Mergulho Diário 16/08 - 9ª edição

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Mergulho Diário Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF • Juiz de Fora, 16 de Agosto de 2017 • N° 09

Foto: Pixabay

Falta de insulina e tiras para diabéticos será discutida na Câmara

Em Juiz de Fora, os pacientes vêm enfrentando dificuldades para realizar o tratamento

O skate em JF: histórias, desafios e conquistas do esporte P.14

Comércio e hotéis esperam maior movimentação no período. Concurso para decoração de vitrines do Sindicomércio busca estimular envolvimento de lojistas com o evento. P. 11

Foto: Associação de Skate

Semana Rainbow deve movimentar economia em Juiz de Fora

P. 5

Primeiro Plano ainda busca espaço para realizar evento As inscrições para o festival de cinema terminam nesta sexta-feira, 18. O evento está previsto para acontecer do dia 23 a 28 de outubro, em Juiz de Fora. P. 12


Quarta-feira, 16 de Agosto

Editorial Será que política não se discute? O desinteresse e a reprovação pela política são evidentes em um país onde, infelizmente, tornou-se comum os escândalos de corrupção. Desde criança, aprendemos que em político não se confia, que eles estão no poder para nos roubar, mas não somos nós que os elegemos? Não há nada que realmente possa ser feito a respeito? Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, apenas 25% dos jovens de 16, 17 anos fazem seus títulos, e é um número que, desde 2006, vem diminuindo. É preocupante ver as pessoas abandonarem seu poder de escolha, o poder de mudar. Se até o jovem, que tradicionalmente carrega a fama de promover as mudanças, abdica disso, o que sobra? Porém uma pesquisa do Instituto Data Popular realizada perto das eleições de 2014 evidenciou que, dos 3.500 jovens ouvidos pelo país, com idades entre 16 e 33 anos se encontram entre os eleitores indecisos ou que pretendem anular o voto, mais de 50% das pessoas entrevistadas. O discurso carrega um viés de oposição. O desejo de mudança está presente em 63% deles, que acreditam que o Brasil não está no rumo certo. Ainda sobre a pesquisa, 92% dos jovens acreditam na própria capacidade de mudar o mundo, 70% veem no voto a possibilidade de mudança no país e 80% reconhecem o papel determinante da política no cotidiano brasileiro. Se temos consciência do nosso poder não podemos nos manter passivos, alheios ao que nos

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rodeia, não há como continuar aceitando tudo que é imposto. Em 2014, ano da eleição presidencial no Brasil, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) realizou uma pesquisa acerca do interesse do eleitorado sobre a disputa daquele ano. Cinquenta e cinco por cento dos eleitores não se interessavam pela eleição. Desse total, 26% do eleitorado não estavam interessados na eleição que ocorreria em outubro, isto somado a outros 29% que responderam ter pouco interesse pelo pleito. Apenas 16% dos entrevistados disseram estar muito interessados. Se a pesquisa fosse realizada hoje, talvez a porcentagem de pessoas desinteressadas fosse maior ainda. Há uma tendência de descrença muito forte atualmente, reforçada, principalmente devido as conjunturas desde o ano passado, somado ao processo de “modernização” que o país passa. O sentimento de não ter voz distancia cada vez mais o eleitorado da política, algo que se reflete no alto índice de abstenções registrados em todos os períodos eleitorais. A mudança será feita com envolvimento, com luta e determinação. Afastar e dizer que “política não se discute” só perpetuará essa política que não agrada, que não comove, não une e não é eficaz. Temos que nos perceber como seres políticos. Por natureza, já somos, mas é necessário se ver e aceitar que é algo que está intrínseco a qualquer um.

EXPEDIENTE Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da UFJF, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor Profº Dr. Marcus David Vice-Reitora Profª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Prof. Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenador do Curso de Jornalismo Integral Profª Ms. Eduardo Leão Chefe do Departamento deMétodos Aplicados e TécnicasLaboratoriais Profª. Drª. Maria Cristina B. de Faria Professoras Orientadoras Profª. Drª. Janaina de Oliveira Nunes Profª. Drª. Marise Baesso Repórteres Alice Xavier, Ariadne Bedim, Bárbara Braga, Bárbara Delgado, Carolina Larcher, Christinny Garibaldi, Ezequiel Florenzano, Isadora Gonçalves, Juliana Dias, Letícia Silva, Pedro Augusto, Tatiane Carvalho. Edição e Diagramação Érica Vicentin Sabrina Soares Contato mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612


Quarta-feira, 16 de Agosto

Artigo

Qual o gosto da razão? Foto: Reprodução Justiça.gov.br

Érica Vicentin Em todas as páginas do Facebook e em vários blogs da rede, é muito comum vermos reis e rainhas da razão. O senso de liberdade de expressão foi aflorado na era digital. Mas até que ponto a opinião do outro passa a perder valor e dá espaço para a intolerância? A liberdade de expressão é o direito de qualquer indivíduo manifestar, livremente, opiniões, ideias e pensamentos pessoais sem medo de retaliação ou censura por parte do governo ou de outros membros da sociedade. É um conceito fundamental nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral. Em contraponto, é preciso

tomar bastante cuidado para não ofender outras pessoas com determinadas opiniões, afinal, cada um tem uma forma própria de ver a vida e lidar com suas próprias experiências. E, então, o que fazer com essa dualidade? Na internet o que acaba prevalecendo é a individualidade das ideias. Brigas entre páginas, movimentos e cidadãos são constantes, buscando, muitas vezes, apenas ter razão, sem ao menos tentar entender os temas. Tudo vira polêmica, que, em geral, reforça preconceitos e desrespeitos. Há também a dúvida se as pessoas sempre foram cheias de opinião e não tinham um canal para discuti-las abertamente – no nosso caso, a internet – ou se agora elas se sentem mais capacitadas para discutir sobre todos os as-

suntos, devido ao fluxo contínuo de informação que recebemos diariamente. Entre os temas mais discutidos estão política, sexualidade, gênero e religião, que são, portanto, assuntos extremamente importantes e que dizem respeito a nossa organização como sociedade. O que é muito comum em discussões desse tipo é o rompimento de laços que ocorrem pelo radicalismo de algumas opiniões e pela intolerância. Nesses casos, a melhor solução seria conversar abertamente sobre essas questões sem a pretensão de estar com a razão. É necessário expor os pontos, pesar as ideias e, assim, chegar em uma conclusão: mesmo que isso signifique mudar seu ponto de vista.

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Quarta-feira, 16 de Agosto

Cidade

Jogos Intercolegiais em Juiz de Fora contam com recorde de instituições inscritas Imagem: Freepik

A competição será disputada entre os dias 21 de agosto e 25 de setembro

Alunos da rede pública municipal, estadual, federal e da rede particular participam dos Jogos Intercolegiais de 2017

Isadora Gonçalves

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Os Jogos Intercolegias de Juiz de Fora tiveram recorde de participação, com 114 escolas inscritas. A competição tem início na próxima segunda-feira, dia 21, integrando alunos de 12 a 17 anos de instituições públicas e privadas da cidade. As disputas serão realizadas nas quadras do Tupi Football Club e do Sport Clube. Ao todo, serão 121 jogos, até o dia 25 de setembro, em 15 modalidades individuais ou coletivas, além das provas para atletas paralímpicos. Para o Departamento de Iniciação, Formação e Regimento Esportivo da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), que realiza a competição, o objetivo é incentivar a participação das instituições de ensino de Juiz de Fora em atividades esportivas e promover

a integração entre os estudantes. A competição valoriza a corporeidade, o lúdico, os esportes e o movimento de formação humana. O maior número de inscrições ficou para a categoria juvenil masculina, que atingiu a marca de 54 escolas. Na categoria feminina foram apenas 12. De acordo com o departamento esportivo do Colégio Metodista Granbery, só na instituição são cerca de cem alunos inscritos na competição. Segundo ele, a participação da escola é importante para a convivência esportiva dos alunos e para que eles possam aprender a lidar com as regras e com as experiências de vitória e derrota nos esportes. Gabrielle Carvalho, aluna do Colégio dos Jesuítas, diz que os jogos são uma forma de incentivo

ao trabalho em equipe e ajudam, também, na saúde, pois são uma oportunidade de praticar esportes.

MODALIDADES:

• Coletivas: basquetebol, badminton, futebol, futsal, handebol, peteca, queimada, tênis de mesa e voleibol; • Individuais: atletismo, judô, mountain bike, natação, skate e xadrez; • Paralímpicas: atletismo, natação, tênis de mesa, xadrez, peteca e bocha adaptada.

CATEGORIAS:

• Categoria Infantil (Módulo I): atletas com idade entre 12 e 14 anos; - 48 escolas inscritas • Categoria Juvenil (Módulo II): atletas com idade entre 15 e 17 anos. - 66 escolas inscritas


Quarta-feira, 16 de Agosto

Cidade

Pacientes diabéticos em JF têm tratamento comprometido, devido à falta de tiras e insulina Foto Pixabay

Audiência pública marcada para esta quinta-feira discutirá a situação

Medidor glicêmico necessita das tiras para que o paciente controle o açúcar

Alice Xavier Tratar uma doença crônica requer dedicação. No caso do diabetes, que não tem cura, a única saída é o controle, que configura gastos ao paciente. De acordo com a Lei federal nº11.347, pacientes com diabetes têm direito a receberem gratuitamente o medicamento, assim como os materiais necessários à sua aplicação, manutenção e a monitoração da glicemia. Para tal, o diabético deve estar inserido no programa de educação especial em diabetes, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Juiz de Fora, os pacientes vêm enfrentando dificuldades para realizar o tratamento, pois estão faltando fitas para o controle de glicemia, e a distribuição pelo SUS não tem sido recorrente. O maior problema é que as fitas glicêmicas são caras, podendo chegar a R$ 60 a caixa com dez. Para tentar solucionar o problema, a Câmara Municipal de Juiz de Fora realiza, na próxima quinta, 17, a segunda audiência pública, solicitada pelos vereadores Júlio Obama Jr. (PHS) e Marlon Siqueira (PMDB), para discutir a falta de insulina e fitas glicêmicas no SUS. Segundo a assessoria do vereador

Júlio Obama, foram convidados para a audiência representantes das secretarias de Saúde municipal e estadual, Ouvidoria Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Saúde, para ouvir a visão de cada um. Eles deverão responder aos questionamentos da população, a respeito dos prejuízos provocados pelo impedimento ocasionado pela não ofertas da fitas e da insulina, que deveriam ser disponibilizados regularmente. A audiência, de acordo com a assessoria de Obama, é uma forma encontrada pelo vereador para dar respostas à sociedade, que busca ajuda para solucionar o problema. Atualmente, a cidade possui 5.431 pacientes com diabetes, usando, em média, três fitas por dia, e nem todos estão tendo acesso a essas tiras. Pacientes A aposentada Rosária da Consolação , de 64 anos, possui diabetes do tipo um, desde a infância. Passou por inúmeros tratamentos, com diversos comprimidos, hábitos alimentares saudáveis e atividades físicas, para manter o nível de açúcar em seu organismo controlado, o que, por um determinado tempo, surtiu efeito.

Entretanto, nos últimos dois anos, devido a uma inflamação causada por um cabelo na cabeça, descobriu que seu índice glicêmico estava muito alto, ficando quase um mês internada e, a partir desse dia, sua vida mudou: teve a medicação para controlar a doença alterada, passando a fazer uso da insulina - hormônio produzido pelo pâncreas, que permite a entrada de glicose nas células para ser transformada em energia diariamente. Rosária sente na pele essa falta de fitas disponibilizadas pelo SUS, pois, segundo ela, tem comprado as tiras do próprio bolso, um gasto mensal de R$ 90 por mês, o que faz falta no orçamento, uma vez que os gastos não são limitados apenas à compra das tiras, mas também a outras medicações. Ela afirma ainda que, meses atrás, além das fitas, a própria insulina estava em falta, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Barbosa Lage, onde mora. Segundo uma farmacêutica do posto de saúde do bairro, no momento, não há tiras disponíveis aos pacientes, apenas a insulina, que, nos últimos meses, tem chegado recorrente. Quando um paciente vai buscar os produtos, mas a unidade não possui para entregá-los, a orientação é que o Estado não repassou para o Município o quantitativo suficiente para atender a demanda, orientando que eles liguem para a ouvidoria do estado, através do número 1062, para formalizar a reclamação. A secretaria da saúde foi procurada, para falar sobre a falta de tiras e insulina, mas até o fechamento desta edição, não retornou o contato.

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Quarta-feira, 16 de Agosto

Cidade

Cras promove eventos especiais nesta terça O Cras Leste Linhares foi responsável pelo “Cine Sesc” para idosos e o Cras Sul Ipiranga desenvolve a oficina de artesanato “Entre Linhas”

Foto: PJF/Divulgação

Dez mulheres estão participando gratuitamente do projeto “Entre Linhas”

Carolina Larcher

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O Centro de Referência de Assistência Social (Cras) realizou eventos especiais em diferentes unidades de Juiz de Fora na última terça-feira (15). O Cras Sul Ipiranga, juntamente com a Casa da Menina Artesã, iniciou um novo projeto, intitulado “Entre Linhas”, que elabora oficinas de artesanato, ministradas pela educadora Rosimar Vitorino e pela assistente social Fernanda Sabatinelli. O Cras Leste Linhares, em parceria com Serviço Social do Comércio (Sesc), ofereceu aos idosos do Grupo Conviver uma edição especial do “Cine Sesc”. O Cras é uma ação da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) e da Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac). Ele visa ao atendimento

e acompanhamento das famílias em situação de vulnerabilidade social, possuindo nove unidades na área de Juiz de Fora. A organização realiza, de acordo com cada território e suas necessidades, palestras, campanhas e eventos que contribuam contra problemas como violência no bairro, trabalho infantil, falta de transporte, baixa qualidade na oferta de serviços e ausência de espaços de lazer. A Casa da Menina Artesã é voltada para adolescentes e jovens com idades entre 12 e 24 anos. O projeto “Entre Linhas” está colaborando com um grupo de dez mulheres da região sul e procura abordar o funcionamento das dinâmicas de grupo, assim como a perspectiva de geração de renda. Ele terá duração de oito encontros semanais, às terças-feiras, na própria sede do Cras

Sul, sendo gratuito para as assistidas. De acordo com a Prefeitura, essa ação tem como objetivo principal “a inclusão social por meio de oficinas de trabalho de produção artesanal, com geração de renda”. O programa está aberto para inscrições, podendo ser feito no Cras mais próximo de sua residência. O Grupo Conviver participou do “Cine Sesc” com o filme “E se Vivêssemos Todos Juntos?”, que mostra o cotidiano de cinco idosos, que decidem morar juntos e enfrentar as dificuldades da convivência diária. A parceria entre Cras e Sesc também oferece outras atividades, como palestras para diferentes públicos, cursos de pintura em cerâmica e oficinas para mulheres. Os contatos para o Cras Sul Ipiranga e Cras Leste Linhares são: 3690-8538 e 3690-3657.


Quarta-feira, 16 de Agosto

UFJF

UFJF amplia práticas de sustentabilidade

Fotos: Angélica Cosenza

Encontro promovido pela Faced deu exemplos que extrapolam os três Rs

Lembrancinhas sustentáveis, como canecas de barro e ecobags feitas por cooperativas, foram distribuídas no IX Epea

Bárbara Braga O IX Encontro de Pesquisa em Educação Ambiental (Epea) realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) se encerra na tarde de hoje, na Faculdade de Educação. Cerca de 420 pesquisadores e professores de Educação Ambiental da América Latina participaram do evento, que teve início no domingo (13). A organizadora e professora do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental, Angélica Cosenza, conta que, ao planejarem o encontro, os organizadores decidiram dar o exemplo e mostrar que ser sustentável não se resume aos três “Rs” (reciclar, reutilizar e reaproveitar). Existem múltiplas práticas sustentáveis que podem ser adotadas no dia-a-dia. “As relações interpessoais também precisam ser sustentáveis. A inclusão social é uma das atitudes sustentáveis mais raras de se ver, e, ao mesmo tempo, uma das mais fáceis. Ao invés de comprar um produto industrializado, podemos comprar um que seja orgânico ou artesanal, e contribuir com os produtores médios e pequenos”, enfatiza Angélica Cosenza. No encontro, foi feita uma

parceria com a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UFJF (Intecoop), visando a promover as atividades desenvolvidas pelos incubados. A costureira Robélia de Carvalho Rêgo integra a Cooperativa de Pessoas com Deficiência (Coopdef) e confeccionou, aproximadamente, 350 bolsas com cortinas e banners descartados pela instituição. “Trabalho há cinco anos com o reaproveitamento de materiais, e ao fazer as bolsas para o encontro, nosso trabalho é divulgado para toda a América Latina. Professores renomados vieram me parabenizar, me senti até importante,” brinca a costureira. Para estimular a sustentabilidade, além da distribuição das bolsas, a organização do evento entregou canecas de barro feitas por integrantes da Coopdef. O Movimento Sem Terra (MST) de Juiz de Fora apresentou seus produtos durante o encontro, como mel, biscoitos, artesanatos, ovos, cachaças, e, as palestras sobre questões ambientais na América Latina, contaram com intérpretes de Libras.

Colombara, enfatiza que a instituição tem estudado práticas sustentáveis que podem ser aplicadas no campus. De acordo com ela, o Plano de Logística Sustentável desenvolvido no mês de julho contou com 564 contribuições da comunidade acadêmica para que ideias e alternativas fossem reunidas e apresentadas ao Conselho Superior (Consu). “O plano atende a uma Instrução Normativa do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. Temos consciência de que podemos fazer mais, e, com o plano e a realização de eventos como o Epea, as ideias começam a tomar corpo e sair do papel.” Entre as práticas sustentáveis adotadas pela UFJF, a reciclagem de papel é a mais praticada. No plano foram apresentadas outras alternativas para expandir a coleta para cartuchos de impressoras, aparelhos eletrônicos danificados e copos descartáveis. Também há preocupação com a redução do consumo de água e energia. Já para melhorar a qualidade de vida na instituição, foram propostas aulas de ginástica e meditação. Outra Mais sustentabilidade no campus iniciativa é a realização de feiras A coordenadora de orgânicas no campus. Sustentabilidade da UFJF, Rosana

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. Política

Quarta-feira, 16 de Agosto

Informativo do Comitê da Cidadania será lançado nesta quinta-feira

Periódico tem como objetivo informar a população de Juiz de Fora sobre os acontecimentos políticos locais Imagem: Pixabay

ainda mais no cenário atual. Juiz- foranos ouvidos pelo Mergulho Diário defendem ue associações como o Comitê de Cidadania são importantes para mostrar o que acontece na cidade quando o assunto é a política. A estudante Lívia Lacerda, 20 anos, diz que não sabe muito que acontece com os trabalhos envolvendo políticas públicas na cidade e que trabalhos como esse devem ser cada vez mais divulgados. “Às vezes, ficamos presos a assuntos sem muita relevância e acabamos deixando de lado os mais importantes, ou, em outros O Comitê de Cidadania busca inserir a sociedade civil na política pública casos, queremos algum tipo de mepopulação juiz-forana. Tatiane Carvalho lhoria, mas não sabemos a quem Segundo a integrante da coor- recorrer, ou se já está em andamenO trigésimo quinto informa- denação do Comitê, Maria Apare- to algum projeto/ política ocorrentivo do Comitê de Cidadania, da cida de Oliveira, o público que mais do para melhoria da cidade.” Ela Comissão de Justiça e Paz da Ar- tem sido alcançado com os últimos ainda acrescenta: “ Com um jornal quidiocese de Juiz de Fora será informativos são alunos e profes- informativo sobre esses assuntos, lançado nesta quinta-feira (17) . O sores de escolas de ensino médio, teríamos mais conhecimento solançamento oficial vai acontecer às além de movimenbre o que é oferecido 15h no Salão da OAB. tos sociais. Para ela, “ Teríamos mais à população, o que, Criado em 2001, o Comitê o principal objetivo muitas vezes, passa busca fiscalizar o processo eleito- do periódico é “di- conhecimentosobre no anonimato.” ral, combatendo a corrupção. A vulgar a atuação do Qualquer peso que é oferecido à primeira edição do informativo é Legislativo e mobisoa pode participar datada daquele mesmo ano. Desde lizar a participação população, o que das reuniões perióo início, o objetivo da publicação é popular”. Os jornais muitas vezes passa dicas realizadas pelo mostrar à sociedade civil uma for- são distribuídos “nas Comitê de Cidadano anonimato.” nia, desde que não ma de participação. Junto houve o escolas através de trabalho de uma equipe de educa- professores voluntáseja integrante de ção que desenvolveu um trabalho rios que acreditam em nosso traba- nenhum partido político ou exerde cidadania em escolas da região. lho e participantes do Comitê que cendo qualquer atividade política Nesta edição, o informativo pertencem a outros movimentos.” partidária. vai abordar questões como gas- A tiragem busca atingir a populaAs reuniões acontecem toda tos com a verba indenizatória, leis ção local através de panfletagens. segunda quarta-feira do mês, às inócuas, enquete sobre atuação dos Para o cientista político Paulo 19h, na sala de reuniões do anexo movimentos sociais, necessidade Roberto Leal, trabalhos como esse da Catedral Metropolitana de Juiz de concurso público para prover são fundamentais para o aumento de Fora. O salão da OAB, onde cargos que são comissionados, en- do controle de tranparência polí- acontece o lançamento, fica na Rua tre outras que são de interesse da tica que é importante para o país, Marechal Deodoro, 552, 4º andar.

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Quarta-feira, 16 de Agosto

Política

Câmara vai discutir diretrizes para o exercício orçamentário e financeiro do município Foto: Divulgação PJF

Audiência pública deve reunir conselhos e sindicatos municipais

Audiências públicas são uma forma de o cidadão juiz forano participar dos debates e discusões que acontecem no Legislativo Municipal da cidade.

Ezequiel Florenzano Os valores para o orçamento 2018 da Prefeitura de Juiz de Fora serão revelados em audiência pública, que será realizada às 15h desta quarta-feira (16), na Câmara Municipal de Juiz de Fora. Além disso, a reunião servirá para debate do Plano Plurianual. A reunião foi solicitada pela Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira do Legislativo. Durante o encontro, vão ser mostrados os percentuais a serem gastos com setores como educação, saúde e funcionalismo público. Somente para comparativo é importante lembrar que, neste ano de 2017, foram destinaods 48,48% do orçamento do município com pagamento de pessoal, 30,02% com educação e 27,57% com saúde de um total de R$ 1,9 bilhão previsto no orçamento. Em contato com o Mergulho Diário, a vereadora Ana Rosi-

ghinoli (PMDB) explicou que os gastos orcamentários e os percentuais que serão gastos serão apresentado pelo Legislativo no local. A sessão contará com a presença de sindicatos, como o dosProfessores (Sinpro) e dos Servidores Públicos Municipais de Juiz de Fora (Sinserpu-JF), além de secretários e Conselhos Municipais, como o Conselho Municipal de Saúde. O debate será a respeito dos projetos de leis propostos pelo prefeito Bruno Siqueira (PMDB), por meio da mensagem de nº4296, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária para o exercício financeiro do ano de 2018, fundamentado no artigo 58 da Lei Orgânica do Município e pela mensagem de nº4294, que discorre sobre o Plano Plurianual para o período de 2018 a 2021. Segundo a proposta do prefeito, além de o projeto estabelecer as regras necessárias para a

elaboração, aprovação e execução da lei orçamentária de 2018, ele contribuirá para o desenvolvimento sustentável da economia de Juiz de Fora, pois tem como função consolidar as bases fiscais, por meio do planejamento e controle de receitas e despesas. Já o Plano Plurianual é composto de metas, ações físicas e projetos que limitarão as despesas e os créditos adicionais da Lei Orçamentária, durante os anos de 2018 a 2021, podendo ser alterado por intermédio de nova lei ou decreto. O diretor financeiro do Sinserpu, Antônio Carlos de Santana, considera este espaço de debate importantíssimo para as garantias dos direitos dos trabalhadores: “Sempre vamos nestas audiências, pois ali temos a prerrogativa de tentar garantir os reajustes para os servidores públicos, além de saber os investimentos do governo nas empresas públicas do município (como a Empav) e o planejamento do governo municipal para os próximos concursos públicos.” A presidente da Associação dos Moradores do Bairro Benfica, Aline Junqueira, falou que as audiências públicas são um evento que beneficia a população, devido à possibilidade de participação ativa em projetos. Ela pondera que nele os moradores têm o direito de argumentação e apresentação de ideia: ‘‘Sempre que a associação é convidada, conseguimos apresentar demandas que são apreciadas pelos vereadores’’

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Quarta-feira, 16 de Agosto

Economia

Primeira escola de cervejas artesanais de Juiz de Fora revitaliza ponto turístico

Setor gera oportunidades de emprego e pode movimentar economia na cidade Foto: Divulgação - Escola Mirante

Bárbara Delgado Em apenas um mês de funcionamento, a Cervejaria Escola Mirante voltou a dar vida a um dos principais pontos turísticos de Juiz de Fora, o Mirante da BR-040, que estava abandonado há sete anos. O negócio tem levado dezenas de consumidores de cerveja artesanal para o espaço, e os donos já preveem um incremento do investimento, com realização até mesmo de visitas guiadas à cervejaria montada no local. A cervejaria surgiu com a ideia de três amigos que já trabalhavam com o polo cervejeiro e queriam unir a oportunidade de quem é leigo no assunto àqueles que desejam entrar no ramo. Atualmente o local é o primeiro a proporcionar atividades e capacitação para quem busca esse tipo de serviço. Fabrício Costa, sócio-proprietário, comenta: “Nós buscamos conciliar três negócios em um só ambiente: a escola, a produção e a venda do produto. Queremos trazer para a realidade

Atualmente a Escola produz sete estilos de cervejas, da mais clara à mais escura

do paneleiro que produz em casa a oportunidade de experimentar e mostrar as descobertas nas cervejas artesanais.” Os cursos vão desde as aulas teóricas, análise sensorial à sommelier que se especializam em pontos de qualificação da produção. Todas as vagas foram preenchidas, e a ideia é abrir mais turmas. Durante o período de funcionamento, a Escola Mirante já chegou ao limite dos seis tanques de fabricação, cada um com 1000 litros, e, no próximo mês, mais dois tanques vão fazer parte das instalações. “São sete estilos de cervejas produzidas, e, aliado a essa variedade, o bar e restaurante oferece um cardápio de comidas que harmonizam com a cerveja artesanal”, acrescenta Fabrício.

Foto: Divulgação - Escola Mirante

Um bom negócio

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Alguns bares e restaurantes começaram a investir nessa aposta para o cliente, como o Bar São Bartolomeu. O presidente da União Cervejeira da Zona da Mata (UniCerva ZM) e sócio gestor do Bar, Alexandre Vicente Vaz, comentou sobre o aumento do consumo em Juiz de Fora e afirmou que “é uma demanda de produtos de qualidade que tem agradado ao púO espaço também aposta na gatronomia blico com as inovações e novidades”.

Ainda não existem muitos eventos na cidade que valorizam a história cultural da cerveja, e esse comércio crescente pode começar a explorar a produção de uma forma diferente. “A União enxerga com muita gratidão essa possibilidade de investimentos. A Cervejaria Escola Mirante é uma grande oportunidade para agregar outros espaços da cadeia produtiva e valorizar a nossa referência nacional”, ressalta Alexandre.

Ponto de vista econômico

A venda local de cervejas artesanais é crescente nos últimos meses. Para o economista e professor Fernando Agra, o setor tende a movimentar a economia de forma direta. “Juiz de Fora tem crescido no polo de cerveja artesanal e é importante para tornar uma atração turística e cultural. Eu vejo com bons olhos esse mercado”, diz. A inserção dos novos produtores vai gerar mais oportunidades de emprego e serviços. “As pessoas empregadas compram em outros setores, então tem um efeito multiplicador, o Governo arrecada mais, e isso é bom para os cofres públicos. A cidade aos poucos vai se destacando no setor econômico, social e cultural”, menciona o economista.


Quarta-feira, 16 de Agosto

Economia

Semana Rainbow e Miss Gay devem alavancar vendas no comércio e movimento em hotéis Para estimular lojistas, Sindicomércio realiza campanha de decoração de vitrines com a temática “Alegria” em referência aos eventos deste período As realizações da Semana Rainbow e do Miss Brasil Gay são uma oportunidade de incrementar o comércio e o turismo de Juiz de Fora. É nisso que apostam os empresários e lojistas da cidade. Os eventos, cuja programação foi iniciada na última segunda-feira, seguem até domingo. Entre os pontos altos estão o Rainbow Fest, que acontece na Praça Antônio Carlos entre os dias 18 e 20, e o Miss Brasil Gay, concurso que chega à 37ª edição e que volta a acontecer na cidade depois de quatro anos de ausência. Para o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio), Emerson Beloti, a festa pode ser uma oportunidade para o setor varejista que “não entendia muito bem que poderia ganhar com esses eventos.” Ele aponta que, em geral, os setores gastronômico e hoteleiro são os que mais se beneficiam com as realizações. De fato, segundo a assessoria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Sedettur), a expectativa é de que 100% dos leitos nos hotéis sejam ocupados. Somente para o Miss Gay, é esperado um público de três mil pagantes (lotação máxima do Terrazzo, local de realização do evento). A Rainbow Fest, pelos números dos organizadores, já chegou a mobilizar cem mil pessoas na época em que havia a Parada do Orgulho LGBT. Este ano, a estimativa é de que pelo menos 20 mil participem. Deste público, 60% devem ser de pessoas de outras cidades. Ainda de acordo com a Sedettur, este é um evento que

Foto: Tiago Capuzzo

Juliana Dias

Comerciantes locais aderem ao concurso “Um arco-íris de vitrine”

projeta Juiz de Fora no cenário nacional e que tem uma importância social de afirmação da cidade como um local de respeito à diversidade. Além disso, os resultados econômicos deverão ser pulverizados em toda uma rede de serviços prestados aos turistas.

Concurso de vitrines

Visando ao turista LGBTTI, que, em geral, gasta mais que o tradicional, e para estimular o envolvimento do comércio, o sindicato lançou, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o concurso “Um arco-íris de vitrine”. “Tivemos inscrições aquém do que gostaríamos, mas também sabendo que, nesse primeiro ano, é normal que haja uma certa resistência porque o lojista não sabe se vai realmente lucrar com o movimento na cidade”, aponta o presidente do Sindicomér-

cio. As vitrines montadas sob o tema “Alegria” serão exibidas até 19 de agosto e examinadas pela Comissão de Avaliação do concurso. Segundo Beloti, a CDL e o Sindicomércio ainda estudam qual prêmio será dado aos lojistas vencedores Tiago Capuzzo é vendedor em uma das lojas participantes e também foi modelo da campanha do concurso com sua Drag Titiago. Há quase dez anos no ramo do comércio, ele afirma que um aumento do movimento é esperado já para quinta-feira. “Vem muita gente de fora para essa semana, então, para as lojas, isso é muito favorável. Existe um acréscimo de vendas de 30 a 40%.” Capuzzo também ressalta que enfeitar as vitrines ajuda a atrair clientes e a demonstrar uma maior receptividade da cidade para com o público que vem para aproveitar a Rainbow Fest e o Miss Gay.

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Quarta-feira, 16 de Agosto

Cultura

Com fim do Palace, Festival Primeiro Plano ainda busca espaço para realizar evento Inscrições da mostra competitiva terminam nesta semana

Ariadne Bedim

Foto: Isadora Gonçalves

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Terminam nesta sexta-feira, as inscrições para a 16ª edição do Primeiro Plano - Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades. Neste ano, o desafio para os organizadores será maior, já que não poderão contar com o Cine Palace, espaço que era disponibilizado para exibição dos curtas concorrentes. A princípio, o evento está marcado para o período de 23 a 28 de outubro, dependendo, porém, da definição do espaço. O evento ocupou o cinema de rua mais antigo da cidade por cerca de dez edições e, apesar de ter sido um espaço tradicional que abraçou o festival, algumas edições antigas foram realizadas no Santa Cruz Shopping e no Alameda. Mesmo com o impasse, a programação cultural desta edição conta com uma grande variedade de atividades, como oficinas de direção de fotografia, de atores e de arte, além de um laboratório de roteiros envolvendo alunos e professores do Chile e Argentina e, por fim, uma oficina voltada para jovens de uma escola da cidade. “A seleção dos curtas é feita por uma comissão que avalia não apenas a qualidade técnica e de linguagem, mas também a proposta do filme como um todo, incluindo sua inserção critica e artística no contexto da produção cinematográfica contemporânea”, explica. E, dessa forma, Nilson acredita que o Primeiro Plano se insere na cultura de Juiz de Fora como espaço não apenas de exibição, mas também de aprendizado, através das oficinas e

Depois de sediar cerca de 10 edições do festival, Palace é fechado em Junho

debates. O projeto teve sua primeira edição em 2002 com a organização do Luzes da Cidade, uma entidade sem fins lucrativos. Na edição de 2016, o evento recebeu mais de 200 inscrições, exibiu cerca de 60 longas e curtas-metragens, além de promover uma vasta programação cultural.

Incentivo Primeiro Plano Na última edição, o curta juizforano “A menina que colecionava estrelas”, de Ana Cláudia Ferreira, levou o prêmio Incentivo Primeiro Plano, destinado à melhor direção universitária. Com isso, a premiação inclui a realização de um curta que deve ser apresentado no inicio do festival deste ano. Em primeira mão e com a felicidade de quem ama compartilhar, Ana apresenta

o nome de seu novo curtametragem: “Ainda é cedo”. Nesse novo projeto, como no anterior, a cineasta trabalha com temáticas que abrangem questões sociais femininas. “Nós, mulheres, estamos atentas e fortes ao nosso cotidiano, às opressões e a situações que só a gente sabe como é. A gente acaba se identificando com algumas coisas. É isso que eu procuro passar”, destaca.

Inscrições A inscrição é gratuita e o formulário pode ser encontrado no site primeiroplano.art.br. O curta deve ser o primeiro realizado pelos cineastas iniciantes de toda a América do Sul, com duração máxima de 20 minutos.


Quarta-feira, 16 de Agosto

Cultura

Prédio da Funalfa é iluminado para a Semana Imóvel ganhou as cores do arco-íris, que é um simbolo do orgulho LGBT Pedro Augusto Figueiredo

Foto: Adriana Costa / Prefeitura Juiz de |Fora

Desde a última segunda-feira, a noite juiz-forana está mais colorida: a Prefeitura de Juiz de Fora instalou nova iluminação, com as cores do arco-íris, símbolo do orgulho LGBT, no prédio da Funalfa, localizado ao lado do Parque Halfeld. Foram utilizadas 13 lâmpadas de multivapor metálico de 400 watts que alternam entre as diversas cores utilizadas. A ação foi motivada pela Semana Rainbow, que acontece na cidade até o próximo domingo, 20. O objetivo do evento é promover a diversidade e combater a homofobia. Para isso, a programação (ver quadro ao lado) conta com festivais de cinema, palestras, debates e shows. Marcos Trajano, organizador

da Rainbow Fest e sócio-fundador do Movimento Gay de Minas, destaca a importância da ação realizada pela Prefeitura: “A ação é um apoio institucional. Quando a Prefeitura colore o prédio da Funalfa , nós entendemos com mensagem que ela reconhece, apoia e acha justa a luta do movimeto gay e da Semana Rainbow”, afirma. Segundo Trajano, além do viés político e ideológico do evento, há também os benefícios econômicos e turísticos “Nós estamos esperando mais de seis mil turistas durante toda a semana. A cidade só tem a ganhar”, declara o organizador. Além da Prefeitura, o evento conta com o apoio Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio) e da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL).

Destaques da programação gratuita da Semana Rainbow: Dia 17/08 | Quinta-feira 16h no CCBM - Arte queer e universo LGBTI. Dia 18/08 | Sexta-feira 16h no Anfiteatro do ICH/UFJF: Relações entre preconceito e o adoecimento da população LGBTI 16h no Anfiteatro João Carriço (prédio da Funalfa) – Festival de cinema LGBT+ | Filme “Vil Romance” Praça Antônio Carlos: 12h – Mercado alternativo 19h30 – Projeto Realce – Festival Dublagem – Comando Drag Femmenino 22h – DJ Coldhans Queiroz Dia 19/09 | Sábado Calçadão da Rua Halfeld: 10h – DJs Coldhans Queiroz, Daniel Ribeiro, Junior Queiroz, Tyler Alvim, Sandro Oliver, Lucas Sidrach, Jean Martins 13h – Performance Paloma Salume 13h45 – Eleição da top drag do Calçadão Dia 20/09 | Domingo

Iluminação especial será mantida no predio histórico até o próximo domingo

10h – Cãominhada e feira de adoção de animais 18h30 – Tuka’s Band 20h – Fábio Vargas e Banda 22h – Encerramento Rainbown Fest

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Esporte

Quarta-feira, 16 de Agosto

‘Um esporte

Fotos: Associação Juizfonana de Skate

Juiz de Fora foi uma das primeiras cidades mineiras a possuir uma pista de skate. Prati cidade, sobre preconceitos e sob

Desde 2010, A Associação Juizforana de Skate promove o “Skate Ata” no dia mundial do Skate, 21 de junho. Na ocasião, os skatistas da cidade saem pelas ruas do Centro para praticar o esporte e ganhar visibilidade

Christinny Garibaldi Ano 2000, e a primeira pista de skate em Juiz de Fora é construída no Bairro Vitorino Braga, na Zona Leste da cidade. Feita de concreto, a rampa foi a realização de um sonho de skatistas juiz-foranos que antes tinham apenas as ruas para praticar o esporte. É o que afirma o técnico administrativo Brunner Venâncio. Skatista desde a adolescência, Brunner comenta a importância de Juiz de Fora no skatismo do estado: “A pista no Vitorino foi um marco no skatismo mineiro. Até então, Belo Horizonte não possuía nenhuma pista de skate, e a galera do Rio de Janeiro e de Minas se concentrava em Juiz de Fora para praticar o esporte.” Para estimular o desenvol-

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vimento do skatismo na cidade, a Associação Juizforana de Skate (AJS) foi criada em 1999 e, desde então, alcançou muitas conquistas. Brunner é um dos fundadores da entidade e conta que a AJS possui um estatuto e representatividade no Conselho Municiapal de Despostos de Juiz de Fora. De acordo com o skatista, além da ação de lutar pelas construções de novos espaços para o esporte, a AJS também atua em projetos socioeducativos, como “JF nos trilhos da paz” e no estímulo à prática de skatismo em comunidades carentes. Entre as conquistas da Associação, Brunner destaca a pista de skate da UFJF, a primeira construída em uma universidade federal no Brasil. O skatista e estudante Rafael Venâncio, 17 anos, comenta que o local na universidade é um dos

mais seguros na cidade. Apesar dos avanços, muitos desafios ainda são enfrentados pelo esporte. É o que afirma o skatista Vinícius Perassi, 21. Ainda faltam mais espaços para o skate e mais pistas na cidade, como no bairro de Vinícius, Santa Terezinha. Outro obstáculo é o apoio do Poder Público ao esporte. Brunner conta que muitas pistas foram construídas pela Secretaria de Obras de Juiz de Fora com estruturas inadequadas Para ele, um contato melhor entre prefeitura e skatistas evitaria problemas como este. O governo municipal “tem que ter um olhar mais cauteloso e prestar mais atenção no que os skatistas dizem”. O preconceito também é uma questão enfrentanda pelos skatistas. Porém, a tendência tem sido de melhora. Para Vinícius, os maus


Quarta-feira, 16 de Agosto

de respeito’

Esporte

icantes do esporte comentam sobre as dificuldades que enfrentam ao andar de skate na bre o a visão da mulher skatista. olhares da sociedade são frutos do estereótipo de que o skatista é aquela pessoa que usa drogas, envolve-se com crime e é vândalo. Ele ainda destaca o aspecto histórico do esporte, que surgiu como manifestação urbana e sempre foi associado à rebeldia. Rafael ainda lembra da discriminação com outros esportes de rua, como o ciclismo. Andar de bicicleta era uma atividade que “antes sofria muito preconceito, mas a sociedade foi aprimorando sua visão pelo esporte. O skate está seguindo a mesma tendência” e conquistando respeito. Em 2016, ano das Olímpiadas no Brasil, o Comitê Olímpico Internacional (COI) instituiu que o skatismo será um dos esportes das Olimpíadas de Tóquio em 2020. O street skate foi uma das modalidades aprovadas para os jogos internacionais e, para a treinamento, é necessário a pista de skate plaza. Para a AJS, a conquista dessa pista em Juiz de Fora é o desafio atual. Brunner comenta que é a modalidade mais praticada na cidade e que mais gera conflito urbano. Na Rua Marechal Deodoro, na entrada do prédio do PAM-Marechal, “tem uma borda de mármore que os skatistas usam para escorregar”. Uma pista plaza na cidade seria o espaço para a prática do street skate e poderia evitar o conflito de espaço

tipo de prancha mais alongada que possui as rodas maiores. Ela explica que, em nível técnico, o long dá mais estabilidade ao andar, mas não tem a mesma leveza e facilidade de manobra do skate. No dia a dia sobre as quatro rodas, Vanessa comenta que recebe muitos olhares por ser uma mulher com dreads no cabelo e que anda de long. “A sociedade acha estranho porque skate é coisa de menino”. Mas ela afirma: “Nós, mulheres, tentamos quebrar os estereótipos ao continuar praticando o esporte, mesmo com a discriminação, para mostrar que skate também é coisa de mulher.

Foto Christinny Garibaldi

Skate nas Olimpíadas

pectativa era ganhar uma boneca de presente, mas, quando viu o skate no chão, não teve dúvidas do que queria. Os meninos da rua onde morava já andavam de skate, e este começou a ser seu sonho de infância. Hoje, estudante de Design e Engenharia e com 20 anos de idade, ela afirma: “Foi o melhor brinquedo que eu ganhei na minha vida.” Além de estudante, Vanessa trabalha como vendedora na loja Polimontes, localizada no shopping Indepêndencia. No caminho entre a casa, no Bairro São Pedro, e o trabalho, no Cascatinha, ela utiliza o longbord, que comprou este ano. O “long” é um

A mulher no skate

Aos 8 anos de idade, Vanessa Pessoa estava numa loja de brinquedos com seu padrinho. Sua ex-

Além do caminho para o trabalho, Vanessa também aproveita o espaço da UFJF para andar de longboard

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Quarta-feira, 16 de Agosto

Esporte

Procura por ingressos mostra apoio de torcedores juiz-foranos ao JF Imperadores Vitória contra o Palmeiras Locomotives no próximo domingo garante vaga antecipada nos playoffs da Liga Nacional de Futebol Americano

Dos mil ingressos colocados inicialmente a venda para a partida do JF Imperadores contra o Palmeiras Locomotives, 850 já haviam sido vendidos até a noite desta terça-feira (15). A partida será no próximo domingo, 20, às 10h30, no estádio da Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF. Caso os bilhetes se esgotem, a diretoria do clube confirmou que uma nova remessa será disponibilizada aos torcedores. “O apoio que estamos conseguindo com a torcida é incrível. Não sabemos mensurar a felicidade que temos do povo juiz-forano nos apoiando e nos encorajando”, declara o diretor comercial da equipe, Germano Roberto. Em caso de vitória no domingo, a equipe estará classificada de forma antecipada para os playoffs da Liga Nacional. “Estamos bastante confiantes, porém sabemos que o Locomotives não vai ser um time fácil, será tão duro quantos os jogos anteriores”, afirma Germano. O JF Imperadores tem duas vitórias e é o segundo colocado no Grupo D da Conferência Sudeste, atrás justamente do adversário de domingo, que também tem duas vitórias, mas lidera devido aos critérios de desempate. O presidente do JF Imperadores, Laércio Azalim, destaca que a vitória no jogo de domingo pode significar muito mais que a classificação antecipada: “Se conseguirmos ficar entre as duas

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Foto: Facebook / JF Imperadores

Pedro Augusto Figueiredo

Elenco com cerca de cem jogadores é formado em sua maioria por juiz-foranos

melhores campanhas do Sudeste, vamos folgar na primeira rodada das eliminatórias (playoffs) e ter um período maior de descanso e preparação”, diz. Os ingressos custam R$ 10 e estão sendo vendidos em três pontos da cidade: no bar Corvus Nordic Beer, Rua São Mateus, 47, São Mateus); na academia Performance (Rua Mariano Procópio, 1510, Mariano Procópio; e na Associação Cultural Brasil Estados Unidos (Rua Braz Bernardino, 73, Centro). A compra também pode ser realizada pela internet no site www.sympla.com.br A Liga Nacional é a 2ª divisão do futebol americano no Brasil. A competição conta com outras três conferências, além da Sudeste: Centro-Oeste, Sul e Nordeste. Cada uma delas é divida em grupos com cinco times cada. A equipe de cada conferência que for mais longe nos playoffs garante o acesso para a Superliga Nacional.

Parceria com a Prefeitura

O JF Imperadores e a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Juiz de Fora anunciaram, na última segunda (14), uma parceria de comunicação com o objetivo de ajudar na divulgação do projeto dos Imperadores. “A gente entende que é um projeto que, além de ser um exemplo positivo para nossa juventude, está trazendo visibilidade para a cidade. É um esporte que muita gente não conhece, mas que tem um público muito fiel”, declara o secretário de Comunicação, Michael Guedes. “Essa parceria traz um benefício muito grande para o JF Imperadores porque a gente quer que o juiz-forano crie uma identidade com a equipe. O torcedor tem que saber que tem um time de futebol americano aqui em Juiz de Fora e que ele é o JF Imperadores”, constata o presidente da equipe, Láercio Azalim.


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