MERGULHO DIÁRIO
Jornal Laboratório da Faculdade de Comunicação da UFJF • Juiz de Fora, 20 de Março de 2017 • Edição 07
FOTO: NEXO JORNAL
PROCON INICIA FISCALIZAÇÃO EM AÇOUGUES DE JUIZ DE FORA
Operação Carne Fraca denunciou esquemas de fraude na venda de carne
CIDADE Aumento nas contas de água causa espanto em moradores
Página 9
ECONOMIA Balanço de fevereiro registra aumento no desemprego em Juiz de Fora página 11
ESPORTE Estreante em playoffs, JF Vôlei perde primeiro de cinco jogos Página 13 1
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Juiz de Fora, 20 de Março de 2017
EDITORIAL
EXPEDIENTE
NÃO HÁ CARNE SEM OSSOS
ILUSTRAÇÃO: ANNA CAVALCANTE
A operação Carne Fraca da Polícia Federal, realizada nesse final de semana, revelou que empresas alimentícias pagavam propinas para obter a liberação da comercialização de carnes adulteradas. Logo o assunto se tornou o mais comentado nos noticiários, rodas de conversas e redes sociais. Aos poucos as informações sobre a operação foram tomando outras proporções e se revelando cada vez mais preocupantes, visto que, no esquema estariam envolvidas as marcas com mais prestígio do país. O fato colocou os consumidores cheios de dúvidas, já que as grandes marcas sempre foram um respaldo da certeza de se estar consumindo produtos de qualidade. Nesse momento um outro problema começou a dar as caras, mesmo que sorrateiramente. Conforme avançavam as apurações sobre os envolvidos, aparentemente os jornais passaram a ter mais cautela
em suas análises e notícias do caso. O esquema revelado poderia ser um duro golpe na economia. A operação bateu de frente com as principais empresas de exportação no agronegócio, setor que atualmente é um dos maiores pilares da economia brasileira. Ou seja, os afetados pela operação são os gigantes do país: os grandes empresários e o governo. Resta agora aguardar pelos desdobramentos da operação. E exigir forte rigor no andamento das investigações, já que a saúde dos consumidores que pode ser a mais afetada, não tem parecido ser a maior preocupação do governo no momento, que está mais interessado em abafar ao máximo os problemas. Não é que se deve fechar os olhos para as consequências do caso, mas é necessário priorizar como isso afeta o consumidor e a verdade sobre os possíveis atos ilícitos na indústria alimentícia.
Jornal Laboratório da Faculdade de Jornalismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, produzido pelos alunos da disciplina de Técnica de Produção em Jornalismo Impresso Reitor Profº Dr. Marcus David Vice-Reitora Profª Drª Girlene Alves da Silva Diretor da Faculdade de Comunicação Social Prof. Drº Jorge Carlos Felz Ferreira Vice-Diretora Profª. Drª. Marise Pimentel Mendes Coordenadora do Curso de Jornalismo Integral Profª Drª Cláudia de Albuquerque Thomé Chefe do Departamento de Métodos Aplicados e Técnicas Laboratoriais Profª. Drª. Maria Cristina B. de Faria Professoras Orientadoras Profª. Drª. Janaina de Oliveira Nunes Profª. Ms. Marise Baesso Tristão Repórteres Armando Júnior; Bárbara Guimarães; Anna Cavalcante; Elias Arruda, Gabriel Ferreira; Mateus Bosse; Nayara Carvalho; Enrico Monteiro; Leandro Barbosa; Lia Rezende; Luis Felipe Cardoso; Marina Urbieta; Thais Mariquito; Vitória Gonçalves Edição e Diagramação Cristiane Turnes Armando Júnior Leticya Bernadete Contato mergulhodiario@gmail.com facebook.com/mergulhodiario (32) 2102-3612
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CIDADE
PROCON/JF PROMOVERÁ FISCALIZAÇÃO EM AÇOUGUES DA CIDADE A ação envolve visitas aos locais de venda de carne para verificar armazenamento
Por Vitória Gonçalves
Segundo a assessoria do Procon/JF, será formada uma força tarefa em conjunto com representantes da Vigilância Sanitária e das secretarias de Agropecuária e Abastecimento (SAA) e Atividades Urbanas (SAU), para visitar e fiscalizar os locais de venda de carne na cidade. A ação ainda não tem previsão de início, mas os setores envolvidos garantem que reuniões já estão sendo feitas e que em breve será iniciada.
vendas, mas cresceu o interesse por parte dos consumidores em saber a procedência do que vão comprar. A dona de casa, Maria Aparecida, moradora do bairro Jardim Esperança, confessa que antes dessa polêmica envolvendo grandes empresas, não se preocupava na hora de comprar: “Eu nunca perguntei. Quando ia em açougue principalmente. No mercado até via qual era a marca da carne, mas não me importava. Agora, com as mais famosas envolvidas nesse escândalo, não sei mais qual comprar”.
FOTO: PJF
Após a divulgação das investigações da Operação “Carne Fraca”, o Procon/JF declarou que fiscalizará a distribuição e venda de carne na cidade.
Orgãos responsáveis vão visitar estabelecimentos de venda de carne
que vendas não iam bem antes do escândalo, mas “não mudaram muito não. Agora as pessoas perguntam mais, de onde veio a carne, como é armazenada, mas no fim não deixaram de comprar”. Segundo ele, já ocorre periodiNos açougues da cidade ainda O proprietário do açougue Bom camente uma fiscalização por não foi notada diminuição nas Bife, Marcos Rodrigues, afirma conta dos órgãos responsáveis.
ENTENDA O CASO mente e a quantia de propina paga, pode-se afirmar que foram vendidos a mercados nacionais e internacionais, o que abalou as ações da BRF e da JBS, que sofreram queda no Ibovespa.
A fim de acalmar os rumores e numa tentativa de impedir que as exportações sejam prejudicadas, Temer se encontrou ontem (19) com Existem indícios de que as fraudes cometidas embaixadores dos 33 países que mais importam envolvem venda de produtos reembalados após o carnes do Brasil Ao final da reunião, todos foram vencimento, carnes impróprias para o consumo, convidados para participar de um churrasco. com excesso de água e contendo de ácido O presidente apresentou números para mostrar que ascórbico para maquiar os problemas da carne. os casos investigados pela PF são pequenos e pontuais Grandes nomes do setor estão sendo acusados, para comprometer o sistema brasileiro de fiscalização. como os grupos BRF Brasil e JBS, responsáveis por marcas como Perdigão, Sadia, Seara e Friboi. Essa operação, segundo a Polícia Federal, pode ser considerada a maior realizada pela instituição, e já chegou a envolver também partidos políticos. A PF afirma que o dinheiro usado para fraudar as fiscalizações também foi repassado para integrantes do PP e do PMDB. Apesar de não se poder ainda estimar a quantidade de produtos comercializados indevida-
FOTO: TODO DIA UOL
Na última sexta-feira (17), foi deflagrada pela Polícia Federal, a Operação “Carne Fraca”, investigação que envolve servidores do Ministério da Agricultura, políticos, assessores de parlamentares e cerca de 30 empresas do ramo alimentício. A acusação é de que existe um esquema de corrupção que libera a comercialização de produtos sem fiscalização devida.
Temer almoça com embaixadores de países que importam carne brasileira
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PROFESSORES MUNICIPAIS NEGOCIAM REAJUSTE SALARIAL Executivo ofereceu 0,3% de aumento à categoria. Reivindicação equivale a 7,64% Por Gabriel Ferreira
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FOTO: REPRODUÇÃO GOOGLE
As negociações entre os professores da rede municipal e a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) estão em andamento desde o mês de dezembro. A maioria dos trabalhadores da categoria está em greve desde a última quarta em razão do movimento nacional contra o desmonte da previdência. A Lei 11.738, sancionada pelo ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, regulamenta o piso salarial profissional nacional para quem exerce o magistério público. O reajuste reivindicado pela categoria equivale ao índice estabelecido a nível nacional pelo piso. “A nossa demanda corresponde a 7,64% de reajuste, o que é nosso direito de acordo com a Lei 11.738, de 2008. Já tivemos cerca de seis reuniões com a Prefeitura e estamos discutindo as pautas”, comenta Maria Aparecida de Oliveira, coordenadora-geral do Sindicato dos Professores (Sinpro) de Juiz de Fora, a respeito das negociações entre o sindicato e o órgão municipal. O piso salarial que consta na Lei sancionada em 2008 é de R$ 950,00 mensais, mas o valor é sujeito a reajustes e readequações, os quais são reivindicados e negociados pelo Sinpro-JF junto à Prefeitura anualmente. Em negociações que ocorrem entre os dois lados desde dezembro, o Governo de Bruno Siqueira ofereceu um aumento de 0,3% à categoria. O professor Cristian Baldi, da Escola Municipal Áurea Bicalho, contesta a proposta: “Eu espero que o prefei-
Aparecida de Oliveira (Sinpro) e Bruno Siqueira discutem reajuste salarial dos professores municipais
to tenha sensibilidade. Ele quer dar 0,3% de aumento. Isso não existe. Na atual conjuntura, eu acho isso uma afronta”. De acordo com Maria Aparecida, “o Sinpro discute junto à Prefeitura a abertura de novos concursos públicos para o magistério”. Além do reajuste salarial, os concursos configuram outro ponto relevante da pauta ainda em discussão. Questionada a respeito das negociações, a assessoria de comunicação da Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) não respondeu à reportagem até o fechamento desta edição. Os professores da rede municipal são divididos em duas categorias: Professores Regentes A (PR A) – professores alfabetizadores – e Professores Regentes B (PR B) – professores específicos de matérias como Matemática, Português, Geografia, etc. Os docentes em estágio inicial na carrei-
ra pertencem ao PR A, ao passo que os docentes em estágio avançado são correspondentes ao grupo PR B.
Conciliação no TJMG
No ano passado, os membros da categoria atravessaram uma longa negociação com a PJF que se encerrou somente após conciliação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em audiência realizada no fim do mês de julho. Na ocasião, além dos professores, os servidores municipais também entraram em greve no dia 15 de junho, mas suspenderam-na no mesmo dia do acordo firmado no Judiciário. Os reajustes foram realizados para atingir a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período entre maio de 2015 e janeiro de 2016. Os servidores de base conquistaram 7,19% de reajuste e os professores 10,67%.
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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO SEGUE NA CÂMARA DOS VEREADORES Segunda reunião está marcada para hoje. Na última semana vereadores vetaram projeto em primeira discussão apesar de apelo do líder do governo (PV) Por Bárbara Guimarães
FOTO: UFJF
Está marcada para hoje a segunda reunião dos vereadores na Câmara Municipal de Juiz de Fora para analisar o texto do Plano Municipal de Educação. O plano trata dos direitos humanos, plano de carreira, formação continuada, valorização do magistério e outras metas, tendo sido discutido em 2015, durante cinco meses. O documento foi entregue a PJF para ser analisado e posteriormente votado na Câmara Municipal de Juiz de Fora. Porém, no ano passado, durante a tramitação, o documento foi retirado pela prefeitura para que o texto fosse modificado. As principais mudanças foram: a valorização do magistério e o plano de carreira. Entretanto, o sindicato dos professores não está de acordo com o texto atual e questiona, agora em âmbito legislativo, a aprovação do Plano. Segundo uma das coordenadoras do SINPRO, Maria Lúcia Lacerda, o texto “sofreu alterações significativas que comprometem a qualidade do Plano Municipal de Educação. Nós enviamos o texto original para os vereadores junto com uma carta de repúdio do sindicato e esperamos um compromisso por parte deles na hora de votar”. Como norma do Governo Federal, todos os munícipios devem entregar para o Ministério da Educação a lei sancionada até 31 de março. Com o prazo apertado existe por parte dos vereadores da base aliada uma certa pressão para aprovação do projeto dentro da
Vereadores discutem possíveis mudanças no Plano Municipal Câmara. Na última sexta-feira houve a primeira reunião por parte dos vereadores para discutir possíveis mudanças. Contudo, a votação acabou sendo adiada para hoje, após o vereador do PT, Betão, pedir direito de vista do texto, ou seja, teve direito de ficar 24 horas com o material para propor modificações. A diretoria da casa, formada pelo Partido Verde, tentou fazer com que o vereador voltasse atrás e votasse à favor do texto de imediato, mas não adiantou. O vereador da base oposta reforçou o direito de que emendas sejam criadas. Agora, em etapa final, faltando 11 dias para o prefeito Bruno Siqueira sancionar a lei, o projeto segue na Câmara. A expectativa da base aliada é que hoje o projeto possa ser fechado com pequenas alterações. Já os parlamentares de
oposição afirmam ser firmes para tentar garantir direitos da classe de professores. SAIBA MAIS O Plano Municipal de Educação é um documento que define metas educacionais para o município por um período de 10 anos. Trata-se de uma exigência prevista na Lei Federal nº 13.005, que instituiu o Plano Nacional de Educação. Em JF, o PME visa reafirmar a educação escolar como um direito inalienável de todos e responsabilidade do Estado em sua garantia, assegurar que a educação escolar com qualidade social seja efetivada como tema estratégico de Estado, consolidar as instituições de ensino como espaços coletivos de produção e disseminação de conhecimentos. 5
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BEM COMUM PROMOVE AÇÃO PELO DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN Evento tem como objetivo dar visibilidade ao tema, reduzindo o preconceito gerado, muitas vezes, pela falta de informação Por Anna Carolina Cavalcante foto: Blog RM
O dia 21/03 foi escolhido para ser o Dia Internacional da Síndrome de Down pois representa a alteração genética no cromossomo 21, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com 3 exemplares (trissomia). Oficialmente estabelecida em 2006, essa data tem por finalidade dar visibilidade ao tema, reduzindo a origem do preconceito: a falta de informação correta. É com esse objetivo que o Bem Comum, projeto da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Juiz de Fora, está promovendo uma ação hoje. Com o lema “encurtar o caminho entre quem quer ajudar e quem precisa de ajuda”, o Bem Comum atua para melhorar a vida das pessoas e, consequentemente, tornar 6
Juiz de Fora uma cidade melhor de se viver. Para isso, investe em ações para programas sociais e conta com parceiras de Organizações Não Governamentais (ONGs) e de empresas públicas e privadas. De acordo com a assessoria do projeto “é importante que falemos do assunto para conscientizar a população sobre o tema, queremos convidá-los a saber mais. Muitas pessoas ainda acumulam um certo pré conceito e quando se busca mais informações, fica fácil saber que somos todos diferentes uns dos outros e isso é normal.” A ação acontecerá hoje, à partir das 14h30, no Instituto Médico Psico Pedagógico (Imepp), passando pelo Departamento de Saúde e do Adolescente (DSCA) e contará com a presença dos Doutores do
Amor, que irão conversar com os frequentadores das instituições, portadores da síndrome e seus familiares. Haverá, também, brincadeiras e jogos lúdicos, fornecidos pela Prefeitura de Juiz de Fora. Apesar da ação ser voltada para assistidos e suas famílias, qualquer um poderá ao evento.
Mais informações: Instituto Médico Psico Pedagógico (Imepp) - R. Barão de Santa Helena, 322-386 - Centro Departamento de Saúde e do Adolescente (DSCA) - R. São Sebastião, 776 - Centro Bem Comum - (32) 9690-7246
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Concessões de rádio e tv ufjf continuam em negociação
Fadepe não teria como manter a televisão e tenta a transferência do processo para a UFJF FOTO: DIVULGAÇÃO UFJF
Por Enrico Monteiro “Para garantir a subsistência das emissoras, haveria esse Apoio Cultural, mas não poderia gerar lucro para a televisão”, lembra Iluska. PLANEJAMENTO A diretoria da Fadepe já se reuniu com o reitor, Marcus David, para tratar sobre o tema. Além disso, os diretores já entraram em contato com outras Universidades que tem televisão própria, como a do Pernambuco, Mato Grosso do Sul e a do Espírito Santo. Segundo Iluska, “é importante que tenhamCanais de Rádio e TV foram outorgados em cerimônia em novembro de 2009, no Muos conhecimento de locais pareciseu de Artes Murilo Mendes. Desde então, a concessão não avançou muito dos com Juiz de Fora em tamanho, por isso a escolha de Cuiabá e ReConcessionada em 2009, pelo en- PROBLEMA tão ministro Hélio Costa, os proje- Na diretoria do projeto na cife, que foi, inclusive, a primeira tos da Rádio e TV UFJF estão para- FADEPE, estão os professores Tv Universitária do país”. dos no Ministério Público Federal. Cristiano Rodrigues, Flávio Lins O projeto da rádio está mais adi- e Iluska Coutinho, junto com o HISTÓRICO antado, com a frequência já defin- técnico Vinicius Fasa. Além dis- Os primeiros passos para a ida - 100,7 FM - mas, assim como o so, o diretor da Faculdade de Co- Rádio e TV UFJF foram dados municação, Jorge Felz, e o Diretor em novembro de 2009, quando o da TV continua no papel. Mesmo com o processo parado, a de Imagem Institucional da UFJF, então ministro Hélio Costa esteve Fundação de Apoio e Desenvolvi- Márcio Guerra, ajudam o proje- no Museu de Arte Murilo Mendes mento ao Ensino (Fadepe) estuda to. Iluska explica que um grande (MAMM) para assinar a outorga passar a concessão da Rádio e TV problema é a concessão da Fadepe, dos sinais da rádio e da tv. UFJF para a própria Universidade, que diferente de outros institutos Depois de cinco anos, o assunto por falta de recursos para manter de outras Universidades, é uma voltou a ser discutido em 2014, fundação mais geral, sem foco na cerimônia de transmissão da os meios de comunicação. Para que a Universidade assu- para televisão e rádio, como a das troca de reitores entre Henrique ma o projeto são necessárias duas Universidades Federais de Lavras Duque e Júlio Chebli. Duque, em seu último discurso, falou sobre a etapas: a do Ministério Público e Uberlândia. Estadual aprovar a transferência, A professora fala também so- frequência disponibilizada para a e depois a Universidade aceitar, o bre um dos problemas enfren- UFJF. Desde então, o processo não que dependeria do Conselho Su- tados, que seria o de não ter pa- obteve mais avanços, sobretudo perior, que reúne representantes trocinadores, e sim apoiadores desde a troca de governo no ano passado. culturais. de todos os setores 7
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Uso indevido da represa contraria lei municipal Mananciais que abastecem Juiz de Fora têm suas finalidades desviadas para atividades de lazer FOTO: REPRODUÇÃO GOOGLE
Por Nayara Carvalho
Pessoas usam a represa João Penido para fins de lazer Segundo o IBGE, hoje, mais de 560 mil moradores de Juiz de Fora se beneficiam de represas e recebem água tratada em suas casas, a partir da captação de um riacho (o Ribeirão Espírito Santo) e três mananciais, o João Penido, o São Pedro e Chapéu D’Uvas. Entretanto, o recurso têm sido utilizado para a diversão de uma pequena parcela da população, que usa as represas para práticas esportivas. Existem leis municipais que proíbem tais ações, mas por terem sido criadas nas décadas de 70 e 80, estão ultrapassadas e carecem de regulamentação, ficando assim sem efeito nenhum nos dias de hoje. Na represa João Penido é possível observar movimentação de embarcações, sem qualquer vigilância das autoridades. Há ainda “píeres”, que são ilegais, e servem para o embar8
que e desembarque de lanchas. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Atividades Urbanas (SAU), existe uma fiscalização dos manancias e do seu entorno, juntamente com a Polícia Ambiental, “sendo lavrados autos de infração e embargo de construções”, e esses mesmos autos são remetidos ao Conselho Municipal de Meio Ambiente. Outro exemplo do uso indevido desses mananciais foi o acontecido na Represa dos Ingleses, mais conhecida como manacial São Pedro, que abastece moradores da Cidade Alta, o que representa 8% da população juiz-forana. A lei 5.005/76 impede a “natação nos manancias e seus tributários”, e mesmo assim há duas semanas um “triatlo” ocorreu na Cidade Alta e uma das provas, de nado, aconteceu na re-
presa. Foto e vídeos publicados nas redes sociais mostram várias pessoas entrando na água ao mesmo tempo, o que não deveria acontecer, já que a água é utilizada para abastecimento humano. A Cesama não tinha autorizado o evento e só ficou sabendo que ele foi realizado um dia depois. O evento, além de ter sido feito sem autorização, também utilizou de um bem público para interesse privado; cada participante do triatlo pagou uma taxa de R$220. “Não achei legal a corrida, tumultuou o bairro, além do mais eles ‘sujaram’ a água que eu e minha família bebemos, tomamos banho. Cadê a fiscalização? Qualquer um entra lá e pode nadar? Quem sofre com isso tudo somos nós, moradores”, disse Maria do Carmo, 52 anos, moradora da Cidade Alta.
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Moradores reclamam de aumento nas contas de água Consumidores apontam alta de quase dez vezes entre fevereiro e março
Juiz de Fora da Depressão/Facebook
Por Thaís Mariquito
Em página do Facebook, centenas de usuários reclamam do mesmo problema Os valores das contas de água têm causado espanto nos juiz-foranos esse mês. Nas redes sociais, centenas de moradores estão reclamando do aumento repentino. Em alguns casos, a conta chegou a vir até dez vezes mais cara que em fevereiro. Muitos apontam a troca recente dos hidrômetros pela Cesama como uma das causas. Segundo a companhia, a substituição é rotineira e motivada pelo desgaste do aparelho, que pode mensurar o consumo de forma imprecisa e impedir a identificação de “vazamentos invisíveis”. Só em fevereiro, mais de três mil aparelhos foram substituídos na cidade. Porém, outras pessoas afirmam que os valores vieram alterados mesmo para quem não trocou o hidrômetro, como é o caso da professora Clarissa Coutinho. “Pago R$45, normalmente. Em janeiro, como viajei de férias, paguei R$15. Esse mês, estão me cobrando R$345. Fiz
todos os testes recomendados para verificar vazamentos e não encontrei nada. Não há qualquer justificativa para esse aumento.” Na página do Facebook Juiz de Fora da Depressão, mais reclamações. “Eu pago há muito tempo um consumo de 5 a 8 m³ a agora vem 110 m³. Como uma casa com dois adultos e duas crianças pode gastar este valor?”, contestou uma usuária. “Achei que fosse só aqui em casa, mas pelo visto a cidade toda está assim. Aqui pagamos R$70, no máximo, e esse mês estão nos cobrando R$210”, respondeu outra. Segundo Leonardo Campos, assessor de comunicação e ouvidoria da Cesama, “a alteração excessiva no consumo usualmente pode ocorrer em função de algumas variáveis, como vazamento não identificado, leitura incorreta e acúmulo de consumo” e orienta que, em caso de dúvida sobre o valor cobrado, se procure a central
de atendimento ao cliente. Mas Clarissa reclama do atendimento: “Fui tratada com descaso e um dos funcionários ainda fez piadas de mau gosto. Alegaram que esse valor que estão me cobrando é por ‘média de consumo’. Acionei o Procon e a advogada me disse que o ganho é certo”. Leonardo explica que as providências a serem tomadas variam de acordo com a situação: “Em caso de leitura incorreta, a conta pode ser refeita com a apresentação da leitura real; se identificado vazamento, a conta poderá ser refeita com aplicação de um ‘desconto’, previsto na Resolução 05/2014; em caso de acúmulo de consumo, o valor poderá ser parcelado; e os demais casos poderão ser tratados individualmente”. A agência de atendimento da Cesama funciona na Av. Getúlio Vargas, 1001 – Centro, de 7h30 a 18h. Para atendimento por telefone, disque 115. 9
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Cesama dá início a obras no bairro industrial Mudanças fazem parte do conjuntos de Obras da Nova Subadutora do São Pedro
FOTO: ACESSA.COM
Por Luis Felipe Cardoso
Companhia de Saneamento Municipal
A partir dessa segunda-feira, a Cesama (Companhia de Saneamento Municipal) da sequência as obras da nova subadutora do São Pedro. Ao todo são 24 metros de rede de sucção de água no túnel subterrâneo montado na linha férrea do Bairro Industrial. Segundo a assessoria de imprensa da Cesama, as obras têm o objetivo de reforçar o abastecimento nas re-
giões íngremes de Juiz de Fora, principalmente na Cidade Alta. Com um orçamento de R$ 16 milhões de reais, a Cesama espera encerrar a obra nos próximos meses, ainda sem data definida. Além da nova subadutora, as obras também incluem intervenções no loteamento no Parque das Águas e nas comunidades do Caiçaras e São Pedro, incluindo a transposição do córrego local.
Em decorrência das obras, o transito sofrerá modificações. A rua José Manoel de Oliveira ficará totalmente interditada. No trecho entre a Avenida Coronel Vidal e a rua Hélio Tomaz, a interdição será parcial. Denis de Assis Silva, funcionário da equipe de manutenção Bradil Gourmer, relata que estava levando seu pai ao médico e acabou se atrasando devido ao tumulto “a obra está interditando cerca de 300 metros da pista que vai sentido Zona Norte/ centro. A pista da direita fica toda interditada com cones, forçando os motoristas a irem para a pista da esquerda, o transito fica lento as vezes”. Denis ainda ressalta que existem três vias que ligam ao centro mas devido à má condição do trajeto, só lhe esta enfrentar o transito. As intervenções nas ruas acontecem de 7 as 17h e a previsão é que as obras nessa região durem até a próxima sexta-feira, 24 de março.
Domingo de roubos em Juiz de Fora Polícia Militar registra três ocorrências entre domingo e segunda-feira. No período entre 6h da manhã do último domingo, até as 6h do dia seguinte, Juiz de Fora registrou, duas ocorrências de roubo e uma furto de veículo, nas ruas da cidade. Segundo a PM, a primeira ocorrência de roubo ocorreu por volta de 11h28 da manhã, na rua Bernardo Mascarenhas, no bairro Fábrica. A vítima de 22 anos, relata que o roubo ocorreu quando entrou no ônibus da linha Milho Branco, na noite anterior. O morador teve o celular roubado. 10
Próximo às 21h, outro roubo foi registrado. Dessa vez aconteceu em uma padaria, na Rua Bady Geara, no bairro Ipiranga. Segundo a proprietária do estabelecimento, durante o fechamento do caixa, um indivíduo armado entrou na padaria e anunciou o assalto. O assaltante ordenou que todos se abaixassem e logo em seguida dirigiu-se ao caixa e retirou todo o dinheiro. Segundo a gerência do estabelecimento, o assaltante não agiu sozinho. A população lhe informou que durante o assalto ha-
via uma outra pessoa esperando do lado de fora, em cima de uma moto. Apesar do estabelecimento conter câmeras, não foi possível identificar os suspeitos. No início da segunda-feira, por volta de meia noite e meia, um veículo foi furtado no bairro Araújo. A vítima relata que estacionou o veículo na rua Maria Eugênia e seguiu até um bar para encontrar uns amigos. Retornou cerca de 30 min depois e o carro não estava mais no local.
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ECONOMIA
JUIZ DE FORA REGISTRA NOVA QUEDA NA TAXA DE EMPREGADOS Empreendedorismo é opção de muitos para driblar a crise. Segundo o SebraeMG, microempreendedores cresceram 45% nos últimos dois anos Por Mateus Bosse
va. Todos os setores apresentaram queda, e somados chegam a 2,52%. No período, são 3.391 empregos formais a menos. Muitas pessoas aproveitam o desligamento do emprego para empreender. Com inovação e criatividade, conseguem driblar a crise e se fixar no mercado. De acordo com o Sebrae-MG, o estado apresenta crescimento de 45% de Microempreendedores Individuais(MEI) nos últimos dois anos, e no ano de 2016 foi responsável por 11% dos MEI do país. O estudante Vinícius Polato, de 23 anos, resolveu empreender após ficar desempregado. Junto da esposa, apostou no ramo alimentício para faturar. A produção caseira de brownies que era destinada aos colegas de sala cresceu,
ganhou perfil nas redes sociais e invadiu balcões de restaurantes e bares conveniados que revendem os produtos. No carnaval, o casal marcou presença nos blocos para matar a fome dos foliões. O sucesso do negócio permitiu que a produção fosse diversificada. O brownie ganhou recheio, diversos tamanhos e formatos. O mais recente é a transformação em ovo de páscoa, aposta da dupla para o próximo feriado. Vinícius deu a receita para quem quer ter sucesso empreendendo “Usar as redes sociais para dar visibilidade ao negócio é fundamental. Buscar parcerias, realizar sorteios também ajuda bastante”. Para ele, existem muitos negócios com potencial que acabam não dando certo por falta de visibilidade.
DADOS: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
O Ministério do Trabaho e Emprego divulgou o balanço de fevereiro sobre a evolução do emprego por setor de atividade econômica. Dentre os oito setores presentes na avaliação, nenhum realizou mais admissões do que desligamentos. No total, a cidade de Juiz de Fora registrou 391 demissões a mais do que contratações, resultando em queda de 0,3% na taxa de emprego. No ano de 2017, apenas o setor de Indústria de Transformação apresentou números positivos. Os outros sete registram queda. No total anual, são 7.792 admissões e 8.735 desligamentos. Saldo negativo de 943 empregos e queda de 0,71% em relação ao ano de 2016. A avaliação dos últimos 12 meses é ainda mais expressi-
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POLÍTICA
COMBATE À PEDOFILIA É TEMA DE DISCUSSÃO NA CÂMARA
Projeto de Lei propõe ações entre o poder público e ONGs no incentivo à conscientização, identificação e denúncia em casos de abusos Fonte: Cartilha Ministério Público do Paaná incentiva a identificação e denúncia contra casos de viol}encia e abuso contra crianças
Por Armando Júnior
No Brasil, cerca de 20 crianças de 0 a 9 anos são atendidas diariamente nos hospitais do Sistema Único de Saúde vítimas de abuso sexual. Em 2012, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) registrou 7.592 casos de pedofilia (sem considerar os casos de subnotificação). Segundo a Organização das Nações Unidas, 20%, ou seja, uma em cada cinco mulheres de até 18 anos sofreram ou vão sofrer algum tipo de violência sexual no mundo. Diante da relevância do tema, a Câmara Municipal de Juiz de Fora discute ações para combater casos de abuso contra crianças e adolescentes na cidade. O projeto de lei foi apresentado na última quinta-feira, 16, pela vereadora Sheila Oliveira (PTC) e propõe 12
ações públicas contra a pedofilia e outros casos de violência infantil. A vereadora informou, através de sua assessoria, que o projeto pretende combater essa prática criminosa através de parcerias com ONGs e o poder público a fim de estabelecer regras de proteção contra as agressões físicas e psicológicas, além de políticas de conscientização e denúncia. O Projeto Uma das ações propostas pelo PL seria incorporar palestras nas escolas e promover a qualificação de profissionais para a identificação dos casos de violência. A proposta prevê também a regulamentação dos servidores de internet estabelecidos na cidade. As operadoras terão que manter atu-
alizados os dados das páginas que hospedam, especialmente as que tratam de assuntos direcionados às crianças e adolescentes. Além disso, estabelecimentos como hotéis e casas noturnas deverão expor placas, em locais visíveis, com mensagens alertando que pedofilia é crime. Lei Federal 11.577 de 2007 já previa a afixação de placas de conscientização contra a exploração sexual e tráfico de crianças e adolescentes. O projeto de lei segue agora para comissões da Câmara onde será avaliado antes que seja colocado em plenário para discussão dos vereadores. Caso aprovado no Legislativo, o PL segue para o aval do Executivo. Denúncias de casos de violência ou abuso sexual podem ser feitas, anonimamente, pelo Disque 100.
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ESPORTE
JF Vôlei perde para o Taubaté Pela primeira vez nas playoffs da Superliga, time juizforano encheu o ginásio em uma partida emocionante e equilibrada no sábado Foto: Enrico Monteiro
Por Lia Rezende
Ginásio lotado e torcida animada no jogo de sábado do JF Vôlei pelos playoffs contra o Taubaté Pela primeira vez, o JF Vôlei chega às quartas de final na Superliga Masculina de Vôlei. O primeiro jogo das playoffs foi novamente contra o Funvic Taubaté, equipe que já havia disputado a fase classificatória com o JF Vôlei na semana anterior, no mesmo ginásio da Faculdade de Educação Física da UFJF, quando o time juizforano ganhou por 3 sets a 2. O resultado, no entanto, não se repetiu nesse último sábado, 18. Apesar de apertada, a partida terminou a favor da equipe paulistana, que venceu por 3 sets a 0. Se engana, porém, quem resume o jogo ao seu placar, pois a disputa por cada set foi bem equilibrada. O torcedor acompanhou um primeiro set emocionante chegar aos 29 x 27 e se encerrar com o saque agressivo de Lucarelli, ponteiro do Taubaté. “Nossa concentração no saque e na defesa, em conjunto com o con-
tra-ataque, foi importante. O bloco funcionou melhor, e o sistema defensivo também. A gente sabe da dificuldade que é jogar aqui dentro, o que valoriza ainda mais a nossa vitória e nos dá a certeza de estar no caminho certo”, conta Raphael, levantador do Taubaté. A equipe paulistana soube aproveitar os três jogadores olímpicos, Wallace, Éder e Lucarelli, e investiu habilidosamente tanto na força quanto na precisão das boladas. O técnico Cezar Douglas acredita que a partida da semana anterior foi fundamental para “adaptarmos o jogo ao time e ao ambiente de Juiz de Fora. Usamos o tempo técnico pra conseguir quebrar o ritmo do adversário e percebemos uma estratégia bem definida de Juiz de Fora, que não vou nem citar. Basta dizer que ela funcionou”, afirma o treinador. O Taubaté chegou a ganhar até
6 pontos de vantagem ao longo de um segundo set disputado, e fechou o placar a 25 x 23. O terceiro e último, por sua vez, terminou em 25 x 18 e contou com uma série de bonns saques de Wallace, além de belos ataques de Renan, o mais alto e o maior pontuador da equipe juizforana. “Eles vieram com a mesma filosofia de forçar o saque e tiveram muito sucesso ali. Em um jogo como esse, a atenção tem que estar aos detalhes. Estudamos bem essa equipe. Agora temos que pensar no jogo de quinta, ver os vídeos pra descobrir nossas falhas e melhorar a próxima partida”, avalia o líbero Fabio Paes, do JF Volei. Para Henrique Furtado, técnico do JF Volei, o destaque vai para a garra do time: “Senti o grupo focado, lutando, guerreiro. A mesma coisa que eles fizeram no campeonato inteiro. Não deixamos de buscar a vitória nem quando estávamos atrás. É um nível de dificuldade muito elevada, um contra-ataque muito poderoso e grandes atacantes, que aproveitaram muito bem todas as chances que nós demos. Temos que evoluir principalmente no ataque pra próxima partida.” O torcedor Marcelo Augusto, mesmo satisfeito pela campanha história do JF Volei, não deixa de se preocupar com as duas próximas partidas, que acontecerão no estádio do Abaeté, em São Paulo. “Ainda temos quatro jogos pela frente, e precisamos ganhar pelo menos dois deles pra chegar à semi-final. Vai ser difícil ganhar sem a torcida e a familiaridade da quadra, mas seguimos positivos e orgulhosos”, conclui. 13
MERGULHO DIÁRIO
Juiz de Fora, 20 de Março de 2017
CULTURA
vídeos ganham força nas redes sociais Criadores de conteúdo têm ganhado cada vez mais espaço com a nova era digital
FOTO: REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Por Elias Arruda
Butecomédia: Humorista lair Braida e Alan Pandeló . 85 milhões de brasileiros assistem a vídeos online. A pesquisa divulgada pela Revista Exame mostrou ainda que mais de 82 milhões assistem aos vídeos através do Youtube. Ao buscar um espaço para a divulgação de seus trabalhos muitos grupos criam canais na internet, é o caso do publicitário e humorista Alan Pandeló. Natural de Leopoldina, ele divide os palcos com o humorista juiz-forano Lair Braida. Os dois são os responsáveis pela criação dos vídeos do grupo Butecomédia “Geralmente os nossos vídeos são de situações do cotidiano em que enxergamos um lado cômico. Gostamos também de abordar os assuntos de maior repercussão da mídia na atualidade”. O Butecomédia divulga os vídeos através do Youtube e Facebook. São mais de 30 vídeos lançados, alguns ultrapassando a marca de 60 mil 14
visualizações “ Um dos vídeos de maior repercussão que temos é um onde fazemos o Lula sendo preso pela polícia federal, mas ao invés do ex presidente, quem era preso era o Lula Molusco do desenho Bob Esponja”. O vídeo chegou a mais de 60 mil visualizações. Além de temas da atualidade, paródias musicais, esquetes e vídeos com personagens são feitos quinzenalmente “Somamos agora mais de 300 mil visualizações, a nossa meta é chegar em meio milhão”. Seguindo a mesma linha o ator Juiz-forano Adelino Benito é um sucesso nas redes sociais. Atualmente ele está em São Paulo com a peça “Irmãs Gêmeas”. O espetáculo dirigido por Gustavo Mendes estreou com a casa cheia. A divulgação dos trabalhos do humorista aconteceu através das redes sociais “A ideia foi me fazer próximo a cidade. Va-
mos produzir com frequência vídeos bem humorados que complementem a divulgação que já é feita em outros veículos.” Através do Canal “Benito Produções” o ator divulga vídeos de personagens e peças. Os vídeos mais vistos no Canal é da personagem “Mãe Foicinha”. Briga por Mercado: Youtube e Facebook estão em um duelo para dominar a rede de vídeos online. Tentando driblar os vídeos do Youtube, o facebook decidiu alterar o algoritmo da platarfoma para dificultar o compartilhamento dos vídeos da concorrente. Diferente do Facebook, o Youtube faz a divulgação de vídeos através do interesse dos usuários. Caso o interessado consiga um grande número de visualizações e seguidores ele é recompensado financeiramente. Resta ao usuário escolher a melhor opção para a divulgação de seu trabalho.
MERGULHO DIÁRIO
Juiz de Fora, 20 de Março de 2017
CULTURA
Globo INVESTE EM PROGRAMAÇÃO PARA ATRAIR PÚBLICO LGBTTI
FOTO: REPRODUÇÃO GLOBO
Por Leandro Barbosa
Série de reportagens do Fantástico aborda questões de gênero A temática de gênero e sexualidade tem ganhado repercussão na sociedade e tido grande visibilidade na programação da Rede Globo de Televisão. No último domingo, o Fantástico exibiu mais um episódio da série de reportagens “Quem sou eu?” que trata do universo das pessoas trans. Também em fevereiro o tema foi abordado nos programas Amor e Sexo e Encontro com Fátima Bernardes. Vale lembrar que ainda este ano estreia “A flor da pele”, novela de Glória Perez que trará o tema como assunto principal. É claro que um assunto tão sensível à sociedade, merece a devida atenção ao ser abordado. Segundo Grupo Gay da Bahia (GGB), o Brasil é o país que mais mata gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais: a cada 28 horas ocorre um assassinato de pessoas LGBTTIs. O GGB divulga anualmente dados de crimes contra a comunidade; segundo o Grupo, até 29 de dezembro de 2016 haviam sido registradas 329 mortes. De acordo com o estudo, se somadas as mortes de travestis, mulheres e homens trans chegam a 143, quase metade dos casos, atrás apenas dos 162 assassinatos de pessoas gays. Conforme o levantamento, parte das mor-
tes (195) ocorreu em via pública, por tiros (92), facadas (82), asfixia (40) e espancamento (25), entre outras causas violentas. A transexual Bruna Leonardo Mesquita, militante do grupo VisiTrans, tem acompanhando a série do Fantástico e enxerga a abordagem como positiva. “Muito se condena e pouco se ouve, também nos é pouco permitido falar sobre transexualidades e travestilidades. O tema tem sido tratado de maneira bem didática e isso é fundamental para desconstruir preconceitos. Qualquer um, independente do grau de instrução; consegue entender o que a gente passa, o que sofre, e aquilo que a gente realmente é.” Para Bruna, a visibilidade que o assunto está tendo é fundamental, quanto mais se falar de identidade de gênero, mais as pessoas vão ver com mais naturalidade e respeito. A militante avalia que a mídia está cumprindo um papel que deveria ser do governo, das escolas, e até mesmo do Sistema Único de Saúde (SUS), que é o de mostrar essas realidades. “Por mais que digam que o tema está sendo muito abordado, ainda é muito pouco diante da violência que
sofremos todos os dias. Mesmo sendo pela audiência, a pauta contribui para que mais pessoas se informem e deixem de nos ver como algo tão distante de suas realidades,” conclui. O militante do Coletivo Duas Cabeças, Juber Pacífico, apesar de perceber esse teor mercadológico na programação da emissora, também tem uma boa percepção dessa abordagem. “É muito positivo ter programas discutindo as questões LGBTTIs e as de diversidade sexual e de gênero. Até pouco tempo não se falava nisso, agora praticamente toda semana há pelo menos um programa abordando o assunto. Por mais que a informação seja enviesada, não seja 100 % correta no sentido da maneira como realmente deve ser discutida; é importante que a sociedade tenha acesso a esse debate,” ressalta. Para o professor Wedencley Alves, doutor em análise do discurso, só a visibilidade não garante que o tema seja percebido de maneira positiva. “Basta lembrar os programas humorísticos e novelas que sempre trazem personagens gays de maneira estereotipada e não fogem do clichê. O cinema realista, ao abordar favelas, só mostrou a questão do tráfico e não contribuiu para que tivéssemos outra percepção desses espaços,” exemplifica. “A Globo, por questões políticas, se afastou das questões sociais em seus programas jornalísticos, essas temáticas estavam mais vinculadas a programação de entretenimento. Agora, com a troca de governo, ela está correndo atrás desse público mais crítico que repercute nas redes sociais e faz com que o assunto ganhe mais notoriedade,” finaliza Alves. 15
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Juiz de Fora, 20 de Março de 2017
CULTURA
Problemas na manutenção de ambientes artísticos “O espaço é um gargalo para a classe artística e por mais que criemos ainda vai ser pouco”
FOTO: GRUPO DIVULGAÇÃO
Por Marina Urbieta
Fórum da Cultura, um dos espaços artísticos de Juiz de Fora
os atores procuram mais pelos não convencionais. O ano anterior foi um período de produções que fugiram formato de palco italiano. Além disso, Vinicius acredita que “novos lugares de apresentações cênicas e de produções locais faz surgir uma autoria e autonomia de criação.” O Andar de Baixo, por exemplo, foi usado para espetáculos do Corpo Coletivo, da Sala de Giz e do Rodrigo Portella.
Espaços e programação Uma das principais dificuldades Demanda por novos espaços artística de JF
apontadas por gestores de espaços de cultura em Juiz de Fora é a manutenção. Geridos por órgãos públicos, como a Funalfa, ou por produtores independentes o problema é uma constante. O Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, (CCBM), patrimônio tombado, enfrenta obstáculos junto ao órgão que o mantém: “O CCBM como uma edificação antiga sempre precisa de reparos e manutenção e aí esbarramos na morosidade do serviço público”, afirma o diretor Alexandre Gutierrez. Outros problemas de manutenção também ocorrem nos locais independentes, como a dificuldade angariar público e dar continuidade nas atividades para o espaço se auto sustentar. De acordo com um dos criadores do O Andar de Baixo, Vinicius Cristóvão, “apesar tudo, a principal dificuldade é a financeira. Para isso a gente organiza uma festa a cada mês, que conseguimos pagar pelo menos o aluguel”. 16
Além do problema de manutenção dos ambientes artísticos, também existe uma demanda por novos locais como o Teatro Paschoal Carlos Magno. Segundo a Secretaria de Obras da cidade, as construções continuam dentro do agendamento e a previsão é de inauguração no segundo semestre desse ano. De acordo com a atriz do Fórum da Cultura e professora da UFJF, Marcinha Falabella, a cidade possui diversos espaços, porém, proporcionalmente ao tamanho do município, é um número limitado “e o maior problema é que a grande maioria está em estado precário e com dificuldade de acesso” conclui. O surgimento de novos lugares artísticos em Juiz de Fora é um ponto positivo, segundo a atriz, pois, assim, desenvolve outras possibilidades de linguagens cênicas. “O espaço é um gargalo para a classe artística e por mais que criemos ainda vai ser pouco.” Para Alexandre apesar dos espaços tradicionais
Anualmente em Juiz de Fora acontece a Campanha Popularização de Teatro e Dança e o Festival Nacional de Teatro. Para Alexandre, Juiz de Fora possui uma ampla agenda cultural “pela diversidade de linguagens e pela ampla produção local”. O Andar de Baixo, completando um ano de inauguração em maio deste ano, vem conseguindo manter uma agenda. “Abrimos o lugar para peças e exposições, a fim de chamar diferentes públicos e nos consolidarmos na cidade” afirma Vinícius Cristóvão. Também os espaços já consolidados buscam estar em constante atividades. O Cine Theatro Central possui uma programação de shows, peças teatrais, apresentações de performances de dança e stand ups, e Fórum da Cultura possui anualmente peças do Grupo Divulgação, da Terceira Idade, do Mergulhão de Teatro e exposições.