Mergulho Diário #7

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Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicaçao da UFJF | Juiz de Fora, 08 de novembro de 2016 | Ano I | N° 07

Dois ônibus foram assaltados com arma de fogo, em Juiz de Fora

Foto: Vinícius Grossos

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Eleição dos EUA, que acontece hoje, traz imprecisão nas relações com o Brasil Foto: Arquivo pessoal

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Risco de contágio de catapora aumenta durante a primavera, alertam especialistas

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Campus Party terá primeira edição em Minas Gerais Belo Horizonte sedia o evento que terá a participação do programador Thiago Gouvêa, morador de Juiz de Fora, no dia 11 de novembro

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OPINIÃO Estamos rendidos

No último domingo, 6, mais um homicídio foi registrado em Juiz de Fora. O que chamou atenção foi como o autor do crime conseguiu a arma para praticar o ato. O homem, um cadeirante, relatou aos policiais que comprou a arma na Feira Livre por R$ 450 reais e atirou contra a vítima devido à cobrança de uma dívida de R$ 25 reais. O caso chamou a atenção para a questão da facilidade com que essa pessoa conseguiu adquirir o armamento. O porte de arma de fogo é um dos assuntos mais polêmicos em quase todas as democracias ocidentais, e recorrentemente volta a

EXPEDIENTE

fazer parte das discussões cotidianas em diversos países, incluindo o Brasil. Aqui, entrou em vigor no ano de 2003 o Estatuto do Desarmamento, que impunha mais rigidez às condições de posse e porte de arma de fogo no Brasil. No entanto, no ano passado, ganhou força um novo projeto de lei que revoga a rigidez imposta anteriormente, buscando liberalizar um pouco mais as regras para obtenção de uma arma de fogo, mas ainda configura-se apenas como um projeto de lei. Imagina quantas vidas já foram tiradas por causa do uso irresponsável da arma de fogo?

Se as pessoas não saíssem para a rua portando armas, crimes como este que aconteceu em Juiz de Fora não aconteceriam. Os dados da Polícia Militar apontam que este ano os casos de homicídios e tentativas já superaram o registrado o ano passado. De brigas no trânsito a discussões em bares, motivos banais cada vez acabam em tragédias. Se hoje, que o porte de arma de fogo é ilegal e configurado como crime inafiançável, e isso não impede que esses crimes continuem ocorrendo, o que será da nossa sociedade se houver a liberação do porte? Olho por olho, dente por dente?

Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora produzido pelos alunos de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor: Prof. Dr. Marcus Vinícius David

Projeto Gráfico: Júlia Sales e Laura Kronbauer

Vice-Reitora: Prof ª. Dr ª. Girlene Alves da Silva

Diagramação: Júlia Sales, Laura Kronbauer, Vinícius Grossos e Yann Barbosa

Diretor da Faculdade de Comunicação: Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora da Faculdade de Comunicação: Profª. Dr ª. Marise Pimentel Mendes

Reportagem: Adriele Clavilho, Aline Introvigni, Carolina Rossi, Geisiana Almeida, Júlia Sales, Laura Kronbauer, Lucas Godinho, Marina Metri, Rafael Mendonça, Vinicius Grossos e Yann Barbosa.

Coordenadora do Curso de Comunicação Social diurno: Prof ª. Dr ª. Cláudia de Alguquerque Thomé

Editor: Júlia Sales

Professores orientadores: Prof. Dr. Marco Antônio de Carvalho Bonetti Profa. Mestre Marise Baesso Tristão

Endereço: Campus Universitário de Martelos s/n - Bairro Martelos 36036-900 - Tefefones: (32) 2102-3601/ 2102-3602


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GERAL

Dois ônibus assaltados na mesma noite, em Juiz de Fora Entre janeiro e setembro deste ano, 319 armas de fogo e 286 armas brancas foram apreendidas pela PM Vinicius Grossos e Yann Barbosa Um ônibus foi assaltado na noite de ontem no bairro São Geraldo. O crime ocorreu por volta das 20h e, segundo relatos do motorista, uma pessoa entrou sozinha no ônibus, com o rosto coberto e anunciou o assalto, levando objetos pessoais do motorista e cobrador. Mais tarde, no bairro Linhares, o crime ocorreu por volta da meia noite, e os assaltantes levaram a quantia de trezentos reais, fugindo depois em uma motocicleta. Em comum, os dois crimes foram realizados com a posse de armas de fogo e nenhum dos autores do crime foram localizados. De acordo com dados oficiais da Polícia Militar, até o momento foram apreendidas 615 armas este ano em Juiz de Fora. Dessas, 48% eram revólveres, 25% espingardas e 10% garruchas. Fora isso, 286 armas brancas, como facas, punhais e armas cortantes, foram recolhidas. E os assaltos a mão armada têm se tornado cada dia mais comuns: só no mês de outubro, foram registradas 21 ocorrências de abordagens criminosas com posse de armas. Segundo o Major Marcellus, assessor de comunicação da 4º Região da Polícia Militar, o aumento do uso das armas de fogo está relacionada com a forma como se consegue esses equipamentos e totalmente relacionado ao aumento da violência na cidade. “Muitas vezes eles são adquiridos através do mercado negro de vendas de armas ilícitos e pela troca por determinado tipo de drogas. Esses infratores se equipam de armas de fogo, para que suas abordagens sejam mais eficazes.”

286 armas brancas, como facas, punhais e armas cortantes, foram recolhidas (Foto: Fotos públicas) Em relação ao processo de apreensão das armas, o Major explica que a arma passa por uma série de setores até ser destruída. “Há um protocolo a ser seguido com todas as abordagens necessárias. Primeiro é aberto um inquérito, seguida de um lado, com o objetivo de averiguar a origem desta arma e como ela chegou nas mãos do suspeito. Depois, a arma é apreendida e encaminhada de imediato a delegacia, para que seja feita inutilização da instituição da arma”, afirma.

dada por um assaltante para evitar que tragédias aconteçam. “Percebendo alguém armado, procure de imediato ligar para o 190. Caso venha ser abordado, mantenha-se a calma, não reaja a nenhum tipo de assalto, pois isso acaba se tornando prejudicial para a própria vítima e pode lhe custar mais do que bens materiais.”

Violência na cidade Só no mês de outubro, 21 ocorrências foram feitas na cidade por crimes em que o meliante tinha posse de arma. Major Marcellus ressalta a importância da vítima não reagir quando for abor-

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615 armas foram apreendidas este ano na cidade (Foto: Fotos públicas)


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GERAL

Tribunal de Contas do estado implanta mudança no método de fiscalização de prefeituras Em evento, prefeitos eleitos receberam ferramenta para acesso a dados e levantamentos que podem ajudar nas futuras administrações

Geisiana Almeida O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais está implementando uma nova forma de fiscalizar o trabalho das prefeituras. A mudança vem através do Índice de Efetividade em Gestão Municipal (IEGM), que fornece aos prefeitos acesso a dados de levantamentos e relatórios. 102 gestores eleitos compareceram, ontem (7), ao Encontro Técnico TCEMG e os Municípios 2016, que está sendo realizado no Expominas, em Juiz de Fora, e receberam um pen card, que arquiva dados de áreas como saúde, educação, meio-ambiente, governança em TI, planejamento e gestão fiscal. A programação do evento é composta por palestras e mesas para orientar os gestores. Esse ano, o tema escolhido é “Governança e efetividade da gestão”. A diretora da Escola de Contas do TCE, Natália Araújo, afirma que as palestras têm relação com pontos de fragilidade na gestão municipal. “Essas palestras foram montadas em cima do levantamento do Índice de Efetividade em Gestão Municipal. O Tribunal sempre buscou muito um controle para a punição. Esse índice representa uma mudança no perfil de fiscalização, que tem agora uma visão muito mais focada na efetividade da gestão da prefeitura”, explica. Natália acrescenta que, quando o índice for amplamente divulgado, os prefeitos também poderão comparar a efetividade de suas gestões com a de outras cidades Natália esclarece que o TCEMG sabe quem são os primeiros e últimos colocados do índice, mas não divulgou

Evento é voltado para futuros gestores municipais (Foto: Geisiana Almeida) esse ranking, porque a intenção não evento que traz informações técnicas é fazer uma disputa. “A ideia é que os aos gestores. “Representa fundamental prefeitos eleitos recebam esse materi- importância para o desenvolvimenal para que percebam, na gestão que to dos trabalhos no município, como eles vão assumir, quais os pontos mais prestação de contas, convênios, lei de sensíveis, que precisam ser trabalha- diretrizes orçamentárias”, aponta. Fabdos com mais atenção. Ano que vem, rício indica a atual crise econômica o índice vai se tornar absolutamente como principal preocupação. “A falta público”, revela. de recursos que afeta os municípios Também foram reunidas no evento acaba fazendo parte das discussões do 76 associações civis sem fins-lucra- legislativo, porque ela prejudica a poptivos. A intenção é que comecem a ulação, e nós também ficamos preocuentender como é o processo de fiscal- pados em oferecer um serviço de qualização. “Antes, a fiscalização era uma idade”, lamenta. coisa muito contábil, então quem não O servidor público de Juiz de Fora, tem conhecimento de contabilidade, Ivan Fonseca, acha essencial “qualifinão conseguia entender. Mas agora car os futuros administradores públiestamos falando de coisas como ‘Fica cos para os desafios de uma gestão que fixado o horário dos funcionários no prime pela eficiência, ética e transparposto de saúde?’, isso conta como um ência”. Ele destaca que os principais ponto no índice. Então fica tudo mui- desafios estão na gestão em saúde, edto fácil de ser entendido pelo cidadão”, ucação e nas políticas sociais. explica. O encontro se encerra hoje, às 18h. Fabrício Garcia, vereador eleito em O mesmo evento é realizado nos dias 5 Pequeri, considera importante um e 6 de dezembro, em Araxá.


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GERAL

Credenciamento de motoristas no aplicativo Uber já está em andamento em Juiz de Fora Mesmo com lei municipal que regulamenta o uso deste tipo de serviço o cadastramento não foi interrompido

Lucas Godinho Não é de hoje que o aplicativo Uber vem causando polêmica pelo Brasil a fora: embargos legais e protestos de taxistas tem sido comuns durante todo o ano, e em Juiz de fora não tem sido diferente. Com o início do cadastro dos motoristas no aplicativo, a Câmara Municipal propôs aumento de mais de 1000% para a multa de quem prestar o serviço. Tal multa é baseada na lei 13.271 que visa proibir veículos particulares cadastrados em aplicativos fazerem transporte de pessoas. De acordo com a assessoria do vereador Júlio Gasparette, responsável pela alteração do valor da multa, o serviço de táxi acabou de passar por uma nova licitação, e que deve-se trabalhar em uma melhora do serviço atual, sem deixar a classe dos motoristas desamparada. Mesmo com a lei que proíbe este tipo de serviço, o site da empresa deixa bem claro que não se trata de transporte público, mas de um serviço de tecnologia, que liga motoristas a pessoas que querem se locomover pela cidade. Para Kleber Lucas, motorista de Uber a mais de 4 meses em Belo Horizonte, “O serviço é mais uma opção para quem quer chegar de um lugar a outro. A aceitação da população, pelo menos no meu veículo, tem sido excelente”. Kleber afirma que estava desempregado e que o Uber tem sido a melhor forma de complementar a renda “Dirigir Uber acabou virando a minha profissão. Comecei fazendo corridas com o carro do meu sogro, mas já estou pensando em financiar o meu próprio”.

Para o dono de placa e taxista An- quatro portas, ar condicionado e caderson Souza, a proibição é legítima pacidade para cinco lugares; ter uma pois o aplicativo pode gerar transtor- carteira de motorista válida, além das no para os usuários “O serviço de taxi licenças necessárias para dirigir profisé registrado e completamente legal, sionalmente na sua cidade; comproo passageiro ao optar pelo Uber está vante de antecedentes criminais; além pondo sua segurança em risco, já que de incluir o certificado Exerce Ativo sistema de ‘contratação’ dos motoris- idade Remunerada em sua Carteira tas passa por uma triagem menor que de Habilitação. De acordo com o site o de taxi. Não é qualquer um que pode do Uber, os serviço já deve estar dispegar um carro e sair fazendo corridas ponível ainda neste ano. por aí. Isso é lei.”. O Uber funciona via aplicativo de celular conectado a internet, onde o passageiro pode ver o motorista e suas referências, além de poder conferir o trajeto e garantir que o motorista está fazendo o melhor caminho.O cadastro é gratuito e motorista não se torna funcionário da empresa ao fazer o cadastro, e paga uma tarifa de 5% a 20% de cada corrida para a empresa. Para se cadastrar como motorista basta apenas se inscrever no site da empresa e cumprir algumas especificidades: ter O aplicativo mostra localização em tempo real um veículo 2008 (Foto: Lucas Godinho) ou mais novo; ter

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GERAL

Nações Unidas discutem clima em congresso anual em Marrocos Painel brasileiro leva pautas ligadas a desastres urbanos

Lucas Godinho Acontece essa semana a 22ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas (COP22) em Marrakesh, no Marrocos. Além da discussão sobre as atuais políticas mundiais para a diminuição da emissão de carbono, o congresso traz como principal pauta a atenção às populações mais expostas ao efeito do aquecimento global. O painel brasileiro leva propostas para o desmatamento das florestas e discute a relação da população com desastres naturais como o de Mariana, que completou um ano no último sábado (5), matou 19 pessoas, deixou milhares desabrigados e causou impacto irreversível no ecossistema local. Para a professora Cássia Ferreira, responsável pelo Laboratório de Climatologia da UFJF, os desastres naturais não são culpa apenas de acontecimentos climatológicos, mas também da ocupação urbana mal planejada. “Os ditos desastres naturais no Brasil são causados, em sua maioria, por excesso ou falta de chuva e variação de temperatura, seja para o frio ou para o calor. Se analisarmos mais a fundo podemos ver que essas catástrofes estão bastante ligados a questões de urbanização ou industrialização. O excesso de chuvas no fim do ano ou as secas no nordeste são causados periodicamente e existe todo um sistema capaz de prever esses eventos climatológicos, mas a o descaso do poder público e uma defesa civil

Um ano após desastre moradores e militantes ainda pedem por justiça (Foto: Greenpeace)

que não trabalha de forma preventiva faz com que tragédias e perda de vidas também sejam periódicas.”. A professora ainda ressalta a importância da educação ambiental como forma de combate aos desastres, “Além da urgente necessidade de atenção do governo, também é preciso que a população se conscientize sobre a forma como trata o próprio lixo, por exemplo, ao jogar lixo em um rio o cidadão aumenta o assoreamento e consequentemente a possibilidade de alagamento”. É também importante lembrar que a maioria dos desastres ambientais urbanos acontecem em regiões de baixa renda onde o descaso público é ainda maior. De acordo com o arquiteto André Azzi, a política de urbanização passa por questões que não dizem respeito apenas boa ocu-

pação do espaço urbano “ Diversas questões políticas passam por esse processo. Devido ao processo de ocupação periférica, muitas pessoas em situação mais fragilizada já residem em locais de risco e não é interessante para a prefeitura desalojar estes indivíduos, devido a uma falta de planejamento para uma moradia digna dessa população. A política social recebe pouca verba, e, politicamente, é mais vantajoso tratar dos centros ou de pequenos espaços de lazer, como praças e jardins”. O COP22 deve durar durante toda a semana onde as lideranças de 190 países discutirão soluções climáticas e retificarão o acordo de Paris2015, mantendo o aquecimento global sobre controle.


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ECONOMIA

Novo presidente dos EUA causa indefinição nas relações comerciais com o Brasil

Candidatos com propostas diferentes decidem vínculo de EUA e Brasil Marina Metri Eleições nos Estados Unidos trazem incerteza e insegurança para as relações comerciais com o Brasil. De um lado, Hillary Clinton do Partido Democrata, de outro, Donald Trump do Republicano. Segundo especialistas, o candidato do partido republicano considera as relações comerciais entre Brasil e EUA prejudiciais para o estado americano. De acordo com o economista Pablo Miranda “Trump tem um discurso um pouco mais nacionalista, assegura garantias e defesas da indústria nacional americana, até mesmo buscando rever acordos econômicos.” Enquanto Hillary traz a continuidade do governo atual de Obama, Trump, conforme profissionais de Juiz de Fora, seria arriscar no desconhecido, levando em conta as relações com o Brasil. De acordo com o economista Fernando Agra “ os efeitos a gente só vai saber, de fato, quando for eleito o novo presidente mas, de uma maneira geral, os efeitos são no mundo todo. Se ganhar a Hillary não vai mudar muito, é como se fosse uma continuação do Obama, mas o Trump é uma incógnita.” O candidato republicano tem propostas como a suspensão da imigração de alguns países, a deportação de milhões de imigrantes ilegais, a aplicação de um exame ideológico aos que querem migrar para o país e a construção de um muro na fronteira dos EUA com o México, que seria pago por este, para impedir a entrada de imigrantes. Segundo o economista Pablo Miranda, “O partido republicano tem

Presidente abre discussão sobre voto facultativo para as próximas eleições(Foto: José Cruz - Agência Brasil

como princípio algo mais voltado para o mercado, com menor intervencionismo, de “refidelização” de barreiras, uma maior atuação do livre comércio. “ Hillary garante uma reforma imigratória que buscará normalizar imigrantes ilegais que trabalham e pagam impostos e que não cometem crimes nos EUA. Ela também pretende acabar com a separação de pais e filhos causadas, atualmente, por leis de migração. De acordo com Pablo “Embora tenha uma relação menos extremista em relação a alguns pontos do Trump, o partido de Hillary é um pouco mais conservador quanto às ações de liberalismo econômico.” Os horários de votação variam muito nos Estados Unidos. A primeira seção foi aberta em 10 estados às 9h, no horário de Brasília (6h nos Estados Unidos). Essa variedade acontece devido os fusos diferentes nos 50 estados americanos. Apenas na madrugada de quarta-feira, teremos o ou a 45º presidente do país. Segundo Pablo Mi-

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randa, “Independentemente de quem ganhar a preocupação que temos hoje, dada a atual conjuntura política do Brasil, é muito mais do Brasil, do que o comportamento dos EUA em relação ao governo brasileiro. Toda essa tentativa de reestruturação da política, do reconhecimento, do respaldo da política internacional junto ao governo do Michel Temer, é muito mais uma iniciativa que deve partir do Brasil do que dos EUA.”

Especulação Uma pesquisa ABC News/ Washington Post divulgada na segunda-feira mostrou Hillary liderando por 4 pontos, com 47% das intenções de voto, contra 43% de Trump. O voto, nos Estados Unidos, não é obrigatório. Segundo o Pew Research Center (PRC), mais de 225 milhões de americanos se registraram com antecedência para votar.


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GERAL

Médicos alertam para risco de contágio de catapora na primavera Doença tem período de maior proliferação na estação, que começou em setembro

Rafael Mendonça

Juiz de Fora registrou 272 casos de catapora em 2015 (Foto: Tribuna da Bahia)

A catapora é uma das viroses de maior ocorrência da estação da primavera, e é preciso estar atento às campanhas de vacinação. Esse alerta é feito por médicos especialistas, que lembram que apesar de os meses de outubro e novembro serem marcados por campanhas de prevenção ao câncer de mama e próstata, respectivamente, a catapora se prolifera no período. “É uma doença de difícil controle, e a medida mais eficaz é a vacinação, que é feita quando a criança tem em torno de um ano de vida”, afirma o pediatra e vereador de Juiz de Fora, Antônio Aguiar. “Isso ocorre porque a característica do vírus da catapora é a de mudança de estação, de saída do clima frio para temperaturas mais amenas”, explica Aguiar, que conta que, por ser transmitida por secreções respiratórias como a sali-

va, a catapora é comum em escolas e creches, atingindo crianças. Segundo a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, em 2015 foram registrados 272 casos de catapora no município. Neste ano, o órgão já está atendendo pessoas infectadas pelo vírus. Em caso de contágio, recomenda-se que o paciente seja retirado do ambiente coletivo para evitar a proliferação. “Enquanto houver manchas e bolhas em fase ativa, pedimos para que a criança não volte à escola”, recomenda Aguiar, que diz que os primeiros sinais da doença podem ser similares à de uma gripe comum: tosse, coriza e febre. O médico cita que o vírus pode desenvolver enfermidades anos após ser adquirido. “A maioria das pessoas tem um contato com o vírus da catapora, mas não desenvolve a doença. O que acontece na

fase adulta com maior frequência é a reapresentação dele na forma do herpes zoster, uma doença extremamente dolorosa. A catapora em si, na fase adulta, é rara.” Ele alerta que, como a catapora diminui a imunidade, ela pode produzir infecções secundárias como pneumonia e encefalite. Segundo Antônio Aguiar, o controle do vírus é um trabalho feito em todo o país, e não cabe apenas às prefeituras. “O que os serviços de saúde fazem nacionalmente é manter a vacinação e, à medida que a estrutura de saúde pública trabalha, a vigilância de imunização é feita de maneira contínua para que as crianças na idade apropriada recebam as vacinas. Fora isso, há campanhas nacionais que visam reforçar vacinas como a da catapora.”


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GERAL

“Anticoncepcional” masculino é adiado por conta dos efeitos colaterais Pesquisa mostra avanços satisfatórios mas é barrada por conta das reações colaterais

Adriele Clavilho Após oito anos de pesquisa encomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o método, que promete evitar a gravidez com 96% de eficiência, o que é compatível com a de métodos femininos, concluiu-se que o mesmo possui reações colaterais que ainda seriam severas demais para liberar sua comercialização. A injeção aplicada nos homens leva hormônios como a testosterona sintética e o enantato de noretisterona. “Em certas doses, a testosterona provoca infertilidade, mas essas doses não funcionam para cerca de 20% dos homens. Além disso, pode causar efeitos colaterais”, disse, Jillian Kyzer, coautora de outro estudo relacionado à infertilidade feito por pesquisadores da Universidade Minnesota, nos Estados Unidos, ao jornal britânico The Times. Para o urologista Fernando Ribeiro, “o risco maior seria uma probabilidade de ele não poder mais produzir espermatozóides, o que deixaria o homem estéril, é uma chance baixa mas que existe e isso os estudos não comentam, a relação com o câncer de próstata”. Entre outros sintomas estão depressão, dor muscular, variação da libido, variação do humor e acne. Após a revelação da pesquisa, muitas mulheres contestaram nessa última semana a decisão do adiamento do contraceptivo masculino nas redes sociais, pois acusam que elas têm que passar por efeitos colaterais parecidas com que os homens

teriam. A auxiliar de cozinha, Tatiane Cristiane da Silva, faz uso de anticoncepcionais regularmente e é uma das que não concordaram. “Se nós mulheres temos que passar por isso, o justo seria que eles passassem também, até porque se na hora de lidar com as consequências de uma gravidez o casal tem Anticoncpecional não tem estudos definitivos (Fotos: Pixabey) que estar junto, eles O estudo atesta que mulheres deveriam ter que estar juntos tam- que tomam contraceptivos orais bém na prevenção.” combinados que contêm drospiO urologista Carlos Alberto conta renona, desogestrel, gestodeno e que os experimentos em andamen- ciproterona têm risco de trombose to não são definitivos e que muito venosa quadruplicado em relação ainda tem que ser estudado para às que não tomam pílula. A ginepermitir aprovação de um contra- cologista Denise Drumond explica ceptivo masculino. que em mulheres que não utilizam pílula “as estatísticas mostram que Anticoncepcionais Femininos quatro em cada dez mil ao ano poDo outro lado, estudos reve- dem ter caso de trombose.” lam que mulheres que fazem uso A ginecologista ainda conta que de anticonceptivos tem 23% mais apesar dos resultados, os anticonchances de tomar remédios para cepcionais são importantes para as combater a depressão. Em casos de mulheres. “A pílula tem um efeito pílulas de progestágeno, o risco é de positivo não só no que tange a con34%. Destaca-se ainda os riscos de cepção, ou seja, protegendo essa acidente vascular cerebral (AVC), mulher de uma gravidez que ela não infarto do miocárdio e um estudo deseja, mas protegendo ela também recente publicado na revista es- de algumas condições de saúde. As pecializada The BMJ Today, ainda estatísticas mostram que as mulhemostrou que as pílulas mais recen- res usuárias tem proteção contra tes têm um risco aumentado de aci- o câncer de ovário, então é impordentes devido aos riscos de trombo- tante que nos atentemos não vendo se venosa profunda. apenas o aspecto negativo.”

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COMPORTAMENTO

Sindrome do jaleco branco: medo do diagnóstico ?

Pesquisa do Ministério da saúde estima que um terço dos homens não têm costume de frequentar o consultório médico Laura Kronbauer Depoimentos anônimos colhidos no fórum do site Yahoo contêm frases como: “tenho medo de ir no médico, é que me da um frio na barriga quando faço exames ou recebo uma noticia rium, como se eu fosse pegar uma doença, infecção.” Um segundo relato também diz que “eu tenho medo de estar com alguma doença que necessite de tratamento doloroso, porque eu também tenho medo de injeção.” O medo de ir ao médico pode ser algo mais sério. Iatrofobia ou Sindome do Jaleco Branco pode ser explicada por vários motivos, como o medo do diagnóstico, a falta de confiança nos profissionais, até experiências negativas vivenciadas pela pessoa ou noticiadas. A psicologa Elisangela Pereira explica que alguns pacientes “não estavam sentindo nada, mas é só entrar no consultório que começam a sentir, que o coração dispara”. Segundo ela, só existe uma forma de resolver esse problema, encarar o medo.“Vale para o dentista e para o médico. A única forma de melhorar é enfrentá-lo. Uma pessoa que é corajosa é aquela que enfrenta os seus medos e não aquela que não tem medo”, avalia a psicóloga. Para o clínico geral Ricardo Maurício Baptista, existem dois cenários possíveis para reverter esse problema. Primeiro, através da educação. “Dando as crianças a orientação que ela deve procurar o médico não só quando tem doença”, explica o médico. Outra forma, é no próprio consultório. “Escutar o paciente. Hoje você procura o médico e ele te atende muito rápido, não conversa com você, não sabe da sua família, das suas angustias e da sua vida. É a medicina voltada para o paciente, não para doença e exame. Depois disso, você pode desenvolver ações preventivas. Você evita que lá na frente ele tenha doenças graves”, avalia Ricardo. A importância da consulta preventiva é para evitar uma complicação no futuro. “Você está indo ao médico para passar por um processo de prevenção, você está tentando antecipar a doença e não procurando”, pondera Elisangela.

A Sindrome do Jaleco Branco também é conhecida como Iatrofobia (Foto: Fotos Públicas)

A prevenção é o melhor remédio O Ministério da Saúde divulgou o resultado de uma pesquisa feita com mais de 6 mil homens que aponta que um terço deles não possui o hábito de ir ao médico. Entre os entrevistados, 55% disseram que não vão porque “não precisam”. Durante todo o mês de novembro, mês que é marcado pela campanha de prevenção ao câncer de prostata, a pasta fará uma campanha nas redes sociais para incentivar os homens a cuidarem mais da saúde. Para Ricardo “é através dessas campanhas que a população toma conhecimento e procura o médico para agir de forma preventiva.” Ele destaca que a prevenção é o melhor metodo de diminuir e minimizar as doenças crônicas. “A prevenção é a grande arma para você diminuir até custos em relação até os atendimentos. Na área de atenção primária a saúde existe até aquela prevenção de exames e medicamento excessivos”, explica Ricardo. Além do câncer de prostata, doenças como diabétes, problemas cardiovasculares e outros tipos de câncer podem ser prevenidar com consultas de rotina.


CULTURA

Começa amanhã a primeira edição da Campus Party de Minas Gerais

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A primeira edição do evento acontece em Belo Horizonte e traz o vocalista do Iron Maiden como uma das atrações. Juiz de Fora também será representada no evento Aline Introvigni Começa amanhã, 9, a primeira edição da Campus Party de Belo Horizonte. O evento, que é considerado o maior acontecimento tecnológico do Brasil e do mundo, acontece desde 2008 em São Paulo, e reúne milhares de jovens interessados por tecnologia, ciência e tudo relacionado ao mundo digital. A edição mineira contará com mais de 300 palestras e a participação internacional do vocalista da banda Iron Maiden, Bruce Dickinson. O programador e desenvolvedor de tecnologias juiz-forano Thiago Gouvêa estará presente na sexta-feira, e ministrará palestras sobre a importância de se aprender a produzir tecnologia, e não apenas consumí-la. O Expominas deve receber 3 mil campuseiros, como são chamados os visitantes que acampam no evento, que poderão ficar por lá até o dia 13. A primeira Campus Party do Brasil aconteceu em 2008 em São Paulo, e desde então, todos os anos os campuseiros marcam presença no evento. Brasília receberá sua primeira edição em breve. Thiago conta que está animado para saber como será o evento em Minas Gerais: “Eu sei que varia muito de uma cidade pra outra. Em São Paulo o pessoal é muito agitado, então a Campus Party de São Paulo é muito assim. Em Recife o pessoal é mais tranquilo, gosta mais de uma conversa, então lá tem um outro ritmo, as pessoas valorizam mais os aspectos filosóficos da tecnologia. Eu não sei ainda qual vai ser o tempero da

Thiago Gouvêa palestrando na Campus Party de São Paulo. (Foto: Arquivo pessoal)

Campus Party de Minas, mas acho que vai ser bem interessante.” A edição de estreia da Campus Party em Minas Gerais promete entrar para a história do evento. Dentre as atrações inúmeras atrações internacionais, está o vocalista da banda Iron Maiden, Bruce Dickinson. Além de músico de sucesso, ele é um grande empreendedor e promete compartilhar seus conhecimentos com quem passar pelo evento. Já entre as atrações brasileiras está a doutora em Astrofísica, Thaisa Storchi Bergmann. Seus estudos são voltados para buracos supermassivos em galáxias, e têm recebido grande atenção no exterior. Em 2015, Thaisa recebeu o prêmio L’Oreal/UNESCO Para Mulheres na Ciência, conferido a somente cinco mulheres cientistas no mundo todo. Influenciadores mineiros também estarão presentes, sendo representados por Gregory Kessey e Jully Molina, que falarão sobre

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como as características culturais da região influenciam na produção de conteúdo de seus canais. Thiago ressalta a importância do evento para quem gosta e para quem produz tecnologia: “A Campus Party é um dos maiores eventos de tecnologia do mundo. As pessoas que gostam de tecnologia vão a esse evento porque é lá que estão os produtores de tecnologia. Já o produtor de tecnologia não vai lá para vender seu produto, ele também vai para se divertir. O que rola na Campus Party é uma diversão extrema. Você pode dar uma palestra agora e daqui a pouco assistir a palestra de outra pessoa. Você está aprendendo, você está consumindo. E a ideia de ser campus, é que você pode interagir de verdade com as pessoas.”

Os ingressos para a edição de Belo Horizonte da Campus Party ainda estão a venda no site oficial do evento http://minasgerais.campus-party.org/entradas.


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ESPORTE

Juiz de Fora sedia última etapa do XTerra Brazil Camp

Evento será realizado nos dias 12 e 13 de dezembro, onde serão disputadas seis modalidades diferentes

Carolina Rossi

Juiz de Fora recebe neste final de semana a oitava edição do tradicional evento esportivo XTerra Camp, campeonato disputado em locais não pavimentados. O local escolhido foi a represa Dr. João Penido e será disputado em percursos mistos, feitos tanto para atletas já profissionais e também para amadores. Serão atletas de seis modalidades, nesta que será a última edição de 2016 do XTerra Brazil Camp. A produtora do XTerra Camp, Letícia Moraes fala da importância do evento para Juiz de Fora “A importância de um evento desse para a cidade é que traz muito gente de fora, colocando Juiz de Fora no calendário esportivo do Brasil, com vário triatletas, corredores de trilha vindo para participar desse evento. O que movimenta a economia da cidade e traz uma inovação, já que é um circuito que por si só tem modalidades bem diferentes, então é a possibilidade pra quem é de Juiz de Fora fazer provas diferentes na sua cidade natal”. Segundo Letícia, são esperados cerca de 1.800 participantes e cerca de 3 mil espectadores na represa João Penido durante o final de semana. Carla Moreira é atleta profissional de triathlon, participa de competições como o Ironman Brasil e ressalta a importância da realização de um circuito desses em Juiz de Fora “O evento é uma oportunidade para a população de Juiz de Fora ter um contato com esportes que fogem do tradicional e ter essa experiência de poder levar a família

Edição de 2015 do XTerra Camp Juiz de Fora. (Foto: Divulgação)

na represa, ao ar livre e em contato com a natureza é muito legal. Para mim, como triatleta e juiz forana é uma oportunidade única de praticar meu esporte na minha cidade natal”. Nesta edição evento outdoor além do triathlon as demais provas são Swin Challenge, Short Trail Run, Mountain Bike e a Kids Mini Corrida.

Sobre o XTerra O XTERRA foi criado em 1996, no Havaí, pelo então atleta Tom Kiely, como a primeira prova de triathlon off-road do mundo, que são provas disputadas em locais não pavimentados e de difícil acesso. A partir de então, a prova se internacionalizou e hoje está presente em mais de 40 países na Ásia, América, Euro-

pa e África. No Brasil, o XTERRA começou em Ilhabela (São Paulo), no ano de 2005, com a prova de triathlon off-road, contando aproximadamente 300 atletas. Uma das etapas do circuito XTERRA no Brasil é escolhida para ser classificatória para o XTERRA World Championship, que acontece na Ilha de Maui, no Havaí e reúne os melhores atletas do mundo. O XTERRA Brazil distribui 50 vagas para os mais bem colocados triatletas por faixa etária, masculino e feminino, para a final do triathlon off-road mundial. São reunidos 800 atletas de 32 países para disputar em um percurso no terreno vulcânico da ilha americana.


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