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MERGULHO

DIÁRIO

Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF • Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017 • Edição 02

Reitor garante finalização da obra da Faculdade de Comunicação este ano Foto: Luanny Gonçalves

A UFJF sofreu redução de verba para o ano de 2017, mas a obra está entre as prioridades POLÍTICA

CIDADE

CIDADE

Ex-presidente Lula depôs ao juiz federal Sérgio Moro em Curitiba

Campanha de Vacinação contra a gripe atinge número abaixo do esperado

ENEM registra quase dois milhões de inscrições até o terceiro dia

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EDITORIAL

EXPEDIENTE

Embate político em Curitiba Ex-presidente Lula depôs ontem (10) em Curitiba ao juiz federal Sérgio Moro e disse que todas as acusações se tratam de perseguição política

Reitor Profº Dr. Marcus David

Bruna Ogando

O momento político que o Brasil vive é bastante delicado e efervescente. Em tempos de Operação Lava-Jato, Operação Ficha Limpa e outras medidas que têm o objetivo de fiscalizar os políticos que nos representam, percebemos que a crise política no país torna-se cada vez mais evidente. O último acontecimento que tem movimentado e dividido a opinião dos cidadãos é o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, na Lava-Jato. O que acontece é que esse depoimento envolve um expresidente que, de fato, construiu uma história e deixou sua marca no país (que muitos discutem se foi positiva ou negativa). Quando falamos no julgamento de Luiz Inácio Lula da Silva, nos referimos também ao PT e à sua trajetória enquanto presidente. Podemos dizer que esse depoimento ganhou um significado atípico. O assunto ganhou a capa dos jornais, das revistas e foi assunto para muitas discussões nas redes sociais. Um dos exemplos é uma ilustração em que aparecem em posição de combate o expresidente Lula vestindo máscara e calção vermelho, cor do PT, e o juiz Sérgio Moro, com trajes azul e amarelo, cores do Brasil e dos partidários do impeachment que tiraram os petistas do poder em 2016. Foi com essa moldura que,

Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso.

no fim de semana, o juiz usou uma página do Facebook para pedir que os apoiadores da LavaJato não protestassem em Curitiba. Na capital paranaense foram instalados diversos cartazes com falas contrárias ao expresidente. Um outdoor dizia: “Seja bem-vindo! A República de Curitiba te espera de grades abertas.#somostodoslavajato.” O clima instaurado foi de tensão nas últimas semanas, o que refletiu nos atos pró e contra o ex-presente. A postura do juiz Sérgio Moro também tem dividido opiniões, pois há quem afirme que ele é o verdadeiro heroi da Pátria, enquanto outros acreditem que o juiz já está extrapolando as atividades que estão sob sua competência. O depoimento de ontem (10) tornou-se também um embate político: de um lado, o representante da classe trabalhadora que nega todas as acusações feitas a ele, que englobam o recebimento de propina e outras vantagens indevidas; do outro, um juiz que diz querer limpar toda a corrupção do país e que fala diretamente aos apoiadores. Enquanto as pessoas se dividem para debater de que lado estão, várias reformas são propostas no Brasil. O combate entre o “bem e o mal” desvia a atenção dos cidadãos para os seus direitos que não estão sendo defendidos.

Vice-Reitora Proª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Profº Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-diretora Profª Drª Marise Pimentel Mendes Coordenadora do Curso de Jornalismo Integral Profª Drª Cláudia de Albuquerque Thomé Chefe do Departamento de Métodos Aplicados e Técnicas Laboratoriais Profª Drª Maria Cristina B. de Faria Professoras orientadoras Profª Drª Janaína de Oliveira Nunes Profª Ms. Marise Baesso Tristão Repórteres Bárbara Schmidt, Bruna Ogando, Clara Assis, Giovanna Lima, Gustavo Pereira, Lizandra Braga, Luanny Gonçalves, Luiz Carlos Lima, Maria Elisa Diniz, Mariana Carpinter, Thamires Pecis. Edição e Diagramação Bárbara Schmidt Bruna Ogando Contato mergulhaodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612


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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

ARTIGO

E-commerce: uma estratégia para fugir da crise Bárbara Schmidt

FOTO: PIXABAY

Imaginar hoje em dia nosso cotidiano sem a internet é praticamente impossível. Estamos conectados o tempo todo e sempre damos um jeitinho de resolver quase tudo com a ajuda do mundo virtual. É por isso que, nos últimos tempos, todos os segmentos possíveis estão investindo em sua popularização via Internet, das mais diversas maneiras. Principalmente os lojistas, que, muitas vezes, abrem seus negócios exclusivamente pela Internet. A maioria dos comerciantes que abre mão de investir em lojas físicas consegue, apenas através do meio virtual, equiparar-se ou até superar as vendas de quem faz a opção inversa. É o chamado E-commerce. No Brasil, o comércio eletrônico fechou 2016 com um faturamento de R$ 44,4 bilhões, apresentando um crescimento de quase 8% em relação aos números registrados em 2015. Este ano, segundo a expectativa da Ebit (Earnings Before Interest & Tax), a empresa de informações sobre o varejo eletrônico, o faturamento

do comércio eletrônico no país deve crescer de 10% a 15% Esses dados só comprovam que optar por investir em redes sociais e sites é algo indispensável para quem quer sucesso para o seu negócio nos dias atuais. Uma das vantagens principais desta opção de investimento é a economia de gastos envolvidos, uma vez que a locação de um espaço e a infraestrutura necessária para mantê-lo, principalmente no momento de crise, como a que o país enfrenta, atinge preços intimidadores. Além disso, o E-commerce facilita o contato do empreendedor com seu público e provém mais conforto para o consumidor, que, muitas vezes, não tem tempo de ir atrás de uma determinada loja e de experimentar roupas no local. Hoje sabemos que um site com boa navegabilidade tem se mostrado mais rentável do que um ponto valorizado em um shopping. Afinal, a Internet possibilita um alcance enorme para as mercadorias nela comercializadas e ainda faz com que elas estejam

muito mais presentes no cotidiano do comprador, através de postagens diárias e anúncios patrocinados. Além disso, o E-commerce incentiva a fidelização do cliente, por constantemente oferecer cupons de desconto, programas de recompensa e por, muitas vezes, estabelecer parcerias com personalidades conhecidas, o que acaba afetando o consumidor positivamente. Os custos para começar seu próprio comércio online variam bastante, mas, segundo levantamento comercial do site MundiPagg, é necessário, em média, R$5 mil e, como já comentamos, o retorno é extremamente eficaz, embora nem sempre imediato Então, fica aqui minha dica. Se você pensa em investir no meio digital, esse é o momento! Com a economia do país enfrentando um momento delicado, é preciso reinventar os caminhos para uma boa estabilidade financeira, e o E-commerce, sem dúvidas, está no topo da lista das melhores estratégias. 3


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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

UFJF

Reitor garante conclusão do novo prédio da Faculdade de Comunicação para este ano, mesmo com corte de verbas Marcus David diz que o projeto é prioridade devido a demandas antigas que estão pendentes Luanny Cristina Gonçalves

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Crédito: Luanny Gonçalves

A maioria das obras planejadas ou que já estão em andamento nos campi da UFJF, em Juiz de Fora e e Governador Valadares, vão passar por alterações no projeto inicial para redução de custo. Segundo o reitor Marcus David, as adaptações que serão propostas nos planos iniciais são para adequar os gastos à nova realidade econômica do país. Algumas obras, porém, têm um caráter de urgência e serão mantidas na forma original. O reitor esclarece: “A Faculdade de Comunicação faz parte de um conjunto, definido pelo Conselho Superior da Universidade em 2016, de três obras que têm prioridade de conclusão, junto à Faculdade de Educação Física e o Centro de Monitoramento. São obras que certamente serão entregues ainda esse ano.” Para o diretor da Faculdade de Comunicação (Facom), Jorge Felz, a mudança de prédio é urgente para disponibilizar uma estrutura mais adequada para os alunos dos cursos de Jornalismo e o estreiante Rádio, TV e Internet “Nosso prédio é do final dos anos 80, de um tempo que nem se imaginava a internet. Então você tem uma série de dificuldades técnicas e tecnológicas e, junto a isso, o agravante do aumento de vagas, aumento do tamanho das turmas. O prédio ficou pequeno para abrigar tudo que a gente precisa.” A solução para essa questão vem sendo debatida desde 2010 e, para a aluna Luiza Dias, não pode mais ser adiada, pois isso prejudica a formação

Obra está perto da finalização e funcionarios já trabalham no acabamnto do prédio

profissional. “Atualmente eu estou fazendo matéria de produção para TV, somos uma turma grande, de 19 pessoas, e para as gravações só temos duas câmeras o que dificulta muito o processo. Então, a gente espera que, no prédio novo, tenha investimento nesses recursos, também pra poder aprender a mexer aqui, com o que vamos lidar no mercado de trabalho.” Verba reduzida Diante da crise econômica do país, os recursos destinados pelo Ministério da Educação (MEC), para a UFJF esse ano, foram mais baixos que em 2016. Em entrevista anterior, o pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças, Eduardo Salomão Condé, já havia dito que, em uma reunião em Brasília, a redução foi justificada por uma mudança da metodologia de cálculo. “O cálculo era feito a partir da Matriz Andifes, levando em conta a dimensão e quantidade de alunos da universidade

e, a partir daí, eram distribuídos os recursos. Ano passado, não houve uma matriz de cálculo desse tipo.” Além da construção O reitor Marcus David afirma que, além do esforço feito até agora, para cumprir o acordo e dar prosseguimento à obra, outro esforço será necessário para equipar e mobiliar o novo prédio da Facom. “Esse investimento depende do orçamento deste ano e está sendo discutido no Conselho Superior para decidir o montante que será investido para colocar a faculdade funcionando.” Sobre os prazos, o reitor ressalta que estão trabalhando para conciliar a conclusão da obra e a aquisição dos equipamentos para a mudança definitiva da unidade acadêmica, que só pode ser feita durante os intervalos dos semestres letivos. “Por conta disso, é provável que a mudança ocorra no final do ano, na virada do segundo semestre.”


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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

POLÍTICA

Especialistas avaliam que depoimento de Lula a Moro tem caráter mais político do que judicial Ex- presidente prestou esclarecimentos à Justiça Federal em Curitiba, onde é acusado por lavagem de dinheiro e recebimento de propina Maria Elisa Diniz

Crédito: Reprodução vídeo do depoimento cedido pela Justiça

pessoas que trabalham no prédio e a imprensa. Segundo a PM, cerca de cinco mil manifestantes que apoiam o ex-presidente aguardaram a sua chegada para depor. De acordo com os organizadores, foram 20 mil pessoas no ato. As manifestações foram pacíficas, e não houve algum tipo de ocorrência. Situação política

Depoimento durou cinco horas. Lula esteva acompanhado de uma equipe de advogado

Na tarde de ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi interrogado durante cinco horas pelo juiz Sérgio Moro, no prédio da Justiça Federal, em Curitiba. O ex- presidente afirmou sua inocência e reforçou a vontade de se candidatar às eleições presidenciais em 2018. Moro convocou Lula para uma série de audiências que buscam esclarecer dúvidas no processo que investiga a compra do triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá. A Justiça Federal liberou todos os vídeos do depoimento. Cientistas políticos apontam que essa ação pode ter um caráter mais político do que unicamente um processo do Judiciário. Segundo Lula o imóvel não foi utilizado para lavar dinheiro de propina em contratos com a empreiteira OAS e com a Petro bras. O ex- presidente criticou a falta de provas do Ministério Público

Federal (MPF) no processo “O contexto está baseado no Power Point mais mal feito, mentiroso, da Operação Lava-Jato”. Questionado sobre a imparcialidade nas investigações, o juiz Sérgio Moro afirmou: “Eu queria deixar claro, em que pesem algumas alegações nesse sentido, da minha parte, eu não tenho qualquer desavença pessoal em relação ao senhor ex-presidente. O que vai determinar o resultado, no final deste processo, são as provas que vão ser colecionadas e a lei. Quem faz a acusação neste processo é o Ministério Público e não o juiz.” Manifestação Popular A Polícia Militar e a Polícia Federal fizeram um esquema de segurança no entorno do prédio da Justiça Federal. Num raio de 50 metros ao redor do local, só poderiam passar moradores,

Em suas considerações finais, Lula reforçou o desejo de ser candidato às eleições de 2018. “Eu estou vivo e me preparando para voltar a ser candidato a presidente deste país. Eu nunca tive tanta vontade, como eu tenho agora, de fazer mais, de fazer melhor.” O cientista político Paulo Roberto Figueira Leal explica que Lula tem chances reais de emplacar no segundo turno em 2018, caso seja candidato, e que a decisão judicial terá grande peso nesse processo eleitoral: “Se a decisão que o juiz Moro tomar em primeira instância for confirmada pelo Tribunal Superior, isso vai inabilitar a candidatura do Lula, e uma configuração eleitoral com ou sem o Lula é totalmente distinta.” Para Raul Magalhães, que também é cientista político, o que se passa hoje no Brasil na esfera judiciária transbordou seu espaço de atuação. “O que não sabemos nesse momento é se o Judiciário vai sair desse marco importante mais fortalecido como um agente político ou se o Legislativo vai tentar reconduzir essa esfera para o seu campo exclusivo de exercício.” aponta Raul. 5


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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

POLÍTICA

Audiência pública debate principais propostas da reforma política Relator Vicente Cândido defende financiamento público e fim dos cargos de vice Giovanna Lima Foto: Lula Marques/AGPT

Cândido propõe fim dos cargos de vice no relatório da reforma política

A Comissão Especial da Reforma Política realizou, ontem, (10) uma uma audiência pública junto com o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin. Ele é a favor do financiamento público de campanhas eleitorais, um dos principais pontos da proposta. O ministro afirmou que a culpa da corrupção não deve ser atribuída a somente um partido político e defendeu que, para a democracia funcionar, é preciso que o eleitor participe do processo político. O que muda com a reforma O relator da reforma política é o deputado Vicente Cândido (PT). Segundo ele, existem quase seis 6

mil vices no Brasil que totalizam um gasto de R$ 500 milhões por ano, por isso, defende a extinção do cargo em todas as instâncias do governo. Cândido defende também a duração de cinco anos dos mandatos para os poderes Executivo e sem reeleição; 70% de recursos para financiar campanhas eleitorais advindas de recursos públicos e os outros 30% de doações de pessoas físicas e a implementação da lista preordenada. Nesse sistema, os eleitores não elegem vereador, deputado estadual e federal, mas sim, votam em listas previamente ordenadas pelos partidos. O deputado federal Marcus Pestana (PSDB) conta que não acha o momento oportuno para a lista fechada: “Por conta da Lava-Jato e da escassez de recursos para 2018, está se chegando na lista fechada. O problema é que estamos vivendo uma crise profunda, e as pessoas não confiam nos partidos. A cultura é de votar na pessoa, e não no partido”. Quanto ao financiamento público de campanhas, a deputada federal Margarida Salomão (PT) defende: “Com as revelações recentes da Odebrecht, o que fica patente é um perigoso impacto dos interesses empresariais sobre a vida política. Então, é necessário, sim, que o povo custeie o seu sistema político.” O relatório da reforma está em tramitação na Câmara dos Deputados, e a previsão é que seja

encaminhada ao Senado até em junho de 2017. Para que o projeto comece a valer para as eleições de 2018, as propostas devem ser votadas até setembro deste ano. Repercussão em Juiz de Fora “A população não vai aceitar tirarmos dinheiro da saúde, da segurança e da educação para financiar campanhas. Esse ponto só vai beneficiar quem está na diretoria do partido. O dinheiro não vai chegar aos candidatos novatos”, afirma o vereador Charlles Evangelista (PP), sobre a proposta de financiamento público de campanhas eleitorais. “Quando analisamos o Governo Federal, depois do vice, podem assumir o presidente da Câmara dos Deputados, do Senado ou do STF. Se a proposta for aprovada, penso que o povo é quem será chamado para decidir os rumos do nosso país, estado e cidade”, afirma a vereadora Sheila Oliveira (PTC) sobre a extinção dos cargos de vice. “Provavelmente, essas propostas que o Cândido está apresentando vão ter muita dificuldade de transitar entre aquele Congresso de picaretas que existe lá em Brasília. [...] Sem a participação popular, acho que dificilmente nós vamos ter uma reforma política verdadeira nesse país”, opina o vereador Betão (PT), sobre a tramitação da reforma em Brasília.


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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

CIDADE

Saúde aposta no dia “D” para alavancar vacinação Secretaria de saúde promove dia especial de vacinação para tentar incentivar a procura Crédito: Thamires Pecis

Por Thamires Pecis

Um dos locais de vacinação contra a gripe, O PAM-Marechal não registra filas

O dia “D” de vacinação contra a gripe em Juiz de Fora será realizado neste sábado (13), entre 8h e 17h. A data tem o objetivo de aumentar a procura pelas doses, que está abaixo do esperado. De acordo com os dados do último balanço divulgado pela Secretária de Saúde essa semana, somente 37,89% dos grupos alvos da cidade foram vacinados. A preocupação maior é com relação às crianças, que são um grande foco da campanha, e apenas 15,96% desse público foi imunizado. A gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, Michele Freitas, destaca que todos os postos de saúde estarão abertos para a vacinação no dia “D”: “A campanha envolve todas as unidades básicas de saúde, além do PAM-Marechal e do Departamento da Saúde da Criança e do Adolescente,

assim como o Departamento de Saúde do Idoso.” No total, cerca de 70 postos estarão abertos para vacinação, e a expectativa da Secretaria de Saúde é de que dez mil pessoas sejam imunizadas. A Campanha Nacional de vacinação contra a gripe termina no dia 26 de maio. Público-alvo O Ministério da Saúde classifica como público-alvo da campanha as pessoas com mais de 60 anos, crianças com idade entre 6 meses e 5 anos, gestantes e puérperas, doentes crônicos, portadores de necessidades especiais, além de profissionais de saúde e professores. A pediatra Márcia Mizrahy explica a necessidade da vacina para as mulheres que acabaram de dar à luz: “Através da amamentação, elas também passam imunidades para

os seus bebês. Então, é importante essas mulheres se vacinarem porque assim elas protegem a si mesmas e aos seus filhos.” As crianças são uma grande preocupação dos médicos por terem uma imunidade mais baixa e, por isso, estarem mais sucessíveis à gripe. Mas apesar disso, muitas crianças ainda não se vacinaram. A terapeuta ocupacional Talita Umbelino é mãe do João Marcos, de 4 anos, e explica porque ainda não levou o filho para ser imunizado: “Eu levei ele no posto de saúde para tomar três vacinas, e ele tomou duas delas. Eu não quis dar a outra junto, porque, na idade dele, seria muito, por isso eu deixei para outro dia. Mas essa semana já vou levar o João junto com a irmã para tomar a vacina. Não pode deixar passar porque a vacinação é muito importante”. A Vacina A vacina da gripe é disponibilizada pelo SUS para toda a população e, apesar de ter um grupo prioritário, todos devem tomá-la. A diretora da Divisão de Enfermagem do Departamento de Clínicas Especializadas da Subsecretaria de Redes Assistenciais, Alvanir Andrade, destaca que a única contraindicação é para pessoas que tenham alergia a ovo, que podem desenvolver um processo alérgico. Ela explica ainda que, em alguns casos, deve-se esperar para ser imunizado: “Se a pessoa está com uma infecção muito forte, tomando antibióticos de forma prolongada e quem está fazendo uso de corticoide, deve esperar até parar para tomar a vacina.” 7


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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

CIDADE

Enem 2017 já tem quase dois milhões de inscritos Estudantes juiz-foranos se preparam para a prova, que sofreu modificações este ano

O período de inscrições, aberto na última segunda-feira (8), segue até 19 de maio. O exame já tinha ,até às 15h desta quarta, 1,7 milhão de inscritos, de acordo com levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, (Inep). O Enem 2017 conta com várias mudanças. A prova ficou dividida em dois domingos seguidos, ao invés do fim de semana inteiro, como era até o ano passado. O exame será realizado nos dias 5 e 12 de novembro. A ordem das provas também mudou: agora, a redação será realizada no primeiro dia, junto com as provas de linguagem, códigos e suas tecnologias e ciências humanas e suas tecnologias, que vai durar cinco horas e 30 minutos. No segundo dia, o teste será de matemática e ciências humanas e suas tecnologias, de que durará quatro horas e 30 minutos. O valor das inscrições também aumentou: agora custa R$ 89 (valor que pode ser isento para participantes com comprovação de baixa renda). Todas estas modificações causam polêmica. A opinião de estudantes jovens Quem fizer o Enem 2017 vai encontrar uma realidade diferente dos anos anteriores, mas nem tanto em relação ao conteúdo. Apesar disso, há quem esteja comemorando ou apreensivo. A estudante da Escola Estadual Estevão de Oliveira, Gabriela Ferigatti de Paula, 18 anos, vai tentar Direito e achou a mudança melhor. Ela considera “o esquema mais fácil 8

FOTO: divulgação oficial inep

Aline Sotto Maior Negromonte

para estudar e fixar a matéria, porque “ficava muita coisa acumulada para um fim de semana só”. Já o estudante do Stella Matutina, Hélio Vandanezi Neto, 17 anos, vai tentar Odontologia e achou a mudança nos dias “positiva, porque uma pessoa que não se preparou muito durante o ano pode pegar essa semana antes do dia e estudar, além de dar mais tranquilidade para a prova, porque, dois dias seguidos, é cansativo”. Outras visões A perspectiva do esgotamento mental de dois dias consecutivos do modelo anterior também é compartilhada pelo professor de química Nelson Ragazzi, do Cave Centro, 61 anos. Ele acredita que as provas do Enem são “muito longas” e acha que “dois dias consecutivos são muito cansativos. Duas tardes inteiras, um aluno fazendo prova de

quatro horas e meia, cinco horas?!”. Ele afirma que a ideia de dividir foi “muito positiva” e considera que a alteração na ordem das provas também foi muito boa, especialmente pela redação. Ele acredita que a “redação gera muita ansiedade no aluno, porque não depende apenas de conteúdo, mas de conhecimento, tranquilidade para escrever e de uma análise apurada dos textos base”. Nem todos, porém, concordam com a modificação. A estudante do terceiro ano do Educação de Jovens e Adultos (EJA), Sandra Cruz Lima, 47 anos, preferia o modelo anterior. Ela acha “ruim dividir e dar tanto tempo de uma prova para a outra. A meu ver, isso quebra o ritmo”. Ela vai tentar fisioterapia. Sugestões de professores Ragazzi sugere que os alunos pensem que “o Enem é uma prova que exige dedicação” e sugere que eles “peguem provas dos anos anteriores, pela internet, e deem atenção às provas comentadas por professores em sites”. Ele também enfatiza que os alunos controlem o tempo da prova. Já a professora de português do curso Oficina das Letras e autora de livros didáticos Claudia Miranda sugere que aos alunos, em primeiro lugar, “leiam o tema com bastante atenção”. Ela considera que o tema é “muito amplo, sendo importante delimitálo e identificar o objetivo, o foco de discussão”. Ela também ressalta os bons argumentos, que devem “comprovar o seu ponto de vista e apresentar propostas que ajudem a solucionar o problema discutido”.


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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

CIDADE

Entidade conscientiza líderes de bairro e comunidades sobre como lidar com moradores em situação de rua Unalcs também orienta sobre abrigos para este público, que já soma 900 pessoas na cidade Crédito: Mariana Carpinter

Mariana Carpinter

Moradores fazem abrigo na esquina da rua Padre Café com a Av. Itamar Franco

A União Nacional dos Agentes de Lideranças Comunitárias e Sociais (Unalcs) realiza este mês a campanha “Eu me importo”, que tem o objetivo de arrecadar roupas e alimentos não perecíveis para moradores de rua da cidade. Para prestar apoio a líderes de associações de bairros e à comunidade, a Unalcs estabelece um contato com eles e oferece orientação em temas comunitários. Segundo o presidente da União, Jonathan Maycon, em capacitações prestadas a bairros, são frequentes as perguntas sobre como lidar com eles. “Através da campanha solidária ‘Eu me importo’ queremos mostrar que existem locais que estão atendendo esta população.” Jonathan afirma que o papel da campanha não é presentear, mas informar a este grupo a existência de centros que acolhem essas pessoas e tentar conscientizar os

que não têm moradia a se dirigirem a essas localidades, geridas pelo Poder Público. A gestora do Departamento de Políticas de Proteção Especial da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), Silvana Lemos, conta que a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) possui os seguintes programas: Centro Pop, que tem atividades durante o dia; Núcleo Cidadãos de Rua, somente para pernoite de homens; Casa das Mulheres, abriga até 50 mulheres; e Casa da Cidadania (albergue), normalmente são moradores idosos. Diagnóstico A SDS desenvolveu o estudo “Diagnóstico da População em Situação de Rua”, divulgado em dezembro de 2016 pela PJF. O estudo os divide em três grupos: 242 pessoas que dormem na rua, 141 que pernoitam nos

acolhimentos destinados a essa população, 496 que sobrevivem da rua e voltam para casa. Insegurança Muitos dos que ficam na rua acabam sendo vistos como incômodo pela vizinhança. A moradora do Bairro São Mateus, Leonara Fayer, reside em um prédio em frente a um ponto onde há concentração de um grupo de moradores de rua e comenta: “Às vezes, volto para casa tarde e tenho medo de andar na calçada. Eles gritam muito e quase sempre estão bêbados, o que gera insegurança.” Já a gerente de uma padaria do mesmo bairro, Luciana Garcia, comenta que os que ficam próximos ao estabelecimento geralmente são aqueles que pedem para tomar conta de carros. “Nós não expulsamos, só não permitimos que fiquem pedindo ou incomodando nossos clientes. Mas a maioria dos que ficam aqui por perto já são nossos amigos”, brinca. Para o presidente da Unalcs, “muitos moradores em situação de rua não querem passar por projetos sociais porque, para entrar nos acolhimentos, existem regras. Não pode usar droga, por exemplo. Eles não abrem mão dos costumes para ter o espaço de alimentação e segurança”. A campanha “Eu me importo” tem prazo para término em 31 de maio, e as arrecadações podem ser entregues no Espaço Cidadão e na Change Idiomas das 8h às 18h. 9


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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

CIDADE

Projeto propõe que crianças e adultos aproveitem mais momentos ao ar livre O objetivo da idealizadora é proporcionar diversão e cultura para os participantes

Foto reprodução Layla Campos

Clara Assis

Projeto “Vem brincar aqui fora”, em sua última edição, na Praça do Bom Pastor, reúne famílias em atividades ao ar livre

No próximo sábado, dia 13, o Projeto “Vem brincar aqui fora” terá uma edição especial de Dia das Mães. O evento será de 10h a 12h, no Museu Mariano Procópio. A programação da quarta edição contará com aula de yoga e meditação para adultos e, para as crianças, brinquedos educativos, artesanatos, pintura de rosto, dinâmicas e contação de histórias. A ideia surgiu da publicitária Layla Campos, quando percebeu que a sobrinha brincava apenas dentro de casa. “Comecei a reparar que as crianças de hoje não conhecem mais as brincadeiras de rua, pois passam horas jogando videogames e vendo TV. Queria resgatar esses momentos de contato com o meio. ” O projeto é feito de forma colaborativa. Atualmente conta com parceiros fixos de decoração, recreação, alimentação e organização. Layla afirma que, apesar de 10

benefícios para a mente e para o corpo. A psicóloga Larissa Carvalho explica que brincadeiras ao ar livre fazem bem para o desenvolvimento das crianças. “Essas brincadeiras estimulam a criatividade e a fantasia, sem contar a riqueza de estímulos visuais e sensoriais que um ambiente aberto oferece. Para o desenvolvimento psíquico, aprender novas brincadeiras é um excelente método, além de ser divertido e proporcionar muito aprendizado.” Larissa Carvalho comenta ainda que, dar um tempo da correria do dia a dia, faz bem também para os adultos. “Em um mundo onde a cobrança por melhores resultados só aumenta, ter o contato com a natureza possibilita uma pausa para sentir as próprias sensações e voltar a atenção para dentro de si, buscando Benefícios para a saúde Além de ser uma oportunidade a paz interior e o autoconhecimento. para lazer, projetos como esse têm Além de aliviar o estresse.” estar crescendo e ganhando mais espaço, o propósito do projeto não mudou. “Nosso objetivo se mantém o mesmo, receber as crianças e famílias para muita diversão, entretenimento e cultura.” A professora Ana Paula Gomes sempre leva as filhas de 3 e 12 anos para participarem. Ela explica que o espaço dentro de casa é limitado, e a insegurança nas ruas impede que as crianças saiam de casa para brincar. “Hoje é só na escola ou em praças, se tiver alguma perto de casa. Então, esse evento faz com que as crianças possam se encontrar para brincar, ouvir histórias e participar das atividades propostas. As famílias saem da rotina e as crianças dos joguinhos do celular. Isso é muito importante, não podemos deixar acabar a infância de nossos filhos.”


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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

CULTURA

Praça da Estação dá espaço à arte e ao lazer

Primeira edição do evento Praça Cultural será um especial em homenagem ao Dia das Mães

Luiz Carlos Lima Foto: reprodução

A primeira edição da Praça Cultural - Especial Dia das Mães acontece nesta sexta e sábado, dias 12 e 13, na Praça da Estação, em Juiz de Fora. O evento será realizado das 10h às 22h e contará com 16 expositores de artesanato, cervejarias, food trucks, música, além de um espaço para criança, música ambiente e DJ. A iniciativa conta com apoio institucional da Prefeitura de Juiz de Fora. Organizador do evento, Thiago

Barros, conta que o objetivo do projeto “é fortalecer os artistas e empreendedores locais, proporcionando um ambiente variado, continuado, estruturado e que seja referência para eventos em espaços públicos”. Ele diz ainda que “serão eventos itinerantes em praças públicas da cidade e vão sempre levar entretenimento completo para toda a família”. Com uma segunda edição da Praça Cultural já marcada para

os dias 09 e 10 de junho, na Praça do Riachuelo, Barros ressalta que aliar lugares centrais com datas comemorativas em um só evento é positivo: “Planejamos o nosso modelo de eventos pensando nisso, tanto em relação à diversidade de espaços públicos que a cidade oferece quanto às opções de lazer em datas comemorativas, e buscamos aliar ambas, com o intuito de oferecer à população uma opção de lazer, que hoje é carente na cidade

Tuka’s Band 30 anos + 8 BITS, no Cultural Bar

Comemoração dos 15 anos do Grandprix no Café Muzik

Nesta sexta-feira, 12, no Cultural Bar, uma das bandas mais conhecidas de Juiz de Fora sobe ao palco para comemorar seus 30 anos de carreira com muito rock n’ roll. Para fechar a noite, a Banda 8 Bits com rock e pop dos anos 80.

No sábado, a partir das 22h, no Café Muzik, o grupo Granprix comemora seus 15 anos de carreira com uma noite Rock no mesmo lugar de sua primeira apresentação.

Outras atrações deste final de semana pela cidade Circo Maximus se apresenta no Shopping Jardim Norte Montado no estacionamento lateral, o espetáculo vai até o próximo dia 14 e possui apresentações de trapezistas, malabaristas, mágicos, palhaços, entre outros. As sessões acontecem de segunda a sexta-feira, às 20h ,e sábados, domingos e feriados, às 16h, 18h e 20h. Ingressos: inteira: R$ 30 e meia R$ 15.

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Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

ESPORTE

Atletas amadores juiz-foranos se dedicam ao esporte A remuneração é a principal diferença entre o atleta amador e o atleta profissional

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Gláucio participou da Comrades Marathon em 2015 e 2016.

olímpica no último ano, sendo este um dos momentos mais especiais da sua vida. “Minha tocha fica exposta no meu estúdio, tem gente que vai lá tirar foto da tocha, então realmente foi um experiência assim, maravilhosa”, conta. Do esporte para a vida

Sara é jornalista e Felipe empresário, eles são donos de uma agência de propaganda digital, a Ato Interativo. Eles afirmam que não é fácil conciliar os treinos com o trabalho e a solução é acordar cedo. “É um desafio bem grande manter os treinos com trabalho, a solução é acordar cedo, começar a treinar às 5h 50 da manhã, para às oito horas estar pronto para o trabalho”, conta Felipe. Mas o triatlo mudou a vida deles. Ele afirma que o esporte é um estilo de vida, e passaram a moldar a via deles em função disso, por exemplo, as viagens, que são escolhidas a partir do calendário de provas para que eles possam competir. Sara ressalta que a partir do esporte ela conheceu pessoas especiais, fez grandes amigos e passou a ver a vida de uma forma diferente. “Percebi que algumas dificuldades são muito pequenas perto dos desafios que enfrento no triatlo”, complementa a atleta amadora.

Quem também cultiva essa dedicação ao esporte amador é o casal Felipe Gazolla e Sara Rodrigues, de 32 e 33 anos, respectivamente. Eles descobriram o triatlo em 2010 e desenvolveram a paixão pela atividade juntos. O triatlo é a junção da natação, corrida e a bicicleta, exigindo uma rotina de treinos intensa do casal. Cada modalidade é praticada três vezes na semana, intercalando também com o treinamento funcional Felipe e Sara são atletas amadores de para o fortalecimento corporal. triatlo desde 2010.

Créditos: foto reprodução/facebook

Não só de atletas profissionais vive o esporte. Grande parte dele é praticado por pessoas que se dedicam a atividades físicas por prazer e paixão, sem receber nenhuma remuneração. O atleta profissional é aquele que pratica o esporte frente a uma remuneração fixa, através de um contrato de trabalho formal, competindo em torneios e campeonatos e devidamente registrado na entidade esportiva de sua modalidade. Já o atleta amador é aquele que não obedece todos esses requisitos, mas ainda sim mantém um nível de treinamento alto e constante e, algumas vezes, até disputa as mesmas provas que atletas profissionais. Gláucio Mont-Mor é um deles. Atleta amador há mais de 10 anos ele se consagrou nas ultramaratonas. Começou de forma despretensiosa, aos 27 anos, influenciado por um amigo, correu a primeira São Silvestre e não parou mais. Até hoje ele já correu onze ultramaratonas, dez maratonas e quinze meias maratonas, alcançando seu resultado mais significativo na Ultramaratona Rio 24h, em 2015. Ele correu 202 km em 24 horas, ficando em segundo lugar. Dentre as mais especiais, ele destaca a Comrades Marathon, ultramaratona de 90km na África do Sul, a mais antiga do mundo. Ele participou das edições de 2015 e 2016, ficando em quinto lugar entre os brasileiros, em meio a mais de 18 mil competidores. A partir do esporte, ele teve a oportunidade de conduzir a tocha

Créditos: foto reprodução/facebook

Lizandra Braga


Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

MERGULHO DIÁRIO

ECONOMIA

Mercado de cervejas artesanais: o ramo que movimenta 3,2 milhões de reais anualmente em Juiz de Fora O segmento é crescente em meio à crise; apresentando praticidade e fidelização de clientes

Nayara Martins

Crédito: Nayara Martins

que o valor não é o problema. E completa: “Eu acho a cerveja artesanal melhor porque ela mostra o sabor natural da cevada, a fermentação é natural e tem menos conservantes.” A nutricionista Vanessa Cirilo, 26, também revela a preferência pela cerveja artesanal; além do sabor, ela considera que o produto feito por meio do processo artesanal é mais leve do que a produzida a partir de processos industriais: “Quando consumo a cerveja industrial, me sinto inchada. Um dos produtos mais vendidos, o chope de produção artesanal da microempresa Venna Parece que a cerveja industrial pesa Em Juiz de Fora, o mercado de relativamente alto se comparado com no estômago. A cerveja artesanal é cervejas artesanais segue em expansão. o preço das cervejas feitas a partir de leve. Me sinto bem a consumindo, De acordo com o dado mais recente processos industriais. É importante além do sabor que é muito bom.” divulgado pelo Serviço Brasileiro de considerar também que quem consome Apoio às Micro e Pequenas Empresas o produto, geralmente adquire mais Praticidade e vendas (Sebrae), o setor movimenta cerca de de uma garrafa. Mesmo em meio As cervejas Venna podem ser R$ 3,2 milhões por ano no município. à crise econômica, o mercado de São em média 350 mil litros de cervejas artesanais não para de crescer. encontradas em cinco bares famosos cerveja artesanal produzidos por Um dos motivos para a expansão entre o público jovem de Juiz de Fora, ano na cidade, o que a torna um dos desse ramoé devido ao sabor. Quem mas a empresa também trabalha com principais locais de produção de aprecia uma cerveja pura, mais a formulação home service; o pedido é cerveja artesanal de Minas Gerais. encorpada não a troca por aquelas feito por meio do WhatsApp e a bebida Atualmente apenas 6 empresas feitas a partir de processos industriais. é entregue onde o cliente estiver. As propostas que levam o produto juizforanas possuem o registro no Murillo Ottoni, 33, cervejeiro e ao consumidor são bem amplas nesse Ministério da Agricultura e Pecuária um dos proprietários e fundadores (Mapa), mas o número de cervejeiros da Venna, destaca que o diferencial ramo. A Arena Breja revende cervejas e microcervejarias é bem maior, da bebida artesanal é a qualidade: e chopes da marca Antuerpia em uma segundo o levantamento do Sebrae. “Nós não aceleramos as etapas do Kombi personalizada. Hugo Milani, 23, A pesquisa realizada pelo órgão processo. Produzir cerveja artesanal trabalha com seu pai na microempresa ainda revela que cerca de 41% dos exige paciência e muito amor; é algo e afirma que a adesão do veículo trouxe consumidores são jovens entre 20 e demorado. O nosso produto é livre um relevante aumento nas vendas. Levar a bebida até o cliente é algo 29 anos com renda familiar entre R$ de conservantes. Hoje o cliente não inovador e prático. O bar continua 2,5 mil e R$ 10,2 mil. Mais da metade se importa de pagar por qualidade, desses consumidores chega a pagar porque sabe que o preço é justo.” sendo um interessante local de em média até R$ 14,50 por uma Leticia Almeida, 22, estudante de integração, mas a lógica onde a garrafa de cerveja artesanal. O valor é Engenharia Ambiental confirma cerveja vai até o freguês conquista cada vez mais o público juizforano. 13


MERGULHO DIÁRIO

Juiz de Fora, 11 de Maio de 2017

ECONOMIA

Projeto Bolso Furado auxilia micro empreendedores A proposta tem ajudado pessoas que antes não tinham lugar nos mundo dos negócios

FOTO: Reprodução Bolso Furado

Gustavo Pereira

Projeto Bolso Furado TV presta serviços de contabilidade e consultoria financeira

O Bolso Furado foi criado em Juiz de Fora há menos de um ano, por um grupo de amigos, e é um negócio social de educação financeira e contabilidade protetora que tem como objetivo apoiar empreendedores que não têm visibilidade no mercado. Um dos fundadores, Guilherme Oliveira, disse que o projeto “é uma forma de apoio aos micro empreendedores que são invisíveis ao mercado atual, porém muito importantes para as vidas de pessoas que vivem em seu redor”. O Brasil tem passado por um momento econômico conturbado, e o problema pode estar na educação financeira e na má administração do dinheiro. Além disso, com o problema do desemprego no Brasil, o micro empreendedorismo passa a ser uma possibilidade para que as pessoas possam continuar produzindo sua própria renda. Funcionamento do projeto Os quatro amigos Guilherme Oliveira, Felipe Matta, Carlos Eduardo de Jesus e Marcelo Suzuki oferecem serviços de contabilidade e consulto14

ria financeira, afim de beneficiar os cidadãos: “Nosso acompanhamento financeiro abre possibilidades para famílias de baixa renda terem um desenvolvimento pessoal e profissional, para gerar a elas uma melhor qualidade de vida” explicou Guilherme Oliveira, que também é contador. Carlos Eduardo de Jesus, que tem uma empresa de consultoria financeira, ressaltou que o Bolso Furado tem como foco principal atender pessoas que, muitas vezes, não têm acesso a informação. A proposta, então, é levar o cliente a conseguir gerir seus recursos, ajudando também familiares e outros dependentes. Felipe Matta, que dá consultoria financeira no Bolso Furado, destacou a importância da educação financeira e como o grupo tenta auxiliar as pessoas: “Nós tentamos trazer um pouco do nosso conhecimento teórico, e também do prático, para dar possibilidade de pessoas invisíveis se tornarem empreendedores de sucesso. E são elas que movimentam e aquecem a nossa economia”.

ta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg), apontou que Juiz de Fora é a terceira cidade em que mais cresce o empreendedorismo no estado de Minas Gerais, e que, no período, 296 empresas foram criadas. Wellington Santos, 27 anos, conhecido como Chevette, tem um lava-jato no Bairro Dom Bosco, e é um dos participantes do projeto Bolso Furado: “Eu quero fazer um capital de giro com o meu negócio para realizar o meu sonho, que é trabalhar com pintura e lanternagem, e o Bolso Furado vem me dando o caminho do sucesso.” Joaquin Costa Neto, 33, trabalhou durante dez anos em uma oficina mecânica, e, após três meses desempregado, resolveu abrir um negócio no ramo da mecânica. “É o que eu sempre fiz e, quando fiquei desempregado, peguei minhas economias e resolvi tentar. Graças a Deus, está dando certo e estou conseguindo sustentar minha casa”, contou o mecânico, que agora busca a regularização de sua micro empresa. Um estudo realizado no primeiro trimestre de 2016 com 130 países pela startup Expert Market mostrou Empreendedorismo pode ser solução que o Brasil é o quinto país que mais em meio à crise aumentou seu índice de empreendO economista Michel Souza explicou edorismo no mundo, apesar do alto o motivo de o empreendedorismo ser grau de burocracia existente no país. uma boa alternativa: “Com a crise at- Como participar? ual, muitas pessoas não conseguem emprego formal, e, com isso, o micro Caso você tenha vontade de se torempresário surge como uma possibili- nar um micro empreendedor, mas dade de geração de renda. Mas é preci- não sabe como começar, você pode so ter o cuidado e saber onde investir.” procurar o projeto Bolso Furado TV, Uma pesquisa realizada no pri- pelo Instagram Bolso Furado TV meiro trimestre de 2016, pela Jun- ou pelo telefone (32) 98852 9597.


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