Mergulho Diário #00

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Mergulho

Diário

Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF | Juiz de Fora, Agosto de 2016 | Ano 2016 | Nª 00

Som Aberto: a democratização da cultura no Campus A terceira edição do Som Aberto repete a fórmula de sucesso das edições anteriores: a variedade de estilos e produções artísticas. A programação aposta em cultura africana, música independente, gastronomia e estandes com mais de 60 expositores de produtos artesanais. >>>P. 8 e 9 Economia

Metade dos aposen- Esporte tados se mantêm no mercado de trabalho brasileiro. Juiz de Fora segue a mesma tendência. >>>P. 5

Parceria entre JF Vôlei e Sada Cruzeiro garante a participação do time da cidade no Campeonato Mineiro e na Superliga >>>P. 9


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Opinião

Editorial Por Matheus Gouvêa

Criado para a disciplina Técnica de Jornalismo em Produção Impresso, nossa produção passou, no semestre passado, a se chamar “Mergulho Diário”. A proposta é fazer uma imersão nas práticas do jornalismo impresso, com uma demanda diária que pretende trazer uma cobertura completa do que acontece na cidade de Juiz de Fora e região. A escolha das editorias leva em conta temas vitais para a informação, como política e economia, e é acrescida de assuntos que auxiliam na qualidade de vida e informam sobre os potenciais da cidade, por exemplo, na categoria sobre comportamento e a da cultura. Além disso, teremos a ses-

são do esporte, em um momento bastante especial pra Juiz de Fora, que conta com o Tupi disputando a Série B do Campeonato Brasileiro e o Tupynambás fazendo boa campanha na Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. O momento também faz com que outra editoria do jornal tenha uma grande atenção para cumprir com o serviço de informar, a política. Esse ano também reserva a realização dos pleitos municipais, que vão definir prefeitos e vereadores. Esta será a primeira eleição que terá de seguir as novas e mais restritivas regras para o financiamento de campanha, o que cabe especial atenção. Nesta edição você confere uma apresentação

dos sete candidatos à prefeitura e as centenas de postulantes ao legislativo para Juiz de Fora. Assunto importante nas eleições é a segurança, que é um dos destaques na editoria geral, e que teve sua relevância ainda mais aparente depois do relatório da Polícia Militar que divulgou que Juiz de Fora já teve 101 mortes violentas até agosto. A maioria das vítimas era composta por jovens, que vêm sendo sistematicamente afetados pela onda de crimes na cidade. O compromisso do “Mergulho Diário” é o de cumprir com a função social do bom jornalismo, trazendo sempre um esforço de apuração na procura das fontes mais adequadas.

Expediente Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora produzido pelos alunos de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso. Reitor: Prof. Dr. Marcus Vinicius David

Projeto gráfico: Caio Gonzaga

Vice-Reitora: Profª. Drª. Girlene Alves da Silva

Diagramação: Caio Gonzaga

Diretor da Faculdade de Comunicação: Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira

Reportagem: Amanda Cadinelli, Amanda Cordeiro Padilha, Cynthya Marangon, Davi Carlos Acácio, Franco Ribeiro, Gabriella Weiss, Larissa Alves, Laura Conceição. Laura Sanábio, Ludmilla Azevedo, Luiza Dias, Maria Fernanda Pernisa, Matheus Gouvêa, Matheus Soares.

Vice-Diretora da Faculdade de Comunicação: Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenadora do Curso de Comunicação Social diurno: Profª. Dra. Cláudia de Albuquerque Thomé Professores orientadores: Prof. Dr. Marco Antônio de Carvalho Bonetti

Editor de texto: Maria Fernanda Pernisa Pinto Endereço: Campus Universitário de Martelos, s/n - Bairro Martelos 36036-900 - Telefones: (32) 2102-3601/2102-3602

Profa. Mestre Marise Baesso Tristão

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Política

Alunos da UFJF lançarão blog para verificar as eleições municipais Blog Xeque Político tem objetivo de avaliar o discurso dos candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora. Por Davi Carlos

Da esq. para a dir. : Bruno Siqueira, Lafayette e Margarida Salomão candidatos à prefeitura e o prof. Paulo Roberto.

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o dia 16 de agosto, foi dada a largada para as campanhas das eleições municipais. A cidade de Juiz de Fora conta com sete candidatos à prefeitura. São eles: o atual prefeito da cidade, Bruno Siqueira – PMDB, Lafayette – PSD, Margarida Salomão – PT, Maria Angela – PSOL, Noraldino – PSC, Victoria Mello – PSTU e Wilson Rezato – PSB. No legislativo municipal, são 414 candidatos concorrendo à 19 cadeiras, O período eleitoral permite que os candidatos façam campanhas interessantes afim de conquistar votos. E também proporciona oportunidade para quem está interessado em trabalhar e estudar o período político, como os estudantes Pedro Capetti e Matheus de Andrade, alunos do

curso de jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora. Eles lançarão, nesta quarta-feira(24), o blog Xeque Político, onde farão checagens nos discursos feitos pelos candidatos à prefeitura da cidade. A pretensão é analisar as falas presentes em debates, entrevistas e redes sociais. Serão feitas 7 etiquetas de avaliação, seguindo uma metodologia própria, com níveis de autenticidade distintos: verdadeiro; verdadeiro, mas; ainda é cedo para dizer; exagerado; falso; fique de olho e como assim, candidato? Segundo Pedro Capetti, a ideia surgiu de uma conversa com a jornalista Marina Amaral, da Agência Publica. Como o modelo fact-checking(checando os fatos) está crescendo no mundo, resolveram

inovar e implementar o modelo na cidade. Inspirados nos trabalhos feitos pelos projetos brasileiros, como a Agencia Lupa, Agencia Pública e Aos Fatos, acreditam que com Xeque Político estarão contribuindo com o debate público, com a democracia e com o bom jornalismo da Zona da Mata. Pedro ainda destaca a importância do projeto como um contribuinte para a democracia local, já que, às vezes, os candidatos utilizam dados inexistentes e imprecisos, e os eleitores não possuem informação se aquilo de fato é verdade. O primeiro turno das eleições municipais será dia 2 de outubro e já é possível conferir a checagem a partir de hoje através do link: xequepolitico.wordpress.com.

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Política

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Mulheres ainda enfrentam barreiras na participação politica Dos 414 candidatos a vereador em JF, apenas 125 são do sexo feminino Por Laura Conceição

Patrícia Brandão, 66 anos. Abriu o prórprio negócio oito anos depois de aposentar. (Foto: Divulgação)

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pesar de 54% do eleitorado juiz-forano ser formado por mulheres, a cidade nunca elegeu um chefe do Executivo do sexo feminino e, hoje, dos 19 vereadores, apenas uma é mulher. Com a chegada de mais uma eleição municipal, existe a expectativa de que este quadro sofra alteração com uma melhor representatividade das causas feministas. A ascensão feminina na política local tem sido pauta em encontros dos movimentos feministas da cidades. “A gente consegue escolher mulheres para cumprir a cota obrigatória, porém em poucos casos pautas de nossos interesses são levadas adiante. As candidatas encontram dificuldades dentro dos próprios partidos durante a candidatura”, afirma Cris Ribeiro,

uma das lideres do grupo feminista Maria Maria. A ativista tem razão quando fala sobre a cota na política, já que dos 414 candidatos da vereador em Juiz de Fora, apenas 125 são mulheres, o que representa 30,3%. Já no que diz respeito ao cargo de chefe do Executivo, pela primeira vez, a cidade tem três concorrentes mulheres. Até então, este número não ultrapassava a duas. Entre os sete que buscam o cargo, estão Margarida Salomão (PT),Victória Mello (PSTU) e Maria Angela (PSOL). O cientista político Marco Aurélio Zuchi explica que a cidade tem um histórico de prefeituras conduzidas por homens, mas que é notável a ascensão feminina em

busca dos cargos de representatividade. “Juiz de Fora vem trazendo mulheres fortes para política. A busca por esse espaço é importante e fortalece a campanha eleitoral como um todo”, afirma. Laiz Perrut é candidata a vereadora pelo Partido dos Trabalhadores. O principal enfoque da campanha dela é trazer força e visibilidade aos movimentos feministas e pautas sobre mulheres. “Juiz de Fora é uma cidade que, até então, não tem políticas públicas para as mulheres. Como candidata mulher e jovem, enfrento preconceitos geracionais e machismo. Muita gente ainda não enxerga a capacidade política das mulheres”, esclarece.

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Economia

Metade dos aposentados se mantém no mercado de trabalho Tendência observado no país é seguida em JF. Entre os motivos estão custo de vida elevado e envelhecimento da população Por Laura Sanábio

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inte e cinco por cento dos trabalhadores que entraram no mercado de trabalho brasileiro no último trimestre do ano passado tinham acima de 60 anos de idade. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.O estudo também mostra que 49% dos aposentados continuam em atividade. De acordo com o economista Guilherme Ventura, em Juiz de Fora o quadro é o mesmo que o nacional. Diante disso, encontrar pessoas nessas condições tem sido cada vez mais comum. Sebastião Reis, de 72 anos, coordena a oficina terapêutica de artes da Saúde Mental da Prefeitura de Juiz de Fora desde 1993. Além disso, é artista plástico e fotógrafo. Aposentado há sete anos, Sebastião continua no cargo, pois, além de complementar a renda, ainda se sente disposto a continuar produzindo. Sua esposa, Maria Luiza, está se aposentando e também não pensa em parar. “Estou com 56 anos e ainda com fôlego. Acho que seria muito bom o desafio de trabalhar em uma frente diferente da minha atual”. Trabalhando há trinta anos como enfermeira de Saúde Mental, Maria Luiza pensa em dar aulas e até em montar o próprio negócio. Ainda sem definição, mas já pensando

Patrícia Brandão, 66 anos. Abriu o prórprio negócio oito anos depois de aposentar. (Foto: Laura Sanábio) no futuro, está fazendo curso no Sebrae sobre empreendedorismo. Novas oportunidades Apesar do aumento do número de aposentados no mercado de trabalho, a taxa de desemprego também é alta. Guilherme explica que “o mercado, de forma geral, está mais frio. Isso engloba os aposentados também, assim como jovens e adultos”. Com a devida preparação, mesmo em tempos de crise, é possível, sim, uma reinserção mercadológica. É o caso das amigas Nivalda Hudson, 65 anos, e Patrícia Brandão, 66 . Há dois anos, as aposentadas decidiram abrir um negócio na área de organização de ambiente. “ Nunca havia pensado em ter um negócio. Eu já estava aposentada há oito anos, sem horário, por conta de casa. Fui acostumada

a trabalhar fora. Eu estava procurando mais contato com pessoas, mais trabalho e queria, também, aumentar minha renda”, conta Patrícia. A ex-professora de piano, que ficou 32 anos no cargo, e a sócia já percebem as mudanças no setor. Acostumadas a viajar para diversas cidades em busca de novos cursos, as duas perceberam que a diversidade na faixa etária de quem procura um novo negócio é cada vez maior. “Todo lugar deveria mesclar o novo, o que está formando, cheio de ideias novas, e a pessoa mais velha, que já tem mais experiência. É uma troca muito boa”, comenta Patrícia. O economista relembra que o segredo é o mesmo, independentemente da idade: empreendedorismo, atualização e estudo.

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Economia

Pesquisa da Fiemg mostra retração de indústrias da Zona da Mata Setor têxtil e de celulose e papel tiveram a maior queda no faturamento. Situação reflete no comércio local Por Matheus Soares

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evantamento realizado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que o faturamento das empresas da Zona da Mata caiu 16,1% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2015. O emprego sofreu queda de 4,3%. A pesquisa levou em conta os números das indústrias têxteis, de alimentos e de celulose e papel. O setor têxtil apresentou queda de 9,4% no faturamento e de 9,7% no emprego. De acordo com o estudo, o cenário econômico do país é o principal motivo da variação. As indústrias de celulose e papel tiveram retração de 11% no faturamento em virtude da diminuição da demanda no mercado nacional por embalagens. Os números da indústria afetam diretamente o comércio. “Notamos este ano que houve, sim, uma queda na demanda devido à crise, mas a promessa é de melhoras”, afirma Mônica Bara, dona de uma loja de tecidos no centro de Juiz de Fora. “A indústria está nos repassando os aumentos, mas nós

não podemos repassá-los. Está acontecendo o inverso, temos que abaixar os preços para podermos vender ”, diz o microempreendedor Pedro Augusto Carelli, dono de gráfica. “Assim, estamos comprando mais caro e vendendo mais barato. Temos que fazer isso para tentar nos manter no mercado”, continua. No caso de Mônica, a cotação do dólar também influencia no valor dos tecidos. “Muitos dos meus produtos são importados, e, com o dólar em alta no início do ano, houve aumento nos preços. Com a queda do dólar, as coisas estão melhorando um pouco. A tendência é que os preços reduzam também”. A crise contribui demasiadamente na queda do emprego. Para evitar as demissões, Pedro Augusto busca formas de diminuir os gastos. “Um dos caminhos para segurar os custos é a demissão, mas não cheguei a demitir ninguém. Admiti, inclusive, porém está muito difícil manter. Estou tentando mudar de local e pagar um aluguel mais barato para poder reduzir custos”, encerrou. Setor têxtil cai 9,4% no faturamento. Foto: Matheus Soares

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Educação

DCE prepara discussões sobre combate ao racismo e homofobia

Diretório, recém-eleito, também quer ouvir DAs e CAs sobre questões como transporte, apoio estudantil e qualidade do ensino Por Amanda Cordeiro Padilha

Arthur Avelar pretende promover debates sobre a política local antes das eleições (Foto: Arquivo Pessoal)

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Semana de Combate às Opressões e a recepção aos calouros são os dois primeiros eventos programados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFJF para este semestre. Com estas realizações, a chapa recém-eleita Marco Zero tem planos de levar a conscientização política para o ambiente acadêmico No caso da calourada, a recepção será nesta quarta-feira (24), às 19h, no Anfiteatro de Estudos Sociais, na Faculdade de Direto. Já a Semana de Combate às Opressões está prevista para ser realizada entre os dias 30 de agosto e 2 de setembro. A ideia é discutir machismo, LGBTTI fobia (a sigla representa a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Traves-

tis, Transexuais e Intersexuais) e racismo dentro da universidade. Com o objetivo de conscientizar sobre os temas tratados, rodas de discussão, oficinas e exposição de fotografia, poesia, pintura e desenho serão promovidas. A programação, que vai acontecer na Ágora da Reitoria, pode ser conferida na página do Facebook da chapa do DCE. Além disso, o presidente do DCE, Arthur Avelar, informou que questionários serão enviados para os Diretórios Acadêmicos (DAs) e Centros Acadêmicos (CAs) e para os discentes com objetivo de ter um retorno dos alunos sobre questões como transporte, apoio estudantil, qualidade de ensino, estrutura, para um contato mais

propositivo e representativo com a Reitoria. Eleições municipais “Com as eleições municipais chegando, o DCE como formador de opinião e fomentador de discussão pretende também promover debates com os candidatos à prefeitura das cidades de Juiz de Fora e Governador Valadares”, diz Avelar. Segundo ele, palestras e outros eventos também acontecerão mensalmente para o retorno de uma identidade politizada dos estudantes. “Como nós ficamos muito tempo sem DCE e sem essa representatividade, o debate político dentro da universidade é necessário para retomar e reforçar a consciência política dos estudantes.”

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Cultura

Terceira edição do Som Aberto será realizada nesse sábado

O evento é marcado pela pluralidade de produções culturais. Para a terceira edição realizada no ano, a expectativa é receber mais de dez mil visitantes. Por Cynthya Marangon

Maracatu Estrela na Mata: ritmo e cultura africana na UFJF. Foto: Divulgação

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romover a democratização da cultura e do lazer para toda a comunidade: esse é o objetivo do Som Aberto. O projeto realizado pela Pró-reitoria de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora chega à sua terceira edição nesse sábado, 27. Serão oito horas de programação na Praça Cívica do campus. A partir das 14h de sábado, a população juiz-forana poderá conferir uma pluralidade de estilos e manifestações artísticas independentes da cidade. Entre as principais novidades da programação dessa edição, está o show do Maracatu Estrela na Mata e o Street Hypnosis. A primeira

produção levará ao público o melhor do ritmo africano, com uma apresentação rica em batuques, danças e cores. Já o coletivo Street Hypnosis conduzirá os participantes a conhecerem, de forma criativa, o poder da mente, por meio de ações de hipnose de rua. Os hipólogos Leonardo Cintra e Aron Giffoni esclarecerão eventuais mitos sobre consciência e estado de transe, além de mostrar a função terapêutica da hipnose. Ao longo do dia, o público poderá conferir também shows de diversas bandas autorais da comunidade acadêmica, apresentações de dança, poesia e estandes com

produtos artesanais de mais de 60 expositores. Além da programação cultural, o evento contará com a feira de adoção de cães e uma praça de alimentação composta de food trucks. Os shows que compõem a programação expressam o talento da comunidade acadêmica. Walmor Calado é pós-graduando em História pela UFJF e membro do grupo de danças urbanas Remiwl Street Crew. O coletivo apresentará o espetáculo “As Dores e as Delícias da Convivência”. Para o estudante, o Som Aberto é “uma oportunidade única de levar a cultura hip hop para o campus e também de

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Agosto | 2016 estreitar os laços dos alunos com a própria universidade”. Por meio do Som Aberto, a UFJF oferece suporte à arte regional e possibilita a circulação do capital intelectual. Segundo a pró-reitora de Cultura da universidade, Valéria Faria, o evento consagra a instituição enquanto espaço de democra-

9 tização da cultura: “Nosso objetivo é não só dar visibilidade à cultura que é promovida no âmbito acadêmico, mas também à comunidade como um todo. Tem sido muito interessante essa troca, essa integração maior de expressões distintas que existem tanto no âmbito acadêmico, assim como na comu-

Cultura nidade como um todo”, ressalta. O Som Aberto é o maior evento de lazer e cultura promovido pela universidade. As edições de junho e julho reuniram cerca de dez mil participantes em cada. A expectativa de público do próximo sábado é que cerca de onze mil pessoas circulem pelo campus até as 22h.

Abertas as inscrições para a mostra de filmes da Facom Por Amanda Cadinelli

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fertar filmes como forma de ensinar sobre cinema e aumentar a criticidade dos alunos sobre os meios audiovisuais é a proposta do Cineclube Lumière e Cia, uma disciplina optativa ofertada pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora. O Cineclube Lumière e Cia existe desde 2013, quando a professora Érika Savernini entrou na UFJF trazendo esta proposta para o curso de Comunicação. Ele é um projeto de extensão que acontece todos os períodos e tem boa adesão dos alunos da Facom e do IAD (Instituto de Artes e Design). Érika nos conta sobre a importância do Cineclube na formação do profissional: “Como boa parte da nossa experiência de mundo é visual e particularmente audiovisual, espaços que estimulem o pensamento crítico e que ajudem a formar um público capaz de “ler ” o texto e entender o discurso audiovisual são fundamentais

para a cidadania. Para quem está em formação como comunicador, é o instrumental básico para o exercício ético e consciente da profissão”. A mostra do Cineclube Lumière e Cia pode ser frequentada pelos discentes da UFJF pela disciplina CEA042 - A - SEMINÁRIO DE CINEMA III e rende dois créditos por período. Serão disponibilizadas 12 sessões, todas as quintas-feiras, de 14h30 às 17h30, a partir do dia 15 de setembro. Para quem tem interesse e não se matriculou pelo Sistema de Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA), basta procurar o coordenador do seu curso e se inscrever. Quem não é aluno da UFJF pode assistir as mostras de graça, basta comparecer ao Anfiteatro da Faculdade de Comunicação nos horários das sessões. Esse semestre a mostra abordará os gêneros narrativos do Cinema Moderno.

Como surgiram os cineclubes

são espaços de formação de público. Eles surgiram à medida que o cinema se tornou um meio influente de comunicação. “Realizadores, críticos e cinéfilos foram percebendo a necessidade de espaços que não fossem apenas de exibição, mas de discussão também, e que não visassem ao lucro. Até a formação do mercado home, com os VHS, depois DVDs, os cineclubes destacavam-se por dar acesso a obras difíceis, alternativas, pouco comerciais.”, relembra Érika. Atualmente, o acesso não é o problema, pois quase tudo está disponibilizado em diversas plataformas. O problema se encontra na medida em que as pessoas procuram mais do mesmo e não tem base para correlacionar filmes, diretores e temáticas. “Esperamos estar contribuindo para a formação desse público crítico geral com o Cineclube Lumière e cia.”, finaliza a professora.

Historicamente, os cineclubes

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Esportes

JF Vôlei estreia nesta sexta-feira com dez reforços para a temporada Parceria com Sada Cruzeiro garante participação no Campeonato Mineiro e na Superliga Por Larissa Alves

Novo elenco conta com 10 jogadores do time belorizontino mais 8 jogadores da casa. (Foto: Assessoria JF Vôlei)

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JF Vôlei terá dez novos jogadores para a temporada 2016 do Campeonato Mineiro e da Superliga A. O anúncio foi feito esta semana pelo gestor do time, Maurício Bara, em cerimônia aberta realizada na Faculdade de Educação Física e Desporto da UFJF (Faefid). Todos os reforços vêm da equipe de base do Sada/Cruzeiro, de Belo Horizonte, com quem a equipe local fez parceria, oficializada no mês passado. A estreia do grupo será nesta sexta-feira, na quadra da UFJF, contra o atual hexa campeão, a equipe A do Sada Cruzeiro. A parceria prevista para durar até maio do ano que vem trouxe também o treinador Henrique Furtado, campeão em 2015 à frente da equipe B do Sada Cruzeiro, que já deu início aos treinos do novo time. O treinador explica que exis-

te muito trabalho a ser feito já que muitos disputam a superliga A pela primeira vez: “O principal desafio de assumir uma equipe com atletas de níveis diferenciados é fazer com que todos evoluam e se desenvolvam jogando bem e com uma grande força coletiva”. Ele ainda ressalta a importância da experiência para os novos jogadores, que terão a oportunidade de encontrar em quadra grandes atletas, além de se desenvolverem tecnicamente durante a atuação com o JF Vôlei. Segundo Maurício Bara, a oportunidade surgiu há um ano e meio, durante jogo contra o Sada Cruzeiro na Copa Brasil, em Contagem. Maurício conta que o acordo chegou em boa hora, já que, sem os novos jogadores, o grupo não poderia competir por conta da falta de recursos e atletas e comple-

ta: “Nós estamos dando a oportunidade para que esses jogadores vindos do Sada, que competiriam em apenas dez jogos na temporada, participem de cerca de 30 com times de alta performance. Isso acrescenta muito na formação deles e, em contrapartida, o JF recebe jogadores muito promissores, que, com certeza, tornarão o JF novamente um revelador de talentos”. O treinador conta que o time está motivado em busca de uma boa temporada e caminha para seu primeiro jogo no campeonato mineiro, que acontece nesta sexta-feira (18) às 19h30 na quadra da UFJF. Os ingressos podem ser adquiridos através do site Ingresso Mg ou nos pontos de venda localizados na Rua Braz Bernardino, número 129 ou no Independência Shopping. O valor dos ingressos é de R$ 30 e R$ 15 a meia-entrada.

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Esportes

Tupi volta atrás e libera camisas de outros clubes no jogo contra o Vasco Permissão dos uniformes de quaisquer times contraria expectativas da torcida mais tradicional. Por Franco Ribeiro

mes. Precisamos de torcedores de verdade, que estejam lá por amor ao Galo Carijó!”, reforçou a jovem alvinegra.

Estádio colorido deixa torcedores mais tradicionais insatisfeitos (Foto: Assessoria Tupi)

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norma que veta a presença de pessoas com camisas de clubes que não fossem os protagonistas da partida Tupi x Vasco, está cancelada. A página oficial do alvinegro no Facebook removeu a imagem publicada na última terça-feira (23) que explicava a medida. Além disso, o vice-presidente do Galo Carijó, José Roberto Maranhas disse não haver mais qualquer tipo de proibição em entrevista ao programa “No Giro da Bola” da Rádio CBN. Contudo, a diretoria do Tupi aconselha os torcedores a evitarem uniformes de times rivais. A nova decisão desagradou a maioria da torcida, que enxergava a possibilidade de um maior protagonismo do Tupi nas arquibancadas: “Não faz

sentido as pessoas irem ao jogo com camisas de Botafogo, Flamengo etc. Isso coloca o Tupi em segundo plano e pode causar confusão entre torcedores. Podia ser uma medida definitiva, pois a marca do Tupi seria mais valorizada.”, explicou Lucas Almeida, de 19 anos e que acompanha o clube juiz-forano desde os nove.”. Opinião semelhante, tem Laura Brandão, que aos 20 anos já faz parte da Torcida Organizada Tribo Carijó: “Alguém já viu em algum jogo do Rio de Janeiro torcedor indo para o estádio com camisa que não seja dos times que estão jogando? Não apenas no Rio, mas em qualquer jogo grande isso não acontece. As pessoas tem que ir ao estádio pelo Tupi e não para torcer contra outros ti-

Venda antecipada A venda de ingressos para Tupi x Vasco iniciada no último sábado continua. Até o fim do dia de hoje, os bilhetes custam R$40 a inteira e R$20 a meia entrada, para estudantes, maiores de 60 e menores de 12 anos de idade. A partir de amanhã, os preços sobem para R$50 e R$25, respectivamente. A compra pode ser efetuada na sede social do Tupi (Rua José Calil Ahouagi, 332 – Centro), no Calçadão da Rua Halfeld e em seis unidades do supermercado Bahamas: São Vicente, Getúlio Vargas, Manoel Honório, Teixeiras, Jóquei Clube e São Pedro.

(Foto: Página Oficial Tupi Football Club)

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Comportamento 12

A prática do futebol americano ganha espaço em Juiz de Fora Cidade conta com dois times que vem chamando atenção do público Por Luiza Dias

JF Red Fox procura alternativas para treinos quando não consegue campo oficial. (Foto: JF Red Fox/Divulgação)

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futebol americano teve início no século XIX nos Estados Unidos e se tornou o esporte mais popular do país. No Brasil, a sua prática só começou no início dos anos 2000, mas em Juiz de Fora, o primeiro time só veio anos depois. Em 2008, um grupo de amigos que se interessava pelo esporte resolveu se reunir para praticá-lo. Incialmente, era apenas uma brincadeira, mas logo surgiu o JF Red Fox, o primeiro time de futebol americano da cidade. O esporte vem se popularizando em Juiz de Fora e, atualmente, a Zona da Mata conta com seis times. Matheus Locke se juntou ao JF Red Fox em 2009, e hoje é o presidente do

time: “Já existem times espalhados pelo Brasil inteiro, inclusive grandes times de futebol, como Vasco e Flamengo. Outra coisa que também melhorou nos últimos anos foi a diversificação nos canais de televisão de esporte, que está ajudando bastante na divulgação”. Hoje, o JF Red Fox não é o único time na cidade, o JF Mamutes foi fundado em janeiro de 2015 por Laércio Azalim Júnior. O interesse dele pelo futebol americano surgiu através da representação do esporte em filmes, e hoje ele acompanha todos os jogos do time americano, Philadelphia Eagles, para o qual torce. Laércio explica que “praticar o futebol americano é um desa-

fio. Estamos tentando desde o início trazer para Juiz de Fora a forte cultura do esporte que existe lá fora, mas não é algo muito simples. Por exemplo, já colocamos narradores em todos os jogos, líderes de torcida, tudo para fortalecer a cultura do esporte aqui”. Com o crescimento do futebol americano no Brasil, o principal objetivo dos times de Juiz de Fora é a sua prática de forma mais profissional. Para isso, os times realizam rifas e sorteios e seus jogadores pagam uma mensalidade para ajudar na compra do equipamento necessário. São esses detalhes que irão possibilitar a participação das equipes juiz-foranas em campeonatos maiores.

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