Mergulho Diário #4

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Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicaçao da UFJF | Juiz de Fora, 27 de outubro de 2016 | Ano I | N° 04

REITORIA DA ufjf OCUPADA

pág. 4 e 5

Movimento estudantil discute hoje próximas ações Colégio de Aplicação João XXIII tem aulas interrompidas por causa de ocupação dos alunos pág. 3

JF Vôlei estreia na Superliga com derrota para o visitante Campinas por 3 sets a 1

pág. 12

Alunos de Medicina Veterinária protestam na UFJF

Entre as reivindicações estão a criação de um hospital veterinário, laboratório para aulas práticas, biblioteca. Curso criado em 2014 ainda sofre com problemas de infraestrutura.

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OPINIÃO Não estamos invisíveis Após a aprovação da PEC 241 em segundo turno na Câmara dos Deputados, o receio da aceitação da proposta no Senado Federal mexe com os estudantes pelo país. Juiz de Fora teve, na últlima quartafeira, a ocupação do Colégio de Aplicação João XXIII e da UFJF. O momento é crítico, e as histórias refletem os resultados da evidente falta de importância que o povo tem tido dentro da atual crise. Mesmo com várias paralisações, manifestações e ocupações, o segundo turno de votação da PEC 241 na Câmara dos Deputados apresentou uma diferença insignificante em relação ao primeiro. Cinco

EXPEDIENTE

votos contrários a mais não foram suficientes para impedir que a proposta fosse levada ao Senado. É como se nossos protestos se perdessem no meio do caminho. Quando ficamos invisíveis? As pessoas se unem em função de um ideal comum, mas nossos supostos representantes parecem alheios a tudo que acontece fora do seu mundinho de gravatas e poltronas de couro. Não vamos esquecer que o mundinho deles somos nós. Nós, que estamos expondo ideais através de ações, dando provas de que a educação ainda está aqui, mesmo que queiram tirá-la de nós. Agora a união aumenta e não deixamos de

garantir nossos direitos. Na assembleia de quartafeira, cada estudante da UFJF que quisesse teve seu espaço para explanar o que pensava e propor ideias. As opiniões se dividem. Mas a luta é a mesma. E o contraste é claro: os movimentos seguem ignorados, a democracia assassinada a cada dia e nós continuamos lutando pelo que sabemos ser o melhor para nós. Não temos gravatas ou poltronas de couro, mas nossa arma tem poder. Vamos gritar e mostrar que não enfraquecemos com a democracia. Ela pode estar invisível, porém nós não estamos.

Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora produzido pelos alunos de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor: Prof. Dr. Marcus Vinícius David

Projeto Gráfico: Júlia Sales e Laura Kronbauer

Vice-Reitora: Prof ª. Dr ª. Girlene Alves da Silva

Diagramação: Carolina Rossi, Júlia Sales, Laura Kronbauer e Marina Metri

Diretor da Faculdade de Comunicação: Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora da Faculdade de Comunicação: Profª. Dr ª. Marise Pimentel Mendes

Reportagem: Adriele Clavilho, Aline Introvigni, Carolina Rossi, Geisiana Almeida, Júlia Sales, Laura Kronbauer, Lucas Godinho, Marina Metri, Rafael Mendonça, Vinicius Grossos e Yann Barbosa.

Coordenadora do Curso de Comunicação Social diurno: Prof ª. Dr ª. Cláudia de Alguquerque Thomé

Editor: Geisiana Almeida

Professores orientadores: Prof. Dr. Marco Antônio de Carvalho Bonetti Profa. Mestre Marise Baesso Tristão

Endereço: Campus Universitário de Martelos s/n - Bairro Martelos 36036-900 - Tefefones: (32) 2102-3601/ 2102-3602


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GERAL

Colégio João XXIII é ocupado por alunos como resposta à PEC 241

A escola é a primeira a ser ocupada em Juiz de Fora. Em Minas, outras 48 intituilções seguem tomadas por estudantes que temem prejuízo na educação Aline Introvigni sponsáveis pela comunicação do movimento, os estudantes decidiram usar esses primeiros dias como um teste: “O que deliberamos, a princípio, foi por conta de que não sabíamos se ia dar Alunos passaram a noite nas dependências do colégio certo, se teríamos (Foto: Facebook) uma aceitação tão As aulas estão interrompidas grande assim dos nesta quinta-feira (27) no Colégio alunos. Preferimos ter uma ideia de João XXIII, que está ocupado pelos como seria. estudantes do ensino médio desde Como a resposta está sendo posia manhã da última quarta-feira. O tiva, vamos tentar propor um alonmovimento deve decidir hoje quais gamento disso, até mesmo porque serão os rumos do protesto que, ini- esse processo não vai ser resolvido cialmente seria de 48 horas. Há pos- em 48 horas.” Ainda nesta quinsibilidades de que a manifestação se ta-feira (27), direção e alunos vão estenda por tempo indeterminado. se reunir para decidir quais serão os Neste caso, uma das preocu- próximos atos. pações é pelo fato de o espaço ser A diretora geral do colégio, Anutilizado para votação durante as drea Fagundes, garante que o corpo eleições, o que pode prejudicar al- docente está preparado para apoiar gumas zonas eleitorais no próximo os alunos neste momento: “É um domingo, (30), quando acontece o movimento em que os alunos têm a segundo turno em Juiz de Fora. Se- chance de se colocar, que é legítimo gundo o Tribunal Regional Eleitoral e que a escola compreende como (TRE), ainda não foi tomada nen- importante.” Segundo Ayrã, devido huma decisão a respeito, mas um a grande procura dos alunos pelo posicionamento deve ser divulgado movimento, é praticamento certo até a tarde de sexta-feira (28). que o protesto prossiga pelo menos De acordo com o discente até amanhã a noite. Ayrã de Oliveira, que cursa o terceiro ano do ensino médio e é um dos re-

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Primeiro dia de ocupação No primeiro dia de ocupação, as aulas não foram canceladas por completo. Margaret de Oliveira, mãe de Ayrã, faz parte do grupo de pais que apoia os secundaristas na ocupação: “Eu apoio porque acho que é uma coisa que tem que ser feita, nós temos que reagir. E eles têm que mostrar que não estão satisfeitos, de forma organizada como está acontecendo.” Ayrã explica também que os próprios alunos ficaram responsáveis pela segurança durante a ocupação que, no período da noite, contou com o reforço de guardas cedidos pelo reitor Marcus David, que esteve presente na instituição demonstrando seu apoio aos alunos. O movimento estudantil da UFJF também declarou apoio aos estudantes do João XXIII em assembleia que aconteceu na noite de ontem na reitoria do Campus.

A situação no Brasil Segundo um balanço feito pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), o Brasil tem mais de mil instituições de ensino ocupadas. Escolas e institutos federais contabilizam um total de 995. O estado do Paraná é o líder, com 847 colégios ocupados, de acordo com os estudantes. Em seguida, está Minas, com 49 ocupações. Rio Grande do Sul vem logo em seguida, com 13, e Goiás e Rio Grande do Norte têm nove cada uma.


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GERAL

Estudantes ocupam Reitoria da UFJF em protesto contra medidas do Governo Federal Instituição foi a segunda da cidade a aderir movimento nacional. Pela manhã, Colégio de Aplicação João XXIII já havia sido tomado

Rafael Mendonça sáveis pela ocupação realizarão aulões para os alunos e organizarão um calendário de atividades para o dia 11 de novembro, data na qual está marcada uma paralisação geral de diversos setores. O DCE irá divulgar uma nota contra a PEC 241.

O outro lado

Alunos ocupam reitoria da UFJF desde quarta-feira (Foto: Rafael Mendonça)

Estudantes da UFJF ocuparam a Reitoria da UFJF na noite desta quarta-feira (26). A decisão foi tomada após assembleia, que reuniu centenas de estudantes. O protesto tem como alvo as medidas do Governo Federal, como a PEC 241 e a reforma do Ensino Médio. A decisão segue a tendência notada nos últimos dias no país, que acompanhou a ocupação de mais de mil escolas e diversas universidades em 19 estados e no Distrito Federal. Além de tomar a Reitoria da UFJF, os jovens formalizaram apoio à ocupação do Colégio de Aplicação João XXIII e à greve dos técnicos-administrativos da universidade, independentemente da manutenção dos serviços essenciais, como o restaurante e o hospital uni-

versitários. A ação promovida pelo Conselho de Centros e Diretórios Acadêmicos da UFJF (Concada) foi mediada por membros do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e ouviu a palavra de grupos como o Comando Geral de Greve e o Grêmio Estudantil do Colégio João XXIII, além de estudantes e docentes. A assembleia contou com o apoio de outra manifestação paralela: a dos estudantes de Medicina Veterinária. “Nós não temos biblioteca, e a UFJF até hoje não comprou livros. Os livros são caros, custam R$ 400. Os alunos da Medicina Veterinária estão em greve estudantil”, protestou Raphael Brunoni, aluno do curso. Foi definido também que os respon-

Apesar da vitória esmagadora a favor do apoderamento da reitoria na votação, foi dado um momento de fala a pessoas de opiniões contrárias à maioria. Uma delas foi o estudante de Economia Rodrigo Gherardi. “A dívida pública do Goveno Federal hoje é de R$ 4 trilhões, e a PEC 241 prevê os investimentos em saúde e educação”, defendeu Gherardi, que é a favor da proposta e ouviu da plateia longas vaias e gritos de ordem, pedindo sua saída do local. Quem também foi de encontro à opinião majoritária é o estudante de Jornalismo Pedro Capetti. “Não votei contra a ocupação, mas me abstive”, conta Capetti, fundador do “Xeque Político”, página que fiscaliza a veracidade dos argumentos dos candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora. “O debate tem que ser feito nas ruas, não apenas dentro da UFJF. A PEC 241 foi mal feita. Ela é frouxa em curto prazo e extremamente rígida em longo prazo. Acho que deveríamos rediscutir o orçamento da União, mas o controle do teto de gastos é necessário e urgente”. Para assistir à assembleia, acesse a página do DCE da UFJF no Facebook: www.facebook.com/ufjfdce.


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GERAL

Após ocupação estudantes discutem ações da movimentação

O Movimento OcupaUFJF decide por ações dentro e fora da faculdade, porém detalhes das articulações ainda não foram liberados Lucas Godinho

Reitoria permanece ocupada por tempo indeterminado (Foto: Lucas Godinho)

A assembleia que decidiu pela ocupação da Reitoria foi apenas o começo da jornada do movimento estudantil da UFJF. Após uma noite de deliberações, ficou definida a manutenção do protesto. As reuniões para escolha das pautas locais seriam realizadas ao longo do dia. O OcupaUFJF também manifestou, via nota, apoio à greve dos técnicos, auxílio aos secundaristas e construção conjunta com a Associação dos Professores de Ensino Superior (Apes) e o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFJF (Sinfufejuf)do calendário de ações. Para o aluno do sexto período de Direito, Igan Mainieri, “os cortes não são exclusividade do governo atual, e um dos nossos maiores desafios é combater essa espécie de avanço sobre os direitos das classes trabalhadora e estudantil”. De acordo com nota divulgada na manhã de quinta-feira (27), o mov-

imento pretende expandir suas atividades para além do ambiente da UFJF. “As ações definitivas devem ser deliberadas em assembleia. É interessante ver um movimento organizado e mostrar que ocupação não é só várzea, é coisa séria”, comenta Monique Oliveira, aluna do terceiro período do Instituto de Artes e Design. Para os discentes engajados, um dos maiores problemas é a conciliação com as aulas, que continuam sendo ministradas mesmo com a Reitoria fechada. Segundo Iasmin Guimarães, também do IAD, a não paralisação das aulas pode interferir nas atividades dos protestantes. “Eu mesma tenho aula e não sei se vou continuar ocupando, pois tenho um compromisso com a faculdade. A situação atual da educação no país não nos deixa pensar em primeiro lugar no nosso curso, mas também não dá para chutar o balde.”. Para o profes-

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sor e diretor da faculdade de Comunicação Social, Jorge Felz, não é possível a paralisação das aulas. De acordo com o docente não cabe aos professores suspender o calendário. “Nem professores, nem universidade podem suspender as aulas, a suspensão do calendário passa por uma série de outras questões. Nós professores não podemos simplesmente parar de dar aula já que não há um movimento grevista da nossa parte.” O Mergulho Diário esteve no local da ocupação na manhã desta quinta-feira e encontrou dezenas de colchões e barracas na Reitoria. Os portões estão fechados para o público, e a entrada da equipe foi feita com escolta dos manifestantes. De acordo com o OcupaUFJF, mais informações devem ser liberadas antes do final de semana. A relação da ocupação com o funcionamento da Reitoria também ainda não foi decidida.


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POLÍTICA

Charlles Evangelista comemora conq

Com deferimento, Jucelio Maria não irá mais ocup

Em decisão tomada pela corte do estão achando que eu tirei a vaga do ainda, pois a justiça tem os prazos Tribunal Regional Eleitoral de Minas Jucelio, mas a vaga era minha. Ele não regimentais certos, e não consigo ter Gerais (TRE-MG), foi deferida a can- foi eleito, esse que é o grande diferen- isso disponível. Mas no site do TRE é didatura do candidato a vereador, cial. Ele somente seria eleito se o re- possível fazer o acompanhamento. Eu Charlles Evangelista (PP), que estava curso tivesse sido indeferido”, afirma e minha equipe estamos constantemente fazendo a visualização para saembargada desde agosto. O candi- Evangelista. dato a vereador pela coligação “OrJucelio Maria reconhece que a sen- ber se já tem algum indicativo do prodem, Progresso e Trabalho” recebeu tença do TRE segue os trâmites legais cesso que foi para Brasília. Até agora 2.625 votos na última eleição, do dia da Justiça, porém lamenta a perda do ainda não foi atualizado nada. Nós es2 de outubro. Porém, seu nome tamos muito confiantes de que o não apareceu entre os eleitos, meu trabalho e da minha equiporque sua candidatura havia pe e os 3.618 votos que recebesido impugnada pelo Ministério mos não vão ser descartados. Público Eleitoral. Evangelista foi Nós precisamos permanecer na considerado inelegível devido às Câmara para aprofundar ainda denúncias feitas contra ele somais o trabalho que fizemos bre doações irregulares em sua nesses quatro anos.” campanha, nas eleições de 2014. A denúncia Com a decisão pelo deferimento da candidatura do político do A impugnação da candidatuPP, o atual vereador Jucelio Mara de Evangelista se deu no dia ria (PSB), que obteve 3.618 vo29 de setembro. Diante disso, o tos, perdeu a cadeira na Câmara político concorreu às eleições para 2017. Com a mudança nas sub judice. Segundo denúncia cadeiras, o índice de renovação do Ministério Público Eleitoral, no Legislativo Municipal sobe ele havia recebido doações de de 36,8% para 42,1%. Ainda campanha em 2014, realizadas cabe recurso no Tribunal Supepela empresa RRC Construções rior Eleitoral (TSE). e Incorporações Ltda., na qual A decisão foi comentada pelo ele é um dos sócios. Foi doada Jucelio Maria do PSB. (Foto: Câmara Municipál) candidato do PP. “Eu fiz a camuma quantia de R$ 10 mil à campanha praticamente toda sabendo da cargo. “Eu vejo tudo isso com muita panha do candidato do PP ao Legisimpugnação. Porém, tinha esperança tristeza, até porque o nosso trabalho lativo estadual. A empresa foi conde um julgamento favorável, e foi o foi de extrema qualidade e relevância denada pela Justiça Eleitoral por ter que aconteceu. A Justiça cometeu uma para a sociedade, com a minha aus- efetuado doações que ultrapassavam falha, não só comigo, mas com todos ência na Câmara, a cidade vai perder o limite legal de 2% do faturamento os outros candidatos, inclusive com muito. Sem falsas modéstias, o nosso bruto ao ano anterior à eleição. o prefeito: o candidato eleito, que es- trabalho foi muito qualitativo.” Em sua defesa, Charlles alega que Com a intenção de recorrer da de- era sócio-cotista da empresa e que a tava com recurso, aparece inelegível, os votos são computados, e ela coloca cisão através do próprio Ministério administração era exercida por outum outro candidato, que não foi eleito Público, Jucelio se mostra esperanço- ro sócio, responsável pela doação de fato, na lista de eleitos. As pessoas so. “Eu vou recorrer, mas não tem data para campanha: “A empresa fez uma


quista de vaga na Câmara Municipal de JF

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par uma cadeira no Legislativo Municipal a partir de 2017

Carolina Rossi e Marina Metri doação no valor de R$ 10 mil, tudo documentado, com recibo eleitoral assinado pelo outro sócio, conforme manda a Justiça Eleitoral. Porém a empresa não tinha faturado nada no ano anterior e só poderia doar 2% do que faturou. O juiz, na época, aqui em Juiz de Fora, aplicou para empresa uma multa no valor de R$ 80 mil. Então, o que eles estavam alegando, é que eu não era, na teoria, sócio-administrador, mas que, na prática, sim. Isso não é verdade, porque o administrador é quem tem poder de gerir, render, e eu não tenho esse poder na empresa. Além de eu não ser sócio-administrador, eu ainda não fui o administrador responsável, porque mesmo se você for me considerar aquele, eu não fui o responsável pela doação eleitoral, mas, sim, o outro sócio.”

tidos que tiveram desempenho acima de 14.264 votos. O PTC e a coligação formada por PMDB e PPL tiveram votação acima do dobro desse quociente. Assim, cada composição garantiu duas vagas de forma direta. Também garantiram uma cadeira o PHS, o PSC e o PSB e as coligações formadas

Assim, mesmo com uma votação superior à de Mello e a de Evangelista, Jucelio Maria não assegura vaga na Câmara. Com 18.220 votos, o PSB fez apenas uma cadeira no Legislativo Municipal pelo quociente eleitoral, garantida ao vereador reeleito Cido Reis, o mais votado do partido na cidade.

Candidatos eleitos Ana do Padre Frederico André Mariano Betão Castelar Charlles Evangelista Cido Delegada Sheila Dr. Adriano Miranda Dr. Antonio Aguiar Dr. Fiorilo

Quociente eleitoral Com o deferimento de Charlles, os votos recebidos Charlles Evangelista do PP. (Foto: Facebook) pelo candidato passarão a ser computados como votação válida. por PSDB e PV, PT e PROS, PR, PEN Dessa forma, a coligação formada por e PMB e PTB e PP. Restaram, então, PP e PTB terá 19.963 votos. Essa rep- oito vagas a serem divididas. resentação garante à chapa uma cadeiCom a validação dos votos de ra na Câmara pelo quociente eleitoral, Charlles, a coligação formada por PP e vaga que, com a decisão da Justiça, PTB passou a computar 19.983 votos. será atribuída ao nome mais votado Assim, na recontagem da distribuição da composição: Charlles Evangelista. das cadeiras, a chapa somou mais um Considerando o quociente eleito- vereador, cuja vaga foi ocupada pelo ral, 19 lugares no Legislativo foram candidato Sargento Mello (PTB), com distribuídos para as coligações e par- 2.306 votos.

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João Coteca Julio ‘Obama Jr’ Kennedy Marlon Siqueira Pardal Rodrigo Mattos Sargento Mello Vagner de Oliveira Zé Marcio


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GERAL

Trabalhadores da área da saúde aprovam indicativo de greve

Profissionais se reuniram para votar deflagração da greve que deve atingir seis hospitais e três unidades de pronto atendimento Adriele Clavilho anos”. Anderson também explicou que o Ministério do Trabalho vai convocar uma reunião com o Ministério Público do Trabalho, para pedir a ata dos hospitais e esclarecer porque estas instituições estão com atrasos no pagamento.

Opiniões dos trabalhadores

Momento da votação para aprovação da greve (Foto: Adriele Clavilho)

Trabalhadores ligados ao Sindicato dos Empregados dos Estabelecimentos de Saúde de Juiz de Fora (Serv-Saúde) aprovaram, em duas assembleias realizadas nesta quarta-feira (26), a deflagração de greve da categoria, prevista para o dia 10 de novembro. De acordo com levantamento do sindicato, já há mais de 50% de adesão, porém mais duas reuniões estão marcadas para esta quinta-feira, para que o resto dos profissionais tenha o direito de votar. Entre os hospitais que poderão ser afetados pelo movimento estão o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (Ascomcer), Instituto Oncológico – Hospital 9 de Julho, Hospital Dr.João Felício, Hospital Ana Nery, HTO e Unidades de

Pronto Atendimento (UPA) de Santa Luzia, Norte e São Pedro. Na assembleia realizada ontem à noite, foram tratados também outros tópicos, como as denúncias que vão ser encaminhadas de assédio moral coletivo e a necessidade de inclusão de pagamentos adicionais, como periculosidade, proteção e insalubridade.

Principais objetivos Entre as principais reivindicações encontra-se o reajuste salarial. O presidente do Sindicato, Anderson Stehling, contou que a categoria luta por um aumento em torno de 9,28%, com reposição inflacionária. “Os principais objetivos incluem conseguirmos o reajuste salarial e a manutenção das cláusulas sociais do acordo anterior, que já são conquistas nossas de muitos

Para a técnica de enfermagem Ana Cristina Oliveira, as reivindicações são válidas. “Eu acho que, se a enfermagem soubesse o peso que tem e fizesse isso sempre, de repente já tínhamos conseguido até mais coisas”. Ana também votou a favor da greve e espera melhorias a longo prazo. “Eu concordo porque é só através dela que conseguimos mostrar para eles que temos força, que podemos e não somos incapazes. Tanto que o advogado do lugar onde eu trabalho veio falar com a gente que, se a classe não fechasse com a empresa, poderia gerar demissões. Eu senti que muitos colegas estão com medo, mas muitos são também acuados, porque eles estão vendo que estamos movimentando a causa”. Carmem Souza está afastada no momento de seu trabalho, mas isso não a impediu de comparecer à votação. Para ela, “as reivindicações foram justíssimas para melhorias na categoria de trabalho, principalmente na jornada de trabalho e no tempo de serviço”.


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GERAL

Alunos de Medicina Veterinária reivindicam melhor infraestrutura para o curso Durante protesto, grupo ressalta necessidade de hospital veterinário, biblioteca e laboratórios para aulas práticas

Vinicíus Grossos

Alunos lutam por melhorias no curso (Foto: Vinícius Grossos)

ocupação geral do espaço pelos estudantes da instituição, tinha como objetivo mostrar a insatisfação com as condições atuais do curso. Com cartazes nas mãos e com gritos de protesto, os acadêmicos iniciaram o movimento por volta das 14h e permaneceram no Mais de cem alunos participaram do movimento local por duas horas. (Foto: Vinicíus Grossos) O vice-presidente do Mais de cem alunos do curso de Centro Acadêmico (CA) do curso Medicina Veterinária tomaram o de Medicina Veterinária, Matheus espaço da Reitoria da Universidade Dutra, mostrou todo o descontentaFederal de Juiz de Fora (UFJF) por mento com a atual situação do curum período de duas horas na tarde so. “A UFJF é um lugar ótimo para desta quarta-feira (26). O protes- se estudar, mas não para a gente. O to, ocorrido antes da definição da

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curso é recente, e nós entendemos isso. Mas precisamos do mínimo de respeito e condições para estudarmos de forma decente”. Entre as reivindicações e demandas, Matheus destacou as mais urgentes: “Não tem como estudarmos apenas teoria. Precisamos de prática. Precisamos do nosso espaço. O curso não tem um hospital veterinário, uma clínica para realização de práticas e biblioteca. São coisas básicas, que vão afetar completa e diretamente na nossa formação”. Após as 16h, o grupo que estava na Reitoria se encontrou com outros alunos que protestavam, desta vez, contra a PEC 241. A Reitoria segue ocupada desde então. No mesmo dia, pela manhã,

Reunião com o reitor aproximadamente 150 alunos já haviam se concentrado no anfiteatro da Reitoria, onde realizaram uma reunião com o reitor da UFJF, Marcus David. Matheus Dutra destacou que a conversa com a reitoria foi positiva. “Nosso movimento, nosso protesto, foi pacífico. Não queremos atrapalhar ninguém, só queremos o que é nosso por direito. Só queremos ter condições de estudar e nos tornarmos profissionais realmente capacitados, e a Reitoria entendeu isso”. O reitor e seus representantes foram solícitos às reivindicações e agendaram nova reunião com o grupo junto à comissão de representação do curso.


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ECONOMIA

Banco Central divulga novo recorde de juros do cheque especial e do cartão de crédito As taxas chegaram a mais de 320% e 480%; economista aconselha que consumidor evite essas formas de financiamento Júlia Sales

A

s taxas de juros do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito exigem atenção redobrada do consumidor na hora das compras. Segundo dados divulgados esta semana pelo Banco Central, houve um aumento de 3,8 pontos percentuais da taxa do cheque especial, de agosto para setembro. Essa taxa chegou a 324,9% ao ano, estabelecendo novo recorde na série histórica do Banco Central, iniciada em julho de 1994. Com relação a dezembro de 2015, a taxa do cheque especial já subiu 37,9 pontos percentuais, quando estava em 287% ao ano. Já a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito voltou a registrar recorde. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Em setembro, na comparação com agosto, houve alta de 5,3 pontos percentuais, com a taxa em 480,3% ao ano, a maior da série iniciada em março de 2011. Neste ano, essa taxa já subiu 48,9 pontos percentuais. Segundo o economista Fernando Agra, o aumento dessas taxas é paradoxal já que a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) caiu de 14,25% para 13,9%. “A tendência era de as taxas de juros caírem também, só que o que se tem observado é que a Selic é apenas um fator que influencia na questão do spread bancário, que é a diferença entre os juros que nós pagamos no cartão de crédito, no rotativo, no cheque especial e o

Juros do cartão de crédito batem recorde (Foto: Júlia Sales)

que recebemos quando aplicamos”. Fernando explica ainda que essa diferença é muito grande no Brasil, “numa aplicação financeira a gente recebe 1% ao mês, 7 a 8% ao ano numa caderneta de poupança, 12 a 13% no título público e pagamos 300 a 400% nessas taxas de juros”. Outro fator destacado pelo economista é o risco, a inadimplência e a incerteza do futuro econômico do país: “Tudo isso contribuiu para esse aumento das taxas de juros do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito”, completa. A taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados, subiu 2,5 pontos percentuais e ficou em 154,7% ao ano. Essas duas taxas – do cheque especial e do cartão de crédito – são as mais caras na pesquisa do Banco Central e estão bem distantes dos

juros médios do crédito para pessoa física (73,3% ao ano, em setembro). A alta em relação a agosto foi de 1,5 ponto percentual. O economista Fernando Agra salienta: “Isso não representa renda, representa empréstimo e caro”. O conselho é evitar entrar em cheque especial, “se precisar entrar, sair o mais rápido possível”. Uma taxa de cheque especial a 380% ao ano significa que um empréstimo de R$ 1 mil, daqui a um ano, pode significar uma dívida de R$ 4,8 mil de juros, sem levar em conta multa, entre outros acréscimos. No caso do cartão de crédito com juros a 480% ao ano, uma conta do cartão de R$ 1mil, vai ser R$ 5,8 mil no ano seguinte, sem levar em conta multa, entre outros acréscimos. “É preciso tomar muito cuidado com essas duas contas de financiamento que são caríssimas”, orienta.


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ELEIÇÕES

Candidatos buscam conquistar votos dos indecisos na última semana da campanha Segundo pesquisa do Ibope, um em cada três votos é decidido na reta final

Laura Kronbauer

Margarida Salomão (Foto: Facebook)

Faltando dois dias para o segundo turno da eleição municipal, os dois candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora, Bruno Siqueira (PMDB) e Margarida Salomão (PT) estão em busca de conquistar o voto daqueles eleitores que ainda estão indecisos. Segundo dados da última pesquisa Ibope divulgada no segundo turno, 4% dos eleitores ainda estão em dúvida. Além disso, 17% declararam que irão votar nulo ou em branco. No primeiro turno, o número de abstenções ultrapassou 32%, registrando um aumento em comparação com o primeiro turno de 2012. Esta última semana é fundamental para conseguir converter esses números em votos válidos. “As estratégias serão importantes ou para garantir uma vitória tranquila do Bruno ou para pelo menos fazer com que Margarida se aproxime mais”, avalia o cientista.

Na boca da urna A cada eleição, os eleitores decidem mais tarde seu voto. Este é o resultado da pesquisa Ibope realizada

no país após o primeiro turno. Um em cada cinco eleitores (19%) escolheu seu voto no dia da eleição, 2 de outubro. Outros 15% também tomaram a decisão nos últimos dias antes de ir à urna. Esses dados indicam que ao menos um em cada três votos dados no primeiro turno foi decidido na reta final. O cientista politico explica que o segundo turno começou com um grande favoritismo de Bruno, como mostrado pela pesquisa Ibope. “(Ele) conseguiu reverter a imagem negativa que tinha a uma parcela da população. Mas a campanha de Margarida passou por algumas mudanças, usando mais a propaganda negativa e apontando os problemas na gestão do atual prefeito Bruno, o que certamente reduziu a diferença entre os dois candidatos.” Além disso, Luiz Ademir avaliou como o atual momento político pode influenciar na decisão do voto. “É um momento crítico, porque a negação da política, como está acontecendo, pode trazer consequências desastrosas, afastando o cidadão da participação política.”

Posição dos candidatos O candidato Bruno Siqueira pretende mostrar para os eleitores indecisos o trabalho desenvolvido durante o mandato. “Mostrar tudo o que fizemos nos últimos 3 anos e 9 meses, todas as obras e ações que melhoraram nossa cidade, além de apresentar nossas propostas para os próximos quatro anos. Sempre

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Bruno Siqueira(Foto: Facebook)

trabalhamos unindo as forças políticas, estaduais e federais, mas principalmente da população da nossa cidade. Esperamos que os indecisos venham a avaliar o que já fizemos e o que estamos trazendo como propostas para tomarem as suas decisões.” A candidata Margarida Salomão destacou que, com a equiparação do tempo na TV, suas chances de convencer os eleitores em dúvida aumentaram. “A eleição se caracterizou por uma rejeição aos políticos e à política no primeiro turno. Tivemos um número muito alto de abstenções, votos nulos e brancos, um índice maior, inclusive, do que o número de primeiro colocado. Na realidade, três em cada quatro eleitores juiz-foranos rejeitaram a reeleição do prefeito no primeiro pleito. Por isso, nós temos muita confiança de que, com condições mais igualitárias de disputa, principalmente com a igualdade no tempo de exposição na TV, nós conseguimos mostrar que a única opção de mudança é a nossa candidatura.”


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ESPORTE

Dentro de casa, JF Vôlei perde para o Campinas na estreia da Superliga Masculina de Vôlei Com susto no início, a atual equipe vice-campeã aplicou 3 sets a 1 diante do time mineiro

Yann Barbosa

Mesmo com a ajuda da torcida, que encheu o ginásio da UFJF para a estreia na temporada 2016/2017 da Superliga Masculina de Vôlei, o JF Vôlei perdeu para a equipe de Campinas ontem, por 3 sets a 1, com parciais de 23/25, 25/17, 25/21 e 25/17, respectivamente. Durante o jogo, o time local demonstrou dificuldade na briga pelo título. Estreante no comando de uma equipe na Superliga, o técnico do JF Vôlei, Henrique Furtado, afirma que a partida foi bem aproveitada. “Foi um bom jogo, com baixos erros. Mas a partir do segundo set, o adversário nos impôs um nível de dificuldade diferente que não conseguimos neutralizar”, analisa. Ao todo, nove dos 16 jogadores do elenco mineiro nunca tinham disputado uma partida pela Superliga. O líbero Juan, os centrais Bruno, Matheusão e Franco, os opostos Moreno e Carlos Júnio, o levantador Henrique Adami e os ponteiros Vítor e Raphael fizeram a estreia na competição. No entanto, para o comentarista esportivo, Bruno Ribeiro, a falta de experiência da maioria não contribuiu para a derrota. “Ganhou o time que jogou melhor. O Campinas foi melhor tecnicamente e levou a partida. É evidente que, em alguns momentos, eles poderiam ter encontrado outras alternativas do jogo, mas o time paulista ia vencer a partida de qualquer maneira”, ressalta. Em relação às próximas partidas, o técnico espera que os erros sejam corrigidos e que o time continue

evoluindo. “Vamos aproveitar esses momentos no jogo que a gente acertou e fazer com que se prolonguem”, finaliza. Com o resultado da primeira rodada, o Campinas soma três pontos na tabela, enquanto o JF JF Vôlei e Campinas durante a partida (Foto: Yann Barbosa) Vôlei continua com zero. O abrir vantagem de 7 pontos contra time mineiro volta a jogar em casa os jogadores adversários. Mesmo na segunda rodada. A equipe recebe com o placar desfavorável, a torcio Cruzeiro, no Ginásio da UFJF, no da pelo time da casa não deixou de dia 5 de novembro, às 21h30, com comemorar a cada ponto conquistatransmissão do SporTV. No mesmo do pelos atletas. dia, o time paulista recebe o Castro, Após o empate no set, o às 18h, no Taquaral. Campinas começou bem a terceira

O jogo No primeiro set, a partida foi equilibrada até o fim, sendo disputado ponto a ponto, mas com o Campinas sempre à frente do marcador. O central do time paulista Maurício Souza marcou o primeiro ponto da Superliga, mas, na reta final, o time mineiro aproveitou as falhas do adversário e fechou o set. No segundo, os jogadores do Campinas reagiram, conseguiram segurar os ataques do time da casa e acabou levando a melhor. Durante a partida, o time paulista conseguiu

partida, e Juiz de Fora continuou errando alguns passes. Henrique Furtado mexeu no time, mas não resolveu o problema tático. Na reta final da partida, mesmo com nove pontos de diferença, o time mineiro foi atrás de uma reação, mas não foi o suficiente para evitar a vitória dos visitantes. Na quarta parcial, o JF começou abrindo o set e, logo em seguida, ele voltou a ficar equilibrado. Os bloqueios certeiros do time paulista fizeram a diferença na partida. Soberanos, os visitantes fecharam o set sem grandes problemas em 25 a 17, e o jogo em 3 a 1.


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