MIT Revista 58

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d r i v e y o u r w o r l d

irMãos caMpana De Brotas para o mundo

leia TaMbéM a MiT no TableT


BTG Pactual: O Private Bank com a melhor estratégia de expansão global e a mais completa gama de serviços da América Latina.


• Best Private Bank for Growth Strategy • Highly Commended Best Private Bank in Brazil • Best Private Bank in Colombia • Highly Commended Best Private Bank in Chile Fonte: PWM/The Banker Magazine - Global Private Banking Awards 2014

BRASIL | CHILE | COLÔMBIA | PERU | MÉXICO | NOVA IORQUE | LONDRES | HONG KONG


Editorial Por feRNaNdO paIva, diretor editorial

drive your world

C

omo você vai perceber, a sua MIT Revista mudou. Mudou bastante. tornou-se mais abrangente porque a família de veículos Mitsubishi também mudou. Nos últimos anos, sem perder a essência

4x4, a marca dos três diamantes ampliou sua linha de modelos com o lancer e com os crossovers aSX e New outlander. Para acompanhar essas mudanças, refizemos nosso projeto gráfico-editorial. assim como na gama de carros Mitsubishi, a revista comporta agora o Mundo Urbano, o Mundo Sem Fronteiras e o Mundo 4x4. Você com certeza tem entre os amigos alguém totalmente movido a adrenalina urbana – que adora música clássica e não perde uma boa exposição de arte por nada deste mundo. Para eles, esta edição trata da cena gastronômica de Nova New Outlander

York e mergulha na vida e na obra dos irmãos Campana, dois dos designers mais premiados da atualidade. Nascidos e criados em Brotas, interior paulista, hoje eles vivem entre São Paulo-londres-Milão. Há aqueles que mesclam esse mundo urbano com esportes ao ar livre e com viagens para os mais diversos lugares do planeta. Exemplo singular desse mundo é o empresário-maratonista amilcar lopes Jr., de 51 anos. de segunda a sexta, ele comanda um grande negócio baseado em alta tecnologia, mas em seu tempo livre é detentor de tempos inacreditáveis em maratonas pelo planeta. os leitores com o dNa 4x4, claro, continuam contemplados com reportagens com alto teor de adrenalina. Você já tinha ouvido falar de andrea Moller? Essa paulistana mudou-se para o Havaí, tornou-se a rainha do downwind (stand up paddle em alto-mar) e, entre outras façanhas, foi a primeira mulher na história a surfar a temida onda gigante de Jaws. E então, caro leitor? Qual desses três mundos é o seu? Seja qual for, você vai encontrá-lo na MIT Revista. Se você tem um Pajero, uma l200 triton, um lancer, um aSX ou um New outlander, o que interessa é que você esteja no comando de seu mundo. Drive your world.

4

Mit revista

junho 2015







sumário n junho/julho/agosto 2015 n edição 58

Mundo 4x4

90

48 The Brothers

66 Na linha de frente

84 Andrea Moller

Depois de deixarem Brotas (sP),

A história de Amilcar Lopes Jr.,

uma das mais consagradas remadoras

os irmãos Campana estão entre os

o empresário que virou lenda

do planeta e primeira mulher a surfar

designers mais cultuados do mundo

entre os maratonistas amadores

Jaws, a paramédica está no topo

56 A onda dos gastropubs 72 The New Outlander

90 Esplendor amazônico

Cozinha com identidade e excelente

Com mais de 100 inovações na

A viagem dos 20 anos do mitsubishi

oferta de bebidas marcam o cardápio

linha 2016, o crossover esportivo

motorsports para o Cristalino Lodge,

desses pubs de Nova York

da mitsubishi segue na vanguarda

um paraíso no coração do Brasil

62 Arte em dobro

78 Durma na adega

96 Relatos selvagens

um dos museus mais populares

Quatro hotéis de luxo nos quais

As poucas e boas histórias que

do mundo, o Tate modern comemora

o hóspede dorme (e bebe)

fazem a fama das corridas de

15 anos planejando sua expansão

de frente para as vinícolas

aventura mundo afora

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kiko ferriTe

72

DivuLgAção

48

10

Mundo seM fRonteiRAs

ferNANDo LAszLo

Mundo uRBAno



D R I v E

y o u R

w o R l D

Publicação trimestral da Custom Editora Ltda. Sob licença da MMC Automotores do Brasil S.A. CONSELHO EDITORIAL André Cheron, Carolina Barretto, Fernando Julianelli, Fernando Paiva, Humberto Fernandez e Patrícia de Azevedo Poli REDAÇÃO Diretor Editorial Fernando Paiva fernandopaiva@customeditora.com.br Diretor Editorial Adjunto Mario Ciccone mario@customeditora.com.br Redator-chefe Henrique Skujis henriqueskujis@customeditora.com.br Repórter Juliana Amato julianaamato@customeditora.com.br Estagiário Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br ARTE Diretor Ken Tanaka kentanaka@customeditora.com.br Editor Guilherme Freitas guilhermefreitas@customeditora.com.br Assistente Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br Prepress Roberto Quevedo robertoquevedo@customeditora.com.br Projeto Gráfico Ken Tanaka PRODUÇÃO EXECUTIVA E PESQUISA DE IMAGENS Rita Selke ritaselke@customeditora.com.br COLABORARAM NESTE NÚMERO Texto Alessandra Lariu, Gabriella Bonnatelli, Junior Bellé, Luiz Braga, Mara Gama, Marcello Borges, Maria Clara Vergueiro, Renato Góes, Silvana Assumpção, Walterson Sardenberg So, Xavier Bartaburu Fotografia Adriano Carrapato, Adventure Camp, Alirio de Castro, Cadu Rolim, Carma Casul/Age Fotostock/Other Images, Christian Kerber/Laif, Daniel Krieger, David Howells/Latinstock, David Santos Jr, David Spurdens/Corbis, Elaine Bayma, Fernando Laszlo, Guillem Lopez/Photoshot/AGB Photo Library, Glowimages, Henrique Ribas, Istock, Jordan Siemens/Corbis, Kiko Ferrite, Latinstock, Leon Neal/AFP Photo, Leticia Godoy, LuÌs Real /AGB Photo, Luiz Braga, Marcos Mandez/ Mitsubishi, Markus Lange, Nicole Franzen, Paul Wagtouicz, Paulo Fridman, Rafael Campos, Ricardo Leizer, Sion Touhig/Getty Images, Tom Papp, Victor Affaro, Vidler Steve/AGB Photo, Wenn/Other Images, Wiliam Costa Ilustração Fernanda Guedes Revisão Goretti Tenorio

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PUBLICIDADE E COMERCIAL Diretor Executivo André Cheron andrecheron@customeditora.com.br Diretor Comercial Oswaldo Otero Lara Filho (Buga) oswaldolara@customeditora.com.br Gerente de Publicidade e Novos Negócios Marco Taconi marcotaconi@customeditora.com.br Gerente de Negócios Fernando Bonfá fernandobonfa@customeditora.com.br Executiva de Negócios Bruna do Vale brunadovale@customeditora.com.br REPRESENTANTES BBI Publicidade Interior de São Paulo Tel. (11) 95302-5833 Tel. (16) 98110-1320 GRP - Grupo de Representação Publicitária PR – Tel. (41) 3023-8238 SC/RS – Tel. (41) 3026-7451 Media Opportunities Comunicação Ltda. DF – Tel. (61) 3447-4400 MG – Tel. (31) 2551-1308 RJ – Tel. (21) 3072-1034 DEPARTAMENTO FINANCEIRO-ADMINISTRATIVO Analista Financeira Carina Rodarte carina@customeditora.com.br Assistente Alessandro Ceron alessandroceron@customeditora.com.br Impressão e acabamento Log&Print Gráfica e Logística S.A. Tiragem 102.000 exemplares Auditado por

Custom Editora Ltda. Av. Nove de Julho, 5.593 - 90 andar - Jd. Paulista São Paulo (SP) - CEP 01407-200 Tel. (11) 3708-9702 E-mail: mit.revista@customeditora.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR atendimentoaoleitor@customeditora.com.br ou tel. (11) 3708-9702 MUDANÇA DE ENDEREÇO DO LEITOR Em caso de mudança de endereço, para receber sua MIT Revista regularmente, mande um e-mail com nome, novo endereço, CPF e número do chassi do veículo



elAINe BAYMA

cOlABORAdORes

O escorpiano Luiz Braga,

Titular de uma coluna sobre

Italiana de Florença, safra 1970,

sustentabilidade e design no site da

gaBrieLLa BonateLLi mora no

na Bienal de Veneza e tem fotos

Folha de S.Paulo, Mara gaMa, 51,

Brasil há dez anos. estudou moda

nas coleções do Masp e do MAM-RJ.

é consultora de qualidade de texto

e design em Milão, viveu na Tailândia

Nascido e criado em Belém, onde

do jornal. Autora do livro Carlos Motta

e no Japão. Trabalhou anos como

vive, seu olhar sensível capta de forma

(dBA, 2004), participou da coletânea

confeiteira em Manhattan – para

ímpar a alma do povo ribeirinho e a

Brazil: A Celebration of Contemporary

onde volta sempre que possível.

paisagem amazônica, nas frequentes

Brazilian Culture, da prestigiosa

Apaixonada por ópera, livros, comida

viagens que realiza pela região. É dele

Phaidon Press. Nesta edição,

e grande conhecedora de vinhos,

o roteiro personalíssimo do que fazer,

Mara desvendou a vida e a obra

Gabi assina o saboroso roteiro dos

ver e curtir em Belém.

dos irmãos campana.

gastropubs de Nova York.

VIcTOR AFFARO

58 anos, já representou o Brasil

adrian Kojin foi diretor

14

Maria CLara Vergueiro, 34,

Jornalista pós-graduado em ma-

da edição brasileira da revista

foi fisgada pelos esportes de ação

rketing do esporte, ary Pereira

The Surfer’s Journal e é correspon-

quando cursava ciências sociais

jr. trabalhou nas rádios eldorado e

dente da Fluir e do site Waves. em

na UsP. Na época, entrou para o

Record e na Folha de S.Paulo. cobriu

1987, veio de moto da califórnia ao

time de apresentadores do sportv.

olimpíadas (Atlanta, sydney e Atenas),

Brasil, experiência que virou livro e

A diretora da divisão de livros da

jogos pan-americanos e a copa do

que ele planeja repetir em 2017. Até

editora Rocky Mountain adora correr

Mundo da África do sul. Vela é a sua

lá, segue contando as boas histórias

nas trilhas da fazenda do marido,

especialidade – esteve na Regata Volta

do surfe. como a da waterwoman

ao lado dos filhos. Nesta Mit,

ao Mundo, na America’s cup e, no mês

brasileira Andrea Moller, primeira

Maria clara assina a reportagem

de abril, cobriu para a Mit o mundial

mulher a surfar Jaws.

sobre corridas de aventura.

da classe s40 em Florianópolis.

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Toda a rapidez do banco feito para vocĂŞ no mundo digital_ #issomudaseumundo


mundo uRBAno

luiz BrAGA

O MElhOr DA ViDA NAS ciDADES

Ver além do peso em Belém O premiado fotógrafo Luiz Braga traça um roteiro turístico-sentimental de sua terra

S

e alguém me disser: “Tenho

a vastidão da baía do Guajará. De águas

de pássaros e tartarugas. E do alto do

apenas meio dia em Belém”,

doces sempre pontuadas pelo vaivém

farol você terá uma magnífica vista aérea

eu indicaria na hora uma visita

dos barcos de pesca, é um lugar aprazível

da cidade velha e do rio.

ao tradicional mercado Ver-

para passear, conversar ou simplesmente deixar o olhar anoitecer. Se não bastasse

Emílio Goeldi é um centro de referência

sabe disso, faço aqui algumas sugestões

a paisagem, ela ainda abriga diversos res-

em pesquisa de fauna, flora e antropolo-

que completam o caleidoscópio formador

taurantes e o sorvete imbatível da Cairu.

gia da Amazônia. Seu parque zoobotâ-

da nossa Belém. O Teatro da Paz (acima)

Peça para provar o de bacuri, a princesa

nico, de uma vegetação exuberante, faz

é, sim, um belo teatro, especialmente no

de nossas frutas. Se gostar de cerveja,

parte da infância de muitos belenenses

seu interior. Portanto, não se conforme

a Amazon Beer é o lugar para provar

como eu. Não deixe de conhecer o acervo,

em passar na frente. Você vai descobrir

sabores exclusivos e premiados.

riquíssimo, ou apreciar as exposições de arte temporárias que ali ocorrem.

o requinte que fazia de Belém, nos anos

Parque à beira do rio Guamá, o

1900, a “Paris dos Trópicos”. Observe a

Mangal das Garças é um dos mais

gloriosa pintura do teto, de uma beleza

significativos exemplos da arquitetura e

Belém de influência europeia e a vertente

vertiginosa. E não deixe de ir ao foyer.

do paisagismo amazônicos. Ali ficam um

cabocla, permeada pela natureza, você

amplo borboletário, um museu naval, um

perceberá por que seus chefs e artistas

ótimo restaurante para almoçar, centenas

estão brilhando no cenário mundial.

A Estação das Docas é o melhor lugar para apreciar o pôr do sol descortinando 18

Fundado em 1895, o Museu Paraense

-o-Peso. Mas, considerando que você já

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Ao percorrer esse roteiro entre a



mundo sem fronteiras

divulgação

onde o concreto encontra a terra

divisor de águas a garrafa de alumínio suíça que se tornou símbolo de status entre descolados Por walterson sardenberg so

S

oldados, crianças, esportistas

ário a imagem de quem respeita o meio

adquirir um saco térmico, também produ-

e descolados em geral. Foram

ambiente. Quem tem uma Sigg, afinal,

zido pela Sigg. Se o conteúdo for quente,

esses, sucessivamente, os

provavelmente filtrou água em casa, em

a temperatura é mantida por 6 horas.

responsáveis pelo sucesso das

vez de comprá-la em embalagem Pet .

garrafas de alumínio Sigg, uma marca suíça que, no decorrer de 107 anos,

a história da garrafa teve início em

empresa chegaram ao mercado nos anos 1990. Foi tamanha a procura que a Sigg

passou dos bornais de anônimos recrutas

1908, quando o especialista em pro-

deixou de fabricar outros produtos, à

às mãos de celebridades dignas desse

cessamento de metais Ferdinand Sigg

exceção do copo, com o mesmo sistema

nome, do piloto Fernando alonso a gisele

associou-se ao colega Xaver Küng. a ideia

de tampa. antes de ser garrafa, o material

Bündchen. ambos foram fotografados

era fabricar produtos de alumínio nos

se resume a uma porção de 100% de alu-

com a garrafinha colorida.

arredores de Zurique. as primeiras safras

mínio, semelhante a um disco de hóquei.

renderam panelas, frigideiras e cantis.

Prensado por um golpe de 600 toneladas,

foi parar na coleção do MoMa, o Museu

estes últimos foram de muita valia para

a peça começa a se transformar em

de arte Moderna de nova York. de olho no

os soldados ao longo da Primeira guerra

cilindro. o processo completo de fabrica-

mercado fashion, a marca chegou a lan-

Mundial (1914-1918). a grande virada

ção exige 26 etapas. nas derradeiras, a

çar um modelo acomodado em um cinto

ocorreu no início da década de 1980,

garrafa recebe o revestimento interno de

louis vuitton. nem precisava. o nome

quando o governo suíço proibiu a utiliza-

verniz atóxico à base de água e vai para o

Sigg já se tornara um poderoso chamariz,

ção de garrafas para líquidos nas escolas

forno. a pintura é o toque final.

seja entre praticantes de fitness, trekking

públicas. nenhum recipiente passara

e ciclismo e outros esportes, como

pelo crivo de higiene e saúde. a Sigg foi in-

coleção, elevando o portfólio para mais

também entre quem quer apenas matar

cumbida de criar uma garrafa padrão – e

de 100 modelos, sem contar as edições

a sede com elegância. Bem, os elegantes

caprichou. o modelo aceita qualquer tipo

comemorativas ou licenciadas. tal atitude

não matam a sede. Hidratam-se.

de bebida, não deixa cheiro, não altera o

tem por intuito não só atualizar a marca,

gosto original e não cria fungos. graças

mas também incentivar a prática de

estão entre os principais fatores de atra-

ao revestimento interno e a uma tampa

colecionar. enfim, depois de soldados,

ção, é preciso realçar, também, que as

hermeticamente perfeita, mantém o

crianças, esportistas e descolados em

garrafas – disponíveis em seis tamanhos,

frescor do líquido por 12 horas, desde que

geral, o público da Sigg é, também, de

de 300 ml a 1,5 litro – emprestam ao usu-

não tome sol. nesse caso, será preciso

maníacos por coleções.

a Sigg tem um design tão vistoso que

Se o design e a diversidade de cores

20

isso se chama consciência ecológica.

as primeiras garrafas esportivas da

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todos os anos a Sigg lança uma nova


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Mundo 4x4 por um planeta sem asfalto

De balão na estratosfera um voo de seis horas e us$ 75 mil até a fronteira do espaço por Silvana aSSumpção

O

turismo espacial está

pelo menos 100 quilômetros. Mas no

prestes a ganhar uma

visual do topo da estratosfera já está

alternativa aos perigosos

garantido o emocionante espetáculo

voos impulsionados por

da Terra circundada pela fina linha

foguetes. Em 2016, a World View

azul da atmosfera contra a escuridão

Entrerprises, companhia americana de

estrelada do cosmos.

Tucson, no Arizona, deve sair à frente

A subida levará duas horas, assim

nessa corrida valendo-se de uma

como a descida. Outro par de horas

tecnologia centenária: o balão de gás

será reservado para a navegação e o

hélio. As viagens transportarão seis

deleite na luxuosa cápsula equipada

passageiros e dois tripulantes até a

para o máximo conforto e prazer

fronteira do espaço numa estranha e

dos viajantes. O veículo se encontra

magnífica invenção. O balão suspende

em fase avançada de testes e as

uma espécie de parapente, que, por sua

passagens já estão à venda por US$ 75

vez, leva uma cápsula, que, por sua vez,

mil – bem menos que os US$ 250 mil

acomodará os felizes seres humanos

que deverão ser cobrados pela Virgin

em sua viagem quase espacial.

Galactic, do bilionário inglês Richard

Quando alcançar os 37 quilômetros

Branson. As reservas podem ser feitas pelo site http://worldviewexperience.

superior da estratosfera, a nave

com mediante o pagamento de um

“pousará” sobre a atmosfera, assim

sinal de US$ 7,5 mil. A Word View

como uma pedra de gelo flutua sobre

é uma das duas companhias que

a água. A própria natureza a manterá

desenvolvem voos turísticos espaciais

ali, sem risco de escape para o espaço

em balão – a outra é a espanhola

– balões flutuam no ar e, portanto,

Zero2infinity, que ainda não tem data

não vão a lugar algum onde não existe

prevista para estrear. As viagens da

ar. A experiência da Word View não

empresa ibérica, no entanto, levam

envolve a perda de gravidade, uma vez

somente quatro passageiros e dois

que não chega realmente ao espaço

tripulantes. Ao módico preço de 110 mil

– para isso o balão teria de subir

euros por pessoa.

Wenn/other Images

de altitude, próxima à da borda

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Petrobras Grid. Experimente uma gasolina com sempre mais.

o desafio é a nossa energia

Toda gasolina deve garantir o bom funcionamento do motor. Mas nos Postos Petrobras tem sempre mais: a gasolina Petrobras Grid conta com um redutor de atrito, que proporciona maior desempenho e máxima eficiência. É alta tecnologia desenvolvida por quem mais entende de combustíveis. Nos Postos Petrobras você encontra tudo e sempre mais. É por isso que o Brasil se encontra aqui.

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PORTA-MALAS

A bAgAgeM dO viAjAnTe

ARqUivO PeSSOAL eLiSeU FReChOU

POR walterson sardenber so

Itatiaia: um bom começo

Sobe! Com menos esforços e técnica que o alpinismo, o montanhismo leva a lugares fabulosos

O

primeiro montanhista foi um poeta. dos

caminhadas. Outra coisa, radicalmente diferente, é o alpinismo,

grandes, por sinal. O italiano Francesco Petrarca

a escalada épica de paredões de rocha na vertical, o que requer

criou a forma dos sonetos. não só. Também é

muita técnica – além de perseverança e coragem. Subir

considerado um precursor do humanismo – além

ao topo do everest, por exemplo, a 8.848 metros. Acima dos

do montanhismo. em abril de 1336, ele subiu ao cocuruto

8 mil metros, a concentração de oxigênio é apenas um terço da

do monte ventoux (1.912 metros), na França. Seu objetivo:

encontrada no nível do mar. A temperatura dentro da barraca

encontrar um lugar sossegado para meditar. Petrarca é tido

chega a 20 graus Celsius negativos – e a sensação térmica, a

e havido como o pioneiro do montanhismo por um motivo

70 graus negativos. não bastasse, há o risco de avalanches.

simples: inaugurou – e documentou – a prática de subir em montanhas sem o objetivo de conquista territorial ou de

para a escolha de equipamentos das linhas que se seguem.

exploração. ele subiu por esporte, digamos.

dos seus 45 anos, esse paulistano radicado em São bento

É preciso distinguir montanhismo de alpinismo. Muita

26

eliseu Frechou, montanhista e alpinista, foi o consultor

do Sapucaí, no interior de São Paulo, dedicou três décadas

gente boa confunde. Uma coisa é o trekking na altitude – o

a encarar montanhas. em 1989, criou a primeira escola

montanhismo. Pode exigir, vez por outra, subir por encostas

brasileira de escalada, a Montanhismus. Subir é com ele

íngremes, vá lá. Mas a maior parte do trajeto consiste em

mesmo. Ao alto, pois.

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Exagero suíço O termo canivete suíço deriva de

Theodore

Swiss Army Knife – ou faca do exército

Wenger, a

suíço. Foi criado pelos soldados ameri-

companhia

canos. Não só porque o viram no bornal

jamais parou

dos suíços. Há outras razões. Desde

de incrementar o

1909, o objeto traz a bandeira suíça

seu artigo principal –

estampada. Mas o motivo principal do

mesmo depois de adquirir

batismo foi o fato de os americanos

a fábrica rival, em

não conseguirem pronunciar o nome

2005. Hoje, o mo-

original, offiziersmesser.

delo mais apreciado,

A criação do canivete com mais de uma lâmina deve-se ao suíço

o SwissChamp, tem 33 funções. De acordo

Karl Elsener, em 1896. Um ano

com Eliseu Frechou, não

depois, o objeto já tinha seis

é preciso tanto. “Quase

ferramentas embutidas. Mais

sempre, um montanhista recorre

tarde, Elsener deu ao canivete

ao canivete só para cortar cor-

a marca Victoria, que seus filhos transformariam em Victo-

das”, diz. “O meu tem apenas duas lâminas e uma tesoura”,

rinox quando passaram a

conta, admitindo que também vai bem

utilizar aço inoxidável.

um modelo com alicate acoplado. “Mais

Tendo como concorrente a Wenger, de

www.victorinox.com

Elsener inventou o canivete com mais de uma lâmina. Hoje, o SwissChamp tem 33 funções

do que isso, vira trambolho.”

Sonho quente “Aqui chove muito e a pluma estraga

modelo com formato de sarcófago e

patenteado pelo galês Pryce Jones no

quando fica úmida”, explica Frechou.

que se adeque ao tamanho do corpo.

ano de 1876. Tornou-se um sucesso. O

Reza o bom senso preferir, portanto,

Outra dica: jamais compre um saco de

exército russo comprou 60 mil peças,

material sintético, tanto para a área

dormir tendo por base a temperatura

e o exército britânico também fez co-

externa quanto interna do sleeping

extrema indicada pela fabricante. Ho-

piosas encomendas. Já nos primeiros

bag. Alguns deles: Polaguard Delta,

mens devem levar em conta a tempera-

tempos usavam-se plumas de ganso

Polar-loft e Thermolite Extreme. Um fa-

tura-limite. Mulheres, a temperatura de

como revestimento. De fato, é o melhor

bricante de primeiríssima? A The North

conforto. Isso não é sexismo. Homens

isolante térmico já descoberto. Não se

Face, americana.

sentem menos frio que mulheres.

O primeiro saco de dormir foi

recomenda, porém, utilizá-lo no Brasil.

Também é importante escolher um

www.thenorthface.com.br

FOTOS DIVUlgAçãO

Um moderno sleeping bag, da The North Face

junho 2015

Mit revista

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PORTA-MALAS O mundo nos ombros um máximo de três dias, as semicar-

tempos. O nome tem origem romana.

gueiras são as indicadas: acomodam

Mutilus era palavra para referir-se aos

barraca, saco de dormir e fogareiro em

escravos. Eles tinham os cabelos “mu-

espaço de até 60 litros. Acima dessa

tilados”, cortados bem curtos. Naquela

amplitude, as mochilas são cargueiras.

época, longas madeixas significavam

Um bom modelo de ataque é confec-

poder. No País Basco, o vocábulo deri-

cionado com cordura, tecido sintético

vou para motxil, designando os sacos

leve e duradouro; e revestimento duplo

levados às costas pelos servos, carre-

no fundo. Embora resistente à chuva,

gando as tralhas dos seus senhores.

vem com uma capa impermeável

Data da década de 1930 o surgimento

acoplada. Para aliviar peso, tem menos

da mochila específica para montanhis-

compartimentos. As alças nos ombros

mo. Embora várias marcas disputem a

devem ser estreitas

autoria, ela costuma ser atribuída a uma

e as barrigueiras, removíveis. Tudo para

fábrica alemã, a Deuter – ainda hoje na

não atrapalhar a mobilidade. Embora

vanguarda do segmento.

não cheguem à altura das Deuter,

As mochilas para montanhismo

FOTOS DIVULgAçãO

A gênese das mochilas perde-se nos

há boas marcas nacionais,

dividem-se em três tipos, conforme o

com destaque para a

período da jornada. Quem vai e volta no

Conquista

mesmo dia usa um modelo de ataque

e para a Curtlo.

(com capacidade de 12 a 35 litros). Para

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Pés ao alto O nome é a soma das sílabas iniciais

à abrasão e respira melhor”, explica

dificuldades da língua portuguesa,

do nome e do sobrenome de Bramani.

o montanhista Eliseu Frechou, que

o Barão de Itararé encontrou: “Bota

Foi a grande mudança. Ainda hoje,

aconselha o cano alto, a fim de proteger

é coisa que se calça, e calça é coisa

as melhores botas de montanhismo

o calcanhar de eventuais entorses nas

que se bota”. Ainda mais complicado

utilizam solados Vibram.

caminhadas. Ele também recomenda

Ao buscar um exemplo das

De resto, o material ideal para o

as botas da marca nacional Snake, de

botas. Alguns atribuem o pioneirismo

corpo da bota continua sendo o couro

Londrina. E justifica: “São adequadas

a Átila, o imperador dos hunos. Bem,

natural. “Ele tem mais resistência

para os trópicos, onde há mais lama do

é descobrir o primeiro sujeito a usar

ele pisou com força brutal nos povos

que rochas lisas”. www.snake.com.br

conquistados, ao longo do século 5. Já as modernas botas de montanhismo têm um autor: o italiano Vitale Bramani. Sobrevivente de uma infausta excursão numa montanha suíça, em 1935, ele notou: a maioria dos acidentados usava calçados impróprios wIkIMEDIA COMMONS

para terreno escorregadio. Assim, foi buscar a solução na aderência da ranhura dos pneus; e contou com a colaboração de Leopoldo Pirelli (sim, o da fábrica de pneus). Surgia o solado Vibram. 28

Mit revista

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Vitale Bramani (ao centro) é o pai das botas de montanhismo, como a brasileira Snake


www.armura.com.br

Depois dessa o lobo mau foi até pra outra história.

Cerca de 90Kg de peso adicional

Não prevê delaminação dos vidros

Garantia de 3 anos

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você blindado

/BlindadosArmura


ISTOCK

O monte roraima, na fronteira com a Venezuela: muito atraente

primeiros passos O maciço das Prateleiras (2.548

la. Seu acesso se dá por este último país.

o tratam na intimidade, impressiona.

metros) não é tão alto quanto o seu

Embora jamais tenha saído do mapa dos

O pico africano coleciona três vulcões

vizinho, o pico das Agulhas Negras

montanhistas de primeira linha, só nos

inativos. Mais: tem neve eterna no topo,

(2.791 metros). Seja como for, lá de cima

anos mais recentes o monte Roraima

embora esteja em uma região tropical

oferece um visual tão ou mais aliciante. A

entrou no GPS da massa de ecoturismo.

e exista quem diga que a coroa branca

escalada de Prateleiras costuma ser uma

Não porque seja fácil subir ao topo (2.810

pode derreter definitivamente até 2020

das primeiras jornadas de fôlego de um

metros). Mas porque os índios venezue-

em virtude do aquecimento global. Não

praticante de montanhismo. Isso se dá

lanos das redondezas montaram esque-

bastasse, é a maior montanha livre do

por várias razões. A começar pelo fato de

mas bem azeitados de excursão, em que

planeta. Isso quer dizer que não faz par-

ficar dentro de um parque nacional com

funcionam como guias e carregadores.

te de uma cordilheira, como o Everest

razoável estrutura – O Parque Nacional

A jornada leva, no mínimo, cinco dias.

ou o Aconcágua. O Kili é único – tam-

de Itatiaia, o primeiro do Brasil, inaugu-

“Não é para iniciantes”, alerta Frechou.

bém no sentido estrito da palavra.

rado no ano de 1937 pelo presidente Ge-

“O trecho realmente íngreme pode ser

túlio Vargas. Além disso, está encravado

cumprido em um único dia. É cansativo.

to se alçar aos outros sete maiores picos

entre as duas maiores cidades do país, a

Para chegar a ele é preciso caminhar

do mundo. Ainda assim, só candidatos

179 quilômetros do Rio de Janeiro e a 274

muito e atravessar rios, entre outros

com razoável experiência, preparo físico

quilômetros de São Paulo. “Dá para fazer

percalços.” Se vale a pena? No alto há

e paciência alcançam o cume. Há dois

a subida e voltar em um mesmo dia”, diz

um platô com visão para outros platôs

adversários principais. O primeiro é o frio.

Frechou. De quebra, basta sair do parque

e cachoeiras. Não por acaso, o escritor

A temperatura no alto chega a 20 graus

para encontrar hotéis e restaurantes

britânico Arthur Conan Doyle baseou-se

negativos. Outra dificuldade são as bai-

nas cidades fluminenses de Itatiaia e

no monte Roraima para criar, ainda em

xas taxas de oxigênio na atmosfera. Elas

Engenheiro Passos. Frechou recomenda

1912, o romance O Mundo Perdido.

desabam a 50% daquela encontrada no nível do mar. Sem aclimatação, nada

outros pontos bem aquinhoados em atrações para os iniciantes: a pedra do

depOIs dO frIO, O sOl

feito. Isso quer dizer que o montanhista

Baú (1.950 metros), em São Bento do

Só vai à Tanzânia, na África, quem

deve, no jargão, “carregar alto e dormir

Sapucaí (SP), o pico dos Marins (2.420

sabe que Zanzibar não é verbo, mas o

baixo”. Em outras palavras, precisa subir

metros), em Piquete (SP) e o Parque

nome de um espetacular arquipélago do

com carga até determinada altitude e

Nacional da Serra dos Órgãos (RJ).

país, além de ser um de seus dois prin-

voltar para passar a noite em altitude

cipais chamarizes turísticos. O outro

mais baixa. Uma excursão bem planejada

CINCO dIas Na mONtaNha

tem o nome de Kilimanjaro. É a maior

exige um mínimo de seis dias, incluindo a

Ele está fincado em uma tríplice

montanha do continente, com 5.892

descida. Na volta, o prêmio: comemorar

metros de altitude. Tudo no Kili, como

nas praias ensolaradas de Zanzibar.

fronteira entre Brasil, Guiana e Venezue30

Subi-lo não requer tanta técnica quan-

Mit revista

junho 2015



clássicos

lugares e objetos que nasceram para ser eternos

guillem lopez/pHotosHot/agb pHoto library

por fernando paiva

o maior bar do mundo ele fica em Veneza, tem tanta história quanto a própria cidade e atende pelo nome de Harry’s

p

oucos bares podem se gabar

32

o bellini leva uma parte de polpa de

ora, era Harry pickering, jovem bebum

de haver inventado um drinque

pêssego branco e três de prosecco di

americano que emprestou 40 mil liras a

consumido em todo o planeta.

conegliano. Foi inventado nos anos 1930

cipriani para que este realizasse o sonho

Da mesma maneira, são raros

e batizado em 1948. Dois anos depois,

de ter um bar. e que bar! tornou-se de imediato um

os restaurantes que criaram um prato

para agradar a uma condessa que não

apreciado mundialmente. mas é o que

podia comer carne processada, criou-se

sucesso graças à simpatia de cipriani e

acontece com o Harry’s bar. Desde que

o carpaccio – contrafilé fresco, jamais

aos detalhes que lá permanecem há 74

abriu, em 1931, ele funciona num sólido

congelado, cortado em lâminas e tempe-

anos: balcão acolhedor logo à entrada,

edifício de pedra calcária, no número

rado com maionese, suco de limão, molho

poltronas de braço, redondas e aconche-

1323 da calle Vallaresso, em Veneza, itália.

Worcestershire, pimenta-branca moída e

gantes, forradas de couro, mesas baixas

a menos de 100 metros da basílica de

sal. o autor das obras-primas: giuseppe

cobertas por toalhas de linho amarelo-

são marcos, não se trata apenas da casa

cipriani (1900-1980), sócio-fundador e

-claro ou branco-marfim, iluminação

de onde saíram o bellini e o carpaccio.

barman de mão cheia, que homenageou

suave, uma experiente brigada com mais

com exíguos 4,5 por 9 metros no térreo, o

dois mestres da pintura veneziana – gio-

de duas décadas de casa – e pratos e

Harry’s é o maior bar do mundo.

vanni bellini e Vittore carpaccio. Harry?

drinques clássicos como a vista para

Mit revista

junho 2015


CHRISTIAN KERBER/LAIF

AGE FOTOSTOCK/AGB PHOTO LIBRARy

Duas imortais criações do Harry’s: o Bellini (na foto, preparado pelo barman Ruggero Caumo) e o carpaccio

o Grand Canal. No passado, o Harry’s

mente durante o Festival do Cinema de

Richard Cantwell. Um cinquentão às vol-

se celebrizou graças a frequentadores

Veneza, quando você pode encontrar ali

tas com uma garota de 18 anos, o militar

como o pintor Georges Braque, o escritor

Nicole Kidman, Martin Scorsese, Helen

retorna ao norte da Itália após a Segun-

Truman Capote, o casal Maria Callas-

Hunt e Woody Allen.

da Guerra Mundial (1939-45), dividido

-Aristóteles Onassis, a colecionadora

Agora, quem imortalizou mesmo o

entre o amor e a morte. Quem acha que

de arte e mecenas Peggy Guggenheim

lugar foi Ernest Hemingway (1899-1961).

é autobiografia ganha um Bellini. Dois

e o cineasta Orson Welles – que, mal se

No implacável inverno de 1949-50, ao

toques: o lugar é caro e, à noite, invadido

instalava, já dizimava quatro porções de

revisar em Veneza as provas de seu

por turistas, em sua maioria americanos.

sanduíches de camarão e duas garrafas

romance Do Outro Lado do Rio, Entre

Portanto, vá para o almoço. E peça uma

de Dom Pérignon, apenas para começar

as Árvores, o futuro prêmio Nobel de

mesa no térreo. Os habitués dizem que

os trabalhos. A aura de ponto de encontro

literatura menciona o bar como cenário

o primeiro andar, aberto em 1960, não

dos rich & famous se mantém, principal-

das lembranças do atormentado coronel

conta. www.harrysbarvenezia.com

AGE FOTOSTOCK/AGB PHOTO LIBRARy

Pequeno, sim. Mas repleto de histórias, incluindo as de Ernest Hemingway

junho 2015

Mit revista

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painel

objetos do desejo com alta tecnologia

por AlessAndrA lAriu, de Nova York

Vamos ser práticos cinco gadgets para tornar sua vida mais fácil 1

3

34

4

5

n 1. FAlA que eu trAduzo o sigmo, aparelhinho que cabe na palma da mão, sabe 25 línguas. Você fala no idioma que quiser e ele traduz imediatamente no idioma que você desejar. www.sigmo-translator.com

n 3. escândAlo se alguém se atrever a abrir a porta do seu quarto ou de onde quer que você pendurar o belle Hop, um barulho capaz de acordar a vizinhança inteira soará para espantar o intruso.

n 2. 3d nA pAlmA dA mão esses óculos da Zeiss transformam o smartphone em um cinema pessoal em 3d. exibido no aplicativo da Zeiss Vr, o filme é convertido em tela dupla e as lentes fazem a mágica. www.zeiss.com

n 4. ordem e progresso câmeras, celulares, fios, carteiras, cabos, canetas, batons, chaves... tire tudo da bolsa e coloque no gridit, placa hi-tech com elásticos que vai organizar sua vida. www.grid-it.eu

Mit revista

junho 2015

n 5. isto é umA máquinA de lAvAr aberto, o scrubba mede 54 por 54 centímetros. dobrado, fica do tamanho de um livro de bolso. o mais bacana: ele lava até dois pares de meia, dois calções e duas camisetas em poucos minutos. basta enchê-lo de ar, adicionar água, sabão líquido, e esfregar. companheiro ideal para viagens. www.thescrubba.com

fotos diVulgação

2


mundo mitsubisHi

as boas-novas da marca dos três diamantes pelo mundo

por junior bellé

Quando é preciso ser rápido um detector de tsunamis em tempo real, a câmera mais veloz do mundo, a busca pelo 5G e a transmissão wi-fi de energia. conheça as novidades do grupo mitsubishi nos quatro cantos do planeta

mitsubisHi electric

caça-tsunamis em 1999, quando a mitsubishi electric começou a vender ra-

tou-se finalmente um grande avanço. uma nova tecnologia

dares oceanográficos, eles serviam para monitorar as correntes

melhorou de maneira substancial a detecção e a previsibilidade

oceânicas. após o grande terremoto na costa leste do Japão

dos tsunamis. com extrema precisão, ela permite acompanhar,

em março de 2011, porém, percebeu-se que os radares haviam

em tempo real, o tamanho, a velocidade e a direção das ondas

detectado com sucesso os devastadores tsunamis. Foi quando

gigantes. assim, a mitsubishi electric pretende antecipar os aler-

a empresa resolveu concentrar esforços para aprimorar a coleta

tas, dando mais tempo para que as pessoas sigam os procedi-

de dados feita pelos radares. no começo deste ano, conquis-

mentos de evacuação e ajudando a salvar vidas. junho 2015

Mit revista

35


mundo mitsubishi niKon

o click mais veloz do mundo Ela é a rainha do gatilho. tem o mais rápido disparo contínuo do mundo. Assim é a recém-lançada nikon 1 J5, a câmera digital mais veloz do mercado. Capaz de capturar até 60 quadros por segundo sequencialmente, a J5 é uma dsLR, câmera digital reflex que permite a mudança de lentes. Ela faz impressionantes imagens de 20,8 megapixels de resolução e vídeos em Full hd 1080/60p – ou seja, filma em 4K. Passar os arquivos para o computador ou enviá-los para uma nuvem também é simples: a J5 já vem com conexão wi-fi. E, para usuários de Android, oferece a tecnologia nFC (near Field Communication).

mitsubishi ELECtRiC CoRPoRAtion

Que venha o 5G Enquanto o 4G ainda galga sua popularização no mundo, a

36

da antena equipada com o sistema APPA (Active Phased Array

mitsubishi Electric Corporation já avança no sonhado território

Antenna) foi testado com sucesso em abril, numa parceria

do 5G. A companhia se valeu de uma tecnologia já com amplo

com a nokia, no brooklyn 5G summit, em nova York, Estados

uso comercial em outros sistemas, particularmente em satéli-

unidos. o 5G aumentará bastante a velocidade e a capacidade

tes, e a adaptou para estações de transmissão 5G. o protótipo

de tráfego de dados de nossos mobiles.

Mit revista

junho 2015


NIKON

Microscópio maiúsculo Há cinco anos, a Nikon desenvolveu o microscópio N-Storm e revolucionou o setor com imagens dez vezes maiores do que a óptica convencional conseguia alcançar. O N-Storm vinha responder a uma demanda urgente da medicina e da química por aparelhagem mais precisa e potente. No último mês de abril, a Nikon deu outro passo importante no universo da microscopia. A empresa lançou o N-Storm 4.0, o primeiro a fazer imagens com super-resolução – especificamente 20 nm de resolução – de fenômenos em células vivas. Isso sem contar que

fOtOS: DIvULGAçãO

ele é dez vezes mais rápido que seu antecessor.

ASAHI GLASS

Uma tela não que não se quebra Celulares, tablets e alguns computadores trabalham com

gramas. A produção da Asahi Glass é ambientalmente correta,

telas touchscreen feitas de vidro e plástico. Pensando nisso,

pois o Dragontail é feito sem chumbo, arsênio ou antimônio.

a Asahi Glass, companhia do grupo Mitsubishi, desenvolveu a

Aliás, você pode estar usando o Dragontail neste exato momen-

linha Dragontrail, um grande salto em termos de resistência a

to: ele já está nas telas de celulares como o Sony Xperia Z, Z1, Z2

riscos e impactos. A tela aguenta pressões de mais de 16 quilo-

e Z3, o Samsung Galaxy Nexus e muitos outros modelos. junho 2015

Mit revista

37


mundo mitsubishi mitsubishi hEAVY industRiEs

Energia sem fio Já imaginou um mundo sem cabos, em que a eletricidade fosse transmitida pelo ar, como num sistema wi-fi? Esse é o futuro que a mitsubishi heavy industries (mhi) está mirando. um passo importante aconteceu em março, no centro de testes da mhi no Japão, conhecido como Kobe shipyard & machinery Works. Ali, micro-ondas transmitiram 10 kilowatts a uma distância de 10 metros, fazendo um pequeno painel de LEd acender. Foi o sinal verde para a mhi seguir um ousado projeto de energia renovável, que envolve a construção de um satélite geoestacionário, 36 mil quilômetros acima da superfície da terra, com um painel solar cuja energia acumulada será enviada via wireless.

mitsubishi hEAVY industRiEs

Vento digital A mitsubishi heavy industries acaba de fazer o teste em

38

do chamado digital displacement – marca registrada da mhi

solo de sua mais nova turbina de vento para produção de

–, capaz de substituir os sistemas tradicionais e mecânicos

energia eólica. o evento aconteceu no centro de testes de

por outro computadorizado. Com o sucesso do teste, a mhi

hunterston, Reino unido. trata-se da primeira turbina em larga

pretende construir uma segunda turbina ainda em 2015. desta

escala equipada com transmissão hidráulica digital. ou seja:

vez numa plataforma flutuante no parque eólico a ser implan-

seus sistemas de transmissão de energia são feitos por meio

tado ao largo da província de Fukushima, no Japão.

Mit revista

junho 2015



combustível

bebidas para abastecer a alma

por marcello borges

comme il faut envelhecidos em barris de carvalho francês, os conhaques saem do armário no inverno

p

roduzido exclusivamente na

mistura de bebidas de cinco anos de

boca, lembra creme brûlée, e tem um

região que lhe empresta o

barril, no mínimo. ao nariz é frutado,

final longo. (r$ 675)

nome, no oeste da França,

com aromas de laranja, figo, baunilha

o conhaque é um destilado

e cravo. tem corpo médio, com final

de gamme, encontramos o Hennessy

médio-longo. (r$ 195)

Paradis extra (3). seu nome vem do

de vinho branco que passa duas vezes pelo alambique e depois vai descansar,

subindo um pouco na escala de

chegando aos conhaques haute

lugar onde são guardados os garrafões

envelhecer e ganhar cor e aromas

envelhecimento e ganhando mais

de conhaques com 50 anos ou mais,

sutis em barris de carvalho das

atrativos, temos os Xo (extra

usados nos cortes mais finos das casas

florestas de limousin ou tronçais.

old), como o courvoisier Xo (2),

produtoras. É um hors d’age, o que signi-

documentado desde o século

produzido com bebidas de 20 a

fica que tem no seu blend bebidas de 30

16, tem na inglaterra, na china e

35 anos. a marca ficou famosa

a 50 anos, em média – além de algumas

nos estados unidos seus maiores

por fazer os conhaques prediletos

destiladas em 1880. ao nariz, pimenta,

mercados. com preços que vão

do imperador Napoleão, cujo

especiarias, frutas e rosas. No final,

de r$ 195 (um rémy martin, por

desenho aparece nos rótulos da

notas de mel e trufas. (r$ 3.620).

exemplo) a r$ 10 mil (um louis

casa. É bem aromático, com toque

Xiii da mesma rémy) ou mais,

floral, de laranja e de cacau. Na

Preços no Rei dos Whiskys & Vinhos, em São Paulo.

sua complexidade, sua sutileza – e seu preço – são tão maiores quanto mais envelhecidos. tem teor alcoólico de 40%. deve ser bebido em taças tulipa, e não em balões,

1

2

3

como erroneamente se convencionou – esse tipo de taça libera vapores etílicos em excesso e prejudica a degustação. selecionamos três conhaques para beber ou na companhia de queijos como roquefort, brie ou o raro mimolette. o rémy martin (1) não chega a ser “de entrada”, como se diz no jargão enogastronômico, mas representa bem o tipo vsop (very special old pale), com uma 40

Mit revista

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Fotos divulgação

no inverno, puros





quAl o SEu mundo Por Juliana amato

PESSoAS quE fAzEm A difErEnçA

rEtrAto leticia godoy

André Sturm Gaúcho radicado em São Paulo, ele mudou a vida cultural da cidade. E não tira férias há 30 anos

P

restes a completar 49 anos, ele foi responsável por elevar de 60 mil para 600 mil o público anual do museu da imagem e do Som (miS). também liderou a reabertura do cinema Belas Artes, tradicional ponto

de encontro cultural paulistano. mesmo com todo esse barulho, André Sturm é discreto. nascido em Porto Alegre (rS), mudou-se para São Paulo aos 5 anos e foi morar perto do aeroporto de Congonhas. descobriu sua paixão pelo cinema aos 17 anos, no curso de administração de empresas na fundação Getulio Vargas, onde se encantou com o cineclube da faculdade. foi um pulo até assumir a programação da sala e passar a garimpar filmes raros em distribuidoras. também não tardou para se tornar programador da Cinemateca Brasileira e escrever o roteiro de Arrepio, seu primeiro curta-metragem. Em 1989, durante o festival de Berlim, adquiriu os direitos de distribuição de quatro filmes, entre eles Vozes Distantes, de terence davies. o sucesso o ajudou a criar a Pandora, produtora que lançou no Brasil diretores como o grego theo Angelopoulos e o polonês Krzysztof Kieslowski. Como cineasta, foi eleito melhor diretor em Gramado com Domingo no Campo, de 1994. Quem Você Mais Deseja, de 2008, foi o melhor filme no festival internacional de Curtas-metragens de São Paulo. Conheça um pouco do mundo de André Sturm.

um ambulante o preço do refrigerante.

sas novas e em como oferecê-las de for-

Custava 8 reais – o cara se aproveitou

ma interessante. tenho grande interesse

A emoção. o que não quer dizer

da situação. Por isso, resolvemos ta-

em tentar perceber o que as pessoas

chorar ou rir. Boa parte das exposições

belar os preços para os visitantes não

ainda não sabem que querem ver.

do miS teve esse resultado positivo

serem explorados. A minha preocupa-

por causa das experiências sensoriais.

ção chega até esse ponto.

o que torna um filme ou uma exposição inesquecível?

uma coisa meramente intelectual não funciona. Acho que meu desafio

não acredito nisso. mas o trabalho

Parte da arte contemporânea é mais complexa e requer um nível intelectual

é tentar fazer atividades das quais

cultural, este sim, é capaz de mudar a

para ser fruída. mas não cabe a quem

as pessoas gostem, mas antes disso

vida das pessoas.

cuida da programação a tentativa de

procuro o que eu gosto. dessa forma as pessoas acabam se surpreendendo também. desde o primeiro fim de se-

44

a arte pode transformar o mundo?

entender a arte nos dias de hoje é um processo complicado?

a que você atribui a boa aceitação das suas ideias? A busca por ideias diferentes.

entender a quem a arte se destina. não dá para ter a petulância de achar que será legal para todo mundo se o paladar

mana da exposição do Castelo rá-tim-

ofereço as coisas de um jeito diferente.

não está preparado. não dá pra tocar

-Bum, a fila estava enorme. fomos pe-

Sempre quero trazer o mais difícil, o mais

Schönberg para crianças. mozart é mais

gos de surpresa. o sol estava forte. Até

bacana. toda segunda passo duas horas

palatável. É preciso saber dosar e mis-

que ouvi uma mulher perguntar para

quebrando a cabeça para pensar em coi-

turar coisas diferentes e que estimulem,

Mit revista

junho 2015


FOTOS rEPrODUçãO E ArQUIVO PESSOAL

1

2

3

4

5

6

n 1. fIlME ”Senhor das Moscas, dirigido por Harry Hook, é uma adaptação brilhante do livro de William Golding, que ganhou o prêmio Nobel de literatura pela obra.” n 2. lIvrO ”Cemitério de Praga, do Umberto Eco, foi um que marcou muito.” n 3. PrOgraMa “Definitivamente o MIS é o meu programa ideal em São Paulo, mas não descarto outros eventos culturais em cartaz.” n 4. ObjETO ”O meu preferido é uma bola de futebol, paixão que divido com a turma com quem jogo no Paulistano.” n 5. MúSICa “Ouço muita. Então, um aparelho de som é meu brinquedo favorito. Tenho uma coleção enorme de CDs e DVDs.” n 6. vIagEM “Adoraria conhecer Bora-Bora, na Polinésia Francesa, mas, como não tiro férias há 30 anos, não sei bem quando isso vai acontecer.”

para aproximar o público de mundos

ção acaba dando mais vontade de ir. E o

tocar, pois precisaria me afastar por no

diferentes.

sucesso se deve muito a isso. É a mesma

mínimo dois meses.

Prefere o pop ou erudito?

coisa dizer que não vai ao estádio porque

Gosto dos dois.

o jogo de futebol passa na TV.

O que você costuma ouvir?

Salas de cinema estão morrendo?

Tenho uma coleção enorme de CDs

Os cinemas de rua têm dificuldade

O que diferencia as exposições do MIS? Muitos não sabem que o que viram aqui em São Paulo só viram aqui em São

e DVDs. Tenho ouvido muito Leonard

para se manter justamente por estarem

Paulo. Na exposição do Stanley Kubrick,

Cohen, Bob Dylan e Deep Purple.

na rua. O entorno decai e as pessoas pa-

as cenografias – como o corredor do

E seus filmes preferidos?

ram de ir. Quem é que vai ao cinema na

O Iluminado, a sala do 2001, a sala com

Difícil de escolher, mas eu citaria

avenida São João [centro de São Paulo]

inclinações e neon do Laranja Mecânica

Quanto Mais Quente Melhor, Apocalypse

hoje em dia? Quando a área valoriza, a

– foram criações nossas em parceria

Now e A Última Gargalhada.

especulação imobiliária toma conta e

com um arquiteto. Tudo para colocar as

eles não têm como competir.

pessoas dentro dos filmes.

Contra ou a favor das selfies? No primeiro dia da exposição do Kubrick, vi que era proibido fotografar. No

Tem algum sonho? Fazer um filme para ser selecionado

Qual o seu mundo? Sou bem mais urbano. Tem gente

dia seguinte, chamei a equipe e cancelei

no Festival de Cannes. Já tenho o roteiro

que parte em busca de suas raízes. Eu

a proibição. Ver as fotos de uma exposi-

pronto. Mas no momento não dá para

gosto é de ver os meus alicerces. junho 2015

Mit revista

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Anos 3 1 W.T RUFFI

Vidros blindados com composto especial anti-estilhaçamento, garantia de 10 anos contra delaminação e SteelGlass, que dispensa o uso de overlap.

abrablin



mundo uRBAno capa

The Com “um tom que beira o caipira”, os irmãos Humberto e Fernando Campana deixaram Brotas e hoje estão entre os designers mais cultuados do mundo por mara gama fotos fernando laszlo

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Mit revista

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Humberto e Fernando: do interior paulista para os grandes museus

junho 2015

Mit revista

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mundo uRBAno Capa

H

umberto queria ser índio. Pé no chão.

tesanato de conchas e mosaicos. Ficou nessa por dois anos.

Fernando, astronauta. Mundo da

Já Fernando foi fazer curso de monitores para a Bienal Inter-

Lua. Nasceram em Brotas, no inte-

nacional de Artes de São Paulo de 1983. Ajudou na instalação

rior de São Paulo, para onde os avós,

do francês Daniel Buren e conheceu artistas como Keith He-

italianos, imigraram para trabalhar

ring, Anish Kapoor, Sandro Chia e Tony Cragg. Isso abriu seus

na lavoura de café. O pai trabalhou

os olhos para a arte internacional. Quando Humberto voltou

como engenheiro agrônomo. A mãe,

da Bahia, queria fazer esculturas. Os interesses artísticos

professora primária. Na infância, di-

dos dois começaram a coincidir. Passaram a trabalhar juntos

vidiam o dia entre brincadeiras no quintal e o cinema. “A cida-

numa oficina na rua Peixoto Gomide, perto do Museu de Arte

de tinha uma sala com uma programação incrível, era a nossa

de São Paulo (Masp).

janela para o mundo”, conta Fernando, hoje com 54 anos. “Tí-

E veio o dia em que Humberto resolveu fazer uma cadeira

nhamos uma vida híbrida entre a natureza e a cultura”, lembra-

inspirado num desenho de espiral que lhe aparecera num so-

-se Humberto, que está com 62 anos. Nos anos 1970, foram

nho. Uma placa de metal recortada fez as vezes do encosto de

para São Paulo. Humberto entrou em direito na USP, no largo

uma cadeira e a espiral recortada virou o encos-

São Francisco. Foi morar em um pequeno apartamento perto

to da outra. Nasciam ali as Desconfortáveis,

da Biblioteca Mário de Andrade, no Centro. Fernando fez parte

a gênese do trabalho dos irmãos Campa-

da primeira turma da faculdade de arquitetura da Belas Artes.

na. Expostas na galeria Nucleon, em 1989,

Morou em cima do cine Bijou, onde a janela para o mundo

elas deram o que falar. Pronto. Meio

abriu-se ainda mais – o cinema, vizinho do colégio Equipe e

sem querer, Fernando e Humberto

dos teatros Arena e Oficina, era célebre por exibir filmes de

haviam virado designers.

arte e pela frequência de intelectuais. Formado, Humberto não demorou a largar o emprego em

Corte para 2015

um escritório de advocacia e se mandar para Itabuna, a 426

Humberto está no po-

quilômetros de Salvador, no sul da Bahia. Havia decidido ser

rão da Lasvit, na República

artista e foi trabalhar numa cooperativa de cacau fazendo ar-

Tcheca. Enquanto acompanha os últimos detalhes da produção luminárias

das

novas

coloridas

Candy, ele se depara com moldes de madeira antigos para a produção de vidro. Eles estão cobertos de fungos. Imediatamente a forma original e fortuita lhe desperta a vontade de criar um novo objeto. Em meia hora, m o biliza a jovem equipe de técnicos para produzir o primeiro exemplar do que viria a ser a linha Fungo: um candelabro de madeira com gotas de vidro soprado que parecem germinar espontaneamente da madeira. “Nosso trabalho sempre foi inspirado pela natureza”, diz Humberto. “Nós quisemos misturar isso FOTOS DIvULGAçãO

com a tradição da Lasvit para fundir suas

50

Mit RevistA

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A cadeira Favela, a thousand Eyes e a cadeira Vermelha. Acima, o lustre Ring Chandelier

junho 2015

Mit revista

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mundo uRBAno capa

técnicas com materiais naturais.” A cena dá uma mostra sobre o modo de fazer dos irmãos Campana, a dupla de designers brasileiros de maior prestígio global. Revela ainda as experimentações e posição de liberdade criativa conquista-

mercados populares no Brasil, daí o nome Candy”, diz Humberto. “Eles buscavam novas técnicas e nós, vindos de um país com pouca tradição no vidro, demos uma visão nova e fresca para o projeto”, diz Fernando.

da – mesmo se a produção for para marcas tradicionais. “Somos

preço justo No

a alta costura para algumas empresas, a alfaiata-

grandes

projetos esquentam o

ria”, define Fernando. Esse

ano de 2015, mostrando

tipo de trabalho personali-

a versatilidade dos Cam-

zado e com acabamento requintado pode ser visto também em duas outras produções recentes da dupla para empresas estrangeiras: o projeto Cocoon, da Louis Vuitton, e a poltrona Thousand Eyes, da Fendi. O Cocoon é um assento móvel e estofado

pana: a produção limitada, construída

artesanalmente,

de

forma lenta e com referências culturais fortíssimas, na coleção de peças Cangaço, para a Firma Casa, e a série Estrela, primeiro projeto industrial de mobiliário dos Campana no país.

de pendurar, para ambiente externo ou interno. Foi moldado em

A coleção Cangaço surgiu da pesquisa da dupla sobre manu-

resina, em formato de ovo recortado, e encapado com couro.

faturas originais de comunidades de artesãos. Por meio da

A peça é parte de uma série inspirada em viagens, a Objetos

Artesol, instituição que mapeia o artesanato de tradição para

Nômades, com utensílios elaborados para celebrar o que a

preservar o patrimônio cultural do Brasil, os designers conhe-

Vuitton chama de “encontro entre o savoir-faire e o design”. Eles

ceram o talento e a originalidade de Espedito Seleiro, criador

são confeccionados com materiais nobres e produzidos em

de roupas, bolsas, calçados e chapéus e dono de um estilo

edições limitadas. A coleção remete ao departamento de Pedi-

marcante. “Queremos valorizar o fazer, o improviso brasilei-

dos Especiais da Louis Vuitton, um laboratório criativo de onde

ro e resgatar processos que estão morrendo”, diz Humberto.

saíram invenções como a cama-baú (1880) e

“Por isso, investimos em trocas com artistas e comunidades.”

FOTOS diVuLGAçãO

o baú-biblioteca (1923).

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Brasil,

Mit RevistA

O interesse por conhecer e registrar processos manu-

Para a Fendi, com lançamento no Sa-

ais dominados por pequenos núcleos de artesãos no Brasil

lão de Milão de abril deste ano, os Cam-

segue no centro das atenções. A dupla estuda um modo de

pana criaram a poltrona Thousand Eyes

preservar o capim dourado, com ajuda do Banco Mundial, no

(Mil Olhos) usando os chaveiros que os

Jalapão, em Tocantins. Em breve, os irmãos devem partir para

artesãos da Fendi produzem em pelú-

conhecer a fundo o artesanato têxtil do estado de Sergipe.

cia com imagens de olhos estilizados.

Na série Estrela, o encontro com uma empresa jovem e com

A poltrona faz referência à cadeira

disposição de investir em produção nacional – a A Lot of Bra-

Banquete, um dos maiores sucessos

sil – foi uma ótima surpresa. “Chegamos a um bom produto,

da dupla. O toque de luxo vem do bron-

industrializado, bonito e com preço justo”, acredita Humberto.

ze-dourado usado na estrutura da peça. Mas o

Questionado sobre o conforto da série, feita em ferro, Fernan-

acabamento artesanal de artigos de luxo não

do analisa: “Talvez o irregular das formas cause desconforto

fica só no mobiliário. A série de luminárias Can-

visual, mas fizemos muitos testes para atestar seu conforto”.

dy, da já citada Lasvit, foi toda produzida em

Será que o peso de um estilo já tão marcante no cenário

vidro soprado e metal e inclui os lustres Sphe-

do design chega a cercear a liberdade de criação? “O jogo de

re e Anel e Lollipop, um candeeiro de mesa.

não se repetir é prazeroso”, diz Fernando. “Quando alguém es-

“O brilho do vidro e o aspecto visual das

pera que a gente siga para um lado, a gente já está no outro.

linhas coloridas fazem com que você

Mas não estamos fugindo de nada. Gostamos de manter a

imagine a peça como um doce, da-

mente em permanente exercício. A invenção não vem pronta,

queles coloridos que se vendem nos

ela é um processo”, avalia. É em um galpão alugado na região

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Peรงas admirรกveis: abajur Lollipop, lustre Fungo e cadeira Estrela

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Mit revista

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mundo uRBAno capa

da Barra Funda, centro de São Paulo, que os

prêmios e mais prêmios

irmãos mantêm a sua usina criativa desde

Para a estudiosa e professora de de-

1983. Adaptado para abrigar pequenas salas

sign Ethel Leon “a pesquisa formal dos

de reunião e escritórios, o espaço é um mis-

Campana remete ao universo duscham-

to de laboratório, ateliê de costura, fábrica

peano”. Para ela, desde quando apa-

de estofados e oficina de marcenaria, com

receram, eles vêm “questionando as

soldas, ferramentas, couros e ferros retorci-

fronteiras do design e da intervenção

dos, onde trabalha uma equipe afinada. De lá

artística, ao acentuar o caráter simbóli-

saem protótipos e testes de materiais e tramas que compõem suas coleções, vendidas em vários países,

co de seus objetos”, conforme escreve no livro Design Brasileiro - Quem fez, Quem Faz. O

com materiais nobres misturados com produtos baratos –

papel de destaque no design contemporâneo

mármores com arames, ralos com cerâmicas, cordas, reta-

vem sendo reconhecido em diversos prê-

lhos, espelhos, vime, pano...

mios, como o de Designer do Ano na Design

O trabalho da dupla começou a aparecer em 1989, com a exposição de cadeiras batizadas de Desconfortáveis, já indicando o caráter provocativo e nada utilitário do design dos irmãos. Em 1990, uma mostra no

Miami (2008), o Maison & Objet, na França (2012) e a seleção do comitê Colbert Prize, também na França. Os Campana receberam a Ordem de Artes e Letras do Ministério da Cul-

MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova

tura na França e a Ordem de Mérito Cultural em

York) deu a largada para o reconhecimen-

Brasília. Listados pela revista Forbes no top 100

to internacional, que hoje se consolida em

das personalidades mais influentes no Brasil em

parcerias com marcas como Edra, Alessi,

2013, foram selecionados pela revista Wallpaper

Baccarat, Nodus, Magis, Moleskine e Veni-

para o top 100 do design no planeta em 2014.

ni, entre outras. Uma importante parceria

Maria Cecília Loschiavo dos Santos, filósofa

com a Melissa produziu sandálias e bolsas

e professora da Faculdade de Arquitetura e Ur-

com as varetas que os irmãos já haviam

banismo da USP, afirma em Móvel Moderno no

usado em mesas, estante e utensílios. Nos últimos anos, esculturas, cerâmicas, instalações, cenografia, design de interiores e paisagismo ficaram mais frequentes no portfólio. Os Campana assinam o café do Theatro Municipal de São Paulo e o Café Campana, no Museu D’Orsay, em Paris, além de interiores de hotéis como o New Hotel, na Grécia, e Iniala Beach House, em Phuket, na Tailândia. Os Campana também conquistaram lugar cati-

Brasil que os materiais têm “destacada precedência no processo criativo” dos Campana e são parte decisiva da “crítica contundente por eles empreendida ao funcionalismo do móvel”. “A dimensão simbólica da obra dos Campana vem do uso de recursos e conceitos com grande apelo midiático, quase como fetiches exóticos, a citação direta ou o mimetismo de elementos presentes na cultura brasileira. Esteticamente, essas obras apresentam um duplo estatuto:

vo nas coleções permanentes de museus

no design e na arte”, observa Maria Cecília.

como o Georges Pompidou e o Museu de

Fernando concorda e frisa que, apesar de

Artes Decorativas, em Paris; o MoMA,

terem saído da cidade de Brotas, Brotas

em Nova York; o Museu Vitra, em Weil am

não saiu deles: “Nós chegamos à sofis-

Rhein, na Alemanha; e o Museu de Arte

ticação máxima de peitar o mainstream,

Moderna, em São Paulo.

mas temos um tom que beira o caipira”.

poltrona, cadeira e armário da série cangaço

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mundo uRBAno gastronomia

nY Comer & beber em

Cozinha com identidade e excelente oferta de bebidas marcam os gastropubs, protagonistas estrelados da cena gastronômica na cidade por gabriella bonatelli

E

ILUSTrAÇÃo fernanda guedes

m uma esquina no coração do West Village, a poucas quadras do rio Hudson, um salão acolhedor abriga mesas pequenas e próximas, ao lado de um extenso balcão. No andar de cima, o clima é mais intimista e aconchegante – ideal para um encontro a dois. os lugares são disputados por um público eclético. Não há dress code. Nem se exigem maiores refinamentos. A dose caprichada de apuro na execução dos pratos, no entanto, garante ao lugar, há sete anos, uma estrela no Guia Michelin de Nova

York. Não se trata de um bistrô ou de restaurante descolado cheio de vanguardices, daqueles definidos como trendy, mas de um lugar que oferece comida substanciosa. o nome: The Spotted pig. Aberto em 2004, ele marcou o início de um novo capítulo na cena gastronômica de Nova York: o movimento gastropub. o termo, resultado da união das palavras “gastro”, de gastronomy, e “pub”, de public house, foi cunhado em 1991 pelo crítico britânico Charles Campion, em uma resenha sobre o The Eagle, pub fundado naquele ano em Londres por David Eyre e Mike Belden. Sem saber que estava criando um conceito, a dupla investiu em pratos clássicos ingleses com inspiração mediterrânea. Tudo preparado na hora, com ingredientes de qualidade, em uma cozinha minúscula e aberta, localizada atrás do balcão. Até então, uma clara barreira dividia restaurantes e pubs ingleses. A chamada pub grub, comida básica e gordurosa servida nesses estabelecimentos, era tão ruim que o novo termo acabou se tornando útil para distinguir os lugares que se esforçavam para oferecer pratos elaborados por um staff profissional, a preços acessíveis. A fórmula pegou, e vários gastropubs começaram a surgir, revigorando a cultura gastronômica britânica: muitos viraram sucesso instantâneo ao dar oportunidade para jovens chefs, ávidos por mostrar seu talento.

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mundo uRBAno gaSTrONOmia

Foi o que aconteceu com April Bloomfield, chef inglesa natu-

casa primogênita dos donos do Wren, com uma seleção im-

ral de Birmingham. Ela trabalhou em várias cozinhas na Irlanda

pressionante de cervejas e, como gastropub que se preze, um

do Norte e em Londres, até cruzar o Atlântico em 2003, passar

cardápio de comidinhas bastante sedutor para os foodies de

pela Califórnia e fincar bandeira em Manhattan ao inaugurar

plantão. Lá estão descritos, orgulhosamente, ingredientes lo-

seu Spotted Pig (314 West 11th Street, tel. 212 620-0393, thes-

cais e seus produtores – entre eles queijos da Murray’s Che-

pottedpig.com), pub que inaugurou o conceito em Nova York. A

ese Shop e picles de Bob McClure. Tijolos aparentes e mesas

novidade apresentou um revival de clássicos esquecidos, agora

comunitárias, nas quais é preciso se espremer para conseguir

preparados com ingredientes sazonais, e estabeleceu uma exci-

espaço, criam a atmosfera informal e ruidosa que vai ao en-

tante diversidade de bebidas: em vez de oferecer um ou dois ti-

contro da essência dos gastropubs. Ainda assim, há um espa-

pos de vinho e uma seleção modesta de cervejas, os gastropubs

ço mais ou menos escondido do resto do ambiente, separado

passaram a estimular o conhecimento e o consumo de cervejas

por duas portas. Conte com a sorte: quem chegar primeiro

artesanais e vinhos bem selecionados. Hoje, passada uma dé-

leva. A carta de vinhos, com três brancos e três tintos, sepa-

cada, a chef britânica, conhecida pelo perfeccionismo, consa-

ra os rótulos por variedades de uvas. Peça o hambúrguer dry

grou-se como uma das melhores dos Estados Unidos, e os gas-

aged, com picles e queijo tallegio ou gruyère. Ou renda-se ao

tropubs proliferaram pela cidade com sua abordagem high-low,

cordeiro ao molho de cerveja Guinness, servido com raízes e

tremendamente atraente.

torradas com manteiga de mel.

Muitas vezes, eles seguem o conceito farm-to-table – da fa-

A inspiração irlandesa também domina o Penrose (1590 Se-

zenda à mesa, ao pé da letra –, reduzindo os intermediários en-

cond Avenue, 212 203-2751, penrosebar.com), com atmosfera

tre fornecedor e consumidor. Isso significa que os ingredientes

informal e retrô. Os picles são famosos e realmente incríveis,

utilizados vêm, em geral, dos melhores produtores, açouguei-

dos orgânicos aos picantes. Outro destaque é o spiced beef

ros, padeiros e queijeiros da região. O foco é a essência do sabor

sandwich, preparado com carne curada por 40 dias, tempera-

e para isso não se medem pudores na utilização competente

da com mostarda picante e, claro, picles. Entre os clássicos do

e equilibrada de condimentos. “As pessoas vão aos gastropubs por causa da atmosfera aconchegante e da comida, ótima para ser apreciada com a bebida fantástica que eles oferecem”, diz a carioca Lorena Ringoot, premiada chief concierge do hotel The Surrey, há 30 anos vivendo em Nova York. Um lugar ideal para começar a noite com uma happy hour é The Wren (344 Bowery, 212 388-0148, thewrennyc.com), no SoHo. Quem entra tem a impressão de estar em uma típica casa de fazenda britânica, com paredes e móveis propositalmente desgastados. O cardápio combina clássicos britânicos e americanos. No brunch, bastante concorrido, a estrela é o full irish: ovos fritos, linguiça, black pudding (morcela), feijão, bacon, cogumelos e mostarda – tudo servido com pão de cerveja. Para o jantar, mexilhões com pimenta em conserva e bacon, o inevitável fish & chips e o imperdível beef shortrib, sanduíche de carne de costela assada, preparado com cebolas caramelizadas e rúcula. Há um cuidado especial com os coquetéis, como o back in black, feito com cerveja Guinness, uísque irlandês, açúcar queimado e café. A carta de cervejas não é exagerada, mas traz curiosidades como a white ale japonesa Hitachino Nest. Aconchegante e diminuto, o Wilfie & Nell (228 West 4th

O The Wren é ideal para iniciar a noite. Na outra página: Spotted Pig e sanduíche do Breslin

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FOTO PAUL WAGTOUICZ

Street, 212 242-2990, wilfieandnell.com), no West Village, é a


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foto Nicole fraNzeN

foto david howells/latiNstock


mundo uRBAno gastronomia

menu, a britânica shepherd’s pie divide

etárias não se sintam à vontade ali. A atmosfera é levemente

espaço com o americaníssimo mac &

mais elegante do que nos demais gastropubs e, como que para

cheese. A carta de uísques traz 50 ró-

compensar, o cardápio traz pratos ultracalóricos, em porções

tulos. E inclui preciosidades como o Pa-

generosas. A vedete do menu é o hambúrguer de cordeiro:

ppy Van Winkle, um dos bourbons mais

com carne suculenta e tempero de cominho, ganha uma fatia delicada de queijo feta e algumas rodelas de cebola. O

raros do mundo.

pão, rústico, tem superfície crocante e interior de-

A rusticidade domina o ambien-

liciosamente macio, acompanhado de fritas levíssi-

te do Cannibal Beer & Butcher

mas. Em tempo: o brunch do The Breslin é considerado

(113 East 29th Street, 212 686-5480,

um dos melhores de Nova York.

cannibalnyc.com). Verdadeiro templo para os amantes de carnes e cervejas,

Um pouco distante, o Brooklyn vive seu momen-

o lugar funciona como açougue e café

to de centro das atenções na Big Apple.

durante o dia. À noite, se transforma

É certo que a região já teve dias mais

em um bar descontraído que atrai um

alternativos e vem adquirindo um ar

público sem frescuras para devorar far-

mais arrumadinho no que diz respeito

tos cortes. Peças inteiras de presunto e

a gastronomia e frequência. Mas alguns

carne ficam penduradas por ganchos

estabelecimentos locais, como o trophy Bar

Penrose 1590 Second Avenue

de aço, e as geladeiras estão sempre abastecidas com mais de 300 rótulos

(351 Broadway, 347-227-8515 trophybar.com), parecem se manter imunes a essa atmosfera cool, preservando,

de cervejas. No cardápio, disponível em papel de embrulho, seleções de carnes

dignamente, a própria essência. A parte

curadas, salsichas preparadas na hora e

externa é discreta: não há placas ou nomes

lascas de presunto são ideais para com-

indicando o lugar, apenas a foto de um troféu

partilhar. Obrigatórios, os cannibal dogs

dourado indicando a entrada. Lá dentro, é

são dois cachorros quentes cobertos

possível ouvir o metrô rugindo acima do

com ragu de costela, chili, cebolinha e

salão, em meio a prateleiras adornadas com

mostarda chinesa. Faz sucesso, também, o filé de costela maturado a seco, com tutano e molho béarnaise.

troféus. O menu de drinques inclui coquetéis

the Breslin 20 West 29th Street

clássicos e exclusivos e a carta de cervejas artesanais traz garrafas e latas. A cozinha destaca os chamados clássicos de estádio com pegada gour-

the Breslin (20 West 29th Street, 212 679-1939) é o segundo gastropub de April Bloomfield, aberto em 2009

spotted Pig 314 West 11th Street

Cannibal Beer & Butcher 113 East 29th Street

quistou (e preserva) sua estrela no

de frango com molho apimentado, búrguers com

seguindo o sucesso do Spotted Pig. Em outras palavras, também já con-

met – leiam-se asinhas

Wilfie & nell 228 West 4th Street

Michelin. Trata-se de um bar aconche-

bacon e rolinhos de camarão com batatas crocantes. E por aí vai. Não à toa, o lugar se au-

gante ao lado do lobby do descolado

todefine “um oásis para

Ace Hotel. O ar é vagamente britânico:

quem vive em South

um espaço escuro, com janelões que durante

Williamsburg e um des-

o dia absorvem a luz natural, talvez na tentativa

tino para qualquer pes-

de reproduzir o fog londrino. O lugar vive lotado, geralmente por um público jovem e bonito, ávido por

soa à procura do má-

the Wren 344 Bowery

ximo de diversão e do mínimo de atitude”.

ver e ser visto. Mas isso não significa que outras faixas trophy Bar 351 Broadway

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fotos Divulgação

foto Daniel Krieger

foto Paul Wagtouicz

No sentido horário: Penrose, Cannibal Beer & Butcher, Wilfie and Nell e Trophy Bar

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tt

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a

m

o

d

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arte em dobro

um dos museus mais populares do mundo comemora 15 anos planejando sua expans達o por xavier bartaburu

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luÌs Real /agbphoto

Com quatro dias – dois em trânsito e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque

O Turbine Hall: espaço para grandes obras junho 2015

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mundo uRBAno arte

ViDLEr STEVE/AGBPHOTO

ao lado, cenas de um museu construído na extinta usina elétrica de Londres

T

orrões de açúcar. Sem eles, o museu de arte mo-

34 mil metros quadrados iluminados pela luz natural que atraves-

derna e contemporânea mais visitado do mundo

sa janelas e claraboias. Ao mesmo tempo, é um marco da arquite-

não existiria. Foi graças aos cubinhos adoçantes

tura industrial londrina. Assim, na esteira do Musée d´Orsay, em

que Sir Henry Tate, magnata das refinarias britâni-

Paris, onde uma estação de trem desativada fora transformada

cas, fez fortuna no final do século 19. Tate gostava

em museu de arte moderna anos antes, o escritório suíço Herzog

também de pintura: era um dedicado colecionador

& De Meuron (que depois projetaria o estádio olímpico de Pequim)

de arte inglesa. Ao completar 70 anos, desconfiado do destino que

reconfigurou o edifício. Sem mexer em sua estrutura original – tan-

tal patrimônio teria na mão de seus herdeiros, resolveu doar sua

to que a chaminé da velha usina continua lá, bem como a antiga

coleção à Coroa britânica. Como o acervo não coube na National

sala das turbinas, com seu pé-direito monumental, transformada

Gallery, foi preciso criar, em 1897, um museu só para as obras do

em átrio de entrada e espaço de exposição para o deleite de artis-

barão dos torrões de açúcar: um edifício neoclássico às margens

tas como Louise Bourgeois, Anish Kapoor e Olafur Eliasson.

do rio Tâmisa, em Londres, inicialmente denominado National Gallery of British Art, mas depois rebatizado para Tate Gallery,

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Em 11 de maio de 2000, estava oficialmente inaugurada, pelas mãos da rainha, a Tate Modern – enquanto a galeria original, por

O conjunto de obras da Tate cresceu. Precisava aparecer. Criou-

sua vez, assumia o nome definitivo de Tate Britain. Não bastasse

-se, então, um novo museu inteiramente dedicado à arte do século

um novo espaço para as artes na capital do país, o governo inglês

20. A antiga usina termelétrica de Bankside foi o espaço escolhido.

encomendara também a construção de uma ponte futurista ligan-

Projetada nos anos 1940 pelo mesmo criador das cabines telefô-

do as duas margens do Tâmisa, em frente ao museu. Projetada

nicas vermelhas de Londres (o arquiteto Giles Gilbert Scott), tam-

pelo arquiteto inglês Norman Foster, a Millenium Bridge foi inaugu-

bém nas barbas do Tâmisa, a construção de aço e tijolos dispõe de

rada dois dias antes. Naquele mesmo ano, o Tate Modern tornou-

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MArkuS LAngE

AFP PHOTO / LEOn nEAL

SIOn TOuHIg/gETTy IMAgES

CArMA CASuL/AgE FOTOSTOCk/OTHEr IMAgES

-se o museu de arte do século 20 mais visitado do globo, na casa

brar que, nestes 15 anos de vida, apenas três nomes da arte brasi-

dos 5 milhões de pessoas. Hoje, aos 15 anos de vida, mantém o

leira tiveram retrospectivas de fôlego na Tate: Hélio Oiticica (2007),

sucesso de crítica e público. Seus 15 mil visitantes por dia o tornam

Cildo Meireles (2008) e Mira Schendel (2013).

a quarta atração turística mais popular de Londres.

A expansão do museu, nesse sentido, pode ser vista como uma

Essa multidão é impulsionada, sobretudo, pelas grandes retros-

janela de oportunidade para artistas menos conhecidos em solo

pectivas organizadas pela Tate. Caso das colagens de Henri Matis-

inglês. O novo edifício, de 11 andares, previsto para ser inaugurado

se, em 2014, recordista em número de visitantes: foram 560 mil

em 2016, quase duplicará a área das exposições. Concebido pelos

em cinco meses. Damien Hirst atraiu 463 mil pessoas em 2012.

mesmos arquitetos que revitalizaram as instalações da antiga usi-

Diante desses blockbusters sobra pouco espaço para a produção

na, o prédio também terá impacto significativo na receita do mu-

de nações não europeias, ainda que se note certo esforço. Em se-

seu. E essa é, declaradamente, a intenção por trás da expansão:

tembro, por exemplo, uma mostra reunirá diversas manifestações

diversificar as fontes de renda num momento em que os recursos

da pop art ao redor do mundo, incluindo obras de artistas de paí-

públicos andam cada vez mais escassos. Foi-se o tempo em que

ses como Japão, Colômbia, Argentina, Islândia e Brasil. Vale lem-

torrões de açúcar sustentavam a arte por aqui.

Próximas exPosições n sonia Delaunay - 15 de abril a 9 de agosto. Primeira grande retrospectiva em Londres da pintora russa, uma das pioneiras do abstracionismo n The World Goes Pop - 17 de setembro de 2015 a 24 de janeiro de 2016. Pop art dos cinco continentes entre os anos 1960 e 70 n alexander Calder: Performing sculpture - 11 de novembro de 2015 a 3 de abril de 2016. Além dos célebres móbiles modernistas, a mostra exibirá incursões do escultor americano nos campos do cinema, do teatro e da música

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mundo sem fronteiras perfil

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a história de amilcar lopes Jr., o empresário que virou lenda entre os maratonistas amadores por walterson sardenberg so fotos paulo fridman

Completar uma maratona em menos de três horas é tarefa árdua demais para um amador. por melhor que ele seja. só de imaginar o tamanho do trajeto, o desafio faz doer a panturrilha. são 42 quilômetros mais 192 metros, geralmente em meio a dezenas de milhares de competidores. Quase o triplo do itinerário da tradicional Corrida de são silvestre, em são paulo, com seus 15 quilômetros de asfalto. pois o empresário paulista Amilcar Lopes Jr., 51 anos, conseguiu romper essa barreira das três horas já na sua primeira maratona internacional, a de Nova York, em 1999. Um fenômeno. Não por acaso, ele se tornou não só uma lenda – mas também o homem a ser vencido no meio esportivo-empresarial. o portuga, como gosta de se referir a si próprio, em seu linguajar ao mesmo tempo irreverente e ultracompetitivo, virou a medida, a referência. “os caras não acreditavam que eu pudesse fazer aquele tempo”, lembra o filho de portugueses, ex-presidente da companhia Águas petrópolis paulista e atual CEo da rastreabilidade Brasil, empresa de rastreamento de remédios. “Eu disse a eles: ‘Calma que vocês ainda não viram nada’.” segue-se uma sonora gargalhada. Eis aí um fanfarrão assumido. Em Nova York, ele cravou 2h54min24seg, para espanto dos parceiros de treinamento, dos motoristas paquistaneses dos táxis amarelos, dos patos dos lagos do Central park e do primeiro treinador de Amilcar, o intrépido Marcos paulo reis, que sempre lhe recomendou economizar o ímpeto no início das provas para dosar as forças. Uma estratégia, aliás, esnobada sem qualquer cerimônia desde os primeiros passos.

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Ele tornou-se atĂŠ tema de um livro, em que outros executivos encaram o desafio de vencĂŞ-lo

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mundo sem fronteiras perfil

Ao arrepio da cautela de Reis, o desobediente Amilcar pôs em

Amilcar, então com 43 anos e os cabelos começando a embran-

prática aquilo que, bem-humorado, trata por “Método Portuga”,

quecer, foi o 320º colocado, com o tempo de 2h43min57. À sua

uma cartilha nada convencional. “Não acredito nessa história

frente, a rigor, chegaram apenas profissionais. Refeito da exaus-

de split negativo, em que a segunda metade da corrida deve ser

tão do esforço, o Portuga, como costumava fazer, espicaçou o

mais rápida que o início”, provoca. “Eu já começo acelerando tudo

treinador Marcos Paulo Reis: “Cadê sua garotada? Não tem nin-

o que posso.” Amilcar recorreu ao mesmo estratagema quando

guém melhor para concorrer comigo?”

baixou o próprio tempo, na Maratona de Chicago, em 2004. Para

A pirraça resultou em um desafio concreto. Reis selecionou

assombro até dos ventos poderosos vindos do lago Michigan, ele

três entre seus alunos – todos eles executivos – e passou a

terminou a competição em 2h48min. No parecer de seu criador,

treiná-los com afinco para que desbancassem a marca daquele

o “Método Portuga” pode ser resumido em dois momentos dis-

tagarela. Em comum, o trio tinha ricas histórias de superação. O

tintos durante as provas. O primeiro é uma pergunta: “Que raios

empresário Marcelo Apovian, o Lelo, por exemplo, passara por

estou fazendo aqui?” O segundo, uma decisão, pouco solene:

sucessivas cirurgias para recompor o tamanho de uma perna,

“Está doendo o corpo todo. Preciso correr o mais rápido possível

encurtada em 6 centímetros em uma queda praticando esqui.

para terminar o quanto antes esse sacrifício”. Outras particularíssimas ousadias do “Método” são o desa-

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perseverança é a palavra

pego à tecnologia e até mesmo o desprezo pela constante hidra-

Quem, enfim, quebraria o tempo do quarentão voador? A

tação no decorrer da prova. O Portuga utiliza um relógio comum,

história tinha tal dimensão humana que chamou a atenção do

apenas para marcar o tempo, e bebe água só depois de comple-

jornalista Sérgio Xavier Filho. Nasceu assim o livro Operação

tar mais da metade do trajeto – o que parece ainda mais insólito

Portuga (Ed. Arquipélago), lançado em 2011 e agora na quarta

em se tratando do sócio-proprietário da companhia Águas Pe-

edição. A ampla reportagem pode ser lida como um romance.

trópolis Paulista.

Daqueles difíceis de largar. Na concepção do autor, o perso-

Pelo menos para seu autor, a excêntrica metodologia se

nagem mais complicado de captar em sua essência foi justa-

mostrou ainda mais eficiente no dia 22 de outubro de 2006.

mente o que aparece no título. “Por trás da primeira imagem

Os incrédulos parceiros de treinamento, em São Paulo, de fato,

de um sujeito extrovertido e fanfarrão, descobri um empresário

ainda não haviam visto nada semelhante. Naquele dia, 33.659

que, ao contrário da maioria, não usa o esporte como válvula

pessoas zarparam das ruas de Chicago, disputando a maratona

de escape, mas como maneira de turbinar ainda mais a vida do

anual. Menos de mil cruzaram a linha abaixo do limite de 3 horas.

homem de negócios”, diz Sérgio, diretor de redação da revis-

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Amilcar guarda os objetos das provas, de pulseiras aos tênis. Enquadrou até os números de peito das camisas

ta Playboy, comentarista de futebol da rádio Bandnews FM e, também, maratonista (seu melhor tempo: 3h30min32 em Chicago, na edição de 2010). “Amilcar vive com extrema intensidade. Treina

duro, trabalha duro e ainda consegue ter vida social”, resume.

Ele já praticou duatlo, triatlo, correu várias maratonas e até foi piloto de automóvel. Teve sucesso em todas essas atividades. Sempre utilizando o particularíssimo “Método Portuga”, que deixa os adversários pasmos

Amilcar concorda com a análise. Diz ele: “A atividade empresarial exige metas, treinamento e garra. Exatamente como no esporte. Busco a energia nas competições e transponho essa receita para a vida profissional”. Para o empresário, esporte e negócios são complementares. “Um dá energia para o outro.” No entender

diz Amilcar, pai de um skatista de 16 anos, de um boxeador de 22

de Sérgio, a extrema dedicação de Amilcar a tudo aquilo que faz

e padrasto de um praticante de MMA de 23.

tem a ver com o relacionamento com o pai, falecido em 2008. “No

Quando cursava biologia na PUC de Campinas, descobriu o

fundo, ele sempre quis mostrar ao pai, um imigrante simples e tra-

triatlo e o duatlo – respectivamente, competições que incluem,

balhador, que também poderia ser um vencedor. Simples assim.”

numa mesma prova, natação, ciclismo e corrida e somente as

Perseverança é palavra corrente em seu vocabulário. “Tanto no

duas últimas modalidades. Em 1988, ajeitou uma bicicleta na ca-

esporte quanto na vida profissional, surgem entraves e sofrimen-

pota de seu Escort XR3 e foi disputar uma competição de triatlo

tos. Se você desistir antes, não chega lá.” O pai de Amilcar imigrou

em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Chegou na frente. Ga-

de Trás-os-Montes, norte de Portugal, nos anos 1930, pegou no

nhou várias outras. “Estava tão bem que pensei até em viver do

batente como entregador de pães, conferente de cargas na Águas

esporte”, conta. Não fosse o seu temperamento impulsivo dispu-

Petrópolis, juntou economias e comprou uma distribuidora de be-

taria o título nacional de 1995 do duatlo. Acabou vice-campeão.

bidas na rua Bandeira Paulista, no Itaim Bibi, que ainda não era

Não pôde disputar a derradeira prova do calendário por ter toma-

o bairro badalado de hoje. “Morávamos nos fundos. Eu fazia en-

do um gancho na penúltima. Ao ouvir que havia sido eliminado

tregas de bicicleta”, conta Amilcar, que, ainda garoto, descobriu a

por, supostamente, ter aproveitado o vácuo do carro de apoio no

vocação esportiva. “Fui jogar como ponta-direita e notei que corria

trecho de bicicleta, subiu no palanque e deu um chute no troféu.

muito mais que os outros. O que me atrapalhava era a bola.” Daí para se tornar sócio-militante do Esporte Clube Pinheiros,

ElE trEinA Até Escondido

como corredor e atleta de salto triplo, foi um pulo, ou melhor,

Portuga desistiu por uns tempos da modalidade. Voltou com

um João do Pulo – o João Carlos de Oliveira, então o recordista

tudo já na década seguinte. Em 2002, realizou outra proeza. Fi-

mundial da modalidade e influência decisiva. Naquela época, o

cou em quarto lugar na categoria de corredores entre 35 e 39

pai vendeu a distribuidora de bebidas e adquiriu a Águas Petró-

anos no Ironman de Florianópolis. É uma das mais difíceis pro-

polis, a única fonte de água mineral do mundo situada dentro de

vas de triatlo do planeta. Além de correr uma maratona inteira,

uma metrópole, no bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo.

o competidor precisa cumprir 180,2 quilômetros de ciclismo e

“Só tinha o dinheiro da entrada. O resto pagou na raça, em quatro

outros 3,8 quilômetros de natação.

anos, inaugurando o ‘Método Portuga’ na família”, brinca. O entu-

A índole explosiva também despontou quando Amilcar resol-

siasmo do filho com o esporte, no entanto, não o empolgava. “Du-

veu “brincar de piloto”. No início da década de 1990, ele correu de

rante um bom tempo, ele achava que era coisa de vagabundo”,

automóvel em diversas categorias. Chegou a disputar duas edijunho 2015

Mit revista

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FOTOS ARQUIVO PESSOAL

mundo sem fronteiras perfil

esquentado, amilcar já chutou troféu e quis brigar com Wilsinho fittipaldi. mas é homem de muitos amigos, que admiram a sua garra, determinação e persistência tanto no esporte quanto no mundo dos negócios

cravou 2h27min58 numa disputa em Berlim. “O Amilcar é mesmo um fanfarrão. No meio de uma corrida, encosta ao seu lado e brinca: ‘Você não vai aguentar’”, revela. “Mas, ao mesmo tempo, é um grande sujeito, um cara super do bem, um amigo leal. Sei que, como executivo, cobra bastante dos seus funcionários. É assim porque tem por princípio a perseverança e a meritocracia.” Quanto ao já famoso “Método Portuga”, Lelo admite que o rival “não é muito ortodoxo”. Lembra, contudo, que os espetacu-

ções das Mil Milhas de Interlagos. “Ganhei provas no Brasileiro de

lares resultados de Amilcar como corredor se devem, sobretu-

Corsa e fiquei entre os dez melhores no Brasileiro de Palio”, re-

do, a três componentes: o gosto pelos desafios, a garra e muito

corda. Em um treino em Interlagos, em que os modestos carros

treinamento. “Ele chega a treinar escondido”, entrega. O gosto

da Fórmula Palio dividiam a mesma pista com os lépidos veículos

pelos desafios também se revela na vida profissional. Depois de

da Stock Car, Wilsinho Fittipaldi, irritado pela demora de Amilcar

29 anos dando duro na Águas Petrópolis Paulista, Amilcar deci-

em dar passagem ao seu bólido, acabou “fechando” o carro do

diu “parar de botar água na garrafa”. Embora continue sócio da

Portuga, que foi parar na grama. Para quê! Amilcar entrou no boxe

próspera companhia, com 180 funcionários, resolveu abrir outro

de Wilsinho com uma chave de roda nas mãos e ganas de quebrar

negócio. Há três anos, com aporte de capital do banco BTG Pac-

tudo. Ficou na ameaça. Uma conversa reservada com o irmão de

tual, inaugurou a Rastreabilidade Brasil. A empresa começou a

Emerson resolveu o assunto.

operar ainda antes da determinação da

Dito assim pode parecer que Amilcar se envolveu em muitos

Anvisa (Agência Nacional de Vigilância

atritos. Não é o caso. Longe disso. Ele está sempre cercado de

Sanitária) que obriga os laboratórios mé-

amigos e, apesar das brincadeiras recorrentes com os adversá-

dicos a rastrear cada caixa de remédio

rios das corridas, é muito benquisto no meio. Que o diga aquele

que fabrica. “Apostei que a norma sairia,

que já foi o seu maior rival nas competições e, também, o pri-

pois era tendência mundial”, explica.

meiro a quebrar o seu recorde em maratonas: Marcelo Apovian, o Lelo, que, três anos depois da principal façanha do Portuga, 70

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Mais uma vez a ousadia. Mais uma vez o “Método Portuga”.

No automobilismo, fez amigos como Tony Kanaan. Mas seus resultados mais expressivos foram conquistados com a bicicleta do triatlo e do duatlo. Ou nas maratonas. Como a de Chicago, no ano de 2006


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mundo sem fronteiras carro

New outlander Com mais de 100 inovações na linha 2016, o crossover esportivo da Mitsubishi segue na vanguarda

por henrique skujis, do autódromo Velo Città

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divulgaテァテバ

Os novos farテウis ganharam luzes diurnas de LED

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O

mundo sem fronteiras carro

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New Mitsubishi Outlander acelera

entanto, vamos falar um pouquinho sobre a história do carro.

sozinho. Ele também freia sem que

Quando desembarcou no Brasil, em setembro de 2013, o All

você precise pisar no pedal de freio.

New Outlander trouxe o seguinte aposto: o mais moderno carro

Se começar a chover, o limpador do

já produzido em série pela Mitsubishi. Pois o modelo 2016 do

para-brisa entra em ação automati-

crossover deu um passo ainda mais adiante na linha evolutiva

camente. Escureceu? Os faróis acen-

da marca. Nada menos do que 100 inovações foram feitas para

dem sem que o motorista se preocu-

mantê-lo na vanguarda da indústria automobilística.

pe com isso. Na hora de estacionar,

Tais aperfeiçoamentos vão de detalhes no design à sinto-

uma câmera de ré torna a manobra muito mais fácil e rápida.

nia fina na suspensão. Da melhoria no isolamento acústico ao

Para ligar o carro, esqueça a chave – basta apertar um botão

incremento no desempenho. Das rodas de liga leve redesenha-

no painel e você já escuta o ronco suave do motor. Na estrada,

das a uma nova opção de motores. Neste mês de junho, quando

caso você se distraia e mude de faixa involuntariamente, um

chegar às concessionárias vindo do Japão, ele será o primeiro

sinal sonoro soa para que você tome o rumo certo. Errou a tra-

crossover movido a diesel que a Mitsubishi importa para o Bra-

jetória da curva? Controles de tração e estabilidade entram em

sil. Um crossover de tecnologia, requinte e desempenho que

campo para minimizar o risco de derrapagem. Ou seja: além de

mantém sua aura de objeto do desejo.

primar pela segurança (o carro recebeu nota máxima dos três

ACC, FCM, LDW, ASC, ATC e HSA são siglas de alguns dos

principais institutos mundiais no gênero), dirigir o crossover da

equipamentos que tornam a pilotagem do New Outlander extre-

marca dos três diamantes é um grande prazer.

mamente confortável e segura. ACC significa Adaptive Cruise

Mais adiante, falaremos como funciona essa tecnologia

Control, sistema que acelera ou freia o carro automaticamente.

que faz o New Outlander acelerar e brecar sozinho. Antes, no

Trata-se da geração mais recente do tradicional controlador de

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ACC e FCM são capazes de frear o carro sem que o motorista faça nada. O LDW avisa em caso de mudança involuntária de pista. O ASC e ATC são controles de estabilidade e tração que evitam derrapagens

los) e 3.0 V6 (240 cavalos), ambos a gasolina, foram aperfeiçoados na linha 2016. Ficaram mais econômicos e ganharam performance – principalmente em baixa rotação, com menor perda de torque. Torque, diga-se, é um dos destaques do novo motor 2.2 de quatro cilindros a diesel: são 36,7 kgf.m entre 1.500 e 2.750 rpm. Isso significa força de sobra à disposição do pé direito, mesmo em baixas rotações. Aliado a uma relação peso/po-

velocidade. Ele mantém a velocidade desejada, mas vai muito

tência de apenas 6,6 kg/cavalo proporcionada pelos 165 cavalos

além. Quando um veículo mais lento surge à frente, ela é redu-

de potência, esse torque torna a condução do Outlander extre-

zida para que uma distância segura seja mantida. Não é preciso

mamente prazerosa e dinâmica. O silêncio e a vibração quase

tocar no pedal do freio nem mesmo se o veículo da frente parar.

imperceptível também chamam a atenção na versão a diesel.

Para segurança semelhante no trânsito urbano, o New Ou-

Nas três motorizações, o carro vem com os divertidos paddle

tlander tem o FCM (Forward Collision Mitigation). A uma veloci-

shifters (“borboletas” atrás do volante para a troca de marchas),

dade de até 30 km/h, o sistema faz soar um sinal e, se necessá-

e nas versões V6 e a diesel com a possibilidade de o motorista se-

rio, na iminência de uma colisão dianteira, para completamente

lecionar por meio de um botão três opções de tração: Eco, Auto

o carro. Como já dito, o veículo também ajuda motoristas de-

e Lock. A primeira mantém a tração preferencialmente em 4x2.

satentos que mudam de faixa involuntariamente. O LDW (Lane

A segunda tem predileção pela 4x4. E a terceira é 4x4 em tempo

Departure Warning) percebe o descuido e faz soar um sinal para

integral, ideal para pisos escorregadios ou de terra. O câmbio

que o condutor corrija a trajetória a tempo.

das versões a diesel e V6 a gasolina possuem o exclusivo Invecs-II, que analisa o modo de dirigir de cada motorista, tornando as

DIVuLgAçÃO

Vamos agora falar do motor. Os já existentes 2.2 (160 cava-

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mundo sem fronteiras carro

1

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n 1. A terceira fileira de banco aumenta a capacidade do New Outlander para sete passageiros n 2. A tampa do porta-malas agora abre 3,7 cm a mais. n 3. O carro conta com nove airbags n 4. Outra novidade são os espelhos eletrocrômicos n 5. Detalhe no painel do piloto automático adaptativo, capaz de frear o carro sozinho n 6. No painel, destaque para a tela de 7 polegadas do sistema multimídia n 7. Detalhe dos controles do aquecimento do banco, da tração e o câmbio automático n 8. Um sensor no alto do para-brisa aciona o limpador automaticamente em caso de chuva

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fOTOS: DIVULGAçÃO

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Silencioso e com baixíssima vibração, o novo motor diesel é um dos mais modernos do mundo. Tem 165 cv e um incrível torque de 36,7 kgf.m. A relação peso/potência do carro é de apenas 6,6 kg/cv

carro, também está entre os cem aperfeiçoamentos recebidos na linha 2016: além do acabamento de couro e de trazer os controles do som e do ACC, ganhou empunhadura mais anatômica. O computador de bordo tem 13 funções. O sistema multimídia, com tela de 7 polegadas, traz GPS, Bluetooth, áudio streaming, USB e o DIS (Dynamic Information System), com acelerômetro, bússola e indicações da aceleração lateral, da inclinação

trocas de marchas mais suaves. A versão 2.0 é equipada com

frontal e da altitude. São 25 porta-objetos e oito luzes de corte-

câmbio CVT de nova geração e sistema Invecs-III.

sia. O New Outlander tem ainda a opção de uma terceira fileira

Do lado de fora, é perceptível o esmero dos designers. O carro

de bancos, elevando a capacidade do carro para oito pessoas.

manteve seu visual inconfundível, mas ganhou traços mais mo-

Com os bancos rebatidos, o porta-malas acomoda generosos

dernos. Para-lamas e para-choques também mudaram, com no-

1.600 litros. Para se ter uma ideia do minucioso aperfeiçoamen-

vos faróis e uma entrada de ar maior. Os faróis passam a contar

to feito na linha 2016, até a abertura da tampa do porta-malas

com luz de iluminação diurna de LED, aumentando a segurança.

entrou na lista: ela agora abre 3,7 centímetros a mais para faci-

No interior, a sofisticação fica evidente. Os bancos de couro, pre-

litar a colocação de bagagem. Com três anos de garantia sem

to ou bege, receberam nova costura para aumentar ainda mais

limite de quilometragem, o New Outlander chega às concessio-

o conforto. O volante, onde se esconde um dos nove airbags do

nárias Mitsubishi a partir de R$ 114.990. junho 2015

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mundo sem fronteiras viagem

a sala de degustação e as outras amenidades do algodón ficam diante das parreiras

Durma na adega Quatro hotéis nos quais o hóspede dorme (e bebe) de frente para vinícolas por marcello borges

o

enoturismo tornou-se uma das atividades mais atraentes e de crescimento mais rápido da indústria turística: 17% dos turistas de lazer nos EUA dedicaram-se a atividades relacionadas ao

vinho, segundo a Travel Industry Association. Dados brasileiros recentes mostram que entre 2001 e 2010 o número de visitantes de vinícolas saltou de 45 mil para 200 mil por ano – crescimento de 340%. Mas o que se faz no enoturismo? obviamente, a principal atividade é a degustação de vinhos. Mas isso não é suficiente para sustentar hotéis nas vinícolas. os proprietários encontram atrativos adicionais para manter o visitante entretido entre um copo e outro.

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FOtOS: DivULGAçãO

Algodón Wine estAte Argentina Eleito recentemente pelo guia Frommer’s como um

queimar calorias. O hotel também não decepciona os fãs de

dos melhores destinos em vinícolas, o Algodón fica em

esportes radicais, de caminhadas e de hipismo. A vinícola

Mendoza, a mais famosa região da Argentina na produção

data de 2002, e entre seus vinhos encontram-se variedades

da Malbec. A propriedade tem nove suítes com lareira,

de Malbec (tinto e rosé), Bonarda, Cabernet Sauvignon, um

pátio e outras amenidades, e todas ficam perto da sala de

vinho de corte Cabernet/Syrah, Merlot, Chardonnay, um Gran

degustação. O restaurante Chez Gaston permite acompanhar

Reserva (corte de Malbec com Cabernet, Syrah e Merlot) e

os vinhos locais com excelentes pratos. Recentemente,

outros, como o Pima, cujo nome evoca um tipo de algodão da

foram construídas cinco suítes no espaço chamado Wine

mais alta qualidade e cuja produção é feita com uvas colhidas

& Golf Lodge. Um campo de golfe de nível internacional e

em videiras datadas de 1946. A diária sai por US$ 260. www.

11 quadras de tênis fornecem a inspiração para o hóspede

algodonwineestates.com junho 2015

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mundo sem fronteiras viaGeM

Projeto do MarquĂŠs de Riscal ĂŠ do canadense Frank Gehry

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hotel marqués de riscal Espanha Conhecido por obras notáveis como a Casa Dançante, em Praga, e o Museu Guggenheim, em Bilbao, o arquiteto canadense Frank Gehry projetou este hotel com cara de obra de arte. São 14 suítes de luxo, dois restaurantes – o 1860 e o Marqués de Riscal, ambos cuidados pelo chef Francis Paniego, estrelado pelo Michelin –, um spa da Vinothérapie Caudalie, com diversos tratamentos baseados na uva, e um Wine Bar, no qual é possível provar toda a gama de vinhos da coleção, tanto em taça quanto na garrafa, a preços convidativos. A especialidade da vinícola são os vinhos tintos feitos com uva Tempranillo, emblemática da região e que produz bebidas de corpo médio, com aromas como couro, cereja, tomate, baunilha e cravo. Geralmente, o tempo na madeira confere-lhes mais complexidade, caso do Marqués de Riscal Gran Reserva, que passa no mínimo 24 meses em barrica e 36 em garrafa. A colheita na região começa em setembro – confira com a vinícola a possibilidade de acompanhar esse ritual. A diária é

FoToS: DiVUlGAção

a partir de US$ 380. www.hotel-marquesderiscal.com

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mundo sem fronteiras viagem

PONTe viNeYaRD iNN Estados Unidos

DiVULgAção

O Ponte vineyard foi eleito um dos dez melhores hotéis do gênero

Considerado pela revista Departures um dos dez melhores hotéis em vinhedos do mundo e pelo Trip Advisor o 13º melhor hotel da América, o Ponte Vineyard fica dentro da Ponte Winery. Sua vinícola produz em média apenas 1.500 caixas de cada rótulo, mas tem uma variedade bastante interessante. Com vários tipos de acomodações – inclusive quatro quartos onde o seu cão pode ficar acomodado – e amenidades completas (wi-fi de alta velocidade grátis, HDTV de 42” e outras), conta ainda com um Cellar Lounge, sala de ginástica com esteiras e halteres, serviços de spa, giros pelas vinícolas e até passeio de balão. Para de 90 minutos leva os hóspedes pelos vinhedos – com direito a uma garrafa de vinho e sanduíches. Quartos a partir de US$ 209. www.pontewinery.com 82

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CreATiVe CommonS

os românticos, um passeio de charrete


Argos in CAppAdoCiA Turquia

COrbiS

GlOwimAGES

lATiNSTOCK

o Argos fica em um antigo mosteiro na Capadócia

Não é de hoje que a Turquia se transformou num destino

Syrah e a Kalecik Karasi, uma variedade da Pinot Noir.

turístico importante, e a Capadócia, lar do hotel Argos, é,

Os vinhedos são visíveis desde os terraços da propriedade.

em grande parte, a responsável por essa fama: passeios

Um dos passeios mais interessantes faz-se pelos

de balão levam o visitante a mais de 300 metros de altura,

túneis situados sob o velho mosteiro: são mais de cinco

permitindo-lhe vislumbrar a paisagem fascinante de uma

quilômetros, com adegas privadas e salas de reunião onde

das mais antigas civilizações do planeta. Na encosta de uma

antes dormiam os monges. O pernoite custa a partir de

montanha, o Argos está instalado num antigo mosteiro – o

US$ 200 e inclui a degustação de 21 vinhos da região. www.

maior do mundo. Em seu vinhedo, cultivam-se uvas como a

argosincappadocia.com/EN/ junho 2015

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mundo 4x4 perfil

andreamoller Uma das mais consagradas remadoras do planeta e primeira mulher na hist贸ria a surfar Jaws, a param茅dica paulistana chegou ao topo por adrian kojin

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foto fred PomPermayer junho 2015

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mundo 4x4 perfil

Q trabalho de

uem vê Andrea buscando a filha Ke-

Fisicamente forte e mentalmente determinada, logo se des-

ala, de 11 anos, na escola da pacata

tacou no remo. Passou a figurar entre as melhores do planeta e

cidadezinha de Paia, em Maui, no Ha-

tornou-se a primeira mulher a quebrar uma série de barreiras nos

vaí, não distingue muito além de uma

esportes de mar. Nos últimos 16 anos, foi a que mais acumulou

mãe carinhosa. Já quem a flagrar

travessias e obteve vitórias de canoa havaiana no canal de Kaiwi,

durante um atendimento de emer-

entre as ilhas de Molokai e Oahu – no universo do remo, o desa-

gência, saltando apressada de uma

fio equivale à escalada do Everest para os montanhistas. São 54

ambulância, estará testemunhando o

quilômetros entre ondas enormes, correntes traiçoeiras e ventos

uma dedicada paramédica em ação. Nos dois

fortíssimos, que exigem esforço sobre-humano. A isto se chama

entanto, o que ninguém consegue ima-

downwind, modalidade na qual Andrea é chamada de rainha por

ginar é do que essa mulher é capaz de aprontar quando entra

quem entende do assunto. Com sua equipe de OC6 (canoa com

no mar. As revistas especializadas em stand up paddle chamam

seis integrantes), venceu sete vezes a prova, da qual detém o re-

Andrea de “Rainha do Downwind”. Além de ser a número 1 nessa

corde de 5 horas e 22 minutos. Remando solo, completou cinco

que é uma das mais difíceis condições de remada em alto-mar,

travessias, chegando em primeiro em duas delas. No reveza-

ela tem lugar cativo no panteão dos esportes marinhos. Pudera:

mento da OC1, foram oito travessias, com quatro vitórias.

cenários, no

foi a primeira mulher a surfar Jaws, a onda mais desafiadora do

Da mesma grandeza são seus feitos cruzando Kaiwi de stand

planeta. Andrea tem outros feitos que permitem colocá-la entre

up paddle. Ou talvez ainda maiores, pois foi ela a primeira mulher,

as maiores atletas da Terra. Antes de enumerá-los, porém, va-

junto com a parceira Maria Souza, também brasileira, a atraves-

mos entender como ela chegou lá.

sar o canal remando em pé sobre uma prancha, em 2005. Desde

Andrea é filha de Gunnar Moller, um dos pioneiros do windsur-

então, já completou a prova oito vezes, consagrando-se como re-

fe no Brasil. Nasceu em São Paulo, mas mudou-se aos 7 anos para

cordista mundial feminina em número de travessias. De 2005 a

Ilhabela, no litoral norte do estado. Desde cedo, acompanhava o

2008, venceu fazendo dupla com Maria Souza. De 2009 a 2013,

pai em competições. “Minha inspiração e minha ligação com o mar vêm dele”, conta. Ao fundar a Marina Porto Ilhabela, hoje uma das mais bem aparelhadas da ilha, Gunnar proporcionou as condições ideais para que a vocação de Andrea aflorasse.

Na infância, em Ilhabela (SP), conviveu com meninos que viriam a se tornar destacados esportistas, como o velejador Robert Scheidt. Única menina da turma, fazia questão de não ser deixada para trás

Cercada de mar, a garota, apaixonada pelas ondas e pelo vento,

fez o percurso solo, chegando em primeiro lugar em 2010 e 2011.

tinha pela frente a infância que pediu a Deus. Fundamental nes-

Aos 36 anos, Andrea se mantém firme no topo. Em abril, venceu

se período foi o convívio com uma turma de meninos que viriam

pela sétima vez seguida a prestigiada OluKai Ho’olaule’a SUP

a se tornar destacados esportistas – entre eles futuros campe-

Race, em Maui, registrando um novo recorde nos anais do espor-

ões mundiais e medalhistas olímpicos, como o velejador Robert

te, com o maior número de vitórias consecutivas numa prova.

Scheidt, o kitesurfista Guilherme Brandão, o windsurfista e remador Paulo dos Reis e os mountain bikers Vando e Juninho Cruz.

Listados os louros de Andrea, fica mais fácil dizer que estamos diante de uma das maiores atletas do planeta, ainda

Era uma garotada que desde cedo procurava aventuras na ter-

que tal reconhecimento seja restrito àqueles que circulam no

ra e no mar. Andrea ia junto. Fazia questão de não ser deixada para

mundo do remo. Visibilidade maior, extrapolando o universo

trás. “A gente ia de bicicleta para a praia do Bonete por trilhas de

da canoa havaiana e do stand up paddle, Andrea colhe no

barro praticamente intransponíveis”, lembra-se. “Não tinha isso de

surfe de ondas gigantes, atividade à qual se dedica com mais

‘ai, sou uma menina’. Por estar sempre na companhia de homens,

prazer atualmente. Em 2004, rebocada pelo brasileiro Eraldo

eu precisava ser como eles. Não podia pedir para irem mais de-

Gueiros, foi a primeira mulher a surfar Jaws. Formou, também

vagar, me esperar.” Talvez esteja aí a chave para entender o que a

com a parceira de remo Maria Souza, a primeira dupla femini-

levaria a protagonizar feitos tão excepcionais ao trocar Ilhabela por

na de tow in. E logo se tornaram a primeira dupla feminina de

Maui, no Havaí. A mudança deu-se em 1998, aos 17 anos, quando

tow in a vencer as gigantescas ondulações de Jaws.

ela aproveitou um curso de inglês em San Diego, na Califórnia, para

Tais feitos só seriam superados em termos de impacto no

escapar e adotar a meca do surfe como sua nova casa. Ali, Andrea

surfe feminino quando uma mulher chocou o mundo ao surfar

não demorou pra virar o que se chama de waterwoman. Além do

Jaws na remada. A façanha, considerada impossível até para ho-

windsurfe, aperfeiçoou-se no surfe e nos esportes a remo.

mens há não muito tempo, coube a... Andrea Moller. Nesse dia, No downwind, remada em alto-mar, Andrea é imbatível

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bruno lemos

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3 1. na piscina da casa em ilhabela (Sp); 2. Com o pai, gunnar moller, pioneiro do windsurfe no Brasil; 3. os primeiros passos no windsurfe; 4. Com a filha; 5. Como paramédica no Havaí, onde vive

4

5

como não havia saído de casa com essa intenção, improvisou o

de cada momento dessas quatro horas remando sozinha, sem o

equipamento com uma prancha emprestada e desceu uma onda

amparo do barco, até Oahu. Sei todos os pensamentos que vie-

monstruosa para a esquerda, direção que a levava para o lado da

ram à minha cabeça”, conta Andrea, explicando que, quando você

baía no qual um erro pode jogar o surfista de encontro às pedras.

se desidrata e se cansa, o corpo dói e você passa por situações

Andrea relata assim a experiência: “Quando vi, já estava na trilha

em que tudo pode acontecer. “Eu já não via mais ninguém – e o

do barranco em frente à Jaws com a prancha debaixo do braço.

medo, principalmente o medo do mar, é o pior inimigo.” Andrea

Tive que passar a arrebentação pulando das pedras e varando

achou o caminho da praia e saiu viva do encontro com a morte.

o quebra coco na remada. Não sabia o risco em que estava me

Seu próximo projeto é colocar em prática mais uma edição do

colocando, mas a adrenalina é tanta que acabei indo na roubada

Ike Moana, evento idealizado por ela desde 2013 e que oferece a

e me dando bem. A onda era grande e muito rápida. Quando você

crianças com necessidades especiais a oportunidade de passar

completa uma onda como aquela e sai vivo, você dá mais valor

um dia em contato com o mar, aprendendo stand up paddle com

à vida. Uma dose de irresponsabilidade sempre está presente, o

atletas profissionais. O evento é um aquecimento para a Imua,

problema é que a gente só percebe isso depois de anos, quando

corrida anual de stand up paddle que levanta fundos para o Imua

paramos para nos perguntar como pudemos ser tão loucos”.

Family Services, tradicional instituição de Maui dedicada a crianças que requerem uma atenção diferenciada. Como paramédica,

o pior inimigo

Andrea também encontrou a oportunidade de contribuir de ma-

Não foi em Jaws, no entanto, o maior sufoco de Andrea em sua

neira significativa para a comunidade que a recebeu de braços

vida de aventuras no mar. A morte passou perto em uma traves-

abertos. O emprego lhe garante ainda a segurança financeira não

sia solo do canal de Kaiwi. Duas horas após a largada, quando já

proporcionada pelo esporte, apesar de todas as glórias elenca-

se encontrava a uma enorme distância da costa, Andrea perdeu

das nesse texto. “Não existe nada como salvar vidas e ver o sorri-

contato com seu barco de apoio, que tivera uma pane seca. Sozi-

so no rosto de uma criança”, diz. “Hoje, minha vontade é de com-

nha, desorientada, exausta, sem ter como saciar a sede e a fome,

petir para isso, não para a mídia ou por dinheiro. Quero remar,

e pressentindo a presença de enormes criaturas sob sua canoa,

estar com minha filha e ajudar as pessoas. Isso é a perfeição.”

dependia dela mesma para se salvar. O canal de Kaiwi já tirou muitas vidas em histórias trágicas, entre elas a do salva-vidas havaiano e surfista de ondas grandes Eddie Aikau, em 1978. “Me lembro 88

Mit revista

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n Siga Andrea no instagram.com/andreamollermaui e no facebook.com/ andrea.moller.161.

FOTOS: ArQUIvO pESSOAl

mundo 4x4 perfil


foto fred PomPermayer

Andrea enfrenta e vence mais uma gigantesca onda de Jaws, no HavaĂ­

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mundo 4x4 viagem

esplendor amazônico No Cristalino Jungle Lodge, uma jornada ao coração da floresta por ferNaNdo paiva , de Alta Floresta

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fotos kiko ferrite


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mundo 4x4 viagem

U

irapuru dá no chão, não no alto.

Mas não aqui, na margem esquerda do rio Cristalino, norte de

nheiras, prontos para mais uma li-

Mato Grosso, quase na divisa com o pará. Integrávamos a trupe

ção, ao vivo, em cores e com direito

dos felizes ganhadores da viagem ao Cristalino Jungle Lodge,

a áudio, sobre a floresta amazônica.

em comemoração aos 20 anos do rali Mitsubishi Motorsports.

De uniforme verde-oliva camuflado, o

Um lugar que todos os brasileiros deveriam conhecer.

guia José, peruano de Lima, tocou no

A aventura começou quando, vindos de Alta floresta de

gravador para o uirapuru o canto de

micro-ônibus, deixamos o rio teles pires e suas águas barren-

um outro macho. o pássaro, territorial por natureza, veio se

tas para subir a escura massa líquida do Cristalino. A impo-

aproximando devagarinho. Cauteloso, respondia ao pio. Que-

nência da floresta, margeando o rio cheio, remetia ao paraíso

ria porque queria saber onde estava o “intruso”.

intocado que os irmãos Villas-Bôas encontraram perto daqui

Enquanto isso, francisco Carvalho de sousa, piauiense de

nos anos 1940, durante a expedição roncador-Xingu. Nunca o

Luzilândia, evangélico da Assembleia de Deus, 42 anos, guia

chavão “vegetação luxuriante” foi tão apropriado para descre-

há 18, varejava com seu binóculo o emaranhado de galhos no

ver um lugar. Depois de um dia voando horas desde são paulo,

chão da mata. pronto! “Corram aqui para ver”, sussurrou. E fo-

nada como um mergulho naquela água cor de chá-preto para

cou o telescópio, assestado num tripé, para todos apreciarem

limpar corpo e alma.

o cantor mais célebre da Amazônia.

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tado”, explicou José. “Na Amazônia peruana, é difícil de achar.”

Estávamos na trilha das Casta-

Eleito pela National Geographic Traveler como um dos me-

Demos sorte. Era um uirapuru-verdadeiro, passarinho bra-

lhores hotéis de selva do mundo, o local é a materialização do

vo, marrom-acinzentado, garganta e peito cor de ferrugem.

sonho da empresária e ecologista Vitória Da riva Carvalho. filha

Nos seus ínfimos 10 centímetros de comprimento, ele soltava

do célebre colonizador Ariosto Da riva (1915-1992), cofundador

o canto inconfundível, curto e forte, semelhante aos sons da

de diversas cidades do norte do paraná, de Naviraí (Ms) e funda-

clarineta e da flauta. Irapuru, corneta, mandingueiro, realejo,

dor de Alta floresta, Vitória formou-se em letras pela pUC-sp, foi

tangará, o nome não importava. “o que importa é que a pre-

professora de inglês e mais tarde estudou administração na fGV.

sença dele é um índice biológico de que o lugar não foi desma-

No começo dos anos 1990, quando resolveu trabalhar com eco-

Mit revista

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ao lado, torre de observação. Nesta página, a sede do lodge e guarantã tombado

Com quatro dias – dois em trânsito e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque

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Cenas da amazônia no Cristalino Jungle Lodge: jacaré flagrado à noite; macaco-aranha encara a teleobjetiva; sapo venenoso do gênero Dendrobates; casal de araracangas voa sobre o rio; anambé-azul no meio da galhada; mutum-de-penacho e seu topete; o veloz voo do pato-do-mato; e iguana descansa no alto de árvore. para saber mais, entre no site cristalinolodge.com.br e no instagram @cristalinolodge

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abraçar em oito pessoas a castanheira com idade estimada de oito séculos foi uma das inúmeras experiências vividas pelos sortudos que comemoraram na mata os 20 anos do mitsubishi motorSports emoção de olhar para cima depois de chegar aos pés de uma castanheira de estimados 800 anos de vida, tão grossa que oito pessoas de mãos dadas mal davam conta de abraçá-la. Quintanista de engenharia civil na Usp de são Carlos, Heytor Biagiotti pessoa, premiado na etapa de ribeirão preto (sp), contou que “o mais legal foi o sapo”. Ele se referia ao simpático batráquio amarelo com manchas pretas, encontrado sob algumas folhas. ficou fascinado com a explicação do guia José: “Esse bicho é muito perigoso, solta um veneno que índio põe em ponta de flecha para torná-la mortal”. outro hit foi subir o rio num fim de tarde e descê-lo de motor desligado, mas com as lanternas acesas. De repente, flagramos um big dum jacaré saindo para jantar. Bem educado, nos cumprimentou jogando água com a cauda. para terminar, teve até causo de assombração. Quem contou foi o francisco, que já trabalhou em garimpo. Certa vez uns caboclos foram pescar na nascente do Cristalino. Lugar de muito peixe porque ficava em lugar proibido, quase dentro da base aérea de Cachimbo. Mal tinham montado acampamento, ouviram uns uivos horríveis vindos da mata. “Com certeza é índio brabo”, disseram. E se mandaram de volta para Alta floresta. Anos depois, retornaram. Antes, porém, foram fazer o reconheturismo e começou a falar em preservação ambiental numa área

cimento do terreno. Acharam uma choça. Dentro, uma rede de

devastada pelo garimpo e pelas serrarias, foi chamada de louca.

garimpeiro, dessas de náilon, armada. Dentro da rede, algo.

E ali estávamos, instalados em bangalôs ultraconfortáveis

“Abriram e deram com a ossada de um homem com um

e totalmente ecológicos, aproveitando o resultado da “lou-

vidro de analgésico na mão”, explicou francisco. o sujeito ti-

cura” de Vitória. Vivenciando o esplendor selvagem de 12 mil

nha quebrado a perna, não podia se mover. Quando ouviu os

hectares de reservas florestais particulares, encostados em

pescadores chegando, começou a gritar. “E vocês vejam que

185 mil hectares de um único parque nacional, hábitat de 595

azar: o povo se mandou, achando que era índio.”

espécies de aves (um terço das existentes no Brasil), 50 espécies de peixes, 102 de répteis e anfíbios e 2 mil de borboletas. Mas deixemos as cifras de lado e voltemos à mata. o Cristalino é o paraíso dos birdwatchers. Gente que, em bom português, adora passarinhar. Do alto das suas duas torres metálicas de observação, a 50 metros do solo e acima da copa das árvores, a turma se deliciou com o topete encaracolado do araçari-mulato, o indescritível sete-cores-da-amazônia e as penas multicoloridas da araracanga. No meio da floresta, aprendemos a diferenciar o pequenino inhambu-de-cabeça-vermelha do imponente mutum-de-penacho. A adrenalina subiu quando, na mata fechada, fomos surpreendidos pelo barulho forte, ritmado, de uma martelada seca e invisível. “Macaco-prego tentando abrir coco de castanha pra comer”, traduziu francisco. “Entrar na mata e ver de perto a altura das árvores é impressionante”, disse Carla Guimarães, sorteada na etapa de penedo (rJ) e que, ao lado do marido, participa do Mitsubishi Motorsports desde 2005. Carla se referia à junho 2015

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mundo 4x4 esporte

selva gens relatos

Há 17 anos, as corridas de aventura desembarcaram no Brasil e conquistaram os corações de atletas amadores e profissionais por maria clara vergueiro

N

o final dos anos 1990, o paulistano Alexandre Freitas, hoje com 53 anos, participou de uma competição na Nova Zelândia muito diferente de tudo o que ele já havia experimentado. Era uma espécie de corrida com imersão na natureza, leitura de mapas topográficos, trabalho em equipe, estratégia e múltiplas modalidades esportivas.

por longas distâncias em percursos indicados em um mapa recebido poucas horas antes da largada. os atletas carregavam em suas mochilas o mínimo necessário para sobreviver durantes os dias de expedição, dormiam um par de horas por dia, precisavam administrar os humores e desconfortos dos companheiros de equipe e, após centenas de quilômetros por matas fechadas, rios, corredeiras, mar e montanhas, chegavam ao final da competição tão realizados quanto destruídos.

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DAviD SpurDENS/CorBiS

A primeira prova do gênero, a Coast to Coast, havia estreado naquele país em 1980. o brasileiro ficou fascinado

com a competição, cujos desafios para as equipes formadas por quatro pessoas incluíam corridas, remadas e pedaladas


correr na altitude: uma das dificuldades

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FoToS: ALirio DE CASTro

mundo 4x4 esporte

Contagiado pela nova modalidade, Alexandre trouxe a ideia

ção da mídia atraída pelo aspecto pitoresco do esporte. Afinal

para o Brasil. organizou em 1998 a primeira corrida de aven-

de contas, quem eram aquelas pessoas que, em sã consci-

tura do país, a Expedição Mata Atlântica (EMA). Foram três

ência e por vontade própria, dedicavam parte da vida para

dias e 220 quilômetros de percurso. para atrair adeptos e in-

treinar, investiam um bom dinheiro em inscrições e viagens e

centivar o esporte, criou a Sociedade Brasileira de Corridas de

torravam os fins de semana para se meter no meio do mato,

Aventura (SBCA) e lançou um circuito brasileiro de provas. Em

passando por situações de adversidade e privação? os relatos

2002, Freitas precisou sair de cena para cuidar de uma doen-

de sobreviventes – com o perdão do exagero – são selvagens

ça devastadora provocada por um parasita que se instalou em

(leia três no final da reportagem).

seu corpo durante uma prova nas ilhas Fiji. Seus esforços, no entanto, formaram um seleto grupo de adeptos do esporte;

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única equipe 100% feminina

gente que tinha espírito inquieto e aventureiro, como o empre-

No dia 15 de novembro deste ano, o Brasil vai sediar pela

sário José pupo, 48 anos. “As corridas de aventura uniram três

terceira vez uma etapa do campeonato mundial de corridas

coisas que eu amo: natureza, estratégia e gente”, explica pupo,

de aventura. Será no pantanal (MT) e contará com os mes-

tricampeão brasileiro de rafting e técnico da seleção brasileira

mos organizadores que adquiriram a marca Ecomotion em

de canoagem na olimpíada de Barcelona (1992).

2012. responsável por aquela prova e pela etapa deste ano no

Nesses 17 anos, inúmeras provas foram realizadas em

pantanal, Shubi Guimarães revolucionou as corridas quando

cenários como Chapada Diamantina (BA), Serra dos Órgãos

montou, em 2000, a única equipe 100% feminina do mundo,

(rJ), Serra da Bocaina (Sp), Lençóis Maranhenses (MA), Jala-

a Atenah, que chegou a ser a melhor equipe brasileira no Eco-

pão (To) e Amazônia (AM), entre tantos outros. o melhor mo-

motion 2006, com as atletas Cristina de Carvalho, Fernanda

mento da corrida de aventura no Brasil deu-se entre 2000 e

Maciel e Nora Audrá ao seu lado. Hoje, Shubi reúne forças, co-

2008, quando eventos como o Ecomotion pro, principal prova

nhecimento e coragem para divulgar o esporte que a ensinou

de aventura do país, chegavam a somar 60 quartetos nacio-

algumas das lições mais importantes da vida. “A corrida de

nais e estrangeiros. Naquele período o esporte recebia aten-

aventura é uma ferramenta para ajudar na promoção da biodi-

Mit revista

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os cenários podem ser floridos. ou inóspitos, como o da patagônia

versidade, da identidade cultural e da conservação das nossas

te perfeito para praticar técnicas de sobrevivência na selva e o

áreas, mas sofre com leis que priorizam só o futebol, com o

autocontrole, adquiridos nas experiências extremas dos tem-

desinteresse da mídia e a consequente falta de renovação dos

pos de exército. Atleta-referência das corridas de aventura no

atletas”, avalia.

Brasil, rafael chegou a participar de 18 competições por ano,

Mesmo assim existem no Brasil cerca de 30 equipes “cons-

nacionais e internacionais. pai da recém-nascida Manuela,

tantes”, que disputam provas regionais e se arriscam em com-

ele diminuiu o ritmo, mas é presença certa em ao menos dez

petições fora do país, já que não há campeonato nacional.

provas anuais, sendo duas delas expedicionárias (acima de

um dos circuitos mais importantes da região Sudeste, que há 14

300 quilômetros). “Continuo motivado graças à paixão pelo

anos serve de porta de entrada para aspirantes e de treino paras atletas experientes, é o Adventure Camp. por lá já passaram mais de 40 mil pessoas, segundo os cálculos do organizador, Sergio Zolino, ve-

As provas realizadas no Brasil, embora sem grande divulgação, atraem apaixonados como o multiatleta José pupo. “As corridas unem três coisas que amo: natureza, estratégia e gente”, diz ele

esporte, às experiências proporcionadas pela interação com as pessoas e a natureza, e principalmente porque sigo aprendendo em cada competição”, diz o único brasileiro a vencer, em 2006, os 250

terano com mais de 70 corridas de aventura no currículo. Longe

quilômetros da dificílima prova solo Between 2 Continents,

daqui, uma mulher se consagra e coleciona títulos. A brasiliense

Between 2 oceans, na Costa rica.

Barbara Bonfim vive como atleta profissional e integra a equipe

Afastados desde 2012 das corridas de aventura (mas não

espanhola Columbia vidaraid, líder do ranking mundial – a equi-

das provas de montanha), os amigos Caco Alzugaray e Cristina

pe brasileira BMS Multisport ocupa a oitava colocação.

de Carvalho aplicam os princípios das corridas no dia a dia. os com quatro dias

Capitão da QuasarLontra, equipe mais longeva do país (17a

empresários – ele preside a Editora Três, da revista e ela – dois IstoÉ, em trânsito

no ranking mundial), rafael Campos, 37 anos, passou pelas

e dois por lá – o é sócia da assessoria esportiva Núcleo Aventura – gerenciam

Forças Armadas e encontrou na aventura, em 1999, o ambien-

crises, lidam com equipes e cuidam dos problemas pessoais melhor do parque

viajante conhece o

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FoToS ADvENTurE CAMp

mundo 4x4 esporte

a bússola ajuda um bocado e o mapa orienta os competidores, mas não tem jeito: muitos trajetos exigem enfrentar a lama

com recursos mentais aprendidos nas competições. “Nunca

vitáveis erros de estratégia e navegação. “A postura é seguir

perco de vista o curto, o médio e o longo prazo. Assim como

adiante sem fricote, consertando tudo que estiver ao alcance,

fazia na aventura, equilibro na minha vida essas três perspec-

com determinação e respeito pela equipe. isso é sensacional

tivas: é preciso vencer cada dia todos os pequenos desafios

em todos os aspectos da vida”, arremata a atleta. Se para al-

do percurso, sem ficar imobilizado por um contratempo pon-

guns as corridas de aventura parecem selvagens demais, e

tual e sem investir toda a energia de uma vez”, ensina o publi-

exigem mais do que o corpo e a mente humanas são capazes

sher. “A prova é longa e exige que se administrem muito bem

de dar, para outros a modalidade veio para nos reaproximar

os recursos.”

da natureza e foram um choque na mentalidade consumista,

para Cristina, o maior aprendizado é caminhar com otimismo, sem remoer os desconfortos físicos ou lamentar os ine-

cartilha de veterano Aventureiros com muitos quilômetros rodados compartilham a experiência em poucas lições: n fé em deus e pé na tábua Bolhas, cortes, queimaduras e problemas nas unhas são comuns e levam muita gente a desistir. Manter os pés secos, lubrificados e protegidos é crucial para seguir adiante. n comer, beber e gastar Enquanto uma pessoa ativa consome cerca de 2.500 calorias por dia, um atleta de longa distância consome 10 mil calorias ou mais em apenas meio dia de prova. n antecipe os problemas o bom corredor de aventura sabe prever

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acomodada e viciada em conforto, que impõe o ritmo da vida nas cidades grandes. E você, o que acha?

os melhores e os piores cenários – e atua preparado para todos eles.

conhecimentos podem funcionar mais do que o seu instinto.

n “nada é tão ruim que não possa piorar” A aventura começa quando algo sai errado. Ter em mente que um obstáculo ainda não é o limite e olhar de forma construtiva para o problema é fundamental.

n mantenha a fé inabalável É muito importante acreditar que tudo vai dar certo no final.

n “depois da tempestade, sempre vem a calmaria” Geralmente trechos muito sofridos são recompensados com momentos inesquecíveis e belos. n acredite no seu instinto o contexto da aventura reaproxima as pessoas da natureza e das sensações mais primárias. Nesse cenário, poucos

n saia da zona de conforto, sem perder a linha os que desistem antes do máximo nunca evoluem. os que extrapolam os limites costumam lidar com consequências pesadas. n escolha bem seus parceiros Sempre que possível, corra com pessoas de quem você gosta muito e que você já sabe como funcionam em situações extremas e de stress.


atravessar rios e encarar o rapel são percalços que costumam fazer parte de uma modalidade rigorosa em relação ao preparo físico

o beabá das corridas de aventura estratégicos que servem para fiscalizar

momento em que a organização

Costumam ter de 50 km (curtas) a 500

a passagem obrigatória e a colocação

paralisa a prova para que todas as

km (expedicionárias). podem levar de

das equipes na prova. As Áreas de

equipes durmam. No Brasil, a maioria

algumas horas a alguns dias.

Transição (AT) consistem em pontos

dos eventos é non stop, ou seja, sem

n modalidades

em que há troca de modalidade, onde

pausa estabelecida para sono.

Normalmente, os percursos alternam

os atletas podem ou não encontrar

trechos de trekking (caminhada ou

sua equipe de apoio, fazer refeições

corrida em terrenos rústicos), mountain

rápidas, trocar peças de roupas e até

bike, canoagem e técnicas verticais

dormir por alguns minutos.

(rapel, escalada, canyoning). A leitura de

n apoio

mapas topográficos é obrigatória.

Existem dois modelos distintos de

n equipes

provas: as que contam com equipes de

Formadas por quatro integrantes,

apoio – que acompanham os atletas

que precisam permanecer juntos

nos pCs e ATs, cuidando do conforto

por todo o trajeto. obrigatoriamente

físico, alimentação e do transporte

um deles tem que ser uma mulher.

de seus equipamentos – e as que

Cada equipe tem um capitão, que

não contam com apoio, exigindo que

geralmente monta a estratégia e atua

os atletas sejam autossuficientes.

em momentos decisivos. Embora não

Nestas, a organização se encarrega de

seja uma regra, tende a ser um líder. o

transportar equipamentos.

navegador é responsável pela leitura

n restrição de sono

do mapa da prova.

A administração do sono é uma parte

n pcs e ats

estratégica fundamental. Alguns

os postos de Controle (pC) são pontos

eventos contam com Dark Zone, um

JorDAN SiEMENS/CorBiS

n percursos

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FoToS: ALirio DE CASTro FoTo rAFAEL CAMpoS

rafael campos (ao centro) e shubi guimarães (de óculos) estão entre os principais atletas brasileiros desse esporte radicalíssimo

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poucas e boas perdidas no quirguistão

rona, fazendo mímica, até o lago issy

quais estamos acostumados, ganham

Por Shubi Guimarães

Kull. Quando chegamos, encontramos

um valor incomensurável durante ou

os membros da organização confabu-

depois de uma prova de aventura.”

“Em 2003, corremos com a equipe

lando. Disse para eles que tinham nos

Atenah o raid Gauloises, no Quirguis-

abandonado e que tínhamos passado o

entrando pelo cano

tão, uma das provas expedicionárias

maior dos perrengues. o chefe da prova

Por Cristina Carvalho

mais tradicionais e duras do mundo.

respondeu: ‘vocês são brasileiras, eu

Durava cerca de sete dias. No segundo

sabia que iam se virar’.”

dia, a prova foi paralisada por causa da

“No meio de um trekking de uma prova, caminhávamos por um trecho de terra

morte de uma atleta francesa no rio.

oásis

onde originalmente havia um córrego

Evacuaram todas as equipes do rio e

Por Rafael Campos

pequeno, mas que havia enchido muito

levaram para a beira do lago issy Kull.

nos dias anteriores e virado um rio.

Lá, sofrendo com o frio, nossa equipe

“Foi durante o sexto dia do Eco Challen-

Não dava para ver muito bem o chão,

encontrou abrigo em uma casa para

ge, nas ilhas Fiji. Àquela altura da prova,

os limites da trilha sumiam embaixo

nos aquecermos antes de prosseguir.

já caminhávamos bastante debilitados,

da água. Dei um passo para fora da

Mas, enquanto dormíamos, a organi-

cansados, com os pés cheios de bolhas,

trilha sem perceber e caí em uma

zação reuniu todo mundo em alguns

uns quatro quilos mais magros. pas-

manilha (tubo de concreto para fossas

ônibus para levar os atletas até outra

sando por uma vila, encontramos uma

e esgotos). Fiquei com metade do

transição, e nós ficamos esquecidas

fijiana diante de uma mesa improvisada

corpo dentro dela e outra metade fora,

na casa do tiozinho que nos acolheu.

em tábuas de madeira com algumas

presa pelo meio das pernas, uma fora

Quando acordamos, não tinha mais

frutas. Nos aproximamos, imaginando

outra dentro, com um volume de água

ninguém, mais nada, nem sinal da orga-

que ela as venderia (na nossa situação,

absurdo na minha cara, totalmente sub-

nização. Estávamos sem mochila, sem

estávamos dispostos a pagar bem

mersa. Eu poderia ter morrido se meus

mapa, sem dinheiro, abandonadas no

caro, se tivéssemos dinheiro). Mas ela

parceiros de equipe demorassem para

meio do nada, no Quirguistão. Durante

simplesmente disse que poderíamos

ver onde eu tinha me enfiado. Lembrei

12 horas vagamos a pé por estradas

comer tudo, que teria mais para dar

das lições básicas de resgate de rio:

completamente desertas, paramos e

às outras equipes. Não estava ven-

manter a calma e botar a mão para fora

invadimos o único carro que passou por

dendo, mas oferecendo. Aquilo era um

d’água para ser vista. Meus companhei-

lá (depois de fazermos uma barreira

sonho! Fruta fresca depois de tantos

ros viram minha mão e me puxaram

humana no meio da estrada, obrigando-

dias comendo gel, comida liofilizada,

com força. Saí toda machucada e tive

-o a parar). Trocamos oito pilhas por um

suplementos... uma situação completa-

que fazer a etapa seguinte, de mountain

saco de biscoito murcho e uma garrafa

mente inusitada que eu nunca esqueci.

bike, completamente destruída, mal

de Coca-Cola e descolamos uma ca-

Esses pequenos confortos, com os

conseguia sentar no banco.”

próximas paradas Nas corridas de aventura, os percursos precisam ser inéditos, e por isso cada evento é único. Conheça abaixo algumas das competições mais legais do planeta, que integram o circuito mundial (ArWC) áfrica n nome: Expedition Africa n onde: Suazilândia, país no sul da África n quando: de 5 a 14 de junho de 2015 n quilometragem: 500 km n kineticgear.co.za américa do norte n nome: Expedition Alaska n onde: Alasca, EuA n quando: de 28 de junho a 4 de julho de 2015

n quilometragem: 473 km n expeditionak.com austrália n nome: XpD n onde: região de Queensland n quando: de 3 a 14 de agosto de 2015 n quilometragem: cerca de 700 quilômetros n xpd.com.au europa n nome: raid in France n onde: Ain, leste da França n quando: de 16 a 20 de setembro de 2015 n quilometragem: 370 quilômetros n raidinfrance.com

n onde: Serra do Amolar, pantanal n quando: de 11 a 21 de novembro de 2015 n quilometragem: ainda não divulgada n arwcpantanal.com nova Zelândia n nome: GoDZone n onde: Lake Wanaka n quando: 2016 (sem data definida) n quilometragem: 557 quilômetros n godzoneadventure.com américa do sul: n nome: Tierra viva n onde: patagônia Chilena n quando: 2016 (sem data definida) n tierraviva.com.ar

brasil n nome: ArWC pantanal

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junho 2015 adriano carrapato

david santos jr.

cadu rolim

cadu rolim

fotos tom papp


universo

mitsubishi No asfalto, na terra ou na água, a marca dos três diamantes tem a diversão certa para você

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universo mitsubishi

Mundial de vela

por ary pereira jr., de Jurerê (sc) FOTOS Marcos Mandez/Mitsubishi

Senhores do vento Oito medalhistas olímpicos estiveram no Mitsubishi Motors S40 World Championship

o

mitsubishi motors s40 World championship garantiu seu lugar na história da vela. realizado entre

os dias 12 e 16 de abril nas águas de jurerê, em florianópolis (sc), tratou-se da terceira edição do mundial da classe s40 – as anteriores aconteceram no chile (2013) e na espanha (2014). o evento reuniu 11 veleiros e 110 velejadores, sendo oito medalhistas olímpicos, donos de 17 condecorações. na flotilha, destaque para nomes como torben Grael (brasil), jochen schümman (alemanha), santiago lange (argentina) e

nuno barreto (portugal). o campeonato foi marcado pela emoção a cada boia e por um impressionante equilíbrio entre as tripulações. vale dizer que, na classe soto 40, os barcos estão entre os mais velozes do iatismo e são one design, rigorosamente iguais. o que decide são a habilidade e o entrosamento da equipe a bordo. no mitsubishi motors s40 World championship, dos 11 veleiros, sete venceram ao menos uma das dez regatas. tamanha igualdade de forças levou a decisão para o último dos cinco dias de prova. Graças ao vento nordeste em torno de 10 nós (18 km/h) e ao sol, que permaneceu iluminando os velejadores por três dias, o Patagonia (argentina) ganhou as duas primeiras regatas.

os Medalhistas olíMpicos n jochen schümman (Alemanha): 4 medalhas (3 ouros) n santiago lange (Argentina): 2 n javier conte (Argentina): 1 n juan de la Fuente (Argentina): 2 n torben Grael (Brasil): 5 (2 ouros) n clínio de Freitas (Brasil): 1 n nuno barreto (Portugal): 1 n hugo rocha (Portugal): 1

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tripulaçþes fazem contrapeso em busca da liderança

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universo mitsubishi

Mundial de vela equilíbrio: dos 11 veleiros, sete venceram ao menos uma etapa

no segundo dia, a intensidade do vento aumentou. o chileno Estampa del Viento e o brasileiro carioca venceram. na quinta e sexta regatas, o Pajero (brasil) foi absoluto: aproveitou ao máximo as rajadas de até 20 nós, as mais fortes da competição. no penúltimo dia o vento diminuiu, chegaram as nuvens e só deu chile, com vitórias do Mitsubishi Motors e do santander. no esperado dia da decisão, o vento de nordeste a noroeste, predominante em florianópolis, rondou para sul na entrada da frente fria, trouxe chuva, mas não ultrapassou os 10 nós de velocidade. com 12 pontos de vantagem, o líder Patagonia precisava apenas marcar o Pajero. foi o que sua tripulação fez, com eficiência, na nona regata. os argentinos chegaram em quarto lugar, apenas uma posição atrás do Pajero. na prova final, o Pajero conquistou sua terceira vitória e assegurou o vice-campeonato mundial. para garantir o título, bastava ao Patagonia cruzar a linha de 108

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o soto 40 n comprimento total: 12,3 m n boca máxima: 3,75 m n calado: 2,6 m n Área vélica: 100 m² n deslocamento: 4,2 t n peso máximo de tripulação: 770 kg n projetista: javier soto acebal (arG) n Material do casco: fibra de vidro e carbono



universo mitsubishi

Mundial de vela veleiro Patagonia: os campeões vieram da argentina

chegada. os argentinos assim fizeram

o ambiente saudável e com a organi-

o momento de emoção, fora da água,

e levaram a taça para casa. “É incrí-

zação.” torben Grael, comandante do

ficou para a abertura da cerimônia de

vel vencermos uma competição com

Energisa, o 11º colocado, fez coro. “o

premiação. ausente do mundial por

tantos grandes velejadores na disputa”,

nível do campeonato, o local e a orga-

motivos profissionais, eduardo de

disse o tático do Patagonia, mariano

nização foram ótimos”, disse. “temos

souza ramos, comandante do Pajero,

parada, hexacampeão mundial de vela

corrido apenas regatas no rio, mas não

participou em vídeo, gravado em são

em várias classes.

poderíamos deixar de vir a um evento

paulo horas antes da entrega dos tro-

desta dimensão.”

féus e medalhas. “estou muito feliz por

o alemão jochen schümman, tricampeão olímpico e tático do Earlybird,

concretizar o sonho do inédito mundial

nomes consagrados, o mundial

de s40 no brasil, com os melhores

impressionado com a competição.

acrescentou experiência à bagagem

barcos e os melhores velejadores no

“disputar uma classe oceânica one

dos brasileiros que estão em campa-

campeonato de oceano mais impor-

design é como correr em uma olimpía-

nha para os jogos olímpicos rio 2016,

tante do país”, disse. “será uma delícia

da”, afirmou. “É minha primeira vinda à

como jorge Zarif, larissa juk, samuel

se pudermos fazer os três próximos

américa do sul e fiquei muito feliz com

“samuca” albrecht e henrique haddad.

também no brasil.”

“sofremos um pênalti, tivemos uma largada escapada, enfrentamos os melhores velejadores do mundo, mas nossa tripulação mostrou que é forte para superar as dificuldades.” sergio rocha, capitão do veleiro pajero (Brasil)

110

além de contar com o talento de

quinto colocado em florianópolis, ficou

Mit revista

junho 2015

“não poupamos esforços para trazer tripulações estrangeiras. os barcos do chile cruzaram a cordilheira dos andes sobre carretas.” carlos sodré, o cuca, diretor técnico do Mitsubishi Motors s40 World championship

“na s40, valem a tripulação e o treinamento. os barcos são iguais para todos. É como um ditado muito popular no chile: ‘Mais valem os índios do que as flechas’.” dag von appen, secretário-geral da classe s40 e comandante do itaú (chile)

as nacionalidades n alemanha n argentina n austrália n brasil n chile n espanha n méxico n portugal n suécia n uruguai

o pódio 1) patagonia (Argentina) 2) pajero (Brasil) 3) itaú (chile)


Magneti Marelli, tecnologia para as pistas,

para as ruas e para

o Off-Road

A paixão pela competição faz parte do nosso DNA Faça revisões em seu veículo regularmente.

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universo mitsubishi por renato Góes

lancer cup

autódromo velo città

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Equilíbrio em alta rotação Com novo traçado, o Velo Città recebeu as duas primeiras etapas da Lancer Cup 2015

d

a imprevisibilidade dos resultados, foram

autódromo velo città voltou

feitas duas alterações no traçado da pista.

a manhã interferiu nos tempos dos

a ouvir o emocionante ronco

a primeira foi a criação de um trecho de

treinos classificatórios da

dos motores. a abertura

alta velocidade que recebeu o nome de

primeira etapa. a iminente

da terceira temporada da lancer cup

curva do caipirinha, mais amena que a

troca de pneus causou um

aconteceu no dia 14 de março. para 2015,

curva do r – a mudança tornou a volta

pequeno atraso e aumen-

a mitsubishi preparou novidades que ele-

em média cinco segundos mais rápida. a

tou a ansiedade dos pilotos. Quan-

varam o nível da competição e tornaram

outra novidade foi o aumento do raio da

do o safety car deixou a pista, a

as disputas entre os gentleman drivers

curva da vitória, que antecede a reta final.

ansiedade transformou-se

ainda mais acirradas. a partir deste ano, o

tais mudanças abriram a possibilidade de

em adrenalina. na cate-

campeonato traz o selo da confederação

quatro diferentes circuitos no velo città.

goria rs, bruno mesquita,

brasileira de automobilismo (cba). outra novidade são os novos circuitos: além do tradicional velo città, em mogi Guaçu (sp), entram em cena os autódromos de Goiânia (Go), tarumã (rs) e interlagos (sp). todas as etapas terão cobertura do canal bandsports. as duas primeiras etapas foram disputadas no velo città. para aumentar a emoção e

112

a chuva fina que persistiu durante

epois de uma longa espera, o

Mit revista

junho 2015


cadu rolim

ultrapassagens marcaram a etapa de abertura da temporada

junho 2015

Mit revista

113


lancer cup adriano carrapato

universo mitsubishi

tom papp 114

cadu rolim

a chuva foi um desafio a mais para os pilotos no velo città

campeão da temporada de 2013, largou

soube administrar a vantagem”, resumiu.

por quase metade da prova. Quem se

bem e não deu brecha para o segundo

paulo pomelli venceu na rs master,

deu bem foi o estreante na categoria

colocado, elias jr. o campeão de 2014,

e ricardo feltre “bolão”, que divide a

lancer rs luiz santiago. após a relar-

sérgio alves, iniciava sua recuperação

pilotagem com o filho ricardinho, foi o

gada, ele não cometeu erros e venceu.

saindo da quinta para a terceira coloca-

primeiro na r master. na segunda prova

na lancer r, ricardinho feltre, figura

ção. a disputa ganhou em emoção quan-

do dia, o grid invertido trouxe surpre-

conhecida nas competições off-road da

do o carro do líder perdeu um pouco de

sas. com os pilotos mais rápidos na

mitsubishi, mostrou talento também

desempenho. elias jr. ameaçou tomar a

primeira prova tendo que sair no meio

no asfalto. “a experiência na mitsubishi

posição, mas bruno segurou a pressão.

do bolo, o momento da largada sempre

cup foi essencial para que eu saísse da

“o carro começou a escorregar de

é essencial para o ganho de posições.

confusão quando um carro rodou na mi-

traseira”, explicou bruno. Quem também

foi o que pensaram os sete pilotos que

nha frente.” e comemorou: “voltei para

estava feliz era o piloto da categoria r, o

se chocaram logo na primeira curva. o

a pista, me recuperei e consegui minha

estreante rodrigo mange. “corri com o

safety car precisou entrar na pista e a

primeira vitória.” na categoria r master

segundo colocado na minha cola, mas

bandeira amarela permaneceu hasteada

quem venceu foi bernardo parne.

Mit revista

junho 2015


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fotos tom papp adriano carrapato

seGunda etapa

ção. começou então uma disputa entre

a segunda etapa da lancer cup 2015

ele e o líder, sérgio alves. uma série de

começou diferente da anterior: com

disputa emocionante. a briga possibi-

gentleman drivers. nada menos do que

litou a aproximação do bloco interme-

seis pilotos andaram na casa do 1’37”.

diário. na metade da prova, a distância

bruno mesquita mais uma vez foi o mais

entre primeiro e quinto colocados era

rápido nos treinos e largou na frente,

mínima. um erro poderia custar a prova.

seguido por sérgio alves e elias jr. só

foi o que aconteceu com elias jr.: uma

que os dois pilotos cariocas tiveram

vacilada o derrubou da liderança para a

problemas durante a prova. sérgio foi

quinta colocação. sérgio alves também

perdendo o freio e não demorou para

errou. sylvio de barros assumiu a dian-

cair da segunda para a sexta colocação.

teira e ali se manteve até a bandeirada

já elias teve problemas elétricos e foi

final. “consegui tirar vantagem da briga

obrigado a abandonar. bruno venceu

deles”, disse sylvio, momentos após ser

com folga. atrás dele chegou eduardo

premiado tanto na categoria rs como

de souza ramos, que, além do segundo

na rs master. na lancer r, mauro neu-

lugar, venceu na categoria rs master. na

enschwander foi o vencedor. bernardo

categoria r, novamente ricardo feltre

parnes venceu novamente na r master.

se destacou, assim como bernardo

“a emoção de fazer parte de um cam-

parne na r master.

peonato tão forte é muito grande”, disse

as emoções mais fortes acontece-

116

ultrapassagens entre os dois deixou a

sol forte e pista seca. melhor para os

parnes. emoção, diga-se, não vão faltar

ram na segunda prova. assim como

nesta terceira temporada. na próxima

na primeira etapa, uma nova confusão

etapa, no dia 21 de junho, a lancer cup

ocorreu na largada, sendo necessária a

deixa pela primeira vez o velo città e

entrada do safety car. após a relargada,

desembarca em Goiânia, no autódromo

elias jr. saiu da 12ª para a segunda posi-

ayrton senna.

Mit revista

junho 2015

classiFicação Geral n lancer rs 1) bruno mesquita - 72 ptos 2) eduardo souza ramos - 70 ptos 3) sérgio alves - 66 ptos 4) luiz santiago - 49 ptos 5) elias jr. - 42 ptos n lancer r 1) ricardinho feltre - 100 ptos 2) mauro neuenschwander - 94 ptos 3) rodrigo mange - 75 ptos 4) alexandre navarro - 62 ptos 5) pedro h. costa - 62 ptos n lancer rs Master 1) eduardo souza ramos - 70 ptos 2) luiz santiago - 49 ptos 3) sylvio de barros 41 ptos n lancer cup r Master 1) bernardo parnes - 92 ptos 2) ricardo “bolão” feltre 50 ptos 3) vital menezes - 45 ptos próxiMas etapas n 19 e 20 jun Goiânia (GO) n 24 e 25 jul Velo Città (SP) n 21 e 22 ago Interlagos (SP) n 02 e 03 out Tarumã (RS) n 13 e 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

É só cheGar e acelerar. a locação do lancer r e do lancer rs para participar da mitsubishi lancer cup utiliza o conceito sit&drive: questões logísticas, como mecânicos, manutenção e peças de reposição, ficam sob a responsabilidade da mitsubishi, por meio da ralliart, seu departamento de competições. basta o piloto colocar o capacete, ajustar o cinto de segurança, acelerar e se divertir. para mais informações, entre em contato pelo e-mail lancercup@ mmcb.com.br ou pelo telefone (19) 3818-4319.

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universo mitsubishi por renato Góes

evo day

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Pé embaixo fotos adriano carrapato

Veteranos e novatos se misturam no Lancer Evo Day

várias gerações do lancer evo dividem a pista do velo città

o

118

lancer evolution é o tipo

pista à disposição

de carro que mexe com o

para acelerar e ti-

imaginário de quem gosta

rar tudo do carro.

de velocidade. não à toa

figura presente

o lancer evo day, organizado pela

desde as primei-

mitsubishi motors no autódromo velo

ras etapas do evo

città, tornou-se o evento favorito de

day em 2013, o

quem é fanático pelo carro. veteranos

empresário edras

e novatos dividem espaço nas retas e

soares, de itapira (sp), se habituou a

o revestimento interno e os bancos.

curvas em busca de mais performance.

fazer os melhores tempos do track day.

“também mandei colocar gaiola, subs-

donos do modelo que virou um mito

seu lancer evo a cada ano ganha mais

tituí a tampa do porta-malas e coloquei

após vencer quatro vezes o World rally

pimenta. na atual temporada, para

para-lama com extração de ar para

championship (1996 a 1999) têm a

reduzir o peso do carro, edras tirou

os freios”, conta. nas duas primeiras

Mit revista

junho 2015


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universo mitsubishi

evo day

etapas do ano, ele conseguiu andar

dono recente e esta é a minha primeira

lancer. “mandei reprogramar a ignição e

abaixo de 1’40”. “É um evento sólido e

vez numa pista de verdade”, disse.

troquei o filtro de ar e o radiador de óleo.”

sério, que a cada etapa demonstra sua

“depois de muita conversa com gente

após as duas primeiras provas do dia,

qualidade. o velo città tem a melhor

que entende, a decisão sobre o melhor

já era possível observar seu semblante

pista para um evento desse tipo.”

custo-benefício para um carro esportivo

feliz. “o carro é uma máquina. acelerar

ficou para o lancer. É esportivo, tem

no velo città é uma experiência única e

já eric varga, administrador de

preço acessível e conta com o suporte

obrigatória pra qualquer um que goste

da mitsubishi”, afirmou. a experiência foi

de velocidade.” se você quer sentir essa

ano. ele havia comprado seu lancer

tão boa que ele retornou para a etapa

adrenalina, veja abaixo o calendário das

evolution X dois meses antes. “sou

seguinte. dessa vez, com reforços no seu

próximas etapas.

tom papp cadu rolim

empresa de limeira (sp), estreou no lancer evo day na primeira etapa do

“a gente que participa desde o começo sabe como o evo day evoluiu e se tornou um evento obrigatório para quem ama velocidade.” jiho Kim, empresário

“além da oportunidade de correr no velo città, a gente encontra os amigos e outros fanáticos pelo lancer evo.” rodrigo rodrigues, empresário

próxiMas etapas n 20 jun Goiânia (GO) n 25 jul Velo Città (SP) n 22 ago Interlagos (SP) n 03 out Tarumã (RS) n 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

120

Mit revista

junho 2015


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universo mitsubishi por renato Góes

Fun day

autódromo velo città

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Regular e sempre Entre os presentes nas etapas de abertura, famílias, amigos e um casal de noivos

n

ardolei campos e carlos pa-

fica aberto à disposição de quem tem

na próxima, estarei aqui de novo.” cleuci e

raventi estavam de asX com

um mitsubishi. trata-se de uma prova de

rodrigo, pai e filho que vieram de outlan-

menos de 600 quilômetros

regularidade realizada em um autódromo

der Gt, também aprovaram a brincadeira.

de vida. rodrigo ronzella, de

– no caso, um autódromo homologado

“em 70 anos de vida nunca havia passado

outlander Gt, trouxe o pai, cleuci, para

pela federação internacional de auto-

por uma experiência como essa. foi

ser seu navegador. no lancer cvt de

mobilismo (fia). em cada uma das três

revigorante”, disse cleuci. “eu sabia que

tiago rossetti estavam sua namorada,

provas, de 30 minutos, os participantes

tinha um ótimo carro, mas agora tenho

samanta, e os amigos denis e fernanda.

precisam passar no tempo correto em

certeza”, concluiu rodrigo. já Gabriela, a

essas e outras dezenas de turmas a bor-

diversos pontos da pista e fazer a volta no

noiva, estava extasiada com o fun day:

do de seus mitsubishi estiveram nas duas

tempo determinado pela organização. o

“Que meu casamento seja sempre assim,

primeiras etapas da segunda temporada

piloto mais regular leva o troféu para casa.

que momentos como esse continuem

do fun day, nos dias 14 de março e 25 de

nardolei, aquele do asX seminovo, ficou

fazendo parte da nossa vida.”

abril. no entanto, quem mais chamou a

na 13ª colocação da primeira etapa. “foi

atenção no velo città foi o casal luiz mi-

excelente, inesquecível.

guel pedroso filho e Gabriela akemi Koga. os dois resolveram incrementar o álbum de fotos do futuro casamento com imagens na pista. sem deixar o lancer fora do enquadramento, luiz, devidamente trajado de terno e gravata, e Gabriela, de vestido longo, posaram para as fotos em meio ao ronco suave dos motores. “consegui juntar minhas duas grandes paixões: a Gabriela e o lancer”, afirmou luiz. o fun day é um dia no qual o velo città próxiMas etapas n 20 jun Goiânia (GO) n 25 jul Velo Città (SP) n 22 ago Interlagos (SP) n 03 out Tarumã (RS) n 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração

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Mit revista

junho 2015


cadu rolim

fotos adriano carrapato

“É emocionante participar deste evento numa pista como o velo città. daqui para a frente não vou perder uma etapa.” hans sartori beran, estudante

“o carro respondeu muito bem na pista. Mas o mais legal foi compartilhar esse momento com meus amigos e minha namorada.” tiago rossetti, programador

do Fun day, podem participar o outlander, o asx e o lancer

junho 2015

Mit revista

123


universo mitsubishi por juliana aMato

Motorsports

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A Nação 4x4 está de volta Campos do Jordão (SP) e Tiradentes (MG), no Sudeste, e Gravatá (PE), no Nordeste, abriram a temporada 2015 do Mitsubishi MotorSports

túnel de árvores nos arredores da histórica tiradentes

124

Mit revista

junho 2015


henriQue ribas

junho 2015

Mit revista

125


Motorsports sudeste

david santos jr.

universo mitsubishi

uma l200 triton rs vence as montanhas de campos do jordão

j

á fazia quatro meses que a

Wenceslau braz. sobrou adrenalina.

quem levou a melhor foi o casal luiz

nação 4x4 não se encontrava.

marcio roberto torres e carolina

renato lopes e debora carvalho, de

a última etapa do mitsubishi

merisse, proprietários de uma l200,

pouso alegre (mG), a bordo de uma

motorsports sudeste havia sido

participaram pela primeira vez.

l200 triton. “buscamos o rali para

no dia 15 de novembro, em ribeirão

“sempre quisemos participar do

fazer programas com nossos filhos

preto. após uma longa espera, lá

motorsports”, contou ele. marcio,

adolescentes. e quando entramos no

estavam os felizes clientes mitsubishi

10 anos, filho do casal, entrou na

carro esquecemos o papel de marido

prontos para a largada de mais uma

brincadeira para ajudar os pais e adorou

e mulher, viramos piloto e navegador”,

temporada do rali de regularidade.

a experiência.

contou debora. na categoria para os

dia 21 de março, campos do jordão (sp). frio sob medida. chuva mais sob medida ainda. tudo do jeito que estes pilotos e navegadores gostam. a prova exigiu habilidade dos competidores

na categoria Graduados, o primeiro

iniciantes, a turismo light, leandro

Enquanto a etapa de Campos o Jordão foi debaixo de uma garoa que deixou o piso como a Nação 4x4 gosta, em Tiradentes a prova foi em um dia de sol e vento fresco

para executar curvas com o piso liso, lugar foi para os irmãos alfredo e

de mendonça thurler e rodrigo vieira,

camilo turcatto, de são paulo (sp),

de rio das ostras (rj), venceram a

espirraram muita lama pela serra

a bordo de um pajero full. “voltamos

bordo de um pajero tr4. “foi uma

da mantiqueira. entre idas e vindas

agora a competir juntos e estamos

emoção enorme. vale muito a pena.

pela divisa entre são paulo e

felizes com o resultado”, disse o

Quando chegamos da trilha, senti que

minas Gerais, a planilha levou os

navegador. “viemos focados para

estávamos bem, mas não tínhamos

participantes pelas cidades são bento

competir. começar o ano assim

a noção de que daria para ganhar”,

do sapucaí, marmelópolis, delfim

aumenta a nossa confiança”, completou

comemorou o navegador, que pretende

moreira, brasópolis, piranguçu e

o piloto. na categoria turismo,

estar “em todas as etapas deste ano”.

além de driblar a neblina e a garoa. os mais de 250 carros inscritos

126

Mit revista

junho 2015


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Motorsports sudeste tom papp

universo mitsubishi

henriQue ribas

adriano carrapato

“Mesmo sem conhecer ninguém, fui muito ajudada durante o rali. você faz amigos, se diverte. esse é o espírito da nação 4x4.” any Karoline lemos, rio de janeiro (rj)

o pódio da categoria turismo light em campos do jordão e o sorriso no rosto dos competidores

tiradentes

jordão (sp). em tiradentes, mais expe-

a segunda etapa do ano do mitsu-

rientes, perderam-se pouco e estavam

bishi motorsports sudeste aconteceu

mais habituados à planilha. apesar da

nos arredores da cidade histórica de

diversão, não foi dessa vez que a turma

tiradentes (mG). de pajero dakar, josé

foi ao pódio. “mas valeu. Quem sabe

carlos coelho e alexandrina souza, de

na próxima?”, comentou regina. Quem

campinas (sp), casados há mais de

venceu na categoria turismo light foi o

30 anos, formavam uma das duplas. o

casal claudio rafael e any Karoline le-

engenheiro e a professora eram pura ani-

mos, do rio. “batalhamos. o espírito 4x4

mação na companhia do casal de amigos

é indescritível!”, disse any. na turismo,

Waldeques e regina. a planilha levou os

carlos bauer e alexandro silva, foram

competidores aos municípios de prados,

ao topo. “foi um trabalho em equipe”,

lagoa dourada e dores de campos. “na

contou bauer. na Graduados, a vitória

primeira etapa tivemos muitos desafios,

foi de bruno e victor eymael, com um

pois choveu. mas foi maravilhoso”, con-

pajero full. “foi nossa primeira vitória. tá

tou o piloto, sobre a prova de campos do

difícil acreditar”, contou bruno.

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128

Mit revista

junho 2015

“além do prazer de acelerar, fazer parte de um rali de verdade e de estar entre amigos, você viaja, conhece cidades pelo brasil.” leandro thurler, rio das ostras (rj)

classiFicação caMpos do jordão n Graduados 1) alfredo turcatto/ camilo turcatto (são Paulo/sP) 2) josé marques junior/claudio roberto flores (Belo Horizonte/MG) 3) acyr hideki silva/ Gustavo schmidt (corupá/sc) 4) otavio enz marreco/allan enz (Apucarana/PR) 5) ernesto Kabashima/luiz durval brenelli paiva (são Paulo/sP) n turismo 1) luiz renato lopes/debora a. de carvalho (Pouso Alegre/ MG) 2) paula breves/vilma rafael (Rio de Janeiro/RJ) 3) carlos frederico bauer/ alexandro silva (são Bento do sul/sc) 4) valdir de lacerda/elisa borges lacerda (Pouso Alegre/MG) 5) paulo rochadel lima/ daniel cavalcanti lima (Brasília/DF) n turismo light 1) leandro thurler/rodrigo j. vieira (Rio das Ostras/RJ) 2) claudio lemos/ any Karoline lemos (Rio de Janeiro/ RJ) 3) ricardo sant’ana/samila colla (são Paulo/sP) 4) fernando cesar louro/ victor Gomes barcellos (são Paulo/sP) 5) reginaldo rocha junio /evaldo alves (são Paulo/sP) classiFicação tiradentes n Graduados 1) bruno eymael/victor eymael (santana de Parnaíba/sP) 2) otavio enz marreco/allan enz (Apucarana/PR) 3) daniel Krabbe/marcello ladeira (Jacareí/ sP) 4) josé marques junior/claudio roberto flores (Belo Horizonte/MG) 5) luciano Wanzuit/renan pamplona medeiros (Gaspar/ sc) n turismo 1) carlos frederico bauer/ alexandro silva (são Bento do sul/sc) 2) eduardo Kruger/fabiane Kruger (Jaraguá do sul/sc) 3) paulo rochadel lima/daniel cavalcanti lima (Brasília/DF) 4) paula breves/vilma rafael (Rio de Janeiro/RJ) 5) celio mauro fonseca/matheus ribeiro fonseca (Pouso Alegre/MG) n turismo light 1) claudio rafael/any Karoline lopes (Rio de Janeiro/RJ) 2) Guilherme sodre / Gustavo Gasparian (são Paulo/sP) 3) leonardo menarim/adriana micheli (castro/PR) 4) reginaldo rocha junior/evaldo alves (são Paulo/sP) 5) leandro thurler/rodrigo vieira (Rio das Ostras/RJ) próxiMas etapas sudeste n 20 jun Goiânia (Go) n 04 jul curitiba (pr) n 08 ago penedo (rj) n 22 ago vitória (es) n 07 nov joinville (sc) n 28 nov ribeirão preto (sp)



Motorsports nordeste

fotos ricardo leiZer

universo mitsubishi

terra e cactos no caminho até o pódio de Gravatá (pe)

“v

ai-te embora! vai-te

cumaru... depois de cruzar a linha

embora!” com o

de chegada, a dupla estava feliz com

inconfundível sotaque

o desempenho e, principalmente,

pernambucano,

com a diversão. “É um fim de semana

eduardo callou dava o impulso para

diferente. a gente se esquece de tudo. e

ricardo dos santos acelerar a l200

curte a adrenalina”, diz ricardo.

triton pelas serras dos arredores de

a ponte que apareceu onde não tinha

Gravatá. a cidade, a 84 quilômetros

que aparecer fez um estrago no desem-

do recife, recebeu a etapa de abertura

penho dos amigos. não que eles tenham

do mitsubishi motorsports nordeste.

ido mal: ficaram em 34º lugar entre os

eduardo é mineiro de uberaba. foi lá pra

86 carros da categoria turismo light.

cima estudar medicina, conheceu a irmã

“mais da metade dos pontos perdemos

de ricardo, casou-se e mudou-se para

naqueles quatro minutos”, lamentou

barbalha. apesar de ser estreante no

eduardo. a vitória na categoria ficou com

papel de navegador, eduardo parece à

ronaldo e denise nogueira, de fortaleza

vontade com a planilha. na primeira hora

(ce). casados há 35 anos, eles garan-

de prova, nenhum vacilo, nenhum erro.

tem que o motorsports é um excelente

bastou, no entanto, receber um

hobby de casal. “estamos com os filhos

elogio do cunhado para aparecer uma

criados. o rali acaba sendo um objetivo

ponte de madeira que não tinha que

comum, que une o casal”, diz ronaldo.

aparecer. meia-volta. era preciso buscar alguma referência que os fizesse voltar

130

na categoria turismo, melhor para os também cearenses fernando siqueira e

à prova. um mata-burro, um cacto,

fabio saboia, de fortaleza. na Gradua-

uma casa, um rio, uma ponte, uma torre

dos, a vitória ficou com fernando Gomes

eólica... foram quatro minutos de atraso.

e amarino duarte, outra dupla de forta-

era preciso ultrapassar os carros que os

leza. “não me venha falar em favoritismo.

haviam deixado para trás. e tome poeira.

tem muita poeira até o fim do campeo-

e tome emoção. “vai-te embora, vai-te

nato”, alertou fernando. a próxima aven-

embora!” ricardo e eduardo mandaram

tura da nação 4x4 no nordeste acontece

bem. conseguiram minimizar o erro.

no dia 12 de setembro, em joão pessoa

passaram por chã Grande, bezerros,

(pb). vai encarar ou vai-te embora?

Mit revista

junho 2015

“É um fim de semana diferente. você tem a chance de colocar seu carro na trilha em um evento superorganizado.” eduardo callou, Barbalha (PE)

classiFicação GravatÁ n Graduados 1) fernando Gomes/amarino duarte (Fortaleza/cE) 2) fernando oliveira/ jean paul bernhardt (Teresina/PI) 3) paulo roberto Goes/jhonatan ardigo (Joinville/ sc) 4) fabio carvalho / claudio flores (Belo Horizonte/MG) 5) paulo coelho/ cristovam coelho neto (Fortaleza/cE) n turismo 1) fernando siqueira/fabio saboia (Fortaleza/cE) 2) pedro barbosa/sirio silva (Fortaleza/cE) 3) romulo cavalcanti junior/humberto Waldy neto (Fortaleza/ cE) 4) marcio botelho/leandro belizario (Fortaleza/cE) 5) thiago soares ferreira/ emerson toshio arakaki (Fortaleza/cE) n turismo light 1) ronaldo nogueira/denise nogueira (Fortaleza/cE) 2) eduardo lopes / erico sousa (Fortaleza/cE) 3) victor de lima saraiva/joão paulo rodrigues (Recife/PE) 4) thiago barreto de souza/rodrigo barreto da cunha (Olinda/PE) 5) alberto borba/ricardo maciel de Gouveia (Recife/PE) próxiMas etapas nordeste n 12 set joão pessoa (pb) n 26 set natal (rn) n 24 out fortaleza (ce)

patrocinadores: petrobras, itaú, dalgas, W. truffi, transzero, pirelli, clarion, unirios, embracon, stp, tecfil, mapfre, pilkington, flamma, rede, sky, sideral e artfix.


Compa bilidade: Mul mĂ­dia ASX

Compa bilidade: Mul mĂ­dia ASX, TR4, L200, Pajero Dakar, Lancer e Pajero Full

uso


universo mitsubishi

tom papp

por henrique skujis

132

Mit revista

junho 2015

outdoor

mitsubishi outdoor

@mitoutdoor

www.mitsubishioutdoor.com.br


A aventura recomeçou Com bike, trekking, canyoning e muita lama, Campos do Jordão (SP) abriu a temporada

Travessia de rio em busca de mais um carimbo

junho 2015

Mit revista

133


UnIvERSO MITSUBIShI

outdoor

TOM PAPP

No caminho, um túnel por onde passava uma hoje extinta linha de trem

U

ma trilha por uma extinta

da Mantiqueira, ziguezagueando entre

couberam as tarefas mais “adrenadas”,

linha de trem que escoava a

os estados de São Paulo e Minas Gerais

como as duas pedaladas da planilha.

produção de marmelo. Um

e avistando os rios Sapucaí e Santo

“O pior é que eu não sei o que é lama

canyoning bem molhado

Antônio. Entre as cidades do caminho,

e o que é estrume de vaca”, brincou

na cachoeira de São Sebastião. Um

Delfim Moreira e Marmelópolis, que

Paulo, depois de vencer a pirambeira

pequeno trekking por um pedaço

já foram as maiores produtoras de

sobre duas rodas. João Felipe é 4x4 das

do Caminho da Fé. Dois trechos 4x4

marmelo do Brasil – a fábrica da Cica

antigas. Daqueles que desde moleque

para Mitsubishi nenhum botar defeito.

virou centro cultural. “Essa mistura

abrem o sorriso ao encontrar uma trilha

Uma pedalada de seis quilômetros

de adrenalina com tarefas culturais

enlameada. Quando ficou sabendo

montanha enlameada abaixo. A busca de um ponto no mapa apenas com o uso de coordenadas geográficas. A manufatura de uma bússola utilizando

Os competidores aceleraram por pedaços menos conhecidos da serra da Mantiqueira, ziguezagueando entre os estados de São Paulo e Minas Gerais

agulha e rolha. Tudo isso debaixo

134

de uma chuvinha fina que deixou as

é fantástica”, diz João Felipe Pestana,

da existência do rali de estratégia da

estradas de terra molhadas o suficiente

piloto da equipe Isso Paulista. “A gente

Mitsubishi, comprou o Pajero TR4 para

para aumentar a emoção na pilotagem.

vem pra subir no pódio, mas o que mais

poder participar.

Esse foi um pouco do cardápio

nos atrai para o Mitsubishi Outdoor é a

Quem também apareceu de carro

servido durante a etapa de abertura

oportunidade de viajar e se divertir em

novo foi André Xavier, estrategista da

da 12ª temporada do Mitsubishi

família.”

Crazy Birds, uma das principais equipes do Mitsubishi Outdoor. O carro, no

Outdoor, em Campos de Jordão.

A bordo de um Pajero TR4, ele veio

Os competidores aceleraram por

com a mulher, o filho, a nora e um casal

caso, era o Mitsubishi ASX 4x4 do pai.

pedaços menos conhecidos da serra

de amigos. A Paulo, filho de João Felipe,

“Comprei pra usar na cidade, mas o

Mit revista

junho 2015


AUMENTAMOS EM SETE VEZES A PRODUTIVIDADE NO PORTO DE SANTOS. SE VOCÊ QUER INOVAÇÃO, SEU CAMINHO É POR AQUI. Foram 17 anos de investimentos, inovação, respeito pelas pessoas e pelo meio ambiente para que a Santos Brasil se tornasse referência na movimentação de contêineres e soluções logísticas no país. Hoje, oferecemos o que há de mais moderno em equipamentos, tecnologia e gestão, com índices de produtividade comparáveis a operações americanas e europeias para levar nossos clientes até onde quiserem. • Terminais de contêineres em Santos (SP), Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA) • Média de 2 contêineres movimentados por minuto • Terminal de veículos com capacidade para 300 mil unidades • Centros de distribuição em São Paulo e São Bernardo do Campo • Projetos sob medida, de acordo com as suas necessidades

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outdoor TOM PAPP

UNiVERSO MiTSUBiShi

André é apaixonado por isso aqui e me convenceu a vir com ele”, disse Eduardo Lucas Xavier, 67 anos, feliz da vida ao ver seu novo carro pintado de lama. “Fiquei impressionado que o mesmo ASX que eu uso no dia a dia é capaz de enfrentar

trekking, canyoning e pilotagem no caminho até o pódio

trilhas de terra com tanto desempenho mesmo debaixo de chuva.” E por pouco os “pássaros loucos” não voaram até CAdU ROLiM

o topo do pódio. Quase. Ficaram na segunda colocação da categoria Fun. A vitória ficou com a equipe Coragem, que entre os seus dez integrantes tem seis mulheres e duas crianças, de 9 e 12 anos. Na categoria Extreme, os melhores da etapa foram os Omelletes Sem Noção. “Somos uma equipe de amigos”, diz Mauricio Marengoni. “Não somos atletas. A gente vem pela alegria. Nos divertimos na sexta, no sábado e no domingo”, completa Ricardo Perazatta. O próximo fim de semana de festa e aventura é no dia 4 de julho, em Curitiba.

WiLLiAM COSTA

“nossa equipe é de amigos, não de atletas. nos divertimos na sexta, no sábado, no domingo.” Ricardo Perazatta, equipe Omelletes Sem Noção

“no mitsubishi outdoor, você faz amizades e conhece novos lugares. tudo com muito espírito de aventura.” Eduardo Lopes, equipe Promed

classificação campos do jordão n fun 1) Coragem 2) Crazy Birds 3) Mittrail n Extreme 1) Omelletes Sem Noção 2) Futura Tintas 3) Flexsoft próximas Etapas n 04 jul Curitiba (PR) n 08 ago Penedo (RJ) n 22 ago Vitória (ES) n 07 nov Joinville (SC) n 28 nov Ribeirão Preto (SP)

patrocinadorEs: Petrobras, Mapfre, Transzero, Atlântica, Midori, Pirelli, Clarion, Unirios, Pronutri, Brascabos, Cisa Trading, W. Truffi, Pilkington e Artfix.

136

Mit revista

junho 2015



universo mitsubishi por juliana aMato e renato Góes

cup @nacaomitsubishi

@mundomit

www.mitsubishimotors.com.br

Terra à vista! A nova categoria ASX R foi o destaque das duas primeiras etapas da Mitsubishi Cup 2015

o Mitsubishi asx r acelera nas trilhas de ribeirão preto (sp)

138

Mit revista

junho 2015


cadu rolim junho 2015

Mit revista

139


cup cadu rolim

universo mitsubishi

com a colheita feita, a visibilidade aumentou nas trilhas de Mafra (sc)

e

m sua 16ª temporada,

com cascalho. “foi um circuito novo

castro se sagraram campeões sem ter

a mitsubishi cup, o mais dis-

e desafiador”, contou o piloto marcos

vencido nenhuma das três provas. “foi

putado rali cross-country de

ermírio de moraes.

uma prova muito técnica e o nosso entrosamento foi perfeito”, afirmou o pi-

velocidade do país, ganhou

uma nova categoria. a novidade atende

seGunda etapa

loto. na pajero tr4 er master, a dupla

pelo nome de asX r e tem como prota-

pela quarta vez a cidade de Mafra

andré miranda/allison pedroso havia

gonista o a asX racing, carro desen-

(sc) sediou uma etapa da mitsubishi

vencido as duas primeiras provas. na

volvido pela ralliart.

cup. o palco novamente foi a fazenda

terceira prova, ficaram em quarto lugar,

na primeira etapa do ano, em ribei-

campo novo. com a colheita de soja

a um décimo da terceira colocação.

rão preto (sp), 56 carros aguardavam

e milho já realizada, a visibilidade era

com isso, os fred e nickolas macedo,

a contagem regressiva para percorrer o circuito criado na fazenda francesca. o dia começou lamacento e escorregadio. na segunda prova do dia, com

Ribeirão Preto (SP) e Mafra (SC), duas das mais tradicionais etapas da história da Mitsubishi Cup, abriram a temporada 2015

o terreno mais seco, as ondulações no

140

solo aumentaram. a piloto sandra dias

total, mas as beiradas da pista estavam

que venceram a terceira prova, ficaram

se surpreendeu com as curvas cegas,

traiçoeiras por causa da palha que

com o título. na asX r, peterson oli-

escondidas pela cana alta. “essa foi a

forrava o chão. bastava sair um pouco

veira e Gilson rocha venceram duas de

minha primeira experiência, é muita

do trilho para que segundos preciosos

três provas. na l200 triton er, quem

adrenalina, é maravilhoso”, disse ela,

fossem perdidos. dirigir muito rápido

não deu mole para a concorrência foi a

que, ao lado de minae miyauti, faz

se mostrou uma tática menos eficaz

dupla albano dos santos e joão Gilber-

parte da única dupla 100% feminina

do que se manter na pista andando

to ferreira, que faturou as três etapas

da mitsubishi cup. mais tarde, com o

com mais prudência. um bom exemplo

do dia. Quem seguiu a mesma linha foi

sol a pino, a terceira prova fez parti-

ocorreu na categoria pajero tr4 er, em

o piloto fernando ewerton na triton rs,

cipantes enfrentarem um solo seco e

que luiz carlos parente e Glauco alen-

que fez a trinca em mafra.

Mit revista

junho 2015



tom papp

cup cadu rolim

universo mitsubishi

lama em Mafra. concentração e champanhe em ribeirão

“o asx r tem potência, estabilidade e ainda é o carro mais bonito da Mitsubishi cup.” fabrício bianchini, categoria AsX R

tom papp

cadu rolim

“a Mitsubishi cup é a grande escola para surgirem novos pilotos e fazer crescer o esporte no brasil.” marcos moares, categoria AsX R “o sistema sit&drive facilita muito a vida de quem corre. basta chegar e acelerar, sem preocupação com as partes logística e mecânica.” Glauber fontoura, categoria Triton Rs

classiFicação ribeirão preto (sp) n l200 triton rs 1) marcelo emerichk mendes/breno de almeida resende 2) ricardo feltre/andré lucas munhoz 3) fernando ewerton/alberto andreotti n l200 triton er 1) renato Kahn/Gizle araújo 2) ivan machado terni/eduardo pereira e. costa 3) pietro branchina/henry Kirst n asx r 1) marcelo tomasoni/luis felipe eckel 2) marcelo fiuza/ dalmo bergantin 3) peterson oliveira/Gilson rocha n pajero tr4er Master 1) rodrigo meinberg/joão luis stal 2) eder benito/ fernando abe 3) fabrício Zanella/elaine ribeiro machado n pajero tr4 er 1) vitor josé muench/jorge adriano peters 2) paulo cesar Gondim/antonio chagas júnior 3) luiz claudio parente/Glauco alencastro classiFicação MaFra (sc) n l200 triton rs 1) fernando ewerton/ alberto andreotti 2) juliano jorge vieira diener/luiz afonso poli 3) marcelo emerichk mendes/breno de almeida resende n l200 triton er 1) albano dos santos parente jr/ joão Gilberto ferreira 2) ivan machado terni/ eduardo pereira e costa 3) renato Kahn/ Gizle araújo n asx r 1) peterson oliveira/ Gilson rocha 2) Wagner roncon/joselito vieira júnior 3) fabio ruediger/eduardo bampi n pajero tr4 er Master 1) fred macedo/ nick macedo 2) andré miranda/alison pedroso 3) fabrício Zanella/elaine ribeiro machado n pajero tr4 er 1) luiz claudio parente/Glauco alencastro 2) carlos alberto Girolla/Gilberto cecilio junior 3) alessandro césar tozoni/fabio peralli próxiMas etapas n 27 jun jaguariúna (sp) n 29 ago a definir n 19 set indaiatuba (sp) n 17 out a definir n 14 nov mogi Guaçu (sp)

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142

Mit revista

junho 2015


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pirelli

pOr marco moretti*

tOm papp

mitsubishi lancer cup: pneus pirelli desenvolvidos para a categoria

cada Lancer evo com seu pneu Os pneus de rua e de pista têm o mesmo nome e medidas semelhantes, mas são diferentes

“a

comportar e o tanto de desenvolvimento

como um laboratório

que seria necessário para se chegar ao

a céu aberto.” a frase é

calçado ideal para essa competição.

laboratório a céu aberto, sim, pois alguns

facilmente ouvida em

Vários protótipos foram desenhados e

dos componentes utilizados em pista

entrevistas com a participação da pirelli

testados para se chegar, enfim, ao pneu

podem, no futuro, ir para a rua. isso não

e nos corredores da fabricante. com vo-

mais adequado. a pirelli, inclusive, desen-

será necessariamente perceptível aos

cação secular para os esportes a motor

volveu um novo composto, que, naquele

olhos do usuário. porém, quando um dos

e apreço italiano pelo design, a empresa

momento, tornou-se exclusivo para essa

pesquisadores da pirelli está estudando

desenha pneus exclusivos tanto para os

categoria de turismo.

um composto ou uma estrutura diferente

mais prestigiados veículos como para

apesar de os pneus do Lancer evo de

por outro lado, a competição serve de

para alguma competição, pode também

competições monomarcas. competições

passeio e de corrida possuírem medidas

encontrar uma solução que se encaixe

de rua, ralis e pistas de circuito fechado

semelhantes e o mesmo nome, eles não

perfeitamente em algum pneu de passeio

recebem essa atenção, visto que a his-

são iguais. Os compostos de rodagem

que esteja igualmente em desenvolvimen-

tória da pirelli se mistura à trajetória do

para competição e algumas estruturas

to. em laboratório a céu aberto ou dentro

automobilismo mundial.

são exclusivos para esse tipo de utilização.

do centro de pesquisa e Desenvolvimento

trata-se de compostos de altíssima per-

da pirelli, acontece a mesma coisa: a fabri-

o projeto do Lancer evo r, chamou a

formance. Os pneus de rua e o de compe-

cante de pneus trabalha para desenvolver

pirelli para conversar a respeito do pneu

tição atendem a diferentes requisitos. Se

e melhorar os pneus que estão tanto no

que deveria ser utilizado na categoria.

o modelo de competição fosse para a rua,

seu veículo como no monoposto ou bólido

passada essa fase, as duas empresas cal-

o rendimento quilométrico seria baixo.

da competição de que você mais gosta.

çaram o veículo com um dos modelos de

tendo isso em vista, o trabalho da pirelli

linha para ter ideia de como o pneu iria se

é balancear essa utilização de modo que

em 2011, quando a mitsubishi iniciou

144

cada produto tenha o seu uso específico.

s pistas funcionam

Mit revista

junho 2015

(*): gerente de produto Car e Motorsport da Pirelli para a América do Sul.



mit parceria

transzero

diVulGaçãO

Matriz da empresa é em são Bernardo do Campo (sP)

compromisso com a qualidade transzero atua há mais de 50 anos no setor de transporte de veículos

“a

qualidade não é

da empresa, que atua há mais de 50

Bernardo do campo (Sp). Onze filiais

alcançada e sim

anos no setor de transporte de veículos

dão apoio administrativo e operacional,

desenvolvida por

e é a transportadora mitsubishi para

cobrindo os principais polos de

todos diariamente.” a

todo o país, realizando operações ágeis,

fabricação e distribuição de veículos

frase, que é parte do Sistema de Gestão

precisas, eficientes e sustentáveis.

novos. além de montadoras, a transzero

da transzero, sintetiza com precisão

O objetivo estratégico da transzero é

atende as principais concessionárias,

o compromisso da empresa com a

a busca contínua pela satisfação dos

locadoras de veículos, frotistas e pessoas

satisfação dos clientes a cada entrega

clientes com serviços prestados por

físicas. cem por cento rastreada por

de veículo. como resultado do foco no

pessoal qualificado e melhoria constante

satélite e apoiada por computadores

aprimoramento dos processos internos,

dos nossos processos.

a transzero conquistou há 17 anos a

146

a empresa mantém uma moderna

de bordo, a frota transzero permite o gerenciamento de informações

certificação iSO NBr iSO 9001:2008

e eficiente estrutura logística de

integradas e a identificação da posição

pela Fundação carlos alberto Vanzolini.

transporte, que cobre todo o território

dos veículos e equipamentos em todas as

a certificação impulsiona as atividades

nacional. a matriz está situada em São

etapas do transporte.

Mit revista

junho 2015


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Por estradas e rios, a empresa é garantia de entrega segura

Líder no transporte rodofluvial Unirios é parceira da mitsubishi no abastecimento de peças na fábrica de catalão

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nterligar a região Norte ao Sul do

cegonhas, extensivas, rebaixadas,

a mitsubishi motors do Brasil, com

Brasil em lugares de difícil acesso

frigoríficas, linhas de eixo e transporte

origem em São paulo, para transportar

é o objetivo do grupo UNiriOS

de contêineres e big bags. Sobre as

peças importadas e nacionais para

desde 1993. Desenvolvendo

águas, a empresa conta com grandes

abastecer a fábrica de catalão, no

projetos logísticos como distribuição de

balsas e empurradores, capazes de

interior de Goiás, inclusive com entrega

cargas em geral e operações especiais

transportar até 5 mil toneladas.

de embalagens aos fornecedores. Dentre

de transbordo de navios, a UNiriOS

os serviços prestados está o transporte

iSO 9001:2008, o que transmite ainda

de peças por meio de equipamentos

internacional como operador portuário

mais credibilidade e confiança aos

com cavalos mecânicos, carretas-baús,

e pela excelência no cumprimento

clientes. a empresa possui um moderno

siders e double decks com sistema

dos prazos, segurança e investimento

sistema de comunicação via satélite

de rastreamento via satélite. com

contínuo em capacitação para os

e monitoramento de todas as cargas

esses e todos os outros trabalhos,

colaboradores.

24 horas por dia, aliando agilidade e

sempre cumprindo o que é firmado na

competência à garantia de integridade

negociação, a UNiriOS se consolida,

dos produtos transportados.

cada dia mais, como a melhor empresa

com frota de transporte moderna, o grupo UNiriOS trabalha nas rodovias com cavalos mecânicos, basculantes e carretas baú, pranchas, siders, 148

O grupo UNiriOS tem certificação

destaca-se no mercado nacional e

Mit revista

junho 2015

a UNiriOS mantém contrato de parceria na modalidade milk run com

de transporte rodofluvial do Brasil. www.grupounirios.com.br



retrovisor

um olhar para o passado

Creative Commons

por rodrigo ribeiro

mitsubishi lanCer 1600 Gsr

1975

a trajetória de sucesso do mitsubishi lancer nos ralis se mistura com a própria história do modelo. lançado em 1973, o carro era oferecido em várias versões. a mais rápida delas era batizada de Gsr. seu motor 1.6 de 110 cv era capaz de levar seus 825 kg a 185 km/h. essa variante esportiva foi feita de olho nas competições off-road, nas quais sua potência subia para 171 cv. o resultado nas pistas chegou rápido: o lancer Gsr estreou com vitória no rali australiano southern Cross em 1973. a consagração veio no ano seguinte, no safari rally, competição africana com mais de 5 mil quilômetros de extensão e comparável com o mítico dakar. este carro da foto venceu a prova por quatro anos seguidos, de 1974 a 1977. uma das raras unidades ainda em ação do lancer Gsr, um modelo verde, ano 1975, está exposta no autódromo velo Città, em mogi Guaçu (sp).

150

Mit revista

junho 2015


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