Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicaçao da UFJF | Juiz de Fora, 20 de outubro de 2016 | Ano I | N° 01
Mais de 5.500 residências serão mapeadas no combate contra a dengue pág. 5
Espetáculo Sete Palmos estreia com sucesso
O Grupo Divulgação iniciou suas atividades do segundo semestre com uma nova peça em cartaz. A temporada segue até o dia 27 de novembro, de quarta a domingo, sempre às 20h30.
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Curso supletivo é interditado por irregularidades no bairro Jardim Glória pág. 6
Abstenções e votos brancos e nulos devem aumentar no segundo turno das eleições pág. 4
Meninos de 12 e 13 anos serão vacinados contra HPV a partir de 2017 pág. 8
OPINIÃO Mais Barato Pra Quem? Na última sexta-feira (14), a Petrobrás informou a implantação de uma nova política de preços, com redução de 2,7% no custo do diesel, e 3,2% no litro da gasolina. A notícia parecia animadora, principalmente quando a última vez em que se ouviu falar em redução nos valores da gasolina foi em 2009. Mas não demorou muito para que a população se decepcionasse mais uma vez. Hoje, quase uma semana após o anúncio, os postos da cidade continuam a comercializar os combustíveis com valores iguais aos de antes da medida. Se fossem repassados integralmente para os postos, o desconto seria de R$ 0,05 centa-
EXPEDIENTE
vos no valor de compra, mas essa redução de preços não foi sentida pelo consumidor. De acordo com os donos de determinados postos, isso acontece porque as distribuidoras não alteraram os preços de comercialização dos combustíveis. Mas diante de tais fatos, o questionamento que fica é: porque quando o assunto são os benefícios para a população tudo é tão demorado e ineficiente, e quando se trata do contrário é tão mais fácil e rápido de se colocar em prática? A diminuição nos valores cobrados pelo litro da gasolina precisa passar por diversos setores antes de finalmente refletir, de forma mínima, no
bolso do consumidor. Já quando se trata do aumento, esse reflexo é quase que imediato, uma vez que o reajuste nos preços impacta a economia de várias formas, e o trabalhador sofre com todas elas. O que fica claro é que não é preciso ir muito longe. Os exemplos estão bem na nossa frente. Fazem parte do nosso cotidiano e são muito mais simples de enxergar do que se imagina. Seja no aumento do preço da passagem, nas contas de energia, nos impostos sobre produtos, nas tarifas de pedágios nas estradas. O povo está sempre pagando a conta. E ela não está ficando mais barata.
Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora produzido pelos alunos de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor: Prof. Dr. Marcus Vinícius David
Profa. Mestre Marise Baesso Tristão
Vice-Reitora: Prof ª. Dr ª. Girlene Alves da Silva
Projeto Gráfico: Júlia Sales e Laura Kronbauer
Diretor da Faculdade de Comunicação: Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira
Diagramação: Júlia Sales e Laura Kronbauer
Vice-Diretora da Faculdade de Comunicação: Prof ª. Dr ª. Marise Pimentel Mendes Coordenadora do Curso de Comunicação Social diurno: Prof ª. Dr ª. Cláudia de Alguquerque Thomé Professores orientadores: Prof. Dr. Marco Antônio de Carvalho Bonetti
Reportagem: Adriele Clavilho, Aline Introvigni, Carolina Rossi, Geisiana Almeida, Júlia Sales, Laura Kronbauer, Marina Metri, Rafael Mendonça, Vinicius Grossos e Yann Barbosa. Editor: Aline Introvigni Endereço: Campus Universitário de Martelos s/n - Bairro Martelos 36036-900 - Tefefones: (32) 2102-3601/ 2102-3602
OPINIÃO PEC da prepotência Em tempos de intensa polarização e ausência de análise crítica, propostas como a PEC 241, que atingem setores substanciais da vida pública, são um barril de pólvora. O projeto, que prevê a limitação por duas décadas do aumento de despesas do Governo Federal ao índice de inflação do ano anterior, é a razão da histeria coletiva do momento. Enquanto os agentes favoráveis à mudança mantém o discurso de que a proposta é a única salvação da pátria, seus opositores a apelidaram de “PEC da Morte”. Obviamente, ambas as narrativas são rasas. O governo Temer, guiado por seu Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, argumenta que a situação das contas públicas é insustentável. Disso ninguém duvida. Segundo o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda (17), apesar de leve queda na previsão da inflação para 2016, o PIB brasileiro deve sofrer retração de 3,19% no ano. O panorama assusta ainda mais ao vermos que a dívida bruta do Governo Federal atingiu 4,2 trilhões em agosto e concluirmos que alguém precisa pagar por esse montante. Dentre os setores primordiais do cotidiano que terão os investimentos congelados está a saúde. Aí se encontra uma
Por Rafael Mendonça falha grave da PEC 241. De acordo com levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina junto à ONG Contas Abertas, o Estado investiu em 2014 aproximadamente R$1.420,00 por cidadão, um valor consideravelmente menor que nações europeias que nos servem de modelo. Caso aprovada a proposta, esse total cairá ainda mais. As projeções do IBGE indicam que a população brasileira estará próxima dos 219,5 milhões de habitantes em 2026 – ano a partir do qual poderá ser revisada a PEC. Este número representa cerca de 17 milhões de pessoas a mais que em 2014, o que obrigatoriamente causará redução nos gastos per capita na saúde. Para piorar: passada a janela demográfica, a pirâmide etária tende a crescer entre os idosos, grupo que exige maiores gastos com saúde. E partindo dos pressupostos de que os aportes seguirão a taxa de inflação e de que o Governo buscará a mais baixa inflação possível, a queda é inevitável. A lógica se encaixa em outros setores, como a educação, que seguirá atendendo largo contingente populacional. A necessidade de congelar gastos em busca de redução de juros e inflação e retomada do crescimento é um discurso seguro e até mesmo esperado por
parte de Meirelles e Temer. Porém ele se torna inconsistente ao não buscar alteração nas despesas com o gigantesco e oneroso funcionalismo público nacional. Segundo estudo do IPEA, nos últimos 13 anos – período correspondente aos dois mandatos de Lula e ao trágico Governo Dilma – o salário dos servidores cresceu em média três vezes mais que o dos trabalhadores da iniciativa privada e 33% acima da inflação. Tudo isso, claro, à custa da verba paga pela população. A esperança é a tão falada reforma da Previdência, que tende a vir após a aprovação da PEC 241. Ainda assim, é pouco. A estratégia é arriscada para um governo que, apesar de legítimo e respaldado pela Constituição, não é legitimado por grande parte da população. Mais que isso: para um homem que afirma não ter interesse pela reeleição e deixará seu cargo em 2018, assumir que sua proposta é o caminho da salvação nacional para os próximos 20 anos é uma demonstração de prepotência. Em tempos fugazes de mercados voláteis e instabilidade política e social, grandes erros demoram a ter seus efeitos corrigidos e cobram a conta cada vez mais rapidamente. E você sabe quem vai pagar.
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POLÍTICA
Especialistas preveem aumento de abstenções e votos brancos e nulos no segundo turno Cidade já teve índice de 32,12% no primeiro turno. Situação mostra desinteresse do eleitor com classe política Rafael Mendonça
Margarida Salomão e Bruno Siqueira repetem o 2 º turno da eleição de 2012 (Fotos: Reprodução Facebook)
Se o índice de abstenções e votos nulos e brancos já foi alto no primeiro turno das eleições majoritárias, chegando a 32,12% em Juiz de Fora, especialistas avaliam que ele pode ser ainda maior no segundo turno, que acontece no próximo dia 29. “A previsão é de que eleitores que votaram em outros candidatos ainda no primeiro turno não participem ou não se sintam atraídos, no sentido de migrarem os seus votos para os candidatos do segundo turno”, avalia o cientista político Rodrigo Melo. O desinteresse pela política eleitoral vem crescendo nos últimos anos. No primeiro turno de 2012 para o cargo de prefeito em Juiz de Fora, o índice de abstenções somado aos brancos e nulos foi de 27,76%. No segundo turno, o número praticamente se manteve. Para Rodrigo Melo, este é um reflexo da deterioração do sistema político e do elo entre os representantes e a população. “Há uma descrença am-
pla da sociedade com relação ao potencial transformador e de produção de direitos e oportunidades oriundo do sistema político”, avalia. Ele pensa que a retomada da credibilidade por parte do cidadão é o grande desafio da classe política. “Se essa rota permanecer, logo teremos eleições que terminam por não representar nada, porque o eleitor comum não vota.” O cientista político e professor da UFJF Fernando Perlatto também vê na própria política a razão para o acontecimento, mas atenta para o desconhecimento da população da importância do processo eleitoral. “O sistema político é o principal responsável por esse processo, mas falta uma conscientização da população para entender qual a importância do voto”, afirma Perlatto. Nova política Apesar de Bruno Siqueira (PMDB) e Margarida Salomão (PT) repetirem
a disputa do segundo turno da eleição para prefeito em 2012, uma narrativa importante criada neste período eleitoral para atrair os eleitores é a de uma nova maneira de se fazer política. Porém, este processo gerou novas formas de encarar a profissão. “Por trás do discurso de uma nova política, o que nós temos visto é o surgimento de candidatos que não representam necessariamente a nova política”, comenta Rodrigo Melo. A negação da classe por parte de candidatos foi também notada em Juiz de Fora. “Você teve o surgimento de dois candidatos que vinham com o discurso da renovação, mas na prática os dois mais bem posicionados já foram testados anteriormente. A votação do Noraldino (PSC) e do Wilson [Rezato, do PSB] é significativa, sobretudo o Wilson, com um discurso mais fora do sistema político”, reforça Perlatto.
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GERAL
JF retoma levantamento para evitar novo surto de dengue
Vigilância Epidemiológica realiza sondagem em mais de 5.500 residências antes da chegada do verão. Mapeamento vai ajudar a definir ações de combate à doença Vinicíus Grossos Após quase um ano do pior surto de dengue registrado em Juiz de Fora, a cidade retoma o Levantamento do Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa) para conhecer a realidade dos focos do mosquito antes da chegada do verão. O LIRAa é uma metodologia que ajuda a mapear os locais com índice de infestação do Aedes aegypti e serve de alerta sobre os pontos com maior índice e os tipos de criadouros mais encontrados. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 1% de infestação é aceitável. Acima deste índice, a situação começa a ser considerada preocupante. O LIRAa será realizado em todos os bairros da cidade pelos agentes de endemias amanhã. Estima-se que mais de 5.500 residências sejam visitadas. Somente entre dezembro de 2015 e setembro deste ano, foram notificados 22.030 casos de dengue no município. Para amenizar esses números, a chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Am-
Lixo e entulho se acumulam no campus da UFJF. (Foto: Vinícius Grossos)
biental,Michele Freitas, explica os planos da Secretaria de Saúde: “Estão no planejamento ações como mutirões, vistorias detalhadas e mobilização da população para que, junto ao trabalho dos agentes, ela seja também responsável pelo combate ao mosquito. Mas para isso acontecer, é essencial que os juiz-foranos abram as portas de suas casas para nos receber.”
Maria de Lourdes Abdon, moradora do Bairro São Pedro, conta que em sua residência, seu marido e os dois filhos foram vítimas da doença. “Eu não peguei dengue porque sempre me preocupei em passar repelente, me proteger. Mas é algo grave, e eu estou esperando a visita dos agentes para saber como combater o mosquito e me proteger da melhor forma possível”.
Ainda falta conscientização de moradores nas ruas Apesar da recomendação da Vigilância Epidemiológica para que a população fique atenta neste período chuvoso, o Mergulho Diário foi às ruas e encontrou flagrantes de lixo e entulho em vários pontos do Bairro São Pedro e no Campus da UFJF. No caso da universidade, vários sacos plásticos com entulho, madeira e resto de obras estavam expostos a céu aberto. Havia inclusive água parada no meio dos entulhos, aumentando o risco de proliferação dos focos do Aedes aegypti.
Uma garrafa de vidro, que também pode virar um criadouro do mosquito, estava jogada em uma rua do São Pedro. Atitudes como estas preocupam o Poder Público, que deve retomar as campanhas nos próximos dias. A limpeza dos bairros deve ser preocupação de todo o morador não apenas nos momentos das realizações dos mutirões pela Prefeitura, como lembra a chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, Michele Freitas.
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GERAL
Redução de preço de combustível não deve chegar a consumidor juiz-forano
Postos locais mantêm preços, mesmo após anúncio da queda no valors pela Petrobras Geisiana Almeida Cinco dias depois de a Petrobras anunciar a redução de 3,2% no preço da gasolina, o Mergulho Diário percorreu nove postos de combustível em Juiz de Fora e percebeu que a redução ainda não chegou para o consumidor final em nenhum deles. O litro do produto continua com os mesmos valores, variando entre R$ 3,49 e R$ 3,79 nos estabelecimentos pesquisados, o que representa uma média de R$ 3,67. Rafael Bertolino, 32, que trabalha há dez anos como taxista, considera a situação complicada. Ele conta que antigamente utilizava o gás natural, Preço da gasolina varia hoje na cidade entre que é uma boa alternativa em algumas R$ 3,49 a R$ 3,79 (Foto: Geisiana Almeida) cidades, mas esse acabou não dando principalmente quando a queda não é certo em Juiz de Fora, por conta da ci- repassada pelas distribuidoras. dade possuir muitos morros. “A gente Já o economista Pablo Miranda extem que rodar mesmo, e infelizmente, plica que outro fator influenciador é o o preço que eles colocam na bomba é período de entressafra da cana-de-açúo que a gente tem que pagar.”, lamenta. car, que está se iniciando. Com a pouPara os empresários do setor, como o ca produção, a procura pelo produto é mercado é livre, nem sempre os preços maior, e o valor sobe. Pablo ressalta que reduzidos na refinaria são repassados, a população, de uma maneira geral, já
consome gasolina, porém o fato de haver uma pressão maior pela elevação dos preços dos combustíveis afeta direta e indiretamente na cesta de consumo, tanto para as pessoas que possuem veículos, quanto para aquelas que utilizam outros meios de transporte. Boa parte da renda das pessoas que possuem veículo é destinada à compra de combustível. Em função disso, elas abrem mão do consumo de outros tipos de bem. Já quem não possui automóvel também é afetado indiretamente, pois utiliza combustível de uma maneira indireta. “Por exemplo, para um produto chegar na sua casa, ele precisa de caminhão, de um serviço de frete. Quando o custo do combustível está elevado, há um repasse de parcela desse custo para o preço do frete, e esse repasse acaba por gerar um maior dispêndio da população, fazendo com que sua capacidade de compra seja contraída.” explica Pablo.
Polícia Civil realiza Operação Diploma Legal e fecha curso supletivo
Após uma denúncia de uma irregularidade feita à Secretaria de Atividades Urbanas (SAU), a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão em um curso localizado no Bairro Jardim Glória. A operação Diploma Legal, ocorrida na quarta-feira (19) tinha como objetivo investigar um curso supletivo que estaria vendendo os diplomas. O local funcionava na Avenida dos Andradas e, de acordo com o inspetor da 7ª Delegacia, Oliveira, um dos casos
em apuração aconteceu com um aluno que percebeu que seu diploma não tinha validade. Segundo a Assessoria de Comunicação da SAU, o curso permanece interditado pela polícia até as investigações encerrarem. No interior do estabelecimento, foram apreendidos documentos e outros materiais relacionados para realizar uma perícia documental. Além disso, duas funcionárias estavam no local e foram encaminhadas a prestar depoimento na delegacia. A SAU afirmou
Yann Barbosa
ainda que o curso tinha sido objeto de várias ações fiscais, tendo em vista a fixação de banners em postes. O inspetor afirmou que a Polícia ainda não investigou em outros lugares da cidade, mas a suspeita de irregularidades fora do município é grande. A fiscalização emitiu 54 autos de infração, considerada média, com valor atual de R$ 683,98, pela prática de fixação de propaganda.
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POLÍTICA
Estudantes da UFJF definem hoje se vão seguir tendência de ocupação contra PEC 241
Universitários também vão discutir futuro das festas no campus e ações do Fórum de Segurança Vinicius Grossos Estudantes de instituições públicas de Minas Gerais realizam movimentos de ocupação de espaços contra a PEC 241. Entre eles, estão acadêmicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Já os alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ainda não têm uma posição sobre o movimento. Na tarde desta quinta-feira (20), o assunto deve entrar em pauta na assembleia dos integrantes dos Diretórios e Centros Acadêmicos (Concada), que acontece às 18h30, no
Auditório da Faculdade de Letras. Os estudantes se antecipam à reunião do Conselho Superior (Consu), que será realizada na sexta-feira, para debater os reflexos da PEC para a universidade. A PEC 241 já foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados e prevê a limitação dos gastos públicos ao valor verificado pela inflação no ano anterior e à Medida Provisória que impõe mudanças ao ensino médio. Para Hyrlla Tomé, uma das representantes do Diretório Acadêmico da Faculdade de Jornalismo, ainda não há
nada definido sobre as ações estudantis e nem se haverá ocupação da Reitoria. “A assembleia tem como objetivo discutir como nós, como corpo estudantil, iremos nos posicionar diante às mudanças que a PEC 241 traz para a educação”. Além da PEC 241, a assembleia irá discutir o novo regulamento das festas na UFJF e sobre o Fórum de Segurança da Universidade, que foi uma proposta tirada na última ocupação da Reitoria que aconteceu entre maio e junho de 2015.
Eleitores brasileiros que deixaram de justificar ausência no primeiro turno seguem em desacordo com a Justiça Rafael Mendonça
Metropolitana de Belo Horizonte). Como eu tinha que voltar em Congonhas, não tive como justificar no dia”, explicou Antônio, que estava nesta quarta-feira (19) no cartório da Justiça Eleitoral para pagar multa de R$ 3,50. O baixo custo da multa aplicada àqueles que não justificam a ausência traz alívio aos eleitores. Porém, para Vilma Sinnott, técnica judiTRE recebe diariamente eleitores que não jus- ciária do Tribunal Regional Eleitoral tificaram os votos (Foto: Rafael Mendonça) (TRE) de Juiz de Fora, esta não é a Apesar da proximidade do segundo razão central da evasão. “As pessoas turno das eleições, muitos cidadãos até desconhecem esse valor. Normalbrasileiros que não votaram no dia mente, têm algum tipo de justificativa”, 30 de agosto ainda não acertaram sua destaca Vilma. situação com a Justiça Eleitoral. É o Nem todos os cidadãos que deixcaso de Antônio Neto, de 19 anos, aram de votar são obrigados imediatnatural de Boa Vista e atleta das cate- amente a pagar multa. Pessoas que no gorias de base do Tupi. “Eu estava em dia da eleição estiveram fora do Brauma cidade muito longe, em Ribeirão sil, com problemas de saúde ou que do Eixo (distrito de Itabirito- Região
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por razões profissionais não puderam comparecer às urnas têm até 30 dias para justificar a ausência. Para quem ainda precisa acertar a situação com a Justiça Eleitoral, o endereço do TRE em Juiz de Fora é Avenida Itamar Franco 1.420. O horário de atendimento é das 8h às 18h. É preciso levar um documento de identidade com foto e preencher o Requerimento de Justificativa Eleitoral pós-eleição, que se encontra no site do TSE. O eleitor que não votar e deixar de justificar sua ausência fica impedido de exercer os seguintes direitos: inscrever-se em concurso público; ser empossado em cargo público; obter carteira de identidade ou passaporte; renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial; obter empréstimos em bancos oficiais; e participar de concorrência pública ou administrativa.
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GERAL
356.600 meninos serão vacinados contra a HPV em Minas Gerais em 2017
A Secretaria de Saúde de Juiz de Fora deve receber orientações no final do mês Laura Kronbauer e Júlia Sales Na última semana, o ministro da da América do Sul a inserir a vacina saúde, Ricardo Barros, anunciou no programa nacional. que, a partir de janeiro de 2017, o Ministério da Saúde passa a dis- Saiba mais sobre o HPV ponibilizar a vacina contra o HPV O vírus do papiloma humano, para a população masculina de 12 também conhecido como HPV, da a 13 anos na rotina do Calendário sigla em inglês human papiloma Nacional de Vacinação do SUS. Até virus, causa infecções na pele e na 2020, a faixa-etária será ampliada mucosa - verrugas que resultam gradativamente, quando serão in- da infeção por tipos específicos do cluídos os meninos com idade entre vírus. Há mais de 200 subtipos. 9 e 13 anos. Desse total, mais de 40 são facilA Secretaria de Saúde de Juiz de mente transmitidos pela via sexFora ainda não recebeu o contato ual, com o contato direto da pele oficial, como informou Simone Ol- ou de uma mucosa infectada. Esse iveira, enfermeira do Departamen- contato pode ser genital-genital, to de Vigilância Epidemiológica e oral-genital ou manual-genital. Ambiental da Secretaria de Saúde De acordo com a ginecologista da Prefeitura de Juiz de Fora. En- Erica Silva, o vírus está relacionado tretanto, ela acredita que, até o final a vários tipos de câncer. “O câncer do mês, essas informações serão re- de colo de utero é causado exclusivpassadas. amente pelo HPV, mas se ela não tiA ginecologista Gisele Cardo- ver HPV ela não tem câncer de colo so explica que a ampliação dessa de útero. Ele é 100% causado pelo imunização para o sexo masculino HPV”, explica Erica. irá diminuir o número de casos de câncer de colo de útero e vulva das meninas. Para ela, “vacinando os meninos, diminui a circulação do vírus e acaba protegendo as mulheres”. Com essa implementação da imunização contra o HPV em meninos, o Brasil será o A vacina de HPV pode prevenir casos de câncer de garganta, pênis, primeiro país colo uterino e ânus (Fonte: Manuella Brandolff - Palácio Piratini)
Vanicação em Juiz de Fora A campanha de multivacinação do Ministério da Saúde encerrou em setembro, entretanto, a vacinação continua. O número de meninas que recebeu a dose da vacina contra o HPV tem diminuído desde 2014. Segundo Simone Oliveira, enfermeira do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, no ano de 2014 foi possível atingir a meta de 80% na cobertura da vacinação de meninas de 9 a 14 anos. “Em 2015 esse número caiu. Teve alguns casos que saíram na mídia na época, de meninas que tiveram reações à vacina, mas foi comprovado depois que não tinha relação. Isso afetou na campanha deste ano”, conta Simone. Ela comenta também de um “tabu” que ainda existe com relação a essa vacina, “Muitos pais e mães ainda pensam que vacinando seu filho contra doenças sexualmente transmissíveis, isso abre as portas para que ele inicie sua atividade sexual mais cedo”. Segundo informações do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, apenas 60% das jovens entre 9 e 14 anos foram imunizadas em 2015. De acordo com Simone, a Secretaria de Saúde ainda está calculando os números da campanha de vacinação que aconteceu em setembro, mas acredita-se que tenham sido maiores que o do ano atenrior, chegando a um alcance de 60 % de cobertura.
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COMPORTAMENTO
Fazendo a própria moda Pessoas têm investido cada vez mais na costura e produção das próprias peças de vestuário Adriele Clavilho
A costura e customização da própria roupa ou acessório tem virado tendência não só entre as blogueiras, mas também entre as pessoas comuns. Ter uma peça única e original, que antes era considerado luxo de alguns, hoje em dia tem sido uma realidade possível para todos, através de técnicas de corte e costura. Quem nunca se estressou ao ir a uma loja e não encontrar a roupa no número que servia ou algo na cor que queria? Em um mundo em que a maioria das coisas é feita em grande escala e padrão, ter sua própria peça tem sido uma alternativa, e os acessórios e vestuários de produção própria são mais procurados. A estudante Barbara Maria faz brincos Mulheres costuram a própria roupa (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil) para uso pessoal, e a ideia fez tanto sucesso que passou a comercializá-los também. Ela porque é difícil de achar para vender do jeito que eu conta que, desde cedo, se interessou em fazer isso. “Eu quero, e eu fazendo posso escolher o melhor modelo, sempre gostei de bijuterias, principalmente brincos! mas já fiz várias coisas com linha, como sapatinho de Eu usava aqueles infantis mesmo, de personagens, frubebê, touca, luva, entre outros. O mais legal é que é tas, entre outros, mas depois de um tempo eu queria fácil de fazer, dá para eu economizar em vez de ficar que eles fossem maiores, mais chamativos e comecei comprando e que todo mundo gostou. Algumas pesa fazer algumas coisas, mas não dava muito certo com soas já até pediram para eu tricotar alguma coisa para material próprio para fazer bijuteria, então comecei a elas, mas leva tempo, então eu demoro para terminar.” pegar brinquedos, aviamentos e acessórios de cabelo e transformá-los em brincos”. Cursos oferecem especialização Barbara conta ainda que, no processo de produção Muitas pessoas não ficam no básico e procuram das peças, leva em conta o formato e a utilidade do uma especialização na área para aprimorar seu aprenobjeto que está usando. Ela recomenda o que a pesdizado e fazer seu vestuário do modo mais correto possoa deve fazer se quiser investir nessa fabricação: sível. A estilista Rose Vieira é fundadora e diretora de “Começar pelo mais fácil. Pelo menos pra mim foi muiarte e criação do curso de moda que leva seu nome. to difícil fazer coisas elaboradas de primeira. Há um Ela conta que os alunos querem sempre produzir suas ano, eu só fazia brincos que eram possíveis com amarpróprias roupas conferindo unicidade e qualidade aos rações. Hoje já consigo furar, colar e fazer ajustes, mas produtos. “Temos vários módulos: corte e costura, isso levou algum tempo.” modelagem industrial, desenho de moda, estilismo, Já a aposentada Maria Eterna de Souza resolveu malharia e moletom, de lingerie, bolsas e acessórios, costurar peças de vestuário a partir do tricô e do crooficina de máquinas... Entre todos, o de corte e costura chê. O que começou como uma atividade para aprene o de estilismo são os mais procurados, o que mostra der a técnica hoje vira motivo de orgulho para ela, que a procura no aperfeiçoamento das peças tem sido que passou até a presentear amigos e parentes com grande”. as peças. “Eu gosto de fazer principalmente cachecol,
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GERAL
Mostra reúne 270 trabalhos de extensão no Campus da UFJF
Estudantes secundaristas buscam o evento para conhecer realidade dos cursos da instituição Yann Barbosa
Alunos apresentam trabalhos de extensão para comunidade em evento na UFJF. (Foto: Yann Barbosa)
A UFJF realiza até o dia 21 de outubro a I Mostra de Extensão, no Centro de Ciências, localizado na Praça Cívica do campus, com o intuito de divulgar os projetos que os bolsistas de extensão realizam nas graduações. São 270 trabalhos divididos em oito áreas temáticas: Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Trabalho e Tecnologia e Produção. Os melhores de cada área serão premiados. A mostra tem sido visitada por estudantes secundaristas que aproveitam para conhecer um pouco mais sobre os cursos oferecidos na instituição. “É uma grande oportunidade pra eu poder ver o que esses cursos podem me oferecer na vida acadêmica e depois na minha vida profissional”, afirma a estudante do ensino médio Mariana Monteiro, 16 anos, que visitou
a mostra na tarde de quarta-feira. Entre os projetos que mais têm chamado atenção do público está o “Melhoras de Mulheres: mudanças e permanências em processos educativos não escolares - Transmissão do patrimônio cultural imaterial em comunidades rurais/quilombolas da Zona da Mata Mineira”, desenvolvido na Faculdade de Educação. Coordenado pela professora Simone da Silva Ribeiro, o projeto tem como objetivo resgatar e sistematizar os conhecimentos de história de diferentes gerações de mulheres quilombolas e rurais da Zona da Mata. A estudante de Direito, Lorrayne Assis, 21, é uma das bolsistas do projeto e critica o modo como os estudos científicos tratam esse tema. “A ciência sempre busca negligenciar conhecimentos tradicionais por meio de argumento científico. A
nossa pretensão é desenvolvida com aparato metodológico da história oral, que cuida das dimensões vivas da história.” Os bolsistas realizam visitas programadas às comunidades, levantamentos de histórias significativas e que tenham alguma representatividade política. Os povoados que já foram visitados pelos pesquisadores ficam nas cidades de Miradouro e Bias Fortes. As entrevistas são previamente agendadas e gravadas em áudio e vídeo. Os materiais são organizados em mini documentários, que são exibidos no grupo de pesquisa e nas comunidades. “A nossa perspectiva é que, por meio desses materiais coletados, a gente possa promover uma valorização dessas culturas”, ressalta Lorrayne.
CULTURA
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Grupo de teatro Divulgação estreia nova peça adulta com casa cheia
230 pessoas ocuparam o espaço do Forum da Cultura na noite de estreia de Sete Palmos Marina Metri Na noite de quarta-feira (19), os termômetros chegavam a 33 graus e o Forum da Cultura recebia um público caloroso para a estreia do espetáculo Sete Palmos, do Grupo Divulgação. Cerca de 230 pessoas compareceram ao teatro, um recorde de espectadores em relação às últimas estreias. A peça conta uma história em que Deus, cansado de ver a humanidade, cada vez mais, afundando em mentiras e perversidade, resolve se aposentar. Para que os homens não fiquem abandonados, os arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel, após uma Público presente lota Fórum de Cultura em estreia de peça. (Foto: Marina Metri) conversa com o Pai Eterno, recebem a missão de encontrar, em sete dias, vai ter um momento de reflexão so- encontro com o público porque é ele quem vai trazer os 50% que falpessoas boas para provar a Deus bre o que estamos vivendo.” tam para o espetáculo que é, justaque a humanidade merece ser sal- O público fala mente, o entendimento.” va. Ao descerem para a Terra, os A plateia se divertiu e aplaudiu, A temporada segue até o dia 27 arcanjos encontram uma sociedade em cena aberta, uma passagem da de novembro, com apresentações desonesta, gananciosa e violenta. peça. A estudante Larissa Alvim de quarta a domingo, sempre às O autor e diretor da peça, José Luiz Ribeiro, vê no teatro a úni- sentiu o que o espetáculo pretendia 20h30. As reservas podem ser feitca forma de salvar o mundo. “Nós passar. “Desde o começo, eu per- as pelo telefone 3215-3850. trabalhamos com um debate de um cebi que a peça me traria um en- O elenco mês antes de esse texto ser escrito, sinamento. Fala muito sobre honHumberto Ramos interpreta o para descobrir o que a gente queria estidade, sobre sentimentos bons e Pai Eterno; Wallace Oliveira, Vicruins. Eu ri, mas é aquele riso ácifalar para nossa comunidade, e os tor Dousseau e Franklin Ribeiro sete palmos são justamente os el- do, que tem, por trás uma reflexão dão vida aos três arcanjos: Miguel, ementos que enterram uma socie- sobre o mundo”. O estudante Vitor Gabriel e Rafael, respectivamente. Almeida gostou muito dos persondade e, por isso, nós vamos lutar Márcia Falabella interpreta o papel agens e das interpretações. “A atupara que isso não aconteça. ” de Vó Ana; Paula Landim, a proO ator que interpreta o arcan- ação foi maravilhosa, personagens fessora, e Sylvia Lopes, a cafetina jo Gabriel, Victor Dousseau, sabe marcantes, com traços fortes que Sindá. O elenco conta ainda com os deram vida ao espetáculo. As cenas da importância do tema. “A gente atores que se revezam em variados foram de ficar na memória.” está levando para o palco uma imJosé Luiz Ribeiro, feliz com a papéis: Amanda Milão, Cássia Giportante mensagem, chamando resposta da plateia, sempre prega rardi, Igor Santos, Jonatas Vianna, atenção de vários aspectos da nossa a expressão de que o teatro é bom Juliana Satlher, Marcus Saramela, sociedade, e a gente achou que esse Marina Lopes, Ricardo Barros, Reé o momento certo de falar. O públi- porque traz o homem diante do nan Sousa e Saulo Machado. homem. “Estamos apostando no co vai se divertir e, principalmente,
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ESPORTE
Tupi se aproxima do rebaixamento um ano após acesso à série B do Campeonato Brasileiro O time alvinegro vive hoje um cenário oposto ao de 2015 e luta contra rebaixamento na segunda divisão do Brasileirão O acesso do Tupi à série B do Campeonato Brasileiro foi a maior conquista da história do clube. O time encontra-se em um cenário muito diferente um ano depois, na 19ª posição do campeonato e lutando contra o rebaixamento. A sete rodadas para o fim da competição, o Carijó tem apenas 26 pontos e não vem conseguindo fazer boas atuações. O jornalista esportivo do Globoesporte.com, Bruno Ribeiro, avalia o ano do Tupi, desde o dia 19 de outubro de 2015, data em que o clube conquistou o acesso à série B até hoje. “O ano não foi bom para o Tupi, o time fez uma campanha ruim no Campeonato Mineiro, sendo quase rebaixado da competição. Na série B, o Tupi não conseguiu emendar duas vitórias seguidas, e, no ponto de vista de resultados, é a pior temporada do clube.” Em 31 jogos disputados pela série B, o Tupi tem um aproveitamento de apenas 28% dos pontos disputados. Foram seis vitórias, oito empates e 17 derrotas. Um dos fatores que pode ser apontado para o baixo desempenho é a troca de treinadores durante o campeonato, foram quatro no total. O ano iniciou com Júnior Lopes no comando e, devido a resultados ruins no Campeonato Mineiro, o técnico foi demitido após menos de dois meses de trabalho pelo clube. Ricardo Drubscky assumiu o Carijó e conseguiu livrar o time do rebaixamento no Estadual. Na série B, Ricardo durou apenas sete ro-
Carolina Rossi
Jogadores do Tupi comemoram vitória sobre o Asa por 2x1, que garantiu o acesso à série B. (Foto: Divulgação)
dadas e foi demitido ao acumular uma vitória e seis derrotas. Logo depois veio Estevam Soares. O treinador foi demitido após 19 jogos e três meses e meio à frente do clube. Hoje quem comanda a equipe é Ricardinho, que tem menos de um mês de trabalho e ainda não venceu no comando Galo Carijó.
Planejamento O planejamento da diretoria para a competição foi destacado pelo jornalista esportivo da Rádio Catedral, Giovane Rezende. “Acho que o Tupi acabou não se preparando de maneira correta para a série B. A ideia era interessante em um primeiro momento de juntar mais verba para montar um time mais competitivo na segunda etapa, mas
houve uma mudança na diretoria e muitos problemas internos. Esperavam-se alguns patrocinadores, que não vieram, ”, analisa Rezende. Pensando em 2017, o clube já começa a se preparar para as próximas competições, iniciando pelo Campeonato Mineiro. Bruno Ribeiro destaca a importância de o clube se preparar previamente para essas competições “É necessário se planejar para a disputa do estadual para saber o que o Tupi terá no ponto de vista financeiro. O time tem que lutar em campo até acabarem todas as possibilidades de se manter na série B do Campeonato Brasileiro, mas a diretoria tem que já pensar como vai ser 2017, que promete ser bem complicado para o Tupi.”