ele irá ministrar o curso “Ambientes Decorativos em Portugal e no Brasil, séculos XVIII a XX”. O curso é aberto à população, e irá dar certificado aos participantes que tiverem 75% de frequência. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo telefone (32) 3690-2027 da Fundação Museu Mariano Procópio (Mapro), das 8h às 12h e das 14h às 18h. As vagas são limitadas. A oportunidade é ofertada pela Mapro; pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF); pelo Laboratório de História da Arte da UFJF; contando, ainda, com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura (Procult) da UFJF. 5
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SEGURANÇA
09/05/2016
Assaltantes rendem dono de estabelecimento após obrigarem gerente a colaborar
O dono de um bar na Zona Norte de Juiz de Fora foi rendido ontem (8) após assaltantes entrarem em sua casa. De acordo com informações da Polícia Militar, os bandidos roubaram primeiro o estabelecimento, quando renderam o gerente do local, e o obrigaram a ir até a residência do proprietário. Assim, conseguiram convencer a vítima a abrir o portão para que os criminosos invadissem. Os autores levaram duas
televisões, várias espadas japonesas que serviam de decoração, três relógios e quantia em dinheiro, levando também o carro da vítima, usado na fuga. Antes de se dirigirem à residência da vítima, os assaltantes levaram R$ 2.000,00 do caixa do bar, além de dinheiro e pertences dos funcionários. As informações foram repassadas para outras unidades de Polícia, que seguem com o rastreamento.
Assaltantes são capturados após assalto a posto no bairro Cerâmica Após ser acionada nesse sábado (7) pelo COPOM, a Polícia Militar recebeu a denúncia de roubo a mão armada por dois assaltantes a um posto de gasolina localizado no bairro Cerâmica, na Zona Norte de Juiz de Fora. Segundo boletim, os criminosos chegaram ao posto a pé. Após informações de moradores do bairro, a Polícia apurou que os autores do crime escaparam em um carro Gol, encontrado no bairro
Carlos Chagas, na frente de uma residência que foi descoberta ser de um dos bandidos. Após revistar a casa, os policiais encontraram a quantia de R$ 2.242,00 reais, valor aproximado ao roubado no posto, além de R$ 1.100,00 de origem não declarada. Os suspeitos foram detidos e a P.M. confirmou que eram realmente os criminosos, quando as vítimas os reconheceram por fotografia.
Rixas entre bairros provoca morte na Zona Norte e deixa vítima em estado grave na Vila Ozanan Um homem de 27 anos foi encontrado morto no Bairro Benfica na Zona Norte neste domingo (8). Após ser levado para a UPA Norte, foi constatado que teria sofrido uma perfuração abdominal, provocada por arma branca. Posteriormente, a P.M. analisou as imagens do Sistema de Monitoramento e identificou dois suspeitos, sendo que um deles possuía uma faca. A vítima possui passagem pela Polícia por roubo e furto, e a motivação do crime segue em investigação,
com suspeita de ter sido provocada por rivalidade de bairros. Uma vítima de 27 anos segue em estado grave após tiroteio no bairro Vila Ozanan, na região central de Juiz de Fora, neste domingo (8). Outra vítima, de 16 anos, que conseguiu escapar, relatou que os autores dos disparos se tratavam de moradores do bairro Olavo Costa, que são reconhecidos por participarem em brigas de bairros.
Exposição Extremos 05/05 a 02/06 Espaço Reitoria - UFJF
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América MG leva a melhor contra Atlético MG
Foto: Futura Press-Folhapress
09/05/2016
ESPORTE
América Mineiro levanta taça e quebra jejum de 15 anos sem vencer o campeonato
Na tarde de ontem, em Belo Horizonte, o Atlético-MG disputou a segunda partida da final do campeonato mineiro contra o América-MG. O jogo, que aconteceu no Mineirão, terminou com o placar de 1 a 1, com gols de Clayton (Atlético) e Danilo (América). O resultado, somado à vitória do América Mineiro por 2 a 1 no primeiro jogo, deu ao time a conquista do título, quebrando um jejum de 15 anos sem vencer o campeonato.
Foto: Futura Press-Folhapress
Vasco conquista Campeonato Carioca pela 24ª vez
O camisa 14, Rafael Vaz, fez o gol de empate que deu o título ao Vasco
No Rio de Janeiro, o Vasco conquistou, de forma invicta, mais um campeonato carioca. Com o Maracanã lotado, seu adversário era o Botafogo, que já entrou em campo em desvantagem, por ter perdido o primeiro jogo por 1 a 0. Com gols de Leandrinho (Botafogo) e Rafael Vaz (Vasco) a partida terminou empatada em 1 a 1 e deu ao clube cruzmaltino seu 24º título de campeão do Rio.
Santos freia Audax e se consagra campeão paulista
Em São Paulo, pela 22ª vez em sua história, o Santos levantou novamente a taça de campeão paulista. A partida, que aconteceu na Vila Belmiro, foi contra o Audax, time que cresceu durante o campeonato e foi responsável pela eliminação de clubes tradicionais, como São Paulo e Corinthians. O atacante Ricardo Oliveira fez o único gol do jogo, e deu a vitória ao clube da Vila.
confira as edições anteriores do mergulho diário! https://issuu.com/mergulhodiario 7
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CULTURA
09/05/2016
Colecionadores revelam como o hábito reforça laços entre diferentes gerações
Encontro de amantes da atividade reúne até 30 participantes por edição em JF Lucas Guedes (Foto: Divulgação)
podem aparecer”, explica Quesado. “Com o tempo acabei optando por adquirir mais as graphic novels, uma espécie de livro em que o escritor transforma uma história em um livro ilustrado, o que, para alguns é considerado até mesmo uma obra de arte”.
Colecionadores mineiros e de outros estados se reúnem em encontro juiz-forano.
O hábito de colecionar não é algo novo na cultura brasileira e, em alguns casos, pode ser passado de geração a geração, sem interrupção. Embora por vezes, incompreendida, essa atividade pode ser compartilhada entre familiares, reforçando laços entre parentes e influenciando, direta e indiretamente, interesses e preferências daqueles que decidem ou não dar continuidade a esse hobby. Para o neurocirurgião Marcelo Quesado, colecionar é um lazer para os finais de semana, viagens e momentos livres, mas pode contribuir muito até mesmo para o ambiente familiar: “Meus filhos leram não só os quadrinhos que tenho em acervo, mas também revistas e livros, como a coleção completa dos contos dos irmãos Grimm. E essa diversidade de formatos de leitura foi essencial para a educação deles”, reconhece. “Comecei a colecionar histórias em quadrinhos (HQs) quando ainda era adolescente, comprando em bancas e nos famosos ‘sebos’
para completar algumas séries. Cheguei a ter a coleção completa de “Conan, o Bárbaro” lançada no Brasil nas décadas de 70 e 80; além de várias publicações d’”O Fantasma” - um personagem que poucos conhecem; e do “Tarzan” - publicações das décadas de 50 e 60 - que adquiri de outros colecionadores”, conta. Pai de dois filhos, ele revela que com o tempo, começou a ficar difícil “garimpar” entre as lojas que, tradicionalmente, comercializavam nesse segmento: “Naturalmente é difícil encontrar algumas edições específicas, e os sebos de Juiz de Fora têm se especializado cada vez mais em livros didáticos, reduzindo o comércio de HQs, cuja demanda é, de fato menor, sobretudo se tratando das mais antigas”, aponta. “Não há como acompanhar o mercado, pois o volume de produção de quadrinhos é muito alto. A DC Comics, por exemplo, lança inúmeras revistas mensalmente, nas quais diferentes personagens
De pai para filho Quesado acredita que colecionar, independente do que seja, é uma atividade positiva também para os laços familiares. “É muito saudável, pois você compartilha interesses comuns com seus parentes e amigos. Além disso, ter um hobby como esse, que te permite relaxar, mudar o foco, quebrar a rotina e criar um contraponto à correria do dia a dia, também é muito importante”, defende o neurocirurgião. O filho mais novo do cirurgião, Frederico Quesado, confirma que a atividade sempre foi compartilhada pelo pai, que, apesar de zeloso com o que tem, fez questão de dividir com ele e seu irmão mais velho: “Além dos quadrinhos, que sempre pudemos pegar à vontade, meu pai tem uma coleção de canivetes. Toda vez que ele encontra um novo, compra outros dois para nos dar. Mas garanto que nunca nos machucamos”, brinca. “Ele viaja a trabalho com frequência e compra um canivete em todos os lugares aonde vai. Já foi para a França e comprou um clássico francês. Meu irmão foi para a Suíça e ele pediu um Vitorinox - o famoso canivete suíço. Já na Alemanha comprou o tradicional ca-
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CULTURA
09/05/2016 (Foto: Arquivo Pessoaç)
nivete alemão, fazendo o mesmo quando esteve nos Estados Unidos. Essa coleção em particular ele tem desde pequeno, reunindo alguns bem antigos”, ressalta o estudante. Porém, ele admite que a verdeira paixão do pai foi, por muito tempo, as HQs: “Ele sempre foi apegado a elas e isso ficou evidente quando a coleção do Conan foi furtada, algo que ainda o deixa frustrado e chateado”, revela. “Nesse aspecto, acho que sou muito diferente dele e do meu irmão. Mais desprendido, sabe? Colecionar é um hábito bacana, mas exige dinheiro, espaço e cuidado. É algo que me atrai, mas quero fazer de forma diferente”, diz. “Praticamente tudo o que eu gosto herdei do meu pai, incluin- Frederico Quesado foi diretamente influenciado pelas HQs do pai. do as preferências musicais. Ele e chaves perdidas, passando por colecionadores que herdam do pai tinha uma coleção cartões de contato e não só a admiração, mas também de discos de vinil “Ele era a pessoa revistas”, elenca. os itens preservados. Outros pados Beatles, minha “Ele era a pessoa rentes também participam, amigos banda favorita, que mais parecida mais parecida co- são influenciados, tornando essa está aqui em casa comigo que eu migo que eu já co- uma cultura fortalecida”, afirma. até hoje. Essa innheci, pois nunca Ainda segundo ele, os encontros fluência foi direta já conheci, pois tivemos o hábito promovidos pelo Clube - em parnão só na música, nunca tivemos o de jogar coisas fora ceria com a Sociedade Filatélica mas também nos e sempre achá- reúnem de 20 a 30 colecionadores quadrinhos, na tec- hábito de jogar nologia (eu sentava coisas fora e sem- vamos que, em para exporem suas coleções, em alguma ocasião, geral, oriundos da Zona da Mata no colo dele para iriamos usá-las”, e Vertentes, mas, em alguns casos, jogar os primeiros pre achávamos relembra Macedo. até mesmo de outros estados, revideogames da his- que, em alguma “É uma forma de cebendo uma média de 100 visitória, os ‘avôs’ dos se distrair das ma- tantes registrados por edição. “As que eu jogo hoje) e ocasião, iriamos zelas do dia a dia e moedas, selos e álbuns de figuritambém em filmes, usá-las”. se divertir. Acho nhas esportivas são os que mais como Star Wars”, que é da natureza chamam a atenção do público”, afirma. humana se apegar destaca. de alguma forma a alguns obje- “Além destes, também temos HQS, Manutenção da cultura Colecionador de moedas e cédu- tos ou hábitos. É uma forma de álbuns diversos, cédulas, miniaturas las antigas, que vão desde os réis da resgatar uma lembrança, se dis- (carros esportivos e de passeio; avivirada do século XIX para o século trair e passar o tempo com coisas ões; motos e super-heróis), cartõespostais e telefônicos, calendários de XX, até moedas de 1 centavo (reti- que você gosta”. De acordo com o secretário do bolso, imãs de geladeira e muitos radas de circulação há alguns anos), o estudante de Administração Lu- Clube de Colecionadores de Juiz outros”, explica. Costa avisa que aincas Macedo conta que herdou o há- de Fora (Cojufo), Waltencir Costa, da este mês, no próximo dia 21, um bito, literalmente, do falecido avô: a continuidade dos acervos pesso- novo encontro deve ser realizado no “Ele tinha o hábito de colecionar ais entre parentes não é incomum, Centro Cultural Bernardo Mascarevárias coisas, que iam desde lacres sendo uma das principais formas nhas (CCBM - Avenida Getúlio Varde latas de alumínio até chaveiros de se manter essa tradição. “Há gas, 200 - Centro), de 10h às 16h.
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