mergulhodiário Edição 19
Facom/ UFJF
28 de junho de 2016
FOTO: ROBERTA DOMINGUES / FOTOS PÚBLICAS
Dia do Orgulho LGBTI é mundialmente comemorado
Militantes destacam a necessidade de atenção aos casos de violência registrados p. 4 e 5 CIDADE
POLÍTICA
Comissão avalia que Dilma Rousseff não cometeu pedaladas fiscais p.6
SAÚDE
Venda de lâmpadas incandescentes será proibida a partir da próxima quinta p.8
Acidentes domésticos são a principal causa de morte infantil p.10 e 11
mergulhodiário
Editorial
A manchete de nós mesmos
Depois da produção de dez edições do Mergulho Diário, nos deparamos diante um desafio: Como escreveríamos nossa história em um lead jornalístico? Quem somos? O que realmente fazemos? Onde iremos? Quando voltaremos? Como viveremos? Por que recomeçaremos? Se achou fácil responder a todas essas perguntas, lembre-se que nada é realmente como parece, afinal, a pirâmide nessa matéria precisa ser invertida, talvez para ficar mais parecida com nossas vidas. Recém-chegados do “Mergulhão de Rádio”, caímos de paraquedas com tantos caracteres e fotos que teríamos que preencher. Como foi difícil perder alguns vícios de linguagem e passar a dar um “bom dia” de uma maneira diferente a quem estava agora, não mais nos ouvindo, mas nos lendo. Não estávamos mais ao vivo, mas o frio na barriga era o mesmo de quando íamos ligar para alguma fonte. Esperar seu retorno, transformava um minuto em longas e intermináveis horas. As pautas caíram, as fontes sumiram, sonhos foram realizados e coisas novas foram aprendidas. Podemos dizer que os alunos que não se identificam tanto com o jornalismo, no final das contas, já estão mudando de ideia, afinal, uma nova professora já chegou mexendo com a redação, fazendo todo mundo entender que tudo hoje é comunicação.
Aos jornalistas que estão escrevendo as matérias dessas edições, saibam que a cada dia nos desafiamos mais, seja nas aventuras das pautas de esporte, as complexas de política, as mais descontraídas de cultura, ou qualquer outra editoria. Nessas dez edições, fomos do Tupynambás à Thalita Rebouças, passando por Hospital do Ursinho, Fórum da Cultura, Galo Carijó, chapas de DCE, afastamento de políticos, Olimpíadas, e muitos outros assuntos. E como tivemos assunto nessas páginas que diagramamos como se estivéssemos fazendo obras de arte que seriam expostas em galerias. Tudo, é claro, pensando em como agradaríamos ao máximo o professor já veterano do Mergulho. Impressos e imersos nas palavras conseguimos aprender com quantos toques se faz um título, com quantas linhas se faz uma lauda. Despertamos nos cérebros de pessoas da área de humanas a capacidade de realizar contas que, apesar de simples, necessárias para podermos informar qualquer um que lesse nossa notícia. Saímos realizados com cada conquista, cada lead, cada matéria produzida na correria e cada manchete dada. Saímos felizes e com a sensação de dever cumprido, mesmo ainda não estando finalizado totalmente. Saímos encharcados de experiências maravilhosas proporcionadas nesse Mergulho Diário.
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EXPEDIENTE
Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, produzido pelos alunos de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso.
Reitor
Prof. Dr. Marcus David
Vice-Reitora
Profª. Drª. Girlene Alves da Silva
Diretor da Faculdade de Comunicação Social
Prof. Dr. Jorge Carlos Felz Ferreira
Vice-diretora
Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes
Coordenadora do Curso de Jornalismo Integral
Profª. Drª. Claúdia de Albuquerque Thomé
Chefe do Departamento de metódos aplicados e técnicas laboratoriais
Profª.Drª. Maria Cristina Brandão de Faria
Professores Orientadores
Prof. Me. Guilherme Moreira Fernandes Profª. Me. Marise Baesso Tristão
Projeto Gráfico
Bruna Luz, Bruno Marangon, Bruno Paiva, Débora Alves, Isabella Gonçalves, Lucas Alves, Lucas Guedes, Moisés Fialho, Naiara Neves, Rafael Antunes, Prof. Me. Rodrigo Barbosa
Edição
Matheus Bertolini Paula Breviglieri Pedro Soares
Diagramação
Larissa Garcia Mariana Meirelles Leticya Bernadete
Repórteres
Foto: Verônica Bernadino
Carla Gonçalves Carolina Tosetti Carolina Leonel Caroline Ferreira Igor Santos Mariana Dias Ruth Gonçalves Victor Ferreira
Contato
mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612
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mergulhodiário
Crônica Paula Breviglieri Está chegando ao fim mais uma jornada. É difícil chegar na faculdade e se deparar com uma turma completamente diferente da acostumada. A escola acabou e os amigos se espalharam por outros cursos. Você se vê obrigado a fazer parte de um outro lugar. Na maioria das vezes é fácil, até porque você está onde escolheu e, por isso, algo em comum com essas pessoas é preciso ter. E se não tiver? Três anos se passaram. Neste período, amizades foram feitas, desfeitas e refeitas, grupos se formaram, fofocas se espalharam e amores foram encontrados. Inevitavelmente, laços são criados quando as pessoas se veem todos os dias por um determinado período. Atitudes mostram aqueles semelhantes, palavras definem caráteres, mas, no final das contas, é sempre o tempo quem delimita o rumo desses relacionamentos. Talvez a mágica que todos di-
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As pessoas e o tempo zem não existir, seja esse tempo. Aquela fração de segundo de um abraço sincero ou aqueles anos à espera de uma resposta que esteve sempre ali, bem à frente da pessoa. Talvez só quem acredita em mágica, tem a paciência ou a sensibilidade para percebê-la acontecendo a todo momento. Conviver diariamente com várias pessoas diferentes é um desafio constante para todos os lados. Aprender a lidar com jeitos, vozes, egos, gritos e personalidades tão opostas em um ambiente de trabalho é um dos maiores ensinamentos da faculdade. Quando as mães dizem que “a vida ensina”, elas, na verdade, estão erradas. Quem ensina, realmente, é o tempo. E só é possível entender isso com a maturidade. Na correria do dia a dia, a gente se torna, aos poucos, mais tolerante. O tempo, apesar de tudo, tem a sua dualidade. Muitas vezes faz
bem e traz respostas para perguntas ditas impossíveis. No entanto, ele pode ser incrivelmente cruel. Com essa maturidade, ganhamos, também, as decepções e os “deslaços”. A gente se torna mais descrente e menos esperançoso. A convivência, no entanto, muitas vezes nos presenteia com grandes surpresas. Pessoas, antes vistas como metidas, prepotentes, mandonas ou, até mesmo, indiferentes, se tornam grandes aos olhos de outra, pois se mostram extremamente especiais em diversos aspectos. Algumas amizades vêm para nos mudar, outras vêm para nos marcar, mas existem aquelas que vêm apenas para ficar. O tempo pode ser mágico, assim como o coração das pessoas. As respostas se encontram nos detalhes, nos sorrisos e, apesar das diferenças, crescer significa aceitar que cada um pode ser mágico à sua maneira.
ILUSTRAÇÃO: CARLA GONÇALVES
Charge
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CIDADANIA
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28/06/2016
movimentos sociais
Luta LGBTI é celebrada hoje mundialmente
Foto: Michael Appleton/ Mayoral Photography Office
Militantes e pessoas envolvidas na causa destacam a necessidade de mais atenção aos muitos casos de violência registrados
Luta é lembrada desde 1º de Julho de 1970. Atualmente, militantes celebram a data em quase todos os países do mundo
Carolina Tosetti Hoje, 28 de junho, é o Dia do Orgulho LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e pessoas Intersex), data celebrada e lembrada mundialmente, que marca um episódio ocorrido em Nova Iorque, em 1969. Naquele dia, as pessoas que frequentavam o bar Stonewall Inn, reagiram a uma série de batidas policiais que eram realizadas ali com frequência. No ano seguinte, aconteceu a organização da 1ª Parada do Orgulho LGBT, realizada no dia 1° de julho de 1970, para lembrar o episódio. Hoje, as Paradas do Orgulho LGBTI acontecem em quase todos os países do mundo e em muitas cidades do Brasil ao longo do ano. A militante do Visitrans (Grupo de Visibilidade e Militância para Travestis, Transsexuais e Interssexuais) e Coletivo Duas Cabeças, Bruna Leonardo, fala que hoje é um dia muito importante para a lembrança da luta de Stonewall e das lutas atuais. “Infelizmente no nosso país vivemos um retrocesso muito grande nos últimos três anos. A perseguição à comunidade LGBT é uma perseguição institucionalizada, e isso é muito grave porque os poucos direitos que a nossa comunidade conquistou cor-
remos o risco de perder”. Bruna conta que os grupos criam diversas práticas para incentivar o respeito e combater o preconceito já nas escolas, falando sobre a igualdade de gêneros. “A gente tem uma campanha como o ‘kit anti-homofobia’, uma campanha que era pra combater o bullying LGBTIfóbico com crianças nas escolas, e em resposta foi dito que o kit serviria para incentivar as crianças a virarem gays. A intenção da campanha era mostrar pra sociedade que não há problema em ser LGBTI, que isso não é um desvio de caráter”. No entanto, projetos como este são barrados por bancadas fundamentalistas religiosas em todo o país, que argumentam a respeito da ideologia de gênero e o corrompimento da família tradicional. A militante destaca que no ano passado o Coletivo conseguiu a regulamentação da adoção do nome social em Juiz de Fora por meio de um abaixo assinado. “A gente ganhou muita visibilidade na cidade com essa campanha, para que travestis e transsexuais possam estudar e ter seu nome social escolhido respeitado”. Bruna conta que o Brasil é o pais em que mais há casos de morte de travestis e transsexuais no mundo e finaliza: “não
tem como a gente ficar indiferente a tanta violência, a gente só quer o direito de existir e andar nas ruas sem sofrer nenhum tipo de perseguição. Um direito à dignidade”. O estudante Guilherme Freire também é participante do Coletivo Duas Cabeças e comenta sua visão sobre a realidade enfrentada pelo movimento.“Eu acredito que ainda temos muito a avançar. O Brasil é um dos países que mais mata LGBTIs. Só ano passado foram 318. Ou seja, a violência além de simbólica, ela é física. Não temos uma legislação específica que pune a homofobia e isso é muito negativo”. Guilherme conta que a violência e o preconceito são muito visíveis também no dia a dia. “Um exemplo é quando uma transexual não é contratada apenas por ser transexual. A expectativa de vida de travestis no Brasil é de 35 anos! Isso é muito preocupante. E cada vez mais o fundamentalismo religioso atrapalha o avanço da discussão, seja barrando projetos de lei que visam discutir sobre a diversidade nas escolas, seja ao propor o Estatuto da Família, que limita e invisibiliza outros núcleos familiares que não o núcleo familiar ocidental cristão (pai, mãe e filhos)”. 4
CIDADANIA
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28/06/2016
Visibilidade
Foto: REPRODUÇÃO DOCUMENTÁRIO “JOGO TRUNCADO”
O documentário “Jogo truncado” é um projeto formado por alunos e ex-alunos de Midialogia da Universidade de Campinas. Ele surgiu da curiosidade sobre movimentos virtuais aliada ao interesse pelo futebol, dois meios que envolvem muita gente no Brasil. A pesquisa para o projeto surgiu de uma discussão acerca dos movimentos anti-homofóbicos na equipe St. Pauli de Hamburgo, da Alemanha. A editora e produtora do “Jogo Truncado”, Caroline Neumann, explica que a partir dos debates a equipe partiu para o aprofundamento do assunto em solo brasileiro.“Fomos aprovados no edital curtas universitários do Canal Futura e então pudemos custear viagens para conversar com times de fora do estado de São Paulo. Conversamos com a Galo Queer, que foram os pioneiros no Brasil, com a Palmeiras Livre e com a Queerlorado. Mas algumas torcidas entendem que a participação nesse documentário poderia não ser interessante para sua filosofia, muitas vezes a negativa esteve relacionada à segurança”. Caroline diz que esse tipo de movimentação virtual é importante na medida em que traz o debate à tona. Além de colocar em cena a homofobia no futebol brasileiro, há principalmente a questão da segurança. “É importante que órgãos como a CBF e as dirigências desses clubes fiscalizem, sinalizem e penalizem gestos homofóbicos ou de qualquer tipo de discurso de ódio dentro e fora dos estádios. Então, o caminho a ser percorrido ainda é longo”, diz a produtora. O documentário foi ao ar pela internet e pela TV e também foi inscrito em festivais. “Jogo Truncado” ganhou o prêmio “Olhar de base”, de melhor curta-metragem do 7º Cinefoot, o único festival de cinema sobre futebol do Brasil.
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mergulhodiário
28/06/2016
POLÍTICA
análise
Perícia conclui: houve pedaladas fiscais, Dilma Rousseff não participou
Foto: Wlademir Barreto/Agência Senado
Comissão especial do impeachment realizou reunião ontem, mas foi interrompida por apagão; testemunhas voltam a depor hoje
A sessão de ontem teria o depoimento de duas testemunhas, que foram remanejadas para hoje devido ao apagão.
Caroline Ferreira A Comissão especial de impeachment ouviu ontem (27) três testemunhas de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) além de analisar a perícia dos documentos sobre as pedaladas fiscais, que concluíram que não tiveram a participação de Dilma, porém foram ilegais. A perícia foi realizada a pedido da defesa que utilizou o resultado da análise como principal argumento para defender a presidente. A conclusão dos depoimentos de defesa de Dilma Rousseff estavam previstos para quartafeira (29), porém um incêndio em uma subestação interrompeu o fornecimento de energia ao Palácio do Planalto, impossibilitando que outras duas pessoas fossem ouvidas. A junta que analisou os documentos e concluiu que atrasos no pagamento devidos pelo Tesouro Nacional ao Banco do Brasil, de R$ 450 milhões, por conta de subvenções do Plano Safra, constituem operação de crédito, tendo
a União como devedora. No entanto, a presidente foi responsabilizada por assinar três de quatro decretos decretos sem o aval do Congresso. No entanto, alguns senadores discordaram da análise, como foi o caso do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) que afirmou que a análise foi um erro, e que mesmo isentando a presidente afastada das chamadas “pedaladas fiscais”, confirma a existência delas. Já o senador do mesmo partido de Dilma Rousseff, Humberto Costa (PTPE) afirmou que a perícia diminuiu ainda mais o número de decretos que poderiam ser atribuídos a Dilma Rousseff, o que ajudou na defesa da presidente afastada. O senado volta a ouvir hoje (28) os depoimentos de duas testemunhas que foram interrompidos ontem por conta da queda de energia. Além das testemunhas, serão ouvidos o ex-ministro Aldo Rebelo, o ex-advogado da União Luiz Inácio Adams e Antônio Carlos Rebelo, responsável técnico pela análise de
créditos suplementares no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Caso volte ao poder
De acordo com a agência de notícias Pública, a presidente afastada declarou que caso volte a Presidência, fará um governo de transição, e que garantirá que a democracia no país prevaleça até as eleições de 2018. “Porque é um governo que vai ter dois anos, e o que nós temos de garantir neste momento é a qualidade da democracia no Brasil, o que vai ocorrer em 2018”. A presidente afastada ainda destacou a possível reforma política que poderá ser feita com a sua volta ao governo. “Acho que cabe a discussão de uma reforma política no Brasil, sem dúvidas. Nós tentamos isso depois de 2013 e perdemos fragorosamente. Tentamos Constituinte, tentamos reforma política”, disse a presidente afastada em entrevista à agência de notícias Pública, publicada ontem (27). 6
ECONOMIA
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28/06/2016
PIS/PASEP
Prazo para sacar os benefícios termina na próxima quinta-feira Economista recomenda usar o dinheiro para pagar as dívidas ou investir Igor Santos
O Melhor é Investir
Na hora de receber o benefício, a tentação para gastá-lo pode ser grande, contudo o mais indicado é aplicar o dinheiro ou pagar dívidas. Para o economista Fernando Agra, quem está inadimplente, deve usar o dinheiro para entrar em dia com as contas. “Pague primeiro as que tem juros mais altos, que são as que crescem mais. Então se está inadimplente no cheque especial ou não pagou integralmente o cartão de crédito, a melhor coisa é quitar”, explica. Já quem não está no vermelho, pode investir o dinheiro recebido. O economista afirma, ainda, que a
caderneta de poupança é a aplicação mais indicada para quem não tem muitos conhecimentos sobre investimentos. O beneficiário que tiver um conhecimento mais aprofundado sobre a área pode escolher entre o tesouro direto (programa de compra e venda de títulos públicos) ou o CDB (Certificado de Depósito Bancário, título emitido pelos bancos para financiarem suas operações de crédito): “Hoje em dia, uma aplicação melhor é um CDB, um tesouro direto, mas para isso tem que se buscar um conhecimento mais detalhado. Enquanto isso, pode colocar na caderneta de poupança. Não é a melhor, porque rende menos que a inflação. Mas é melhor que ficar em casa parado dento do cofre, ficar em uma conta corrente ou então gastar desnecessariamente”. Em tempos de crise, o PIS/Pasep pode representar uma entrada de capital na economia, o que na avaliação do economista Fernando Agra, é algo positivo: “As pessoas quitando o que devem, poupando uma parte ou até mesmo consumindo, contribui para dar um certo aquecimento na economia. Essa injeção de liquidez é bem-vinda”. Foto: TÂNIA REGO/AGÊNGIA BRASIL
O prazo para sacar o dinheiro do Programa de Integração Social (PIS) ou do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) referente ao ano de 2015, termina nesta quinta-feira (30). Quem tem direito ao PIS deve ir a uma agência da Caixa Econômica Federal ou a uma Casa Lotérica, com o Cartão do Cidadão e senha cadastrada. Caso o beneficiário não tenha o Cartão do Cidadão, o pagamento poderá ocorrer em qualquer agência da Caixa. Basta, apenas, a apresentação de um documento de identificação. Já as pessoas que têm direito a receber o Pasep, devem ir até uma agência do Banco do Brasil para receber o benefício. O trabalhador que exerceu atividade remunerada por, pelo menos, 30 dias em 2014 e tenha recebido até dois salários mínimos por mês nesse período, tem direito a receber o benefício. Além disso, a pessoa deve estar cadastrada no PIS/ Pasep há pelo menos cinco anos e ter os seus dados informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). O abono tem o valor de R$ 880, o equivalente a um salário mínimo. Os beneficiários usam o dinheiro de diversas formas, desde pagar dívidas até a realização de projetos pessoais. A professora Márcia Andrade é beneficiária do PIS e já usou o montante recebido para fazer um implante dentário. “Em anos anteriores, por eu, na época, usar aparelho e precisar fazer implante, usei ele para pagar uma parte (do serviço). Ajuda a gente a organizar as contas”, explica. Segundo a professora, ela não tem direito a receber o PIS em
2016, o que também aconteceu em anos anteriores e o dinheiro acabou fazendo falta: “Por eu ter ganhado mais que dois salários mínimos, eu não recebi esse abono e ele acabou fazendo falta. Eu não sabia disso, mas agora eu já me preparei”. Para a professora Márcia Andrade, o PIS/Pasep é um importante direito adquirido pelos trabalhadores. “Às vezes a pessoa não tem uma outra renda e conta com esse dinheiro, além do décimo terceiro no fim do ano”.
PIS e Pasep são contribuições feitas para financiar o seguro desemprego e o abono salarial
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mergulhodiário
CIDADE
28/06/2016
Economia e Sustentabilidade
Inmetro proíbe venda de lâmpadas incandescentes a partir desta quinta-feira
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Os consumidores só poderão comprar as de led e fluorescentes
A venda de lâmpadas incandescentes fica proibida a partir desta quinta (30). Determinação é do Ministério de Minas e Energia (MME)
Victor Ferreira Com a proibição das vendas de lâmpadas incandescentes em todo o Brasil a partir desta quinta-feira (30) os consumidores só poderão adquirir as fluorescentes e de led. Essa mudança começou gradativamente em 2012, começando pelas incandescentes de 150 W. No ano seguinte, lâmpadas entre 60W e 100W e em 2014, de 40W a 60W. A mudança é devido ao aumento de oferta de produtos mais eficientes, que consomem menos energia e têm mais durabilidade, reduzindo o impacto no meio ambiente. Uma alternativa para os consumidores são as lâmpadas de led, cujo preço têm caído 30% em média no Brasil. Apesar de ter um custo de instalação ainda um pouco mais alto, as vendas dispararam, nos últimos anos, segundo informa a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux). “A gente já não faz uso já algum tempo, trocamos todas pelas
fluorescentes e agora, aos poucos, estamos trocando pelas de led. Tem valido a pena, até iluminam mais”, destaca o comerciante Augusto Souza Coutinho, 44. Segundo dados do Inmetro, as lâmpadas fluorescentes compactas economizam 75% de energia, se comparadas às incandescentes, que estão saindo de circulação. Com a de led, a economia é ainda maior, 85%. Já quando o assunto é a durabilidade, a de led é 25 vezes superior às incandescentes e pode chegar até quatro vezes mais que as fluorescentes. Para alguns consumidores, a proibição não terá um impacto direto já que muitas pessoas não vêm adquirindo esses equipamentos ultimamente por conta das variadas opções de iluminação existentes no mercado. A dona de casa Inez Silva, 52, prefere as lâmpadas fluorescentes: “além das outras serem mais caras quando a gente
compra, depois a conta de luz fica pesada. Já não compro tem um tempinho, não vai me fazer falta”. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) fará a fiscalização dos fabricantes, atacadistas e varejistas, que poderão ser multados caso a determinação não seja cumprida. VANTAGENS DO LED As lâmpadas de LED produzem a mesma luminosidade que uma lâmpada incandescente, com uma vida útil de 30 mil horas Não possui risco de contato direto Baixo custo de manutenção Permite direcionar a luminosidade Não emite calor e nem raios ultravioleta
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CIDADE
mergulhodiário
28/06/2016
SOLIDARIEDADE
Bombeiros realizam doação de sangue para Hemominas de Juiz de Fora Ação antecede o Dia Nacional do Bombeiro e visa aumentar estoque
Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
Ação foi a primeira a ser realizada pelo Corpo de Bombeiros na Semana de Prevenção
Carolina Leonel
O Hemominas vem enfrentando O Corpo de Bombeiros de Juiz de baixa do estoque desde o início do Fora iniciou a Semana de Preven- ano e, de acordo com Rosane Marção que antecede o Dia Nacional tins, da equipe de captação de sangue, a rede está com baixa de 30% e, do Bombeiro, no dia na unidade de Juiz 2 de julho. A doação de Fora, a ausência “A ação dos aconteceu na manhã mais acentuada é bombeiros veio em de ontem e, segundo a dos tipos O posium momento em que tenente Priscila Adotivo e negativo. precisamos muito” nay, a ação é voltada Apesar disso, ela Rosane Martins para conscientização ressalta que todos público interno. Além os tipos são impordessa atividade, o Corpo de Bombeiros visa divul- tantes e que ações estão realizadas gar métodos de prevenção como o para tentar reverter a baixa no estoAlerta Verde, conscientização em que. “Nós estamos fazendo convorelação a queimadas e Alerta Ver- cações por cartas, por telefonemas e também divulgação na mídia. Os melho, sistemas preventivos.
trotes solidários ajudam bastante, mas é momentâneo e a ação dos bombeiros veio em um momento em que precisamos muito”, disse.
Para doar
Essas iniciativas pontuais e que envolvem organizações, servem de incentivo e conscientização para toda população. Quem não pode doar, pode conscientizar outras pessoas sobre a importância da doação. Para doar é preciso ir até ao Hemominas, que fica na Rua Barão de Cataguases, S/N - Santa Helena, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. O agendamento prévio deve ser feito por telefone 3257-3100.
Condições
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SAÚDE
mergulhodiário
28/06/2016
FÉRIAS ESCOLARES
Acidente doméstico é principal causa de morte em crianças de até nove anos
Foto: MARIANA DIAS
Especialista aponta que o período de feriados e férias é quando esses acidentes mais acontecem
De acordo com dados do Ministério da Saúde, certa de R$80 milhões são gastos no SUS com acidentes domésticos.
Mariana Dias Dentre os registros de acidentes domésticos envolvendo crianças, a ingestão de brinquedos é a principal causa de morte. Segundo o último estudo realizado pelo Datasus, 4,6 mil crianças morrem por ano e em média 122 mil são hospitalizadas na rede pública de saúde. Outras causas também são: quedas, queimaduras e choques. Com o início do período das férias escolares é necessário que os pais fiquem mais atentos a materiais e brinquedos que possam ser ingeridos. A pediatra Patrícia Boechat explica que a faixa etária mais exposta a esse risco é a de zero a nove anos de idade: “A gente tem uma tendência a ficar mais preocupada quanto menor a criança for, pois elas tendem a não ter limite nas brincadeiras, levam tudo a boca. A maior preocupação devem
ser as peças pequenas”, comenta. Ainda de acordo com a pediatra, a idade estabelecida na caixa dos brinquedos deve ser respeitada pois cada criança passa por uma fase de desenvolvimento, passando do sensorial a brincadeiras mais lógicas. Por isso, brinquedos que tem pilhas, baterias e objetos pequenos como parafusos, são um problema para a fase inicial do desenvolvimento infantil, que é quando tendem a engolir essas peças. Outra preocupação é com brinquedos de madeira. Patrícia Boechat comenta que os brinquedos pedagógicos, produzidos com o material, são uma excelente opção para o desenvolvimento das crianças, mas ressalta a necessidade de se avaliar a origem dos produtos: “Muitas vezes esses materiais são pintados com tintas que não são de origem adequada, que oferecem risco de intoxicação
quando levados a boca”. Muitas vezes objetos que passam por um processamento mais apurado e são de origem confiável acabam saindo por um preço um pouco maior. É o que comenta o estudante de psicologia André Vinter que compra com frequência brinquedos para as sobrinhas: “Sempre verifico as embalagens e principalmente a marca. Algumas [marcas] acabam saindo mais caras, mas acabam valendo a pena por serem mais confiáveis e seguras”, opina. Já para as crianças maiores, brincadeiras ao ar livre preocupam em relação a quedas. A pediatra orienta que equipamentos de segurança como capacetes, joelheiras e cotoveleiras devem ser sempre utilizados: “o uso do capacete é extremamente necessário e pode salvar vidas”, ressalta. 10
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SAÚDE
Brincadeira e desenvolvimento da criança
Primeiros Socorros Em caso de ingestão de objetos a primeira medida é manter a calma e ligar para o Samu, no 192. Como explica a estudante de medicina e integrante da Liga Acadêmica de Atendimento PréHospitalar Mariana Gazolla, saber quais manobras precisam ser realizadas pode salvar vidas. Segundo ela, a manobra que é utilizada em adultos e crianças é a mesma, o que muda é a força de acordo com a idade e a posição daquele que socorre. Crianças de zero a um ano: Virar a criança de barriga para baixo, de uma forma que o braço passe entre as pernas da criança e fique por toda a extensão do corpo, com o polegar e o indicador segurando o queixo da criança, de forma que ela fique inclinada com a cabeça abaixo da linha do corpo. Mariana Gazolla também ressalta o cuidado em manter a boca do bebê aberta. A partir disso, com a outra mão aberta dar cinco pancadas entre as escápulas do bebê, no meio das costas. Caso não funcione, vire a criança de barriga para cima e, com dois dedos apenas, faça cinco compressões no meio do tórax da criança. Alternar as duas manobras até que o bebê elimine o objeto engolido. Acima de um ano: Manobras em crianças que já andam é feita de uma forma parecida com a que é realizada por adultos. “A primeira coisa é pedir para a criança tentar tossir, muitas vezes só da criança tossir já consegue eliminar o objeto que ela está engasgada”, ressalta Mariana. Caso o objeto não saia ao tossir, o adulto deve ajoelhar-se atrás da criança e passar as mãos entre o tórax dela, colocando-as em forma de punho no meio da barriga e aplicar uma pressão em forma de J, de dentro para cima. Repetir isso até que o objeto saia e caso a criança comece a ficar roxa, é necessário realizar massagem cardíaca.
Foto: cemei / ministério da saúde
Foto: MARIANA DIAS
Além da preocupação em relação a segurança dos brinquedos, os pais também devem ficar atentos a forma com que os filhos se relacionam com esses objetos. Segundo a pediatra Patrícia Boechat, a forma com que as crianças brincam pode auxiliar no diagnóstico de transtornos e ajudar os pais a descobrirem as aptidões dos filhos. Uma outra questão que também deve ser levada em conta é a substituição de brinquedos tradicionais pelos celulares. Como comenta a psicanalista Ilka de Araújo, crianças que começam a fazer uso desses aparelhos muito cedo e de forma excessiva acabam desenvolvendo problemas em relação a habilidades psicomotoras: “Algumas também apresentam um déficit na atenção. A infância é o momento em que a criança precisa estar exercitando as habilidades que vão ser de muita utilidade para ela no futuro”, diz.
Segundo a Organização Mundial da Saúde e UNICEF, a estimativa é que 830mil crianças morrem por ano em acidentes domésticos.
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A Manobra de Hemlich é utilizada também em adultos com a diferença da força aplicada.
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ESPORTE
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FUTEBOL AMERICANO
Foto: diVULGAÇÃO/ RED FOX
Esporte tem crescido cada vez mais em JF
JF Red Fox treina todos os sábados no Bairro Nova Califórnia; rotina do time vai desde o aquecimento até treinos específicos de cada posição
Cidade conta com dois times de futebol americano; ambos lamentam falta de incentivo financeiro e patrocínio, tanto público quanto privado Ruth Gonçalves O esporte surgiu nos Estados Unidos e a cada dia que passa ganha mais espaço entre os brasileiros. Extremamente popular nos EUA, a liga profissional - National Football League (NFL) - movimenta milhões de dólares todos os anos com a exibição da final do campeonato, o Super Bowl, que conta com atrações musicais e intervalos comerciais milionários. No Brasil, o esporte tem apresentado um crescimento na sua popularidade, o que levou à criação de diversas entidades e times, que buscam a formação de atletas, a organização de campeonatos e ligas. Juiz de Fora conta com dois times: o JF Red Fox e o JF Mamutes. O Red Fox surgiu em 2008. O jogador e diretor de marketing do time, Paulo Rodrigues, conta que a criação partiu de um grupo de pessoas que conheciam o esporte da televisão ou porque tinham feito intercâmbio nos EUA e trouxeram essa cultura de lá. A turma organizava ‘peladas’ frequentes e então resolveram criar um time para realmente competir. Atualmente, o JF Red Fox participa da Liga Fluminense de Futebol Americano, (LIFFA). No ano passado, disputaram o Viçosa
Bowl, em Viçosa-MG, garantindo o título na competição. Para Paulo, “a maior dificuldade é achar equipamentos a um preço razoável e local para treinar. O campo que a gente treina vai entrar em reforma agora, e inúmeras vezes a gente tenta marcar jogos na cidade, e nós tomamos ‘não’ de todos os lugares, de vários campos. Isso que é complicado”. Ainda segundo o diretor, mesmo com as dificuldades em conquistar suporte financeiro, “porque o esporte é caro, os equipamentos são caros, por isso a gente joga até sem equipamento”, existe um projeto do time começar a jogar Full Pad, ou seja, todo equipado, para meados de agosto, depois que acabar a LIFFA. O outro time da cidade, o JF Mamutes, começou querendo reunir quem gostava de futebol americano, para poder praticar. Os primeiros encontros foram no gramado da UFJF, ao lado da Praça Cívica. O atleta e diretor de marketing do time Caio Munck diz que os Mamutes também estão participando de sua primeira competição oficial, a LIFFA, na categoria No Pads (sem equipamento). “A gente quer, cada vez mais, motivar outras
pessoas, principalmente da cidade de Juiz de Fora a querer praticar, acompanhar e torcer pelo esporte em geral”, comenta Caio. O time possui uma categoria de base, composta por jovens de 14 a 17 anos. A procura dos adolescentes aumentou e, para não colocá-los no meio dos adultos, (a categoria principal tem em média jogadores de 25 a 30 anos); “a gente criou a categoria de base, que é a preparação para uma futura categoria principal, preparando os atletas”. O JF Mamutes também tem planos de virar um time Full Pad, que é a principal modalidade de futebol americano, com as devidas proteções. “A gente tenta fazer da melhor maneira possível, treinando sempre, mostrando sempre como funciona o esporte. Assim que acabar a LIFFA, vamos participar da LIZMAT, uma liga nova que surgiu, que é a Liga de Futebol Americano da Zona da Mata, categoria No Pad”. Mas o time já tem o primeiro amistoso Full Pad marcado, vai ser o primeiro da região a estar nessa categoria. “Com isso, esperávamos poder divulgar mais ainda o nome do time e do esporte aqui na cidade e região”, finaliza Caio. 12
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Foto: diVULGAÇÃO/ RED FOX
ESPORTE
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As próximas partidas e os resultados dos jogos são divulgados pela página oficial do time JF Red Fox: facebook.com/jfredfox/
O olhar de quem pratica
cer e abranger ainda mais nosso público”, acrescenta. Além da categoria de base, o JF Mamutes conta com uma equipe feminina, que surgiu devido ao interesse de meninas, diz Caio Munck, diretor de marketing do JF Mamutes. A jogadora Paola Rolim, conheceu o futebol americano através do noivo, ele sempre acompanhou aos jogos da NFL. Quando o JF Mamutes nasceu, ela se tornou torcedora número 1. “Antes do time, eu não me interessava muito pelo esporte e não entendia nada do que acontecia. Depois que meu noivo começou a jogar, me interessei, comecei a assistir e me apaixonei. Quando o time feminino foi formado, não precisei pensar duas vezes”.
O jornalista Guilherme Toledo considera que a prática do esporte exige determinação
Além da equipe da categoria principal, JF Mamutes tem categoria de base e equipe feminina
O jornalista Guilherme Toledo pratica o esporte desde 2013 quando só acompanhava os jogos pela televisão e decidiu que queria se aventurar com os amigos para além das peladas. “É muito bacana, porque você entra em contato com outras pessoas que têm esse interesse. É uma oportunidade legal, fazer novos amigos e também fazer uma atividade física diferente, bastante puxada e que faz bem”. Segundo Guilherme, o esporte exige muita determinação e esforço nos treinos e está acrescendo na região “eu estou vendo times em Matias Barbosa, em outras cidades pequenas assim, então eu acho que a tendência é isso, cres-
A equipe feminina pratica a modalidade de “Flag Football”, que é uma versão do futebol americano com menos contato físico. Para Paola, a maioria das pessoas não entende a motivação das meninas. Ela finaliza com um convite: “Acho que as pessoas se assustam por não conhecerem o esporte e sempre perguntam: ‘você não tem medo de se machucar?’. Antes de começar a treinar tínhamos uma dúvida. Pensamos que isso ia fazer a gente perder todo o domingo. Mas não é bem assim; agora nosso domingo tem valor. Então, gostaria de chamar todas as mulheres para irem pelo menos em um treino e conseguir entender o que estou falando”.
Foto: aCERVO PESSOAL/GUILHERME
Foto: izabella woyames/ divulgação
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CULTURA
mergulhodiário
28/06/2016
INTERCÂMBIO
Projeto promove integração entre estudantes estrangeiros e brasileiros Com clubes de conversação e viagens à cidades históricas, Rede auxilia os estudantes do exterior a se adaptarem ao novo local A Rede de Estudantes de Intercâmbio (REI) é um projeto criado para recepcionar e integrar estudantes estrangeiros que vêm ao Brasil. Presente em 17 capitais do país. Juiz de Fora é a primeira cidade de interior a trazer a iniciativa, fruto do trabalho em conjunto dos alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG), campus Juiz de Fora. Gabriella Weiss, responsável pela comunicação da REI em Juiz de Fora, explica que a plataforma recepciona os recém-chegados e os integra para criar conexões na cidade. “O objetivo do projeto é ajudar estudantes brasileiros e estrangeiros com informações sobre intercâmbio, como faculdades, moradia, alimentação, locomoções pelas cidades”, diz. Gabriella explica que estudantes de diversas origens interagem em eventos em locais da cidade e viagens turísticas para outros municípios. No início do próximo mês novos intercambistas irão conhecer a cidade histórica de Ouro Preto e eventos em bares da cidade que ocorrem frequentemente. Dessa forma, além de aprender sobre o local que estão morando, também formam amizades. Os brasileiros interessados na internacionalização se dispõem a conversar com os estudantes estrangeiros, para isso usam um adesivo com bandeiras indicando quais idiomas falam ou pretendem aprender.
Foto: divulgação/ rei jf
Carla Gonçalves
Adesivos distribuidos nos idiomas que os participantes estão dispostos a treinar
Olimpíadas
A cidade de Juiz de Fora receberá delegações para o evento que acontece no Rio de Janeiro, assim como estrangeiros que serão voluntários no evento, já que a cidade é próxima à sede do evento. A oportunidade de vivenciar um acontecimento tão importante também atrai intercambistas para a cidade, como comenta Gabriella. “O evento marca um momento importante de troca para os voluntários, assim como qualquer intercâmbio, que irão conviver com a cultura brasileira em um evento de grande alcance”. Recém-chegados no Brasil, nove ingleses entre 19 e 23 anos estão se preparando para se voluntariar nas Olimpíadas do Rio. Para isso estão estudando português no IF Sudeste MG, uma forma de melhorar sua comunicação. Pela REI, que busca trabalho para os interessados, os mesmos serão voluntários em uma escola em Maripá de Minas.
Experiência
O estudante de Jornalismo Leonardo Alves fez intercâmbio na cidade de Covilhã, em Portugal. Ele reforça que ter a possibilidade de conhecer novas culturas é muito rico para o estudante. “Saímos da nossa zona de conforto, com o que estamos acostumados e entramos em uma realidade completamente diferente da nossa. Nós aprendemos a conviver com as diferenças sociais e culturais. Se eu ficasse apenas lendo sobre, não teria aprendido tanto quanto conhecer os lugares pessoalmente”. O estudante conta que formar amizades é fundamental. Morar longe traz muitos desafios e o contato com outros estudantes ajuda a vencer dificuldades que podem ocorrer em uma experiência como essa. Leonardo fala que ainda mantém contato com os amigos que formou em Portugal, que para ele foram como sua família durante a viagem. 14