d r i v e y o u r w o r l d
irMãos caMpana De Brotas para o mundo
leia TaMbéM a MiT no TableT
BTG Pactual: O Private Bank com a melhor estratégia de expansão global e a mais completa gama de serviços da América Latina.
• Best Private Bank for Growth Strategy • Highly Commended Best Private Bank in Brazil • Best Private Bank in Colombia • Highly Commended Best Private Bank in Chile Fonte: PWM/The Banker Magazine - Global Private Banking Awards 2014
BRASIL | CHILE | COLÔMBIA | PERU | MÉXICO | NOVA IORQUE | LONDRES | HONG KONG
Editorial Por feRNaNdO paIva, diretor editorial
drive your world
C
omo você vai perceber, a sua MIT Revista mudou. Mudou bastante. tornou-se mais abrangente porque a família de veículos Mitsubishi também mudou. Nos últimos anos, sem perder a essência
4x4, a marca dos três diamantes ampliou sua linha de modelos com o lancer e com os crossovers aSX e New outlander. Para acompanhar essas mudanças, refizemos nosso projeto gráfico-editorial. assim como na gama de carros Mitsubishi, a revista comporta agora o Mundo Urbano, o Mundo Sem Fronteiras e o Mundo 4x4. Você com certeza tem entre os amigos alguém totalmente movido a adrenalina urbana – que adora música clássica e não perde uma boa exposição de arte por nada deste mundo. Para eles, esta edição trata da cena gastronômica de Nova New Outlander
York e mergulha na vida e na obra dos irmãos Campana, dois dos designers mais premiados da atualidade. Nascidos e criados em Brotas, interior paulista, hoje eles vivem entre São Paulo-londres-Milão. Há aqueles que mesclam esse mundo urbano com esportes ao ar livre e com viagens para os mais diversos lugares do planeta. Exemplo singular desse mundo é o empresário-maratonista amilcar lopes Jr., de 51 anos. de segunda a sexta, ele comanda um grande negócio baseado em alta tecnologia, mas em seu tempo livre é detentor de tempos inacreditáveis em maratonas pelo planeta. os leitores com o dNa 4x4, claro, continuam contemplados com reportagens com alto teor de adrenalina. Você já tinha ouvido falar de andrea Moller? Essa paulistana mudou-se para o Havaí, tornou-se a rainha do downwind (stand up paddle em alto-mar) e, entre outras façanhas, foi a primeira mulher na história a surfar a temida onda gigante de Jaws. E então, caro leitor? Qual desses três mundos é o seu? Seja qual for, você vai encontrá-lo na MIT Revista. Se você tem um Pajero, uma l200 triton, um lancer, um aSX ou um New outlander, o que interessa é que você esteja no comando de seu mundo. Drive your world.
4
Mit revista
junho 2015
sumário n junho/julho/agosto 2015 n edição 58
Mundo 4x4
90
48 The Brothers
66 Na linha de frente
84 Andrea Moller
Depois de deixarem Brotas (sP),
A história de Amilcar Lopes Jr.,
uma das mais consagradas remadoras
os irmãos Campana estão entre os
o empresário que virou lenda
do planeta e primeira mulher a surfar
designers mais cultuados do mundo
entre os maratonistas amadores
Jaws, a paramédica está no topo
56 A onda dos gastropubs 72 The New Outlander
90 Esplendor amazônico
Cozinha com identidade e excelente
Com mais de 100 inovações na
A viagem dos 20 anos do mitsubishi
oferta de bebidas marcam o cardápio
linha 2016, o crossover esportivo
motorsports para o Cristalino Lodge,
desses pubs de Nova York
da mitsubishi segue na vanguarda
um paraíso no coração do Brasil
62 Arte em dobro
78 Durma na adega
96 Relatos selvagens
um dos museus mais populares
Quatro hotéis de luxo nos quais
As poucas e boas histórias que
do mundo, o Tate modern comemora
o hóspede dorme (e bebe)
fazem a fama das corridas de
15 anos planejando sua expansão
de frente para as vinícolas
aventura mundo afora
Mit revista
junho 2015
kiko ferriTe
72
DivuLgAção
48
10
Mundo seM fRonteiRAs
ferNANDo LAszLo
Mundo uRBAno
D R I v E
y o u R
w o R l D
Publicação trimestral da Custom Editora Ltda. Sob licença da MMC Automotores do Brasil S.A. CONSELHO EDITORIAL André Cheron, Carolina Barretto, Fernando Julianelli, Fernando Paiva, Humberto Fernandez e Patrícia de Azevedo Poli REDAÇÃO Diretor Editorial Fernando Paiva fernandopaiva@customeditora.com.br Diretor Editorial Adjunto Mario Ciccone mario@customeditora.com.br Redator-chefe Henrique Skujis henriqueskujis@customeditora.com.br Repórter Juliana Amato julianaamato@customeditora.com.br Estagiário Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br ARTE Diretor Ken Tanaka kentanaka@customeditora.com.br Editor Guilherme Freitas guilhermefreitas@customeditora.com.br Assistente Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br Prepress Roberto Quevedo robertoquevedo@customeditora.com.br Projeto Gráfico Ken Tanaka PRODUÇÃO EXECUTIVA E PESQUISA DE IMAGENS Rita Selke ritaselke@customeditora.com.br COLABORARAM NESTE NÚMERO Texto Alessandra Lariu, Gabriella Bonnatelli, Junior Bellé, Luiz Braga, Mara Gama, Marcello Borges, Maria Clara Vergueiro, Renato Góes, Silvana Assumpção, Walterson Sardenberg So, Xavier Bartaburu Fotografia Adriano Carrapato, Adventure Camp, Alirio de Castro, Cadu Rolim, Carma Casul/Age Fotostock/Other Images, Christian Kerber/Laif, Daniel Krieger, David Howells/Latinstock, David Santos Jr, David Spurdens/Corbis, Elaine Bayma, Fernando Laszlo, Guillem Lopez/Photoshot/AGB Photo Library, Glowimages, Henrique Ribas, Istock, Jordan Siemens/Corbis, Kiko Ferrite, Latinstock, Leon Neal/AFP Photo, Leticia Godoy, LuÌs Real /AGB Photo, Luiz Braga, Marcos Mandez/ Mitsubishi, Markus Lange, Nicole Franzen, Paul Wagtouicz, Paulo Fridman, Rafael Campos, Ricardo Leizer, Sion Touhig/Getty Images, Tom Papp, Victor Affaro, Vidler Steve/AGB Photo, Wenn/Other Images, Wiliam Costa Ilustração Fernanda Guedes Revisão Goretti Tenorio
12
Mit revista
junho 2015
PUBLICIDADE E COMERCIAL Diretor Executivo André Cheron andrecheron@customeditora.com.br Diretor Comercial Oswaldo Otero Lara Filho (Buga) oswaldolara@customeditora.com.br Gerente de Publicidade e Novos Negócios Marco Taconi marcotaconi@customeditora.com.br Gerente de Negócios Fernando Bonfá fernandobonfa@customeditora.com.br Executiva de Negócios Bruna do Vale brunadovale@customeditora.com.br REPRESENTANTES BBI Publicidade Interior de São Paulo Tel. (11) 95302-5833 Tel. (16) 98110-1320 GRP - Grupo de Representação Publicitária PR – Tel. (41) 3023-8238 SC/RS – Tel. (41) 3026-7451 Media Opportunities Comunicação Ltda. DF – Tel. (61) 3447-4400 MG – Tel. (31) 2551-1308 RJ – Tel. (21) 3072-1034 DEPARTAMENTO FINANCEIRO-ADMINISTRATIVO Analista Financeira Carina Rodarte carina@customeditora.com.br Assistente Alessandro Ceron alessandroceron@customeditora.com.br Impressão e acabamento Log&Print Gráfica e Logística S.A. Tiragem 102.000 exemplares Auditado por
Custom Editora Ltda. Av. Nove de Julho, 5.593 - 90 andar - Jd. Paulista São Paulo (SP) - CEP 01407-200 Tel. (11) 3708-9702 E-mail: mit.revista@customeditora.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR atendimentoaoleitor@customeditora.com.br ou tel. (11) 3708-9702 MUDANÇA DE ENDEREÇO DO LEITOR Em caso de mudança de endereço, para receber sua MIT Revista regularmente, mande um e-mail com nome, novo endereço, CPF e número do chassi do veículo
elAINe BAYMA
cOlABORAdORes
O escorpiano Luiz Braga,
Titular de uma coluna sobre
Italiana de Florença, safra 1970,
sustentabilidade e design no site da
gaBrieLLa BonateLLi mora no
na Bienal de Veneza e tem fotos
Folha de S.Paulo, Mara gaMa, 51,
Brasil há dez anos. estudou moda
nas coleções do Masp e do MAM-RJ.
é consultora de qualidade de texto
e design em Milão, viveu na Tailândia
Nascido e criado em Belém, onde
do jornal. Autora do livro Carlos Motta
e no Japão. Trabalhou anos como
vive, seu olhar sensível capta de forma
(dBA, 2004), participou da coletânea
confeiteira em Manhattan – para
ímpar a alma do povo ribeirinho e a
Brazil: A Celebration of Contemporary
onde volta sempre que possível.
paisagem amazônica, nas frequentes
Brazilian Culture, da prestigiosa
Apaixonada por ópera, livros, comida
viagens que realiza pela região. É dele
Phaidon Press. Nesta edição,
e grande conhecedora de vinhos,
o roteiro personalíssimo do que fazer,
Mara desvendou a vida e a obra
Gabi assina o saboroso roteiro dos
ver e curtir em Belém.
dos irmãos campana.
gastropubs de Nova York.
VIcTOR AFFARO
58 anos, já representou o Brasil
adrian Kojin foi diretor
14
Maria CLara Vergueiro, 34,
Jornalista pós-graduado em ma-
da edição brasileira da revista
foi fisgada pelos esportes de ação
rketing do esporte, ary Pereira
The Surfer’s Journal e é correspon-
quando cursava ciências sociais
jr. trabalhou nas rádios eldorado e
dente da Fluir e do site Waves. em
na UsP. Na época, entrou para o
Record e na Folha de S.Paulo. cobriu
1987, veio de moto da califórnia ao
time de apresentadores do sportv.
olimpíadas (Atlanta, sydney e Atenas),
Brasil, experiência que virou livro e
A diretora da divisão de livros da
jogos pan-americanos e a copa do
que ele planeja repetir em 2017. Até
editora Rocky Mountain adora correr
Mundo da África do sul. Vela é a sua
lá, segue contando as boas histórias
nas trilhas da fazenda do marido,
especialidade – esteve na Regata Volta
do surfe. como a da waterwoman
ao lado dos filhos. Nesta Mit,
ao Mundo, na America’s cup e, no mês
brasileira Andrea Moller, primeira
Maria clara assina a reportagem
de abril, cobriu para a Mit o mundial
mulher a surfar Jaws.
sobre corridas de aventura.
da classe s40 em Florianópolis.
Mit revista
junho 2015
Toda a rapidez do banco feito para vocĂŞ no mundo digital_ #issomudaseumundo
mundo uRBAno
luiz BrAGA
O MElhOr DA ViDA NAS ciDADES
Ver além do peso em Belém O premiado fotógrafo Luiz Braga traça um roteiro turístico-sentimental de sua terra
S
e alguém me disser: “Tenho
a vastidão da baía do Guajará. De águas
de pássaros e tartarugas. E do alto do
apenas meio dia em Belém”,
doces sempre pontuadas pelo vaivém
farol você terá uma magnífica vista aérea
eu indicaria na hora uma visita
dos barcos de pesca, é um lugar aprazível
da cidade velha e do rio.
ao tradicional mercado Ver-
para passear, conversar ou simplesmente deixar o olhar anoitecer. Se não bastasse
Emílio Goeldi é um centro de referência
sabe disso, faço aqui algumas sugestões
a paisagem, ela ainda abriga diversos res-
em pesquisa de fauna, flora e antropolo-
que completam o caleidoscópio formador
taurantes e o sorvete imbatível da Cairu.
gia da Amazônia. Seu parque zoobotâ-
da nossa Belém. O Teatro da Paz (acima)
Peça para provar o de bacuri, a princesa
nico, de uma vegetação exuberante, faz
é, sim, um belo teatro, especialmente no
de nossas frutas. Se gostar de cerveja,
parte da infância de muitos belenenses
seu interior. Portanto, não se conforme
a Amazon Beer é o lugar para provar
como eu. Não deixe de conhecer o acervo,
em passar na frente. Você vai descobrir
sabores exclusivos e premiados.
riquíssimo, ou apreciar as exposições de arte temporárias que ali ocorrem.
o requinte que fazia de Belém, nos anos
Parque à beira do rio Guamá, o
1900, a “Paris dos Trópicos”. Observe a
Mangal das Garças é um dos mais
gloriosa pintura do teto, de uma beleza
significativos exemplos da arquitetura e
Belém de influência europeia e a vertente
vertiginosa. E não deixe de ir ao foyer.
do paisagismo amazônicos. Ali ficam um
cabocla, permeada pela natureza, você
amplo borboletário, um museu naval, um
perceberá por que seus chefs e artistas
ótimo restaurante para almoçar, centenas
estão brilhando no cenário mundial.
A Estação das Docas é o melhor lugar para apreciar o pôr do sol descortinando 18
Fundado em 1895, o Museu Paraense
-o-Peso. Mas, considerando que você já
Mit revista
junho 2015
Ao percorrer esse roteiro entre a
mundo sem fronteiras
divulgação
onde o concreto encontra a terra
divisor de águas a garrafa de alumínio suíça que se tornou símbolo de status entre descolados Por walterson sardenberg so
S
oldados, crianças, esportistas
ário a imagem de quem respeita o meio
adquirir um saco térmico, também produ-
e descolados em geral. Foram
ambiente. Quem tem uma Sigg, afinal,
zido pela Sigg. Se o conteúdo for quente,
esses, sucessivamente, os
provavelmente filtrou água em casa, em
a temperatura é mantida por 6 horas.
responsáveis pelo sucesso das
vez de comprá-la em embalagem Pet .
garrafas de alumínio Sigg, uma marca suíça que, no decorrer de 107 anos,
a história da garrafa teve início em
empresa chegaram ao mercado nos anos 1990. Foi tamanha a procura que a Sigg
passou dos bornais de anônimos recrutas
1908, quando o especialista em pro-
deixou de fabricar outros produtos, à
às mãos de celebridades dignas desse
cessamento de metais Ferdinand Sigg
exceção do copo, com o mesmo sistema
nome, do piloto Fernando alonso a gisele
associou-se ao colega Xaver Küng. a ideia
de tampa. antes de ser garrafa, o material
Bündchen. ambos foram fotografados
era fabricar produtos de alumínio nos
se resume a uma porção de 100% de alu-
com a garrafinha colorida.
arredores de Zurique. as primeiras safras
mínio, semelhante a um disco de hóquei.
renderam panelas, frigideiras e cantis.
Prensado por um golpe de 600 toneladas,
foi parar na coleção do MoMa, o Museu
estes últimos foram de muita valia para
a peça começa a se transformar em
de arte Moderna de nova York. de olho no
os soldados ao longo da Primeira guerra
cilindro. o processo completo de fabrica-
mercado fashion, a marca chegou a lan-
Mundial (1914-1918). a grande virada
ção exige 26 etapas. nas derradeiras, a
çar um modelo acomodado em um cinto
ocorreu no início da década de 1980,
garrafa recebe o revestimento interno de
louis vuitton. nem precisava. o nome
quando o governo suíço proibiu a utiliza-
verniz atóxico à base de água e vai para o
Sigg já se tornara um poderoso chamariz,
ção de garrafas para líquidos nas escolas
forno. a pintura é o toque final.
seja entre praticantes de fitness, trekking
públicas. nenhum recipiente passara
e ciclismo e outros esportes, como
pelo crivo de higiene e saúde. a Sigg foi in-
coleção, elevando o portfólio para mais
também entre quem quer apenas matar
cumbida de criar uma garrafa padrão – e
de 100 modelos, sem contar as edições
a sede com elegância. Bem, os elegantes
caprichou. o modelo aceita qualquer tipo
comemorativas ou licenciadas. tal atitude
não matam a sede. Hidratam-se.
de bebida, não deixa cheiro, não altera o
tem por intuito não só atualizar a marca,
gosto original e não cria fungos. graças
mas também incentivar a prática de
estão entre os principais fatores de atra-
ao revestimento interno e a uma tampa
colecionar. enfim, depois de soldados,
ção, é preciso realçar, também, que as
hermeticamente perfeita, mantém o
crianças, esportistas e descolados em
garrafas – disponíveis em seis tamanhos,
frescor do líquido por 12 horas, desde que
geral, o público da Sigg é, também, de
de 300 ml a 1,5 litro – emprestam ao usu-
não tome sol. nesse caso, será preciso
maníacos por coleções.
a Sigg tem um design tão vistoso que
Se o design e a diversidade de cores
20
isso se chama consciência ecológica.
as primeiras garrafas esportivas da
Mit revista
junho 2015
todos os anos a Sigg lança uma nova
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Mundo 4x4 por um planeta sem asfalto
De balão na estratosfera um voo de seis horas e us$ 75 mil até a fronteira do espaço por Silvana aSSumpção
O
turismo espacial está
pelo menos 100 quilômetros. Mas no
prestes a ganhar uma
visual do topo da estratosfera já está
alternativa aos perigosos
garantido o emocionante espetáculo
voos impulsionados por
da Terra circundada pela fina linha
foguetes. Em 2016, a World View
azul da atmosfera contra a escuridão
Entrerprises, companhia americana de
estrelada do cosmos.
Tucson, no Arizona, deve sair à frente
A subida levará duas horas, assim
nessa corrida valendo-se de uma
como a descida. Outro par de horas
tecnologia centenária: o balão de gás
será reservado para a navegação e o
hélio. As viagens transportarão seis
deleite na luxuosa cápsula equipada
passageiros e dois tripulantes até a
para o máximo conforto e prazer
fronteira do espaço numa estranha e
dos viajantes. O veículo se encontra
magnífica invenção. O balão suspende
em fase avançada de testes e as
uma espécie de parapente, que, por sua
passagens já estão à venda por US$ 75
vez, leva uma cápsula, que, por sua vez,
mil – bem menos que os US$ 250 mil
acomodará os felizes seres humanos
que deverão ser cobrados pela Virgin
em sua viagem quase espacial.
Galactic, do bilionário inglês Richard
Quando alcançar os 37 quilômetros
Branson. As reservas podem ser feitas pelo site http://worldviewexperience.
superior da estratosfera, a nave
com mediante o pagamento de um
“pousará” sobre a atmosfera, assim
sinal de US$ 7,5 mil. A Word View
como uma pedra de gelo flutua sobre
é uma das duas companhias que
a água. A própria natureza a manterá
desenvolvem voos turísticos espaciais
ali, sem risco de escape para o espaço
em balão – a outra é a espanhola
– balões flutuam no ar e, portanto,
Zero2infinity, que ainda não tem data
não vão a lugar algum onde não existe
prevista para estrear. As viagens da
ar. A experiência da Word View não
empresa ibérica, no entanto, levam
envolve a perda de gravidade, uma vez
somente quatro passageiros e dois
que não chega realmente ao espaço
tripulantes. Ao módico preço de 110 mil
– para isso o balão teria de subir
euros por pessoa.
Wenn/other Images
de altitude, próxima à da borda
22
Mit revista
junho 2015
Petrobras Grid. Experimente uma gasolina com sempre mais.
o desafio é a nossa energia
Toda gasolina deve garantir o bom funcionamento do motor. Mas nos Postos Petrobras tem sempre mais: a gasolina Petrobras Grid conta com um redutor de atrito, que proporciona maior desempenho e máxima eficiência. É alta tecnologia desenvolvida por quem mais entende de combustíveis. Nos Postos Petrobras você encontra tudo e sempre mais. É por isso que o Brasil se encontra aqui.
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PORTA-MALAS
A bAgAgeM dO viAjAnTe
ARqUivO PeSSOAL eLiSeU FReChOU
POR walterson sardenber so
Itatiaia: um bom começo
Sobe! Com menos esforços e técnica que o alpinismo, o montanhismo leva a lugares fabulosos
O
primeiro montanhista foi um poeta. dos
caminhadas. Outra coisa, radicalmente diferente, é o alpinismo,
grandes, por sinal. O italiano Francesco Petrarca
a escalada épica de paredões de rocha na vertical, o que requer
criou a forma dos sonetos. não só. Também é
muita técnica – além de perseverança e coragem. Subir
considerado um precursor do humanismo – além
ao topo do everest, por exemplo, a 8.848 metros. Acima dos
do montanhismo. em abril de 1336, ele subiu ao cocuruto
8 mil metros, a concentração de oxigênio é apenas um terço da
do monte ventoux (1.912 metros), na França. Seu objetivo:
encontrada no nível do mar. A temperatura dentro da barraca
encontrar um lugar sossegado para meditar. Petrarca é tido
chega a 20 graus Celsius negativos – e a sensação térmica, a
e havido como o pioneiro do montanhismo por um motivo
70 graus negativos. não bastasse, há o risco de avalanches.
simples: inaugurou – e documentou – a prática de subir em montanhas sem o objetivo de conquista territorial ou de
para a escolha de equipamentos das linhas que se seguem.
exploração. ele subiu por esporte, digamos.
dos seus 45 anos, esse paulistano radicado em São bento
É preciso distinguir montanhismo de alpinismo. Muita
26
eliseu Frechou, montanhista e alpinista, foi o consultor
do Sapucaí, no interior de São Paulo, dedicou três décadas
gente boa confunde. Uma coisa é o trekking na altitude – o
a encarar montanhas. em 1989, criou a primeira escola
montanhismo. Pode exigir, vez por outra, subir por encostas
brasileira de escalada, a Montanhismus. Subir é com ele
íngremes, vá lá. Mas a maior parte do trajeto consiste em
mesmo. Ao alto, pois.
Mit revista
junho 2015
Exagero suíço O termo canivete suíço deriva de
Theodore
Swiss Army Knife – ou faca do exército
Wenger, a
suíço. Foi criado pelos soldados ameri-
companhia
canos. Não só porque o viram no bornal
jamais parou
dos suíços. Há outras razões. Desde
de incrementar o
1909, o objeto traz a bandeira suíça
seu artigo principal –
estampada. Mas o motivo principal do
mesmo depois de adquirir
batismo foi o fato de os americanos
a fábrica rival, em
não conseguirem pronunciar o nome
2005. Hoje, o mo-
original, offiziersmesser.
delo mais apreciado,
A criação do canivete com mais de uma lâmina deve-se ao suíço
o SwissChamp, tem 33 funções. De acordo
Karl Elsener, em 1896. Um ano
com Eliseu Frechou, não
depois, o objeto já tinha seis
é preciso tanto. “Quase
ferramentas embutidas. Mais
sempre, um montanhista recorre
tarde, Elsener deu ao canivete
ao canivete só para cortar cor-
a marca Victoria, que seus filhos transformariam em Victo-
das”, diz. “O meu tem apenas duas lâminas e uma tesoura”,
rinox quando passaram a
conta, admitindo que também vai bem
utilizar aço inoxidável.
um modelo com alicate acoplado. “Mais
Tendo como concorrente a Wenger, de
www.victorinox.com
Elsener inventou o canivete com mais de uma lâmina. Hoje, o SwissChamp tem 33 funções
do que isso, vira trambolho.”
Sonho quente “Aqui chove muito e a pluma estraga
modelo com formato de sarcófago e
patenteado pelo galês Pryce Jones no
quando fica úmida”, explica Frechou.
que se adeque ao tamanho do corpo.
ano de 1876. Tornou-se um sucesso. O
Reza o bom senso preferir, portanto,
Outra dica: jamais compre um saco de
exército russo comprou 60 mil peças,
material sintético, tanto para a área
dormir tendo por base a temperatura
e o exército britânico também fez co-
externa quanto interna do sleeping
extrema indicada pela fabricante. Ho-
piosas encomendas. Já nos primeiros
bag. Alguns deles: Polaguard Delta,
mens devem levar em conta a tempera-
tempos usavam-se plumas de ganso
Polar-loft e Thermolite Extreme. Um fa-
tura-limite. Mulheres, a temperatura de
como revestimento. De fato, é o melhor
bricante de primeiríssima? A The North
conforto. Isso não é sexismo. Homens
isolante térmico já descoberto. Não se
Face, americana.
sentem menos frio que mulheres.
O primeiro saco de dormir foi
recomenda, porém, utilizá-lo no Brasil.
Também é importante escolher um
www.thenorthface.com.br
FOTOS DIVUlgAçãO
Um moderno sleeping bag, da The North Face
junho 2015
Mit revista
27
PORTA-MALAS O mundo nos ombros um máximo de três dias, as semicar-
tempos. O nome tem origem romana.
gueiras são as indicadas: acomodam
Mutilus era palavra para referir-se aos
barraca, saco de dormir e fogareiro em
escravos. Eles tinham os cabelos “mu-
espaço de até 60 litros. Acima dessa
tilados”, cortados bem curtos. Naquela
amplitude, as mochilas são cargueiras.
época, longas madeixas significavam
Um bom modelo de ataque é confec-
poder. No País Basco, o vocábulo deri-
cionado com cordura, tecido sintético
vou para motxil, designando os sacos
leve e duradouro; e revestimento duplo
levados às costas pelos servos, carre-
no fundo. Embora resistente à chuva,
gando as tralhas dos seus senhores.
vem com uma capa impermeável
Data da década de 1930 o surgimento
acoplada. Para aliviar peso, tem menos
da mochila específica para montanhis-
compartimentos. As alças nos ombros
mo. Embora várias marcas disputem a
devem ser estreitas
autoria, ela costuma ser atribuída a uma
e as barrigueiras, removíveis. Tudo para
fábrica alemã, a Deuter – ainda hoje na
não atrapalhar a mobilidade. Embora
vanguarda do segmento.
não cheguem à altura das Deuter,
As mochilas para montanhismo
FOTOS DIVULgAçãO
A gênese das mochilas perde-se nos
há boas marcas nacionais,
dividem-se em três tipos, conforme o
com destaque para a
período da jornada. Quem vai e volta no
Conquista
mesmo dia usa um modelo de ataque
e para a Curtlo.
(com capacidade de 12 a 35 litros). Para
www.deuter.com.br
Pés ao alto O nome é a soma das sílabas iniciais
à abrasão e respira melhor”, explica
dificuldades da língua portuguesa,
do nome e do sobrenome de Bramani.
o montanhista Eliseu Frechou, que
o Barão de Itararé encontrou: “Bota
Foi a grande mudança. Ainda hoje,
aconselha o cano alto, a fim de proteger
é coisa que se calça, e calça é coisa
as melhores botas de montanhismo
o calcanhar de eventuais entorses nas
que se bota”. Ainda mais complicado
utilizam solados Vibram.
caminhadas. Ele também recomenda
Ao buscar um exemplo das
De resto, o material ideal para o
as botas da marca nacional Snake, de
botas. Alguns atribuem o pioneirismo
corpo da bota continua sendo o couro
Londrina. E justifica: “São adequadas
a Átila, o imperador dos hunos. Bem,
natural. “Ele tem mais resistência
para os trópicos, onde há mais lama do
é descobrir o primeiro sujeito a usar
ele pisou com força brutal nos povos
que rochas lisas”. www.snake.com.br
conquistados, ao longo do século 5. Já as modernas botas de montanhismo têm um autor: o italiano Vitale Bramani. Sobrevivente de uma infausta excursão numa montanha suíça, em 1935, ele notou: a maioria dos acidentados usava calçados impróprios wIkIMEDIA COMMONS
para terreno escorregadio. Assim, foi buscar a solução na aderência da ranhura dos pneus; e contou com a colaboração de Leopoldo Pirelli (sim, o da fábrica de pneus). Surgia o solado Vibram. 28
Mit revista
junho 2015
Vitale Bramani (ao centro) é o pai das botas de montanhismo, como a brasileira Snake
www.armura.com.br
Depois dessa o lobo mau foi até pra outra história.
Cerca de 90Kg de peso adicional
Não prevê delaminação dos vidros
Garantia de 3 anos
Siga pelo caminho mais seguro: Escolha a blindagem oficial da Mitsubishi. Saiba como em www.armura.com.br ou ligue 0800 171715 Copyright© 2015. DuPont. Todos os direitos reservados. DuPont™ e DuPont™ Armura® são marcas ou marcas registradas da E.I. du Pont de Nemours and Company e/ou suas afiliadas.ABR/15
você blindado
/BlindadosArmura
ISTOCK
O monte roraima, na fronteira com a Venezuela: muito atraente
primeiros passos O maciço das Prateleiras (2.548
la. Seu acesso se dá por este último país.
o tratam na intimidade, impressiona.
metros) não é tão alto quanto o seu
Embora jamais tenha saído do mapa dos
O pico africano coleciona três vulcões
vizinho, o pico das Agulhas Negras
montanhistas de primeira linha, só nos
inativos. Mais: tem neve eterna no topo,
(2.791 metros). Seja como for, lá de cima
anos mais recentes o monte Roraima
embora esteja em uma região tropical
oferece um visual tão ou mais aliciante. A
entrou no GPS da massa de ecoturismo.
e exista quem diga que a coroa branca
escalada de Prateleiras costuma ser uma
Não porque seja fácil subir ao topo (2.810
pode derreter definitivamente até 2020
das primeiras jornadas de fôlego de um
metros). Mas porque os índios venezue-
em virtude do aquecimento global. Não
praticante de montanhismo. Isso se dá
lanos das redondezas montaram esque-
bastasse, é a maior montanha livre do
por várias razões. A começar pelo fato de
mas bem azeitados de excursão, em que
planeta. Isso quer dizer que não faz par-
ficar dentro de um parque nacional com
funcionam como guias e carregadores.
te de uma cordilheira, como o Everest
razoável estrutura – O Parque Nacional
A jornada leva, no mínimo, cinco dias.
ou o Aconcágua. O Kili é único – tam-
de Itatiaia, o primeiro do Brasil, inaugu-
“Não é para iniciantes”, alerta Frechou.
bém no sentido estrito da palavra.
rado no ano de 1937 pelo presidente Ge-
“O trecho realmente íngreme pode ser
túlio Vargas. Além disso, está encravado
cumprido em um único dia. É cansativo.
to se alçar aos outros sete maiores picos
entre as duas maiores cidades do país, a
Para chegar a ele é preciso caminhar
do mundo. Ainda assim, só candidatos
179 quilômetros do Rio de Janeiro e a 274
muito e atravessar rios, entre outros
com razoável experiência, preparo físico
quilômetros de São Paulo. “Dá para fazer
percalços.” Se vale a pena? No alto há
e paciência alcançam o cume. Há dois
a subida e voltar em um mesmo dia”, diz
um platô com visão para outros platôs
adversários principais. O primeiro é o frio.
Frechou. De quebra, basta sair do parque
e cachoeiras. Não por acaso, o escritor
A temperatura no alto chega a 20 graus
para encontrar hotéis e restaurantes
britânico Arthur Conan Doyle baseou-se
negativos. Outra dificuldade são as bai-
nas cidades fluminenses de Itatiaia e
no monte Roraima para criar, ainda em
xas taxas de oxigênio na atmosfera. Elas
Engenheiro Passos. Frechou recomenda
1912, o romance O Mundo Perdido.
desabam a 50% daquela encontrada no nível do mar. Sem aclimatação, nada
outros pontos bem aquinhoados em atrações para os iniciantes: a pedra do
depOIs dO frIO, O sOl
feito. Isso quer dizer que o montanhista
Baú (1.950 metros), em São Bento do
Só vai à Tanzânia, na África, quem
deve, no jargão, “carregar alto e dormir
Sapucaí (SP), o pico dos Marins (2.420
sabe que Zanzibar não é verbo, mas o
baixo”. Em outras palavras, precisa subir
metros), em Piquete (SP) e o Parque
nome de um espetacular arquipélago do
com carga até determinada altitude e
Nacional da Serra dos Órgãos (RJ).
país, além de ser um de seus dois prin-
voltar para passar a noite em altitude
cipais chamarizes turísticos. O outro
mais baixa. Uma excursão bem planejada
CINCO dIas Na mONtaNha
tem o nome de Kilimanjaro. É a maior
exige um mínimo de seis dias, incluindo a
Ele está fincado em uma tríplice
montanha do continente, com 5.892
descida. Na volta, o prêmio: comemorar
metros de altitude. Tudo no Kili, como
nas praias ensolaradas de Zanzibar.
fronteira entre Brasil, Guiana e Venezue30
Subi-lo não requer tanta técnica quan-
Mit revista
junho 2015
clássicos
lugares e objetos que nasceram para ser eternos
guillem lopez/pHotosHot/agb pHoto library
por fernando paiva
o maior bar do mundo ele fica em Veneza, tem tanta história quanto a própria cidade e atende pelo nome de Harry’s
p
oucos bares podem se gabar
32
o bellini leva uma parte de polpa de
ora, era Harry pickering, jovem bebum
de haver inventado um drinque
pêssego branco e três de prosecco di
americano que emprestou 40 mil liras a
consumido em todo o planeta.
conegliano. Foi inventado nos anos 1930
cipriani para que este realizasse o sonho
Da mesma maneira, são raros
e batizado em 1948. Dois anos depois,
de ter um bar. e que bar! tornou-se de imediato um
os restaurantes que criaram um prato
para agradar a uma condessa que não
apreciado mundialmente. mas é o que
podia comer carne processada, criou-se
sucesso graças à simpatia de cipriani e
acontece com o Harry’s bar. Desde que
o carpaccio – contrafilé fresco, jamais
aos detalhes que lá permanecem há 74
abriu, em 1931, ele funciona num sólido
congelado, cortado em lâminas e tempe-
anos: balcão acolhedor logo à entrada,
edifício de pedra calcária, no número
rado com maionese, suco de limão, molho
poltronas de braço, redondas e aconche-
1323 da calle Vallaresso, em Veneza, itália.
Worcestershire, pimenta-branca moída e
gantes, forradas de couro, mesas baixas
a menos de 100 metros da basílica de
sal. o autor das obras-primas: giuseppe
cobertas por toalhas de linho amarelo-
são marcos, não se trata apenas da casa
cipriani (1900-1980), sócio-fundador e
-claro ou branco-marfim, iluminação
de onde saíram o bellini e o carpaccio.
barman de mão cheia, que homenageou
suave, uma experiente brigada com mais
com exíguos 4,5 por 9 metros no térreo, o
dois mestres da pintura veneziana – gio-
de duas décadas de casa – e pratos e
Harry’s é o maior bar do mundo.
vanni bellini e Vittore carpaccio. Harry?
drinques clássicos como a vista para
Mit revista
junho 2015
CHRISTIAN KERBER/LAIF
AGE FOTOSTOCK/AGB PHOTO LIBRARy
Duas imortais criações do Harry’s: o Bellini (na foto, preparado pelo barman Ruggero Caumo) e o carpaccio
o Grand Canal. No passado, o Harry’s
mente durante o Festival do Cinema de
Richard Cantwell. Um cinquentão às vol-
se celebrizou graças a frequentadores
Veneza, quando você pode encontrar ali
tas com uma garota de 18 anos, o militar
como o pintor Georges Braque, o escritor
Nicole Kidman, Martin Scorsese, Helen
retorna ao norte da Itália após a Segun-
Truman Capote, o casal Maria Callas-
Hunt e Woody Allen.
da Guerra Mundial (1939-45), dividido
-Aristóteles Onassis, a colecionadora
Agora, quem imortalizou mesmo o
entre o amor e a morte. Quem acha que
de arte e mecenas Peggy Guggenheim
lugar foi Ernest Hemingway (1899-1961).
é autobiografia ganha um Bellini. Dois
e o cineasta Orson Welles – que, mal se
No implacável inverno de 1949-50, ao
toques: o lugar é caro e, à noite, invadido
instalava, já dizimava quatro porções de
revisar em Veneza as provas de seu
por turistas, em sua maioria americanos.
sanduíches de camarão e duas garrafas
romance Do Outro Lado do Rio, Entre
Portanto, vá para o almoço. E peça uma
de Dom Pérignon, apenas para começar
as Árvores, o futuro prêmio Nobel de
mesa no térreo. Os habitués dizem que
os trabalhos. A aura de ponto de encontro
literatura menciona o bar como cenário
o primeiro andar, aberto em 1960, não
dos rich & famous se mantém, principal-
das lembranças do atormentado coronel
conta. www.harrysbarvenezia.com
AGE FOTOSTOCK/AGB PHOTO LIBRARy
Pequeno, sim. Mas repleto de histórias, incluindo as de Ernest Hemingway
junho 2015
Mit revista
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painel
objetos do desejo com alta tecnologia
por AlessAndrA lAriu, de Nova York
Vamos ser práticos cinco gadgets para tornar sua vida mais fácil 1
3
34
4
5
n 1. FAlA que eu trAduzo o sigmo, aparelhinho que cabe na palma da mão, sabe 25 línguas. Você fala no idioma que quiser e ele traduz imediatamente no idioma que você desejar. www.sigmo-translator.com
n 3. escândAlo se alguém se atrever a abrir a porta do seu quarto ou de onde quer que você pendurar o belle Hop, um barulho capaz de acordar a vizinhança inteira soará para espantar o intruso.
n 2. 3d nA pAlmA dA mão esses óculos da Zeiss transformam o smartphone em um cinema pessoal em 3d. exibido no aplicativo da Zeiss Vr, o filme é convertido em tela dupla e as lentes fazem a mágica. www.zeiss.com
n 4. ordem e progresso câmeras, celulares, fios, carteiras, cabos, canetas, batons, chaves... tire tudo da bolsa e coloque no gridit, placa hi-tech com elásticos que vai organizar sua vida. www.grid-it.eu
Mit revista
junho 2015
n 5. isto é umA máquinA de lAvAr aberto, o scrubba mede 54 por 54 centímetros. dobrado, fica do tamanho de um livro de bolso. o mais bacana: ele lava até dois pares de meia, dois calções e duas camisetas em poucos minutos. basta enchê-lo de ar, adicionar água, sabão líquido, e esfregar. companheiro ideal para viagens. www.thescrubba.com
fotos diVulgação
2
mundo mitsubisHi
as boas-novas da marca dos três diamantes pelo mundo
por junior bellé
Quando é preciso ser rápido um detector de tsunamis em tempo real, a câmera mais veloz do mundo, a busca pelo 5G e a transmissão wi-fi de energia. conheça as novidades do grupo mitsubishi nos quatro cantos do planeta
mitsubisHi electric
caça-tsunamis em 1999, quando a mitsubishi electric começou a vender ra-
tou-se finalmente um grande avanço. uma nova tecnologia
dares oceanográficos, eles serviam para monitorar as correntes
melhorou de maneira substancial a detecção e a previsibilidade
oceânicas. após o grande terremoto na costa leste do Japão
dos tsunamis. com extrema precisão, ela permite acompanhar,
em março de 2011, porém, percebeu-se que os radares haviam
em tempo real, o tamanho, a velocidade e a direção das ondas
detectado com sucesso os devastadores tsunamis. Foi quando
gigantes. assim, a mitsubishi electric pretende antecipar os aler-
a empresa resolveu concentrar esforços para aprimorar a coleta
tas, dando mais tempo para que as pessoas sigam os procedi-
de dados feita pelos radares. no começo deste ano, conquis-
mentos de evacuação e ajudando a salvar vidas. junho 2015
Mit revista
35
mundo mitsubishi niKon
o click mais veloz do mundo Ela é a rainha do gatilho. tem o mais rápido disparo contínuo do mundo. Assim é a recém-lançada nikon 1 J5, a câmera digital mais veloz do mercado. Capaz de capturar até 60 quadros por segundo sequencialmente, a J5 é uma dsLR, câmera digital reflex que permite a mudança de lentes. Ela faz impressionantes imagens de 20,8 megapixels de resolução e vídeos em Full hd 1080/60p – ou seja, filma em 4K. Passar os arquivos para o computador ou enviá-los para uma nuvem também é simples: a J5 já vem com conexão wi-fi. E, para usuários de Android, oferece a tecnologia nFC (near Field Communication).
mitsubishi ELECtRiC CoRPoRAtion
Que venha o 5G Enquanto o 4G ainda galga sua popularização no mundo, a
36
da antena equipada com o sistema APPA (Active Phased Array
mitsubishi Electric Corporation já avança no sonhado território
Antenna) foi testado com sucesso em abril, numa parceria
do 5G. A companhia se valeu de uma tecnologia já com amplo
com a nokia, no brooklyn 5G summit, em nova York, Estados
uso comercial em outros sistemas, particularmente em satéli-
unidos. o 5G aumentará bastante a velocidade e a capacidade
tes, e a adaptou para estações de transmissão 5G. o protótipo
de tráfego de dados de nossos mobiles.
Mit revista
junho 2015
NIKON
Microscópio maiúsculo Há cinco anos, a Nikon desenvolveu o microscópio N-Storm e revolucionou o setor com imagens dez vezes maiores do que a óptica convencional conseguia alcançar. O N-Storm vinha responder a uma demanda urgente da medicina e da química por aparelhagem mais precisa e potente. No último mês de abril, a Nikon deu outro passo importante no universo da microscopia. A empresa lançou o N-Storm 4.0, o primeiro a fazer imagens com super-resolução – especificamente 20 nm de resolução – de fenômenos em células vivas. Isso sem contar que
fOtOS: DIvULGAçãO
ele é dez vezes mais rápido que seu antecessor.
ASAHI GLASS
Uma tela não que não se quebra Celulares, tablets e alguns computadores trabalham com
gramas. A produção da Asahi Glass é ambientalmente correta,
telas touchscreen feitas de vidro e plástico. Pensando nisso,
pois o Dragontail é feito sem chumbo, arsênio ou antimônio.
a Asahi Glass, companhia do grupo Mitsubishi, desenvolveu a
Aliás, você pode estar usando o Dragontail neste exato momen-
linha Dragontrail, um grande salto em termos de resistência a
to: ele já está nas telas de celulares como o Sony Xperia Z, Z1, Z2
riscos e impactos. A tela aguenta pressões de mais de 16 quilo-
e Z3, o Samsung Galaxy Nexus e muitos outros modelos. junho 2015
Mit revista
37
mundo mitsubishi mitsubishi hEAVY industRiEs
Energia sem fio Já imaginou um mundo sem cabos, em que a eletricidade fosse transmitida pelo ar, como num sistema wi-fi? Esse é o futuro que a mitsubishi heavy industries (mhi) está mirando. um passo importante aconteceu em março, no centro de testes da mhi no Japão, conhecido como Kobe shipyard & machinery Works. Ali, micro-ondas transmitiram 10 kilowatts a uma distância de 10 metros, fazendo um pequeno painel de LEd acender. Foi o sinal verde para a mhi seguir um ousado projeto de energia renovável, que envolve a construção de um satélite geoestacionário, 36 mil quilômetros acima da superfície da terra, com um painel solar cuja energia acumulada será enviada via wireless.
mitsubishi hEAVY industRiEs
Vento digital A mitsubishi heavy industries acaba de fazer o teste em
38
do chamado digital displacement – marca registrada da mhi
solo de sua mais nova turbina de vento para produção de
–, capaz de substituir os sistemas tradicionais e mecânicos
energia eólica. o evento aconteceu no centro de testes de
por outro computadorizado. Com o sucesso do teste, a mhi
hunterston, Reino unido. trata-se da primeira turbina em larga
pretende construir uma segunda turbina ainda em 2015. desta
escala equipada com transmissão hidráulica digital. ou seja:
vez numa plataforma flutuante no parque eólico a ser implan-
seus sistemas de transmissão de energia são feitos por meio
tado ao largo da província de Fukushima, no Japão.
Mit revista
junho 2015
combustível
bebidas para abastecer a alma
por marcello borges
comme il faut envelhecidos em barris de carvalho francês, os conhaques saem do armário no inverno
p
roduzido exclusivamente na
mistura de bebidas de cinco anos de
boca, lembra creme brûlée, e tem um
região que lhe empresta o
barril, no mínimo. ao nariz é frutado,
final longo. (r$ 675)
nome, no oeste da França,
com aromas de laranja, figo, baunilha
o conhaque é um destilado
e cravo. tem corpo médio, com final
de gamme, encontramos o Hennessy
médio-longo. (r$ 195)
Paradis extra (3). seu nome vem do
de vinho branco que passa duas vezes pelo alambique e depois vai descansar,
subindo um pouco na escala de
chegando aos conhaques haute
lugar onde são guardados os garrafões
envelhecer e ganhar cor e aromas
envelhecimento e ganhando mais
de conhaques com 50 anos ou mais,
sutis em barris de carvalho das
atrativos, temos os Xo (extra
usados nos cortes mais finos das casas
florestas de limousin ou tronçais.
old), como o courvoisier Xo (2),
produtoras. É um hors d’age, o que signi-
documentado desde o século
produzido com bebidas de 20 a
fica que tem no seu blend bebidas de 30
16, tem na inglaterra, na china e
35 anos. a marca ficou famosa
a 50 anos, em média – além de algumas
nos estados unidos seus maiores
por fazer os conhaques prediletos
destiladas em 1880. ao nariz, pimenta,
mercados. com preços que vão
do imperador Napoleão, cujo
especiarias, frutas e rosas. No final,
de r$ 195 (um rémy martin, por
desenho aparece nos rótulos da
notas de mel e trufas. (r$ 3.620).
exemplo) a r$ 10 mil (um louis
casa. É bem aromático, com toque
Xiii da mesma rémy) ou mais,
floral, de laranja e de cacau. Na
Preços no Rei dos Whiskys & Vinhos, em São Paulo.
sua complexidade, sua sutileza – e seu preço – são tão maiores quanto mais envelhecidos. tem teor alcoólico de 40%. deve ser bebido em taças tulipa, e não em balões,
1
2
3
como erroneamente se convencionou – esse tipo de taça libera vapores etílicos em excesso e prejudica a degustação. selecionamos três conhaques para beber ou na companhia de queijos como roquefort, brie ou o raro mimolette. o rémy martin (1) não chega a ser “de entrada”, como se diz no jargão enogastronômico, mas representa bem o tipo vsop (very special old pale), com uma 40
Mit revista
junho 2015
Fotos divulgação
no inverno, puros
quAl o SEu mundo Por Juliana amato
PESSoAS quE fAzEm A difErEnçA
rEtrAto leticia godoy
André Sturm Gaúcho radicado em São Paulo, ele mudou a vida cultural da cidade. E não tira férias há 30 anos
P
restes a completar 49 anos, ele foi responsável por elevar de 60 mil para 600 mil o público anual do museu da imagem e do Som (miS). também liderou a reabertura do cinema Belas Artes, tradicional ponto
de encontro cultural paulistano. mesmo com todo esse barulho, André Sturm é discreto. nascido em Porto Alegre (rS), mudou-se para São Paulo aos 5 anos e foi morar perto do aeroporto de Congonhas. descobriu sua paixão pelo cinema aos 17 anos, no curso de administração de empresas na fundação Getulio Vargas, onde se encantou com o cineclube da faculdade. foi um pulo até assumir a programação da sala e passar a garimpar filmes raros em distribuidoras. também não tardou para se tornar programador da Cinemateca Brasileira e escrever o roteiro de Arrepio, seu primeiro curta-metragem. Em 1989, durante o festival de Berlim, adquiriu os direitos de distribuição de quatro filmes, entre eles Vozes Distantes, de terence davies. o sucesso o ajudou a criar a Pandora, produtora que lançou no Brasil diretores como o grego theo Angelopoulos e o polonês Krzysztof Kieslowski. Como cineasta, foi eleito melhor diretor em Gramado com Domingo no Campo, de 1994. Quem Você Mais Deseja, de 2008, foi o melhor filme no festival internacional de Curtas-metragens de São Paulo. Conheça um pouco do mundo de André Sturm.
um ambulante o preço do refrigerante.
sas novas e em como oferecê-las de for-
Custava 8 reais – o cara se aproveitou
ma interessante. tenho grande interesse
A emoção. o que não quer dizer
da situação. Por isso, resolvemos ta-
em tentar perceber o que as pessoas
chorar ou rir. Boa parte das exposições
belar os preços para os visitantes não
ainda não sabem que querem ver.
do miS teve esse resultado positivo
serem explorados. A minha preocupa-
por causa das experiências sensoriais.
ção chega até esse ponto.
o que torna um filme ou uma exposição inesquecível?
uma coisa meramente intelectual não funciona. Acho que meu desafio
não acredito nisso. mas o trabalho
Parte da arte contemporânea é mais complexa e requer um nível intelectual
é tentar fazer atividades das quais
cultural, este sim, é capaz de mudar a
para ser fruída. mas não cabe a quem
as pessoas gostem, mas antes disso
vida das pessoas.
cuida da programação a tentativa de
procuro o que eu gosto. dessa forma as pessoas acabam se surpreendendo também. desde o primeiro fim de se-
44
a arte pode transformar o mundo?
entender a arte nos dias de hoje é um processo complicado?
a que você atribui a boa aceitação das suas ideias? A busca por ideias diferentes.
entender a quem a arte se destina. não dá para ter a petulância de achar que será legal para todo mundo se o paladar
mana da exposição do Castelo rá-tim-
ofereço as coisas de um jeito diferente.
não está preparado. não dá pra tocar
-Bum, a fila estava enorme. fomos pe-
Sempre quero trazer o mais difícil, o mais
Schönberg para crianças. mozart é mais
gos de surpresa. o sol estava forte. Até
bacana. toda segunda passo duas horas
palatável. É preciso saber dosar e mis-
que ouvi uma mulher perguntar para
quebrando a cabeça para pensar em coi-
turar coisas diferentes e que estimulem,
Mit revista
junho 2015
FOTOS rEPrODUçãO E ArQUIVO PESSOAL
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n 1. fIlME ”Senhor das Moscas, dirigido por Harry Hook, é uma adaptação brilhante do livro de William Golding, que ganhou o prêmio Nobel de literatura pela obra.” n 2. lIvrO ”Cemitério de Praga, do Umberto Eco, foi um que marcou muito.” n 3. PrOgraMa “Definitivamente o MIS é o meu programa ideal em São Paulo, mas não descarto outros eventos culturais em cartaz.” n 4. ObjETO ”O meu preferido é uma bola de futebol, paixão que divido com a turma com quem jogo no Paulistano.” n 5. MúSICa “Ouço muita. Então, um aparelho de som é meu brinquedo favorito. Tenho uma coleção enorme de CDs e DVDs.” n 6. vIagEM “Adoraria conhecer Bora-Bora, na Polinésia Francesa, mas, como não tiro férias há 30 anos, não sei bem quando isso vai acontecer.”
para aproximar o público de mundos
ção acaba dando mais vontade de ir. E o
tocar, pois precisaria me afastar por no
diferentes.
sucesso se deve muito a isso. É a mesma
mínimo dois meses.
Prefere o pop ou erudito?
coisa dizer que não vai ao estádio porque
Gosto dos dois.
o jogo de futebol passa na TV.
O que você costuma ouvir?
Salas de cinema estão morrendo?
Tenho uma coleção enorme de CDs
Os cinemas de rua têm dificuldade
O que diferencia as exposições do MIS? Muitos não sabem que o que viram aqui em São Paulo só viram aqui em São
e DVDs. Tenho ouvido muito Leonard
para se manter justamente por estarem
Paulo. Na exposição do Stanley Kubrick,
Cohen, Bob Dylan e Deep Purple.
na rua. O entorno decai e as pessoas pa-
as cenografias – como o corredor do
E seus filmes preferidos?
ram de ir. Quem é que vai ao cinema na
O Iluminado, a sala do 2001, a sala com
Difícil de escolher, mas eu citaria
avenida São João [centro de São Paulo]
inclinações e neon do Laranja Mecânica
Quanto Mais Quente Melhor, Apocalypse
hoje em dia? Quando a área valoriza, a
– foram criações nossas em parceria
Now e A Última Gargalhada.
especulação imobiliária toma conta e
com um arquiteto. Tudo para colocar as
eles não têm como competir.
pessoas dentro dos filmes.
Contra ou a favor das selfies? No primeiro dia da exposição do Kubrick, vi que era proibido fotografar. No
Tem algum sonho? Fazer um filme para ser selecionado
Qual o seu mundo? Sou bem mais urbano. Tem gente
dia seguinte, chamei a equipe e cancelei
no Festival de Cannes. Já tenho o roteiro
que parte em busca de suas raízes. Eu
a proibição. Ver as fotos de uma exposi-
pronto. Mas no momento não dá para
gosto é de ver os meus alicerces. junho 2015
Mit revista
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Anos 3 1 W.T RUFFI
Vidros blindados com composto especial anti-estilhaçamento, garantia de 10 anos contra delaminação e SteelGlass, que dispensa o uso de overlap.
abrablin
mundo uRBAno capa
The Com “um tom que beira o caipira”, os irmãos Humberto e Fernando Campana deixaram Brotas e hoje estão entre os designers mais cultuados do mundo por mara gama fotos fernando laszlo
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Mit revista
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Humberto e Fernando: do interior paulista para os grandes museus
junho 2015
Mit revista
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mundo uRBAno Capa
H
umberto queria ser índio. Pé no chão.
tesanato de conchas e mosaicos. Ficou nessa por dois anos.
Fernando, astronauta. Mundo da
Já Fernando foi fazer curso de monitores para a Bienal Inter-
Lua. Nasceram em Brotas, no inte-
nacional de Artes de São Paulo de 1983. Ajudou na instalação
rior de São Paulo, para onde os avós,
do francês Daniel Buren e conheceu artistas como Keith He-
italianos, imigraram para trabalhar
ring, Anish Kapoor, Sandro Chia e Tony Cragg. Isso abriu seus
na lavoura de café. O pai trabalhou
os olhos para a arte internacional. Quando Humberto voltou
como engenheiro agrônomo. A mãe,
da Bahia, queria fazer esculturas. Os interesses artísticos
professora primária. Na infância, di-
dos dois começaram a coincidir. Passaram a trabalhar juntos
vidiam o dia entre brincadeiras no quintal e o cinema. “A cida-
numa oficina na rua Peixoto Gomide, perto do Museu de Arte
de tinha uma sala com uma programação incrível, era a nossa
de São Paulo (Masp).
janela para o mundo”, conta Fernando, hoje com 54 anos. “Tí-
E veio o dia em que Humberto resolveu fazer uma cadeira
nhamos uma vida híbrida entre a natureza e a cultura”, lembra-
inspirado num desenho de espiral que lhe aparecera num so-
-se Humberto, que está com 62 anos. Nos anos 1970, foram
nho. Uma placa de metal recortada fez as vezes do encosto de
para São Paulo. Humberto entrou em direito na USP, no largo
uma cadeira e a espiral recortada virou o encos-
São Francisco. Foi morar em um pequeno apartamento perto
to da outra. Nasciam ali as Desconfortáveis,
da Biblioteca Mário de Andrade, no Centro. Fernando fez parte
a gênese do trabalho dos irmãos Campa-
da primeira turma da faculdade de arquitetura da Belas Artes.
na. Expostas na galeria Nucleon, em 1989,
Morou em cima do cine Bijou, onde a janela para o mundo
elas deram o que falar. Pronto. Meio
abriu-se ainda mais – o cinema, vizinho do colégio Equipe e
sem querer, Fernando e Humberto
dos teatros Arena e Oficina, era célebre por exibir filmes de
haviam virado designers.
arte e pela frequência de intelectuais. Formado, Humberto não demorou a largar o emprego em
Corte para 2015
um escritório de advocacia e se mandar para Itabuna, a 426
Humberto está no po-
quilômetros de Salvador, no sul da Bahia. Havia decidido ser
rão da Lasvit, na República
artista e foi trabalhar numa cooperativa de cacau fazendo ar-
Tcheca. Enquanto acompanha os últimos detalhes da produção luminárias
das
novas
coloridas
Candy, ele se depara com moldes de madeira antigos para a produção de vidro. Eles estão cobertos de fungos. Imediatamente a forma original e fortuita lhe desperta a vontade de criar um novo objeto. Em meia hora, m o biliza a jovem equipe de técnicos para produzir o primeiro exemplar do que viria a ser a linha Fungo: um candelabro de madeira com gotas de vidro soprado que parecem germinar espontaneamente da madeira. “Nosso trabalho sempre foi inspirado pela natureza”, diz Humberto. “Nós quisemos misturar isso FOTOS DIvULGAçãO
com a tradição da Lasvit para fundir suas
50
Mit RevistA
junho 2015
A cadeira Favela, a thousand Eyes e a cadeira Vermelha. Acima, o lustre Ring Chandelier
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Mit revista
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mundo uRBAno capa
técnicas com materiais naturais.” A cena dá uma mostra sobre o modo de fazer dos irmãos Campana, a dupla de designers brasileiros de maior prestígio global. Revela ainda as experimentações e posição de liberdade criativa conquista-
mercados populares no Brasil, daí o nome Candy”, diz Humberto. “Eles buscavam novas técnicas e nós, vindos de um país com pouca tradição no vidro, demos uma visão nova e fresca para o projeto”, diz Fernando.
da – mesmo se a produção for para marcas tradicionais. “Somos
preço justo No
a alta costura para algumas empresas, a alfaiata-
grandes
projetos esquentam o
ria”, define Fernando. Esse
ano de 2015, mostrando
tipo de trabalho personali-
a versatilidade dos Cam-
zado e com acabamento requintado pode ser visto também em duas outras produções recentes da dupla para empresas estrangeiras: o projeto Cocoon, da Louis Vuitton, e a poltrona Thousand Eyes, da Fendi. O Cocoon é um assento móvel e estofado
pana: a produção limitada, construída
artesanalmente,
de
forma lenta e com referências culturais fortíssimas, na coleção de peças Cangaço, para a Firma Casa, e a série Estrela, primeiro projeto industrial de mobiliário dos Campana no país.
de pendurar, para ambiente externo ou interno. Foi moldado em
A coleção Cangaço surgiu da pesquisa da dupla sobre manu-
resina, em formato de ovo recortado, e encapado com couro.
faturas originais de comunidades de artesãos. Por meio da
A peça é parte de uma série inspirada em viagens, a Objetos
Artesol, instituição que mapeia o artesanato de tradição para
Nômades, com utensílios elaborados para celebrar o que a
preservar o patrimônio cultural do Brasil, os designers conhe-
Vuitton chama de “encontro entre o savoir-faire e o design”. Eles
ceram o talento e a originalidade de Espedito Seleiro, criador
são confeccionados com materiais nobres e produzidos em
de roupas, bolsas, calçados e chapéus e dono de um estilo
edições limitadas. A coleção remete ao departamento de Pedi-
marcante. “Queremos valorizar o fazer, o improviso brasilei-
dos Especiais da Louis Vuitton, um laboratório criativo de onde
ro e resgatar processos que estão morrendo”, diz Humberto.
saíram invenções como a cama-baú (1880) e
“Por isso, investimos em trocas com artistas e comunidades.”
FOTOS diVuLGAçãO
o baú-biblioteca (1923).
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Brasil,
Mit RevistA
O interesse por conhecer e registrar processos manu-
Para a Fendi, com lançamento no Sa-
ais dominados por pequenos núcleos de artesãos no Brasil
lão de Milão de abril deste ano, os Cam-
segue no centro das atenções. A dupla estuda um modo de
pana criaram a poltrona Thousand Eyes
preservar o capim dourado, com ajuda do Banco Mundial, no
(Mil Olhos) usando os chaveiros que os
Jalapão, em Tocantins. Em breve, os irmãos devem partir para
artesãos da Fendi produzem em pelú-
conhecer a fundo o artesanato têxtil do estado de Sergipe.
cia com imagens de olhos estilizados.
Na série Estrela, o encontro com uma empresa jovem e com
A poltrona faz referência à cadeira
disposição de investir em produção nacional – a A Lot of Bra-
Banquete, um dos maiores sucessos
sil – foi uma ótima surpresa. “Chegamos a um bom produto,
da dupla. O toque de luxo vem do bron-
industrializado, bonito e com preço justo”, acredita Humberto.
ze-dourado usado na estrutura da peça. Mas o
Questionado sobre o conforto da série, feita em ferro, Fernan-
acabamento artesanal de artigos de luxo não
do analisa: “Talvez o irregular das formas cause desconforto
fica só no mobiliário. A série de luminárias Can-
visual, mas fizemos muitos testes para atestar seu conforto”.
dy, da já citada Lasvit, foi toda produzida em
Será que o peso de um estilo já tão marcante no cenário
vidro soprado e metal e inclui os lustres Sphe-
do design chega a cercear a liberdade de criação? “O jogo de
re e Anel e Lollipop, um candeeiro de mesa.
não se repetir é prazeroso”, diz Fernando. “Quando alguém es-
“O brilho do vidro e o aspecto visual das
pera que a gente siga para um lado, a gente já está no outro.
linhas coloridas fazem com que você
Mas não estamos fugindo de nada. Gostamos de manter a
imagine a peça como um doce, da-
mente em permanente exercício. A invenção não vem pronta,
queles coloridos que se vendem nos
ela é um processo”, avalia. É em um galpão alugado na região
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Peรงas admirรกveis: abajur Lollipop, lustre Fungo e cadeira Estrela
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mundo uRBAno capa
da Barra Funda, centro de São Paulo, que os
prêmios e mais prêmios
irmãos mantêm a sua usina criativa desde
Para a estudiosa e professora de de-
1983. Adaptado para abrigar pequenas salas
sign Ethel Leon “a pesquisa formal dos
de reunião e escritórios, o espaço é um mis-
Campana remete ao universo duscham-
to de laboratório, ateliê de costura, fábrica
peano”. Para ela, desde quando apa-
de estofados e oficina de marcenaria, com
receram, eles vêm “questionando as
soldas, ferramentas, couros e ferros retorci-
fronteiras do design e da intervenção
dos, onde trabalha uma equipe afinada. De lá
artística, ao acentuar o caráter simbóli-
saem protótipos e testes de materiais e tramas que compõem suas coleções, vendidas em vários países,
co de seus objetos”, conforme escreve no livro Design Brasileiro - Quem fez, Quem Faz. O
com materiais nobres misturados com produtos baratos –
papel de destaque no design contemporâneo
mármores com arames, ralos com cerâmicas, cordas, reta-
vem sendo reconhecido em diversos prê-
lhos, espelhos, vime, pano...
mios, como o de Designer do Ano na Design
O trabalho da dupla começou a aparecer em 1989, com a exposição de cadeiras batizadas de Desconfortáveis, já indicando o caráter provocativo e nada utilitário do design dos irmãos. Em 1990, uma mostra no
Miami (2008), o Maison & Objet, na França (2012) e a seleção do comitê Colbert Prize, também na França. Os Campana receberam a Ordem de Artes e Letras do Ministério da Cul-
MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova
tura na França e a Ordem de Mérito Cultural em
York) deu a largada para o reconhecimen-
Brasília. Listados pela revista Forbes no top 100
to internacional, que hoje se consolida em
das personalidades mais influentes no Brasil em
parcerias com marcas como Edra, Alessi,
2013, foram selecionados pela revista Wallpaper
Baccarat, Nodus, Magis, Moleskine e Veni-
para o top 100 do design no planeta em 2014.
ni, entre outras. Uma importante parceria
Maria Cecília Loschiavo dos Santos, filósofa
com a Melissa produziu sandálias e bolsas
e professora da Faculdade de Arquitetura e Ur-
com as varetas que os irmãos já haviam
banismo da USP, afirma em Móvel Moderno no
usado em mesas, estante e utensílios. Nos últimos anos, esculturas, cerâmicas, instalações, cenografia, design de interiores e paisagismo ficaram mais frequentes no portfólio. Os Campana assinam o café do Theatro Municipal de São Paulo e o Café Campana, no Museu D’Orsay, em Paris, além de interiores de hotéis como o New Hotel, na Grécia, e Iniala Beach House, em Phuket, na Tailândia. Os Campana também conquistaram lugar cati-
Brasil que os materiais têm “destacada precedência no processo criativo” dos Campana e são parte decisiva da “crítica contundente por eles empreendida ao funcionalismo do móvel”. “A dimensão simbólica da obra dos Campana vem do uso de recursos e conceitos com grande apelo midiático, quase como fetiches exóticos, a citação direta ou o mimetismo de elementos presentes na cultura brasileira. Esteticamente, essas obras apresentam um duplo estatuto:
vo nas coleções permanentes de museus
no design e na arte”, observa Maria Cecília.
como o Georges Pompidou e o Museu de
Fernando concorda e frisa que, apesar de
Artes Decorativas, em Paris; o MoMA,
terem saído da cidade de Brotas, Brotas
em Nova York; o Museu Vitra, em Weil am
não saiu deles: “Nós chegamos à sofis-
Rhein, na Alemanha; e o Museu de Arte
ticação máxima de peitar o mainstream,
Moderna, em São Paulo.
mas temos um tom que beira o caipira”.
poltrona, cadeira e armário da série cangaço
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TODA A AVENTURA E A ADRENALINA DA MIT REVISTA AGORA NO TAblET
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mundo uRBAno gastronomia
nY Comer & beber em
Cozinha com identidade e excelente oferta de bebidas marcam os gastropubs, protagonistas estrelados da cena gastronômica na cidade por gabriella bonatelli
E
ILUSTrAÇÃo fernanda guedes
m uma esquina no coração do West Village, a poucas quadras do rio Hudson, um salão acolhedor abriga mesas pequenas e próximas, ao lado de um extenso balcão. No andar de cima, o clima é mais intimista e aconchegante – ideal para um encontro a dois. os lugares são disputados por um público eclético. Não há dress code. Nem se exigem maiores refinamentos. A dose caprichada de apuro na execução dos pratos, no entanto, garante ao lugar, há sete anos, uma estrela no Guia Michelin de Nova
York. Não se trata de um bistrô ou de restaurante descolado cheio de vanguardices, daqueles definidos como trendy, mas de um lugar que oferece comida substanciosa. o nome: The Spotted pig. Aberto em 2004, ele marcou o início de um novo capítulo na cena gastronômica de Nova York: o movimento gastropub. o termo, resultado da união das palavras “gastro”, de gastronomy, e “pub”, de public house, foi cunhado em 1991 pelo crítico britânico Charles Campion, em uma resenha sobre o The Eagle, pub fundado naquele ano em Londres por David Eyre e Mike Belden. Sem saber que estava criando um conceito, a dupla investiu em pratos clássicos ingleses com inspiração mediterrânea. Tudo preparado na hora, com ingredientes de qualidade, em uma cozinha minúscula e aberta, localizada atrás do balcão. Até então, uma clara barreira dividia restaurantes e pubs ingleses. A chamada pub grub, comida básica e gordurosa servida nesses estabelecimentos, era tão ruim que o novo termo acabou se tornando útil para distinguir os lugares que se esforçavam para oferecer pratos elaborados por um staff profissional, a preços acessíveis. A fórmula pegou, e vários gastropubs começaram a surgir, revigorando a cultura gastronômica britânica: muitos viraram sucesso instantâneo ao dar oportunidade para jovens chefs, ávidos por mostrar seu talento.
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mundo uRBAno gaSTrONOmia
Foi o que aconteceu com April Bloomfield, chef inglesa natu-
casa primogênita dos donos do Wren, com uma seleção im-
ral de Birmingham. Ela trabalhou em várias cozinhas na Irlanda
pressionante de cervejas e, como gastropub que se preze, um
do Norte e em Londres, até cruzar o Atlântico em 2003, passar
cardápio de comidinhas bastante sedutor para os foodies de
pela Califórnia e fincar bandeira em Manhattan ao inaugurar
plantão. Lá estão descritos, orgulhosamente, ingredientes lo-
seu Spotted Pig (314 West 11th Street, tel. 212 620-0393, thes-
cais e seus produtores – entre eles queijos da Murray’s Che-
pottedpig.com), pub que inaugurou o conceito em Nova York. A
ese Shop e picles de Bob McClure. Tijolos aparentes e mesas
novidade apresentou um revival de clássicos esquecidos, agora
comunitárias, nas quais é preciso se espremer para conseguir
preparados com ingredientes sazonais, e estabeleceu uma exci-
espaço, criam a atmosfera informal e ruidosa que vai ao en-
tante diversidade de bebidas: em vez de oferecer um ou dois ti-
contro da essência dos gastropubs. Ainda assim, há um espa-
pos de vinho e uma seleção modesta de cervejas, os gastropubs
ço mais ou menos escondido do resto do ambiente, separado
passaram a estimular o conhecimento e o consumo de cervejas
por duas portas. Conte com a sorte: quem chegar primeiro
artesanais e vinhos bem selecionados. Hoje, passada uma dé-
leva. A carta de vinhos, com três brancos e três tintos, sepa-
cada, a chef britânica, conhecida pelo perfeccionismo, consa-
ra os rótulos por variedades de uvas. Peça o hambúrguer dry
grou-se como uma das melhores dos Estados Unidos, e os gas-
aged, com picles e queijo tallegio ou gruyère. Ou renda-se ao
tropubs proliferaram pela cidade com sua abordagem high-low,
cordeiro ao molho de cerveja Guinness, servido com raízes e
tremendamente atraente.
torradas com manteiga de mel.
Muitas vezes, eles seguem o conceito farm-to-table – da fa-
A inspiração irlandesa também domina o Penrose (1590 Se-
zenda à mesa, ao pé da letra –, reduzindo os intermediários en-
cond Avenue, 212 203-2751, penrosebar.com), com atmosfera
tre fornecedor e consumidor. Isso significa que os ingredientes
informal e retrô. Os picles são famosos e realmente incríveis,
utilizados vêm, em geral, dos melhores produtores, açouguei-
dos orgânicos aos picantes. Outro destaque é o spiced beef
ros, padeiros e queijeiros da região. O foco é a essência do sabor
sandwich, preparado com carne curada por 40 dias, tempera-
e para isso não se medem pudores na utilização competente
da com mostarda picante e, claro, picles. Entre os clássicos do
e equilibrada de condimentos. “As pessoas vão aos gastropubs por causa da atmosfera aconchegante e da comida, ótima para ser apreciada com a bebida fantástica que eles oferecem”, diz a carioca Lorena Ringoot, premiada chief concierge do hotel The Surrey, há 30 anos vivendo em Nova York. Um lugar ideal para começar a noite com uma happy hour é The Wren (344 Bowery, 212 388-0148, thewrennyc.com), no SoHo. Quem entra tem a impressão de estar em uma típica casa de fazenda britânica, com paredes e móveis propositalmente desgastados. O cardápio combina clássicos britânicos e americanos. No brunch, bastante concorrido, a estrela é o full irish: ovos fritos, linguiça, black pudding (morcela), feijão, bacon, cogumelos e mostarda – tudo servido com pão de cerveja. Para o jantar, mexilhões com pimenta em conserva e bacon, o inevitável fish & chips e o imperdível beef shortrib, sanduíche de carne de costela assada, preparado com cebolas caramelizadas e rúcula. Há um cuidado especial com os coquetéis, como o back in black, feito com cerveja Guinness, uísque irlandês, açúcar queimado e café. A carta de cervejas não é exagerada, mas traz curiosidades como a white ale japonesa Hitachino Nest. Aconchegante e diminuto, o Wilfie & Nell (228 West 4th
O The Wren é ideal para iniciar a noite. Na outra página: Spotted Pig e sanduíche do Breslin
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FOTO PAUL WAGTOUICZ
Street, 212 242-2990, wilfieandnell.com), no West Village, é a
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foto Nicole fraNzeN
foto david howells/latiNstock
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menu, a britânica shepherd’s pie divide
etárias não se sintam à vontade ali. A atmosfera é levemente
espaço com o americaníssimo mac &
mais elegante do que nos demais gastropubs e, como que para
cheese. A carta de uísques traz 50 ró-
compensar, o cardápio traz pratos ultracalóricos, em porções
tulos. E inclui preciosidades como o Pa-
generosas. A vedete do menu é o hambúrguer de cordeiro:
ppy Van Winkle, um dos bourbons mais
com carne suculenta e tempero de cominho, ganha uma fatia delicada de queijo feta e algumas rodelas de cebola. O
raros do mundo.
pão, rústico, tem superfície crocante e interior de-
A rusticidade domina o ambien-
liciosamente macio, acompanhado de fritas levíssi-
te do Cannibal Beer & Butcher
mas. Em tempo: o brunch do The Breslin é considerado
(113 East 29th Street, 212 686-5480,
um dos melhores de Nova York.
cannibalnyc.com). Verdadeiro templo para os amantes de carnes e cervejas,
Um pouco distante, o Brooklyn vive seu momen-
o lugar funciona como açougue e café
to de centro das atenções na Big Apple.
durante o dia. À noite, se transforma
É certo que a região já teve dias mais
em um bar descontraído que atrai um
alternativos e vem adquirindo um ar
público sem frescuras para devorar far-
mais arrumadinho no que diz respeito
tos cortes. Peças inteiras de presunto e
a gastronomia e frequência. Mas alguns
carne ficam penduradas por ganchos
estabelecimentos locais, como o trophy Bar
Penrose 1590 Second Avenue
de aço, e as geladeiras estão sempre abastecidas com mais de 300 rótulos
(351 Broadway, 347-227-8515 trophybar.com), parecem se manter imunes a essa atmosfera cool, preservando,
de cervejas. No cardápio, disponível em papel de embrulho, seleções de carnes
dignamente, a própria essência. A parte
curadas, salsichas preparadas na hora e
externa é discreta: não há placas ou nomes
lascas de presunto são ideais para com-
indicando o lugar, apenas a foto de um troféu
partilhar. Obrigatórios, os cannibal dogs
dourado indicando a entrada. Lá dentro, é
são dois cachorros quentes cobertos
possível ouvir o metrô rugindo acima do
com ragu de costela, chili, cebolinha e
salão, em meio a prateleiras adornadas com
mostarda chinesa. Faz sucesso, também, o filé de costela maturado a seco, com tutano e molho béarnaise.
troféus. O menu de drinques inclui coquetéis
the Breslin 20 West 29th Street
clássicos e exclusivos e a carta de cervejas artesanais traz garrafas e latas. A cozinha destaca os chamados clássicos de estádio com pegada gour-
the Breslin (20 West 29th Street, 212 679-1939) é o segundo gastropub de April Bloomfield, aberto em 2009
spotted Pig 314 West 11th Street
Cannibal Beer & Butcher 113 East 29th Street
quistou (e preserva) sua estrela no
de frango com molho apimentado, búrguers com
seguindo o sucesso do Spotted Pig. Em outras palavras, também já con-
met – leiam-se asinhas
Wilfie & nell 228 West 4th Street
Michelin. Trata-se de um bar aconche-
bacon e rolinhos de camarão com batatas crocantes. E por aí vai. Não à toa, o lugar se au-
gante ao lado do lobby do descolado
todefine “um oásis para
Ace Hotel. O ar é vagamente britânico:
quem vive em South
um espaço escuro, com janelões que durante
Williamsburg e um des-
o dia absorvem a luz natural, talvez na tentativa
tino para qualquer pes-
de reproduzir o fog londrino. O lugar vive lotado, geralmente por um público jovem e bonito, ávido por
soa à procura do má-
the Wren 344 Bowery
ximo de diversão e do mínimo de atitude”.
ver e ser visto. Mas isso não significa que outras faixas trophy Bar 351 Broadway
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fotos Divulgação
foto Daniel Krieger
foto Paul Wagtouicz
No sentido horário: Penrose, Cannibal Beer & Butcher, Wilfie and Nell e Trophy Bar
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arte em dobro
um dos museus mais populares do mundo comemora 15 anos planejando sua expans達o por xavier bartaburu
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luÌs Real /agbphoto
Com quatro dias – dois em trânsito e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque
O Turbine Hall: espaço para grandes obras junho 2015
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ViDLEr STEVE/AGBPHOTO
ao lado, cenas de um museu construído na extinta usina elétrica de Londres
T
orrões de açúcar. Sem eles, o museu de arte mo-
34 mil metros quadrados iluminados pela luz natural que atraves-
derna e contemporânea mais visitado do mundo
sa janelas e claraboias. Ao mesmo tempo, é um marco da arquite-
não existiria. Foi graças aos cubinhos adoçantes
tura industrial londrina. Assim, na esteira do Musée d´Orsay, em
que Sir Henry Tate, magnata das refinarias britâni-
Paris, onde uma estação de trem desativada fora transformada
cas, fez fortuna no final do século 19. Tate gostava
em museu de arte moderna anos antes, o escritório suíço Herzog
também de pintura: era um dedicado colecionador
& De Meuron (que depois projetaria o estádio olímpico de Pequim)
de arte inglesa. Ao completar 70 anos, desconfiado do destino que
reconfigurou o edifício. Sem mexer em sua estrutura original – tan-
tal patrimônio teria na mão de seus herdeiros, resolveu doar sua
to que a chaminé da velha usina continua lá, bem como a antiga
coleção à Coroa britânica. Como o acervo não coube na National
sala das turbinas, com seu pé-direito monumental, transformada
Gallery, foi preciso criar, em 1897, um museu só para as obras do
em átrio de entrada e espaço de exposição para o deleite de artis-
barão dos torrões de açúcar: um edifício neoclássico às margens
tas como Louise Bourgeois, Anish Kapoor e Olafur Eliasson.
do rio Tâmisa, em Londres, inicialmente denominado National Gallery of British Art, mas depois rebatizado para Tate Gallery,
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Em 11 de maio de 2000, estava oficialmente inaugurada, pelas mãos da rainha, a Tate Modern – enquanto a galeria original, por
O conjunto de obras da Tate cresceu. Precisava aparecer. Criou-
sua vez, assumia o nome definitivo de Tate Britain. Não bastasse
-se, então, um novo museu inteiramente dedicado à arte do século
um novo espaço para as artes na capital do país, o governo inglês
20. A antiga usina termelétrica de Bankside foi o espaço escolhido.
encomendara também a construção de uma ponte futurista ligan-
Projetada nos anos 1940 pelo mesmo criador das cabines telefô-
do as duas margens do Tâmisa, em frente ao museu. Projetada
nicas vermelhas de Londres (o arquiteto Giles Gilbert Scott), tam-
pelo arquiteto inglês Norman Foster, a Millenium Bridge foi inaugu-
bém nas barbas do Tâmisa, a construção de aço e tijolos dispõe de
rada dois dias antes. Naquele mesmo ano, o Tate Modern tornou-
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MArkuS LAngE
AFP PHOTO / LEOn nEAL
SIOn TOuHIg/gETTy IMAgES
CArMA CASuL/AgE FOTOSTOCk/OTHEr IMAgES
-se o museu de arte do século 20 mais visitado do globo, na casa
brar que, nestes 15 anos de vida, apenas três nomes da arte brasi-
dos 5 milhões de pessoas. Hoje, aos 15 anos de vida, mantém o
leira tiveram retrospectivas de fôlego na Tate: Hélio Oiticica (2007),
sucesso de crítica e público. Seus 15 mil visitantes por dia o tornam
Cildo Meireles (2008) e Mira Schendel (2013).
a quarta atração turística mais popular de Londres.
A expansão do museu, nesse sentido, pode ser vista como uma
Essa multidão é impulsionada, sobretudo, pelas grandes retros-
janela de oportunidade para artistas menos conhecidos em solo
pectivas organizadas pela Tate. Caso das colagens de Henri Matis-
inglês. O novo edifício, de 11 andares, previsto para ser inaugurado
se, em 2014, recordista em número de visitantes: foram 560 mil
em 2016, quase duplicará a área das exposições. Concebido pelos
em cinco meses. Damien Hirst atraiu 463 mil pessoas em 2012.
mesmos arquitetos que revitalizaram as instalações da antiga usi-
Diante desses blockbusters sobra pouco espaço para a produção
na, o prédio também terá impacto significativo na receita do mu-
de nações não europeias, ainda que se note certo esforço. Em se-
seu. E essa é, declaradamente, a intenção por trás da expansão:
tembro, por exemplo, uma mostra reunirá diversas manifestações
diversificar as fontes de renda num momento em que os recursos
da pop art ao redor do mundo, incluindo obras de artistas de paí-
públicos andam cada vez mais escassos. Foi-se o tempo em que
ses como Japão, Colômbia, Argentina, Islândia e Brasil. Vale lem-
torrões de açúcar sustentavam a arte por aqui.
Próximas exPosições n sonia Delaunay - 15 de abril a 9 de agosto. Primeira grande retrospectiva em Londres da pintora russa, uma das pioneiras do abstracionismo n The World Goes Pop - 17 de setembro de 2015 a 24 de janeiro de 2016. Pop art dos cinco continentes entre os anos 1960 e 70 n alexander Calder: Performing sculpture - 11 de novembro de 2015 a 3 de abril de 2016. Além dos célebres móbiles modernistas, a mostra exibirá incursões do escultor americano nos campos do cinema, do teatro e da música
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mundo sem fronteiras perfil
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a história de amilcar lopes Jr., o empresário que virou lenda entre os maratonistas amadores por walterson sardenberg so fotos paulo fridman
Completar uma maratona em menos de três horas é tarefa árdua demais para um amador. por melhor que ele seja. só de imaginar o tamanho do trajeto, o desafio faz doer a panturrilha. são 42 quilômetros mais 192 metros, geralmente em meio a dezenas de milhares de competidores. Quase o triplo do itinerário da tradicional Corrida de são silvestre, em são paulo, com seus 15 quilômetros de asfalto. pois o empresário paulista Amilcar Lopes Jr., 51 anos, conseguiu romper essa barreira das três horas já na sua primeira maratona internacional, a de Nova York, em 1999. Um fenômeno. Não por acaso, ele se tornou não só uma lenda – mas também o homem a ser vencido no meio esportivo-empresarial. o portuga, como gosta de se referir a si próprio, em seu linguajar ao mesmo tempo irreverente e ultracompetitivo, virou a medida, a referência. “os caras não acreditavam que eu pudesse fazer aquele tempo”, lembra o filho de portugueses, ex-presidente da companhia Águas petrópolis paulista e atual CEo da rastreabilidade Brasil, empresa de rastreamento de remédios. “Eu disse a eles: ‘Calma que vocês ainda não viram nada’.” segue-se uma sonora gargalhada. Eis aí um fanfarrão assumido. Em Nova York, ele cravou 2h54min24seg, para espanto dos parceiros de treinamento, dos motoristas paquistaneses dos táxis amarelos, dos patos dos lagos do Central park e do primeiro treinador de Amilcar, o intrépido Marcos paulo reis, que sempre lhe recomendou economizar o ímpeto no início das provas para dosar as forças. Uma estratégia, aliás, esnobada sem qualquer cerimônia desde os primeiros passos.
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Ele tornou-se atĂŠ tema de um livro, em que outros executivos encaram o desafio de vencĂŞ-lo
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mundo sem fronteiras perfil
Ao arrepio da cautela de Reis, o desobediente Amilcar pôs em
Amilcar, então com 43 anos e os cabelos começando a embran-
prática aquilo que, bem-humorado, trata por “Método Portuga”,
quecer, foi o 320º colocado, com o tempo de 2h43min57. À sua
uma cartilha nada convencional. “Não acredito nessa história
frente, a rigor, chegaram apenas profissionais. Refeito da exaus-
de split negativo, em que a segunda metade da corrida deve ser
tão do esforço, o Portuga, como costumava fazer, espicaçou o
mais rápida que o início”, provoca. “Eu já começo acelerando tudo
treinador Marcos Paulo Reis: “Cadê sua garotada? Não tem nin-
o que posso.” Amilcar recorreu ao mesmo estratagema quando
guém melhor para concorrer comigo?”
baixou o próprio tempo, na Maratona de Chicago, em 2004. Para
A pirraça resultou em um desafio concreto. Reis selecionou
assombro até dos ventos poderosos vindos do lago Michigan, ele
três entre seus alunos – todos eles executivos – e passou a
terminou a competição em 2h48min. No parecer de seu criador,
treiná-los com afinco para que desbancassem a marca daquele
o “Método Portuga” pode ser resumido em dois momentos dis-
tagarela. Em comum, o trio tinha ricas histórias de superação. O
tintos durante as provas. O primeiro é uma pergunta: “Que raios
empresário Marcelo Apovian, o Lelo, por exemplo, passara por
estou fazendo aqui?” O segundo, uma decisão, pouco solene:
sucessivas cirurgias para recompor o tamanho de uma perna,
“Está doendo o corpo todo. Preciso correr o mais rápido possível
encurtada em 6 centímetros em uma queda praticando esqui.
para terminar o quanto antes esse sacrifício”. Outras particularíssimas ousadias do “Método” são o desa-
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perseverança é a palavra
pego à tecnologia e até mesmo o desprezo pela constante hidra-
Quem, enfim, quebraria o tempo do quarentão voador? A
tação no decorrer da prova. O Portuga utiliza um relógio comum,
história tinha tal dimensão humana que chamou a atenção do
apenas para marcar o tempo, e bebe água só depois de comple-
jornalista Sérgio Xavier Filho. Nasceu assim o livro Operação
tar mais da metade do trajeto – o que parece ainda mais insólito
Portuga (Ed. Arquipélago), lançado em 2011 e agora na quarta
em se tratando do sócio-proprietário da companhia Águas Pe-
edição. A ampla reportagem pode ser lida como um romance.
trópolis Paulista.
Daqueles difíceis de largar. Na concepção do autor, o perso-
Pelo menos para seu autor, a excêntrica metodologia se
nagem mais complicado de captar em sua essência foi justa-
mostrou ainda mais eficiente no dia 22 de outubro de 2006.
mente o que aparece no título. “Por trás da primeira imagem
Os incrédulos parceiros de treinamento, em São Paulo, de fato,
de um sujeito extrovertido e fanfarrão, descobri um empresário
ainda não haviam visto nada semelhante. Naquele dia, 33.659
que, ao contrário da maioria, não usa o esporte como válvula
pessoas zarparam das ruas de Chicago, disputando a maratona
de escape, mas como maneira de turbinar ainda mais a vida do
anual. Menos de mil cruzaram a linha abaixo do limite de 3 horas.
homem de negócios”, diz Sérgio, diretor de redação da revis-
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Amilcar guarda os objetos das provas, de pulseiras aos tênis. Enquadrou até os números de peito das camisas
ta Playboy, comentarista de futebol da rádio Bandnews FM e, também, maratonista (seu melhor tempo: 3h30min32 em Chicago, na edição de 2010). “Amilcar vive com extrema intensidade. Treina
duro, trabalha duro e ainda consegue ter vida social”, resume.
Ele já praticou duatlo, triatlo, correu várias maratonas e até foi piloto de automóvel. Teve sucesso em todas essas atividades. Sempre utilizando o particularíssimo “Método Portuga”, que deixa os adversários pasmos
Amilcar concorda com a análise. Diz ele: “A atividade empresarial exige metas, treinamento e garra. Exatamente como no esporte. Busco a energia nas competições e transponho essa receita para a vida profissional”. Para o empresário, esporte e negócios são complementares. “Um dá energia para o outro.” No entender
diz Amilcar, pai de um skatista de 16 anos, de um boxeador de 22
de Sérgio, a extrema dedicação de Amilcar a tudo aquilo que faz
e padrasto de um praticante de MMA de 23.
tem a ver com o relacionamento com o pai, falecido em 2008. “No
Quando cursava biologia na PUC de Campinas, descobriu o
fundo, ele sempre quis mostrar ao pai, um imigrante simples e tra-
triatlo e o duatlo – respectivamente, competições que incluem,
balhador, que também poderia ser um vencedor. Simples assim.”
numa mesma prova, natação, ciclismo e corrida e somente as
Perseverança é palavra corrente em seu vocabulário. “Tanto no
duas últimas modalidades. Em 1988, ajeitou uma bicicleta na ca-
esporte quanto na vida profissional, surgem entraves e sofrimen-
pota de seu Escort XR3 e foi disputar uma competição de triatlo
tos. Se você desistir antes, não chega lá.” O pai de Amilcar imigrou
em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Chegou na frente. Ga-
de Trás-os-Montes, norte de Portugal, nos anos 1930, pegou no
nhou várias outras. “Estava tão bem que pensei até em viver do
batente como entregador de pães, conferente de cargas na Águas
esporte”, conta. Não fosse o seu temperamento impulsivo dispu-
Petrópolis, juntou economias e comprou uma distribuidora de be-
taria o título nacional de 1995 do duatlo. Acabou vice-campeão.
bidas na rua Bandeira Paulista, no Itaim Bibi, que ainda não era
Não pôde disputar a derradeira prova do calendário por ter toma-
o bairro badalado de hoje. “Morávamos nos fundos. Eu fazia en-
do um gancho na penúltima. Ao ouvir que havia sido eliminado
tregas de bicicleta”, conta Amilcar, que, ainda garoto, descobriu a
por, supostamente, ter aproveitado o vácuo do carro de apoio no
vocação esportiva. “Fui jogar como ponta-direita e notei que corria
trecho de bicicleta, subiu no palanque e deu um chute no troféu.
muito mais que os outros. O que me atrapalhava era a bola.” Daí para se tornar sócio-militante do Esporte Clube Pinheiros,
ElE trEinA Até Escondido
como corredor e atleta de salto triplo, foi um pulo, ou melhor,
Portuga desistiu por uns tempos da modalidade. Voltou com
um João do Pulo – o João Carlos de Oliveira, então o recordista
tudo já na década seguinte. Em 2002, realizou outra proeza. Fi-
mundial da modalidade e influência decisiva. Naquela época, o
cou em quarto lugar na categoria de corredores entre 35 e 39
pai vendeu a distribuidora de bebidas e adquiriu a Águas Petró-
anos no Ironman de Florianópolis. É uma das mais difíceis pro-
polis, a única fonte de água mineral do mundo situada dentro de
vas de triatlo do planeta. Além de correr uma maratona inteira,
uma metrópole, no bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo.
o competidor precisa cumprir 180,2 quilômetros de ciclismo e
“Só tinha o dinheiro da entrada. O resto pagou na raça, em quatro
outros 3,8 quilômetros de natação.
anos, inaugurando o ‘Método Portuga’ na família”, brinca. O entu-
A índole explosiva também despontou quando Amilcar resol-
siasmo do filho com o esporte, no entanto, não o empolgava. “Du-
veu “brincar de piloto”. No início da década de 1990, ele correu de
rante um bom tempo, ele achava que era coisa de vagabundo”,
automóvel em diversas categorias. Chegou a disputar duas edijunho 2015
Mit revista
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FOTOS ARQUIVO PESSOAL
mundo sem fronteiras perfil
esquentado, amilcar já chutou troféu e quis brigar com Wilsinho fittipaldi. mas é homem de muitos amigos, que admiram a sua garra, determinação e persistência tanto no esporte quanto no mundo dos negócios
cravou 2h27min58 numa disputa em Berlim. “O Amilcar é mesmo um fanfarrão. No meio de uma corrida, encosta ao seu lado e brinca: ‘Você não vai aguentar’”, revela. “Mas, ao mesmo tempo, é um grande sujeito, um cara super do bem, um amigo leal. Sei que, como executivo, cobra bastante dos seus funcionários. É assim porque tem por princípio a perseverança e a meritocracia.” Quanto ao já famoso “Método Portuga”, Lelo admite que o rival “não é muito ortodoxo”. Lembra, contudo, que os espetacu-
ções das Mil Milhas de Interlagos. “Ganhei provas no Brasileiro de
lares resultados de Amilcar como corredor se devem, sobretu-
Corsa e fiquei entre os dez melhores no Brasileiro de Palio”, re-
do, a três componentes: o gosto pelos desafios, a garra e muito
corda. Em um treino em Interlagos, em que os modestos carros
treinamento. “Ele chega a treinar escondido”, entrega. O gosto
da Fórmula Palio dividiam a mesma pista com os lépidos veículos
pelos desafios também se revela na vida profissional. Depois de
da Stock Car, Wilsinho Fittipaldi, irritado pela demora de Amilcar
29 anos dando duro na Águas Petrópolis Paulista, Amilcar deci-
em dar passagem ao seu bólido, acabou “fechando” o carro do
diu “parar de botar água na garrafa”. Embora continue sócio da
Portuga, que foi parar na grama. Para quê! Amilcar entrou no boxe
próspera companhia, com 180 funcionários, resolveu abrir outro
de Wilsinho com uma chave de roda nas mãos e ganas de quebrar
negócio. Há três anos, com aporte de capital do banco BTG Pac-
tudo. Ficou na ameaça. Uma conversa reservada com o irmão de
tual, inaugurou a Rastreabilidade Brasil. A empresa começou a
Emerson resolveu o assunto.
operar ainda antes da determinação da
Dito assim pode parecer que Amilcar se envolveu em muitos
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
atritos. Não é o caso. Longe disso. Ele está sempre cercado de
Sanitária) que obriga os laboratórios mé-
amigos e, apesar das brincadeiras recorrentes com os adversá-
dicos a rastrear cada caixa de remédio
rios das corridas, é muito benquisto no meio. Que o diga aquele
que fabrica. “Apostei que a norma sairia,
que já foi o seu maior rival nas competições e, também, o pri-
pois era tendência mundial”, explica.
meiro a quebrar o seu recorde em maratonas: Marcelo Apovian, o Lelo, que, três anos depois da principal façanha do Portuga, 70
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Mais uma vez a ousadia. Mais uma vez o “Método Portuga”.
No automobilismo, fez amigos como Tony Kanaan. Mas seus resultados mais expressivos foram conquistados com a bicicleta do triatlo e do duatlo. Ou nas maratonas. Como a de Chicago, no ano de 2006
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mundo sem fronteiras carro
New outlander Com mais de 100 inovações na linha 2016, o crossover esportivo da Mitsubishi segue na vanguarda
por henrique skujis, do autódromo Velo Città
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divulgaテァテバ
Os novos farテウis ganharam luzes diurnas de LED
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O
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New Mitsubishi Outlander acelera
entanto, vamos falar um pouquinho sobre a história do carro.
sozinho. Ele também freia sem que
Quando desembarcou no Brasil, em setembro de 2013, o All
você precise pisar no pedal de freio.
New Outlander trouxe o seguinte aposto: o mais moderno carro
Se começar a chover, o limpador do
já produzido em série pela Mitsubishi. Pois o modelo 2016 do
para-brisa entra em ação automati-
crossover deu um passo ainda mais adiante na linha evolutiva
camente. Escureceu? Os faróis acen-
da marca. Nada menos do que 100 inovações foram feitas para
dem sem que o motorista se preocu-
mantê-lo na vanguarda da indústria automobilística.
pe com isso. Na hora de estacionar,
Tais aperfeiçoamentos vão de detalhes no design à sinto-
uma câmera de ré torna a manobra muito mais fácil e rápida.
nia fina na suspensão. Da melhoria no isolamento acústico ao
Para ligar o carro, esqueça a chave – basta apertar um botão
incremento no desempenho. Das rodas de liga leve redesenha-
no painel e você já escuta o ronco suave do motor. Na estrada,
das a uma nova opção de motores. Neste mês de junho, quando
caso você se distraia e mude de faixa involuntariamente, um
chegar às concessionárias vindo do Japão, ele será o primeiro
sinal sonoro soa para que você tome o rumo certo. Errou a tra-
crossover movido a diesel que a Mitsubishi importa para o Bra-
jetória da curva? Controles de tração e estabilidade entram em
sil. Um crossover de tecnologia, requinte e desempenho que
campo para minimizar o risco de derrapagem. Ou seja: além de
mantém sua aura de objeto do desejo.
primar pela segurança (o carro recebeu nota máxima dos três
ACC, FCM, LDW, ASC, ATC e HSA são siglas de alguns dos
principais institutos mundiais no gênero), dirigir o crossover da
equipamentos que tornam a pilotagem do New Outlander extre-
marca dos três diamantes é um grande prazer.
mamente confortável e segura. ACC significa Adaptive Cruise
Mais adiante, falaremos como funciona essa tecnologia
Control, sistema que acelera ou freia o carro automaticamente.
que faz o New Outlander acelerar e brecar sozinho. Antes, no
Trata-se da geração mais recente do tradicional controlador de
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ACC e FCM são capazes de frear o carro sem que o motorista faça nada. O LDW avisa em caso de mudança involuntária de pista. O ASC e ATC são controles de estabilidade e tração que evitam derrapagens
los) e 3.0 V6 (240 cavalos), ambos a gasolina, foram aperfeiçoados na linha 2016. Ficaram mais econômicos e ganharam performance – principalmente em baixa rotação, com menor perda de torque. Torque, diga-se, é um dos destaques do novo motor 2.2 de quatro cilindros a diesel: são 36,7 kgf.m entre 1.500 e 2.750 rpm. Isso significa força de sobra à disposição do pé direito, mesmo em baixas rotações. Aliado a uma relação peso/po-
velocidade. Ele mantém a velocidade desejada, mas vai muito
tência de apenas 6,6 kg/cavalo proporcionada pelos 165 cavalos
além. Quando um veículo mais lento surge à frente, ela é redu-
de potência, esse torque torna a condução do Outlander extre-
zida para que uma distância segura seja mantida. Não é preciso
mamente prazerosa e dinâmica. O silêncio e a vibração quase
tocar no pedal do freio nem mesmo se o veículo da frente parar.
imperceptível também chamam a atenção na versão a diesel.
Para segurança semelhante no trânsito urbano, o New Ou-
Nas três motorizações, o carro vem com os divertidos paddle
tlander tem o FCM (Forward Collision Mitigation). A uma veloci-
shifters (“borboletas” atrás do volante para a troca de marchas),
dade de até 30 km/h, o sistema faz soar um sinal e, se necessá-
e nas versões V6 e a diesel com a possibilidade de o motorista se-
rio, na iminência de uma colisão dianteira, para completamente
lecionar por meio de um botão três opções de tração: Eco, Auto
o carro. Como já dito, o veículo também ajuda motoristas de-
e Lock. A primeira mantém a tração preferencialmente em 4x2.
satentos que mudam de faixa involuntariamente. O LDW (Lane
A segunda tem predileção pela 4x4. E a terceira é 4x4 em tempo
Departure Warning) percebe o descuido e faz soar um sinal para
integral, ideal para pisos escorregadios ou de terra. O câmbio
que o condutor corrija a trajetória a tempo.
das versões a diesel e V6 a gasolina possuem o exclusivo Invecs-II, que analisa o modo de dirigir de cada motorista, tornando as
DIVuLgAçÃO
Vamos agora falar do motor. Os já existentes 2.2 (160 cava-
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n 1. A terceira fileira de banco aumenta a capacidade do New Outlander para sete passageiros n 2. A tampa do porta-malas agora abre 3,7 cm a mais. n 3. O carro conta com nove airbags n 4. Outra novidade são os espelhos eletrocrômicos n 5. Detalhe no painel do piloto automático adaptativo, capaz de frear o carro sozinho n 6. No painel, destaque para a tela de 7 polegadas do sistema multimídia n 7. Detalhe dos controles do aquecimento do banco, da tração e o câmbio automático n 8. Um sensor no alto do para-brisa aciona o limpador automaticamente em caso de chuva
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fOTOS: DIVULGAçÃO
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Silencioso e com baixíssima vibração, o novo motor diesel é um dos mais modernos do mundo. Tem 165 cv e um incrível torque de 36,7 kgf.m. A relação peso/potência do carro é de apenas 6,6 kg/cv
carro, também está entre os cem aperfeiçoamentos recebidos na linha 2016: além do acabamento de couro e de trazer os controles do som e do ACC, ganhou empunhadura mais anatômica. O computador de bordo tem 13 funções. O sistema multimídia, com tela de 7 polegadas, traz GPS, Bluetooth, áudio streaming, USB e o DIS (Dynamic Information System), com acelerômetro, bússola e indicações da aceleração lateral, da inclinação
trocas de marchas mais suaves. A versão 2.0 é equipada com
frontal e da altitude. São 25 porta-objetos e oito luzes de corte-
câmbio CVT de nova geração e sistema Invecs-III.
sia. O New Outlander tem ainda a opção de uma terceira fileira
Do lado de fora, é perceptível o esmero dos designers. O carro
de bancos, elevando a capacidade do carro para oito pessoas.
manteve seu visual inconfundível, mas ganhou traços mais mo-
Com os bancos rebatidos, o porta-malas acomoda generosos
dernos. Para-lamas e para-choques também mudaram, com no-
1.600 litros. Para se ter uma ideia do minucioso aperfeiçoamen-
vos faróis e uma entrada de ar maior. Os faróis passam a contar
to feito na linha 2016, até a abertura da tampa do porta-malas
com luz de iluminação diurna de LED, aumentando a segurança.
entrou na lista: ela agora abre 3,7 centímetros a mais para faci-
No interior, a sofisticação fica evidente. Os bancos de couro, pre-
litar a colocação de bagagem. Com três anos de garantia sem
to ou bege, receberam nova costura para aumentar ainda mais
limite de quilometragem, o New Outlander chega às concessio-
o conforto. O volante, onde se esconde um dos nove airbags do
nárias Mitsubishi a partir de R$ 114.990. junho 2015
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a sala de degustação e as outras amenidades do algodón ficam diante das parreiras
Durma na adega Quatro hotéis nos quais o hóspede dorme (e bebe) de frente para vinícolas por marcello borges
o
enoturismo tornou-se uma das atividades mais atraentes e de crescimento mais rápido da indústria turística: 17% dos turistas de lazer nos EUA dedicaram-se a atividades relacionadas ao
vinho, segundo a Travel Industry Association. Dados brasileiros recentes mostram que entre 2001 e 2010 o número de visitantes de vinícolas saltou de 45 mil para 200 mil por ano – crescimento de 340%. Mas o que se faz no enoturismo? obviamente, a principal atividade é a degustação de vinhos. Mas isso não é suficiente para sustentar hotéis nas vinícolas. os proprietários encontram atrativos adicionais para manter o visitante entretido entre um copo e outro.
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FOtOS: DivULGAçãO
Algodón Wine estAte Argentina Eleito recentemente pelo guia Frommer’s como um
queimar calorias. O hotel também não decepciona os fãs de
dos melhores destinos em vinícolas, o Algodón fica em
esportes radicais, de caminhadas e de hipismo. A vinícola
Mendoza, a mais famosa região da Argentina na produção
data de 2002, e entre seus vinhos encontram-se variedades
da Malbec. A propriedade tem nove suítes com lareira,
de Malbec (tinto e rosé), Bonarda, Cabernet Sauvignon, um
pátio e outras amenidades, e todas ficam perto da sala de
vinho de corte Cabernet/Syrah, Merlot, Chardonnay, um Gran
degustação. O restaurante Chez Gaston permite acompanhar
Reserva (corte de Malbec com Cabernet, Syrah e Merlot) e
os vinhos locais com excelentes pratos. Recentemente,
outros, como o Pima, cujo nome evoca um tipo de algodão da
foram construídas cinco suítes no espaço chamado Wine
mais alta qualidade e cuja produção é feita com uvas colhidas
& Golf Lodge. Um campo de golfe de nível internacional e
em videiras datadas de 1946. A diária sai por US$ 260. www.
11 quadras de tênis fornecem a inspiração para o hóspede
algodonwineestates.com junho 2015
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Projeto do MarquĂŠs de Riscal ĂŠ do canadense Frank Gehry
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hotel marqués de riscal Espanha Conhecido por obras notáveis como a Casa Dançante, em Praga, e o Museu Guggenheim, em Bilbao, o arquiteto canadense Frank Gehry projetou este hotel com cara de obra de arte. São 14 suítes de luxo, dois restaurantes – o 1860 e o Marqués de Riscal, ambos cuidados pelo chef Francis Paniego, estrelado pelo Michelin –, um spa da Vinothérapie Caudalie, com diversos tratamentos baseados na uva, e um Wine Bar, no qual é possível provar toda a gama de vinhos da coleção, tanto em taça quanto na garrafa, a preços convidativos. A especialidade da vinícola são os vinhos tintos feitos com uva Tempranillo, emblemática da região e que produz bebidas de corpo médio, com aromas como couro, cereja, tomate, baunilha e cravo. Geralmente, o tempo na madeira confere-lhes mais complexidade, caso do Marqués de Riscal Gran Reserva, que passa no mínimo 24 meses em barrica e 36 em garrafa. A colheita na região começa em setembro – confira com a vinícola a possibilidade de acompanhar esse ritual. A diária é
FoToS: DiVUlGAção
a partir de US$ 380. www.hotel-marquesderiscal.com
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PONTe viNeYaRD iNN Estados Unidos
DiVULgAção
O Ponte vineyard foi eleito um dos dez melhores hotéis do gênero
Considerado pela revista Departures um dos dez melhores hotéis em vinhedos do mundo e pelo Trip Advisor o 13º melhor hotel da América, o Ponte Vineyard fica dentro da Ponte Winery. Sua vinícola produz em média apenas 1.500 caixas de cada rótulo, mas tem uma variedade bastante interessante. Com vários tipos de acomodações – inclusive quatro quartos onde o seu cão pode ficar acomodado – e amenidades completas (wi-fi de alta velocidade grátis, HDTV de 42” e outras), conta ainda com um Cellar Lounge, sala de ginástica com esteiras e halteres, serviços de spa, giros pelas vinícolas e até passeio de balão. Para de 90 minutos leva os hóspedes pelos vinhedos – com direito a uma garrafa de vinho e sanduíches. Quartos a partir de US$ 209. www.pontewinery.com 82
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CreATiVe CommonS
os românticos, um passeio de charrete
Argos in CAppAdoCiA Turquia
COrbiS
GlOwimAGES
lATiNSTOCK
o Argos fica em um antigo mosteiro na Capadócia
Não é de hoje que a Turquia se transformou num destino
Syrah e a Kalecik Karasi, uma variedade da Pinot Noir.
turístico importante, e a Capadócia, lar do hotel Argos, é,
Os vinhedos são visíveis desde os terraços da propriedade.
em grande parte, a responsável por essa fama: passeios
Um dos passeios mais interessantes faz-se pelos
de balão levam o visitante a mais de 300 metros de altura,
túneis situados sob o velho mosteiro: são mais de cinco
permitindo-lhe vislumbrar a paisagem fascinante de uma
quilômetros, com adegas privadas e salas de reunião onde
das mais antigas civilizações do planeta. Na encosta de uma
antes dormiam os monges. O pernoite custa a partir de
montanha, o Argos está instalado num antigo mosteiro – o
US$ 200 e inclui a degustação de 21 vinhos da região. www.
maior do mundo. Em seu vinhedo, cultivam-se uvas como a
argosincappadocia.com/EN/ junho 2015
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mundo 4x4 perfil
andreamoller Uma das mais consagradas remadoras do planeta e primeira mulher na hist贸ria a surfar Jaws, a param茅dica paulistana chegou ao topo por adrian kojin
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foto fred PomPermayer junho 2015
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Q trabalho de
uem vê Andrea buscando a filha Ke-
Fisicamente forte e mentalmente determinada, logo se des-
ala, de 11 anos, na escola da pacata
tacou no remo. Passou a figurar entre as melhores do planeta e
cidadezinha de Paia, em Maui, no Ha-
tornou-se a primeira mulher a quebrar uma série de barreiras nos
vaí, não distingue muito além de uma
esportes de mar. Nos últimos 16 anos, foi a que mais acumulou
mãe carinhosa. Já quem a flagrar
travessias e obteve vitórias de canoa havaiana no canal de Kaiwi,
durante um atendimento de emer-
entre as ilhas de Molokai e Oahu – no universo do remo, o desa-
gência, saltando apressada de uma
fio equivale à escalada do Everest para os montanhistas. São 54
ambulância, estará testemunhando o
quilômetros entre ondas enormes, correntes traiçoeiras e ventos
uma dedicada paramédica em ação. Nos dois
fortíssimos, que exigem esforço sobre-humano. A isto se chama
entanto, o que ninguém consegue ima-
downwind, modalidade na qual Andrea é chamada de rainha por
ginar é do que essa mulher é capaz de aprontar quando entra
quem entende do assunto. Com sua equipe de OC6 (canoa com
no mar. As revistas especializadas em stand up paddle chamam
seis integrantes), venceu sete vezes a prova, da qual detém o re-
Andrea de “Rainha do Downwind”. Além de ser a número 1 nessa
corde de 5 horas e 22 minutos. Remando solo, completou cinco
que é uma das mais difíceis condições de remada em alto-mar,
travessias, chegando em primeiro em duas delas. No reveza-
ela tem lugar cativo no panteão dos esportes marinhos. Pudera:
mento da OC1, foram oito travessias, com quatro vitórias.
cenários, no
foi a primeira mulher a surfar Jaws, a onda mais desafiadora do
Da mesma grandeza são seus feitos cruzando Kaiwi de stand
planeta. Andrea tem outros feitos que permitem colocá-la entre
up paddle. Ou talvez ainda maiores, pois foi ela a primeira mulher,
as maiores atletas da Terra. Antes de enumerá-los, porém, va-
junto com a parceira Maria Souza, também brasileira, a atraves-
mos entender como ela chegou lá.
sar o canal remando em pé sobre uma prancha, em 2005. Desde
Andrea é filha de Gunnar Moller, um dos pioneiros do windsur-
então, já completou a prova oito vezes, consagrando-se como re-
fe no Brasil. Nasceu em São Paulo, mas mudou-se aos 7 anos para
cordista mundial feminina em número de travessias. De 2005 a
Ilhabela, no litoral norte do estado. Desde cedo, acompanhava o
2008, venceu fazendo dupla com Maria Souza. De 2009 a 2013,
pai em competições. “Minha inspiração e minha ligação com o mar vêm dele”, conta. Ao fundar a Marina Porto Ilhabela, hoje uma das mais bem aparelhadas da ilha, Gunnar proporcionou as condições ideais para que a vocação de Andrea aflorasse.
Na infância, em Ilhabela (SP), conviveu com meninos que viriam a se tornar destacados esportistas, como o velejador Robert Scheidt. Única menina da turma, fazia questão de não ser deixada para trás
Cercada de mar, a garota, apaixonada pelas ondas e pelo vento,
fez o percurso solo, chegando em primeiro lugar em 2010 e 2011.
tinha pela frente a infância que pediu a Deus. Fundamental nes-
Aos 36 anos, Andrea se mantém firme no topo. Em abril, venceu
se período foi o convívio com uma turma de meninos que viriam
pela sétima vez seguida a prestigiada OluKai Ho’olaule’a SUP
a se tornar destacados esportistas – entre eles futuros campe-
Race, em Maui, registrando um novo recorde nos anais do espor-
ões mundiais e medalhistas olímpicos, como o velejador Robert
te, com o maior número de vitórias consecutivas numa prova.
Scheidt, o kitesurfista Guilherme Brandão, o windsurfista e remador Paulo dos Reis e os mountain bikers Vando e Juninho Cruz.
Listados os louros de Andrea, fica mais fácil dizer que estamos diante de uma das maiores atletas do planeta, ainda
Era uma garotada que desde cedo procurava aventuras na ter-
que tal reconhecimento seja restrito àqueles que circulam no
ra e no mar. Andrea ia junto. Fazia questão de não ser deixada para
mundo do remo. Visibilidade maior, extrapolando o universo
trás. “A gente ia de bicicleta para a praia do Bonete por trilhas de
da canoa havaiana e do stand up paddle, Andrea colhe no
barro praticamente intransponíveis”, lembra-se. “Não tinha isso de
surfe de ondas gigantes, atividade à qual se dedica com mais
‘ai, sou uma menina’. Por estar sempre na companhia de homens,
prazer atualmente. Em 2004, rebocada pelo brasileiro Eraldo
eu precisava ser como eles. Não podia pedir para irem mais de-
Gueiros, foi a primeira mulher a surfar Jaws. Formou, também
vagar, me esperar.” Talvez esteja aí a chave para entender o que a
com a parceira de remo Maria Souza, a primeira dupla femini-
levaria a protagonizar feitos tão excepcionais ao trocar Ilhabela por
na de tow in. E logo se tornaram a primeira dupla feminina de
Maui, no Havaí. A mudança deu-se em 1998, aos 17 anos, quando
tow in a vencer as gigantescas ondulações de Jaws.
ela aproveitou um curso de inglês em San Diego, na Califórnia, para
Tais feitos só seriam superados em termos de impacto no
escapar e adotar a meca do surfe como sua nova casa. Ali, Andrea
surfe feminino quando uma mulher chocou o mundo ao surfar
não demorou pra virar o que se chama de waterwoman. Além do
Jaws na remada. A façanha, considerada impossível até para ho-
windsurfe, aperfeiçoou-se no surfe e nos esportes a remo.
mens há não muito tempo, coube a... Andrea Moller. Nesse dia, No downwind, remada em alto-mar, Andrea é imbatível
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bruno lemos
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3 1. na piscina da casa em ilhabela (Sp); 2. Com o pai, gunnar moller, pioneiro do windsurfe no Brasil; 3. os primeiros passos no windsurfe; 4. Com a filha; 5. Como paramédica no Havaí, onde vive
4
5
como não havia saído de casa com essa intenção, improvisou o
de cada momento dessas quatro horas remando sozinha, sem o
equipamento com uma prancha emprestada e desceu uma onda
amparo do barco, até Oahu. Sei todos os pensamentos que vie-
monstruosa para a esquerda, direção que a levava para o lado da
ram à minha cabeça”, conta Andrea, explicando que, quando você
baía no qual um erro pode jogar o surfista de encontro às pedras.
se desidrata e se cansa, o corpo dói e você passa por situações
Andrea relata assim a experiência: “Quando vi, já estava na trilha
em que tudo pode acontecer. “Eu já não via mais ninguém – e o
do barranco em frente à Jaws com a prancha debaixo do braço.
medo, principalmente o medo do mar, é o pior inimigo.” Andrea
Tive que passar a arrebentação pulando das pedras e varando
achou o caminho da praia e saiu viva do encontro com a morte.
o quebra coco na remada. Não sabia o risco em que estava me
Seu próximo projeto é colocar em prática mais uma edição do
colocando, mas a adrenalina é tanta que acabei indo na roubada
Ike Moana, evento idealizado por ela desde 2013 e que oferece a
e me dando bem. A onda era grande e muito rápida. Quando você
crianças com necessidades especiais a oportunidade de passar
completa uma onda como aquela e sai vivo, você dá mais valor
um dia em contato com o mar, aprendendo stand up paddle com
à vida. Uma dose de irresponsabilidade sempre está presente, o
atletas profissionais. O evento é um aquecimento para a Imua,
problema é que a gente só percebe isso depois de anos, quando
corrida anual de stand up paddle que levanta fundos para o Imua
paramos para nos perguntar como pudemos ser tão loucos”.
Family Services, tradicional instituição de Maui dedicada a crianças que requerem uma atenção diferenciada. Como paramédica,
o pior inimigo
Andrea também encontrou a oportunidade de contribuir de ma-
Não foi em Jaws, no entanto, o maior sufoco de Andrea em sua
neira significativa para a comunidade que a recebeu de braços
vida de aventuras no mar. A morte passou perto em uma traves-
abertos. O emprego lhe garante ainda a segurança financeira não
sia solo do canal de Kaiwi. Duas horas após a largada, quando já
proporcionada pelo esporte, apesar de todas as glórias elenca-
se encontrava a uma enorme distância da costa, Andrea perdeu
das nesse texto. “Não existe nada como salvar vidas e ver o sorri-
contato com seu barco de apoio, que tivera uma pane seca. Sozi-
so no rosto de uma criança”, diz. “Hoje, minha vontade é de com-
nha, desorientada, exausta, sem ter como saciar a sede e a fome,
petir para isso, não para a mídia ou por dinheiro. Quero remar,
e pressentindo a presença de enormes criaturas sob sua canoa,
estar com minha filha e ajudar as pessoas. Isso é a perfeição.”
dependia dela mesma para se salvar. O canal de Kaiwi já tirou muitas vidas em histórias trágicas, entre elas a do salva-vidas havaiano e surfista de ondas grandes Eddie Aikau, em 1978. “Me lembro 88
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n Siga Andrea no instagram.com/andreamollermaui e no facebook.com/ andrea.moller.161.
FOTOS: ArQUIvO pESSOAl
mundo 4x4 perfil
foto fred PomPermayer
Andrea enfrenta e vence mais uma gigantesca onda de Jaws, no HavaĂ
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esplendor amazônico No Cristalino Jungle Lodge, uma jornada ao coração da floresta por ferNaNdo paiva , de Alta Floresta
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fotos kiko ferrite
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U
irapuru dá no chão, não no alto.
Mas não aqui, na margem esquerda do rio Cristalino, norte de
nheiras, prontos para mais uma li-
Mato Grosso, quase na divisa com o pará. Integrávamos a trupe
ção, ao vivo, em cores e com direito
dos felizes ganhadores da viagem ao Cristalino Jungle Lodge,
a áudio, sobre a floresta amazônica.
em comemoração aos 20 anos do rali Mitsubishi Motorsports.
De uniforme verde-oliva camuflado, o
Um lugar que todos os brasileiros deveriam conhecer.
guia José, peruano de Lima, tocou no
A aventura começou quando, vindos de Alta floresta de
gravador para o uirapuru o canto de
micro-ônibus, deixamos o rio teles pires e suas águas barren-
um outro macho. o pássaro, territorial por natureza, veio se
tas para subir a escura massa líquida do Cristalino. A impo-
aproximando devagarinho. Cauteloso, respondia ao pio. Que-
nência da floresta, margeando o rio cheio, remetia ao paraíso
ria porque queria saber onde estava o “intruso”.
intocado que os irmãos Villas-Bôas encontraram perto daqui
Enquanto isso, francisco Carvalho de sousa, piauiense de
nos anos 1940, durante a expedição roncador-Xingu. Nunca o
Luzilândia, evangélico da Assembleia de Deus, 42 anos, guia
chavão “vegetação luxuriante” foi tão apropriado para descre-
há 18, varejava com seu binóculo o emaranhado de galhos no
ver um lugar. Depois de um dia voando horas desde são paulo,
chão da mata. pronto! “Corram aqui para ver”, sussurrou. E fo-
nada como um mergulho naquela água cor de chá-preto para
cou o telescópio, assestado num tripé, para todos apreciarem
limpar corpo e alma.
o cantor mais célebre da Amazônia.
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tado”, explicou José. “Na Amazônia peruana, é difícil de achar.”
Estávamos na trilha das Casta-
Eleito pela National Geographic Traveler como um dos me-
Demos sorte. Era um uirapuru-verdadeiro, passarinho bra-
lhores hotéis de selva do mundo, o local é a materialização do
vo, marrom-acinzentado, garganta e peito cor de ferrugem.
sonho da empresária e ecologista Vitória Da riva Carvalho. filha
Nos seus ínfimos 10 centímetros de comprimento, ele soltava
do célebre colonizador Ariosto Da riva (1915-1992), cofundador
o canto inconfundível, curto e forte, semelhante aos sons da
de diversas cidades do norte do paraná, de Naviraí (Ms) e funda-
clarineta e da flauta. Irapuru, corneta, mandingueiro, realejo,
dor de Alta floresta, Vitória formou-se em letras pela pUC-sp, foi
tangará, o nome não importava. “o que importa é que a pre-
professora de inglês e mais tarde estudou administração na fGV.
sença dele é um índice biológico de que o lugar não foi desma-
No começo dos anos 1990, quando resolveu trabalhar com eco-
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ao lado, torre de observação. Nesta página, a sede do lodge e guarantã tombado
Com quatro dias – dois em trânsito e dois por lá – o viajante conhece o melhor do parque
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Cenas da amazônia no Cristalino Jungle Lodge: jacaré flagrado à noite; macaco-aranha encara a teleobjetiva; sapo venenoso do gênero Dendrobates; casal de araracangas voa sobre o rio; anambé-azul no meio da galhada; mutum-de-penacho e seu topete; o veloz voo do pato-do-mato; e iguana descansa no alto de árvore. para saber mais, entre no site cristalinolodge.com.br e no instagram @cristalinolodge
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abraçar em oito pessoas a castanheira com idade estimada de oito séculos foi uma das inúmeras experiências vividas pelos sortudos que comemoraram na mata os 20 anos do mitsubishi motorSports emoção de olhar para cima depois de chegar aos pés de uma castanheira de estimados 800 anos de vida, tão grossa que oito pessoas de mãos dadas mal davam conta de abraçá-la. Quintanista de engenharia civil na Usp de são Carlos, Heytor Biagiotti pessoa, premiado na etapa de ribeirão preto (sp), contou que “o mais legal foi o sapo”. Ele se referia ao simpático batráquio amarelo com manchas pretas, encontrado sob algumas folhas. ficou fascinado com a explicação do guia José: “Esse bicho é muito perigoso, solta um veneno que índio põe em ponta de flecha para torná-la mortal”. outro hit foi subir o rio num fim de tarde e descê-lo de motor desligado, mas com as lanternas acesas. De repente, flagramos um big dum jacaré saindo para jantar. Bem educado, nos cumprimentou jogando água com a cauda. para terminar, teve até causo de assombração. Quem contou foi o francisco, que já trabalhou em garimpo. Certa vez uns caboclos foram pescar na nascente do Cristalino. Lugar de muito peixe porque ficava em lugar proibido, quase dentro da base aérea de Cachimbo. Mal tinham montado acampamento, ouviram uns uivos horríveis vindos da mata. “Com certeza é índio brabo”, disseram. E se mandaram de volta para Alta floresta. Anos depois, retornaram. Antes, porém, foram fazer o reconheturismo e começou a falar em preservação ambiental numa área
cimento do terreno. Acharam uma choça. Dentro, uma rede de
devastada pelo garimpo e pelas serrarias, foi chamada de louca.
garimpeiro, dessas de náilon, armada. Dentro da rede, algo.
E ali estávamos, instalados em bangalôs ultraconfortáveis
“Abriram e deram com a ossada de um homem com um
e totalmente ecológicos, aproveitando o resultado da “lou-
vidro de analgésico na mão”, explicou francisco. o sujeito ti-
cura” de Vitória. Vivenciando o esplendor selvagem de 12 mil
nha quebrado a perna, não podia se mover. Quando ouviu os
hectares de reservas florestais particulares, encostados em
pescadores chegando, começou a gritar. “E vocês vejam que
185 mil hectares de um único parque nacional, hábitat de 595
azar: o povo se mandou, achando que era índio.”
espécies de aves (um terço das existentes no Brasil), 50 espécies de peixes, 102 de répteis e anfíbios e 2 mil de borboletas. Mas deixemos as cifras de lado e voltemos à mata. o Cristalino é o paraíso dos birdwatchers. Gente que, em bom português, adora passarinhar. Do alto das suas duas torres metálicas de observação, a 50 metros do solo e acima da copa das árvores, a turma se deliciou com o topete encaracolado do araçari-mulato, o indescritível sete-cores-da-amazônia e as penas multicoloridas da araracanga. No meio da floresta, aprendemos a diferenciar o pequenino inhambu-de-cabeça-vermelha do imponente mutum-de-penacho. A adrenalina subiu quando, na mata fechada, fomos surpreendidos pelo barulho forte, ritmado, de uma martelada seca e invisível. “Macaco-prego tentando abrir coco de castanha pra comer”, traduziu francisco. “Entrar na mata e ver de perto a altura das árvores é impressionante”, disse Carla Guimarães, sorteada na etapa de penedo (rJ) e que, ao lado do marido, participa do Mitsubishi Motorsports desde 2005. Carla se referia à junho 2015
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mundo 4x4 esporte
selva gens relatos
Há 17 anos, as corridas de aventura desembarcaram no Brasil e conquistaram os corações de atletas amadores e profissionais por maria clara vergueiro
N
o final dos anos 1990, o paulistano Alexandre Freitas, hoje com 53 anos, participou de uma competição na Nova Zelândia muito diferente de tudo o que ele já havia experimentado. Era uma espécie de corrida com imersão na natureza, leitura de mapas topográficos, trabalho em equipe, estratégia e múltiplas modalidades esportivas.
por longas distâncias em percursos indicados em um mapa recebido poucas horas antes da largada. os atletas carregavam em suas mochilas o mínimo necessário para sobreviver durantes os dias de expedição, dormiam um par de horas por dia, precisavam administrar os humores e desconfortos dos companheiros de equipe e, após centenas de quilômetros por matas fechadas, rios, corredeiras, mar e montanhas, chegavam ao final da competição tão realizados quanto destruídos.
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DAviD SpurDENS/CorBiS
A primeira prova do gênero, a Coast to Coast, havia estreado naquele país em 1980. o brasileiro ficou fascinado
com a competição, cujos desafios para as equipes formadas por quatro pessoas incluíam corridas, remadas e pedaladas
correr na altitude: uma das dificuldades
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FoToS: ALirio DE CASTro
mundo 4x4 esporte
Contagiado pela nova modalidade, Alexandre trouxe a ideia
ção da mídia atraída pelo aspecto pitoresco do esporte. Afinal
para o Brasil. organizou em 1998 a primeira corrida de aven-
de contas, quem eram aquelas pessoas que, em sã consci-
tura do país, a Expedição Mata Atlântica (EMA). Foram três
ência e por vontade própria, dedicavam parte da vida para
dias e 220 quilômetros de percurso. para atrair adeptos e in-
treinar, investiam um bom dinheiro em inscrições e viagens e
centivar o esporte, criou a Sociedade Brasileira de Corridas de
torravam os fins de semana para se meter no meio do mato,
Aventura (SBCA) e lançou um circuito brasileiro de provas. Em
passando por situações de adversidade e privação? os relatos
2002, Freitas precisou sair de cena para cuidar de uma doen-
de sobreviventes – com o perdão do exagero – são selvagens
ça devastadora provocada por um parasita que se instalou em
(leia três no final da reportagem).
seu corpo durante uma prova nas ilhas Fiji. Seus esforços, no entanto, formaram um seleto grupo de adeptos do esporte;
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única equipe 100% feminina
gente que tinha espírito inquieto e aventureiro, como o empre-
No dia 15 de novembro deste ano, o Brasil vai sediar pela
sário José pupo, 48 anos. “As corridas de aventura uniram três
terceira vez uma etapa do campeonato mundial de corridas
coisas que eu amo: natureza, estratégia e gente”, explica pupo,
de aventura. Será no pantanal (MT) e contará com os mes-
tricampeão brasileiro de rafting e técnico da seleção brasileira
mos organizadores que adquiriram a marca Ecomotion em
de canoagem na olimpíada de Barcelona (1992).
2012. responsável por aquela prova e pela etapa deste ano no
Nesses 17 anos, inúmeras provas foram realizadas em
pantanal, Shubi Guimarães revolucionou as corridas quando
cenários como Chapada Diamantina (BA), Serra dos Órgãos
montou, em 2000, a única equipe 100% feminina do mundo,
(rJ), Serra da Bocaina (Sp), Lençóis Maranhenses (MA), Jala-
a Atenah, que chegou a ser a melhor equipe brasileira no Eco-
pão (To) e Amazônia (AM), entre tantos outros. o melhor mo-
motion 2006, com as atletas Cristina de Carvalho, Fernanda
mento da corrida de aventura no Brasil deu-se entre 2000 e
Maciel e Nora Audrá ao seu lado. Hoje, Shubi reúne forças, co-
2008, quando eventos como o Ecomotion pro, principal prova
nhecimento e coragem para divulgar o esporte que a ensinou
de aventura do país, chegavam a somar 60 quartetos nacio-
algumas das lições mais importantes da vida. “A corrida de
nais e estrangeiros. Naquele período o esporte recebia aten-
aventura é uma ferramenta para ajudar na promoção da biodi-
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os cenários podem ser floridos. ou inóspitos, como o da patagônia
versidade, da identidade cultural e da conservação das nossas
te perfeito para praticar técnicas de sobrevivência na selva e o
áreas, mas sofre com leis que priorizam só o futebol, com o
autocontrole, adquiridos nas experiências extremas dos tem-
desinteresse da mídia e a consequente falta de renovação dos
pos de exército. Atleta-referência das corridas de aventura no
atletas”, avalia.
Brasil, rafael chegou a participar de 18 competições por ano,
Mesmo assim existem no Brasil cerca de 30 equipes “cons-
nacionais e internacionais. pai da recém-nascida Manuela,
tantes”, que disputam provas regionais e se arriscam em com-
ele diminuiu o ritmo, mas é presença certa em ao menos dez
petições fora do país, já que não há campeonato nacional.
provas anuais, sendo duas delas expedicionárias (acima de
um dos circuitos mais importantes da região Sudeste, que há 14
300 quilômetros). “Continuo motivado graças à paixão pelo
anos serve de porta de entrada para aspirantes e de treino paras atletas experientes, é o Adventure Camp. por lá já passaram mais de 40 mil pessoas, segundo os cálculos do organizador, Sergio Zolino, ve-
As provas realizadas no Brasil, embora sem grande divulgação, atraem apaixonados como o multiatleta José pupo. “As corridas unem três coisas que amo: natureza, estratégia e gente”, diz ele
esporte, às experiências proporcionadas pela interação com as pessoas e a natureza, e principalmente porque sigo aprendendo em cada competição”, diz o único brasileiro a vencer, em 2006, os 250
terano com mais de 70 corridas de aventura no currículo. Longe
quilômetros da dificílima prova solo Between 2 Continents,
daqui, uma mulher se consagra e coleciona títulos. A brasiliense
Between 2 oceans, na Costa rica.
Barbara Bonfim vive como atleta profissional e integra a equipe
Afastados desde 2012 das corridas de aventura (mas não
espanhola Columbia vidaraid, líder do ranking mundial – a equi-
das provas de montanha), os amigos Caco Alzugaray e Cristina
pe brasileira BMS Multisport ocupa a oitava colocação.
de Carvalho aplicam os princípios das corridas no dia a dia. os com quatro dias
Capitão da QuasarLontra, equipe mais longeva do país (17a
empresários – ele preside a Editora Três, da revista e ela – dois IstoÉ, em trânsito
no ranking mundial), rafael Campos, 37 anos, passou pelas
e dois por lá – o é sócia da assessoria esportiva Núcleo Aventura – gerenciam
Forças Armadas e encontrou na aventura, em 1999, o ambien-
crises, lidam com equipes e cuidam dos problemas pessoais melhor do parque
viajante conhece o
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FoToS ADvENTurE CAMp
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a bússola ajuda um bocado e o mapa orienta os competidores, mas não tem jeito: muitos trajetos exigem enfrentar a lama
com recursos mentais aprendidos nas competições. “Nunca
vitáveis erros de estratégia e navegação. “A postura é seguir
perco de vista o curto, o médio e o longo prazo. Assim como
adiante sem fricote, consertando tudo que estiver ao alcance,
fazia na aventura, equilibro na minha vida essas três perspec-
com determinação e respeito pela equipe. isso é sensacional
tivas: é preciso vencer cada dia todos os pequenos desafios
em todos os aspectos da vida”, arremata a atleta. Se para al-
do percurso, sem ficar imobilizado por um contratempo pon-
guns as corridas de aventura parecem selvagens demais, e
tual e sem investir toda a energia de uma vez”, ensina o publi-
exigem mais do que o corpo e a mente humanas são capazes
sher. “A prova é longa e exige que se administrem muito bem
de dar, para outros a modalidade veio para nos reaproximar
os recursos.”
da natureza e foram um choque na mentalidade consumista,
para Cristina, o maior aprendizado é caminhar com otimismo, sem remoer os desconfortos físicos ou lamentar os ine-
cartilha de veterano Aventureiros com muitos quilômetros rodados compartilham a experiência em poucas lições: n fé em deus e pé na tábua Bolhas, cortes, queimaduras e problemas nas unhas são comuns e levam muita gente a desistir. Manter os pés secos, lubrificados e protegidos é crucial para seguir adiante. n comer, beber e gastar Enquanto uma pessoa ativa consome cerca de 2.500 calorias por dia, um atleta de longa distância consome 10 mil calorias ou mais em apenas meio dia de prova. n antecipe os problemas o bom corredor de aventura sabe prever
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acomodada e viciada em conforto, que impõe o ritmo da vida nas cidades grandes. E você, o que acha?
os melhores e os piores cenários – e atua preparado para todos eles.
conhecimentos podem funcionar mais do que o seu instinto.
n “nada é tão ruim que não possa piorar” A aventura começa quando algo sai errado. Ter em mente que um obstáculo ainda não é o limite e olhar de forma construtiva para o problema é fundamental.
n mantenha a fé inabalável É muito importante acreditar que tudo vai dar certo no final.
n “depois da tempestade, sempre vem a calmaria” Geralmente trechos muito sofridos são recompensados com momentos inesquecíveis e belos. n acredite no seu instinto o contexto da aventura reaproxima as pessoas da natureza e das sensações mais primárias. Nesse cenário, poucos
n saia da zona de conforto, sem perder a linha os que desistem antes do máximo nunca evoluem. os que extrapolam os limites costumam lidar com consequências pesadas. n escolha bem seus parceiros Sempre que possível, corra com pessoas de quem você gosta muito e que você já sabe como funcionam em situações extremas e de stress.
atravessar rios e encarar o rapel são percalços que costumam fazer parte de uma modalidade rigorosa em relação ao preparo físico
o beabá das corridas de aventura estratégicos que servem para fiscalizar
momento em que a organização
Costumam ter de 50 km (curtas) a 500
a passagem obrigatória e a colocação
paralisa a prova para que todas as
km (expedicionárias). podem levar de
das equipes na prova. As Áreas de
equipes durmam. No Brasil, a maioria
algumas horas a alguns dias.
Transição (AT) consistem em pontos
dos eventos é non stop, ou seja, sem
n modalidades
em que há troca de modalidade, onde
pausa estabelecida para sono.
Normalmente, os percursos alternam
os atletas podem ou não encontrar
trechos de trekking (caminhada ou
sua equipe de apoio, fazer refeições
corrida em terrenos rústicos), mountain
rápidas, trocar peças de roupas e até
bike, canoagem e técnicas verticais
dormir por alguns minutos.
(rapel, escalada, canyoning). A leitura de
n apoio
mapas topográficos é obrigatória.
Existem dois modelos distintos de
n equipes
provas: as que contam com equipes de
Formadas por quatro integrantes,
apoio – que acompanham os atletas
que precisam permanecer juntos
nos pCs e ATs, cuidando do conforto
por todo o trajeto. obrigatoriamente
físico, alimentação e do transporte
um deles tem que ser uma mulher.
de seus equipamentos – e as que
Cada equipe tem um capitão, que
não contam com apoio, exigindo que
geralmente monta a estratégia e atua
os atletas sejam autossuficientes.
em momentos decisivos. Embora não
Nestas, a organização se encarrega de
seja uma regra, tende a ser um líder. o
transportar equipamentos.
navegador é responsável pela leitura
n restrição de sono
do mapa da prova.
A administração do sono é uma parte
n pcs e ats
estratégica fundamental. Alguns
os postos de Controle (pC) são pontos
eventos contam com Dark Zone, um
JorDAN SiEMENS/CorBiS
n percursos
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FoToS: ALirio DE CASTro FoTo rAFAEL CAMpoS
rafael campos (ao centro) e shubi guimarães (de óculos) estão entre os principais atletas brasileiros desse esporte radicalíssimo
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poucas e boas perdidas no quirguistão
rona, fazendo mímica, até o lago issy
quais estamos acostumados, ganham
Por Shubi Guimarães
Kull. Quando chegamos, encontramos
um valor incomensurável durante ou
os membros da organização confabu-
depois de uma prova de aventura.”
“Em 2003, corremos com a equipe
lando. Disse para eles que tinham nos
Atenah o raid Gauloises, no Quirguis-
abandonado e que tínhamos passado o
entrando pelo cano
tão, uma das provas expedicionárias
maior dos perrengues. o chefe da prova
Por Cristina Carvalho
mais tradicionais e duras do mundo.
respondeu: ‘vocês são brasileiras, eu
Durava cerca de sete dias. No segundo
sabia que iam se virar’.”
dia, a prova foi paralisada por causa da
“No meio de um trekking de uma prova, caminhávamos por um trecho de terra
morte de uma atleta francesa no rio.
oásis
onde originalmente havia um córrego
Evacuaram todas as equipes do rio e
Por Rafael Campos
pequeno, mas que havia enchido muito
levaram para a beira do lago issy Kull.
nos dias anteriores e virado um rio.
Lá, sofrendo com o frio, nossa equipe
“Foi durante o sexto dia do Eco Challen-
Não dava para ver muito bem o chão,
encontrou abrigo em uma casa para
ge, nas ilhas Fiji. Àquela altura da prova,
os limites da trilha sumiam embaixo
nos aquecermos antes de prosseguir.
já caminhávamos bastante debilitados,
da água. Dei um passo para fora da
Mas, enquanto dormíamos, a organi-
cansados, com os pés cheios de bolhas,
trilha sem perceber e caí em uma
zação reuniu todo mundo em alguns
uns quatro quilos mais magros. pas-
manilha (tubo de concreto para fossas
ônibus para levar os atletas até outra
sando por uma vila, encontramos uma
e esgotos). Fiquei com metade do
transição, e nós ficamos esquecidas
fijiana diante de uma mesa improvisada
corpo dentro dela e outra metade fora,
na casa do tiozinho que nos acolheu.
em tábuas de madeira com algumas
presa pelo meio das pernas, uma fora
Quando acordamos, não tinha mais
frutas. Nos aproximamos, imaginando
outra dentro, com um volume de água
ninguém, mais nada, nem sinal da orga-
que ela as venderia (na nossa situação,
absurdo na minha cara, totalmente sub-
nização. Estávamos sem mochila, sem
estávamos dispostos a pagar bem
mersa. Eu poderia ter morrido se meus
mapa, sem dinheiro, abandonadas no
caro, se tivéssemos dinheiro). Mas ela
parceiros de equipe demorassem para
meio do nada, no Quirguistão. Durante
simplesmente disse que poderíamos
ver onde eu tinha me enfiado. Lembrei
12 horas vagamos a pé por estradas
comer tudo, que teria mais para dar
das lições básicas de resgate de rio:
completamente desertas, paramos e
às outras equipes. Não estava ven-
manter a calma e botar a mão para fora
invadimos o único carro que passou por
dendo, mas oferecendo. Aquilo era um
d’água para ser vista. Meus companhei-
lá (depois de fazermos uma barreira
sonho! Fruta fresca depois de tantos
ros viram minha mão e me puxaram
humana no meio da estrada, obrigando-
dias comendo gel, comida liofilizada,
com força. Saí toda machucada e tive
-o a parar). Trocamos oito pilhas por um
suplementos... uma situação completa-
que fazer a etapa seguinte, de mountain
saco de biscoito murcho e uma garrafa
mente inusitada que eu nunca esqueci.
bike, completamente destruída, mal
de Coca-Cola e descolamos uma ca-
Esses pequenos confortos, com os
conseguia sentar no banco.”
próximas paradas Nas corridas de aventura, os percursos precisam ser inéditos, e por isso cada evento é único. Conheça abaixo algumas das competições mais legais do planeta, que integram o circuito mundial (ArWC) áfrica n nome: Expedition Africa n onde: Suazilândia, país no sul da África n quando: de 5 a 14 de junho de 2015 n quilometragem: 500 km n kineticgear.co.za américa do norte n nome: Expedition Alaska n onde: Alasca, EuA n quando: de 28 de junho a 4 de julho de 2015
n quilometragem: 473 km n expeditionak.com austrália n nome: XpD n onde: região de Queensland n quando: de 3 a 14 de agosto de 2015 n quilometragem: cerca de 700 quilômetros n xpd.com.au europa n nome: raid in France n onde: Ain, leste da França n quando: de 16 a 20 de setembro de 2015 n quilometragem: 370 quilômetros n raidinfrance.com
n onde: Serra do Amolar, pantanal n quando: de 11 a 21 de novembro de 2015 n quilometragem: ainda não divulgada n arwcpantanal.com nova Zelândia n nome: GoDZone n onde: Lake Wanaka n quando: 2016 (sem data definida) n quilometragem: 557 quilômetros n godzoneadventure.com américa do sul: n nome: Tierra viva n onde: patagônia Chilena n quando: 2016 (sem data definida) n tierraviva.com.ar
brasil n nome: ArWC pantanal
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junho 2015 adriano carrapato
david santos jr.
cadu rolim
cadu rolim
fotos tom papp
universo
mitsubishi No asfalto, na terra ou na água, a marca dos três diamantes tem a diversão certa para você
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universo mitsubishi
Mundial de vela
por ary pereira jr., de Jurerê (sc) FOTOS Marcos Mandez/Mitsubishi
Senhores do vento Oito medalhistas olímpicos estiveram no Mitsubishi Motors S40 World Championship
o
mitsubishi motors s40 World championship garantiu seu lugar na história da vela. realizado entre
os dias 12 e 16 de abril nas águas de jurerê, em florianópolis (sc), tratou-se da terceira edição do mundial da classe s40 – as anteriores aconteceram no chile (2013) e na espanha (2014). o evento reuniu 11 veleiros e 110 velejadores, sendo oito medalhistas olímpicos, donos de 17 condecorações. na flotilha, destaque para nomes como torben Grael (brasil), jochen schümman (alemanha), santiago lange (argentina) e
nuno barreto (portugal). o campeonato foi marcado pela emoção a cada boia e por um impressionante equilíbrio entre as tripulações. vale dizer que, na classe soto 40, os barcos estão entre os mais velozes do iatismo e são one design, rigorosamente iguais. o que decide são a habilidade e o entrosamento da equipe a bordo. no mitsubishi motors s40 World championship, dos 11 veleiros, sete venceram ao menos uma das dez regatas. tamanha igualdade de forças levou a decisão para o último dos cinco dias de prova. Graças ao vento nordeste em torno de 10 nós (18 km/h) e ao sol, que permaneceu iluminando os velejadores por três dias, o Patagonia (argentina) ganhou as duas primeiras regatas.
os Medalhistas olíMpicos n jochen schümman (Alemanha): 4 medalhas (3 ouros) n santiago lange (Argentina): 2 n javier conte (Argentina): 1 n juan de la Fuente (Argentina): 2 n torben Grael (Brasil): 5 (2 ouros) n clínio de Freitas (Brasil): 1 n nuno barreto (Portugal): 1 n hugo rocha (Portugal): 1
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tripulaçþes fazem contrapeso em busca da liderança
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Mundial de vela equilíbrio: dos 11 veleiros, sete venceram ao menos uma etapa
no segundo dia, a intensidade do vento aumentou. o chileno Estampa del Viento e o brasileiro carioca venceram. na quinta e sexta regatas, o Pajero (brasil) foi absoluto: aproveitou ao máximo as rajadas de até 20 nós, as mais fortes da competição. no penúltimo dia o vento diminuiu, chegaram as nuvens e só deu chile, com vitórias do Mitsubishi Motors e do santander. no esperado dia da decisão, o vento de nordeste a noroeste, predominante em florianópolis, rondou para sul na entrada da frente fria, trouxe chuva, mas não ultrapassou os 10 nós de velocidade. com 12 pontos de vantagem, o líder Patagonia precisava apenas marcar o Pajero. foi o que sua tripulação fez, com eficiência, na nona regata. os argentinos chegaram em quarto lugar, apenas uma posição atrás do Pajero. na prova final, o Pajero conquistou sua terceira vitória e assegurou o vice-campeonato mundial. para garantir o título, bastava ao Patagonia cruzar a linha de 108
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o soto 40 n comprimento total: 12,3 m n boca máxima: 3,75 m n calado: 2,6 m n Área vélica: 100 m² n deslocamento: 4,2 t n peso máximo de tripulação: 770 kg n projetista: javier soto acebal (arG) n Material do casco: fibra de vidro e carbono
universo mitsubishi
Mundial de vela veleiro Patagonia: os campeões vieram da argentina
chegada. os argentinos assim fizeram
o ambiente saudável e com a organi-
o momento de emoção, fora da água,
e levaram a taça para casa. “É incrí-
zação.” torben Grael, comandante do
ficou para a abertura da cerimônia de
vel vencermos uma competição com
Energisa, o 11º colocado, fez coro. “o
premiação. ausente do mundial por
tantos grandes velejadores na disputa”,
nível do campeonato, o local e a orga-
motivos profissionais, eduardo de
disse o tático do Patagonia, mariano
nização foram ótimos”, disse. “temos
souza ramos, comandante do Pajero,
parada, hexacampeão mundial de vela
corrido apenas regatas no rio, mas não
participou em vídeo, gravado em são
em várias classes.
poderíamos deixar de vir a um evento
paulo horas antes da entrega dos tro-
desta dimensão.”
féus e medalhas. “estou muito feliz por
o alemão jochen schümman, tricampeão olímpico e tático do Earlybird,
concretizar o sonho do inédito mundial
nomes consagrados, o mundial
de s40 no brasil, com os melhores
impressionado com a competição.
acrescentou experiência à bagagem
barcos e os melhores velejadores no
“disputar uma classe oceânica one
dos brasileiros que estão em campa-
campeonato de oceano mais impor-
design é como correr em uma olimpía-
nha para os jogos olímpicos rio 2016,
tante do país”, disse. “será uma delícia
da”, afirmou. “É minha primeira vinda à
como jorge Zarif, larissa juk, samuel
se pudermos fazer os três próximos
américa do sul e fiquei muito feliz com
“samuca” albrecht e henrique haddad.
também no brasil.”
“sofremos um pênalti, tivemos uma largada escapada, enfrentamos os melhores velejadores do mundo, mas nossa tripulação mostrou que é forte para superar as dificuldades.” sergio rocha, capitão do veleiro pajero (Brasil)
110
além de contar com o talento de
quinto colocado em florianópolis, ficou
Mit revista
junho 2015
“não poupamos esforços para trazer tripulações estrangeiras. os barcos do chile cruzaram a cordilheira dos andes sobre carretas.” carlos sodré, o cuca, diretor técnico do Mitsubishi Motors s40 World championship
“na s40, valem a tripulação e o treinamento. os barcos são iguais para todos. É como um ditado muito popular no chile: ‘Mais valem os índios do que as flechas’.” dag von appen, secretário-geral da classe s40 e comandante do itaú (chile)
as nacionalidades n alemanha n argentina n austrália n brasil n chile n espanha n méxico n portugal n suécia n uruguai
o pódio 1) patagonia (Argentina) 2) pajero (Brasil) 3) itaú (chile)
Magneti Marelli, tecnologia para as pistas,
para as ruas e para
o Off-Road
A paixão pela competição faz parte do nosso DNA Faça revisões em seu veículo regularmente.
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universo mitsubishi por renato Góes
lancer cup
autódromo velo città
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Equilíbrio em alta rotação Com novo traçado, o Velo Città recebeu as duas primeiras etapas da Lancer Cup 2015
d
a imprevisibilidade dos resultados, foram
autódromo velo città voltou
feitas duas alterações no traçado da pista.
a manhã interferiu nos tempos dos
a ouvir o emocionante ronco
a primeira foi a criação de um trecho de
treinos classificatórios da
dos motores. a abertura
alta velocidade que recebeu o nome de
primeira etapa. a iminente
da terceira temporada da lancer cup
curva do caipirinha, mais amena que a
troca de pneus causou um
aconteceu no dia 14 de março. para 2015,
curva do r – a mudança tornou a volta
pequeno atraso e aumen-
a mitsubishi preparou novidades que ele-
em média cinco segundos mais rápida. a
tou a ansiedade dos pilotos. Quan-
varam o nível da competição e tornaram
outra novidade foi o aumento do raio da
do o safety car deixou a pista, a
as disputas entre os gentleman drivers
curva da vitória, que antecede a reta final.
ansiedade transformou-se
ainda mais acirradas. a partir deste ano, o
tais mudanças abriram a possibilidade de
em adrenalina. na cate-
campeonato traz o selo da confederação
quatro diferentes circuitos no velo città.
goria rs, bruno mesquita,
brasileira de automobilismo (cba). outra novidade são os novos circuitos: além do tradicional velo città, em mogi Guaçu (sp), entram em cena os autódromos de Goiânia (Go), tarumã (rs) e interlagos (sp). todas as etapas terão cobertura do canal bandsports. as duas primeiras etapas foram disputadas no velo città. para aumentar a emoção e
112
a chuva fina que persistiu durante
epois de uma longa espera, o
Mit revista
junho 2015
cadu rolim
ultrapassagens marcaram a etapa de abertura da temporada
junho 2015
Mit revista
113
lancer cup adriano carrapato
universo mitsubishi
tom papp 114
cadu rolim
a chuva foi um desafio a mais para os pilotos no velo città
campeão da temporada de 2013, largou
soube administrar a vantagem”, resumiu.
por quase metade da prova. Quem se
bem e não deu brecha para o segundo
paulo pomelli venceu na rs master,
deu bem foi o estreante na categoria
colocado, elias jr. o campeão de 2014,
e ricardo feltre “bolão”, que divide a
lancer rs luiz santiago. após a relar-
sérgio alves, iniciava sua recuperação
pilotagem com o filho ricardinho, foi o
gada, ele não cometeu erros e venceu.
saindo da quinta para a terceira coloca-
primeiro na r master. na segunda prova
na lancer r, ricardinho feltre, figura
ção. a disputa ganhou em emoção quan-
do dia, o grid invertido trouxe surpre-
conhecida nas competições off-road da
do o carro do líder perdeu um pouco de
sas. com os pilotos mais rápidos na
mitsubishi, mostrou talento também
desempenho. elias jr. ameaçou tomar a
primeira prova tendo que sair no meio
no asfalto. “a experiência na mitsubishi
posição, mas bruno segurou a pressão.
do bolo, o momento da largada sempre
cup foi essencial para que eu saísse da
“o carro começou a escorregar de
é essencial para o ganho de posições.
confusão quando um carro rodou na mi-
traseira”, explicou bruno. Quem também
foi o que pensaram os sete pilotos que
nha frente.” e comemorou: “voltei para
estava feliz era o piloto da categoria r, o
se chocaram logo na primeira curva. o
a pista, me recuperei e consegui minha
estreante rodrigo mange. “corri com o
safety car precisou entrar na pista e a
primeira vitória.” na categoria r master
segundo colocado na minha cola, mas
bandeira amarela permaneceu hasteada
quem venceu foi bernardo parne.
Mit revista
junho 2015
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fotos tom papp adriano carrapato
seGunda etapa
ção. começou então uma disputa entre
a segunda etapa da lancer cup 2015
ele e o líder, sérgio alves. uma série de
começou diferente da anterior: com
disputa emocionante. a briga possibi-
gentleman drivers. nada menos do que
litou a aproximação do bloco interme-
seis pilotos andaram na casa do 1’37”.
diário. na metade da prova, a distância
bruno mesquita mais uma vez foi o mais
entre primeiro e quinto colocados era
rápido nos treinos e largou na frente,
mínima. um erro poderia custar a prova.
seguido por sérgio alves e elias jr. só
foi o que aconteceu com elias jr.: uma
que os dois pilotos cariocas tiveram
vacilada o derrubou da liderança para a
problemas durante a prova. sérgio foi
quinta colocação. sérgio alves também
perdendo o freio e não demorou para
errou. sylvio de barros assumiu a dian-
cair da segunda para a sexta colocação.
teira e ali se manteve até a bandeirada
já elias teve problemas elétricos e foi
final. “consegui tirar vantagem da briga
obrigado a abandonar. bruno venceu
deles”, disse sylvio, momentos após ser
com folga. atrás dele chegou eduardo
premiado tanto na categoria rs como
de souza ramos, que, além do segundo
na rs master. na lancer r, mauro neu-
lugar, venceu na categoria rs master. na
enschwander foi o vencedor. bernardo
categoria r, novamente ricardo feltre
parnes venceu novamente na r master.
se destacou, assim como bernardo
“a emoção de fazer parte de um cam-
parne na r master.
peonato tão forte é muito grande”, disse
as emoções mais fortes acontece-
116
ultrapassagens entre os dois deixou a
sol forte e pista seca. melhor para os
parnes. emoção, diga-se, não vão faltar
ram na segunda prova. assim como
nesta terceira temporada. na próxima
na primeira etapa, uma nova confusão
etapa, no dia 21 de junho, a lancer cup
ocorreu na largada, sendo necessária a
deixa pela primeira vez o velo città e
entrada do safety car. após a relargada,
desembarca em Goiânia, no autódromo
elias jr. saiu da 12ª para a segunda posi-
ayrton senna.
Mit revista
junho 2015
classiFicação Geral n lancer rs 1) bruno mesquita - 72 ptos 2) eduardo souza ramos - 70 ptos 3) sérgio alves - 66 ptos 4) luiz santiago - 49 ptos 5) elias jr. - 42 ptos n lancer r 1) ricardinho feltre - 100 ptos 2) mauro neuenschwander - 94 ptos 3) rodrigo mange - 75 ptos 4) alexandre navarro - 62 ptos 5) pedro h. costa - 62 ptos n lancer rs Master 1) eduardo souza ramos - 70 ptos 2) luiz santiago - 49 ptos 3) sylvio de barros 41 ptos n lancer cup r Master 1) bernardo parnes - 92 ptos 2) ricardo “bolão” feltre 50 ptos 3) vital menezes - 45 ptos próxiMas etapas n 19 e 20 jun Goiânia (GO) n 24 e 25 jul Velo Città (SP) n 21 e 22 ago Interlagos (SP) n 02 e 03 out Tarumã (RS) n 13 e 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração
É só cheGar e acelerar. a locação do lancer r e do lancer rs para participar da mitsubishi lancer cup utiliza o conceito sit&drive: questões logísticas, como mecânicos, manutenção e peças de reposição, ficam sob a responsabilidade da mitsubishi, por meio da ralliart, seu departamento de competições. basta o piloto colocar o capacete, ajustar o cinto de segurança, acelerar e se divertir. para mais informações, entre em contato pelo e-mail lancercup@ mmcb.com.br ou pelo telefone (19) 3818-4319.
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Pé embaixo fotos adriano carrapato
Veteranos e novatos se misturam no Lancer Evo Day
várias gerações do lancer evo dividem a pista do velo città
o
118
lancer evolution é o tipo
pista à disposição
de carro que mexe com o
para acelerar e ti-
imaginário de quem gosta
rar tudo do carro.
de velocidade. não à toa
figura presente
o lancer evo day, organizado pela
desde as primei-
mitsubishi motors no autódromo velo
ras etapas do evo
città, tornou-se o evento favorito de
day em 2013, o
quem é fanático pelo carro. veteranos
empresário edras
e novatos dividem espaço nas retas e
soares, de itapira (sp), se habituou a
o revestimento interno e os bancos.
curvas em busca de mais performance.
fazer os melhores tempos do track day.
“também mandei colocar gaiola, subs-
donos do modelo que virou um mito
seu lancer evo a cada ano ganha mais
tituí a tampa do porta-malas e coloquei
após vencer quatro vezes o World rally
pimenta. na atual temporada, para
para-lama com extração de ar para
championship (1996 a 1999) têm a
reduzir o peso do carro, edras tirou
os freios”, conta. nas duas primeiras
Mit revista
junho 2015
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universo mitsubishi
evo day
etapas do ano, ele conseguiu andar
dono recente e esta é a minha primeira
lancer. “mandei reprogramar a ignição e
abaixo de 1’40”. “É um evento sólido e
vez numa pista de verdade”, disse.
troquei o filtro de ar e o radiador de óleo.”
sério, que a cada etapa demonstra sua
“depois de muita conversa com gente
após as duas primeiras provas do dia,
qualidade. o velo città tem a melhor
que entende, a decisão sobre o melhor
já era possível observar seu semblante
pista para um evento desse tipo.”
custo-benefício para um carro esportivo
feliz. “o carro é uma máquina. acelerar
ficou para o lancer. É esportivo, tem
no velo città é uma experiência única e
já eric varga, administrador de
preço acessível e conta com o suporte
obrigatória pra qualquer um que goste
da mitsubishi”, afirmou. a experiência foi
de velocidade.” se você quer sentir essa
ano. ele havia comprado seu lancer
tão boa que ele retornou para a etapa
adrenalina, veja abaixo o calendário das
evolution X dois meses antes. “sou
seguinte. dessa vez, com reforços no seu
próximas etapas.
tom papp cadu rolim
empresa de limeira (sp), estreou no lancer evo day na primeira etapa do
“a gente que participa desde o começo sabe como o evo day evoluiu e se tornou um evento obrigatório para quem ama velocidade.” jiho Kim, empresário
“além da oportunidade de correr no velo città, a gente encontra os amigos e outros fanáticos pelo lancer evo.” rodrigo rodrigues, empresário
próxiMas etapas n 20 jun Goiânia (GO) n 25 jul Velo Città (SP) n 22 ago Interlagos (SP) n 03 out Tarumã (RS) n 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração
120
Mit revista
junho 2015
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universo mitsubishi por renato Góes
Fun day
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Regular e sempre Entre os presentes nas etapas de abertura, famílias, amigos e um casal de noivos
n
ardolei campos e carlos pa-
fica aberto à disposição de quem tem
na próxima, estarei aqui de novo.” cleuci e
raventi estavam de asX com
um mitsubishi. trata-se de uma prova de
rodrigo, pai e filho que vieram de outlan-
menos de 600 quilômetros
regularidade realizada em um autódromo
der Gt, também aprovaram a brincadeira.
de vida. rodrigo ronzella, de
– no caso, um autódromo homologado
“em 70 anos de vida nunca havia passado
outlander Gt, trouxe o pai, cleuci, para
pela federação internacional de auto-
por uma experiência como essa. foi
ser seu navegador. no lancer cvt de
mobilismo (fia). em cada uma das três
revigorante”, disse cleuci. “eu sabia que
tiago rossetti estavam sua namorada,
provas, de 30 minutos, os participantes
tinha um ótimo carro, mas agora tenho
samanta, e os amigos denis e fernanda.
precisam passar no tempo correto em
certeza”, concluiu rodrigo. já Gabriela, a
essas e outras dezenas de turmas a bor-
diversos pontos da pista e fazer a volta no
noiva, estava extasiada com o fun day:
do de seus mitsubishi estiveram nas duas
tempo determinado pela organização. o
“Que meu casamento seja sempre assim,
primeiras etapas da segunda temporada
piloto mais regular leva o troféu para casa.
que momentos como esse continuem
do fun day, nos dias 14 de março e 25 de
nardolei, aquele do asX seminovo, ficou
fazendo parte da nossa vida.”
abril. no entanto, quem mais chamou a
na 13ª colocação da primeira etapa. “foi
atenção no velo città foi o casal luiz mi-
excelente, inesquecível.
guel pedroso filho e Gabriela akemi Koga. os dois resolveram incrementar o álbum de fotos do futuro casamento com imagens na pista. sem deixar o lancer fora do enquadramento, luiz, devidamente trajado de terno e gravata, e Gabriela, de vestido longo, posaram para as fotos em meio ao ronco suave dos motores. “consegui juntar minhas duas grandes paixões: a Gabriela e o lancer”, afirmou luiz. o fun day é um dia no qual o velo città próxiMas etapas n 20 jun Goiânia (GO) n 25 jul Velo Città (SP) n 22 ago Interlagos (SP) n 03 out Tarumã (RS) n 14 nov Velo Città (SP) Datas e locais sujeitos a alteração
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Mit revista
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cadu rolim
fotos adriano carrapato
“É emocionante participar deste evento numa pista como o velo città. daqui para a frente não vou perder uma etapa.” hans sartori beran, estudante
“o carro respondeu muito bem na pista. Mas o mais legal foi compartilhar esse momento com meus amigos e minha namorada.” tiago rossetti, programador
do Fun day, podem participar o outlander, o asx e o lancer
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Mit revista
123
universo mitsubishi por juliana aMato
Motorsports
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A Nação 4x4 está de volta Campos do Jordão (SP) e Tiradentes (MG), no Sudeste, e Gravatá (PE), no Nordeste, abriram a temporada 2015 do Mitsubishi MotorSports
túnel de árvores nos arredores da histórica tiradentes
124
Mit revista
junho 2015
henriQue ribas
junho 2015
Mit revista
125
Motorsports sudeste
david santos jr.
universo mitsubishi
uma l200 triton rs vence as montanhas de campos do jordão
j
á fazia quatro meses que a
Wenceslau braz. sobrou adrenalina.
quem levou a melhor foi o casal luiz
nação 4x4 não se encontrava.
marcio roberto torres e carolina
renato lopes e debora carvalho, de
a última etapa do mitsubishi
merisse, proprietários de uma l200,
pouso alegre (mG), a bordo de uma
motorsports sudeste havia sido
participaram pela primeira vez.
l200 triton. “buscamos o rali para
no dia 15 de novembro, em ribeirão
“sempre quisemos participar do
fazer programas com nossos filhos
preto. após uma longa espera, lá
motorsports”, contou ele. marcio,
adolescentes. e quando entramos no
estavam os felizes clientes mitsubishi
10 anos, filho do casal, entrou na
carro esquecemos o papel de marido
prontos para a largada de mais uma
brincadeira para ajudar os pais e adorou
e mulher, viramos piloto e navegador”,
temporada do rali de regularidade.
a experiência.
contou debora. na categoria para os
dia 21 de março, campos do jordão (sp). frio sob medida. chuva mais sob medida ainda. tudo do jeito que estes pilotos e navegadores gostam. a prova exigiu habilidade dos competidores
na categoria Graduados, o primeiro
iniciantes, a turismo light, leandro
Enquanto a etapa de Campos o Jordão foi debaixo de uma garoa que deixou o piso como a Nação 4x4 gosta, em Tiradentes a prova foi em um dia de sol e vento fresco
para executar curvas com o piso liso, lugar foi para os irmãos alfredo e
de mendonça thurler e rodrigo vieira,
camilo turcatto, de são paulo (sp),
de rio das ostras (rj), venceram a
espirraram muita lama pela serra
a bordo de um pajero full. “voltamos
bordo de um pajero tr4. “foi uma
da mantiqueira. entre idas e vindas
agora a competir juntos e estamos
emoção enorme. vale muito a pena.
pela divisa entre são paulo e
felizes com o resultado”, disse o
Quando chegamos da trilha, senti que
minas Gerais, a planilha levou os
navegador. “viemos focados para
estávamos bem, mas não tínhamos
participantes pelas cidades são bento
competir. começar o ano assim
a noção de que daria para ganhar”,
do sapucaí, marmelópolis, delfim
aumenta a nossa confiança”, completou
comemorou o navegador, que pretende
moreira, brasópolis, piranguçu e
o piloto. na categoria turismo,
estar “em todas as etapas deste ano”.
além de driblar a neblina e a garoa. os mais de 250 carros inscritos
126
Mit revista
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Motorsports sudeste tom papp
universo mitsubishi
henriQue ribas
adriano carrapato
“Mesmo sem conhecer ninguém, fui muito ajudada durante o rali. você faz amigos, se diverte. esse é o espírito da nação 4x4.” any Karoline lemos, rio de janeiro (rj)
o pódio da categoria turismo light em campos do jordão e o sorriso no rosto dos competidores
tiradentes
jordão (sp). em tiradentes, mais expe-
a segunda etapa do ano do mitsu-
rientes, perderam-se pouco e estavam
bishi motorsports sudeste aconteceu
mais habituados à planilha. apesar da
nos arredores da cidade histórica de
diversão, não foi dessa vez que a turma
tiradentes (mG). de pajero dakar, josé
foi ao pódio. “mas valeu. Quem sabe
carlos coelho e alexandrina souza, de
na próxima?”, comentou regina. Quem
campinas (sp), casados há mais de
venceu na categoria turismo light foi o
30 anos, formavam uma das duplas. o
casal claudio rafael e any Karoline le-
engenheiro e a professora eram pura ani-
mos, do rio. “batalhamos. o espírito 4x4
mação na companhia do casal de amigos
é indescritível!”, disse any. na turismo,
Waldeques e regina. a planilha levou os
carlos bauer e alexandro silva, foram
competidores aos municípios de prados,
ao topo. “foi um trabalho em equipe”,
lagoa dourada e dores de campos. “na
contou bauer. na Graduados, a vitória
primeira etapa tivemos muitos desafios,
foi de bruno e victor eymael, com um
pois choveu. mas foi maravilhoso”, con-
pajero full. “foi nossa primeira vitória. tá
tou o piloto, sobre a prova de campos do
difícil acreditar”, contou bruno.
patrocinadores: petrobras, itaú, dalgas, W. truffi, transzero, pirelli, clarion, unirios, embracon, stp, tecfil, mapfre, pilkington, flamma, rede, sky, sideral e artfix.
128
Mit revista
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“além do prazer de acelerar, fazer parte de um rali de verdade e de estar entre amigos, você viaja, conhece cidades pelo brasil.” leandro thurler, rio das ostras (rj)
classiFicação caMpos do jordão n Graduados 1) alfredo turcatto/ camilo turcatto (são Paulo/sP) 2) josé marques junior/claudio roberto flores (Belo Horizonte/MG) 3) acyr hideki silva/ Gustavo schmidt (corupá/sc) 4) otavio enz marreco/allan enz (Apucarana/PR) 5) ernesto Kabashima/luiz durval brenelli paiva (são Paulo/sP) n turismo 1) luiz renato lopes/debora a. de carvalho (Pouso Alegre/ MG) 2) paula breves/vilma rafael (Rio de Janeiro/RJ) 3) carlos frederico bauer/ alexandro silva (são Bento do sul/sc) 4) valdir de lacerda/elisa borges lacerda (Pouso Alegre/MG) 5) paulo rochadel lima/ daniel cavalcanti lima (Brasília/DF) n turismo light 1) leandro thurler/rodrigo j. vieira (Rio das Ostras/RJ) 2) claudio lemos/ any Karoline lemos (Rio de Janeiro/ RJ) 3) ricardo sant’ana/samila colla (são Paulo/sP) 4) fernando cesar louro/ victor Gomes barcellos (são Paulo/sP) 5) reginaldo rocha junio /evaldo alves (são Paulo/sP) classiFicação tiradentes n Graduados 1) bruno eymael/victor eymael (santana de Parnaíba/sP) 2) otavio enz marreco/allan enz (Apucarana/PR) 3) daniel Krabbe/marcello ladeira (Jacareí/ sP) 4) josé marques junior/claudio roberto flores (Belo Horizonte/MG) 5) luciano Wanzuit/renan pamplona medeiros (Gaspar/ sc) n turismo 1) carlos frederico bauer/ alexandro silva (são Bento do sul/sc) 2) eduardo Kruger/fabiane Kruger (Jaraguá do sul/sc) 3) paulo rochadel lima/daniel cavalcanti lima (Brasília/DF) 4) paula breves/vilma rafael (Rio de Janeiro/RJ) 5) celio mauro fonseca/matheus ribeiro fonseca (Pouso Alegre/MG) n turismo light 1) claudio rafael/any Karoline lopes (Rio de Janeiro/RJ) 2) Guilherme sodre / Gustavo Gasparian (são Paulo/sP) 3) leonardo menarim/adriana micheli (castro/PR) 4) reginaldo rocha junior/evaldo alves (são Paulo/sP) 5) leandro thurler/rodrigo vieira (Rio das Ostras/RJ) próxiMas etapas sudeste n 20 jun Goiânia (Go) n 04 jul curitiba (pr) n 08 ago penedo (rj) n 22 ago vitória (es) n 07 nov joinville (sc) n 28 nov ribeirão preto (sp)
Motorsports nordeste
fotos ricardo leiZer
universo mitsubishi
terra e cactos no caminho até o pódio de Gravatá (pe)
“v
ai-te embora! vai-te
cumaru... depois de cruzar a linha
embora!” com o
de chegada, a dupla estava feliz com
inconfundível sotaque
o desempenho e, principalmente,
pernambucano,
com a diversão. “É um fim de semana
eduardo callou dava o impulso para
diferente. a gente se esquece de tudo. e
ricardo dos santos acelerar a l200
curte a adrenalina”, diz ricardo.
triton pelas serras dos arredores de
a ponte que apareceu onde não tinha
Gravatá. a cidade, a 84 quilômetros
que aparecer fez um estrago no desem-
do recife, recebeu a etapa de abertura
penho dos amigos. não que eles tenham
do mitsubishi motorsports nordeste.
ido mal: ficaram em 34º lugar entre os
eduardo é mineiro de uberaba. foi lá pra
86 carros da categoria turismo light.
cima estudar medicina, conheceu a irmã
“mais da metade dos pontos perdemos
de ricardo, casou-se e mudou-se para
naqueles quatro minutos”, lamentou
barbalha. apesar de ser estreante no
eduardo. a vitória na categoria ficou com
papel de navegador, eduardo parece à
ronaldo e denise nogueira, de fortaleza
vontade com a planilha. na primeira hora
(ce). casados há 35 anos, eles garan-
de prova, nenhum vacilo, nenhum erro.
tem que o motorsports é um excelente
bastou, no entanto, receber um
hobby de casal. “estamos com os filhos
elogio do cunhado para aparecer uma
criados. o rali acaba sendo um objetivo
ponte de madeira que não tinha que
comum, que une o casal”, diz ronaldo.
aparecer. meia-volta. era preciso buscar alguma referência que os fizesse voltar
130
na categoria turismo, melhor para os também cearenses fernando siqueira e
à prova. um mata-burro, um cacto,
fabio saboia, de fortaleza. na Gradua-
uma casa, um rio, uma ponte, uma torre
dos, a vitória ficou com fernando Gomes
eólica... foram quatro minutos de atraso.
e amarino duarte, outra dupla de forta-
era preciso ultrapassar os carros que os
leza. “não me venha falar em favoritismo.
haviam deixado para trás. e tome poeira.
tem muita poeira até o fim do campeo-
e tome emoção. “vai-te embora, vai-te
nato”, alertou fernando. a próxima aven-
embora!” ricardo e eduardo mandaram
tura da nação 4x4 no nordeste acontece
bem. conseguiram minimizar o erro.
no dia 12 de setembro, em joão pessoa
passaram por chã Grande, bezerros,
(pb). vai encarar ou vai-te embora?
Mit revista
junho 2015
“É um fim de semana diferente. você tem a chance de colocar seu carro na trilha em um evento superorganizado.” eduardo callou, Barbalha (PE)
classiFicação GravatÁ n Graduados 1) fernando Gomes/amarino duarte (Fortaleza/cE) 2) fernando oliveira/ jean paul bernhardt (Teresina/PI) 3) paulo roberto Goes/jhonatan ardigo (Joinville/ sc) 4) fabio carvalho / claudio flores (Belo Horizonte/MG) 5) paulo coelho/ cristovam coelho neto (Fortaleza/cE) n turismo 1) fernando siqueira/fabio saboia (Fortaleza/cE) 2) pedro barbosa/sirio silva (Fortaleza/cE) 3) romulo cavalcanti junior/humberto Waldy neto (Fortaleza/ cE) 4) marcio botelho/leandro belizario (Fortaleza/cE) 5) thiago soares ferreira/ emerson toshio arakaki (Fortaleza/cE) n turismo light 1) ronaldo nogueira/denise nogueira (Fortaleza/cE) 2) eduardo lopes / erico sousa (Fortaleza/cE) 3) victor de lima saraiva/joão paulo rodrigues (Recife/PE) 4) thiago barreto de souza/rodrigo barreto da cunha (Olinda/PE) 5) alberto borba/ricardo maciel de Gouveia (Recife/PE) próxiMas etapas nordeste n 12 set joão pessoa (pb) n 26 set natal (rn) n 24 out fortaleza (ce)
patrocinadores: petrobras, itaú, dalgas, W. truffi, transzero, pirelli, clarion, unirios, embracon, stp, tecfil, mapfre, pilkington, flamma, rede, sky, sideral e artfix.
Compa bilidade: Mul mĂdia ASX
Compa bilidade: Mul mĂdia ASX, TR4, L200, Pajero Dakar, Lancer e Pajero Full
uso
universo mitsubishi
tom papp
por henrique skujis
132
Mit revista
junho 2015
outdoor
mitsubishi outdoor
@mitoutdoor
www.mitsubishioutdoor.com.br
A aventura recomeçou Com bike, trekking, canyoning e muita lama, Campos do Jordão (SP) abriu a temporada
Travessia de rio em busca de mais um carimbo
junho 2015
Mit revista
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UnIvERSO MITSUBIShI
outdoor
TOM PAPP
No caminho, um túnel por onde passava uma hoje extinta linha de trem
U
ma trilha por uma extinta
da Mantiqueira, ziguezagueando entre
couberam as tarefas mais “adrenadas”,
linha de trem que escoava a
os estados de São Paulo e Minas Gerais
como as duas pedaladas da planilha.
produção de marmelo. Um
e avistando os rios Sapucaí e Santo
“O pior é que eu não sei o que é lama
canyoning bem molhado
Antônio. Entre as cidades do caminho,
e o que é estrume de vaca”, brincou
na cachoeira de São Sebastião. Um
Delfim Moreira e Marmelópolis, que
Paulo, depois de vencer a pirambeira
pequeno trekking por um pedaço
já foram as maiores produtoras de
sobre duas rodas. João Felipe é 4x4 das
do Caminho da Fé. Dois trechos 4x4
marmelo do Brasil – a fábrica da Cica
antigas. Daqueles que desde moleque
para Mitsubishi nenhum botar defeito.
virou centro cultural. “Essa mistura
abrem o sorriso ao encontrar uma trilha
Uma pedalada de seis quilômetros
de adrenalina com tarefas culturais
enlameada. Quando ficou sabendo
montanha enlameada abaixo. A busca de um ponto no mapa apenas com o uso de coordenadas geográficas. A manufatura de uma bússola utilizando
Os competidores aceleraram por pedaços menos conhecidos da serra da Mantiqueira, ziguezagueando entre os estados de São Paulo e Minas Gerais
agulha e rolha. Tudo isso debaixo
134
de uma chuvinha fina que deixou as
é fantástica”, diz João Felipe Pestana,
da existência do rali de estratégia da
estradas de terra molhadas o suficiente
piloto da equipe Isso Paulista. “A gente
Mitsubishi, comprou o Pajero TR4 para
para aumentar a emoção na pilotagem.
vem pra subir no pódio, mas o que mais
poder participar.
Esse foi um pouco do cardápio
nos atrai para o Mitsubishi Outdoor é a
Quem também apareceu de carro
servido durante a etapa de abertura
oportunidade de viajar e se divertir em
novo foi André Xavier, estrategista da
da 12ª temporada do Mitsubishi
família.”
Crazy Birds, uma das principais equipes do Mitsubishi Outdoor. O carro, no
Outdoor, em Campos de Jordão.
A bordo de um Pajero TR4, ele veio
Os competidores aceleraram por
com a mulher, o filho, a nora e um casal
caso, era o Mitsubishi ASX 4x4 do pai.
pedaços menos conhecidos da serra
de amigos. A Paulo, filho de João Felipe,
“Comprei pra usar na cidade, mas o
Mit revista
junho 2015
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outdoor TOM PAPP
UNiVERSO MiTSUBiShi
André é apaixonado por isso aqui e me convenceu a vir com ele”, disse Eduardo Lucas Xavier, 67 anos, feliz da vida ao ver seu novo carro pintado de lama. “Fiquei impressionado que o mesmo ASX que eu uso no dia a dia é capaz de enfrentar
trekking, canyoning e pilotagem no caminho até o pódio
trilhas de terra com tanto desempenho mesmo debaixo de chuva.” E por pouco os “pássaros loucos” não voaram até CAdU ROLiM
o topo do pódio. Quase. Ficaram na segunda colocação da categoria Fun. A vitória ficou com a equipe Coragem, que entre os seus dez integrantes tem seis mulheres e duas crianças, de 9 e 12 anos. Na categoria Extreme, os melhores da etapa foram os Omelletes Sem Noção. “Somos uma equipe de amigos”, diz Mauricio Marengoni. “Não somos atletas. A gente vem pela alegria. Nos divertimos na sexta, no sábado e no domingo”, completa Ricardo Perazatta. O próximo fim de semana de festa e aventura é no dia 4 de julho, em Curitiba.
WiLLiAM COSTA
“nossa equipe é de amigos, não de atletas. nos divertimos na sexta, no sábado, no domingo.” Ricardo Perazatta, equipe Omelletes Sem Noção
“no mitsubishi outdoor, você faz amizades e conhece novos lugares. tudo com muito espírito de aventura.” Eduardo Lopes, equipe Promed
classificação campos do jordão n fun 1) Coragem 2) Crazy Birds 3) Mittrail n Extreme 1) Omelletes Sem Noção 2) Futura Tintas 3) Flexsoft próximas Etapas n 04 jul Curitiba (PR) n 08 ago Penedo (RJ) n 22 ago Vitória (ES) n 07 nov Joinville (SC) n 28 nov Ribeirão Preto (SP)
patrocinadorEs: Petrobras, Mapfre, Transzero, Atlântica, Midori, Pirelli, Clarion, Unirios, Pronutri, Brascabos, Cisa Trading, W. Truffi, Pilkington e Artfix.
136
Mit revista
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universo mitsubishi por juliana aMato e renato Góes
cup @nacaomitsubishi
@mundomit
www.mitsubishimotors.com.br
Terra à vista! A nova categoria ASX R foi o destaque das duas primeiras etapas da Mitsubishi Cup 2015
o Mitsubishi asx r acelera nas trilhas de ribeirão preto (sp)
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Mit revista
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cadu rolim junho 2015
Mit revista
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cup cadu rolim
universo mitsubishi
com a colheita feita, a visibilidade aumentou nas trilhas de Mafra (sc)
e
m sua 16ª temporada,
com cascalho. “foi um circuito novo
castro se sagraram campeões sem ter
a mitsubishi cup, o mais dis-
e desafiador”, contou o piloto marcos
vencido nenhuma das três provas. “foi
putado rali cross-country de
ermírio de moraes.
uma prova muito técnica e o nosso entrosamento foi perfeito”, afirmou o pi-
velocidade do país, ganhou
uma nova categoria. a novidade atende
seGunda etapa
loto. na pajero tr4 er master, a dupla
pelo nome de asX r e tem como prota-
pela quarta vez a cidade de Mafra
andré miranda/allison pedroso havia
gonista o a asX racing, carro desen-
(sc) sediou uma etapa da mitsubishi
vencido as duas primeiras provas. na
volvido pela ralliart.
cup. o palco novamente foi a fazenda
terceira prova, ficaram em quarto lugar,
na primeira etapa do ano, em ribei-
campo novo. com a colheita de soja
a um décimo da terceira colocação.
rão preto (sp), 56 carros aguardavam
e milho já realizada, a visibilidade era
com isso, os fred e nickolas macedo,
a contagem regressiva para percorrer o circuito criado na fazenda francesca. o dia começou lamacento e escorregadio. na segunda prova do dia, com
Ribeirão Preto (SP) e Mafra (SC), duas das mais tradicionais etapas da história da Mitsubishi Cup, abriram a temporada 2015
o terreno mais seco, as ondulações no
140
solo aumentaram. a piloto sandra dias
total, mas as beiradas da pista estavam
que venceram a terceira prova, ficaram
se surpreendeu com as curvas cegas,
traiçoeiras por causa da palha que
com o título. na asX r, peterson oli-
escondidas pela cana alta. “essa foi a
forrava o chão. bastava sair um pouco
veira e Gilson rocha venceram duas de
minha primeira experiência, é muita
do trilho para que segundos preciosos
três provas. na l200 triton er, quem
adrenalina, é maravilhoso”, disse ela,
fossem perdidos. dirigir muito rápido
não deu mole para a concorrência foi a
que, ao lado de minae miyauti, faz
se mostrou uma tática menos eficaz
dupla albano dos santos e joão Gilber-
parte da única dupla 100% feminina
do que se manter na pista andando
to ferreira, que faturou as três etapas
da mitsubishi cup. mais tarde, com o
com mais prudência. um bom exemplo
do dia. Quem seguiu a mesma linha foi
sol a pino, a terceira prova fez parti-
ocorreu na categoria pajero tr4 er, em
o piloto fernando ewerton na triton rs,
cipantes enfrentarem um solo seco e
que luiz carlos parente e Glauco alen-
que fez a trinca em mafra.
Mit revista
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tom papp
cup cadu rolim
universo mitsubishi
lama em Mafra. concentração e champanhe em ribeirão
“o asx r tem potência, estabilidade e ainda é o carro mais bonito da Mitsubishi cup.” fabrício bianchini, categoria AsX R
tom papp
cadu rolim
“a Mitsubishi cup é a grande escola para surgirem novos pilotos e fazer crescer o esporte no brasil.” marcos moares, categoria AsX R “o sistema sit&drive facilita muito a vida de quem corre. basta chegar e acelerar, sem preocupação com as partes logística e mecânica.” Glauber fontoura, categoria Triton Rs
classiFicação ribeirão preto (sp) n l200 triton rs 1) marcelo emerichk mendes/breno de almeida resende 2) ricardo feltre/andré lucas munhoz 3) fernando ewerton/alberto andreotti n l200 triton er 1) renato Kahn/Gizle araújo 2) ivan machado terni/eduardo pereira e. costa 3) pietro branchina/henry Kirst n asx r 1) marcelo tomasoni/luis felipe eckel 2) marcelo fiuza/ dalmo bergantin 3) peterson oliveira/Gilson rocha n pajero tr4er Master 1) rodrigo meinberg/joão luis stal 2) eder benito/ fernando abe 3) fabrício Zanella/elaine ribeiro machado n pajero tr4 er 1) vitor josé muench/jorge adriano peters 2) paulo cesar Gondim/antonio chagas júnior 3) luiz claudio parente/Glauco alencastro classiFicação MaFra (sc) n l200 triton rs 1) fernando ewerton/ alberto andreotti 2) juliano jorge vieira diener/luiz afonso poli 3) marcelo emerichk mendes/breno de almeida resende n l200 triton er 1) albano dos santos parente jr/ joão Gilberto ferreira 2) ivan machado terni/ eduardo pereira e costa 3) renato Kahn/ Gizle araújo n asx r 1) peterson oliveira/ Gilson rocha 2) Wagner roncon/joselito vieira júnior 3) fabio ruediger/eduardo bampi n pajero tr4 er Master 1) fred macedo/ nick macedo 2) andré miranda/alison pedroso 3) fabrício Zanella/elaine ribeiro machado n pajero tr4 er 1) luiz claudio parente/Glauco alencastro 2) carlos alberto Girolla/Gilberto cecilio junior 3) alessandro césar tozoni/fabio peralli próxiMas etapas n 27 jun jaguariúna (sp) n 29 ago a definir n 19 set indaiatuba (sp) n 17 out a definir n 14 nov mogi Guaçu (sp)
patrocinadores: axalta, itaú, transzero, petrobras, pirelli, magneti marelli, unirios, clarion, sky, italspeed, stp e artfix.
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Mit revista
junho 2015
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mit parceria
pirelli
pOr marco moretti*
tOm papp
mitsubishi lancer cup: pneus pirelli desenvolvidos para a categoria
cada Lancer evo com seu pneu Os pneus de rua e de pista têm o mesmo nome e medidas semelhantes, mas são diferentes
“a
comportar e o tanto de desenvolvimento
como um laboratório
que seria necessário para se chegar ao
a céu aberto.” a frase é
calçado ideal para essa competição.
laboratório a céu aberto, sim, pois alguns
facilmente ouvida em
Vários protótipos foram desenhados e
dos componentes utilizados em pista
entrevistas com a participação da pirelli
testados para se chegar, enfim, ao pneu
podem, no futuro, ir para a rua. isso não
e nos corredores da fabricante. com vo-
mais adequado. a pirelli, inclusive, desen-
será necessariamente perceptível aos
cação secular para os esportes a motor
volveu um novo composto, que, naquele
olhos do usuário. porém, quando um dos
e apreço italiano pelo design, a empresa
momento, tornou-se exclusivo para essa
pesquisadores da pirelli está estudando
desenha pneus exclusivos tanto para os
categoria de turismo.
um composto ou uma estrutura diferente
mais prestigiados veículos como para
apesar de os pneus do Lancer evo de
por outro lado, a competição serve de
para alguma competição, pode também
competições monomarcas. competições
passeio e de corrida possuírem medidas
encontrar uma solução que se encaixe
de rua, ralis e pistas de circuito fechado
semelhantes e o mesmo nome, eles não
perfeitamente em algum pneu de passeio
recebem essa atenção, visto que a his-
são iguais. Os compostos de rodagem
que esteja igualmente em desenvolvimen-
tória da pirelli se mistura à trajetória do
para competição e algumas estruturas
to. em laboratório a céu aberto ou dentro
automobilismo mundial.
são exclusivos para esse tipo de utilização.
do centro de pesquisa e Desenvolvimento
trata-se de compostos de altíssima per-
da pirelli, acontece a mesma coisa: a fabri-
o projeto do Lancer evo r, chamou a
formance. Os pneus de rua e o de compe-
cante de pneus trabalha para desenvolver
pirelli para conversar a respeito do pneu
tição atendem a diferentes requisitos. Se
e melhorar os pneus que estão tanto no
que deveria ser utilizado na categoria.
o modelo de competição fosse para a rua,
seu veículo como no monoposto ou bólido
passada essa fase, as duas empresas cal-
o rendimento quilométrico seria baixo.
da competição de que você mais gosta.
çaram o veículo com um dos modelos de
tendo isso em vista, o trabalho da pirelli
linha para ter ideia de como o pneu iria se
é balancear essa utilização de modo que
em 2011, quando a mitsubishi iniciou
144
cada produto tenha o seu uso específico.
s pistas funcionam
Mit revista
junho 2015
(*): gerente de produto Car e Motorsport da Pirelli para a América do Sul.
mit parceria
transzero
diVulGaçãO
Matriz da empresa é em são Bernardo do Campo (sP)
compromisso com a qualidade transzero atua há mais de 50 anos no setor de transporte de veículos
“a
qualidade não é
da empresa, que atua há mais de 50
Bernardo do campo (Sp). Onze filiais
alcançada e sim
anos no setor de transporte de veículos
dão apoio administrativo e operacional,
desenvolvida por
e é a transportadora mitsubishi para
cobrindo os principais polos de
todos diariamente.” a
todo o país, realizando operações ágeis,
fabricação e distribuição de veículos
frase, que é parte do Sistema de Gestão
precisas, eficientes e sustentáveis.
novos. além de montadoras, a transzero
da transzero, sintetiza com precisão
O objetivo estratégico da transzero é
atende as principais concessionárias,
o compromisso da empresa com a
a busca contínua pela satisfação dos
locadoras de veículos, frotistas e pessoas
satisfação dos clientes a cada entrega
clientes com serviços prestados por
físicas. cem por cento rastreada por
de veículo. como resultado do foco no
pessoal qualificado e melhoria constante
satélite e apoiada por computadores
aprimoramento dos processos internos,
dos nossos processos.
a transzero conquistou há 17 anos a
146
a empresa mantém uma moderna
de bordo, a frota transzero permite o gerenciamento de informações
certificação iSO NBr iSO 9001:2008
e eficiente estrutura logística de
integradas e a identificação da posição
pela Fundação carlos alberto Vanzolini.
transporte, que cobre todo o território
dos veículos e equipamentos em todas as
a certificação impulsiona as atividades
nacional. a matriz está situada em São
etapas do transporte.
Mit revista
junho 2015
r e v i s ta
re v is ta
luis felipe tavares
4 É MITSUBISHI
Edição 19 Dez/jan/fev/2015
4
Edição 19 • dEzEmbro 2014 • Delfim netto
THEPrEsidEnT
p a u l i s t a edição 142 abril 2015
luis felipe tavares
Trancoso A magia, o charme e o sabor do lugar mais disputado da Bahia
revista tênis paulista
2015
M a r ç o
edição 142
M I T R E V I S T A
thepresident
entrevistamos o tenista que traz os maiores eventos do esporte para o brasil
2 0 1 5
2014
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DivULGaçãO
Por estradas e rios, a empresa é garantia de entrega segura
Líder no transporte rodofluvial Unirios é parceira da mitsubishi no abastecimento de peças na fábrica de catalão
i
nterligar a região Norte ao Sul do
cegonhas, extensivas, rebaixadas,
a mitsubishi motors do Brasil, com
Brasil em lugares de difícil acesso
frigoríficas, linhas de eixo e transporte
origem em São paulo, para transportar
é o objetivo do grupo UNiriOS
de contêineres e big bags. Sobre as
peças importadas e nacionais para
desde 1993. Desenvolvendo
águas, a empresa conta com grandes
abastecer a fábrica de catalão, no
projetos logísticos como distribuição de
balsas e empurradores, capazes de
interior de Goiás, inclusive com entrega
cargas em geral e operações especiais
transportar até 5 mil toneladas.
de embalagens aos fornecedores. Dentre
de transbordo de navios, a UNiriOS
os serviços prestados está o transporte
iSO 9001:2008, o que transmite ainda
de peças por meio de equipamentos
internacional como operador portuário
mais credibilidade e confiança aos
com cavalos mecânicos, carretas-baús,
e pela excelência no cumprimento
clientes. a empresa possui um moderno
siders e double decks com sistema
dos prazos, segurança e investimento
sistema de comunicação via satélite
de rastreamento via satélite. com
contínuo em capacitação para os
e monitoramento de todas as cargas
esses e todos os outros trabalhos,
colaboradores.
24 horas por dia, aliando agilidade e
sempre cumprindo o que é firmado na
competência à garantia de integridade
negociação, a UNiriOS se consolida,
dos produtos transportados.
cada dia mais, como a melhor empresa
com frota de transporte moderna, o grupo UNiriOS trabalha nas rodovias com cavalos mecânicos, basculantes e carretas baú, pranchas, siders, 148
O grupo UNiriOS tem certificação
destaca-se no mercado nacional e
Mit revista
junho 2015
a UNiriOS mantém contrato de parceria na modalidade milk run com
de transporte rodofluvial do Brasil. www.grupounirios.com.br
retrovisor
um olhar para o passado
Creative Commons
por rodrigo ribeiro
mitsubishi lanCer 1600 Gsr
1975
a trajetória de sucesso do mitsubishi lancer nos ralis se mistura com a própria história do modelo. lançado em 1973, o carro era oferecido em várias versões. a mais rápida delas era batizada de Gsr. seu motor 1.6 de 110 cv era capaz de levar seus 825 kg a 185 km/h. essa variante esportiva foi feita de olho nas competições off-road, nas quais sua potência subia para 171 cv. o resultado nas pistas chegou rápido: o lancer Gsr estreou com vitória no rali australiano southern Cross em 1973. a consagração veio no ano seguinte, no safari rally, competição africana com mais de 5 mil quilômetros de extensão e comparável com o mítico dakar. este carro da foto venceu a prova por quatro anos seguidos, de 1974 a 1977. uma das raras unidades ainda em ação do lancer Gsr, um modelo verde, ano 1975, está exposta no autódromo velo Città, em mogi Guaçu (sp).
150
Mit revista
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DM9
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