MERGULHO
Empresas de pequeno porte empregam metade da população economicamente ativa no país
DIÁRIO
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Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF - Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017 - Edição 5
Foto: Divulgação PJF
Câmara Municipal recebe reunião entre movimentos sociais e representantes da Settra
O encontro foi marcado após manifestantes ocuparem a Câmara, contra o aumento da tarifa dos ônibus urbanos. p. 6
UFJF
Cultura
Assembleia aprova indicativo e TAE’s da UFJF podem entrar em greve na próxima segunda
Trabalhos multidisciplinares de alunos e professores de escolas municipais vão ser expostos até dia 5 de novembro
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Foto: Divulgação SINTUFEJUF
Cidade
Juiz de Fora possui lei que proibe corte de água por falta de pagamento da conta aos finais de semana e feriados p. 7
Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Editorial
EXPEDIENTE
O caminho até a linha tênue As questões de gênero sempre estiveram atreladas às relações sociais e aos papéis desempenhados numa sociedade. Mãe, mulher, dona-de-casa. Estes eram os limitados cargos que o sexo feminino, intitulado antigamente como sexo frágil e fraco, poderia ocupar até o século XIX. A luta pela obtenção de voz, direitos e espaço deu-se em todos os ramos, o que significa que na política não foi diferente. A batalha pelas conquistas e pela igualdade de gênero foi e continua sendo constante, já as mudanças foram lentas e gradativas. Porém, é preciso destacar que muitos direitos, que antigamente eram meros desejos utópicos das mulheres, já foram alcançados. No dia 24 de fevereiro de 1932, depois de muitas reivindicações, mas ainda com algumas restrições, mulheres brasileiras conquistaram o direito ao voto e o de exercer cargos nos Poderes Executivo e Legislativo. Apenas em 1934 as limitações foram abolidas e todas do sexo feminino ganharam espaço na política do Brasil. A mulher brasileira votou pela primeira vez em 3 de maio de 1933, conquistando assim o sonho de uma luta que durou mais de 100 anos. Segundo dados da pesquisa Estatísticas de Eleitorado, realizada em junho de 2016 e publicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres representam 53% do total de eleitores do Brasil. Nas eleições municipais de 2016, pela primeira vez na história, o eleitorado feminino foi maior que o masculino em todos os 26 estados do país. Se nas urnas a maioria é feminina, no Parlamento a situação é bem diferente. Dentre 138 países, o Brasil ocupa a 115º posição no ranking mundial de mulheres no Parlamento, com a média de 9,9% de mulheres, de acordo com um relatório do Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI). A discriminação de
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gênero não faz sentido num mundo e numa época em que, obviamente, homens e mulheres são igualmente capazes. Muito já se conquistou, mas ainda existem desafios a serem enfrentados. Um deles é a elevação da representatividade feminina nos espaços de poder. A maior participação da mulher na política é fundamental para o fortalecimento da democracia. Se pararmos para pensar em toda luta pelos direitos femininos e no cenário em que vivemos, onde muitas mulheres ainda são marcadas por preconceito, exclusão e violência, conseguimos enxergar melhor a necessidade de mais cadeiras ocupadas por elas no Parlamento. Tudo o que se busca é igualdade. Seja no trabalho, em casa ou na política. O debate em torno da representatividade da mulher na política é para que as diferenças existentes entre homem e mulher, possam se completar e fortalecer ainda mais a nossa democracia. As mulheres precisam olhar para esses dados com orgulho e com sede de conquista. Está claro que há muito a enfrentar, mas ao olhar para trás é possível enxergar que valeu a pena cada luta, cada batalha. É preciso continuar mostrando para quê elas vieram ao mundo e o motivo da luta ser constante. Por isso é muito importante que os direitos sejam exercidos e que elas sejam ativas no âmbito que quiserem, inclusive na política. Não apenas para cumprir com o papel de cidadãs responsáveis pelo futuro do país, mas também para se orgulhar e fazer valer toda luta e resistência aos preconceitos de gênero que elas enfrentam diariamente. As mulheres podem mudar a página de uma história, da mesma forma que podem mudar todo o cenário em que estão inseridas. Falta-lhes espaço. Necessita-se disposição para luta.
Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da UFJF, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor Profº Dr. Marcus David Vice-Reitora Profª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Prof. Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenador do Curso de Jornalismo Integral Profª Ms. Eduardo Leão Chefe do Departamento deMétodos Aplicados e TécnicasLaboratoriais Profª. Drª. Maria Cristina B. de Faria Professoras Orientadoras Profª. Drª. Janaina de Oliveira Nunes Profª. Drª. Marise Baesso Repórteres Bernardo Medeiros, Camilla Marangon, Felipe Frederico, Júlia Garcia, Karina Gomes, Lisandra Queiroga, Luisa Furlan, Tasso Guimarães, Victor Faria, Viviane Dalathezi Edição e Diagramação Giulia Prata Matheus Moreira Contato mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612
Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Artigo
Vai ter diversidade sim! Foto: Reprodução TVUFJF
Por Matheus Moreira Durante essa semana, um vídeo publicado pela Universidade Federal de Juiz de Fora gerou polêmica. O vídeo “Na Hora do Lanche I Dia das Crianças” gravado no Colégio de Aplicação João XXIII e apresentado pela drag queen Femmenino, foi alvo de um pedido de providência por parte do conselheiro tutelar Abraão Fernandes junto ao Ministério Público Federal. A denúncia é motivada por um trecho do vídeo em que Femmenino ao conversar com as crianças sobre brinquedos diz “Vocês vão ficar aí pensando sobre essas coisas de menino e de menina. Isso não existe” ao passo em que uma criança manifesta apoio ao apresentador dizendo “Isso é preconceito”. Segundo o conselheiro (que é alvo de uma investigação de injúria racial e tem áudios atribuídos a ele onde reproduz o discurso de Jair Bolsonaro a respeito de estuprar uma colega de trabalho) a postura é um desrespeito à legislação municipal e nacional que determina as normas de proteção aos direitos de crianças e adolescentes, se enquadrando no ensino de Ideologia de Gênero. O que choca nessa situação são os comentários e manifestações de ódio direcionados tanto à UFJF quanto à drag Femmenino, que revelam o grande problema aqui tratado: a LGBTfobia.
As crianças se divertindo com a drag Femmenino no colégio
Pois bem. Meninos e meninas existem. Sejam eles heterossexuais, gays, lésbicas, bissexuais ou transexuais. Gênero também existe e merece ser debatido! Claramente, essa foi uma denúncia infundada, não ocorreu nenhuma “doutrinação” na situação apresentada. A única coisa que o trabalho da UFJF com a drag Femmenino fere é o preconceito, o ego de quem não compreende a diversidade e não respeita a individualidade de outrem. Discutir gênero e diversidade é combater LGBTfobias e machismo. Um esforço incansável para dar voz e visibilidade a uma população que é oprimida e assassinada diariamente. Uma tarefa que não é fácil em um tempo onde uma onda de forte conservadorismo tem varrido o país, que é um dos que mais mata LGBT+ no mundo. Segundo o Grupo Gay da Bahia, em 2016 foram registradas 347 mortes motivadas por preconceito contra essa população, sendo que 42% dessas mortes são de travestis e transexuais. LGBT+ existem! Oprimir essas pessoas é sentenciá-las a morte. Se manter “neutro” frente a essas situações de puro preconceito é
corroborar com crimes de ódio e assassinatos. Em meio ao estado caótico e a destilação de discursos de ódio à respeito do tema, um sopro de sensatez reforça o espírito de luta que deve ser assumido frente a esse tipo de crime. Por meio de notas, diversas organizações como a OAB/JF, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Cidadania e Participação Social de Minas Gerais e o Sintufejuf manifestaram apoio a UFJF, ao Colégio de Aplicação João XXIII e a Nino de Barros, o criador da personagem Femmenino. Gestos como esse mostram que mesmo em meio à adversidade, a população LGBT+ ganha espaço. A atual novela do horário nobre da maior emissora do país tem uma personagem travesti e um personagem trans, além de possuir transexuais no elenco. A cantora de maior sucesso no Brasil hoje, é uma drag queen. A maior Parada do Orgulho LGBT do mundo também acontece no Brasil levando mais de 2 milhões de pessoas as ruas. O que resta a dizer é: Toma “Família Brasileira”, e viva a diversidade!
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Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Política
Mulheres ainda são minoria no cenário político brasileiro Em palestra, hoje, na UFJF, tema será debatido para se pensar a ampliação da representatividade feminina nesse meio Por Viviane Dalathezi
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inteligentes e que se sobressaem pelo seu valor, até hoje elas ainda “estão na sombra”. Sobre o que fazer para mudar este panorama, Helena destaca que a luta pertence às próprias mulheres. Não é suficiente por exemplo, que se estabeleçam cotas nos partidos, embora ela analise essa medida como importante: “Eu acho que seria interessante um movimento que saísse da própria sociedade, um movimento no sentido de alterar isso. Não é uma coisa que se altera burocraticamente. Isso só é possível a partir de um trabalho de conscientização”. Para ela, essa mobilização não aconteceu ainda, pois, o sentimento de que a política não tem solução é predominante em toda a sociedade. “Tem que se haver um processo de reabilitação da política aos olhos da população (...) e um trabalho específico em relação as mulheres que estão sub representadas e incluídas em uma realidade maior: um momento de profunda descrença em relação à política”, avalia a cientista política.
Mesa Redonda coloca tema em debate Hoje, às 17h, no Anfiteatro 2 do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da UFJF, vai ser realizada a mesa redonda: “Mulheres e Participação Política”. A mesa será composta pela professora e cientista política Marta Mendes
Foto: Helena Motta Sales
A representatividade feminina na sociedade vem ganhando espaço de discussão no decorrer dos últimos anos. São diversas as esferas que ainda necessitam da luta pela inclusão, entre elas, o cenário político. Numa pesquisa divulgada em março deste ano pela ONU, em parceria com a União Interparlamentar (UIP), o Brasil ocupa a 167ª posição no ranking mundial que analisa a representação feminina no Executivo de 174 países. No Congresso, o país ocupa a 154ª posição com 55 mulheres entre as 513 cadeiras existentes na Câmara (10,7%), e 12 das 81 no Senado (14,8%). Em Juiz de Fora a realidade não é diferente. Entre os 19 vereadores em atividade na Câmara Municipal, encontramos apenas duas representantes femininas: as vereadoras delegada Sheila de Oliveira e Ana do Padre Frederico. Sheila compõe a mesa diretora da casa como 1ª secretária. Além do cenário atual, o passado político da cidade também colabora com a não representatividade feminina: Juiz de Fora nunca teve uma prefeita mulher em toda a história. Para a cientista política, Helena da Motta Sales, “Juiz de Fora reproduz a nível micro aquilo que é a realidade do país como um todo. De fato, as mulheres aqui são muito mal representadas”. Ela ainda ressalta que apesar de termos, em várias esferas de atividades, mulheres com capacidade de liderança,
Para especialista, inserção das mulheres na política deve acontecer por meio de mobilização popular
da Rocha, a vereadora de Belo Horizonte (MG), Áurea Carolina (PSOL) e pela vereadora do Rio de Janeiro (RJ), Marielle Franco (PSOL). O evento é gratuito e aberto a toda comunidade. A diretora do Centro de Pesquisas Sociais (CPS), que organiza o evento, Célia Arribas ressaltou que a partir de discussões acerca do cenário político atual, o evento vem para trabalhar o tema de participação, envolvimento e possibilidade de ampliação da representatividade através da vivência das palestrantes. Pensar em como fazer políticas públicas para mulheres, com mulheres envolvidas.
Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Economia
Pequenas Empresas empregam metade da população brasileira economicamente ativa Dados divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (18), mostram que pequenos negócios ganharam destaque no mercado de trabalho, entre os anos 2012 e 2016 Arte: Victor Faria
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Pequenas Empresas
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Gráfico mostra variação de pessoas empregadas em pequenas empresas entre 2014 e 2016
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Gráfico mostra variação de pessoas empregadas em grandes empresas entre 2014 e 2016
Por Victor Faria Uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que empresas com até cinco pessoas são responsáveis por empregar metade da população ocupada do país. Os dados vêm crescendo desde quando a crise financeira foi instaurada no Brasil. Em 2014, os empreendimentos de pequeno porte representavam 46,6% da população ativa no mercado de trabalho; o número aumentou para 48,1% em 2015. O percentual chegou a 50,1% no ano passado. A base deste levantamento é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) feita em 2016. O estudo também indica que as grandes empresas (com mais de 50 pessoas) empregavam 30,3% da população ocupada, até 2014, chegando a 29% em 2015. O percentual
caiu para 26% no ano passado. Segundo o IBGE, os empreendimentos de grande porte tiveram maior queda nas Regiões Norte e Sudeste do país. Enquanto, na Região Norte, o número varia de 20,8% em 2012, para 14,7% em 2016. No mesmo período, o percentual foi de 36,2% para 31,8% na Região Sudeste. O Economista Fernando Agra destaca que a substituição da mão de obra humana pelas máquinas e tecnologias pode ter influenciado na configuração do mercado de trabalho no Brasil: “a gente pode perceber que as pequenas e médias empresas são mais intensivas em mão de obra. As grandes empresas são muito intensivas em capital, máquinas e equipamentos. Então, se você pega uma grande montadora, as máquinas praticamente fazem tudo com
mecatronica, com a robotização.” A agência de publicidade e marketing Formigueiros, localizada na zona sul de Juiz de Fora surgiu no final de 2013, em plena crise econômica. O diretor Bruno Fonseca lembra que enquanto prestava serviço de consultoria em marketing identificou que as empresas tinham carência nas atividades publicitárias e, então, resolveu criar a agência. O empreendimento conta com cinco funcionários, sendo que três são estagiários. Bruno destaca que é preciso saber lidar com os benefícios e malefícios de ser uma pequena empresa: “A principal vantagem é ter o controle de todos os processos, mas as desvantagens também existem. No nosso caso, não existem pessoas para ocupar todas as funções. Além disso, nós temos que estar cientes que o mercado desconfia quando você não representa uma grande empresa”. Fomenta Minas Juiz de Fora recebe pela segunda vez o Fomenta Minas. O evento que realiza negócios entre micro e pequenas empresas(MPEs) está sendo organizado pelo Sebrae Minas. A ideia é reunir cerca de mil pessoas entre os dias 24 e 26 de outubro. Palestras, oficinas, painéis e apresentação de cases com temas sobre gestão fazem parte da programação. As inscrições gratuitas devem ser feitas pela internet no site do Sympla (www.sympla.com.br).
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Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Cidade
Comissão de Auditoria Tarifárias se reúne para discutir o reajuste da passagem do transporte público
Foto: Reprodução Facebook
Encontro foi marcado após manifestantes contrário ao aumento ocuparem a Câmara
O grupo é formado por integrantes de movimentos sociais e representantes da Prefeitura
Por Karina Gomes Na manhã da última quartafeira (18), a Câmara Municipal de Juiz de Fora sediou a primeira reunião da Comissão de Auditoria Tarifária, criada a partir das reivindicações contra o aumento da tarifa do transporte público da cidade. No dia 30 de setembro, o prefeito Bruno Siqueira autorizou o reajuste de 12%, que elevou o preço da passagem de R$ 2,75 para R$ 3,10. E no último dia 10, a Câmara foi ocupada por estudantes e representantes sociais, protestando contra o reajuste. A manifestação, que durou 20 horas, resultou em um acordo com a Prefeitura, mediado pelo vereador Rodrigo Mattos. Foi estabelecido que os militantes teriam acesso à planilha do cálculo tarifário e agendariam uma reunião com a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra). O encontro, que foi marcado para
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ontem, reuniu responsáveis por diversas associações. Estavam presentes líderes da Frente Brasil Popular Juiz de Fora e da Frente Povo Sem Medo – Minas Gerais, além da Comissão de Urbanismo e Trânsito da Câmara Municipal (com os vereadores Betão Cupolillo, Dr. Adriano e Zé Márcio). Havia também representantes da Settra, do Núcleo de Assessoria Jurídica e a Professora Janayna Freire, da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da UFJF. O intuito da comissão de auditoria é que o preço da passagem de ônibus volte ao padrão anterior, além de fazer com que a prefeitura reveja todo o sistema de transporte. Isso porque, apesar de pesquisa elaborada pela Urban Systems, divulgada pela Revista Exame na última semana, apontar Juiz de Fora na 12ª colocação no ranking brasileiro de urbanismo, muitos usuários de transporte pú-
blico não estão satisfeitos com o que é oferecido. Segundo Wildemar Aquino, assessor de comunicação da Settra, o reajuste tem como base custos como combustíveis e remuneração dos trabalhadores do setor, que juntos representam mais de 70% do valor da planilha. “Cabe ressaltar que a nova licitação já permitiu diversas melhorias no sistema, como a implantação de micro-ônibus, internet gratuita, bilhete único, melhoria na acessibilidade, renovação da frota, redução da idade média dos carros de 8 para 4,6 anos”, justificou. A representante da Frente Brasil Popular, Laiz Perrut, defende que a tarifa não é condizente com o serviço prestado para os usuários de ônibus. “A gente tem um serviço público de transporte que não é eficiente, linhas que não atendem à população, casos como o da UFJF, que apresenta linhas superlotadas, o Wi-Fi não funciona, a gente não tem nenhum tipo de condicionamento do ar e os trabalhadores do transporte não têm o reajuste necessário ou boa condição de trabalho”, destacou. Com a reunião, a comissão de auditoria tarifária definiu seu cronograma e ouviu a justificativa dos representantes da prefeitura. Os próximos passos dos manifestantes ainda serão definidos. “Ampliar a discussão sobre o transporte público do município é um ganho enorme tanto para a Prefeitura de Juiz de Fora, quanto para a população”, garantiu o assessor de comunicação da Settra.
Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Cidade
Câmara municipal de Juiz de Fora tem Lei específica para corte do fornecimento por inadimplência Lei foi proposta pelo vereador Betão (PT) e está em vigência desde 2011
Foto: Câmara Municipal de Juiz de Fora
Projeto de Lei (PL) propõe proibição dos cortes de água aos finais de semana e feriados em caso de inadimplência
Por Luisa Furlan Na última terça-feira (17), o vereador Sargento Mello Casal (PTB) propôs Projeto de Lei (PL) para proibir a interrupção do abastecimento de água em caso de inadimplência. O Sargento pensou no PL após receber várias reclamações da população devido a cortes do fornecimento de água aos finais de semana. No entanto, o vereador do PTB foi informado que já existe na cidade uma legislação específica sobre isso, a Lei Nº12.422, proposta em 2011 pelo vereador Betão (PT). Diante da similaridade, a equipe jurídica do sargento está avaliando a lei, a fim de decidir se mantém o PL, faz uma proposta de emenda à lei
já existente ou se não é necessário. A lei proposta do vereador Betão (PT) e aprovada pela Câmara Municipal proibi a Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) de efetuar esse corte aos finais de semana (a partir de sexta-feira) e feriados (incluindo a véspera). A advogada, Vivian Spindola “reconhece que o corte do fornecimento de serviço de água e esgoto pode caracterizar uma prática abusiva e ilegal, haja vista ser a água de extrema necessidade da população e de consumo imprescindível.” , Ela ressaltou ainda que essas medidas não afetam o número de inadimplentes. Em relação a isso, a Cesama, por meio de sua assessoria, preferiu não se posicionar.
Água como direito básico Alguns serviços são considerados básicos e essenciais para garantir uma vida digna, um deles é o fornecimento de água, como foi afirmado na Declaração Universal dos Direitos da Água. No Brasil, ele é feito por empresas privadas e o consumidor deve pagar pelo serviço. No entanto, o direito à água, na constituição brasileira, está dentro das leis de Saneamento Básico (11445/07), que permitem o corte no fornecimento pela falta de pagamento. O que se discute, de acordo com a advogada Vivian Spindola é que “a referida lei encontra-se em dissonância com os ditames estabelecidos no Código de Defesa do Consumidor e, pior, na Carta Magna de 1988 (além de ferir princípios constitucionais basilares) ”.
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Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Cidade
Juiz de Fora tem bons índices em ranking de cidades inteligentes Cidade se destaca em relação à média nacional, mas há disparidade em alguns critérios
Nesta semana, a Prefeitura de Juiz de Fora divulgou que a cidade ocupa a 12º colocação no ranking brasileiro de urbanismo, sendo a quarta melhor colocada do estado. Desenvolvido pela empresa paulista Urban Systems, especializada em análise de dados, o ranking Connected Smart Cities, de uma forma geral, abrange além do Urbanismo, a pesquisa de mais 10 outros setores e seus 70 critérios. Sendo assim, no aspecto geral de todos os setores Juiz de Fora está na 24ª posição. Baseado nesse ranking, a cidade alcançou boas marcas em alguns quesitos e marcas inferiores em outros em comparação ao país. No setor de Urbanismo, em destaque, têm-se que, através dos critérios selecionados pela Urban Systems, Juiz de Fora recebeu, baseados nos dados do IBGE de 2015 a 2017, 9 pontos nos quesitos “Lei zoneamento ou uso e ocupação do solo” e “Lei operação urbana consorciada” e 8 pontos no “Plano Diretor Estratégico Municipal”. Um fato interessante é que, de acordo com dados retirados da Sinconfi, Tesouro Nacional de 2015, no quesito “Despesa Municipal com Urbanismo” o valor da cidade está abaixo da média nacional.
Foto: Luísa Furlan
Por Tasso Guimarães
Em urbanismo, a cidade ocupa a quarta colocação de Minas Gerais
quesito “Rampa para Cadeirantes” (número de domicílios que possuem rampa em seu entorno), por exemplo, a porcentagem está bem acima da média nacional. Em Meio Ambiente, temos números bem opostos em dois indicadores da última pesquisa. Na “Cobertura do serviço de coleta de resíduos” 100% de eficiência, já na “Recuperação de materiais recicláveis” zero por cento. Nos critérios “Iluminação Pública” e “Domicílios com existência de energia elétrica”, dentro de Energia, temos dois índices acima dos nacionais, sendo o primeiro com 99% e o segundo com 100%. Em Tecnologia e Inovação, de acordo com a última Relação Anual de Informações Sociais Outros setores e critérios (RAIS), 18,3% dos trabalhadores No setor Mobilidade e Acessibi- da cidade possuem ensino supelidade, no indicador “Ônibus por rior, número abaixo da média naHabitantes”, a cidade até o final do cional de 20,2%. ano passado tinha um número de No setor Governança, ao ana4,8 ônibus por mil habitantes. E no
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lisar, segundo os dados do FIMBRA (Finanças Públicas), os indicadores “Despesa Municipal com Segurança”, “Despesa Municipal com Saúde” e “Despesa Municipal com Educação” temos que apenas a despesa com educação fica abaixo da média nacional. Já no setor Educação, em “Nota do ENEM” a média é um pouco acima da brasileira, mas não se tem pontuação quanto a “Matrícula escolar na rede pública de forma online”, por exemplo. Em relação a Saúde, Juiz de Fora tem cerca de 9 leitos hospitalares existentes por mil habitantes e cerca de 4 leitos de internação de UTI ou semi intensiva, também por mil habitantes, mais que o dobro da média nacional. Os piores setores são Economia e Empreendedorismo que, segundo o levantamento, possuem mais valores abaixo da média nacional dentro de seus critérios.
Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Cidade
Moradores têm problemas para agendar consultas na UBS São Pedro Foto: Júlia Garcia
Usuários da unidade precisam chegar de madrugada para conseguir atendimento
UBS São Pedro fica na Rua José Lourenço Kelmer, próxima ao posto policial
Por Júlia Garcia A Unidade Básica de Saúde do bairro São Pedro oferece atendimento essencial à comunidade, porém existem falhas. Segundo a Portaria Nº 2.488 do Ministério da Saúde, uma UBS sem Saúde da Família, em grandes centros urbanos, deve atender no máximo 18 mil habitantes. No caso de uma unidade com Saúde da Família, esse número cai para 12 mil. De acordo com dados da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, são 22.320 pessoas referenciadas na UBS São Pedro. Além de problemas com a estrutura, os usuários da unidade reclamam, principalmente, do agendamento de consultas. A zeladora Tatiana Ferreira conta que marcar atendimento é o único problema que enfrenta: “A gente tem que madrugar para conseguir consulta. Tem gente que chega aqui meia noite. Uma vez eu cheguei 1h e já tinha gente na fila.” Ela explica, ainda, que precisou de uma consulta ginecológica que só foi agendada para dois meses depois.
A enfermeira e cuidadora Rosana Paiva afirma que, se pudesse reivindicar alguma mudança na UBS, gostaria que a forma de marcação de consultas mudasse, principalmente em relação ao atendimento pediátrico, que geralmente necessita de muitos retornos. Ela também diz que precisa ir à unidade de madrugada para conseguir agendamento. Já a dona de casa Tânia dos Reis reclama da estrutura do local, que é pequena: “Aqui é muito desconfortável. É um banheiro só, para homens, mulheres e crianças. A estrutura é péssima.” Ela conta que também esperou dois meses para uma consulta e gostaria que a UBS fosse ampliada, para melhor atender os usuários. Em nota, a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde afirmou que, nesse momento, não há projetos de ampliação para a UBS São Pedro, mas serviços de melhoria e manutenção são feitos constantemente, de acordo com os recursos disponíveis. Há, ainda, um projeto pronto para a construção de uma unidade no bairro Caiçaras,
próximo ao São Pedro, entretanto faltam recursos para a obra. O governo do estado deve repassar os recursos necessários. A Assessoria explicou que as consultas são marcadas, por ordem de chegada, todos os dias entre 7h e 11h e entre 13h e 15h. Quando um paciente não pode ser atendido no período da manhã, devido ao limite de vagas, ele é reagendado para o período da tarde. Os atendimentos nesse período priorizam pacientes hipertensos, diabéticos e de saúde mental, além da coleta de material para exame preventivo de colo de útero, o papanicolau. De acordo com a Assessoria, nos últimos meses, não tem havido demora no atendimento e as demandas estão sendo bem direcionadas. Apenas as consultas com especialidades médicas fora da unidade, que possui apenas Clínicos Gerais e Pediatras, têm tempo de espera maior, já que tais atendimentos são feitos no PAM Marechal, que também recebe pacientes de todas as outras Unidades Básicas de Saúde da cidade.
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Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
UFJF
Terminam hoje as inscrições para o II Congresso Internacional sobre Competências Midiáticas Por Camilla Marangon A UFJF vai sediar o II Congresso Internacional sobre Competências Midiáticas a partir desta segunda-feira (23). O evento vai ter duração de três dias e participação de representantes de mais de seis países da Europa e da América Latina. O prazo para inscrição de congressitas termina hoje (19) e para envio de trabalho completo (para os que tiveram resumos aprovados) vai até amanhã (20). Entre os palestrantes estão pesquisadores como José Ignacio Aguaded, professor na Universidade de Huelva, Silvia Bacher, diretora da instituição Las Outras Vozes, Agustin Garcia, que tem participado de grupos de pesquisa na Universidade Carlos III de Madrid, e diversos professores da Rede Alfamed (Rede Ibero-americana de Pesquisadores sobre mídia e educação). “Esse é o maior evento internacional que a Facom já sediou. É importante pra faculdade na comemoração dos seus 60 anos e dos 10 anos do Programa de Pós Graduação (PPGCOM) mostrar que a pesquisa está viva, ocorrendo de forma plural”, ressalta a coordenadora do evento e do PPGCOM, Gabriela Borges. Ela também explica que, atualmente, o acesso às tecnologias é grande, mas nem sempre as pessoas têm clareza, reflexão crítica e conhecimento do poder das mídias. Além disso, todos podem produzir conteúdo, portanto, debater e estudar a Literacia é muito importante para formar cidadão
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Foto: Arquivo pessoal
O evento vai ter a participação de representantes de mais de seis países
Gabriela Borges é coordenadora da Rede Alfamed no Brasil
ativos midiaticamente. Organizar um congresso desse porte é um desafio, envolve logística, incluindo trazer os pesquisadores, divulgação e avaliação dos resumos submetidos. “O congresso vem sendo pensado desde o ano passado e até o momento estamos muito satisfeitos”, comenta uma das organizadoras Daiana Sigiliano, que também é vice coordenadora do Observatório da Qualidade no Audiovisual. “O evento materializa as pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no Observatório e reforça a importância da competência midiática no âmbito acadêmico”, acrescenta. O campo da literacia midiática é fundamental na formação de profissionais da comunicação, que além da técnica precisam de visão crítica. “Nós vemos a atual crise que o jornalismo no Brasil vive, a atuação de profissionais com parcialidade e a falta de apuração de fatos nesse momento em que presenciamos um retrocesso nos direitos conquistados. Parece que o
papel dos profissionais da comunicação foi muito importante nisso. A mídia ajudou a construir verdades que muitas vezes não eram apuradas, mas sim, inventadas”, explica Gabriela Borges. A experiência dos pesquisadores que vão estar presentes é uma oportunidade de aprendizagem para os congressistas. “Todo profissional da comunicação precisa ter um pensamento crítico e os debates fomentados no congresso são importantes para isso. Atualmente, temos muito acesso às tecnologias, mas é preciso entender como trabalhar com qualidade nesse meio”, opina Mariana Meyer, aluna do quinto período do curso de jornalismo. Ela é bolsista do Observatório da Qualidade no Audiovisual e vai apresentar um pôster que relaciona a competência midiática e a cultura de fãs. No trabalho, Mariana analisa um perfil do Twitter e avalia que essas produções feitas pelos fãs na rede social são o exercício da competência, pois eles assistem determinada produção, avaliam, compreendem, criticam e, depois, produzem suas postagens. A programação está disponível no site cicom.observatoriodoaudiovisual.com.br e conta com conferências, sessão de pôsteres, sessões temáticas e mesas redondas. Um dos destaques é a conferência de abertura com o professor José Ignácio Aguaded, presidente da Rede Alfamed, e vai acontecer as nove e meia da manhã de segunda (23) no Museu de Arte Moderna Murilo Mendes.
Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
UFJF
Técnicos da UFJF podem entrar em greve na próxima segunda Indicativo foi aprovado por ampla maioria em assembleia geral da categoria no último dia 16
Foto: Divulgação UFJF
com a Fasubra, onde vai ser discutido quando a gente vai entrar em greve de fato. Então isso aqui foi um aval para os delegados que vão para a plenária deliberarem se a greve vai ocorrer ou não.” A assembleia realizada na UFJF decidiu também pelo adiamento do Congresso da Fasubra. De acordo com Maria Ângela Costa, coordenadora geral do Sintufejuf, o congresso marcado para novembro coincidiria com o momento de greve, inviabilizando, desta forma, sua realização. “Vamos priorizar a preparação da categoria para o indicativo de greve. Estamos tentanAssembleia no anfiteatro da reitoria da UFJF aprovou indicativo de greve do construir uma greve com todos os setores do serviço público. PrePor Felipe Frederico Igor Coelho, explicou os motivos cisamos barrar as medidas autorique levaram à realização da as- tárias do governo que não faz ouOs técnico-administrativos em sembleia: “A gente está na fase de tra coisa, senão retirar os direitos educação da Universidade Federal mobilização para conseguir uma dos trabalhadores’’, explica. de Juiz de Fora (UFJF) poderão en- greve. Temos várias pautas para Ato Nacional na UERJ trar em greve a partir da próxima discutir, como o fim da nossa carsegunda-feira, 23. O indicativo foi reira, que está ameaçada, a discusRepresentantes do Sintufeaprovado por ampla maioria em são da previdência, que também assembleia geral da categoria no afeta todos os trabalhadores, não juf vão participar do Ato Naciodia 16, no anfiteatro da reitoria da só na esfera pública, mas do país nal S.O.S. Educação Pública, que UFJF. A decisão foi encaminhada inteiro, e principalmente a ques- acontece hoje, na Universidade do para a Plenária Nacional da Fede- tão dos cortes nas universidades Estado do Rio de Janeiro (UERJ), ração de Sindicatos de Trabalha- públicas, que é muito grave. Inclu- que passa pela sua pior crise de dores Técnico-administrativos em sive, nós hoje não temos a garan- financiamento desde 1950. A maInstituições de Ensino Superior tia de que a universidade vai fun- nifestação é contra o corte orçaPúblicas do Brasil (Fasubra), que cionar no ano que vem, pela falta mentário e o desmonte do serviço acontecerá na sexta-feira, 20, e no de recursos, e isso nos preocupa público. A concentração será na concha sábado, 21. bastante.” O coordenador de Organização Igor também explicou como acústica da UERJ, às 14h. Partie Políticas Sindicais do Sintufe- funciona o mecanismo do indica- cipam do ato entidades sindicais, juf (Sindicato dos Trabalhado- tivo de greve: “Através do indicati- centrais, movimentos sociais e res Técnico-administrativos das vo deliberado aqui, seguimos para parlamentares de todas as entidaInstituições Federais de Ensino), uma plenária no final de semana, des.
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Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Esporte
Cariocas vencem duas das três partidas de quarta-feira da Série A Vasco vence e fica próximo da zona de classificação para a Libertadores 2018. Fluminense passa pelo São Paulo e se afasta do Z4. Fora de casa, Botafogo empata
Foto: Nelson Costa/Reprodução Vasco.com.br
versário a Ponte Preta no domingo, em Campinas. Em confronto direto entre tricolores carioca e paulista, melhor para o Fluminense. Jogando no Maracanã, o Flu fez o dever de casa e venceu por 3 a 1. Ainda no primeiro tempo, os cariocas marcaram duas vezes em sequência, com Henrique Dourado, de pênalti, aos 22 minutos, e Sornoza, aos 23. No segundo tempo, o Fluminense marcou o terceiro, com Robinho, também de pênalti. Shaylon descontou para o São Paulo. Com a vitória, o Flu se afastou da zona de rebaixamento e alcançou o décimo Atacante Andrés Ríos participou da jogada do gol do Vasco contra o Atlético-GO lugar, com 38 pontos. No domingo, o Flu tem mais um Por Bernardo Medeiros confronto direto: enfrenta a ChapeA vigésima nona rodada da Sé- sultado, o cruzmaltino se aproximou coense, na Arena Condá. Já o São rie A do Campeonato Brasileiro foi da zona da Libertadores. Os cariocas Paulo, também no domingo, recebe boa para duas equipes cariocas que voltam a jogar no próximo sábado, o Flamengo, no Pacaembu. Torcedor vivem momentos diferentes. As vitó- contra o Coritiba, no Maracanã. Já do Fluminense, Ronaldo Côrrea não rias de Vasco e Fluminense na noite os goianos, que seguem na lanterna, estava confiante antes da partida “o de ontem foram importantes para os enfrentam o Santos no domingo, na Fluminense estava perto da zona de rebaixamento. Era um jogo decisivo objetivos das equipes. O Botafogo Vila Belmiro. também entrou em campo, mas emOutro time do Rio que briga pela e não esperava uma vitória. Acho patou fora de casa. vaga na mais importante competi- que o primeiro gol mudou muito a Contando com uma boa sequên- ção da América do Sul e que entrou partida e o segundo foi logo na sequcia de resultados, o Vasco enfrentou em campo ontem, foi o Botafogo. ência, então acabou facilitando.” o Atlético-GO no Serra Dourada, Jogando no Estádio da Ressacada, em Goiânia, e venceu por 1 a 0. O em Santa Catarina, o alvinegro viu o Jogos de hoje gol da partida foi marcado ainda no Avaí abrir o placar com Marquinhos, Mais quatro partidas complemenprimeiro tempo, com Jonathan, da cobrando pênalti. Mas aos 50 minu- tam a rodada da Série A do Campeequipe goiana, contra. A equipe de tos do segundo tempo, Marcos Viní- onato Brasileiro nesta quinta-feira. São Januário ampliou sua invenci- cius empatou a partida, deixando 1 a Entre os cariocas, o Flamengo rebilidade, que chegou a cinco jogos, e 1 no placar. Bruno Ribeiro também cebe o Bahia, na Ilha do Urubu, às alcançou 42 pontos na competição, analisou a partida do clube carioca: 21h. Torcedor do Flamengo, Julio permanecendo no oitavo lugar. O “O Botafogo fez um dos seus piores Dias espera um jogo difícil hoje: “O jornalista esportivo Bruno Ribeiro jogos no Campeonato e achou um Flamengo vem tendo desempenhos falou sobre o confronto: “O Vasco gol no final”. O time segue em sex- ruins. O Bahia já colocou dificuldanão fez boa partida, mas foi melhor to, agora com 44 pontos, e enfrenta des no primeiro turno e pelo futebol que seu adversário. O momento é o Corinthians na segunda-feira, no apresentado nos últimos jogos, acremuito bom para o time”. Com o re- Nilton Santos. O Avaí terá como ad- dito que não vai ser diferente”.
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Juiz de Fora, 19 de outubro de 2017
Cultura
Além dos muros da escola
Foto: Divulgação PJF
Aliando multidisciplinariedade, educação e arte mostras começam amanhã na cidade
Audiovisual, dança, música, teatro e contação de histórias compõe as duas mostras de escolas municipais de Juiz de Fora Por Lisandra Queiroga nar, intitulado “Um mês com Anne Frank”. Ela conta que, ao longo do Uma ponte entre a arte e a edu- projeto, os alunos foram comparancação. É essa a proposta da 13ª Edi- do suas histórias de vida com a da ção da Mostra Professor Também personagem, que viveu escondida Faz Arte e da 9º Edição da Mostra no período nazista. Eles montaram Estudantil de Arte. O objetivo des- suas linhas de tempo, escreveram se projeto é tornar a arte e a cultu- suas autobiografias, conheceram ra mais presentes no cotidiano das um pouco dos costumes, onde Anne escolas municipais de Juiz de Fora viveu e fizeram comparações com o e promover diálogos entre a arte e Brasil e Juiz de Fora. Criaram poeas outras matérias. A abertura do mas sobre a vida de Anne e iniciaevento é hoje, às 18h30, no Teatro ram um “diário” da turma, relatando Centro de Artes e Esportes Uni- do acontecimentos do dia a dia. Os ficados, na Praça CEU, em Benfica. trabalhos foram compilados num Os trabalhos estarão expostos até o “livro/diário” que está na Mostra.” Segundo a professora, o projeto dia 5 de novembro no Centro Culjá foi finalizado, mas os alunos petural Bernardo Mascarenhas. A mostra dos professores reúne diram para continuar escrevendo. trabalhos nos campos das artes vi- “Embora sejam muito novos, eles suais, teatro, dança e literatura. Já a puderam entender um pouco do dos estudantes trás um panorama que foi o holocausto e compreender da produção artística na rede de en- a importância de se respeitar o prósino por meio das iniciativas peda- ximo, independente de sua origem gógicas desenvolvidas. Ao todo, 96 racial, social ou religiosa”, avalia a trabalhos vão ser apresentados por professora, ressaltando que alguns 55 escolas municipais, envolvendo alunos que antes tinham dificuldade mais de 3.700 alunos e 130 profes- ou medo de escrever, melhoraram sores. consideravelmente com o trabalho. A pedagoga, Cristiane da Silva, Com o sucesso desse projeto, Crisdá aula para o 5°ano, na Escola Mu- tiane conta que já iniciaram um nicipal Quilombo dos Palmares e novo, agora, sobre a vida de Malala, participa pela primeira vez da mos- a jovem paquistanesa que lutou pelo tra com um trabalho multidiscipli- direito de meninas frequentarem a
escola no Afeganistão. A pedagoga procura usar exemplos de adolescentes que, de alguma forma, lutam para mudar suas condições de vida. A organizadora do evento, Ieda Maria Loureiro, que é gerente do Departamento de Planejamento Pedagógico e de Formação da Secretaria de Educação de Juiz de Fora, explica as escolas e os professores são convidados a inscreverem seus trabalhos e a equipe coordenadora monta a exposição de artes visuais e organiza a programação de dança, música e teatro. Ieda fala também da importância de atividades e eventos como esses: “As mostras são importantes para os professores porque possibilitam que eles se mostrem como artistas e como orientadores de trabalhos artísticos. É importante também pela troca de ideias, pois a partir das discussões e comentários que surgem, os professores aprendem uns com os outros e se encorajam a prosseguir, renovam suas ideias e, assim, os trabalhos com os alunos melhoram a cada ano”. Ela ressalta também o quanto é importante para os alunos extrapolar os limites da escola e ocupar espaços específicos da arte, compartilhar os trabalhos com alunos de outras escolas e conhecer diversos trabalhos. “Essa experiência tanto para alunos quanto para professores, interfere positivamente no trabalho desenvolvido nas escolas”, avalia. Trabalhos como esses envolvem os alunos, as famílias e impactam a sociedade em geral de um modo positivo. Afinal, segundo Ieda, a partir da educação é possível formar produtores e consumidores de cultura, contribuindo, dessa forma, para a ampliação das manifestações artísticas na cidade.
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