MERGULHO
DIÁRIO
Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF • Juiz de Fora, 23 de maio de 2017 • Edição 08
Bancos de sangue registram doações abaixo da média com a chegada do inverno Página 11
Mesmo com os estoques abaixo do necessário, a procura pelos bancos de sangue segue intensa POLÍTICA
ECONOMIA
UFJF
Professores federais paralisam nesta quarta-feira contra as reformas do governo
Com aumento da demanda, mercado fitness dobra lucros nos últimos cinco anos
Semana Acadêmica da Nutrição começa nesta quarta-feira com palestras abertas ao público
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
EXPEDIENTE
EDITORIAL
Contribuição intensa e reconhecimento social escasso Luanny Gonçalves
Quando falamos em machismo e sexismo encontramos quem pense que é algo do passado, mas a verdade é que, infelizmente, o assunto não poderia ser mais atual. Mulheres são expostas ao preconceito em diversos setores da vida, inclusive no profissional. No mercado de trabalho, a dificuldade para ocupar determinados cargos de liderança está presente independente da qualificação dos candidatos. A discrepância de remuneração independente das funções também é gritante, e o pior, sem uma justificativa plausível. De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as mulheres brasileiras trabalham, em média, 30 horas a mais do que os homens durante o mês, contadas as atividades domésticas, e na hora do pagamento, em atividades executivas, por exemplo, podem se deparar com diferenças de até 58% no salário pela realização das mesmas funções. Ou seja, além de maior esforço para alcançar o cargo pretendido, após conseguir, manter-se nele também pode ser um desafio se você é mulher. Em casa, no mercado de trabalho, em momentos de lazer ou até mesmo na política, a mulher tem sempre que demonstrar mais preparação para lidar com todos os tipos de situações que lhe são 2
impostas e ainda se preocupar com as possíveis impressões que suas atitudes podem causar. Esse problema é resquício de um regime patriarcal no qual a participação das mulheres na sociedade se restringia aos cuidados com a casa e com os filhos, e que, devido à falta de políticas públicas para maior inclusão da mulher e maior debate social pela conscientização da igualdade de gêneros, ainda gera impactos negativos em nosso dia a dia. Uma avaliação constante é feita sobre nosso comportamento desde os primeiros momentos da vida e segue assim durante todo o tempo, podendo ser acompanhada, inclusive, de cobranças entre as próprias mulheres que, por estarem expostas ao discurso machista, acabam o assumindo e propagando. Mesmo após anos de resistência e luta por evolução da sociedade, o cenário atual ainda nos apresenta diariamente exemplos de desigualdade de gênero e exige mudanças urgentes para a real inclusão social feminina. Um bom começo seria a conscientização pessoal e mudanças particulares de atitudes no cotidiano, atentando para brincadeiras com fundo preconceituoso ou julgamentos sobre “o lugar” da mulher, porque “lugar da mulher”, é onde ela quiser.
Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso. Reitor Profº Dr. Marcus David Vice-Reitora Proª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Profº Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-diretora Profª Drª Marise Pimentel Mendes Coordenadora do Curso de Jornalismo Integral Profª Drª Cláudia de Albuquerque Thomé Chefe do Departamento de Métodos Aplicados e Técnicas Laboratoriais Profª Drª Maria Cristina B. de Faria Professoras orientadoras Profª Drª Janaina de Oliveira Nunes Profª Ms. Marise Baesso Tristão Repórteres Aline Negromonte, Bárbara Schmidt, Bruna Ogando, Clara Assis, Giovanna Lima, Gustavo Pereira, Lizandra Braga, Maria Elisa Diniz, Mariana Carpinter, Nayara Martins, Thamires Pecis. Edição e Diagramação Luanny Gonçalves Luiz carlos Lima Contato mergulhaodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
ARTIGO
Sobre coisas e pessoas
FOTO: PIXABAY
Luiz Carlos Lima
Às vezes queremos conquistar o mundo. Sim, o mundo. Conquistar tudo que sempre pensamos: coisas grandes, feitos de poucos. Mas, às vezes queremos só um pouquinho, coisas que nos façam sentir que temos relevância e somos importantes de alguma forma. E isso é um grande desafio, uma questão que envolve diversos fatores e que a nossa ação está totalmente atrelada. A pergunta que tem me passado a todo instante na cabeça é: ‘o que estamos fazendo para termos o que queremos?’ Estamos geralmente esperando que as coisas boas, que tanto queremos, caiam do céu como num truque de mágica. Mas o que estamos, de fato, fazendo para que isso ocorra? Sem rodeios. Sem voltas. O que estamos diretamente fazendo para que venham até nós as coisas que realmente, verdadeiramente nos trarão felicidade e paz? Somos capazes de um milhão de coisas neste mundo, mas nem sequer tentamos cem. Que receio, medo ou outra coisa inexplicável é essa que nos faz temer, nos faz desviar do
nosso objetivo, do nosso sentimento de dever cumprido? Poucas coisas são tão valiosas neste mundo quanto o tempo e o pior de tudo é que ele passa, não para e, definitivamente, não volta. Temos de ter em mente o quão relevante é esse aspecto em nossas vidas e em tudo o que podemos fazer. Se nós queremos algo, de verdade, se temos certeza de que aquilo vai nos fazer feliz, vai nos preencher de qualquer modo, vai fazer valer a pena todo o esforço que teremos para conseguílo, então, façamos. O “e se” já não é uma alternativa, isso é para pessoas imaturas, pessoas que não sabem o que querem. Nós sabemos, não? Pois então, não esperemos mais, não tomemos caminhos mais longos ou simplesmente não fiquemos passivos por chances que talvez nunca virão a ocorrer. Mesmo aquelas coisas que pensamos ter vindo de forma tão fácil tiveram uma grande parcela de culpa de nossas pequenas atitudes, mínimas talvez, que para nós não
foram absolutamente nada. Apenas mais uma ação normal que não tivemos chances de pesar, de termos medo ou fazermos errado. Apenas fizemos. Mas aquelas não eram as coisas que realmente desejávamos, não é mesmo? Eram coisas boas, que gostamos. Mas não o que efetivamente queríamos. Poucos sentimentos no mundo são tão gratificantes quanto o de dever cumprido, de que fizemos tudo e mais um pouco pelo que desejávamos ter ou ser. Jamais nos arrependeremos disso. Jamais olharemos para trás como tendo sido um passado nebuloso ou perdido. Jamais! Então, façamos! Sim, pra já! Apenas saibamos bem antes de nos empenhar se aquilo que queremos de fato vale à pena, se vale nosso esforço e o nosso tempo. Mas, se ao final as coisas não saírem como havíamos planejado, teremos um bom sentimento dentro nós e que poderemos dizer com segurança: “Pelo menos fiz tudo o que poderia fazer. Estou tranquilo”. 3
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
POLÍTICA
Professores e técnicos administrativos paralisam amanhã contra as reformas do governo
Objetivo é pressionar autoridades para que não aprovem as reformas trabalhista e da previdência Clara Assis Foto reprodução facebook Apes
Professores em ato público, realizado em março, contra a reforma da previdência
Os professores federais e os técnicos administrativos irão fazer uma paralisação amanhã, 24, em protesto contra as reformas trabalhista e da previdência. Hoje, os técnicos administrativos já pararam suas atividades, como foi votado em assembleia no último dia 18. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores TécnicoAdmirativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (SINTUFEJUF), Paulo Dimas, afirmou que o movimento tem como objetivo “pressionar o governo para adiar ou até mesmo não votar a reforma trabalhista junto com a reforma da previdência”. Hoje às 11h30 terá um ato em frente ao Museu de Arte Murilo Mendes para convidar as pessoas à participarem da paralisação de 4
amanhã. Na UFJF, o restaurante universitário hoje funciona em esquema de roletaço e amanhã não abrirá. Os ônibus circulares da Universidade também não funcionarão hoje e amanhã. Um grupo entre professores e técnicos viaja amanhã para Brasília, em apoio ao Ocupe Brasília, e lá irão participar de protestos previstos. Segundo nota no site da Associação de Docentes do Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), “os docentes entenderam que devem lutar pela realização de nova greve geral já, como necessidade urgente para a vitória contra os ataques aos direitos”. O diretor da Apes, Rubens Rodrigues, afirmou que o ato de amanhã será para conscientizar e reforçar os movimentos de Brasília. Segundo ele, às 17h haverá panfletagem no Parque
Halfeld. Rubens afirmou ainda que a assembleia aprovou a parasalisação, e todos os professores deveriam aderir. Porém, a faculdade de medicina, bem como outros cursos, não confirmaram a paralisação até o momento. O professor da Faculdade de Educação da UFJF, Álvaro Azeredo Quelhas, explica porque acha importante esse movimento: “Eu apoio integralmente a paralisação, porque ela é uma forma legítima de mostrar a insatisfação popular contra as reformas que estão em curso no congresso e que atacam diretamente o direto dos trabalhadores. Além da relevância política, acredito que essa paralisação tem também um forte caráter pedagógico e educativo, para mostrar, principalmente para os jovens, o quanto é necessária a mobilização coletiva.”
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
POLÍTICA
Pesquisa de mestrado busca evidenciar o machismo no impeachment da ex- presidente Dilma Rousseff Segundo pesquisa do PMI, o ambienmte político brasileiro ainda tem predominância masculina
Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
Maria Elisa Diniz
Retração da mídia no processo de impedimento de Dilma levou em considereração aspectos de gênero, fazendo uma cobertura machista
A pesquisa de uma aluna do mestrado em Comunicação da UFJF investiga como o machismo pode ter interferido no mandato e processo de impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff. Através do recorte de capas e matérias de grandes revistas, a pesquisadora Bárbara Nunes procura evidenciar a misoginia presente na representação da primeira mulher a ocupar o maior cargo eletivo do país. Em sua análise, várias situações demarcaram o tratamento preconceituoso no governo. “Seja o deboche dela como uma mulher sem vaidade, que foge do estereótipo da mulher ideal ou as dúvidas acerca de sua capacidade para gerir o país por ser mulher”, exemplifica. A pesquisa está em fase de resgate e reunião de conteúdo que sustentem a hipótese. Bárbara explica que “antes de evidenciar a forma como a mídia retratou
a presidenta, cabe analisar todo o histórico de opressão e submissão em que a mulher foi obrigada a vivenciar durante séculos”. Segundo a mestranda, ainda há muita pesquisa a se fazer para aprofundar a retração midiática entre o impeachment de Dilma e o iminente impedimento de Michel Temer, mas que já é clara a diferença de tratamento entre os dois. “Episódios como o ‘tchau querida’ e as paneladas durante os pronunciamentos da ex presidenta já são alguns dos indícios de que houve misoginia no processo”, acrescenta Bárbara. A mulher no cenário político O Brasil ocupa a 115ª posição no ranking mundial de presença feminina no Parlamento dentre os 138 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI). Em 2016 , apenas 9,9% do Parlamento
federal brasileiro era composto por mulheres. Em Juiz de Fora, nas últimas quatro gestões que antecederam a atual, apenas uma mulher ocupou a posição de vereadora. Na última eleição municipal, duas mulheres foram eleitas para o cargo e ambas receberam o maior número de votos. A vereadora Sheila Oliveira, que foi a mais votada, já trabalhava em um ambiente predominantemente masculino antes de ser eleita, como delegada da Polícia Civil. “Apesar das pessoas estarem reconhecendo que a mulher tem seu lugar a sociedade, isso ainda é muito pouco. Nós temos uma responsabilidade muito grande de mostrar que a gente tem capacidade de fazer um trabalho diferenciado”, colocou Sheila, destacando que ocupar essa posição é um desafio constante. 5
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
ECONOMIA
Venda de produtos fitness dobrou nos últimos cinco anos
No Brasil, o mercado de alimentos saudáveis movimenta 35 bilhões de dólares ao ano Giovanna Lima Foto: Giovanna Lima
Apesar dos produtos fitness serem até três vezes mais caros do que os alimentos comuns, mercado apresentou crescimento
quanto à saúde, além da maior abrangência de público consumidor hoje em dia. “Antigamente, a gente atribuía muito este tipo de consumo às classes A e B, mas nós notamos que cada vez mais as pessoas de todas as classes sociais estão aderindo a uma alimentação saudável”, observa o lojista. Outro caso de empreendedorismo no ramo é o do empresário Dimas Rodrigues. Seu negócio funcionava somente através de redes sociais, mas a crescente demanda em Juiz de Fora o motivou a abrir um espaço físico. “Nós começamos desenvolvendo receitas para substituir os grandes vilões, como o brigadeiro, o creme de chocolate com avelã e o brownie. Crescimento dos investimentos O empresário Flávio Zeringota Hoje, já temos mais de 25 cadastros possui uma franquia que vende interessados em se tornar franquia produtos destinados a uma da loja”, conta. alimentação saudável em Juiz de Fora. Ele afirma que a curva de vendas O preço de ser fitness A comerciante Monique Rianelli, tem crescido mês a mês por causa da maior preocupação das pessoas 23, afirma que os elevados preços De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisas Euromonitor, as vendas de produtos saudáveis dobraram nos últimos cinco anos. Esses alimentos são os integrais, orgânicos, com alto teor de fibras, nutrientes e vitaminas ou aqueles livres de gordura, açúcar, sal, lactose e glúten. O mercado no país movimenta por volta de 35 bilhões de dólares ao ano, número que supera a Alemanha e o Reino Unido. A expectativa, segundo levantamento do Euromonitor, é de que o mercado de produtos funcionais, que trazem benefícios à saúde humana, tenha um crescimento de 14,8% até 2018.
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dos produtos saudáveis ainda são um empecilho para os adeptos ao estilo de vida saudável. “Uma compra para uma semana com produtos saudáveis que fiz no supermercado ficou em R$ 600. Em outra loja, uma omelete integral custa R$40. Essa questão ainda é bem precária no país”, avalia. Em Juiz de Fora, os produtos saudáveis podem custar até o triplo do preço. Uma coxinha de frango em uma loja de produtos fitness é vendida a oito reais, enquanto que a média de preço em outros estabelecimentos é de quatro reais. Um bolo de cenoura fitness de 250g é encontrado a R$ doze reais. No supermercado, um bolo de cenoura comum, de 198g, custa R$ 3,35. Para a estudante Bárbara Lopes, investir em uma alimentação saudável é ter qualidade de vida. Mas ela fica atenta ao bolso: “Se o valor não for absurdo, vale a pena investir. Para mim, uma boa saúde não tem preço”, considera.
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
ECONOMIA
Mercado vegano e vegetariano cresce 40% ao ano Após Operação Carne Fraca mais pessoas demonstraram interesse por este estilo de vida e segmento vive expansão em Juiz de Fora
FOTO: Reprodução/facebook Ato de Amor
Nayara Martins
Feijoada vegana conta com ingredientes como cogumelo, linguiça de soja e tofu defumado
O mercado de produtos vegetarianos e veganos está em expansão no Brasil desde 2011, ganhando a cada ano um número maior de adeptos e empreendedores interessados em realizar investimentos no ramo. Segundo empresários do setor consultados em pesquisa da Folha de São Paulo, datada de julho de 2016, o crescimento anual deste mercado têm sido da ordem de 40%, mesmo durante a crise. A administradora Nádia Batani, 24, foi vegetariana durante quatro anos; há um ano e cinco meses ela declarase vegana e revela que foi pensando na crueldade da indústria que decidiu mudar seu estilo de vida. Nádia ainda destaca que o mercado de produtos veganos é promissor: “Por enquanto, ainda não existe tanta concorrência; é um nicho de mercado relativamente novo, aqueles que investirem nesse tipo de negócio possuem um potencial de crescimento muito grande e terão a oportunidade de se tornar pioneiros em alguns segmentos do ramo.” O mercado é de fato crescente, Keity Duque, uma das fundadoras do grupo gastronômico Ato de Amor, destaca que o cenário de produtos veganos em Juiz
de Fora, expandiu consideravelmente nos últimos dois anos. “Atualmente, existem estabelecimentos 100% veganos na cidade, o que antigamente não era possível, e também estabelecimentos convencionais que possuem opções vegetarianas e veganas. O público tem exigido isso do mercado, assim como os comerciantes e microempresários perceberam que existem consumidores e decidiram investir no setor e assim, aumentar as vendas.” Normalmente, os adeptos do veganismo e do vegetarianismo têm motivações ideológicas e ambientais, o que é o caso da estudante de biologia Fabiana Luques, 19 anos. A jovem declara ser vegetariana há dez meses e destaca que está em processo
de transição para o veganismo há quatro: “Como estudante de biologia eu sempre possuí um carinho muito grande por todos os animais, quando percebi que esse estilo de vida condizia com aquilo que eu acreditava, comecei a pesquisar sobre o assunto e outros motivos começaram a surgir como a questão ambiental, o que foi de extrema importância para mudar meus hábitos.” Depois da ação deflagrada pela Polícia Federal em março de 2017 intitulada de Operação Carne Fraca, que revelou um esquema de fraude no processamento de alimentos envolvendo mais de 20 marcas dos principais frigoríficos do Brasil, Keity revela que houve um aumento na procura de seus produtos: “Depois dos fatos que ocorreram, aumentou a procura de pessoas querendo esclarecer dúvidas sobre o veganismo, muitas desejam saber se é possível viver sem carne e querem experimentar os alimentos que produzimos”. Na opinião de Nádia, Fabiana e Keity, a operação revelou apenas um pouco do que acontece nos frigoríficos; destacando que a crueldade da indústria de carnes vai muito além do abate de animais, pois não existe uma preocupação com a saúde de seus consumidores, apenas com o lucro.
VEGANO X VEGETARIANO
De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), o vegetarianismo é o regime alimentar que exclui todos os tipos de carne e costuma ser classificado em quatro subtipos: ovolactovegetarianismo, que utiliza ovos, leite e laticínios na sua alimentação; lactovegetarianismo que utiliza leite e laticínios; ovovegetarianismo que utiliza ovos e o vegetarianismo estrito que não utiliza nenhum produto de origem animal. A SBV define o veganismo como vegetarianismo estrito em sua dieta, mas com o diferencial de também não consumir produtos que sejam testados ou gerem exploração e/ou sofrimento de animais para sua fabricação. 7
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
CIDADE
Conheça a Companhia Escola e como ela pode ajudar o cidadão juiz-forano Projeto da Polícia Militar busca preparar pessoas interessadas em atuar de forma combativa nas ruas Gustavo Pereira FOTO: reprodução visual hunt
A formação é feita a partir de matérias específicas de policiamento, com aulas de tiro e de defesa pessoal. Além disso, Major Marcellus destaca que também é feito um trabalho de formação sociológica dos policiais, voltado para a comunidade, para garantir a lei e a ordem da sociedade. Serviços para sociedade
Policiais militares realizam treinamento físico como preparo para o trabalho nas ruas
A Companhia Escola, que está localizada no Segundo Batalhão da Polícia Militar, trabalha com formação e treinamento dos policiais militares para o trabalho nas ruas e seu principal objetivo é a defesa da sociedade civil. A partir da Companhia Escola, através da preparação dos policiais militares, é que são possibilitados serviços preventivos como patrulhamento de áreas de risco afim de evitar furtos, homicídios e tráfico, e também operações nas ruas que buscam garantir a ordem na sociedade. O responsável geral pela comunicação da Polícia Militar, Major Marcellus, explica a principal função da Companhia 8
Escola: “é prezar pela formação do policial militar. Para isso, é aberto um edital, onde todos que querem adentrar no serviço policial, possam passar por uma verificação de sua aptidão física, e após isso, os aprovados recebem um curso de capacitação para o serviço militar.” Como os policiais militares trabalham de forma ostensiva, diretamente nas ruas da cidade, afim de proteger a população, as Companhias Escola possuem um papel importante, já que fornecem um serviço de preparação extra para que os ingressantes possam ter uma melhor formação e conheçam de fato o serviço a ser prestado.
Renan Giovanonni é policial militar há dois anos e conta que foi muito positiva a sua passagem pela Companhia Escola. Renan sempre teve o sonho de defender o próximo e, como sua família tem um histórico de passagens pelo exército, essa foi sua primeira opção desde pequeno. “Eu sonhava com a farda e com a ideia de herói.” Renan também ressaltou a dificuldade para ingressar na polícia militar, principalmente devido ao rigoroso processo físico e psicológico que os policiais são submetidos, pois o que está em jogo na maioria das vezes são vidas em situação de risco. “Estar na rua afim de defender o povo e entrar na viatura para prestar um serviço à sociedade é o que mais me motivou a ingressar para a polícia militar, e quando eu cheguei na Companhia Escola e pude aplicar o que eu sonhava na prática, foi aí que consegui me realizar como pessoa”, conclui Renan.
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
CIDADE
Grupos teatrais se reinventam e resistem para ganhar espaço e atenção do público Grupos teatrais resistem ao boom tecnológico através da reinvenção de projetos sociais para jovens ingressarem no mundo cênico Mariana Carpinter FOTO: pixabay
Grupos teatrais de Juiz de Fora apostam em projetos sociais para divulgar a cultura entre jovens
Juiz de Fora oferece opções culturais para formação de jovens espectadores. Grupos teatrais da cidade oferecem projetos e buscam união entre as formas de comunicação e o fazer teatral, ambos podem progredir de forma representativa na sociedade atual. O cronograma da Funalfa conta com duas ações voltadas ao teatro: Festival Nacional de Teatro e Festival de Cenas Curtas. Segundo a assessoria, a Prefeitura de Juiz de Fora também oferece o programa Gente em Primeiro Lugar, que atende mais de três mil crianças na cidade, em 63 espaços diferentes - escolas, centros comunitários, associações, salões paroquiais, entre outros - de 54 bairros de Juiz de Fora, além de contar com mais de quarenta profissionais capacitados para acompanhar o desenvolvimento. O programa é promovido pela PJF, através da Funalfa e Associação Cultural Arte e Vida (Acav).
Teatro em Juiz de Fora A promoção de eventos teatrais favorece o surgimento de novos grupos. Segundo Felipe Maratori, diretor do Grupo SESC (Serviço Social do Comércio) de teatro, o principal desafio enfrentado pelas equipes cênicas era a necessidade de construir a crença na cultura. “Esse desafio tem se transformado aos poucos, já que hoje várias iniciativas estão convergindo no estabelecimento dessa nova cena, com projetos pontuais de formação que inserem jovens artistas no contexto local”, comenta. Maratori diz ter percebido um aumento considerável na busca pelas artes cênicas e que alguns dos jovens estão “com interesses claros em seguir possível formação técnica e superior” na área. Outro grupo conterrâneo é o Putz!, que trabalha de forma alternativa e, surgiu em 1998 de uma campanha de popularização do governo estadual
a partir da Sindicato de Produtores de Artes Cênicas (Sinparc), de Belo Horizonte. Segundo Tarcísio Dalpa, um dos fundadores da companhia, o que peca no teatro juiz-forano são seus espaços cênicos, que “ou são pouco equipados, ou têm agenda completamente lotada com formaturas, ou simplesmente estão sucateado nas mãos de órgãos privados que não dão a democratização necessária”, afirma. Grupo mais antigo da cidade, com 50 anos de atuação, o Centro de Estudos Teatrais Grupo Divulgação, dirigido por José Luiz Ribeiro, é um grupo voluntário e funciona nas dependências do Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora. Vinculado ao Grupo há 25 anos, existe o projeto Escola de Espectador que visa a formação de jovens espectadores, entre escolas públicas, particulares e projetos sociais, convidando-os para assistir suas peças, através de um sistema de agendamento e doação de ingressos. 9
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
CIDADE
Lojistas da cidade optam por pontos menos privilegiados e investem na redes sociais para atrair o público Devido a alta dos alugueis de lojas em áreas centrais, comerciantes encontram alternativas online
Foto: Divulgação Instagram
Lizandra Braga
Lojista usa Instagram como ferramenta de divulgação, tendo mais de 17 mil seguidores
Para conseguir driblar a crise, alguns lojistas estão trocando pontos privilegiados na cidade, como o centro e os shoppings, por locais não convencionais e investindo nas redes sociais para alcançar seu público. Dessa forma, eles utilizam as plataformas online para atrair os consumidores e gerar interesse pelo produto, fazendo com que o cliente vá até a loja, independente de sua localização. Karina Botezine é proprietária da loja By Dondoka, localizada em um apartamento no bairro Santa Terezinha. Ela explica como foi a decisão de abrir a loja nesse local: “Eu optei pelo apartamento porque eu não teria que pagar aluguel. Então 10
como estava iniciando o projeto, eu tinha que enxugar os custos, e como as clientes tiveram uma aceitação boa em relação ao local, decidimos permanecer neste endereço”. Ela ainda afirma que embora não seja um lugar central, tem a facilidade de ser em uma rua tranquila e com possibilidade do cliente estacionar na porta ou bem próximo do local, o que facilita a ida à loja. Karina conta que as pessoas conhecem a loja através das redes sociais, como Instagram e Facebook, e também pelo boca a boca. Ela destaca que é dessa forma que divulga a marca e através da indicação pessoal as clientes passam a confiar e ter credibilidade na marca. Sobre as redes sociais, Karina afirma que “é a ferramenta mais importante, pois facilita muito o acesso do cliente à visualização das roupas”. A lojista destaca que as plataformas online são essenciais para as pessoas conhecerem a marca, além de auxiliar no crescimento da loja. Eveline Ramos, proprietária da marca Índias do Brasil, também mantém sua loja em um prédio comercial. Quando foi abrir o ponto físico no ano passado, ela levou em conta o custo do aluguel e também a facilidade e privacidade do local, uma vez que ela não precisa funcionar no horário regular do comércio. Além disso, ela destaca que o atendimento ao cliente é mais
personalizado do que em locais mais movimentados. Eveline afirma que as redes sociais, principalmente o Instagram, é “a porta pro mundo”. É através dessa ferramenta que os clientes conhecem a loja e os produtos, além de surgirem novas parcerias para a marca por essa plataforma. A estudante Bruna Netto é usuária das redes sociais e conta que utiliza dessas ferramentas para facilitar suas compras e filtrar os produtos de seu interesse. Antes de adquirir, ela tem o costume de procurar online para conhecer melhor a loja ou peça que está interessada. Ela também utiliza das redes para se manter atualizada sobre o que é tendência e fazer comparação de valores entre as marcas. Redes sociais A analista de redes sociais, Aline Tinoco, explica as vantagens de se investir nessas ferramentas: “Na mídia social você consegue mensurar o resultado de forma precisa e correta”. Além disso, ela destaca que o valor para se investir nas redes sociais é bem menor do que nas mídias tradicionais, como a televisão. Aline, que trabalha há mais de dez anos com marketing digital, afirma que no último ano teve um grande aumento na procura por essas mídias. “Eu acho que agora a população está tomando noção da dimensão e do que pode ser feito na internet”, conta.
Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
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CIDADE
Estoque de sangue cai nos Hemocentros da região com a chegada das baixas temperaturas Mesmo com os estoques abaixo do necessário, a procura pelos bancos de sangue segue intensa Foto: Pixabay
Bruna Ogando
Entre outros fatores, período de férias escolares contribui para que as doações fiquem baixas
motivos principais: “O frio é uma época em que geralmente as pessoas ficam mais gripadas, têm crises alérgicas e em geral se encontram mais adoentadas. Todos esses fatores ajudam os doadores a se afastarem.” Débora também fala sobre algumas das estratégias utilizadas para que esse quadro seja revertido: “Fazemos a convocação por telefone, sempre que possível vamos até as empresas para fazer palestras, procuramos sempre Nos Hemocentros divulgar na imprensa com todos os De acordo com a integrante meios que estão ao nosso alcance”. da equipe de captação e também psicóloga do Hemocentro de A importância da doação A aposentada Maria Tereza Juiz de Fora, Débora Carvalho, a dimuição nas doações de sangue Nogueira não é doadora de sangue, durante o inverno tem alguns mas incentiva seus familiares: Além de derrubar a temperatura, o clima mais frio do inverno também faz cair o número de doadores nos bancos de sangue nos Hemocentros de todo o Brasil. No Hemocentro de Juiz de Fora, os grupos sanguíneos que mais estão em falta são os fatores de RH negativos. Além desses, o sangue O positivo também está em baixa nos estoques porque a procura é muito grande.
“Infelizmente sou diabética e isso me impede de fazer a doação. De qualquer forma, incentivo sempre os meus familiares para que eles possam ser doadores. Além de fazer o bem para o próximo, algumas pessoas próximas a mim já precisaram e eu sei o quanto esse ato pode salvar vidas.” A estudante Eduarda Francisco já precisou de sangue e reconhece como esse ato foi importante: “Eu tenho anemia falciforme e em um momento que estive internada e numa crise foi a doação de pessoas que eu nem conhecia que me salvou. Não dá pra negar a importância da doação de sangue.” Para aquelas pessoas que se vacinaram contra a gripe, a recomendação é para que se espere 48h para a doação. Para mais informações sobre as recomendações para os doadores acesse o site do Hemominas. Critérios para doação: » Estar em boas condições de saúde. » Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos). » Pesar no mínimo 50kg. » Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas). » Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação). » Apresentar documento original. 11
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
UFJF
I Semana Acadêmica da Nutrição terá início amanhã na UFJF Palestras e minicursos serão administrados por profissionais da área e a entrada é aberta ao público Bárbara Schmidt FOTO: pt.freeimages.com
Assuntos como causas e tratamentos para a obesidade, nutrição funcional, modulações hormonais e genéticas serão debatidos
Entender melhor sobre o funcionamento do nosso corpo e sobre a efetividade dos alimentos que ingerimos é importante para expandir o conhecimento sobre nutrição e saúde. Pensando justamente nisso e em aprimorar o aprendizado dos estudantes e profissionais da área, foi criada a primeira Semana Acadêmica da Nutrição, realizada na Universidade Federal de Juiz de Fora. O evento terá início nesta quarta (24) e segue com programação até sexta-feira (26). Um dos organizadores, o estudante Bernardo Lima conta que o objetivo principal do evento é levar aos alunos temas que estão em constante discussão na área, mas que são pouco abordados nas disciplinas do curso, afim de ampliar seus horizontes e melhorar futuras atuações profissionais. “Vamos buscar o conhecimento além da sala de aula. Faremos isso 12
através de palestras e minicursos ministrados por profissionais capacitados e especializados em seus respectivos assuntos”, afirma. Bernardo ainda ressalta que a entrada é aberta ao público, pois muitos dos assuntos não se limitam apenas a quem atua neste meio, sendo a saúde um tema de interesse de todos. Programação Ao longo da semana serão debatidos diversos assuntos, como a nutrição funcional na gastronomia, as modulações epigenéticas e hormonais e a rotulagem de alimentos, por exemplo. A nutricionista Camilla Faria, uma das palestrantes, considera o evento importante para ampliar a visão dos estudantes e “tirá-los da mera teoria, inserindo-oss na prática”. Sua palestra será a respeito do processo inflamatório que causa a obesidade e os tratamentos
dietético e fitoquímico. “Quando as pessoas buscam emagrecimento pensam apenas em parar de comer, sem pensar que a obesidade envolve muito mais do que isso. A obesidade é uma inflamação proveniente do tipo de alimento que você consome e da forma como você o consome. E o corpo nos dá inúmeros sinais dessa inflamação, como celulite, retenção hídrica e enxaqueca, por exemplo”, explica a especialista ressaltando a necessidade de se entender os melhor aspectos de uma doença como essa que é tão falada nos dias de hoje. As inscrições estão sendo feitas a R$ 50 no Diretório Acadêmico da Faculdade de Nutrição. Os inscritos receberão certificado de participação e vão concorrer a um sorteio de brindes dos patrocinadores – Vita Sport, Fullife Nutrition e Idem Per Idem Farmácia.
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Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
CULTURA
Semana de Cinema Italiano exibe filmes contemporâneos e sessentistas gratuitamente
Evento gratuito e aberto ao público acontece na Casa d’Itália, com programação até quinta-feira, dia 25 Aline Sotto Maior Negromonte
Cultura italiana e colônia local A professora de italiano Vera Lúcia Pires Thomaz, que é presidente da Associação de Cultura Ítalo-brasileira, conhecida como “Cultura Italiana”, conta que a iniciativa foi coletiva. Para ela, a Semana é uma maneira de alimentar o interesse na cultura italiana, trazer de volta ex-alunos do curso de idioma e difundir a cultura para a comunidade em geral. A professora completa que há, também, intenção de “resgatar o interesse pela colônia italiana de Juiz de Fora, que está muito dispersa. Precisamos fazer mais eventos para uni-la. Essa não vai ser a única semana, pretendemos fazer também outros eventos, de música, fotografia, palestras. A ideia é a cada seis meses promover um deles." A organização da mostra ficou por conta de Vera e da professora Mariza Fernandes, que escolheram juntas os filmes a serem exibidos. “Escolhemos filmes que contam a vida passada e atual na Itália, além da maioria deles serem de diretores conhecidos, famosos”, conta Vera.
O cinema italiano Editor-chefe do 365 Filmes, rede que desenvolve conteúdo e produtos do universo do cinema, Matheus Guimarães Borges afirma que o cinema italiano é “palco de grandes clássicos”. Para o editor, o cinema italiano não é limitado às amarras de seu período de maior notoriedade, o neorrealismo. “Após uma fase de crise entre os anos 1970 e 80, sua produção contemporânea viveu uma gradativa recuperação de prestígio nacional e internacional”. O festival de Veneza, por exemplo, é o mais antigo festival de cinema e acontece anualmente, sendo uma importante janela para produções contemporâneas. Matheus também completa que uma marca deste cinema é a “presença forte e indissociável da cultura do país nas imagens, sons e histórias que perpassam seus filmes, do drama à comédia. Adentrar essas obras é como ser transportado e vivenciar um pouco da realidade italiana.”
Arte: thaiana fernandes
A Semana de Cinema Italiano começou na última segunda-feira e segue até quinta, com exibições gratuitas de filmes com diretores diversos e de épocas distintas, sendo o mais antigo de 1960. As sessões acontecem na Casa d’Itália (Avenida Barão do Rio Branco 2585) em dois horários: às 17h e às 19h. Opcionalmente, pede-se para levar 1kg de alimento não perecível, destinados à Ascomcer, Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer. De acordo com o designer gráfico e produtor Rafael Moreira, que trabalha no departamento de cultura da Casa d’Italia, a Semana é uma iniciativa independente do curso “Cultura Italiana”, que há mais de 60 anos ensina o idioma italiano na cidade, ministrado nas dependências do prédio. Para o produtor, este evento, assim como outros realizados pela Casa d'Itália faz parte de um “projeto de valorização e difusão da cultura italiana em Juiz de Fora. Valorizar e divulgar de forma democrática a cultura é fundamental para nossa Instituição.”
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MERGULHO DIÁRIO
Juiz de Fora, 23 de maio de 2017
ESPORTE
Muay thai atrai mulheres e desperta o interesse para início de carreira profissional na modalidade
A procura pela qualidade de vida pode se tornar mais do que um simples exercício físico Thamires Pecis
Foto: Jeison Morais via Visualhunt
aquela busca pelo corpo ‘perfeito’.”
A luta, que já ocupa grande parte das academias é uma forma de manter a forma física
Muay thai, boxe e jiu-jitsu têm conquistado cada vez mais fãs nas academias ao redor do Brasil. Mas se engana quem pensa que são os homens que estão lotando as aulas de artes marciais. Mesmo que as lutas ainda sejam vistas como práticas agressiva ou violentas, o fato é que as mulheres não se importam e se tornam cada vez mais adeptas. Uma das modalidades mais populares entre elas, o muay thai é uma arte marcial tailandesa que trabalha com todas as partes do corpo para atacar e defender. Uma hora de aula, de acordo com profissionais da área, pode eliminar cerca de mil calorias em quem está praticando o esporte. A luta está 14
tão em alta que algumas academias dedicam espaço exclusivos para os treinos, ao passo que antes revezavam salas com outras atividades. O atleta e professor de muay thai, Delmar Silva, destaca que em suas aulas, cerca de 60% das turmas são compostas por mulheres. Segundo ele, em um primeiro momento, elas buscam por estética “O muay thai define bem o corpo, já que essa modalidade é a mais completa que existe, depois da natação. Então, serve bem para o que as mulheres procuram a princípio. A primeira proposta da luta para as meninas que estão começando é a boa forma física. Elas procuram o esporte para se manterem bem condicionadas, é
Desejo profissional Mulheres de diferentes idades têm procurado as aulas de luta. E muitas vezes, o que para elas começa somente com uma prática de exercício físico e diversão, acabada gerando interesse em participar de competições amadoras ou profissionais. “Depois de um tempo, elas acabam querendo se testar. Depois da categoria que abriu no UFC para as mulheres, as pessoas acabam enxergando que não é uma violência gratuita, que tudo o que a gente faz é para preservar o atleta. Então, principalmente a partir daí as mulheres começaram a querer lutar também, e muitas de forma profissional”, explica o professor Delmar Silva A estudante e atleta, Joelma Oliveira, é um exemplo dessa vontade. Ela conta que começou a praticar o esporte por curiosidade, mas logo se interessou e com pouco tempo fez sua primeira luta. “Eu comecei por curiosidade mesmo, porque eu tinha um namorado que treinava, então depois de um tempo comecei a me interessar. Me matriculei e passei a fazer mais pela parte aeróbica, mas com o passar do tempo eu senti vontade competir. A partir daí, fiz a minha primeira luta e agora estou indo para a segunda. O meu objetivo é fazer uma luta profissional até o ano que vem”, ressalta.