Mergulho Diário Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF • Juiz de Fora, 09 de Agosto de 2017 • N° 05
Imagem: Divulgação PJF
Violência doméstica em JF afasta filhos de mãe
Após quatro anos de criação, a Casa já realizou mais de dez mil atendimentos. P. 4
Corpo de Bombeiros registrou cerca de 230 ocorrências, que representa um terço dos casos no mesmo período do ano passado. P. 5
Atendendo a reivindicações de estudantes, diretório disponibiliza questionário em sua página no Facebook P. 11
Imagem: Fotos Públicas
Casos de incêndio DCE irá apresentar em vegetação relatório pedindo diminuem na alterações no procidade cesso de estágio Programação da semana Rainbow começa amanhã na UFJF
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Quarta-feira, 09 de Agosto
Editorial A linha tênue entre mulheres e violência A mulher dá a luz. Ela é o fio condutor para que uma lâmpada acenda. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 180 pessoas nascem no mundo por minuto. Entretanto, na mesma proporção, a ONU estima que 102 pessoas morram por minuto dos mais variados motivos. Então, a mulher perde a luz, e da pior maneira: lhe é tirada. Estudo feito pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, com o apoio das Nações Unidas, mostra que 13 mulheres são assassinadas por dia, em média, no Brasil uma a cada duas horas. Na sociedade machista, violenta e patriarcal em que vivemos, as mulheres são consideradas o sexo frágil. Por esse advento, se tornam sempre o alvo de violência. Violência patrimonial, física, psicológica, sexual, moral e verbal contra mulheres levam ao feminicídio, termo usado para se referir ao assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Não parece fazer sentido e, realmente, não faz. Trata-se de um crime de ódio. Segundo dados do Mapa da Violência 2015, com uma taxa de 4,8 assassinatos em cem mil mulheres, o Brasil está entre os países com maior índice de homicídios femininos, ocupando a quinta posição em um ranking de 83 nações. Para combater essa brutalidade, a Lei Maria da Penha foi criada e completa 11 anos no mês de agosto. Se-
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gundo a ONU, a lei é a terceira melhor e mais avançada no mundo em relação ao enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres. Pela busca de mais métodos de sobrevivência e resistência, elas encontram conforto e segurança nas lutas de defesa pessoal, como as artes marciais. De acordo com a Federação Sul Americana de Krav Maga, o público feminino já representa 30% do total de alunos. Outra forma de lutar contra a opressão, é através de manifestações, em que unidas e com uma só voz, ecoam o sentimento igualitário. O movimento Ni Una Menos (Nem Uma a Menos), por exemplo, nasceu na Argentina em 2015, depois do assassinato de Chiara Paez, adolescente de 14 anos, que estava grávida e foi morta a pauladas pelo namorado, de 16. A iniciativa cruzou fronteiras, transmitindo o caráter de luta para a América Latina e Espanha e recebendo o apoio de muitas pessoas. Apesar de todas essas ações que são exploradas e criadas para solucionar a opressão sofrida pela mulher, o problema está intrínseco na sociedade e acontece diariamente. É necessário um processo árduo e intenso de desconstrução. Por fim, ser mulher é parto, é dor e é luta. A luta vai crescer. E pretende revolucionar.
EXPEDIENTE Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da UFJF, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor Profº Dr. Marcus David Vice-Reitora Profª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Prof. Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenador do Curso de Jornalismo Integral Profª Ms. Eduardo Leão Chefe do Departamento deMétodos Aplicados e TécnicasLaboratoriais Profª. Drª. Maria Cristina B. de Faria Professoras Orientadoras Profª. Drª. Janaina de Oliveira Nunes Profª. Drª. Marise Baesso Repórteres Alice Xavier, Bárbara Braga, Bárbara Delgado, Carolina Larcher, Christinny Garibaldi, Érica Vicentin, Ezequiel Florenzano, Isadora Gonçalves, Juliana Dias, Letícia Silva, Pedro Augusto, Sabrina Soares, Tatiane Carvalho. Edição e Diagramação Ariadne Bedim Letícia Silva Contato mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612
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Artigo
Liberdade para quem? Letícia Silva A superfície é um lugar confortável. É difícil sair dela sem um incentivo para desbravar a profundeza dos assuntos. Vivemos um momento em que há um grande número de pessoas falando sobre as diferentes formas de luta na internet. Quase todo mundo tem uma opinião e quer demonstrá-la. Isso pode ser ótimo sob o ponto de vista de que ao menos muitos assuntos, antes invisibilizados, têm ganhado notoriedade e estão sendo discutidos. Mas apenas a visibilidade basta? O feed de notícias está cheio de pontos de vistas. Falas, ataques pessoais, argumentos vazios, discursos de ódio e apego a preceitos religiosos em detrimento da realidade prática. Concepções que muitas vezes levam à falta de reflexão e respeito ao outro. No meio de toda essa efervescência, em que todo mundo fala e pouco se escuta, algumas parcelas de movimentos políticos se perdem em estratégia de luta. Às vezes, existe uma preocupação com aspectos relacionados às causas, mas que muitas vezes não tocam na estrutura do problema. Na última terça feira, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter preso Rafael Braga Vieira, a única pessoa condenada nas manifestações de julho de 2013. Ele foi preso por portar uma garrafa de desinfetante e condenado, posteriormente, a 11 anos de prisão em outro caso, por tráfico de drogas. Em 1º de dezembro de 2015, Rafael saiu em condicional monitorado por tornozeleira e voltou a morar com a família. Um mês depois, ele foi preso novamente por policiais da UPP local, segundo eles, portando drogas.
Segundo seu advogado, Lucas Sada, integrante do Instituto de Defensores de Direitos Humanos, Rafael foi vítima de flagrante forjado, e a sentença se baseou unicamente na palavra dos policiais. O movimento negro tem como base a luta contra o racismo, que é estrutural no Brasil. Para que essa mudança seja alcançada é necessária uma mudança profunda na sociedade, que possibilite igualdade de direitos e oportunidade. Entretanto, grande parte das pautas que vem ganhando notoriedade diz respeito às questões relativas à representatividade, vista como fundamental, mas que inflama uma competição para espaços de destaque. Muito se fala também em vivência enquanto argumento para que pessoas negras tenham um lugar de fala assegurado nas discussões, independente do teor de suas palavras. A autoestima do sujeito negro está sendo posta em debate. Sua aparição na mídia e sua importância enquanto consumidor também estão sendo reinvindicadas. Mas as estruturas de poder que fazem com que as opressões racistas existam, não são identificadas e questionadas de maneira mais efetiva. Existe a constatação das
problemáticas, centradas principalmente na individualidade de quem tem a oportunidade e o meio para falar, raros são os encaminhamentos de como modificar as estruturas. O movimento negro representa uma luta histórica pela igualdade racial, mas, para além disso, é um movimento que deve contestar as bases da organização social. Rafael Braga representa a opressão do sistema carcerário. Símbolo da seletividade judicial brasileira. Suas falhas e desgastes, que mantêm milhares de negros encarcerados no país todo. O juiz Ricardo Coronha, que o sentenciou a 11 anos de prisão, negou cinco pedidos da defesa de apresentar provas concretas da sua inocência. É importante atentar para informação e consciência. Rechaçar opiniões problemáticas de quem não possui o mínimo de conhecimento, toca somente na superfície e não dá chance ao diálogo real e transformador. Não é eficaz saber movimento negro, se não socializamos conhecimento e partimos para luta de fato. É preciso repassar informações sobre políticas públicas, direito, saúde. É preciso questionar as estruturas de poder postas, para além das exigências sobre aparecer na mídia. Não é eficaz pessoas negras em foco, se as pautas de importância não são colocadas e debatidas. Isso não possibilita transformação. É preciso questionar a exploração. O movimento negro precisa incomodar o poder que está posto. Porque o sistema é incômodo e mata todos os dias. Nenhum de nós é livre enquanto negros, presos politicamente, tiverem sua liberdade ceifada.
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Cidade
Violência doméstica afasta mãe dos filhos que não suportaram presenciar agressões constantes Situação é denunciada na semana em que Lei Maria da Penha completa 11 anos
Foto: Divulgação PJF
A cada dois segundos, uma mulher sofre violência no Brasil
Alice Xavier
De tanto ver a mãe apanhar do pai e de ter as queixas feitas contra ele retiradas da polícia, a professora D. A, 31 anos, não teve outra alternativa se não sair de casa. O mesmo já tinha sido feito pelo irmão. Desta forma, a mãe continua a ser vítima das agressões domésticas. Esta situação é denunciada na semana em que a Lei Maria da Penha completa 11 anos. O caso mostra como é preciso continuar as lutas contra a violência praticada contra as mulheres. D. A. diz que para sua mãe denunciar é muito complicado. “Minha mãe não possui nem o ensino fundamental, é sustentada pelo meu pai e nunca trabalhou ou exerceu qualquer atividade fora de casa. Não tem muito acesso a informação. É como se, na cabeça dela, ser agredida fosse algo normal. Todas as vezes que tentei ajudá-la, chamando a polícia, ela retirou a ocorrência, ficando contra mim, o que me motivou a ir embora de casa, por não suportar conviver com isso e não poder fazer nada”. Muitas que sofrem violência doméstica não denunciam por inúmeros fatores, como medo, receio de represálias, vergonha, desconhecimento dos seus direitos,
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ou por não perceber que está sendo vítima de algum ato violento. Segundo dados do Instituto Datafolha, a cada dois segundos, uma mulher sofre violência, o que coloca o Brasil na quinta posição, no ranking do país mais violento com mulheres. Com o objetivo de marcar a data e de mostrar a veracidade destes dados, o Instituto Maria da Penha criou a Campanha Relógios da Violência, que contabiliza as horas do dia por números de vítimas de violência (física e verbalmente). A legislação prevê seis tipos de violência contra a mulher: física, verbal, sexual, moral, patrimonial e psicológica, praticadas por cônjuge, companheiro, companheira ou qualquer outra pessoa do contexto familiar. Em Juiz de Fora, a Casa da Mulher, foi criada com o objetivo de reunir todos os serviços que podem ser feitos para proteger as vítimas da violência, assim como orientá-las sobre as agressões sofridas. Após quatro anos de criação, a Casa já realizou mais de dez mil atendimentos. Número assustador para uma realidade que as mulheres vivenciam em seu cotiano. Entretanto, esses atendimentos mostram que elas buscam ajuda e conseguem
suporte para realizar denúncias. Segurança para denunciar Para a coordenadora da casa, Maria Luiza Moraes, “três fatores podem explicar esse aumento progressivo de atendimentos: a população cresce, então também aumentam os números. A violência contra a mulher também cresce da mesma maneira. Agora, o mais importante, a coragem das mulheres e a segurança delas em denunciar cresceram muito. Elas sabem que, na Casa da Mulher, serão acolhidas e terão sua segurança garantida pela Lei Maria da Penha”. Não há pré-requisito para a violência contra a mulher, como posição social, idade, raça, ou qualquer outro critério seletivo. Ela ocorre em todos os meios e, por isso, passa despercebida em alguns momentos. É importante que as mulheres busquem ajuda, compreendam que isso não é normal, e utilize serviços, como os prestados pela Casa, para terem ciência que não estão sozinhas e que devem criar coragem para denunciar e assim diminuir as estatísticas que tanto assustam. A Casa da Mulher fica na Rua Uruguaiana, 94, Jardim Glória. Telefone para contato: (32) 3229-5815.
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Cidade
Queimadas em vegetação têm redução de dois terços em Juiz de Fora no período de estiagem
Até o momento, Corpo de Bombeiros registrou cerca de 230 ocorrências. Em todo o perído no ano passado, foram cerca de 700 casos Foto: Divulgaçaõ Corpo de Bombeiros
Na metade do período de pico de queimadas, Juiz de Fora registra menos casos de incêndio
Christinny Garibaldi De acordo com o Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora, nese período de estiagem, houve apenas um terço de incêndios florestais na cidade na comparação a igual período de 2016. Esse índice corresponde a cerca de 230 queimadas. A tendência dos últimos anos tem sido a redução do número de queimadas. Em 2014, foram registrados cerca de mil incêndios. Nos anos de 2015 e 2016, houve cerca de 700 casos. O Corpo de Bombeiros acredita que as razões para a diminuição do número de incêndios são as ações de prevenção e combate a queimadas, como o Projeto Bombeiro na Escola, Alerta Verde e a Formação de Brigadas.
punições podem variar de acordo Incêndios em Juiz de Fora com as consequências que o ato Mesmo com a redução do pode gerar. As punições vão de número de incêndios, duas quei- multas até processos administramadas ocorreram na última terça, tivos e criminais. Os proprietários 8, em Juiz de Fora. No Bairro Fon- de terras também respondem por tesville, Zona Norte, houve uma ocorrências de incêndio quando queimada de vegetação que logo provocados por falta de limpeza foi controlada pelos bombeiros. A em lotes urbanos. Polícia Ambiental não tem inforProjetos de prevenção de incêndios mações do motivo da queimada. O segundo incêndio ocorreu Entre as ações do Corpo de no Cascatinha no final da tarde, Bombeiros para a prevenção de inem lote próximo ao hospital e ma- cêndios, está o Projeto Bombeiros ternidade Monte Sinai. Segundo o na Escola, que visa a conscientizar Sargento Sialho, que atua na polí- desde cedo os jovens quanto ao pecia do Meio Ambiente, o incêndio rigo de queimadas e como agir em foi provocado para limpeza de um casos de incêndio. As atividades do lote urbano. acontecem tanto em escolas públiA provocação de queimadas cas quanto particulares. em território urbano é crime, e as
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Cidade
Assalto na porta de banco chama atenção para risco de circulação com grandes quantias
Imagem: PJF/Divulgação
Mulher realizaria depósito de mais de R$ 14 mil em agência na Andradas. PM não recomenda procedimento. Bancos oferecem alternativas para transferências
Bancos não recomendam andar pelas com grandes quantias de dinheiro para realizar transferência
Pedro Augusto Figueiredo Nesta terça-feira um fato chamou atenção no noticiário policial de Juiz de Fora: dois homens em uma moto roubaram a bolsa de uma mulher que se dirigia a uma agência bancária na Avenida dos Andradas para efetuar um depósito. Acionada pelos funcionários do banco, a Polícia Militar não conseguiu rastrear os assaltantes, que fugiram. De acordo com o jornal Tribuna de Minas, a vítima carregava R$ 14.600 em sua bolsa. Como é difícil prever a ocorrência desse tipo de crime, faz-se necessário que algumas precauções sejam tomadas para evitar que ele aconteça. O gerente da agência na qual a vítima iria realizar o depósito não recomenda a re-
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alização de transações de altas quantias de dinheiro em espécie: “Não aconselhamos de forma alguma que o cliente saia com muito dinheiro da agência. Hoje temos a transferência eletrônica, que pode ser realizada pelo celular ou internet. É muito mais seguro”, afirma. O risco é tão grande que, caso o cliente insista em retirar grande quantia em dinheiro, ele é obrigado pelo banco a assinar um termo de responsabilidade para que possa efetuar a retirada. Como alternativa, há dois tipos de operações bancárias eletrônicas para transferir dinheiro para contas em outro banco: o Documento de Ordem de Crédito (DOC) e a Transfe-
rência Eletrônica Disponível (TED). O primeiro pode ser utilizado para transações até R$4.999; para valores superiores é necessário utilizar a TED. Para se prevenir de assaltos na saída ou entrada de bancos, a Polícia Militar de Minas Gerais aconselha discrição na hora de conferir o dinheiro sacado para não chamar a atenção de estranhos. Outra recomendação é evitar os horários de pico das agências, principalmente durante o almoço. O número de pessoas chama a atenção dos assaltantes, pois provavelmente há uma maior quantidade de dinheiro circulando. Nessas situações, a fuga também se torna mais fácil.
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Economia
Consumo de vinhos importados atrai cada vez mais consumidores juiz-foranos Apesar da alta carga tributária sobre a bebida, qualidade cativa apreciadores
Bárbara Braga
Gráfico: Bárbara Braga
Muitos apreciadores de vinho elencam os produtos importados como os mais saborosos, e, em comparação aos nacionais, com preços potencialmente mais atrativos. Porém, a alta carga tributária cobrada sobre eles dificulta uma maior penetração no mercado local, uma vez que, incidem sobre a bebida, no mínimo, quatro taxas. Dependendo da cotação de câmbio vigente, os tributos podem aumentar o valor da importação em até 100%. Segundo mostra um estudo de mercado realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), em 2015, o sabor, a marca e o preço são os atributos que mais influenciam a decisão do consu-
midor na hora de escolher uma bebida. A jornalista Bárbara Duque é um destes consumidores que analisa o custo/benefício. “Para ter uma qualidade nivelada com a dos vinhos importados que eu gosto de consumir, os nacionais geralmente têm um valor muito alto, também em decorrência dos impostos.” O Mergulho Diário conversou com a Garrafaria, Adega do Baron, e quatro empórios da cidade, que sentiram uma recuperação no mercado de vinhos importados, neste trimestre, atrelada, principalmente, à queda de temperaturas e proximidade do dia dos pais. O importador de vinhos Humberto de Campos Araújo, em julho, solicitou quatro mil garrafas de produtos artesanais do exterior. “Um vinho italiano ou português possui um ‘terroir’, uma alma própria, que não se encontra nos nacionais. Fora que é quase um artigo de luxo, por causa da carga tributária. Na última remessa que importei, paguei 113% a mais do que o preço do produto, e, para que a carga viesse de Santos para Juiz de Fora, tive que pagar 27% de substituição tributária.” Nos países onde a ingestão de vinho é um hábito cultural, como na França, ele não é considerado uma bebida e, sim, alimento, tendo pouca ou nenhuma incidência de impostos. De acordo com o despachante aduaneiro Everaldo Durante, as taxas tributárias cobradas no Brasil, nesta terça-feira (8), totalizavam 59,75% sobre uma garrafa de vinho tinto exportado
de qualquer país não membro do Mercosul. No caso dos produtos importados de países membros do bloco, estes estão isentos do Imposto de Importação e ficaram apenas 39,75% mais caros. Para reduzir os custos, os importadores optam pelo transporte em navios, pois, além do câmbio, o frete está na base de cálculo dos impostos. O importador Humberto de Campos destaca quis são as preferências dos juiz-foranos: em primeiro lugar estão os vinhos e espumantes italianos, depois os chilenos e argentinos, seguidos pelos portugueses. “Percebo que nosso mercado tem predileção por vinhos com graduações alcoólicas mais elevadas, e procuram pelos que têm toque amadeirado.”
Vinhos finos mineiros
Com o intuito de aumentar a produção de vinhos finos no estado, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolveu uma técnica de cultivo, que rendeu a produtores mineiros medalhas no prêmio Decanter World Wine Award 2017. A enóloga da Epamig de Caldas Isabela Peregrino explica o que foi alterado nas vinícolas da região: “Adotamos a técnica da dupla poda, segundo a qual podamos as videiras no ínicio do ano, de forma que as uvas crescem e amadurecem até julho, quando realizamos a colheita, ao contrário de outros vinhedos que a fazem em janeiro. Isto tem rendido a produção de 80 mil litros de vinho fino por ano, de alta qualidade e sabor digno de um importado.”
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Economia
Quarta-feira, 09 de Agosto
Setor de atacado e varejo cresce cerca de 5,5% no mercado
Foto: Pixabay
O aumento no primeiro semestre de 2017 foi positivo em comparação ao ano passado
Tabela do G1. Fonte: CIP e Serasa
te nas férias do começo de 2017. Nos meses seguintes, o consumo se manteve positivo, com leves alterações. Segundo dados da Abad, 53,7% do consumo nacional são abastecidos diretamente pelo atacarejo. Analistas econômicos têm enxergado um bom caminho para a economia brasileira, uma vez que o país possui condição externa favorável, dando destaque para a deflação - a volatilidade média em países emergentes chegou a 1,5% segundo a HSBC Holdings - e a queda do dólar, que atraem investidores. Entretanto, a gestora VerAs vendas tiveram alta principalmente nas férias do começo de 2017 de Asset Management, comandada por Luis Stuhlberger, afirma que Carolina Larcher esta é “a calma que precede a temA Associação Brasileira dos nifica que já impactou no resultado pestade”, consequente da vitória do Atacadistas e Distribuidores de do atacado, mas isso vem corrobo- governo sobre a denúncia contra Produtos Industrializados (Abad) rar a expectativa que o segmento Temer. As novas previsões são de divulgou, na última terça-feira, da- atacadista está tendo de um me- que 2018 será outro ano conturbado por causa das eleições. Desdos sobre a variação do comércio lhor segundo semestre”. Nas Lojas Brasil do Shopping ta forma, a economia brasileira só no setor de atacado e varejo. De acordo com a organização, a pro- Norte em Juiz de Fora, o geren- deverá voltar a crescer consideracura de tais produtos se intensifi- te Carlos Roberto afirmou que as velmente após a posse concreta de cou em 5,5% no primeiro semestre. vendas tiveram alta principalmen- uma nova liderança política. O índice, apesar de não muito significante, representa uma grande melhora se comparado à pesquisa do ano passado, onde foi observado um recuo de 13,8% em relação a 2015. O responsável pela área institucional e relações governamentais da Serasa Experian, Paulo Melo, disse, em convenção anual do setor atacadista distribuidor em São Paulo, que esta é uma boa notícia de que realmente a tendência de melhora existe. “Isso significa que o varejo está procurando, não sig-
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Política
Projeto de Juiz de Fora visa a participação ativa dos idosos na política Foto: Pixabay
Inscrições para mais de 20 vagas já estão abertas e devem ser feitas por telefone
Idosos de Juiz de Fora podem contribuir de forma mais direta para a política local
Érica Vicentin
da cidade e cinco vagas - que não As inscrições para o Projeto precisam ser preenchidas por idoCâmara Sênior já estão abertas e sos - para instituições de qualquer vão até dia 21 de agosto. O objetivo natureza. Além disso, haverá tamdo programa é ser um instrumento bém uma seleção de cinco suplende debate entre público, instituições tes dos representantes dos idosos e e o Poder Legislativo de Juiz de Fora. dois suplentes dos representantes Podem participar pessoas acima de das instituições. Caso haja um nú60 anos e organizações da cidade. mero maior de interessados, a coDe acordo com o Gerontólogo e missão vai realizar um sorteio para assistente social José Anísio Pitico a escolha dos participantes. da Silva, essa é uma oportunidade inédita para que os idosos possam Processo de preparação Antes de serem efetivados, os assumir seu papel primário nas decisões da cidade; “com esse projeto participantes vão passar por uma Juiz de Fora pode servir de modelo capacitação feita pelo Centro de pra outros municípios. Além de ter Atenção ao Cidadão (CAC), a fim voz sobre suas próprias causas, os de prepará-los sobre temas relativos participante da Câmara Sênior po- à cidadania, democracia e particiderão dar sua opinião e participar pação política, além de conhecer o de decisões importantes acerca de processo legislativo municipal e a temas variados, importantes para atuação dos poderes Legislativo e Executivo. todas as faixa etárias.” Maria Enilda, que acompanha Os interessados em participar do projeto podem se inscrever a Câmara de Juiz de Fora há mais pelo telefone 3313-4708. De acor- de 16 anos e que já se inscreveu no do com a assessoria da Câmara projeto, ressalta a importância de Municipal de Juiz de Fora, foram propostas como essa: “Acredito que ofertadas 20 vagas para moradores trazer idosos para essas atividades
desperta a compreensão de como funciona a Câmara, seu papel fundamental na democracia de elaborar leis e fiscalizar o Poder Executivo, acrescidos de uma vivência que os fazem mais preparados para dar sua contribuição com ideias e propostas. Juiz de Fora tem uma grande porcentagem de idosos em sua população. Por que não ouvi-los em suas pretensões?” Ao fim do processo de capacitação, será realizada, no dia 2 de outubro, uma cerimônia solene que instalará os trabalhos da Câmara Sênior. A data é uma referência ao Dia Internacional dos Idosos, comemorado no dia primeiro de mesmo mês. Participação pelo voto De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), nas últimas eleições municipais de Juiz de Fora, 41.711 eleitores com mais de 70 annos votaram. No cenário nacional, mais de 11,3 milhões de idosos participam da política através do voto.
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Política
Lei Trabalhista: saiba o que muda
A nova lei permite que a jornada em um único dia possa chegar a 12 horas para qualquer categoria Foto: Pixabay
Empresas terão cerca de quatro meses para se adaptar e se programar para definir as mudanças
Sabrina Soares De acordo com o Ministério do Trabalho, a nova lei trabalhista entrará em vigor em novembro e valerá para todos os contratos de trabalho vigentes, tanto antigos como novos, porém a nova legislação não vale para contratos que não são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e têm contratação à parte. Algumas mudanças precisam ser negociadas com sindicatos e outras com cada trabalhador. Uma das principais mudanças da reforma trabalhista é a possibilidade de flexibilizar a jornada de trabalho. A nova lei permite que a jornada em um único dia possa chegar a 12 horas, desde que respeitado o intervalo mínimo de descanso de 36 horas. A carga de 12 horas já era prevista na CLT para algumas categorias. Segundo a nova lei, não será mais considerado como jornada de trabalho todo o tempo que ultra-
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passar a jornada normal. As horas extras não poderão passar de duas horas por dia ou quatro por semana. Sendo remuneradas em 50% a mais que as normais. O tempo gasto pelo empregado da sua residência até chegar ao local de trabalho, assim como o seu retorno para casa, não será computado na jornada de trabalho. O trabalho feito fora das dependências da empresa não terá mais controle de jornada. A nova regra também prevê que a negociação entre empresas e trabalhadores prevalecerá sobre a lei em pontos como parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados, intervalo, plano de cargos e salários, banco de horas, remuneração por produtividade e trabalho remoto. Entretanto, pontos como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), salário mínimo, 13º salário, seguro-desemprego, benefícios previdenciários, licença
-maternidade e normas relativas à segurança e saúde do trabalhador não podem entrar na negociação. Ainda de acordo com o advogado Daniel Rodrigues, empresa e trabalhador poderão negociar a divisão das férias em até três períodos. Segundo a nova CLT, pelo menos uma das parcelas precisa ter, no mínimo, 14 dias. As outras duas não podem ser menores que cinco dias cada uma. O universitário Guilherme Campos, 22, vê a reforma trabalhista como um retrocesso. “Ao meu ver, ela fragiliza o trabalhador frente aos empregadores, quando prioriza o acordado (os acordos individuais) sobre o legislado. Infelizmente o trabalhador não tem força para negociar com o patrão. Além de fragilizar os sindicatos.” As empresas terão cerca de quatro meses para se adaptar à nova lei e poderão se programar para definir as mudanças a serem aplicadas.
Quarta-feira, 09 de Agosto
UFJF
DCE da UFJF lança formulário de perguntas em busca de melhoria no processo de estágios
Foto: Marise Baesso
Alunos poderão responder questiónario até 15 de agosto. Objetivo é descobrir as dificuldades dos discentes e as falhas nas análise dos estágios
Questionário está disponível na página do DCE no Facebook
Ezequiel Florenzano Quais são suas dificuldades na hora de conseguir o estágio? O que precisa ser melhorado? Com essas perguntas, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) vem a público discutir as dificuldades do alunos da instituição na hora de realizar o estágio, em busca de melhorias. Por meio de um questionário, o DCE listou algumas perguntas para serem respondidas por acadêmicos de todos os cursos da UFJF. Os interessados em contribuir para a melhoria do atendimento poderão responder o formulário acessando-o pelo link: https://goo.gl/vLVYqY. Ele ficará aberto ao universitário até a meia-noite do dia 15 de agosto. Com as respostas em mãos, haverá a produção de um relatório que será entregue à coordenação de estágio da Pró-reitoria de Graduação (Prograd). A Coordenadora de Gestão do DCE Laura Mattos informou que a proposta de relatório
entrou em pauta após o recebemento de algumas reclamações no começo deste ano. As reivindicações dos alunos para a melhoria no processo são relacionadas às diversas operações burocráticas como orientação, divulgação de vagas e demora na análise de documentação. A estudante do oitavo período de Arquitetura e Urbanismo Sara Pimenta ressaltou a falta de comunicação e orientação no processo. “É preciso melhorar a questão de ter que voltar inúmeras vezes com o mesmo documento, pois somos obrigado a colocar a data de início do estágio bem à frente do dia da entrega do documento para eles terem tempo de analisar.” A coordenadoria de estágio da Prograd informou que segue todas as exigências estabelecidas na Lei 11.788/2008, do Regulamento Acadêmico da Graduação e da Resolução 115/2014. Segundo o setor, o prazo de seis dias úteis para a análise é bastante curto em relação
a outros setores da Universidade. A Prograd ainda salientou a busca de melhoria desde o início do primeiro semestre de 2017: “Estamos implementando novos modelos de formulários. Além disso, a Coordenação de Estágios tem feito reuniões periódicas com as Coordenações e Comissões Orientadoras de Estágio dos cursos para esclarecer dúvidas e ouvir sugestões.” O DCE frisou a importância do questionário, que foi proposto após reivindicações de alunos junto à entidade. Eles esperam envolver os discentes de todas as áreas nesse processo de melhoria de atividades da Universidade. E, com isso, passar para a Coordenação esse olhar discentes.
Estágio à vista: o quer fazer ?
Em primeiro lugar, verificar se há convênio entre a instituição na qual deseja realizar o estágio e a UFJF. Em caso positivo, você precisa acessar a página www.ufjf.br/estagio e baixar os formulários disponíveis. Os dados dos documentos devem ser digitados e eles devem ser levados para assinatura do representante do local do estágio, do supervisor e, posteriormente, submetê-los à assinatura do professor orientador. Após isso, o estudante deve protocolar a documentação (todos assinados em três vias originais) na Central de Atendimento e esperar o prazo de análise de seis dias úteis estabelecido pela Coordenação de estágios.
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Quarta-feira, 09 de Agosto
Cultura
Semana Rainbow tem início nesta quinta em JF Projeto de extensão “UFJF e Miss Brasil Gay – interfaces com a comunidade” conta com eventos de 10 a 20 de agosto Imagem: Divulgação
Destaques da programação Praça Antônio Carlos: Dia 18/08 | Sexta-feira A partir de 12h: Mercado Alternativo 19h30 - Projeto Realce: Festival de Dublagem - Comandado por Drag Femmenino 21h - Desfile MMarques Moda Conceitual
Maior evento de Cultura Gay da cidade começa amanhã na UFJF
Isadora Gonçalves A 37ª Edição do Miss Brasil Gay será realizada em Juiz de Fora no dia 19 de agosto e traz como tema “Masculino e Feminino, a arte do transformismo”. A venda de ingressos teve início na última sexta-feira (2) e essa edição terá Érica Salazar e Ikaro Kadoshi como mestres de cerimônia. O concurso será acompanhado de uma programação por toda a cidade com o Rainbow Fest, que começa no dia 18 de agosto. O maior evento de Cultura Gay da cidade vai reunir shows, exposições, gastronomia, moda, shows de drag, bandas e as atrações estão espalhadas pela cidade com eventos no Parque Halfeld, Praça Antônio Carlos, Hotel Green Hill e Olímpico Atlético Clube. A UFJF, como parte do projeto de extensão “UFJF e Miss Brasil Gay – interfaces com a comunidade”, organiza uma série de
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ações que começam nesta quinta-feira, dia 10 de agosto, e estão marcadas até o dia 20 desse mês. O objetivo é ampliar as discussões a respeito de homossexualidades, gêneros, identidades, direitos humanos e inclusão social com exposições fotográficas, exibições de filmes com a temática LGBT entre outros eventos. Carolina Cadinelli, aluna da UFJF e membro do grupo de estudos e pesquisas em educação, comunicação e feminismos Flores Raras, aponta a importância do evento na desconstrução de preconceitos e na representatividade. Para ela, “essa representação é importante para que as pessoas entendam que ser LGBT não é uma anomalia e não é uma coisa para se envergonhar, muito pelo contrário, é para se orgulhar, se colocar em sua própria identidade, se aceitar e passar a mostrar que o preconceito não se justifica.”
Dia 19/08 | Sábado A partir de 19h30 - Nayla Brizard, Joanne Portilla, Duda Flux, Wandera Jones, Rodrigo Silveira e Mathensz Khan 22h30 - DJ Coldhans Queiroz Dia 20/08 | Domingo 10h - Cãominhada e feira de adoção de animais 18h30 - Tuka’s Band 20h- Fábio Vargas e Banda 23h- Encerramento
UFJF
Exposição de Fotografia - Painéis Externos da UFJF Data: de 10 a 20/08 Artista: Junior Franch Local: painéis externos da UFJF Exposição de fotografias AKUENDA 180° Artista: Junior Franch Data: 14 a 20/08 Local: CCBM
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Festival de cinema LGBT+: Data: de 14 a 18/08 Horário: 19h | Debate no Final Curadoria: Prof. Dr. Cristiano Rodrigues (FACOM/UFJF) Local: MAMM
Quarta-feira, 09 de Agosto
Cultura
Cultura nerd ganha espaço em Juiz de Fora
Imagem: Pixabay
Evento, que acontece neste fim de semana na cidade, reúne comunidade geek no Santa Cruz Shopping, onde haverá campenatos e exposições
Comunidade geek cresce na cidade, que ganha 6ª edição de evento
Tatiane Carvalho
seminação da cultura asiática em suas diversas vertentes, como artes Acontece neste sábado (12), no plásticas, desenhos e história em Santa Cruz Shopping, a 6ª Colex- geral. A primeira edição aconteceu Con 2017. O evento, com abertura em março e, desde de então, vêm às 10h e encerramento às 16h, terá contando com uma grande adesão como tema “Japão: do Tradicional do público. ao Clássico” e conMariana Martará com a presencial, coordenadora “Antigamente ça de desenhistas, de marketing do Sanos nerds ilustradores, escrita Cruz, fala sobre tinham uma tores, designers, coos benefícios que o lecionadores, camevento traz para o imagem de peonatos e muitas shopping. “A genisolamento, hoje outras atrações te tem essa parceria para reunir a co- dominam grandes com a ColexCon, munidade geek em e o objetivo é gerar corporações um só lugar. Além um fluxo de pessoas mundiais.” disso, nesta edição, maior, trazendo para o evento vai contar cá este público que com uma aula de demostração do não está habituado a frequentar o idioma japonês. Geeks são conhe- shopping.” cidos como pessoas que gostam de O mundo geek vem ganhantecnologia, quadrinhos, animes e do cada vez mais adeptos entre os outras coisas ligadas à tecnologia. adolescentes e, claro, este público A ColexCon é uma iniciativa vem crescendo em Juiz de Fora, do Encontro Nacional de Colecio- aumentando assim o número de nadores, a Tsuru Eventos e o Santa eventos para este segmento. “Acho Cruz Shopping. Juntos eles produ- que é um caminho que só tende a zem eventos que são voltados à dis- aumentar, pois a possibilidade de
interação hoje em dia com o advento das tecnologias, redes sociais e afins, possibilitam o contato mais próximo. Antigamente os nerd tinham uma imagem negativa de isolamento, hoje dominam grandes corporações mundiais. Juiz de Fora é uma cidade que tem uma demanda grande nesse segmento.” diz Igor Sell e Rodrigues, da ColexCon. Toda programação é pensada para o público-alvo do evento. A cada mês, os organizadores procuram homenagear um setor específico do mundo nerd. Houve o mês do orgulho nerd, o mês da magia, o mês medieval e, agora, chegou a vez do Japão. Para o artista que procura expôr seus trabalhos no encontro, regularmente são abertos editais, disponíveis nas redes sociais da ColexCon, onde os interessados se candidatam. No caso dos desenhistas, Igor ressalta: “Existe uma comissão de artistas experientes que avalia os traços da pessoa, e, mais ainda, dão dicas e sugestões de como a pessoa pode evoluir no traço.” O público mal pode esperar para desfrutar de tudo o que será oferecido na Colexcon deste mês. Para a estudante Bárbara Castro, é importante uma oportunidade como esta na cidade: “Diversidade. É ótimo, porque, nessa época, todos estão fechados, e as pessoas precisam conviver com a diferença. Fora que acaba com este estereótipo de ‘nerdão’.” Está procurando algum evento para este fim de semana? Para mais informações acesse a página da ColexCon no Facebook. A entrada é gratuita.
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Quarta-feira, 09 de Agosto
Esporte
Hapkido, krav maga e muay thai conquistam cada vez mais mulheres em Juiz de Fora Praticantes buscam nas artes marciais melhor qualidade de vida e forma de defesa pessoal
As artes marciais conquistaram de vez o público feminino. Seja por desejo de praticar um esporte ou pela vontade de aprender alguma técnica de defesa pessoal, as mulheres têm buscado cada vez mais academias e escolas de luta em todo o Brasil. E em Juiz de Fora não é diferente. De acordo com o professor de artes marciais Paulo José dos Santos, nos últimos dois anos, a presença feminina em sala de aula cresceu: “Acredito que a proporção seja de cinco homens para duas mulheres. Levando em conta que antes tínhamos só homens treinando.” Paulo é mestre em hapkido. Para ele, junto com o krav maga (técnica de combate corpo a corpo, também especializada em defesa pessoal, desenvolvida em Israel), a luta é o estilo de arte mais procurado pelas mulheres, que buscam aumentar sua segurança. Além de aprender uma técnica de defesa, os benefícios da prática de artes marciais são muitos, indo desde a melhora no condicionamento físico, flexibilidade, agilidade e coordenação motora, até os impactos psicológicos do aprendizado, como o aumento da autoestima, alívio de estresse e aprimoramento do autocontrole. Anna Luiza Fernandes confirma as vantagens do treinamento. “Você se sente mais confiante, ajuda muito a desestressar e também a própria saúde.” A estudante de 16 anos praticava boxe há um ano quando decidiu conhecer o muay thai, por su-
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Foto: Paulo José dos Santos
Juliana Dias
Alunas do Mestre Paulo Santos treinam hapkido
gestão de sua treinadora. Apesar de não ter um treinamento focado em defesa pessoal, Anna garante que o aprendizado da arte marcial tailandesa faz com que ela se sinta mais segura. “O muay thai possui golpes que ajudam muito a se defender, caso haja algum tipo de agressão.” E se você também se interessou em aprender alguma arte marcial,
o Mestre Paulo José dos Santos dá a dica: é importante procurar um médico para fazer exames e obter a liberação para os treinos. Além disso, fique atento para procurar um professor qualificado “Oriento sempre a perguntar para o profissional sobre sua formação, onde se formou e com quem. É um direito do aluno saber.”
Quarta-feira, 09 de Agosto
Esporte
Primeiro time de baisebol de Juiz de Fora busca apoio para ampliar a equipe A divulgação que tem sido feita através das redes sociais começa a conquistar espaço e público Bárbara Delgado
Fotos: Assessoria de Imprensa Marfins
Marfins tem hoje cerca de 20 pessoas envolvidas e já pensam em ampliar projeto para crianças e adolescentes
Criado há menos de um ano, o time de beisebol Marfins, tem evoluído, estão conquistando espaço na cidade e já disputaram com times da capital. O primeiro jogo disputado na cidade foi no dia 22 de julho contra um time de Belo Horizonte, o Beisebol Beagá. Já pensam em criar equipe para crianças e adolescentes de até 15 anos, chamado de Litte league. Sávio Ribeiro, integrante da equipe e um dos diretores, afirma que o número de praticantes do esporte está aumentando. “Somos em torno de 20. Nós vamos nos ajudando com o dinheiro que dá por mês para poder comprar material.” A equipe é composta de voluntários e amantes do beisebol. Recentemente o estatuto do Marfins foi aprovado, e a Prefeitura de Juiz de Fora, por meio da Secretaria de Esportes, conseguiu ceder o campo da Empresa Municipal de Pavimentação Urbana (Empav), que fica no Bairro São Benedito, para os treinos. Os treinos estão voltados para a
eficiência na parte defensiva, com o intuito de aprimorar como usar a luva e, somente após esta etapa, trabalham com o ataque. O técnico e treinador do time Gustavo Alves contou sobre os treinos e as prioridades técnicas: “Depois do jogo de BH, a intenção agora é focar mais na qualidade e desenvolver melhor cada jogar em suas posições. Temos como objetivo valorizar as características de cada um, como arremesso forte, uma boa catada com a luva, se tem uma boa batida ou não, se é ágil.” Essas novas diretrizes de treino vão definir o que é necessário dentro dos próximos jogos e o empenho da equipe somado à divulgação do trabalho, deixam todos mais confiantes. Segundo o assessor de imprensa do time, Max Honório, eles buscam divulgar de maneira simples e de fácil compreensão coisas relacionadas ao beisebol: “Inicialmente, nós tentamos produzir conteúdos cativantes, chamando para o time novos adeptos, coisas que são
preventivas para a saúde dos atletas e itens de curiosidade.” O Marfins tem trabalhado na divulgação para as pessoas que não conhecem o time, usando a página no Facebook e em outros veículos de comunicação onde já saíram matérias falando sobre a equipe. “Estamos buscando novos competidores, o esporte não é convencionalmente brasileiro e queremos que outras pessoas tenham a oportunidade de praticá-lo”, acrescenta o assessor.
Conheça o beisebol
O esporte de beisebol nasceu nos Estados Unidos e a primeira disputa foi no ano de 1846. O país de origem é considerado o berço do esporte, com grande participação da população. O jogo é praticado por duas equipes com nove jogadores, com o objetivo de marcar pontos (runs). O campo é um semicírculo com um quadrado inserido onde ambas as bases começam as disputas.
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