JORNAL DE
ESTUD
setembro 2016
Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF | Juiz de Fora, Setembro de 2016 | Ano 51 | Nº 250
JF tem pior taxa percentual de eleitores entre 16 e 18 anos >>>
P. 3 Foto: divulgação/são bartolomeu
Bares de JF apostam em pratos gourmet >>>
política
eporte
cultura
geral Foto: ISABEL SENNA
Foto: gabriella weiss
Foto: Divulgação/tse
Foto: elza fiúza/abr
Ficha suja
JF Paralímpica
Literatura ilustrada
Intercâmbio
Ficha suja pode barrar candidatos a vereador em JF. Concorrentes participam da eleição e são julgados posteriormente
Juiz de Fora reúne mais de 200 atletas na 7ª Semana Paralímpica, com torneios em seis modalidades
Projeto “Transnaviana” apresenta impressões de 19 artistas sobre textos de Pedro Nava
Alunos aprovados no último edital de intercâmbio da UFJF contam suas experiências
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2 Opinião
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Editorial
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epois de uma longa jornada, estamos chegando ao final de mais uma disciplina da Faculdade de Comunicação da UFJF, a Técnica de Produção em Jornalismo Impresso. O Jornal de Estudo é a nossa penúltima publicação e, em breve, estaremos mergulhando em uma nova rotina na Rádio Facom. O jornalismo diário se tornou um fiel companheiro durante esse Mergulhão de Impresso. Nossa primeira experiência com ele foi através do Mergulho Diário. Agora, chegamos ao tradicional Jornal de Estudo
da Faculdade de Comunicação com muitas informações sobre o que está acontecendo na UFJF, em Juiz de Fora e no Brasil. Durante esse ano, a política do país passou, e ainda passa, por momentos delicados, com os últimos meses sendo tomados por declarações e manifestações. Além disso, estamos em meio às eleições municipais e trazemos a repercussão do debate realizado no CES/JF com os candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora, onde expuseram suas ideias e propostas para os alunos. Também nesta edição, você
vai conferir uma matéria sobre a 7ª Semana Paralímpica, que aconteceu na cidade e reuniu mais de 200 atletas. Ainda no esporte, o JF Vôlei, mesmo com um desempenho abaixo do esperado, está se preparando para a semifinal do Campeonato Mineiro. Depois, o time vai competir na Super Liga. Na seção de Economia, considerando o cenário de crise econômica em que o país se encontra, trouxemos informações sobre aplicativos e programas de desconto em Juiz de Fora, como a Carta Curinga e o aplicativo CDL Descontos, que oferecem até
50% de desconto em diversos setores do comércio. A cena cultural da cidade não poderia ficar de fora nesta edição do Jornal de Estudo. Destacamos músicos juizforanos que estão investindo em web clipes e quais formas de apoio que eles recebem. Na seção de Cultura, também trazemos diversos eventos que acontecem na cidade, como o Projeto Arte em Trânsito, o evento “Lampejo: uma exposição de sketchbooks” e as inscrições para dois festivais culturais, um de cinema e outro de teatro. Tem muito mais no Jornal de Estudo!
Finalmente, por meio deste editorial, gostaríamos de deixar nosso agradecimento. Agradecemos aos professores que nos orientaram durante o Mergulhão de Impresso, nos apoiaram durante momentos desgastantes e nos ensinaram muito sobre a caminhada jornalística que teremos à nossa frente. Também precisamos agradecer uns aos outros. Somente com o trabalho em equipe tudo isso foi possível. Que essa seja a primeira de várias conquistas. Obrigado também a você leitor, pelo tempo que dedica a esse Jornal de Estudo. Boa leitura!
cotidiano. No lugar do botãozinho tão mecânico que apertamos, melhor não seria ir fazer uma visita para aquele amigo que você só tem visto online, mas há anos não troca uma palavra? Relembrar o passado, as farras, falar dos problemas, rir. Me parece que muito tem nos custado o tempo. Muito custa ir ao encontro do outro, muito custa sorrir ao dar um bom dia. Muito custa, porque tempo é moeda sem troca, passa e não há estorno. Mais revolucionário e significativo talvez seria, nesse Dia Mundial da Paz, espalhar sim o amor, mas nas vias de fato. No “Oi” que você dá às
pessoas, com os amigos, com os desconhecidos, porque o amor também está nos pequenos atos de gentileza. Muito mais que ver corações pulando na tela, que tal fazer com que eles pulem no peito das pessoas?
crônica
Os limites entre a vida real e o mundo virtual
Q
uem não foi invadido pela enxurrada de corações pelo Facebook, com certeza, não entendeu muito bem a movimentação na rede. O 21 de setembro, Dia Mundial da Paz, foi a data escolhida por Mark Zuckerberg para liberar a atualização disponível para dispositivos móveis que espalhava coraçõezinhos toda vez que o internauta clicava na opção “amei” nas postagens de seus amigos. Milhares de postagens falando sobre a atualização circularam junto com os corações, com mensagens do tipo “‘Amando’ tudo só pra ver os corações
subindo”. Uma iniciativa fofa, similar à interação com o botão “Gratidão” lançada anteriormente, que claramente foi abraçada pelos usuários. Engraçado é pensar que esses poucos corações mobilizaram tanto as pessoas, em tão pouco tempo e muitas sequer sabiam o real motivo da atualização. Pequenos casos do cotidiano que demonstram como entramos em um ponto delicado. Replicamos, comentamos, curtimos, mas de fato estamos sentindo tudo isso? Um “amei” na internet é de fato um amei na vida real? Te desafio a olhar ao seu
redor. Quantas pessoas você vê com o celular na mão? Quantas você vê digitando enquanto caminham para seus destinos? Engraçado pensar que andamos com o mundo na palma de nossas mãos e a cabeça tão distante dele. Os limites entre a vida real, a tecnologia e o mundo virtual estão cada vez mais difusos. Substituímos ao invés de complementarmos, tornamos a realidade manipulável das redes nossa principal realidade. Penso que interação, seja ela a famosa curtida, o “amei” ou as diversas outras reações disponíveis, sobrepõe as verdadeiras reações do
Foto: Balõezinho/Divulgação
Larissa Alves
Expediente Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora Publicação produzida pelos alunos do 6o periodo do curso de Jornalismo integral e do 7o período do curso noturno para a disciplina Técnica de Produção em Jornalismo Impresso. Reitor: Prof. Dr. Marcus David Vice-Reitor: Prof . Dr . Girlene Alves da Silva a
a
Diretor da Faculdade de Comunicação: Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira
Profa Dra Claúdia de Albuquerque Thomé Coordenador do Curso de Jornalismo Noturno: Prof. Me. Eduardo Sérgio Leão de Souza Chefe do Departamento de Metódos Aplicados e Técnicas Laboratoriais: Profa Dra Maria Cristina Brandão de Faria Professores Orientadores: Prof. Dr. Marco Antônio Bonetti Profª. Me. Marise Baesso Tristão
Vice-Diretora da Faculdade de Comunicação: Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes
Equipe: Amanda Cadinelli, Amanda Cordeiro Padilha, Caio Gonzaga, Cynthya Marangon, Davi Carlos Acácio, Franco Ribeiro, Gabriella Weiss, Larissa Alves, Laura Conceição, Laura Sanábio, Ludmila Azevedo, Luiza Dias, Maria Fernanda Pernisa, Matheus Andrade, Matheus Soares
Coordenadora do Curso de Jornalismo Integral:
Tiragem: 1.000 exemplares
Endereço: Rua José Lourenço Kelmer, s/n, Campus Universitário - Bairro São Pedro 36036-900 Telefones: (32) 2102-3601 / 2102-3612
Política 3
setembro 2016
JF tem a pior taxa percentual de eleitores menores de idade nas eleições 2016 Índice está em queda desde o ano de 2012. Neste ano, 1592 jovens abaixo dos 18 anos estão aptos a votar Franco Ribeiro
Roberto Figueira Leal, uma possível justificativa para esses números está nos acontecimentos negativos referentes à política. “O fato de que numerosos escândalos políticos tenham ocupado a atenção da opinião pública ao longo de décadas ajudou a cristalizar a má imagem que as instituições políticas têm hoje na sociedade. Apesar de não ser a única variável relevante para explicar a diminuição de jovens com título, pode haver, num município ou outro, variações demográficas naturais do tamanho da população em determinada faixa etária.. Mas certamente essa má imagem é um dos motivos que tem contribuído para a pouca disposição de muitos
jovens em tirarem seus títulos de eleitor.”, avaliou. Estudante do terceiro ano do ensino médio, Daniel Venturelli tirou o título de eleitor em março, tornandose um dos 1.592 eleitores menores de idade em condições de votar. Aos 17 anos, o jovem se mostra muito seguro em relação ao primeiro voto antes da maioridade: “Considero que o direito ao voto deveria ser exercido por todos aqueles que o podem fazer, já que política se relaciona com os rumos da cidade, estado e país. Ainda que eu não tenha a obrigação hoje, meu voto diz respeito aos próximos quatro anos, tempo em que já serei eleitor obrigatório. Por isso, nada mais certo do que eu
participar dessas eleições”, justifica Daniel. Os brasileiros entre 16 e 18 anos passaram a ter direito ao voto a partir da Constituição de 1988. Dessa forma, a primeira eleição que contou com a participação dessa juventude foi o pleito
presidencial de 1989, no qual o candidato Fernando Collor de Mello foi eleito presidente. É importante ressaltar que, nessa faixa etária, a participação direta no processo eleitoral é facultativa.
Imagem: IDEB
J
uiz de Fora tem a sua pior taxa percentual de eleitores menores de idade neste ano. Os eleitores de 16 e 17 anos representam atualmente apenas 0,40% do eleitorado, estando em queda desde o último pleito municipal. Em 2012, esse índice era de 0,79%, enquanto que em 2014, houve um declínio para 0,49% do total. Nas eleições municipais de 2016, apenas 333 jovens Karoline Discaciati de 16 anos estão aptos a votar, sendo 141 meninos e 192 meninas. Já entre os eleitores com 17 anos, o número é de 565 homens e 694 mulheres, totalizando 1.259 adolescentes nessa faixa etária. De acordo com o cientista político Paulo
Relação entre meta e índice obtido para o ensino médio
Ficha suja pode barrar candidatos a vereador em Juiz de Fora
Mesmo estando ‘sub judice’, concorrentes poderão ser votados normalmente no dia 2 de outubro Matheus Andrade
Foto: TSE/Divulgação
estes casos somam 44. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio da página “Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais”, oferece de maneira atualizada a situação processual de cada candidato. (www.tse.jus.br)
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga de maneira atualizada situação das candidaturas
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as eleições municipais de Juiz de Fora, 17 dos 413 candidatos a vereador podem conseguir o número mínimo de votos para se eleger, mas ainda assim não assumirem seus cargos. Esta é a situação em que se encontram os postulantes à Câmara Municipal que tiveram suas candidaturas classificadas como
“indeferidas com recurso” pela Justiça Eleitoral, mas que recorreram ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Os candidatos nesta situação podem fazer suas campanhas como qualquer outro e terão seus nomes disponíveis nas urnas no dia 2 de outubro. No entanto, sua situação eleitoral é classificada no conceito de “sub judice”, ou seja, o
registro ainda aguarda uma decisão final da justiça. A justificativa que permite aos concorrentes participarem do processo lei eleitoral nesta situação é que, caso a decisão da justiça seja favorável à candidatura, a decisão das urnas não é, assim, infligida. Como funciona As candidaturas se dividem
de quatro maneiras sob a ótica da Justiça Eleitoral: deferida, deferida com recurso, indeferida e indeferida com recurso. No caso das deferidas com recurso, o candidato teve seu requerimento aceito pelo juiz eleitoral, no entanto alguma outra candidatura ou o Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com um recurso contra esta. Em Juiz de Fora,
Caso em 2012 Nas eleições municipais de 2012, o ex-prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani, tentou ser vereador pelo PSL. No entanto, o MPE, junto com outros três vereadores, entrou com um pedido de impugnação de sua candidatura por conta da Lei da Ficha Limpa. O exprefeito teve sua candidatura “sub judice” e pôde concorrer normalmente ao pleito. Na época, o juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz decidiu contrariamente àa legalidade da candidatura de Bejani, que foi impedido de assumir o cargo.
4 Política
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Instituições de ensino se destacam com debates de candidatos à Prefeitura
Vianna Júnior recebe primeira reunião com postulantes à vice; CES/JF abre espaço para perguntas de alunos
Organização indicou quase 500 presentes no debate
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s candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora nas eleições 2016 estiveram frente a frente em dois debates promovidos por instituições de ensino da cidade. O primeiro deles aconteceu no dia 15 de setembro no Instituto Vianna Júnior, enquanto o segundo foi realizado no dia 21, no Centro de Ensino Superior (CES) de Juiz de Fora. Nos dois casos, a plateia foi composta essencialmente por alunos, ex-alunos e professores. O que chamou atenção no caso do evento realizado pelo Vianna Júnior foi o fato de os vicecandidatos também terem participado do debate pela primeira vez na história da cidade. Nas duas ocasiões, dentre os sete postulantes, seis estiveram presentes, com a ausência de Victoria Mello (PSTU) no caso do Vianna Júnior, e Lafayette Andrada (PSD) no debate realizado no CES. As duas realizações contaram com as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinam, por exemplo, uma reunião prévia com representantes de cada candidato participante, definindo, assim, sorteios para a ordem de respostas das perguntas e o posicionamento de cada concorrente na mesa.
Sobre os requisitos, divergências entre os organizadores de cada evento. Jaqueline Vianna, diretora e responsável pelo debate no Vianna Júnior, indicou que não foi fácil: “Foi difícil, mas, na verdade, é parte de um projeto pedagógico. Nós tivemos, ao longo do ano, várias palestras discutindo exatamente este momento político que estamos passando. Cabe a nós também este papel de formador de opinião.” Para Jaqueline Vianna, a oportunidade foi fundamental: “O que nós sempre colocamos para os nossos alunos é que o conhecimento é de forma ampla. E nós temos que organizar toda forma de enriquecimento cultural e de elaboração do pensamento crítico”. Já Gilze Bara, mediadora da mesa e responsável pelo evento no CES, disse que, além de achar uma data em que todos candidatos estivessem disponíveis, não houve grandes dificuldades. O encontro no CES teve cerca de 500 presentes, além das quase 200 pessoas que acompanharam pela internet. Em ambos os eventos, os candidatos tiveram a possibilidade de, no começo, exporem suas
Foto: Bruno Halfeld
Foto: Bruno Halfeld
Matheus Andrade
Debate contou com perguntas diretas de professores e alunos
considerações gerais sobre a cidade, assim como suas motivações para se tornarem prefeitos. Além disso, as tradicionais perguntas de um concorrente a outro foram presentes nos dois debates, suscitando temas vinculados nas discussões políticas da cidade, como a transparência na atual gestão, a rejeição à política vista como tradicional, e a experiência que cada candidato possui para administrar. No caso do CES, os relacionados ao centro de ensino tiveram a oportunidade de fazer perguntas diretamente aos candidatos. Para a organizadora do evento, Gilze Bara, a etapa foi fundamental: “É extremamente rico, pois é uma chance de as pessoas perguntarem aquilo que realmente interessa a elas. Acho que foi um momento bacana.” Neste momento, temas, como a postura dos candidatos para minorias e a posição sobre a proposta da “escola sem partido” foram levantados, o que não vinha acontecendo com frequência. Por fim, os candidatos fizeram suas considerações finais, levantando alguns temas já presentes nas campanhas. Na avaliação de Gilze Bara, a recepção dos
candidatos ao evento foi positiva: “Rapidamente conversei com eles (candidatos) após o debate, acho que ficaram satisfeitos. Sobretudo as candidaturas que têm menos tempo no horário eleitoral gratuito, que tiveram a possibilidade de usufruir o mesmo tempo dos outros candidatos”. Durante o evento, os questionamentos sobre o tempo disponível para a campanha pelas candidatas Maria ngela (PSOL) e Victoria Mello (PSTU) estiveram muito presente. As duas são as que possuem menor tempo de campanha. Brasil repercute No caso do debate no CES, o turbulento momento vivido pela política brasileira, sobretudo com o processo de impeachment de Dilma Rousseff, teve influência no último debate. Alguns candidatos responderam suas perguntas sob alguns gritos da plateia que indicavam “Fora Temer”. A frase também estava estampada nas roupas de muitos presentes. Uma das perguntas de um estudante foi a posição da candidata Victória Mello sobre o processo de impeachment que afastou a presidente Dilma Rousseff no dia 31 de agosto. Victória Mello, em sua resposta
indicou “fora todos eles”, em um slogan que vem sendo usado por seu partido, PSTU, e que indica uma rejeição total aos membros do Congresso. A postura levou a algumas reações, como a do prefeito Bruno Siqueira (PMDB), que indicou que, no caso da saída de todos congressistas, a deputada federal Margarida Salomão (PT), também perderia seu mandato. Primeiro debate com vices Um dos principais destaques da organização do debate foi a conjuntura na qual se realizou o primeiro encontro deste tipo entre os candidatos a vice-prefeito. Além da situação envolvendo o presidente Michel Temer, que assumiu o posto após o impeachment de Dilma Rousseff, Juiz de Fora vivenciou situação parecida recentemente. O prefeito Alberto Bejani (PTB) renunciou ao cargo, deixando o posto com José Eduardo Araújo (PR) em 2008. Jaqueline Vianna, indicou: “No Brasil estamos vivendo um momento muito complicado, em que muitos vices vêm assumindo a condição de protagonista. É muito interessante, eu mesma não conhecia alguns dos candidatos.”
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setembro 2016
editoria 5 Economia
Bares de JF buscam sofisticação para melhorar negócios e atrair consumidores De acordo com o Sebrae, empreendedor terá que investir mais ao optar pela “gourmetização”
Laura Conceição ares de Juiz de Fora estão apostando em medidas para atrair cada vez mais o consumidor. Isso porque quem sai de casa para se distrair deseja estar em um lugar agradável, ser bem atendido e apreciar a comida e a bebida não só pelo paladar, mas também pelo visual. Para conquistar os clientes, os bares estão optando por “gourmetizar” seus produtos e serviços. De acordo com o Sebrae, a gourmetização vem como forma de diferenciação dos negócios. E muitos microempresários da cidade têm apostado nesta sofisticação como forma de melhorar o negócio e os lucros. Um dos primeiros passos é capacitar os profissionais e otimizar os serviços. O gerente regional do Sebrae, João Roberto Marques Lobo, explica que qualquer prática que seja aplicada com o fim de melhor atender os clientes tem extrema importância e é válida. “Gourmetizar gera um custo ao empreendedor, mas vale a pena. Por mais que
Foto: Laura Conceição
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Foto: Laura Conceição
Puz Grill aposta em pratos harmonizados
Cozinheiros de bares capricham na apresentação de pratos
o preço dos produtos sofra elevação, o consumidor sente que é um bom investimento por notar qualidade.” Ele ressalta, ainda, que existe na cidade um crescimento no número de indústrias de produtos gourmetizados, como as cervejas artesanais. Diante disso, além do cuidado maior com os pratos, muitos bares têm buscado seu diferencial oferecendo uma carta com estas
bebidas artesanais. Na cidade, esta tendência tem sido muito forte nos últimos meses. Valor agregado Para o profissional de gastronomia Renan Kneipp, 21 anos, um produto gourmet não precisa ser necessariamente mais caro para atender aos seus requisitos. No entanto, é essencial que ele gere prazer. “É saber comer bem, na questão
qualitativa”, diz Renan. E ele ainda acrescenta: “As pessoas pagam para ter uma boa experiência e não apenas comer uma boa comida. É um combo importante e que, quanto melhor realizado, mais valor será agregado” No Bar Putz Grill, um espetinho de carne e outros elementos de churrasco ganham um destaque especial e são servidos em pratos decorados e com uso de talheres. “O que diferencia nossos espetinhos daqueles vendidos em carrocinhas nas ruas é nossa ampla variedade e nosso espaço fixo que fornece conforto e gera identificação no público, além da maneira como os servimos”, conta Josué Moreira, sócio
do bar. Vender comidas do cotidiano de maneira harmônica e valorizada caracteriza a gourmetização de alimentos simples. Outro estabelecimento da cidade que aposta em produtos Gourmet é o São Bartolomeu. De acordo com Mariana Campos e Isabela Caletti, do Bartô, como é chamado o bar, o objetivo é proporcionar felicidade ao cliente através da satisfação com o atendimento, gosto da comida e ambiente agradável. “Nossos produtos básicos são produzidos no próprio bar. Nossos pães são feitos aqui, os bifes são artesanais e nos preocupamos com a procedência de cada alimento que passa por aqui”, afirma Isabela. Além dos hambúrgueres, o Bartô oferece cervejas artesanais e uma seção de padaria composta por vários tipos de pães caseiros fabricados no próprio local. As funcionárias acreditam que a fabricação dos próprios produtos é um símbolo gourmet que gera muita satisfação nos clientes e diversas experiências agradáveis.
Empresa desenvolve ferramenta de comunicação para casas de festa A Smarti9 já fechou acordo com a boate Avalon, inaugurada este ano em Juiz de Fora
Foto: Divulgação/Smarti9
Maria Fernanda Pernisa
Empresa emprega 37 funcionários da área de engenharia, informática e gestão de pessoas
A
invenção da empresa incubada no Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (CRITT) permitirá que as pessoas presentes nas festas possam se comunicar entre si, sabendo quem são os
presentes, além de fornecer para a empresa informações como o horário de entrada e saída, oferecendo as mesmas em tempo real. A tecnologia será implementada através de um chip acoplado nas pulseiras entregues para os participantes
das festas. Criada em 2012, a Smarti9 é uma spin off (empresa que nasce a partir de um grupo de pesquisa) especializada em desenvolver equipamentos de telecomunicação. O projeto que deu origem à empresa foi realizado em parceria com a Cemig, empresa de energia elétrica de Minas Gerais. A pesquisa contou com recursos do CNPq, Fapemig e da própria Cemig: “Tudo começou num projeto orientado pelo professor Moisés e professor Fabrício, realizado em parceria com a Cemig, de comunicação de dados via rede elétrica. O conceito do projeto era instalar modens nos medidores de energia para poder prover o acesso à internet aos consumidores. A aceitabilidade era grande, porque resolvia um problema
da Cemig de infraestrutura de comunicação dos medidores de energia e ao mesmo tempo resolvia o problema de acesso à internet que, na época, era muito crítico. ”, conta Diogo Fernandes, atual presidente da empresa. O projeto foi desenvolvido, cresceu, gerou patente e, em paralelo, todo o conhecimento gerado originou a empresa. O modem era instalado na rede elétrica, sendo conectados aos cabos de energia que chegam nas casas e as pessoas tinham acesso à internet através dele. “A gente considera que ele é uma tecnologia de acesso de última milha, quer dizer que ele é a última ponta de acesso à internet”, explica o presidente. Os resultados foram ótimos: “Para a cemig, foi um projeto que ela já tava buscando, ela já queria investir
na área de comunicação via rede elétrica e para a gente, tivemos geração de protótipo, de pesquisa e mais de 50 artigos publicados nessa área e, para a empresa, gerou novas tecnologias baseadas no conhecimento adquirido”, afirma Fernandes. No total, foram doados 4 milhões de reais para o desenvolvimento do projeto. Diogo explicou que a empresa chamou atenção de outras empresas menores com interesse em desenvolver aplicativo e o primeiro software. “A gente já desenvolveu aplicativo do Peça Agora (outra empresa incubada no CRITT) e pessoas de fora da incubadora. Todos esses recursos que a gente recebeu foram reinvestidos em produtos e a gente está colhendo os resultados hoje.”
6 Economia
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Programas e aplicativos de descontos são crescentes no comércio juiz-forano Ferramentas chegam a oferecer 50% de desconto em bares, centros de estética, hotéis e outros segmentos
Cynthya Marangon
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o cenário brasileiro de crise econômica, os programas de descontos e clubes de vantagens encontram-se em ascensão. Em Juiz de Fora, a Carta Curinga e o aplicativo CDL Descontos são exemplos de ferramentas que oferecem aos consumidores descontos de até 50% em diversos setores do comércio e de serviços. Para os comerciantes, participar dessas estratégias é uma forma eficiente de fidelizar clientes, aumentar o lucro e conhecer seu público-alvo. A Carta Curinga foi lançada em 2011, por Rodrigo Maffia e outros dois sócios. A revista, acompanhada de um cartão, permite que os clientes tenham acesso a promoções de diversos estabelecimentos. Novas edições são lançadas em 40 dias e o benefício é vendido a R$11,90. Para a fonoaudióloga Juliana Costa, o cartão é uma ótima alternativa para economizar e conhecer novos estabelecimentos: “Com a carta,
consegui consumir produtos de minha preferência pela metade do preço. Na hora de um happy hour, por exemplo, pude consumir duas canecas de cerveja pelo preço de uma. Isso gera um impacto positivo no orçamento no final do mês”, analisa. A Carta Curinga também oferece muitas vantagens para os seus anunciantes. Entre as principais, está a possibilidade de analisar os lucros e o perfil da clientela. “Nós desenvolvemos um software, que toda vez que a pessoa utiliza o cartão, o atendente registra o número. No término da edição, é possível mensurar o resultado de quantas promoções o estabelecimento vendeu, o faturamento e o perfil do público”, explica o sócio Rodrigo Maffia. Dessa forma, a revista torna-se uma estratégia mais eficaz para as empresas do que o anúncio em mídias tradicionais. Outra ferramenta vantajosa para os comerciantes e consumidores é o CDL Descontos. O
aplicativo, desenvolvido pela Câmara dos Dirigentes Logistas de Juiz de Fora (CDL), oferece promoções em estabelecimentos associados. “O aplicativo divulga os estabelecimentos e as marcas e traz vantagens para o consumidor, para que ele possa esticar seu salário e fazer compras em vários segmentos, como eletrônicos, bares e estética”, esclarece o superintendente da CDL, Carlos Fernandes. Com a economia brasileira em recessão, essas ferramentas têm sido um atrativo para os estabelecimentos. Camila Chain é proprietária do Mabruk, restaurante especializado em comida árabe, localizado na região do Alto dos Passos. Seu negócio adota tanto a Carta Curinga quanto o CDL Descontos. “A gente tem pouco tempo de casa, e com essas promoções, vamos nos tornando mais conhecidos. Afinal, atualmente todo mundo só está procurando por promoções. Ganhamos muito retorno com o desconto
oferecido no nosso rodízio”, avalia.
Expansão A Carta Curinga é um grande sucesso desde o seu lançamento. O primeiro lote de vendas, com 1.500 exemplares, esgotou em quatro dias. Já no segundo ano do mercado, mais de dez mil cartões já haviam sido vendidos. Hoje, cada campanha conta com a venda de cerca de 5 mil exemplares. Tamanho sucesso só poderia resultar em expansão. A marca está consolidando franquias em diversas cidades da Região Sudeste, como Leopoldina, Viçosa, Manhuaçu, Itaperuna, Ponte Nova, Vitória e Três Rios. “Nossa previsão é terminar o ano presente em 15 a 20 cidades. Em tempos de crise é um resultado muito positivo”, ressalta Maffia. Outra novidade do empreendimento é a parceria com o setor corporativo. A nova versão do produto, a Carta Curinga Premium, funciona como um clube
de vantagens e é ideal para empresas que desejam agradar os seus clientes. Em Juiz de Fora, a iniciativa já é presente em academias e empresas de formatura. Logo, os clientes das empresas que adotam a iniciativa recebem o cartão preto. Essa versão é válida enquanto houver vínculo com a instituição, e não apenas por 40 dias. Só no âmbito universitário, há oito mil alunos com posse da Carta Curinga Premium. O CDL Descontos também irá oferecer benefícios para além de Juiz de Fora. O aplicativo, em breve, terá cobertura nacional. “As CDLs de outras localidades se interessaram também em replicar essa mesma fórmula. Agora, o aplicativo irá agregar valor também para outras cidades como Uberlândia, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em uma viagem, por exemplo, o dispositivo de localização do celular automaticamente demonstrará as ofertas do lugar para os clientes”, explica Carlos.
Pesquisa indica que torcedores têm gastos exagerados com clubes de futebol Segundo SPC, jovens de 18 a 24 anos são os que mais investem em produtos caros
Ludmila Azevedo
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m levantamento deste mês, divulgado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), aponta um desequilíbrio mensal na renda dos fanáticos por futebol. Dois em cada dez torcedores tendem a exagerar no consumo de produtos relacionados ao time do coração. Os entrevistados gastam dinheiro, principalmente, com bebidas (33,8%), camisetas de times (31,9%), ingressos para partidas (29,5%), aperitivos (28,0%), idas a bares e restaurantes para acompanhar jogos (26,3%), pagamento de TV por assinatura (25,6%) e pay per view (15,9%). No mês passado, uma média de R$256 foi investida nos itens citados. “Sempre que tenho folga às quartas ou aos domingos, vou ao bar assistir aos jogos do Corinthians”, conta a estudante Dé-
bora Alves. “São 2h de jogo, então sempre acabo gastando com cerveja ou com algum petisco. A maior quantia que já paguei foi R$300 em uma camisa do clube, e hoje paro para pensar que foi realmente muito caro. Ainda assim, é um produto personalizado, de qualidade, que eu queria muito. Como todos os meus amigos sabem do meu amor pelo time, eu ganho muitos presentes relacionados ao Corinthians, é uma forma fácil de me agradar”. Débora pondera que o valor pago para assistir ao time no estádio também é alto. “Tem o preço da van, para o Rio ou São Paulo, e os ingressos, que mesmo sendo meia-entrada, ainda são caros. Para quem é apaixonado o sacrifício compensa, o amor pelo time vai além”, acredita. Sócio-torcedor do Vasco, o programador Pedro Henrique Caixeiro aproveita os descon-
tos aos quais tem direito. “Vale à pena pagar os R$25 mensais, que rendem preços mais baixos nos ingressos, na loja online do time e até mesmo nos supermercados”, opina. “Este ano fui ao estádio ver o Vasco apenas quatro vezes, mas em anos anteriores cheguei a presenciar cerca de 30 partidas. Para mim, a melhor forma de relaxar é ir ao estádio. Não costumo comprar muitos objetos do time, mas coleciono as camisas desde as mais antigas, hábito que adquiri com meu pai”. Flamenguista, o estudante Roberto Guedes Machado admite que, mesmo quando não tem muito dinheiro, faz um sacrifício para ver o time ao vivo. “Toda vez que o Flamengo vem em juiz de fora eu vou, e também costumo assistir às partidas no Maracanã, não penso duas vezes. Também tenho o costume de comprar qualquer coisa rela-
cionada ao clube: tenho nove camisas, sendo oito oficiais, uma estatueta do Zico, 14 canecas, meião, short, três toalhas e uma manta, tudo oficial”, enumera. Muitas vezes Roberto se endivida parcelando os preços desses produtos. “Na última vez que fui ao Rio de Janeiro, não tinha dinheiro sobrando, mas mesmo assim paguei para entrar no Museu do Flamengo. Na loja, vi uma camisa que tive que comprar. Ela custou R$250, valor que parcelei em dez vezes. Prefiro fazer compras em lojas físicas”, relata. “Meu amor pelo time é tão grande que dei ao meu filho o nome Arthur, em homenagem ao Zico, melhor jogador que o Flamengo já teve”. O estudo do SPC indica ainda que os maiores gastos partem dos jovens com idade entre 18 e 24 anos (29,7%), que fazem parte das classes C, D e E (23,1%). Também de acordo com a pes-
quisa, as lojas físicas especializadas em materiais esportivos (21,4%) são os locais mais procurados para as compras, seguidos pelas lojas físicas do próprio time (21,2%) e pelas lojas online (16,8%). Cada torcedor compra, em média, quatro produtos relacionados ao futebol por ano. “O movimento depende dos times. Se o clube está bem, o torcedor vem e quer comprar a camisa, caneca, toalha. Contudo, se o time está mal, a procura não é tão grande”, explica Leonardo Maia, empresário e proprietário de uma loja de artigos de futebol. “Para presentear os amigos, as pessoas normalmente compram lembrancinhas cujos preços variam entre R$30 e R$40, a exemplo das canecas. O investimento próprio, por sua vez, gira em torno de R$150, e a camisa é o item mais popular”, finaliza.
Geral 7
setembro 2016
Tratamento hiperbárico é alternativa para tratar lesões que não cicatrizam
Três clínicas de Juiz de Fora começam a usar tratamento que acelera cura de infecções, mas que ainda não é oferecido na rede pública
Laura Conceição
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tratamento hoje no município e que ele ainda não está disponível na rede pública. Entenda o tratamento A OHB pode ser aplicada em câmaras com capacidade para um paciente (câmara monopaciente) ou para diversos pacientes (câmara multipaciente). A oxigenoterapia hiperbárica é reconhecida como uma modalidade terapêutica que deve ser aplicada por um médico com auxilio de enfermeiros.
Foto: Divulgação
m tratamento alternativo para curar infecções e cicatrizar ferimentos começa a ser mais utilizado em clínicas e hospitais particulares de Juiz de Fora. É a oxigenoterapia, modalidade terapêutica que consiste na oferta de oxigênio puro (FiO2 = 100%) em um ambiente pressurizado a um nível acima da pressão atmosférica. No caso dos diabéticos, médicos apontam que a terapia tem sido eficiente já que estas pessoas tendem a ter complicações e dificuldades de cicatrização, e o processo tem acelerado a cura de infecções. Estudos científicos já indicaram que até 85% das amputações no pé diabético foram precedidas por úlceras que poderiam ter sido tratadas com a oxigenoterapia hiperbárica. Apesar das indicações para o tratamento, como ele é caro, muitos clientes de planos de saúde têm o pedido negado e são impossibilitados de concretizá-lo. Maria Helena Pereira é dia-
Contraindicações
Paciente de terapia hiperbárica antes de seção
bética e estava a ponto de perder o dedo do pé direito até que seu médico indicou a terapia como ultima tentativa de “salvar” o membro. Quando foi pedir a liberação, ela teve dificuldades, pois o plano de sáude negava, alegando que o seu problema fosse uma emergência “Precisei contratar um advogado para recorrer ao tratamento.” Outra
paciente, que preferiu não ter o nome divulgado, conta que operou o cóccix no final do ano passado e que, depois de sete meses tentando a cicatrização, buscou a oxigenoterapia. “Com este tratamento, foram necessários apenas 20 dias, para que a ferida se fechasse.” Paulo Hoti, enfermeiro especializado em oxigenioterapia e
sócio da O2 JF, clínica que oferece esse tratamento na cidade, diz que a procura para o tratamento está aumentando, e os resultados são positivos. “A eficiência da medicina hiperbárica não é motivo de dúvidas. Estamos nos aprofundando cada vez mais nessa especialidade”, conta Paulo. O enfermeiro explica que apenas três clínicas utilizam o
Infecções das vias aéreas superiores História de convulsões Enfisema pulmonar com retenção de CO2 Febre alta Cirurgia torácica recente não drenada Cirurgia para otoesclerose Esferocitose congênita Miopia e catarata Claustrofobia Gravidez
Volta de doenças leva Poder Público a ampliar campanha de vacinação Redução do número de pessoas imunizadas no pais é uma das causas do retorno de males Amanda Cadinelli
O
retorno de casos de doenças que já eram dadas como erradicadas no município, como a caxumba, deixa em alerta o Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde. Para tentar reverter esta situação, a aposta é ampliar a Campanha Nacional de Multivacinação, garantindo, por exemplo, que o maior número de crianças e adolescentes sejam imunizados. “Aqui em Juiz de Fora, nós estamos tendo vários casos de caxumba, coisa que não acontecia há anos, então é importante que as crianças e adolescentes tomem essa vacina o quanto antes”, aconselha Simone Oliveira, enfermeira do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora. Até maio deste ano, houve 29 casos de caxumba na cidade. A campanha de vacinação tem como público-alvo crian-
ças e adolescentes nas faixas etárias de 0 a 5 anos e de 9 a 15 anos. A avaliação dos profissionais de saúde é de que o retorno das doenças está associado ao abandono da vacinação. Por isso, a campanha será massiva até o dia 30 de setembro na tentativa de atualizar as cadernetas
de vacinação. Após esta data, os postos de saúde tradicionais vão continuar oferecendo as doses. Com a campanha, o Ministério da Saúde espera a diminuição dos casos de doenças imunopreveníveis e o fim do abandono a vacinação. Como a
Mudanças HPV: 2 doses com intervalo de 6 meses para meninas de 9 a 13 anos. Poliomielite: injeção aos 2 e 4 meses e gotinha aos 6 meses. 2 doses de reforço aos 15 meses (ambas de gotinha) e aos 4 anos (dose injetável) Pneumonia: 2 doses – aos 2 e 4 meses e um reforço aos 12 meses. Meningite: 2 doses, aos 3 e 5 meses de idade, com reforço aos 12 meses.
vacinação será de forma seletiva para a população alvo, não há meta a ser alcançada. Para atualizar a caderneta de vacinação das crianças e adolescentes, basta levá-los a um dos pontos de vacinação e entregar a cartão de vacinação ao agente de saúde que irá atendê-los. O profissional vai analisar se aquela criança ou adolescente precisa tomar alguma vacina e irá aplicá-la. Casos de alergia e gravidez devem ser comunicados ao agente de saúde. As vacinas disponíveis são tríplice viral (contra caxumba, sarampo e rubéola), hepatite A, VIP, meningocócica C, rotavírus, HPV, pneumo 10, febre amarela, varicela, pentavalente, tetraviral, dupla adulto, DTP e VOP (poliomielite). No caso da vacina contra o HPS, ela é destinada às meninas de 9 a 13 anos que ainda não tomaram a dose contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). Caso a adolescente já tenha tomado a primeira dose
da vacina, a segunda deve ser aplicada seis meses após a primeira aplicação. Em Juiz de Fora, a vacinação pode ser feita nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (Uaps), no PAM Marechal (Rua Marechal Deodoro, 496, Centro) e no Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente (Rua São Sebastião, 772/776, Centro), das 8h às 10h30 e das 13h30 às 16h30, de segunda a sexta-feir Saiba mais sobre a caxumba A caxumba é uma doença contagiosa transmitida por secreções orais e nasais, como espirro e tosse. Por mais que as pessoas pensem que caxumba é “doença de criança”, adolescentes e adultos estão entre os mais afetados. Dor de garganta, atrás da mandíbula, abaixo do ouvido, febre, falta de apetite e indisposição estão entre os sintomas da doença, que pode ser tratada com antitérmico e anti-inflamatório
cidadania
8 Geral
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Colégio de Aplicação João XXIII traz artistas de outras cidades para evento
Com projeto Arte em Trânsito, colégio investe em programação que reúne exposições, dança e teatro
Foto: Amanda Cadinelli
Amanda Cadinelli
“Chapada do Araripe” é trabalho do artista Lin Lima
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projeto de extensão Arte em Trânsito traz para Juiz de Fora artistas de outras cidades. O evento acontece entre os dias 19 e 30 de setembro no Colégio de Aplicação João XXIII e consiste em duas partes principais: a mostra cultural, que expõe trabalhos artísticos para os alunos e visitantes, e o colóquio, que
recebe estudantes de graduação, pós-graduação e professores para troca de experiências. A exposição conta com trabalhos de artistas convidados, dos próprios alunos e de estudantes de outras escolas. Intervenções artísticas e apresentações de dança e teatro também estão previstas para acontecer no colégio.
O destaque deste ano vai para os artistas convidados. É o primeiro ano que o projeto consegue trazer pessoas de fora da instituição para expor seus trabalhos. Segundo Renata Oliveira, organizadora do evento, até o ano passado, somente os professores do Colégio de Aplicação eram expositores. Este ano, vão participar a professora Fernanda Morais, da Escola Municipal Prefeito Jamil Sabrá, de Petrópolis – RJ, e o Professor Mestre Leandro Souza, do Colégio Pedro II, uma referência no estudo de artes na cidade do Rio de Janeiro. O projeto O Arte em Trânsito surgiu em 2010, por iniciativa das professoras Renata Oliveira e Andrea Senra. “A arte aparece em eventos mais gerais, como por exemplo a feira do livro e a semana cultural, mas não havia um momento só para a arte”, conta Renata. “Então a gente
criou o Arte em Trânsito, com a ideia de fazer uma mostra cultural de trabalho dos alunos, convidando o artista para atuar dentro do colégio e conversar com os alunos.” Segundo Renata, como os alunos entram no colégio por sorteio, o público deles é muito heterogêneo. “A gente percebeu que tem um número muito grande de alunos que nunca foi a um museu ou que vai pouquíssimo, então trazer a obra de arte para dentro do colégio favorece essa formação no olhar artístico deles”. As exposições acontecem no corredor do João XXIII que dá acesso às salas de arte. Assim, os alunos já se sentem entrando em um ambiente diferenciado dentro da própria escola. Para a aluna Beatriz Villela, do sétimo ano, a iniciativa é legal porque não é uma coisa que ela tem a oportunidade de ver sempre. “Eu acho
que é um talento da pessoa, porque é difícil, a pessoa tem que ter paciência para aprender e saber as técnicas”, relata a estudante. Beatriz pensa em cursar Arquitetura e Urbanismo devido ao gosto pelo desenho. O Colóquio Uma das partes do projeto é o Colóquio, que busca realizar rodas de conversa com estudantes, professores e artistas. Renata conta que o nome “Rodas de conversa” foi escolhido para fugir do termo “mesa de debate”. “Essas rodas de conversa geralmente são entre pesquisadores e algum público interessado no assunto. São trabalhos que, a princípio, são distantes uns dos outros, e a gente organiza de forma que um dialogue com o outro, depois a gente debate com cada um, dando a sua perspectiva”, relata a organizadora.
Prefeitura se une a instituições para movimentar turismo em Juiz de Fora
PFJ juntamente com o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (CRITT), criam grupo de trabalho voltado para o desenvolvimento econômico de Juiz de Fora Maria Fernanda Pernisa
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om data de apresentação das primeiras entregas prevista para 19 de outubro, o Grupo de Trabalho Desenvolvimento e Inovação da Mata Mineira, visa reunir entidades e universitários em torno de um projeto que pretende fortalecer polos turísticos da Zona da Mata, tornando a região mais atrativa. De acordo com Débora Marques, gerente de inovação do CRITT, o GDI será dividido em diferentes segmentos, como indústria, área rural, turismo, serviços e comércio. “ O objetivo dessa divisão é que o desenvolvimento das áreas se dê de forma paralela. Cada grupo irá se reunir e desenvolver uma metodologia para desenvolver a área com a qual irá trabalhar”, explica. “No GD do turismo, por exemplo, vamos identificar quais são os produtos das cidades âncoras com potencial de
escala”, conta Débora. Para que o projeto seja viável, o CRITT acionou representantes de empresas juniores da UFJF para compor o time que irá desenvolver a metodologia e aplicá-la. A primeira etapa consiste no levantamento de dados das produções regionais, seguida do desenvolvimento da pesquisa de mercado a ser aplicada com, pelo menos, um circuito turístico. O resultado coletado através dessa pesquisa irá ser apresentado no dia 19 de outubro. Os circuitos turísticos são agrupamentos de cidades turísticas que se unem por região para facilitar a comunicação entre a Secretaria do Estado de Turismo e as prefeituras do Estado de Minas. Atualmente são 46 circuitos responsáveis por movimentar as regiões. O projeto também conta com a participação de Daniele Feyo,
que faz parte do Conselho do Turismo de Minas Gerais e trabalha na Secretaria de Turismo da Prefeitura de Juiz de Fora. “Muitos juiz-foranos reclamam que a cidade não absorve os estudantes que aqui formam. Com um polo turístico desenvolvido, vamos conseguir mobilizar o mercado e passar a gerar mais empregos. O objetivo todo é ‘turistificar’ a Zona da Mata, atraindo pessoas para cá, tornando a cidade rentável”, conta. Identidade Turística Para que a construção da identidade turística seja possível, o CRITT convidou cinco empresas juniores de áreas complementares a fim de promover a interdisciplinaridade no projeto. As empresas convidadas são: Acesso Comunicação (jornalismo), Apsi (psicologia), Campe (administração,
ciências contábeis e economia), Mais Consultoria (engenharia de produção), Rumos (turismo), juntamente da LIGA das empresas juniores da UFJF, representada pela diretora de comunicação, Isabella Paiva: “Acredito que o principal ponto da proposta é a possibilidade de inserir os alunos em uma vivência empresarial com uma abordagem mercadológica. Apesar da Empresa Júnior já ser um espaço que permite um pouco desse contato, o projeto possibilita que além da execução das atividades dos Grupos Temáticos do GDI, que os alunos tenham a possibilidade de fazer networking com lideranças de diversos segmentos. Assim, conseguimos aproximar cada vez mais a Universidade da sociedade, gerando profissionais mais preparados para lidar com os desafios do mercado atual”, relata a universitária.
Enquanto universitário que usufrui das atrações da cidade e como morador que nasceu e desde então vive em Juiz de Fora, o estudante de psicologia, João Paulo Galhardo Brum, conta que: “ Vejo um movimento de pessoas que são de outras cidades da região e que vêm para Juiz de Fora buscando o que falta lá. Mas em Juiz de Fora mesmo, ainda é muito fraco“. O projeto também irá ser uma grande força impulsionadora da economia da cidade, já que irá focar no que a região tem de mais forte e investir na sua divulgação e criação da sua identidade turística. “Muitas pessoas reclamam que Juiz de Fora não absorve mais mão-de-obra. Com a criação dessa identidade, vamos possibilitar um crescimento econômico e uma melhoria dessa absorção”, finaliza Débora.
Geral 9
setembro 2016
Mudanças na linguagem publicitária para internet
Evento focou no funcionamento da publicidade para blog e Youtube Luiza Dias
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Foto: Luiza Dias
o dia 21 de setembro aconteceu a Capacitação em Linguagem Publicitária na Sala de Demonstração da Faculdade de Educação da UFJF. O evento foi ministrado pelo publicitário e professor da Faculdade de Comunicação Vitor Resende e foi organizado pela empresa júnior da faculdade, Acesso Comunicação Júnior. O foco principal da capacitação foi o funcionamento da linguagem publicitária para blog e Youtube. O assunto saiu das salas de aula de faculdades da área
e hoje faz parte do cotidiano das agências de publicidade e dos criadores de conteúdo para internet. A mudança de linguagem e estratégia publicitária nas redes sociais foi destaque durante o evento e é uma preocupação de empresas quando pensam em propagandas. Sobre a mudança na publicidade, o social media Joseph Rezende comenta que “a forma de abordar o público teve que mudar. Antes tínhamos o emissor, a mensagem e o receptor. Hoje temos o emissor, a mensagem e aquele que ajuda a produ-
zir o conteúdo, o receptor não aceita mais só receber a mensagem, ele contribui também. As marcas estão conversando com o público e isso tem um grande valor perante o mercado”. O palestrante Vitor Resende concorda com essa mudança e comenta a sua utilidade: “Podemos falar que hoje a publicidade afeta muito a criação de conteúdo para a web. Por quê? Porque vivemos um momento em que esses conteúdos são muito híbridos. A linguagem publicitária se torna um atrativo e uma ferramenta muito
útil para outros tipos de texto, não só publicitários”. Joseph também reforça a importância de um conteúdo bem desenvolvido, especialmente no meio publicitário, através da utilização das redes sociais: “Antes você tinha a propaganda apenas como algo de venda, você simplesmente oferecia o produto. Hoje a marca tem que conquistar o cliente além do produto, trazendo um conteúdo que acrescente para o seu público. Não basta mais falar do produto, você tem que fazer a diferença na vida de quem vai usá-lo”.
Capacitação focou na linguagem publicitária para blog e Youtube
Criadores de conteúdo Em Juiz de Fora, o número de criadores de conteúdo para internet ainda não é tão grande como em capitais como Rio de Janeiro e São Paulo, mas alguns nomes se destacam. Isabela Freitas, autora dos livros “Não se apega, não” e “Não se iluda, não”, que juntos venderam um milhão de cópias no Brasil, chamou atenção da sua atual editora com um blog onde falava sobre relacionamentos e comportamento. A publicitária e blogueira Maria Eduarda Paschoal, do blog La Garota, acumula cerca 25 mil seguidores nas redes sociais e tem quase
300 mil visualizações no Youtube. Hoje, o foco da jovem blogueira são resenhas literárias: “Eu comecei com dois blogs, um de beleza e outro de literatura, mas quando chegou um momento da minha vida que eu tive que escolher entre um e outro, escolhi o blog literário”. Sobre utilizar a formação publicitária na produção de conteúdo, Maria Eduarda comenta que “quando eu comecei a trabalhar em agências publicitárias, tive o contato com a produção de conteúdo e comecei a transferir essas ideias para o blog. Depois,
eu passei a trabalhar com anúncios e a partir daí, comecei a pensar no blog de maneira mais estratégica. Hoje em dia, há uma troca orgânica entre os dois”. Maria Eduarda explica que a melhor forma de colocar a publicidade na internet é incluí-la ao conteúdo do blog em que se está anunciando. Ela comenta que “não é mais possível transformar potenciais clientes em clientes efetivos com um banner em um blog, mas tendo um bom conteúdo sobre o anunciante, sim”. Atenção do público Vitor reforça que cada vez
mais o tempo de atenção na internet está diminuindo e por isso é preciso que a produção de conteúdo seja mais assertiva do que antes: “Os estudos mostram que o tempo de atenção na internet está diminuindo. Em menos de 10 anos, ele caiu de oito para cinco segundos. São apenas cinco segundos para atingir uma pessoa ou possível cliente. É preciso chamar atenção, e principalmente, prender o público com algo que seja do seu interesse. Conhecer o seu público, além da linguagem da internet, é algo muito importante”.
Polêmica no Ensino Médio Franco Ribeiro Atualmente, os estudantes cursam 13 disciplinas ao longo dos três anos de ensino médio. Para os especialistas do Ministério da Educação (MEC), esse modelo, além de ser engessado, não é atrativo para os alunos. Por isso, o MEC propõe uma mudança com a grade do primeiro ano sendo comum a todos os jovens, enquanto que a partir do segundo, haverá a opção de aprofundamento nas seguintes áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico. Dessa forma, caberá ao estudante a escolha de qual linha ele deseja se especializar. Professor de duas escolas da rede particular de Juiz de Fora, Edson Munck concorda que a educação brasileira necessita de alterações. Entretanto, o docente não acredita que uma ação imediatista como a MP seja o caminho a ser seguido: “O ensino médio brasileiro, no que tange aos índices educacionais, apresenta-se estagnado. Desse modo, há necessidade evidente de mudanças nesse ciclo da escolarização no país. Contudo, é simplório julgar que questões tão abrangentes possam ser solucionadas por meio da urgência de uma Medida Provisória, posto que, ao longo dos últimos anos, de modo participativo e respeitando os atores do processo de ensino-aprendizagem, buscam-se alternativas para aprimorar e valorizar o ensino médio no cenário contemporâneo.”, analisou Edson. A reestruturação seria feita inicialmente através do Projeto de Lei (PL) 6.840/201, no entanto, a tramitação é lenta, visto que a proposta passa por diversas comissões antes de chegar ao Plenário sem que haja um prazo para isso. Dessa maneira, o Ministro da Educação, Mendonça Filho, optou pela MP na qual o texto poderá entrar em vigor imediatamente após o exame do Poder Executivo. Para o MEC, a reforma é prioridade. Nessa categoria, a nota foi de 3,7, mesmo resultado obtido em 2011 e 2013.
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Atléticas: identidade de curso, saúde e integração no ensino superior
Os treinos e torneios possibilitam interação entre cursos e universidades e desenvolvem habilidades, como liderança e trabalho em equipe entre os estudantes Foto: Reprodução/Universitarius
Cynthya Marangon
Estudantes jogando durante Olímpiadas da UFJF
Foto: Reprodução/Universitarius
Atléticas na UFJF
Atletas da Atlética Medicina se abraçam durante a prova de Atletismo da Olimpíadas UFJF
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as universidades, é cada vez mais recorrente o envolvimento dos estudantes com atividades extracurriculares. Em destaque, encontram-se as Atléticas e os jogos universitários. A prática esportiva na faculdade estimula a saúde, o intercâmbio entre cursos e instituições, a criação de uma identidade de curso nos institutos e o desenvolvimento de habilidades, como liderança e trabalho em equipe. Gabriel Meireles, estudante do oitavo período de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), acredita que o esporte impulsionado pelas Atléticas é uma boa maneira de relaxar durante uma árdua rotina de estudos: “A prática de esportes alivia o estresse e traz melhorias no humor. Além disso, é uma forma de fazer amizades e estabelecer contatos.” O estudante é atleta do time de handebol da Atlética Medicina UFJF. Maurício Bara, educador físico e diretor da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da UFJF, apoia as Atléticas pelo incentivo ao esporte e à oportunidade de treinamento profissional ao estudante de Educação Física. Ele afirma que a cultura do esporte não é favorecida no Brasil e, diante dessa realidade,
as Atléticas trazem à juventude, majoritariamente sedentária, os benefícios da prática esportiva. “Tornar o meio universitário mais ativo fisicamente é um grande benefício. A prática de esportes traz a disposição física para a realização das tarefas cotidianas, pois melhora a qualidade do sono e potencializa a saúde cardiorrespiratória”, aponta Bara. Legislação e organização das Atléticas No Brasil, as Atléticas Universitárias são organizações independentes que surgiram com a potencialização do esporte universitário e campeonatos estudantis, que, anteriormente, eram assuntos da alçada dos Diretórios Acadêmicos (DAs). Amparadas pela Legislação Brasileira, elas são formalizadas pelo DecretoLei número 3.617 de 1941, responsável por estabelecer as bases de organização dos desportos universitários. Estas organizações, que tiveram um período áureo na década de 1950, somente nos últimos anos estão sendo retomadas em algumas universidades, como a UFJF. Mesmo diante desse cenário, a estruturação das Atléticas ainda é um desafio no ambiente universitário, pelo baixo
investimento e suporte jurídico. Na Faculdade de Comunicação (Facom), a atlética, criada há três anos, só agora conseguiu ser estruturada. No início desse mês, a organização ganhou estatuto, patrocínio e elegeu sua primeira diretoria. Luiz Carlos Lima é aluno do sexto período e acaba de assumir a presidência. Ele destaca a importância da consolidação da Atlética: “Os principais procedimentos foram recrutar pessoas que desejavam participar da Atlética, criar um estatuto e uma gestão com cargos definidos e que possam, com o estatuto, ter continuidade”. Com a gestão consolidada, a Atlética da Facom UFJF vem conseguido recrutar mais atletas. Muitos dos estudantes não se envolviam nas atividades anteriormente pela carência de organização e representatividade. “A adesão está sendo bastante significativa. A gente acredita que teremos representantes em todas as modalidades que a Facom irá disputar [no Universitarius 2016]”, enfatiza Luiz. Identidade de cursos e criação de mascotes Além do esporte, as Atléticas também promovem a identidade de curso. O tubarão, mascote
Atlética Monetária – Administração, Ciências Contábeis e Economia Atlética Arquitetura – Arquitetura e Urbanismo Atlética IAD – Instituto de Artes e Design Atlética ICE – Instituto de Ciências Exatas Uldech – Instituto de Ciências Humanas Atlética Direito – Direito Atlética Faefid – Educação Física Atlética Engenharia – Engenharias Atlética Farmácia – Farmácia Atlética Facom – Jornalismo Atlética Medicina – Medicina Atlética Medicina Veterinária – Medicina Veterinária Atlética Fisioterapia – Fisioterapia Atlética Nutrição – Nutrição Atlética Odontologia – Odontologia da Atlética Medicina, tornouse símbolo da Faculdade de Medicina da UFJF, consagrando o curso pela famosa expressão “Federal do Litoral”, que brinca com a proximidade entre Juiz de Fora e o litoral do Rio de Janeiro. As cores das Atléticas estampam camisas, canecas e bonés, permitindo que os alunos vistam, literalmente, a camisa de sua faculdade. “A Atlética atua de forma muito interessante, principalmente com os calouros. Pelas redes sociais, há convites para treinos e eventos como o ‘pré-trote’, realizado sempre no domingo anterior ao início das aulas, quando ocorre, dentre outras coisas, uma apresentação da Bizarra, nossa bateria. Tudo isso faz com que o aluno sintase acolhido”, enfatiza Tomás Bignoto, estudante do sexto período. Na Facom, a ainda jovem Atlética é representada pelo bode. Nos últimos jogos universitários, a faculdade era reconhecida pela alegria e pelo espírito esportivo. Com a estruturação, esses sentimentos são reforçados. “A identidade
de curso fica mais fortalecida, uma vez que poderemos competir dentro e fora da universidade, o que ajuda muito a criar um sentimento de união entre os alunos”, pondera Luiz Carlos Lima. O amor pelo curso é expressado pela garra em quadra e pelas torcidas. Giovane Cipriano, estudante de Engenharia Mecânica e membro da bateria da Atlética Engenharia, destaca a importância das baterias na construção da atmosfera de competição: “A bateria tem como principal objetivo empolgar os espectadores e dar ânimo aos jogadores, que, através de sua torcida, jogam com mais vontade”. Segundo ele, as baterias também podem atuar exercendo pressão sobre o time adversário. A rivalidade, sempre presente em competições esportivas, faz parte dos torneios entre Atléticas. Mas segundo o acadêmico de Medicina Gabriel, esse é um sentimento comum e, quando moderado, é um incentivo ao desempenho dos jogadores.
Especial 11
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Competição universitária renasce em JF com a disputa de 13 modalidades Universitarius terá participação de mais de 20 atléticas pertencentes à UFJF e a outras instituições (Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF)”, comenta o presidente da Atlética da Facom, Luiz Carlos Lima. O Universitarius deixa de ter vínculo direto com a universidade e com o Ministério do Esporte, como ocorria anteriormente, nas Olimpíadas. O evento contará com diversas premiações – estima-se que 800 medalhas sejam distribuídas, além de troféus individuais e o maior, de vencedor geral. Para Basileu, esse incentivo é muito importante, pois auxilia na formação humana, na criação de uma memória universitária e, até mesmo, no desenvolvimento de alguns atletas profissionais. Outro destaque nos jogos universitários mineiros é o Intermed, que reúne as Atléticas das faculdades de Medicina de todo o estado. Nesse ano, a edição ocorrerá em Varginha, no dia 08 de outubro. “Poder estar próximo dos meus colegas de curso em momentos de maior descontração é algo que sentimos muita falta durante o período letivo”, comemora Tomás. No ano passado, Minas Gerais sediou os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), que é o maior evento do país no ramo, reunindo mais de 3.500 atletas. Cerca de 20 desses participantes tornaramse atletas profissionais e disputaram as Olimpíadas Rio 2016.
Variedade de modalidades esportivas é destaque no Universitarius 2016
Foto: Reprodução/Universitarius
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ntre os dias 18 de outubro e 5 de novembro de 2016, renasce em Juiz de Fora a maior competição universitária: o Universitarius. O jogos reunirão 13 modalidades esportivas, que contarão com a participação de cerca de 14 atléticas da cidade, pertencentes à UFJF e outras instituições particulares. Entre as novidades está o xadrez, a peteca e o crossfit. Para Basileu Gouvêa, coordenador geral do Universitarius, o evento é uma oportunidade única de integração universitária: “O esporte é uma possibilidade de intercâmbio sociocultural. O Universitarius caminha ao encontro do que estimula a Confederação Brasileira de Desporto Universitário, que é a prática saudável e a reunião de pessoas.” O Universitarius marca a retomada da tradição de jogos universitários em Juiz de Fora, além de dar suporte à consolidação de muitas Atléticas, que se encontravam dissolvidas pela falta de incentivo. A última competição universitária ocorrida na cidade foi a Olimpíadas UFJF, em 2014. “O Universitarius é importantíssimo porque contribui para que as Atléticas tenham um foco. É importante ter disputas periodicamente dentro da faculdade e no âmbito da UFJF, pois temos um complexo maravilhoso de esportes que é a Faefid
Foto: Reprodução/Universitarius
Cynthya Marangon
Rivalidade em quadra, integração nas torcidas: jogos incentivam a interação entre os cursos
Universitarius
Modalidades que serão disputadas: Natação Xadrez Futsal Atletismo Vôlei Tênis Futebol Tênis de mesa Basquete Pebolim Handebol Peteca Desafio crossfit
Foto: Reprodução/Universitarius
Período: 18 de outubro a 5 de novembro Locais dos jogos: Faefid da UFJF Desafio crossfit: Academia Vida Ativa do Independência Shopping (data ainda a ser definida)
Os jogos ocorrem no complexo esportivo da Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF
12 Geral
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Au revoir, Brésil!
Mesmo com diminuição de 80% no número de bolsas no último edital de intercâmbio da UFJF, demanda de estudantes ainda é alta. Caio Gonzaga Foto: Arquivo pessoal
As vagas para Portugal no edital da UFJF costumam ser as mais concorridas, seja pela familiaridade com o idioma ou a facilidade de se viajar para países vizinhos. Carolina Leonel é de Itajubá, interior de Minas, e hoje vive em Setúbal, em Portugal. Veterana do 7º período de Jornalismo, Carolina olhou todas as oportunidades que poderia ter, e Portugal lhe pareceu mais tangível e com possibilidades de muitas experiências. “No início do ano, quando a UFJF abriu o edital, pensei: “Por que não tentar?”. Para ela, um intercâmbio traz boas experiências e, nesse curto período fora do Brasil, já sentiu bastante diferença. “Acredito que sair do seu próprio país pela primeira vez seja um desafio para qualquer pessoa. É uma nova cultura, uma nova rotina, novas pessoas e, principalmente, as novas relações que você vai criando com elas. Além disso, teve toda uma questão burocrática até a viagem se realizar de fato, que te coloca à prova em vários mo mentos”,conta.
Do interior de Minas para Portugal, Carolina conta que o intercâmbio sempre foi algo que a interessou
Cursar parte da graduação no exterior e ainda vivenciar a língua e a cultura de um país estrangeiro é uma oportunidade que a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) oferece aos seus alunos desde 2010 através do programa PII-GRAD. Alunos aprovados no último edital de intercâmbio da UFJF contam suas experiências vivendo fora do país O PII-GRAD tem por objetivo promover o envio de graduandos da UFJF para cursar um ou dois semestres em universidades conveniadas no exterior. A cada ano, um novo edital é
publicado, através do qual são discriminadas as fases do processo seletivo, os requisitos para a seleção e o número de vagas por universidade e por curso. No total, 38 estudantes da UFJF foram beneficiados pelo PII-Grad 2016, que ofereceu 20 bolsas de intercâmbio para nove países diferentes: Portugal (18 alunos), Polônia (3), Itália (1), Japão (2), Coreia do Sul (1), Estados Unidos (2), Espanha (5), Alemanha (5) e Rússia (1), totalizando um investimento de R$ 360 mil. Confira os depoimentos de 3 estudantes que estão viajando por diferentes países do globo. Pelmeni, “Guerra e Paz” e Tomsk Paola Delgado estuda Física na UFJF e por aqui terminou seu sétimo período. A escolha pela Rússia levou em conta a importância da mesma na área de física, a excelência da universidade, a cultura, a história e, além de tudo, a língua. Ela vive na cidade de Tomsk. Segundo ela, as vantagens de
participar de um projeto como esse são inúmeras e vão desde o âmbito pessoal até o âmbito acadêmico. “É uma oportunidade única para aprender a lidar com as diferenças, a ter mais iniciativa, a se adaptar a novas situações e amadurecer de uma forma geral”. Paola conta que a dinâmica das aulas na Rússia é um pouco diferenciada das do Brasil. “Temos aulas teóricas e práticas das matérias. As aulas teóricas são como as brasileiras convencionais. Já as práticas são dedicadas a exercícios, problemas e dúvidas com auxílio de um outro professor”, explica.
Pra lá da Ásia “Desde o início, eu pesquisava sobre cinema e, depois de um tempo, percebi que gostava muito de cinema asiático, em especial o sul coreano”, conta Jeferson Martins, aluno do 8º Foto: Arquivo pessoal
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studar no exterior é um sonho da maioria dos jovens brasileiros, e uma experiência que, segundo os especialistas, torna-se cada vez mais importante para o currículo. Um intercâmbio pode significar um salto na futura carreira, pois, com ele, pode-se desenvolver competências profissionais, aprimorar um idioma, fazer networking internacional e crescer pessoalmente.
Para ela, os alunos russos são mais participativos e tornam as aulas mais interativas. “Para minha surpresa, o curso de Física aqui possui muitas estudantes do sexo feminino. Na cidade em que vivo, existem várias universidades públicas. É comum dentre os estudantes viver nos dormitórios, os quais têm um custo bastante acessível.” Português de Portugal
Paola foi cursar Física em russo
período de Jornalismo. Para ele, as vantagens vão além de só acrescentar ao currículo. “A partir do momento que você está vivendo em outro país, começa a expandir sua noção de realidade mesmo. A partir disso, você conhece novas pessoas e coisas”. Jeferson ressalta que, entre as dificuldades vividas na Coreia do Sul, estão o conservadorismo e a diferença no sistema educacional. “Está sendo um choque muito grande. Aqui eu preciso estudar muito mesmo.” Ele explica que há muito conteúdo repassado e que a carga de estudos é bem pesada. Ele faz uma crítica ao modelo de vida sul-coreano, ressaltando que eles sofrem muita pressão nos estudos. “Aqui as pessoas estudam tanto que a biblioteca fica aberta 24 horas por dia. Elas não fazem nada além de estudar. Inclusive, aqui eles têm uma das maiores taxas de suicídio e acredito que é muito fruto disso”, explica. O próxima edital de intercâmbio da UFJF tem previsão de lançamento para o final de outubro.Outras informações: Diretoria de Relações Internacionais da UFJF Telefones para contato: (32) 2102-3389/3947 E-mail: internationaloffice@ ufjf.edu.br
Esporte 13
setembro 2016
7ª Semana Paralímpica reúne mais de 200 atletas em Juiz de Fora
Público prestigia evento, que possui torneios de atletismo, futsal, goalball, natação, polybat e bocha Laura Sanábio
Foto: Laura Sanábio
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ma semana depois do fim das Paralimpíadas do Rio de Janeiro, Juiz de Fora deu início a mais uma edição da Semana Paralímpica, reunindo atletas com deficiência de seis modalidades: atletismo, futsal, goalball (handball para deficientes visuais), natação, polybat (tênis de mesa adaptado) e bocha. O evento foi realizado entre os dias 19 e 23 de setembro. O Jornal de Estudo acompanhou o desempenho dos atletas na natação, no dia 20 de setembro, diante de um público de quase cem pessoas, no Sport Club. Ao todo, 217 atletas com deficiência participam da semana, um recorde de inscritos, de acordo com a organização. Na piscina, cerca de 35 atletas de várias idades demonstraram o espírito esportivo, já que não havia o intuito de competição. A coordenadora do evento, Karla Belgo, abriu a cerimônia explicando que todos que participassem ganhariam medalha, já que o objetivo era a confraternização e a superação dos atletas. Aqueles
Torcida prestigia atletas com deficiência na 7“ Semana Paralímpica de Juiz de Fora
com grau de deficiência maior eram auxiliados por acessórios complementares, como “macarrão”, e por professores, que também entravam na água. Enzo Xavier Portugal Cardoso, de 12 anos, nasceu com deficiência visual. Ao sair da piscina, o atleta mostrou entusiasmo: “Eu
acabei de nadar de costas, o que não é nada fácil!” O esportista, que também faz futsal, é incentivado pela família. Até começar o acompanhamento com professores especializados, era o pai, Rafael Cardoso, que levava Enzo para a piscina. Rafael, que também era atleta de natação, conta que
o filho começou no esporte com 3 meses de idade: “Primeiramente por causa da sociabilidade. Depois tem a questão da coordenação, do equilíbrio, da força. O esporte vem para complementar várias terapias que a gente vem desenvolvendo com o Enzo desde a época em que ele nasceu”.
Alessandro Coeli, 28, tem Síndrome de Down e é atleta há seis anos. Buscando quebrar o próprio recorde, ele destaca o apoio da família e dos amigos nas competições: “Minha mãe, meus irmãos, meu cunhado e meus amigos sempre vêm me ver”. Na Semana Paralímpica, Alessandro contou com a torcida do amigo Anderson Batista, que foi assistir a uma competição pela primeira vez: “Ele é meu amigo de muito tempo, eu vim prestigiar. Acredito que as paralimpíadas incentivaram as pessoas a vir. Está cheio e deve chegar mais gente ainda. Minha expectativa é grande para hoje!”. O evento, promovido pela Secretaria de Esporte e Lazer, através da Supervisão de Esporte Adaptado, do Departamento de Lazer e Exercício Físico, acontece duas vezes por ano. A primeira edição foi realizada em maio, na comemoração do aniversário da cidade, e a segunda em setembro, no mês da pessoa com deficiência. Participaram atletas com deficiência auditiva, física, intelectual, visual ou múltipla em todas as modalidades.
Tupynambás no Hexagonal Final da Segunda Divisão do Mineiro Após nove anos longe do futebol profissional, Baeta mostra sucesso em sua retomada Davi Carlos
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T u p y n a m b á s voltou ao futebol profissional no dia 31 de julho de 2016 pela Segunda Divisão do Campeonato Mineiro . Foram nove anos distante de jogos profissionais. A última partida disputada pelo clube foi no dia 9 de dezembro de 2007. A retomada ao futebol profissional teve dois fatores importantes. Um deles foi o empresário Alberto Simão, gestor de futebol do clube
e especialista em jogadores da categoria sub-23, Simão levou alguns atletas para disputar o campeonato pelo Baeta. Além dos atletas juniores, o Leão do Poço Rico contou na primeira fase com velhos conhecidos da torcida do Tupi, o atacante veterano de 41 anos Ademílson e o também atacante Cassiano. Outro dos motivos que facilitaram a volta do clube ao futebol profissional foi a verba recebida pelo
clube no valor de 1 milhão de reais, referente a venda do lateral Danilo do Porto para o Real Madrid. De acordo com uma lei da FIFA, o clube formador do atleta tem direito à uma parte da transferência. O Tupynambás terminou a primeira fase da competição com seis vitórias, um empate e uma derrota, se classificando para o hexagonal final como líder do grupo C e a terceira melhor campanha.
O técnico do Tupynambás, Gerson Evaristo, sabe da responsabilidade e da dificuldade do hexagonal final da competição. “A equipe tem trabalhado com bastante foco e com consciência das dificuldades que iremos enfrentar. É um campeonato difícil, nessa fase estão os seis melhores times do campeonato, então não tem jogo fácil”. Além de Tupynambás e Coimbra, estão na segunda fase da Segunda Divisão
do Campeonato Mineiro os times Valeriodoce, Betinense, Patrocinense e Jacutinga. O Leão do Poço Rico precisa terminar nas duas primeiras posições para conquistar o acesso para o módulo II do Campeonato Mineiro. A volta do Baeta é mais um atrativo ao amante do futebol de Juiz de Fora, que, além de acompanhar o Tupi, pode agora torcer pelo Leão do Poço Rico rumo ao Módulo II do Campeonato Mineiro.
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JF Vôlei aprimora práticas para ter melhor resultado na próxima fase do Mineiro
Treinador afirma que, apesar do mau desempenho, as disputas contribuem para o fortalecimento do time
Foto: DIvulgação
Matheus Soares
JF Vôlei se renova para tentar se fortalecer para esta temporada
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começo de temporada do JF Vôlei não está sendo muito promissor, pelo menos em questão de resultados. A equipe se classificou em último lugar para a semifinal do Campeonato Mineiro mas-
culino, derrotado nas seis partidas da fase de grupos. O time conquistou apenas dois pontos, somados nas derrotas por 3 sets a 2 para o Sada Cruzeiro e Minas Tênis Clube. Um dos fatores que ex-
plica a má atuação da equipe juiz-forana é o elenco, que foi formado pouco tempo antes da competição. A parceria com o Sada Cruzeiro trouxe vários jogadores da base da equipe da capital mineira para o JF Vôlei. Assim, não houve tempo suficiente para que os jogadores se entrosassem da melhor forma em quadra. O treinador Henrique Furtado, que trabalhou na base do Sada e agora comanda a equipe de Juiz de Fora, fala da relação com os jovens atletas que vieram da equipe de Belo Horizonte: “Para mim, está sendo uma grande alegria dirigir os jogadores que vieram da categoria de base do Sada. São atletas que estão comigo há muitos anos e já os conheço como profissionais e como pessoa.
São garotos com ótimas potencialidades, assim como os outros jogadores contratados pelo JF Vôlei. Estou bastante satisfeito com o grupo, estamos nos entendendo cada vez mais, entrosando e criando uma identidade. Isso está sendo muito importante e acredito que temos potencial para fazer um ótimo trabalho com a equipe este ano”. Se os resultados não são os mais otimistas, os jogos estão servindo para fortalecer o nível do time. “Acho que no Campeonato Mineiro tem muitas coisas interessantes que podemos aproveitar para a Super Liga. Não tivemos os resultados que gostaríamos de ter, mas o processo está dentro do normal. Eu acredito que estamos trabalhando muito bem o nosso saque e o nosso
bloqueio, são coisas que devemos aproveitar. Estamos trabalhando para buscar uma evolução no passe e no ataque. Este Mineiro disputado de uma forma tão forte está sendo muito útil porque estamos nos acostumando com um alto nível de dificuldade, que é o que vamos encontrar na Super Liga”. As quatro equipes que disputam o torneio já iniciaram o Campeonato Mineiro já classificadas para a fase semifinal. Com isso, JF Vôlei, Minas Tênis Clube, Montes Claros e Sada Cruzeiro estão garantidos na próxima fase. Os confrontos ainda serão definidos. A semifinal é disputada em apenas um jogo. Após o campeonato estadual, o JF Vôlei disputará a Super Liga, que começa no final de outubro.
Equipe haitiana vence competição juvenil Pérolas Negras conquista Copa Alterosa de Futebol sub-20, e garotos dão os primeiros passos na carreira Davi Carlos
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Pérolas Negras conquistou no dia 18 de setembro a Copa Alterosa sub-20 de futebol. A equipe, natural do Haiti, bateu o Sport Clube Aymorés, em suas dependências, na cidade de Ubá, por 1x0, com gol do atacante Valdo, aos 45 minutos do segundo tempo. Cerca de mil pessoas estiveram presentes. O Pérolas Negras surgiu no Haiti em 2010. Após o terremoto que devastou o país naquele ano, a Viva Rio, uma organização social que já atuava no Haiti, construiu a Academia de Futebol Pérolas Negras, como forma de profissionalizar o futebol no país. Foram meses observando as competições de rua, e as crianças que apresentavam maior potencial foram selecionadas para viver e treinar nas instalações do clube. Os jovens estudam, treinam e vivem nas instalações da Acade-
mia, que, desde que teve suas portas abertas, tem mudado a vida de vários haitianos. O diretor-executivo do Viva Rio, Rubem César Fernandes, destaca a importância do projeto: “Os jovens têm oportunidades ilimitadas disponíveis para eles após a formatura na Academia de Futebol Pérolas Negras, incluindo a possibilidade de assinar contratos profissionais, receber bolsas atléticas para as faculdades, trabalhar na área esportiva e até encontrar melhores empregos em suas comunidades locais. Em apenas alguns anos, tivemos atletas jogando em grandes clubes internacionais e nacionais, enquanto outros começaram carreiras como treinadores”. Copa Alterosa A final contra o Sport Clube Aymorés foi acirrada. As duas equipes fizeram um jogo em condições de igualdade. De-
pois de um primeiro tempo be O título conquistado em setembro é motivo de orgulho para todos no clube. O técnico do time, Rafael Novaes Dias, está à frente da equipe desde 2011. O treinador disse estar contente com o feito dos meninos na primeira participação do time da Copa Alterosa sub-20. “Essa conquista não foi só no futebol, mas na vida dos atletas. Fizemos a melhor campanha do torneio, foram oito vitórias e quatro empates em 12 jogos”. Protagonista da partida, o goleiro Jerome Alan está há quatro anos no Pérolas Negras. O jogador agradeceu a confiança do treinador e destacou a tranquilidade e foco que eles trabalham para alcançar os objetivos. Jerome aborda ainda a importância do Pérolas na vida dos atletas e diz que é um orgulho ser campeão pelo time do coração.
O meio campista Iago Thomás é um dos poucos brasileiros na equipe. O atleta já passou pela categoria de base de equipes expressivas do futebol brasileiro, como Atlético-MG, Cruzeiro e Curitiba. Porém, ele revela que jogar no Pérolas também é especial. “É uma experiência diferente, você aprende outras línguas, costumes e se surpreende com os jogadores haitianos. Ninguém espera que eles tenham a qualidade, mas eles impressionam e conseguem, muitas vezes, sobressair aos jogadores brasileiros. Além do título na Competição disputada na Zona da Mata Mineira, o Pérolas Negras teve o técnico Rafael Novaes Dias como o melhor treinador da competição, o atacante Dorvilus Edimondo como artilheiro do campeonato e a defesa menos vazada.
Pérolas no Brasil O time haitiano visitou o Brasil pela primeira vez em 2014, quando fizeram um amistoso contra a Seleção Brasileira da Taça das Favelas, o Pérolas venceu a partida por 4x2. Rafael Dias ainda destaca o título conquistado pelo sub-17 na Copa ABS em Minas Gerais. Em 2015, eles retornaram ao Brasil com a equipe sub-15 para disputar a Taça da Amizade Brasil/Japão. No ano de 2016, o clube veio a convite da Federação Paulista de Futebol para competirem na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Apesar da eliminação na primeira fase, os haitianos foram sensação entre os adversários e na imprensa local, pela qualidade apresentada no torneio. Ainda em 2016, disputaram a Copa Alterosa, que culminou com o título conquistado no último sábado.
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Cultura
setembro 2016
Exposição reúne obra de Pedro Nava em quadrinhos e ilustrações Projeto retrata impressões de dezenove artistas sobre seleção de textos do memorialista
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exposição ‘Transnaviana’ reúne dezenove artistas que promovem a releitura de trechos da obra do escritor juiz-forano Pedro Nava através de quadrinhos e ilustrações. Realizada pela Pró-reitoria de Cultura da UFJF, a mostra conta com curadoria do artista Thiago Berzoini. Berzoini ressalta a importância de compreender a exposição através de uma narrativa construída por meio de diferentes plataformas: “Bacana é esse choque, de olhar a imagem e depois ter esse contato com o texto do Nava, a matriz”. O projeto, que já trouxe Murilo Mendes na exposição ‘Transmuriliana’, pretende ainda retratar a obra de Belmiro Braga em uma mostra futura. Segundo Berzoini, o encanto está na diversidade das obras dos escritores e das interpretações dos artistas “As
leituras são muito diferentes entre os artistas. Cada um tem uma técnica, uma linguagem e uma interpretação pro texto”. Para retratar a vasta obra do memorialista Pedro Nava, foram selecionados trechos dos livros Baú de Ossos, Beira-Mar e O Círio Perfeito, além de poemas como O Defunto, publicados pelo autor em revistas. Segundo Berzoini, a escolha dos textos para a exposição passaram por um profundo estudo que contaram com uma dificuldade a mais: “Murilo Mendes trabalhava mais com poesia, então era mais de imagem. Quando você lia, a imagem já saltava. O memorialista já nem tanto, porque ele fala muito de pessoas, de parentesco. No meio disso surgia uma cena que me parecia, na minha visão, que era interessante de ser abordada”. Bruna Bridi, estudante do
Instituto de Artes e Design da UFJF e artista responsável por uma das obras da exposição, ressaltou a diferença no processo criativo para a produção da obra: “Cada um interpreta um texto de acordo com suas memórias e vivências, então o processo criativo fica completamente diferente”. Segundo o curador, a transmissão do texto para uma forma visual de arte está intimamente relacionada à interpretação do artista. “O interessante é justamente essa ‘releitura’ que vem junto com a experiência de cada pessoa. Se eu desse os mesmos trechos para os dezenove, seriam dezenove obras completamente diferentes”. Bruna recebeu o texto ‘Fabulosa Máquina a Vapor, trecho do livro de Nava Baú de Ossos. “O trecho que recebi fluiu muito bem, justamente por brincar com o imaginá-
Foto: Gabriella Weiss
Gabriella Weiss
Exposição ‘Transnaviana’ reúne obras de artistas no Pró-Música
rio e ser uma aventura! Minha maior dificuldade foi me virar com tantas palavras e apenas um pedaço de papel”, brinca a artista. O estudante de engenharia computacional Lorran Sutter visitou a exposição e relata “Achei curioso quando me chamaram para ver uma exposição de quadrinhos, mas fui surpreendido quando vi que é possível representar poemas e questionamentos em um for-
mato geralmente tido como comercial. A exposição do trabalho de vários artistas diferentes trouxe diversidade de estilos e enriqueceu o evento”, afirma o estudante. A exposição ‘Transnaviana’ está aberta para visitação na Galeria Renato de Almeida do Centro Cultural Pró-Música. O horário de funcionamento da galeria é de segunda a sexta-feira das 9 às 18h. Outras informações: 3215-3951
Mostra de sketchbooks revela as etapas do processo de criação de 19 artistas
Evento conta com expositores de diversas áreas que apresentam ao público seus cadernos de esboços Matheus Soares
Foto:Divulgação
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evento “Lampejo: uma exposição de sketchbooks” reúne obras de 19 artistas de Juiz de Fora e região no espaço de arte Hiato. A mostra, com entrada franca, acontece entre os dias 30 de setembro e 15 de outubro. Os sketchbooks são cadernos de esboços nos quais os artistas constroem suas ideias e projetam as estruturas de suas obras. O evento dará a oportunidade ao público de conhecer os processos por trás das obras prontas. A Lampejo é um projeto da Valentina Produtora, com financiamento da Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura. Organizadora e expositora, a produtora Ingryd Lamas conta sobre a proposta de realizar a mostra. “A ideia da exposição, na verdade, não surgiu, foi construída. Os estudos dos artistas sempre me interessaram mais que as obras finalizadas, por isso o encanto pelos sketchbooks. Sempre vindo desse ponto de
Exposição apresenta cadernos de esboços de artistas de diferentes áreas
vista da “produção”, de que o interessante é o trabalho que ninguém vê, e só por ele o resultado “obra” é possível”. Ingryd fala a respeito da expectativa dos artistas e também do público em relação ao evento. “Nós estamos muito ansiosas, e as expectativas são as melhores. Não só os artistas, mas o público em geral abraçou o projeto de uma forma deliciosa! As pessoas perguntam ‘quando é mesmo a abertura? Achei que era essa sexta!’ o tempo todo. Acho que isso mostra que a curiosidade pelos cadernos não é só nossa,
e que essa ideia desconstruída da arte pode ser explorada por várias outras perspectivas”. Sobre a importância do sketcbook em seu trabalho, Ingryd Lamas afirma que ele permite que as ideias fluam de forma natural. “O meu sketchbook é um lugar de permissão. Ali não tenho obrigação com o resultado ou com o que ‘é bom’. Acho que essa licença faz com que o caderno tenha o peso de fomento. Muitas coisas são planejadas, mas é do caos do erro que acabo tirando mais, então posso dizer que é dos meus cadernos que partem
todo o meu trabalho enquanto artista. É o ponto de partida de tudo o que produzo”. A respeito da sua exposição, Ingryd mostrará seus estudos e experimentações em diversas técnicas, materiais e mídias. “Apesar de não ter um tema especifico, muito de estudos sobre as referências estéticas do cosmos, e registros de tudo o que me comove e inspira de alguma forma. Costumo dizer que é o caos materializado. É quase que uma síntese do que sou. Mas já começo a achar que o estranhamento da ‘falta de organização’ é apenas
momentâneo. Naturalmente os grafismos conversam entre si e criam uma linha que fica menos caótica quando o olho se acostuma. Dá pra passar um bom tempo com ele e ainda achar anotações e rabiscos em canto de página inéditos.”
Espaço de Arte Hiato, Rua Coronel Barros, 38, São Mateus. Abertura às 19h, do dia 30 de setembro. Encerramento no dia 15 de outubro. Entrada gratuita.
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cultura
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Artistas da cidade combinam música e produção audiovisual em novos trabalhos
Cresce a demanda pelos web clipes e Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura se adapta ao mercado
Foto: Rômulo Rosa
Laura Sanábio
Laura Jannuzzi em gravação de videoclipes do programa Na Faixa
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Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura está se adaptando às novas demandas do mercado da música. Fernanda Amaral, secretária da Lei, conta que “anteriormente, a lei já tinha contemplado projetos de DVD, como as gravações do Eminência Parda e do Lúdica Música. Recentemente, principalmente nas últimas três edições, aumentou não só a quantidade de clipes, mas também de projetos de divulgação da música nas mídias sociais e na internet, com muita interação entre audiovisual
e a música”. A nova demanda resultou na reformulação do edital do ano passado, que incluiu o DVD como categoria de música, adequando às necessidades de documentação e de avaliação, já que projetos mistos avaliam tanto a qualidade do audiovisual quanto da parte musical. Um dos projetos contemplados pela Lei Murilo Mendes foi o “Na Faixa“, realizado pelo Coletivo Avenida Independência. O programa selecionou oito atrações artísticas, entre músicos e bandas autorais de Juiz de Fora, para que
cada uma gravasse oito Web Clipes. Hyrlla Thomé, uma das idealizadoras e coordenadora do projeto, conta como surgiu a ideia: “A demanda do Na Faixa surgiu quando, enquanto Coletivo Avenida Independência, estávamos começando a estruturar os produtos que iríamos oferecer para o cenário musical de Juiz de Fora. Foi aí que nós percebemos que o registro audiovisual de qualidade era uma demanda para o que estava sendo produzido musicalmente na cidade”. Hyrlla diz, ainda, que cria-
ram a web série nesse formato por acreditarem que “a música da cidade tem uma qualidade muito alta e que merece ser registrada no mesmo nível”. Além disso, atentaram para o fato de que muitos artistas já têm gravações em CD e perfis em plataformas que disponibilizam o áudio das músicas. “Seria muito legal se a gente pudesse viralizar, através da imagem, essas músicas, e aproximar o público dos artistas”, destaca a coordenadora. Essa aproximação foi feita, em grande parte, através de entrevista, realizadas alguns dias antes das gravações. Laura Jannuzzi, cantora e compositora, gravou seu CD “Ondes” em maio e foi uma das selecionadas para o Na Faixa. Ela, que participou do programa em setembro de 2016, diz que escolheu as oito músicas que seriam gravadas nos clipes pensando na valorização do registro visual: “Eu, junto com o pessoal da banda, escolhi o que tinha a ver com a onda da música”.
Laura ressalta que o mais interessante foi o fato de ser uma gravação ao vivo, o que exige mais preparação: “Cada nota que a gente deu lá era sentida de maneira diferente, sabendo que a gente iria ouvir tudo isso depois. Eu achei o máximo!”. Além do cuidado com a técnica e com a captação de áudio, na produção audiovisual há preocupação com escolha de um estúdio especializado. Os objetivos alcançados pela gravação de um CD e pela realização de um web clipe são diferentes. A cantora diz que é possível perceber que a resposta do público dela a um clipe é muito superior à de uma música, independentemente da plataforma utilizada. “Em termos de investimento, o de um CD é bem maior, dá muito mais trabalho, mas o retorno financeiro é mais rápido, mais visível. Você vai vendendo os discos em shows. No videoclipe, o retorno é diferente. Você consegue alcançar públicos muito mais distantes”, ressalta Laura.
Legislação aprova Semana Municipal do Hip Hop Cresce a demanda pelos web clipes, e Lei de Incentivo se adapta ao mercado
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partir deste ano, o “Dia Municipal do Hip Hop” será comemorado no dia 12 de novembro, de acordo com a Lei 13.448, aprovada pela Câmara Municipal no dia 20 de setembro. A iniciativa terá uma semana de comemorações, com programação especial nas escolas e espaços públicos municipais, envolvendo a disseminação do movimento por meio da divulgação de trabalhos artísticos, oficinas, debates e palestras. “Se essa lei for realmente pontuada, ela promete fortalecer bastante o movimento urbano”, comenta Daniel Moreira, fundador e professor do grupo de dança urbana Expressão e Arte. “Esse é um grande passo para o estreitamento da relação entre o hip hop e o poder público, tendo em vista que ainda sofremos certo preconceito. Algumas empresas não ficam flexíveis a patroci-
nar e apoiar o movimento por acreditarem se tratar de algo pejorativo, típico das favelas, sem possibilidade de retorno”. O professor de dança explica que, com o tempo, essa cultura foi ganhando espaço. “Os investimentos no hip hop estão muito concentrados no trabalho socioeducativo. Precisa-se de um incentivo maior, porque os grupos que representam Juiz de Fora em festivais de dança, que tentam ampliar e divulgar um pouco mais sua cultura fora da cidade, ainda passam por dificuldades financeiras. Falta recurso para a realização de viagens e para a organização de eventos, então sempre tem essa correria de arrumar patrocínio para manter essa cultura viva. Infelizmente a gente fica sem recurso mesmo, falta capital”, lamenta. Daniel foi um dos fundadores da primeira escola de street dance de Juiz de Fora,
em 1995. “Tínhamos inclusive um projeto na Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac), que atendia a alguns bairros na cidade, então a gente já vem batalhando por incentivo há algum tempo, por representarmos uma ferramenta forte de transformação social. Pouco a pouco, temos tido cada vez mais vitórias. Nos últimos quatro anos, foi criado o projeto ‘Gente em Primeiro Lugar’, resultado da parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora e a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa)”, cita. “Essa iniciativa traz aos bairros aulas gratuitas como arte, teatro, música, capoeira e hip hop. Alguns dos meus ex-alunos do grupo de dança dão aulas nesse projeto”. O grupo Expressão e Arte foi criado com a proposta de interromper a onda de violência gerada nos anos 90 pelos bailes funk na cidade. “Essa violên-
Foto: Divulgação
Ludmila Azevedo
Expressão e Arte introduziu o movimento Hip Hop na cidade
cia atrapalhava a educação de crianças e jovens. No início, metade dos alunos eram parte do projeto social, e a outra metade pagava pelas aulas. De lá para cá fomos participando de festivais e eventos”, finaliza o professor. “Conseguimos alguns prêmios e indicações de outras prefeituras para ajudar a difundir a dança de rua em toda a Zona da Mata. Em 2016 o grupo faz 21 anos. Estamos fazendo uma triagem de imagens do Expressão e Arte, já que mais de 2 mil pessoas
já passaram por nós. Queremos produzir um documentário para contar nossa história. Com o passar do tempo, fica o ensinamento: esse trabalho deve ser vivenciado a cada dia, para, dessa forma, gerar bons frutos”. A “Semana Municipal do Hip Hop” une o Poder Executivo Municipal aos Movimentos Sociais e a outras entidades interessadas, e passa a ser acrescentada ao Calendário Oficial do Município.
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Cultura
setembro 2016
Juiz de Fora sedia festivais de Cenas Curtas e Teatro
Eventos anuais na cidade reúnem grupos de artistas de várias regiões do país Larissa Alves
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uiz de Fora recebe esse ano dois grandes eventos voltados especificamente para produções teatrais. Promovidos pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) em parceria com a Associação de Produtores de Artes Cênicas (APAC). O primeiro é voltado especificamente para artistas de Juiz de Fora e região, com cenas de até 15 minutos e movimenta os grupos locais. Já o segundo, o Festival Nacional de Teatro, busca atrair novos olhares e novas produções, oferecendo verba de apoio para grupos de outras partes do país. O Festival de Cenas Curtas, que caminha para sua 8ª edição, tem por objetivo principal
promover a atividade teatral, o intercâmbio entre grupos e artistas da cidade, destacar e divulgar novos talentos, valorizar as artes cênicas, estimular novas linguagens dramatúrgicas, encenação e produção e incentivar as manifestações culturais da cidade. Na edição de 2015, o trabalho vencedor foi o intitulado “Quirina”, de autoria do diretor Felipe Moratori. Ele conta que a experiência é sempre positiva: “Esse é um espaço para poder experimentar e criar. Das sete edições que já se passaram, eu conquistei o prêmio principal três vezes. E cada participação, claro, foi uma experiência diferente. No ano passado, a surpresa foi ter ganho o primeiro
lugar com o grupo de teatro do Sesc, algo que fortaleceu muito a relação dos jovens atores com o teatro.” Uma das jovens integrantes do grupo vencedor, Marina Urbieta, ressalta que o passo foi muito grande. “Estávamos acostumados a fazer coisas apenas dentro do Sesc, e a participação no festival foi a primeira coisa que fizemos juntos. Foi uma surpresa muito grande, porque ninguém esperava, era pra ser um ‘encerramento do curso’ e acabamos ganhando. Deu um fôlego enorme, tanto que já estamos pensando em uma apresentação para o fim desse ano.” Marina Urbieta, atriz do grupo que apresentou a cena ganhadora, ainda completa:
“Todo mundo se empenha. Acaba que não dá pra ver uma competitividade entre os grupos. Todo mundo se esforça e se ajuda, e isso é bom porque incentiva mais pessoas pensarem na arte, no teatro em Juiz de Fora e estimula as produções, o que na cidade ainda é pouquíssimo recorrente. Com o corte de gastos, esses festivais são mais uma oportunidade de fomentar a produção cultural em Juiz de Fora” Já o Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora não tem caráter competitivo. A 10ª edição acontece entre 28 de outubro a 6 de novembro e é aberta a produções teatrais de todo o país. Segundo a organização o objetivo é estimular a reflexão,
aprendizado e valorização da arte teatral, o Festival adota o modelo de Mostra de Espetáculos; até 12 produções serão selecionadas para exibição. Cada grupo pode inscrever no máximo duas produções. A última edição contou com um recorde de espetáculos inscritos, sendo 18 teatrais em 26 apresentações, quatro oficinas, uma exposição, uma mostra pública de processo, lançamento de três livros e uma festa. Tudo isso em seis espaços diferentes: Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), Centro de Artes e Esportes Unificados da Zona Norte (CEU), Parque Halfeld, Parque da Lajinha, Teatro Pró-Música e Teatro Solar.
Festival Internacional de Coros de Juiz de Fora incentiva a música vocal na região Coral paraguaio e grupos locais se apresentaram pelas ruas da cidade Manter essa cultura vocal viva na cidade.” Com o intuito de fomentar o interesse de jovens pela música vocal, Fabiana fundou o Coral Cant’Arte, em 2013. O coral começou fazendo apresentações apenas no colégio onde acontecem os ensaios, mas, em 2014, começou a se apresentar também em eventos em Juiz de Fora. Em 2015, o Coral Cant’Arte participou pela primeira vez do FestCoros. “A cultura traz um crescimento muito grande na vida do cidadão então um jovem envolvido com a cultura do seu país consegue ser mais crítico, ter uma visão melhor de todos os aspectos sociais”, disse Fabiana após uma apresentação do grupo no Calçadão da Rua Halfeld. Incentivo No ano passado, o coral foi convidado para um festival internacional na Argentina. “Infelizmente não fomos por falta de patrocínio, mas estamos com a esperança de conseguir participar no ano que vem, já que fomos convidados de novo”, desabafa a maestrina. O universitário Rinaldo Garcia Jr, 19, um dos coralistas do Cant’Arte conta que a falta de apoio financeiro não desanimou o grupo devido à importância do que
eles fazem. “O coral me proporcionou muitas realizações. A minha família se envolveu também e ficou muito orgulhosa por eu estar participando de eventos culturais. A gente também faz apresentações em vários eventos e festivais... Isso me orgulha muito e orgulha as outras pessoas a meu redor.” Já a estudante Maria Eduarda Fonseca, 17, fala sobre outras dificuldades práticas de estar em um coral e sobre a importância da música. “As dificuldades de estar em um coral jovem vão desde entrosar todas as vozes até a bagunça. No nosso coral, a gente canta várias músicas jovens. Isso proporciona um lazer pra gente. Como eu estou muito envolvida com o estudo, eu estava muito estressada e o coral me serviu como um escapismo,
Foto: Amanda Cordeiro Padilha
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Festival Internacional de Coros de Juiz de Fora faz parte do calendário oficial da cidade e reúne grupos de todas as partes do país e do mundo. Na vigésima segunda edição, que aconteceu entre os dias 19 e 24 de setembro, reuniu grupos de todas as partes do país e do mundo. Nessa edição, dezesseis grupos nacionais, sendo doze locais, e um grupo do Paraguai fizeram apresentações públicas pelas ruas do centro da cidade. O FestCoros é o maior evento de música coral do Brasil. As apresentações gratuitas e em locais públicos foram determinantes na hora de envolver os juiz-foranos nas festividades do FestCoros. Além das ruas de Juiz de Fora, os grupos se apresentaram em teatros, galerias, lojas, escolas, igrejas, seminários e na prefeitura. A maestrina Fabiana Silva comenta a importância do evento para a cultura local. “É um evento de grande porte e de grande importância para Juiz de Fora. Nós temos uma movimentação do quadro cultural da cidade e, para a música vocal, por exemplo, isso é importantíssimo para a gente não deixar isso morrer. Cabe a nós que somos regentes, cantores, músicos mantermos isso vivo.
Foto: Amanda Cordeiro Padilha
Amanda Cordeiro Padilha
Festival aconteceu entre os dias 19 e 24 de setembro
Festival internacional de Coros de Juiz de Fora aconteceu entre os dias 19 e 24
18 Comportamento
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Barba, cabelo e sinuca: barbearias modernas são novo atrativo para o público masculino
Barber Shops têm futebol na TV, mesa de sinuca, tiro ao alvo e bebida gelada
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s barbearias tradicionais, especializadas em cabelos e barba, ganharam seu espaço no século 18 com uma cadeira, uma bacia de água e uma navalha. A barbearia já foi o ponto de encontro para amigos cortarem o cabelo e fazerem a barba enquanto fumavam seus charutos, bebiam e conversavam sobre assuntos como política, esporte, atualidades e relacionamentos amorosos. O comportamento masculino mudou e eles parecem se preocupar não só com aspectos básicos como barba e cabelo, mas, sim, com toda a sua aparência mais do que nunca. De olho neste novo comportamento masculino, os espaços de beleza para os homens se reinventaram para atrair um novo tipo de consumidor mais exigente. O termo “Barber Shop”, expressão originária do inglês, tem o conceito de uma barbearia tradicional, mas com a mo-
dernidade dos serviços atuais. Isso tudo acompanhado de uma cerveja gelada, num ambiente agradável com estrutura completa. As Barber Shops unem a boa qualidade e atendimento ao espaço personalizado e caricato capaz de deixar os homens mais a vontade com os serviços estéticos. Com preços em torno de R$ 25 a 50 o corte de cabelo e barba, os espaços oferecem bebidas, videogame, e até massagens, a fim de tornar o ambiente mais descontraído e agregar valor ao serviço. Situada no início da rua São Mateus, a Don Camaleon Barber Shop tem apenas 15 dias de funcionamento, mas já garante uma ampla cartela de clientes. Segundo Larissa Pinaffi, gerente da loja, a ideia de ter uma barbearia moderna veio da necessidade pessoal dos sócios por não sentirem bem em espaço femininos. “Por acharem que estão invadindo o espaço feminino ou não ter um atendimento tão bacana”,
conta. O nome da barbearia é inspirado no réptil camaleão, por remeter a mudança. Seja mudança de visual ou por ser algo novo na cidade. O espaço conta com uma decoração que se assemelha a um pub, com bebidas, TV, uma mesa de sinuca ao centro, além de música ambiente. “Acredito que, inicialmente, as pessoas vêm nos procurar pela decoração do ambiente e por gerar curiosidade. Após isso, elas voltam pela qualidade do serviço mesmo.” Um dos serviços de destaque da barbearia é o Dia do Noivo. “A gente fecha o salão dependendendo da quantidade de padrinhos e fica especial pra eles. Já que o Dia da Noiva tem em todo o lugar, nós criamos o nosso para eles”, explica. Para Igor Burkowski, cliente do barber shop, o ambiente diferenciado traz uma maior sensação de conforto aos homens. “A gente vem aí de uma tradição de salão masculino ser velho e sujo. Algo que já está ultrapassado”.
Foto: Caio Gonzaga
Caio Gonzaga
Backyard Barber Shop tem elementos de rock e cinema
Foto: Caio Gonzaga
Empreendedorismo no ramo estético
Foto: Caio Gonzaga
Jogo de dardos é um dos atrativos da Don Camaleon
Don Camaleon tem sinuca, jogo de dardos, TV, bebidas e música ambiente
Ivo Campos é administrador, mas se viu muito saturado com o trabalho na área. Deixou a profissão e decidiu se dedicar a algo que tivesse mais identificação com a sua personalidade e hoje sua profissão principal é ser barbeiro. Ivo fez cursos, trabalhou em outra barberia e depois abriu seu salão na sua própria. A “Backyard Barber Shop”, como o próprio nome em inglês já sugere, é uma barbearia montada no fundo do quintal para receber os clientes e amigos em horário de agendamento flexível e com estacionamento. “Muitos clientes chegam pelas redes sociais. Quando conhecem e percebem que não é um salão padrão, pelo contrário, é um pouco do Ivo e da minha identidade em forma de barbearia”, explica. Para chegar no lugar, o cliente passa por dentro do estúdio da banda de Ivo, que fica dentro da garagem da casa. Os elementos de Rock n’ Roll estão presentes em todo o
espaço, assim como as influências de cinema, como pôsters de filmes históricos como “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick em 1972. Placas e caveiras preenchem o espaço de quem senta para ser atendido pelo Ivo. Ivo conta que possui uma relação de amizade com seus clientes, pois os recebem na sua casa. “É um pouco mais informal e pessoal. Foi uma ideia que vai na contramão do que o mercado tá fazendo, com entretenimento veiculado”. Segundo ele, o ramo de estética no Brasil nunca para e está sempre se reinventando. Até 2019, o segmento de beleza masculina deve crescer 7,1% no Brasil e se tornar o maior do mundo, segundo o Sebrae. Com isso, as barbearias modernas tem virado uma receita de sucesso. Barber shops juiz-foranas Na cidade é possível encontrar cerca de 5 opções de barbearias modernas. A maioria está localizada nos bairros São Mateus e Alto dos Passos.
Comportamento 19
setembro 2016
Mulheres que preferem viajar sozinhas
Viagens desacompanhadas são para busca de independência e autoconhecimento localidades movimentadas para evitar lugares desertos, principalmente à noite”. A escolha de albergues e hostels é interessante para aquelas que desejam conhecer novas pessoas de diferentes partes do mundo para dividir a experiência em uma cidade, uma vez que muitas delas estão viajando sozinhas. Escolher bem as formas de transporte e só utilizar as formas oficiais como táxis registrados é muito importante para garantir a segurança da mulher. “É bacana também ter o seu itinerário bem definido com informações fundamentais para deixar com sua família, é tranquilizador para você e para eles”, lembra Norma. Segundo Amanda o que impulsiona as viagens é “a sensação de conquista, de que sou capaz, é o que me motiva mais. Nada se compara à sensação de saber que eu não dependo de ninguém para ir atrás dos meus sonhos. Não espero alguém decidir ir comigo, se eu tiver afim eu vou. E se der medo, eu vou com medo mesmo. Porque o que eu vivo quando eu viajo ninguém tira de mim”. Viagem sobre rodas Fhaêsa Nielsen e Gabriela Paes optaram por um modelo de viagem autosustentável, em que a viagem em sua Kombi 1996, apelidada Lupe, segue através da venda de comida vegana, de um livro de poesias escrito por Fhaêsa, artesanato e de cadernos que elas próprias confeccionam. Em pouco mais de 3 meses de viagem, as mineiras de Patos de Minas já percorreram cerca de 2300 km, mais de 10 cidades em 4 estados brasileiros e pretendem, até o fim do
Amanda Areias mantém site que deseja estimular mulheres a viajar Foto: Gabriella Weiss
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iajar é sempre uma oportunidade de conhecer lugares, novas pessoas e, por que não, se conhecer. Mais mulheres têm optado por viajar desacompanhadas e experienciar uma nova perspectiva de descobrimento. Segundo dados do Ministério do Turismo divulgados em 2016, 17% das mulheres brasileiras pretendem viajar sozinhas, número superior aos 13,5% de homens. A designer gráfica Amanda Areias mantém um site com crônicas e dicas sobre viagens e feminismo com o objetivo de inspirar outras pessoas -principalmente mulheres- a viajar e terem experiências inesperadas. “Eu faço mochilão desde os meus 17 anos, e a maior parte das viagens que fiz foi sozinha. Viajar sozinha é, de alguma forma, um protesto. É ir contra toda essa sociedade machista que quer nos ver presas dentro de casa. Sempre existe um estranhamento em uma mulher jovem viajar sozinha, e sempre me perguntam se sinto medo”. Segundo Amanda, o país que fez com que sentisse mais medo de visitar foi a Índia, devido à fama e a relatos que retratavam o país como um lugar hostil para mulheres sozinhas. “Minha mãe havia me pedido diversas vezes para que eu mudasse o meu destino. Mas eu estava decidida a ir, e se tornou uma experiência maravilhosa, um dos lugares mais bonitos e exóticos que visitei. Com alguns cuidados, tudo ficou bem”. Vários cuidados são recomendados para mulheres que desejam embarcar para uma aventura. Segundo Norma Aymerich, agente de viagens, é necessário muita pesquisa antes de definir o roteiro “saber sobre o país e a cultura local é fundamental para se sentir e estar segura, além de buscar hospedagem em
Foto: Divulgação
Gabriella Weiss
Fhaêsa e Gabriela em sua passagem por Juiz de Fora
ano, chegar ao Uruguai. “Existe um imaginário coletivo muito forte que diz que lugar de mulher é em casa. Somos criadas para ter medo de tudo e para acreditar que sempre estaremos sozinhas se não estivermos na compa-
nhia de uma figura masculina, seja ele um pai, amigo ou companheiro. Afinal, se mesmo estando em duas, ainda estamos “sozinhas”, quando é que estaremos ‘acompanhadas’?”, indaga o casal.
Fhaêsa e Gabriela buscam também formas de empoderamento feminino através de oficinas gratuitas que elas ministram, sobre a produção de fanzines, mecânica básica, entre outras.
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Especialista defende aprendizado de inglês na primeira infância
Segunda língua é incentivada por educadores a partir dos 3 anos de idade
Fotos: Amanda Cordeiro Padilha
Fotos: Arquivo pessoal
Amanda Cordeiro Padilha
Livia Valente e Alex Mazzetti falam sobre a importância do inglês como segunda língua
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língua inglesa é a principal e mais popular língua falada no mundo. Só na internet, 62% do conteúdo só está disponível em inglês, de acordo com uma pesquisa feita pela EF Englishtown, escola de inglês que oferece cursos online do idioma. Segundo os dados mostrados no levantamento, em 2015, o inglês era falado em 66 países, por mais de 1,1 bilhão de falantes, sendo eles nativos ou não-nativos. O desconhecimento do inglês como segunda língua atrapalha até mesmo quem viaja para lugares onde o idioma não é a primeira opção. A secretária Fernanda Gonçalves conta como foi sua experiência na Itália. “Eu senti muita dificuldade porque eu fui para a Itália sem falar italiano. Como eu fui a lugares turísticos, onde a presença de pessoas de vários países é muito forte, os garçons, os atendentes nas lojas... todos sabiam falar inglês. E foi a hora que eu realmente senti falta da segunda língua. Eles tentavam falar com a gente em italiano, viam que não funcionava, a mesma coisa acontecia com inglês e as coisas aconteciam na mímica, apontando. Eu senti falta de poder me virar sozinha, sem guia, sem tradutor. O inglês fez muita falta mesmo na Itália.” Ao retornar ao Brasil, Fernanda procurou uma escola de idiomas e se matriculou. “Eu voltei focada e já me organizei para começar a estudar inglês. Mesmo com o meu tempo meio escasso por causa de trabalho,
eu vou sim aprender inglês porque eu pretendo viajar mais e, agora, me virando sozinha.” Alex Mazzetti é professor de inglês há 12 anos e fala sobre a importância do inglês atualmente. “Por uma questão do mercado de trabalho, hoje o inglês deixou de ser um diferencial para ser uma coisa necessária”. Segundo ele, com a grande oferta de cursos presenciais e online, a pessoa interessada em aprender inglês deve estar atenta ao seu objetivo. “Eu acho que se o aluno está buscando uma leitura mais técnica para um mestrado ou doutorado, deveria ser focado mais o tipo de texto que ele está lendo, que costuma ser um tipo de texto mais formal e técnico. A didática deveria ser voltada para isso. Aquele que quer se preparar para um intercâmbio, por exemplo, deveria ter um curso mais livre, com coisas do dia a dia, que é isso que ele encontraria lá. As abordagens didáticas devem ser feitas de forma diferente, porque um vai precisar de coisas que o outro não vai.” Tempo de formação Segundo Alex, o tempo de preparação do aluno também depende do foco e da dedicação ao aprendizado. “Para uma viagem a passeio, um ano a um ano e meio com dedicação é o tempo ideal para se dar muito bem. Para uma viagem mais básica, em que você não vá precisar conversar muito e quiser mais fazer compras ou esse tipo de coisa, um pouco menos. Um ano eu acho.” A preparação para um inter-
câmbio tem o tempo ideal de cinco anos, de acordo com Alex. “Intercâmbio já é uma experiência um pouco mais avançada. Você vai viver a vida de um estrangeiro.” Quanto a proas de mestrado, ele acredita que, havendo dedicação, entre um ano e um ano e meio é o suficiente para um aluno inexperiente. Inglês para crianças Juliana Barreiros ensina inglês a crianças entre 5 e 9 anos. “Como a gente trabalha com aulas mais lúdicas, onde as crianças acabam vivenciando aquilo que elas aprendem, seja em atividades diferentes ou através de músicas, elas têm uma facilidade muito maior de fixar o conteúdo dado quando elas brincam com aquilo que elas estão estudando. Então, eu acredito que por esse estilo de aula, as crianças dessa faixa etária, 5 e 6 anos, têm muita facilidade em aprender. É uma ótima idade para começar a fazer inglês. Segundo ela, o apelo aos sentidos visuais e auditivos da criança contribui para o aprendizado. “No caso das crianças de 4 e 5 anos, mesmo ainda não sendo alfabetizadas, elas têm um ótimo aproveitamento. Como a gente trabalha muito com imagens e com sons, eles não ficam tão apegados à parte gramatical, eles ficam mais focados no som e isso ajuda muito na pronuncia também.” A coordenadora pedagógica do curso Uptake Idiomas, Livia Valente, concorda com Juliana. “Essa é uma idade boa mesmo que ele ainda não tenha sido alfabetizado, já que existem estudos que comprovam que a alfabetização não limita o aprendizado do aluno para uma
Fernanda Gonçalves sentiu falta do inglês em sua viagem para Itália e Vaticano
segunda língua. A segunda língua contribui para que o aluno aprenda ou desenvolva bem melhor a língua mãe dele.” Livia também trabalha na Escola Bilíngue Saci e conta como a imersão das crianças na língua funciona na prática. “Não existe nenhum preparo para quando um aluno entra. É uma imersão mesmo. No começo é um pouco complicado para o aluno entender, mas, depois de mais ou menos um mês, ele já está acostumado com os comandos, os amigos ajudam. É bem tranquilo. Inclusive foi feita uma pesquisa em um congresso bilíngue que eu fui no ano passado que aponta que essa imersão total não prejudica. Pelo contrário. Ela ajuda o aluno e não há necessidade de fazer a tradução para a língua materna dele.” Segundo Livia, a idade ideal para iniciar os estudos em uma escola bilíngue é entre 3 e 6 anos, porque é uma idade em que todos os
sentidos cognitivos da criança estão abertos, logo, ela recebe informação de todos os lados e compreende com mais facilidade.” Livia também compara as diferentes formas de aprendizado. “É bem diferente o aprendizado de uma criança de um curso de inglês regular para a escola bilíngue. A escola bilíngue que eu trabalho, por exemplo, não tem uma matéria específica. Os alunos aprendem o que eles têm vontade de aprender, o que eles têm vontade de conhecer. Então a parte de compreensão auditiva e a expressão oral dessa criança são muito mais fortes que a parte escrita, porque os alunos da escola bilíngue são imersos no inglês. Não há muita preocupação com essa parte gramatical. O inglês regular já é uma matéria mais linear, mais consistente, então o aluno consegue trabalhar todas as áreas ao mesmo tempo. Porém, nem sempre a compreensão auditiva e a expressão oral são as mais favorecidas. Às vezes são outros quesitos.”