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D R I V E Y O U R W O R L D

LEIA TAMBร M A MIT NO TABLET

BRUCE CHATWIN O viajante incansรกvel


BTG Pactual: eleito o melhor gestor de Renda Fixa e Renda Variável do Brasil. Standard & Poor’s e Valor Econômico - 2015

Fundos 5 Estrelas • BTG Pactual Crédito Corporativo I FIQ de FI Multimercado CP • BTG Pactual Absoluto FIQ de FI Ações • BTG Pactual Absoluto Institucional FIQ de FI Ações • BTG Pactual Dividendos FIQ de FI Ações • BTG Pactual Global FIQ de FI Multimercado CP IE • BTG Pactual Yield DI FI Referenciado CP

Fundos de Investimento: fundos de investimento não contam com garantia do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do fundo garantidor de créditos - FGC. A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura. É recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e regulamento do fundo de investimento pelo investidor ao aplicar seus recursos. Os investidores devem estar preparados para aceitar os riscos inerentes aos diversos mercados em que os fundos atuam e, consequentemente, possíveis variações no patrimônio investido. BTG Pactual Absoluto FIQ de FIA: em consonância com o disposto na Instrução 465/08 emitida pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a avaliação dos ativos de renda variável passou a ser feita utilizando-se a última cotação diária de fechamento do mercado em que o ativo apresentou maior liquidez, desde que tenha sido negociado pelo menos uma vez nos últimos 90 (noventa) dias. Este Fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus quotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado, implicando na ocorrência de patrimônio líquido do Fundo e a consequente obrigação do quotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do Fundo. Este Fundo está autorizado a realizar aplicações em ativos financeiros no exterior. Este Fundo pode estar exposto a significativa concentração em ativos de poucos emissores, com os riscos daí decorrentes. Absoluto Institucional FIQ FIA: no fechamento 30/01/2013 a denominação do fundo mudou de BTG Pactual Absoluto Institucional Fundo de Investimento de Ações para BTG Pactual Absoluto Institucional Fundo de Investimento em Quotas de Fundos de Investimento de Ações. Este Fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus quotistas. Este Fundo pode estar exposto à significativa concentração em ativos de poucos emissores, com os riscos daí decorrentes. Dividendos FIQ FIA: em consonância com o disposto na Instrução 465/08 emitida pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a avaliação dos ativos de renda variável passou a ser feita utilizando-se a última cotação diária de fechamento do mercado em que o ativo apresentou maior liquidez, desde que tenha sido negociado pelo menos uma vez nos últimos 90 (noventa) dias. Este Fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus quotistas. A Taxa de Administração foi alterada de 1,5% para 2,5% no fechamento de 22/agosto/2011. No fechamento 11/12/2013 a denominação do fundo mudou de BTG Pactual Dividendos Fundo de Investimento em Ações para BTG Pactual Dividendos Fundo de Investimento em Quotas de Fundos de Investimento


btgpactual.com de Ações. Créd Crop FIQ FIM: este fundo está sujeito a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido em caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ativos integrantes de sua carteira, inclusive por força de intervenção, líquidação, regime de administração temporária, falência, recuperação judicial ou extrajudicial dos emissores responsáveis pelos ativos do fundo. Este Fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus quotistas. Global FIQ FIM: no fechamento 29/11/2012 a denominação do fundo mudou de BTG Pactual Global FI Multimercado Crédito Privado – Investimento no Exterior para BTG Pactual Global FIQ de FI Multimercado Crédito Privado – Investimento no Exterior. Este Fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus quotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado, implicando na ocorrência de patrimônio líquido do Fundo e a consequente obrigação do quotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do Fundo. Este Fundo está autorizado a realizar aplicações em ativos financeiros no exterior. Este fundo poderá adquirir títulos de responsabilidade de emissores privados, em montante superior a 50% (cinquenta por cento) de seu patrimônio líquido e, portanto, está sujeito a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido em caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ativos integrantes de sua carteira, inclusive por força de intervenção, liquidação, regime de administração temporária, falência, recuperação judicial ou extrajudicial dos emissores responsáveis pelos ativos do fundo.Yield DI: este fundo incorporou o BTG Pactual Crédito Privado FI Referenciado DI no fechamento de 20/04/2012. Este Fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus quotistas. Este Fundo está autorizado a realizar aplicações em ativos financeiros no exterior. Este Fundo poderá adquirir títulos de responsabilidade de emissores privados, em montante superior a 50% (cinquenta por cento) de seu patrimônio líquido e, portanto, está sujeito a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido em caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ativos integrantes de sua carteira, inclusive por força de intervenção, liquidação, regime de administração temporária, falência, recuperação judicial ou extrajudicial dos emissores responsáveis pelos ativos do fundo.


Editorial Por feRnando paiva, diretor editorial

três vezes l200 triton

C

erca de 1.370 quilômetros de asfalto separam Goiânia (Go) de Foz do iguaçu (Pr). Uma viagem feita normalmente em 16 horas, a uma média de 85 quilômetros por hora. a coisa muda de figura

quando se fala de rali. Principalmente do rally dos Sertões, a competição off-road mais difícil e exigente do Brasil, célebre por triturar veículos e competidores. Em sua versão 2015, o rally dos Sertões largou da capital goiana para a terra das cataratas. durante sete extenuantes dias, uma caravana de veículos 4x4 enfrentou 3 mil quilômetros de caminhos precários – atravessou rios, venceu o pó das estradas de terra e deixou para trás barro, pedras e areiões. ao fim dessa jornada épica, disputada por marcas como land rover, toyota, Ford, Volkswagen, Chevrolet e troller, a Mitsubishi l200 triton foi a grande campeã em três L200 Triton SR

categorias: Protótipos t1, Pró Brasil e Super Production. Essas três vitórias só vieram a comprovar a resistência e a confiabilidade do carro diante de condições tão adversas. além da reportagem completa sobre a tríplice vitória da Mitsubishi, você encontra nesta edição tudo sobre o novo Mitsubishi lancer HlE, um senhor sedã. E mais: todos os eventos planejados com exclusividade para os clientes da marca dos três diamantes, como lancer Cup, Evo day e Fun day, além dos ralis Mitsubishi MotorSports, Mitsubishi outdoor e Mitsubishi Cup. Vale a pena ler. Não deixe de conferir também a vida aventureira do escritor Bruce Chatwin, nossa capa; uma viagem a Botsuana, paraíso da vida selvagem na África; a glamourosa história da casa leiloeira londrina Sotheby’s; a Belo Horizonte do escritor Humberto Werneck; e os drinques imortalizados por Hollywood. Boa leitura e até dezembro.

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Mit revista

seteMbro 2015


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sumário n setembro/outubro/novembro 2015 n edição 59

82

38 O viajante incansável

56 Mundo animal

Especialista em objetos de arte, Bruce

Há um lugar na áfrica que concentra uma Com nova suspensão e isolamento

Chatwin botou o pé na estrada

vida selvagem inimaginável. Bem-vindo

acústico aprimorado, o Lancer 2016

e reinventou a narrativa de viagens

ao delta do rio okavango, em Botsuana

está ainda mais confortável e silencioso

46 Barra de Camaratuba

66 Tríplice coroa

78 Artesã por natureza

isolado e desconhecido, o pequeno

mitsubishi L200 Triton faz bonito

Como a paulistana Camila Klein

vilarejo no litoral da Paraíba respira

novamente – e é a grande vencedora de tornou-se uma das mais respeitadas

a nova brisa do turismo ambiental

três categorias do rally dos sertões

designers de joias do Brasil

50 Drinque com roteiro

72 Expedições Mitsubishi

82 Dou-lhe uma...

um coquetel só ganha de fato destaque

Com saídas mensais, elas levam o

Bem-vindo à sotheby’s, a casa de leilões

se aparecer nas telas do cinema.

viajante para os Andes e para dois

que vendeu um Van Gogh por us$ 59

E nas mãos de uma estrela

parques nacionais argentinos

milhões e fatura us$ 5,2 bilhões/ano

Toque nos números para ler as matérias

8

56

Mundo uRBAno

diVuLGAção/soTHEBy’s

50

Mundo 4x4

mArCio sCAVonE

AGB PHoTos

Mundo seM fRonteiRAs

Mit revista

seteMbro 2015

74 Lancer HLE





D R I v E

y o u R

w o R l D

Publicação trimestral da Custom Editora Ltda. Sob licença da MMC Automotores do Brasil S.A. CONSELHO EDITORIAL André Cheron, Carolina Barretto, Fernando Julianelli, Fernando Paiva, Humberto Fernandez e Patrícia de Azevedo Poli REDAÇÃO Diretor Editorial Fernando Paiva fernandopaiva@customeditora.com.br Diretor Editorial Adjunto Mario Ciccone mario@customeditora.com.br Redator-chefe Henrique Skujis henriqueskujis@customeditora.com.br Repórter Juliana Amato julianaamato@customeditora.com.br ARTE Diretor Ken Tanaka kentanaka@customeditora.com.br Editor Guilherme Freitas guilhermefreitas@customeditora.com.br Assistente Raphael Alves raphaelalves@customeditora.com.br Prepress Daniel Vasques danielvasques@customeditora.com.br Projeto Gráfico Ken Tanaka PRODUÇÃO EXECUTIVA E PESQUISA DE IMAGENS Rita Selke ritaselke@customeditora.com.br COLABORARAM NESTE NÚMERO Texto Alessandra Lariu, Carol Sganzerla, Eva Joory, Humberto Werneck, Junior Bellé, Luis Patriani, Marcello Borges, Marion Frank, Paulo Mancha D’Amaro, Renato Góes, Thiago Padovanni, Walterson Sardenberg So, Xavier Bartaburu Fotografia Adriano Carrapato, AGB Photos, AP Images, Cadu Rolim, Corbis, David Santos Jr., Donizetti Castilho, Getty Images, Glow Images, Gustavo Epifanio, Fernando Paiva, Latinstock, Marcelo Machado, Marcelo Maragni, Marcio Machado, Marcio Scavone, Nelson Mello, Other Images, Paulo Leite, Ricardo Leizer, Sanderson Pereira, Sipa Press/ Keystone, Sotheby’s Brasil, Tom Papp, Victor Eleuterio, Vinicius Branca, Wilderness Safari Ilustração Ken Tanaka e Pedro Hamdan Tratamento de imagens Felipe Batistela Revisão Goretti Tenorio

PUBLICIDADE E COMERCIAL Diretor Executivo André Cheron andrecheron@customeditora.com.br Diretor Comercial Oswaldo Otero Lara Filho (Buga) oswaldolara@customeditora.com.br Gerente de Publicidade e Novos Negócios Marco Taconi marcotaconi@customeditora.com.br Gerente de Negócios Fernando Bonfá fernandobonfa@customeditora.com.br REPRESENTANTES BBI Publicidade Interior de São Paulo Tel. (11) 95302-5833 Tel. (16) 98110-1320 / (16) 3329-9474 comercial@bbipublicidade.com.br GRP - Grupo de Representação Publicitária PR – Tel. (41) 3023-8238 SC/RS – Tel. (41) 3026-7451 adalberto@grpmidia.com.br CIN - Centro de Ideias e Negócios DF/RJ – Tel. (61) 3034-3704 / (61) 3034-3038 paulo.cin@centrodeideiasenegocios.com.br DEPARTAMENTO FINANCEIRO-ADMINISTRATIVO Analista Financeira Carina Rodarte carina@customeditora.com.br Assistente Alessandro Ceron alessandroceron@customeditora.com.br Impressão e acabamento Log&Print Gráfica e Logística S.A. Tiragem 80 000 exemplares Auditado por

Custom Editora Ltda. Av. Nove de Julho, 5.593 - 90 andar - Jd. Paulista São Paulo (SP) - CEP 01407-200 Tel. (11) 3708-9702 E-mail: mit.revista@customeditora.com.br ATENDIMENTO AO LEITOR atendimentoaoleitor@customeditora.com.br ou tel. (11) 3708-9702 MUDANÇA DE ENDEREÇO DO LEITOR Em caso de mudança de endereço, para receber sua MIT Revista regularmente, mande um e-mail com nome, novo endereço, CPF e número do chassi do veículo

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Mit revista

seteMbro 2015


Toque nas fotos para ler as matérias

PaUlo lEITE

ColaBoradorEs

Na certidão de nascimento está lá:

Jornalista, escritor e cronista dos

Pelé, Gisele, Caetano, oscar Niemeyer,

Walterson Sardenberg Sobrinho.

bons, Humberto Werneck escreve

Fernanda Montenegro, João Ubaldo

Entre os colegas, porém, ele é o Berg,

todas as terças-feiras no Estadão.

ribeiro, luis Fernando Verissimo, renato

conhecido por seu texto elegante e

são dele O Desatino da Rapaziada e O

aragão – o melhor do Brasil já passou

bem-humorado. Nas revistas Terra e

Santo Sujo (biografia do escritor Jaime

pelas lentes de Marcio Scavone. o

Próxima Viagem, Berg aproveitou para

ovalle), ambos pela Companhia das

premiado paulistano, que figura entre

conhecer o planeta. Visitou lugares tão

letras. Célebre por sua ironia refinada,

os 50 fotógrafos convidados para o

remotos quanto as ilhas Fiji ou Goa, na

este filho de Belo Horizonte se define

livro comemorativo dos 50 anos da

Índia. Tornou-se um viajante incansável

como “mineiro não praticante”. releve.

câmera sueca Hasselblad, nos brinda

– como o escritor inglês Bruce Chatwin,

E divirta-se com seu roteiro lírico-

nesta edição com um memorável ensaio

que ele perfilou para nossa capa.

sentimental sobre a capital mineira.

sobre a vida selvagem em Botsuana.

Xavier Bartaburu passou quase dez

Paulistano do Ipiranga, Paulo

depois de uma pausa para a gravidez

anos rodando o Brasil e o mundo, em

Mancha D’Amaro celebrizou-se como

e o nascimento de Felipe, prestes a

reportagens para a revista Terra. Hoje

comentarista de futebol americano

completar sua primeira volta em torno

escreve para livros, revistas e sites

da EsPN, tema de seu recente livro

do sol, a paulistana Carol Sganzerla,

– viagens, meio ambiente e cultura

Touchdown (Panda Books). Com

34 anos, está de volta ao batuque

brasileira. É autor de 15 livros. Nesta

passagens pelas redações de Época

do teclado. durante nove anos Carol

edição, ele assina a seção Porta-Malas,

e Superinteressante, o líder da banda

trabalhou na revista Tpm. amante de

na qual conta a fascinante história do

de comic rock Tubaína assina o blog

viagens para locais isolados, neste

mergulho. Eclético, produziu ainda o

viajandoporesporte. E também o

número da MIT Revista ela descreve

delicioso texto sobre os drinques que

belo texto sobre planadores da seção

o fascínio de se mergulhar num resort

fizeram história no cinema.

Mundo sem Fronteiras.

seis estrelas das ilhas Maldivas. setembro 2015

mit revista

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MUNDO URBANO

O skate a vela é praticado na velha pista de pouso

Guerra e paz Antigo aeroporto nazista, Tempelhofer Feld hoje é sinônimo de lazer para os berlinenses POR MARION FRANK

T

empelhof Flughafen tem

Fórmula E, para carros elétricos. Mas,

Sir Norman Foster, o festejado

claro, não é preciso ser esportista ou

Média, era um terreno dos

arquiteto inglês, o chamou de “a mãe

piloto para se misturar aos alemães

Templários – daí o nome.

de todos os aeroportos modernos”. Em

em um dia qualquer (melhor que seja

Sua área foi palco para as exibições

2008, no entanto, os berlinenses, por

no verão). Fazer piquenique, assar uma

de pioneiros da aviação como Orville

meio de um referendo, mudaram outra

carne, empinar pipa ou passear sem

Wright, em 1909. O primeiro voo de um

vez o destino desse pedaço da cidade.

rumo são outras agradáveis tarefas

zepelim também ocorreu ali. A partir de

Decidiram fechar o aeroporto e trans-

a serem cumpridas. Quem gosta de

1936, os nazistas remodelaram o velho

formá-lo em um parque, o Tempelhofer

aviação vai se divertir com diversas

aeroporto, levantado nove anos antes.

Feld, o maior parque público da capital

aeronaves antigas. Tempelhofer

Construíram a monumental sede em

alemã. Com 300 hectares – o dobro

oferece até uma área reservada para

forma de águia de asas abertas.

do parque Ibirapuera, em São Paulo –,

a plantação de hortaliças. Mas essa

Tempelhofer Feld é uma imensa “pra-

é para uso e diversão dos moradores

pouso aos aviões americanos e ingleses

daria urbana”, perfeita para praticantes

das redondezas. O prédio principal e

que transportavam alimentos, carvão e

de skate, ciclismo e patinação. Como

os sete hangares – com capacidade

outros artigos de primeira necessidade

o vento sopra à vontade por ali, fãs de

para até 3.800 pessoas – costumam

à população de Berlim Ocidental. Foi

kiteskate também se divertem nesse

receber concertos e desfiles de moda.

a célebre “Ponte Aérea” contra o blo-

enclave entre os bairros de Kreuzberg,

Na primeira quinzena de setembro

queio soviético, entre 1948-1949. Hoje,

Tempelhof e Neukölnn.

– quem diria? –, o ex-aeroporto

história pra contar. Na Idade

No pós-guerra, Tempelhof serviu de

Tempelhof fica a apenas 15 minutos de bicicleta do portão de Brandemburgo. 14

De metrô é ainda mais rápido.

MIT REVISTA

SETEMBRO 2015

Em maio último, suas pistas receberam uma prova da recém-criada

de Hitler foi palco do primeiro festival Lolapallooza na Europa.

WIKIMEDIA COMMONS

O MELHOR DA VIDA NAS CIDADES


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mundo sem fronteiras onDe o concreto encontrA A terrA

a calma e o bom humor de Formiga durante um voo luís roberto formigA

A magia dos planadores Dá para ir muito longe, com toda a tranquilidade, voando em aeronaves sem motores Por Paulo Mancha D’aMaro

P

para a vida”, diz Luís Roberto Formiga,

parte dos aviões que ajudaram

referência no voo a vela. “Tudo o que é

os aliados a vencer a batalha

necessário para ser bem-sucedido no dia

uma frota de 317 planadores, espalhados

do “Dia D”, na Segunda Guerra

a dia você encontra num voo: disciplina,

por 17 escolas e aeroclubes. Há diversos

Mundial, nem sequer tinha motores.

planejamento, concentração, calma,

redutos do esporte, como Bebedouro

Na madrugada de 5 para 6 de junho de

iniciativa, cautela, equipe e capacidade

(SP), Osório (RS), Formosa (GO) e

1944, antes do desembarque do primeiro

de comunicação.”

Caçapava (SP). Mas um lugar se destaca:

soldado nas praias da Normandia,

16

pelos Andes argentinos.

ouca gente sabe, mas grande

O praticante precisa conhecer

No Brasil, os dados apontam para

a região de Luís Eduardo Magalhães,

centenas de planadores riscaram os céus

muito bem não somente sua aeronave,

na Bahia. “Está para o voo a vela como

daquele recanto francês e pousaram

mas também a geografia e os

o Havaí para o surfe”, conta Sérgio

atrás das linhas alemãs, levando

fenômenos meteorológicos do local.

Bassi, duas vezes campeão brasileiro.

tropas que cortaram as comunicações,

Além de ter serenidade e sensibilidade

Bassi sonha com o dia em que a nuvem

destruíram pontes e criaram confusão

para “ler” o ar. Ou seja, achar as

formada pelos entraves burocráticos

entre as forças nazistas.

térmicas – correntes ascendentes de

e impostos aviltantes se dissipe e nos

Se o avião sem motor – levado ao

ar aquecido que permitem ao planador

permita chegar mais perto da Alemanha,

ar a reboque, antes de se desprender –

ganhar altura e perpetuar voos longos

berço das competições da modalidade,

ajudou a mudar a história em tempos

e calmos. A brincadeira pode ir longe:

nos anos 1930, e onde existem hoje nada

de guerra, não admira que ele possa

em 2003, o alemão Klaus Ohlmann

menos que 10 mil planadores.

também transformar pessoas nos dias

e o austríaco Karl Rabeder somaram

de paz. “Pilotar um planador é uma lição

3.009 quilômetros em uma jornada

Mit revista

SEtEMBRO 2015

n Federação Brasileira de Voo a Vela www.planadores.org.br



Mundo 4x4 Por uM PlaNETa SEM aSFalTo

Maldivas só para você Submarino, arraias gigantes e total privacidade são atrativos do velaa Private island Por carol sganzerla

C

erto dia, deitado na

a ilha junto ao recife de corais e admirar a

deque com degraus que levam ao oceano

espreguiçadeira de sua villa

exuberante vida subaquática. Se preferir

e jacuzzi a céu aberto. um mordomo

no hotel Huvafen Fushi,

entrar de cabeça na água, o hóspede é

particular ajuda a escolher um dos

nas Maldivas, ao sul da

ciceroneado pelos melhores instrutores

cinco restaurantes para jantar (o aragu,

Índia, o assíduo hóspede checo Jiri

de mergulho entre golfinhos, tubarões-

estrelado pelo Michelin, fica sobre as

Smejc chamou seu mordomo. Não

lixa, tartarugas e arraias-jamanta. Estas,

águas), qual vinho beber (a adega soma

era champanhe nem caviar o que ele

nos fins de tarde, são alimentadas por um

6 mil garrafas) e ainda indica o melhor

desejava. Smejc queria uma ilha. isso

funcionário do hotel e você tem a chance

iate para pernoitar. Na exclusiva romantic

mesmo. o bilionário de 42 anos, de

única de nadar ao lado delas e até tocá-

pool residence, de 623 metros

tanto passar férias no arquipélago do

las. as jamantas chegam a medir 9 metros

quadrados e vista panorâmica, o acesso

oceano Índico, pediu ao funcionário que

de envergadura e a pesar 1.350 quilos.

só é possível de barco e há um chef à

encontrasse um pedaço de terra para

Tudo isso se você conseguir vencer

disposição. as casas que hospedam até

ele comprar. Seis meses depois, Smejc

a vontade de não fazer nada em um

10 pessoas – 1.350 metros quadrados –

inaugurava um resort para chamar de

dos 48 quartos divididos nas villas e

têm spa e academia próprios, dando ao

seu: o velaa Private island, no atol Noonu,

residences projetadas para fornecer total

visitante a inenarrável sensação de ser

187 quilômetros ao norte da capital, Malé.

privacidade e conforto. Elas têm piscina

dono da própria ilha. Não era isso que o

privativa com vista para a imensidão azul,

checo Jiri Smejc queria?

Para atrair os visitantes em meio a tantos refúgios cinco estrelas espalhados pela região, Smejc pensou em experiências exclusivas, como um passeio de submarino para duas pessoas. durante 45 minutos, é possível contornar

divulgação

as casas têm 1.350 metros quadrados

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n serVIÇo a temporada vai de dezembro a maio. Em junho, o hotel fecha. a diária sai a partir de uS$ 1.900. do Brasil, as opções de voo mais rápidas fazem escala em dubai. a partir de Malé, capital das Maldivas, são 50 minutos de hidroavião até o hotel. www.velaaprivateisland.com.





PORTA-MALAS

A bAGAGEM DO VIAJAnTE

CORbIS

POR xavier bartaburu

De tirar o fôlego Como o ser humano fez do fundo do mar sua fonte de alimento, riqueza e, claro, lazer

F

oi a fome que primeiro levou o homem ao fundo

em inglês para para Self Contained Underwater Breathing

do mar. Inclua-se aí a vontade de enriquecer: no

Apparatus. Em português, “aparelho autônomo de respiração

Mediterrâneo, onde o mergulho surgiu há cerca de

subaquática”. Ligado a um cilindro de ar comprimido a alta

3 mil anos, eram incontáveis os barcos naufragados

pressão, o regulador inventado pela dupla francesa permite

recheados de moedas de ouro. Já no 3º século de nossa era, mergulhadores se arriscavam nas águas do golfo Pérsico, do

Há duas maneiras de se desbravar o universo submarino.

Japão e do mar Vermelho em busca de pérolas. Foi apenas no

A primeira é o chamado mergulho livre, que utiliza apenas o

final dos anos 1800 que o chão do oceano passou a ser visto

ar dos pulmões. Ele é feito com o snorkel – tubo com bocal

como lugar de lazer. Um mundo misterioso, estranho e belo, a

curvo que leva o ar da superfície à boca. Perfeito para águas

poucas léguas de distância de qualquer porto.

rasas, o mergulho livre proporciona uma visão belíssima da

Dessa época são os primeiros escafandros, aqueles pesados capacetes de metal conectados por meio de um

22

respirar à pressão atmosférica embaixo d’água.

vida marinha – peixes, crustáceos, corais, algas, recifes. Já o mergulho autônomo exige cilindro, regulador de

tubo de borracha a uma bomba de ar na superfície. Embora

ar e conhecimento. Você faz um curso teórico (cerca de

limitados, eles aumentaram consideravelmente a autonomia

quatro dias), treina na piscina e segue para o “batismo” –

embaixo d’água. Até que, na década de 1940, Jacques

sua primeira imersão no mar, devidamente acompanhada

Cousteau descobriu que o engenheiro Émile Gagnan havia

pelo instrutor. A partir daí, basta comprar ou alugar o

desenvolvido um regulador de pressão para injetar gás no

equipamento. Para conhecê-lo melhor, veja as dicas do

motor dos carros (eram tempos de guerra e faltava gasolina).

instrutor Vagner Amstalden, proprietário da Deep Trip,

Os dois se uniram, adaptaram o aparelho ao mergulho e

escola e operadora de mergulho sediada desde 1996 em

inventaram o Aqualung, depois rebatizado de Scuba, sigla

Arraial do Cabo (RJ).

Mit revista

seteMbro 2015


a primeira janela da máscara de

Os pioneiros no uso do conjunto

mergulho com

básico do mergulho livre – másca-

proteção de

caçadores submarinos. Um deles, em

borracha, que

particular, tornou-se o responsável

impede a entra-

por sua popularização. Seu nome era

da de água nos

Guy Gilpatric (1896-1950), ex-aviador

olhos. Ele tam-

americano que se mudou para a Riviera

bém disseminou

Francesa nos anos 1930 e virou um

o uso do snorkel

grande especialista da caça submarina.

moderno, desenvolvido

É atribuída a ele, inclusive, a invenção

naquela década. Foi ainda graças a Gilpatric que Jacques Cous-

O ÇÃ GA UL DIV

ra, snorkel e nadadeiras – foram os

teau e Hans Hass – grandes pioneiros

do mergulho no século 20 – descobriram o fundo do mar. Hoje, máscara e snorkel são a

wIkIMEDIA COMMOnS

primeira grande janela para o mundo

Guy Gilpratic foi pioneiro ao usar máscaras. o modelo nano hD, da Cressi, é novidade

subaquático, acessível até às crianças.

conjunto. Vagner Amstalden reco-

O viajante ocasional não precisa se

menda que se compre a máscara que

preocupar em comprá-los, uma vez que

melhor se ajuste ao rosto da pessoa.

costumam ser alugados nos passeios

“Existem modelos de vários tamanhos.”

de mergulho livre em todo o mundo.

Cressi, no caso, é uma das marcas mais

Mas quem pretende fazer um uso mais

reconhecidas no mercado internacional

contínuo – em recifes de praia, por

tanto de snorkels quanto de máscaras.

exemplos – pode adquirir seu próprio

■ www.cressi.com

O nome usado pelos leigos – pé de

Amstalden recomenda as fechadas,

pato – já diz tudo sobre as nadadeiras:

mais baratas, para o snorkeling, que

elas tornam seus pés o mais parecido

não exige muita propulsão. quem

possível aos de um ser aquático.

pretende se dedicar seriamente ao

Idealizadas por Leonardo Da Vinci,

mergulho autônomo – com cilindro

elas foram sendo redesenhadas ao

– deve investir num bom par de

longo dos séculos para proporcionar

nadadeiras abertas. Elas oferecem mais

o máximo de impulso e estabilidade

velocidade. Há dezenas de marcas, mas

abaixo da superfície. “A água é um

nosso consultor sugere a Fundive.

meio 800 vezes mais denso que o ar”,

■ www.fundive.com.br

wIkIMEDIA COMMOnS

barbatanas nos pés

afirma Amstalden. Daí o esforço de se locomover no mar, hoje atenuado com o uso de nadadeiras cada vez mais aprimoradas quanto ao design e ao material – como a

Foi Da vinci que idealizou as nadadeiras, hoje feitas com fibra de carbono

fibra de carbono, que as torna mais leves. Existem dois modelos: as nadadeiras abertas, com tira de ajuste no calcanhar, geralmente usadas com botinhas de neoprene, e as fechadas, vestidas como se fossem um sapato.

DIVULGAÇÃO


PORTA-MALAS

FOTOS: DIVULGAÇÃO

suave como um peixe

Cilindro de ar, regulador e colete fazem do ser humano um ser aquático. um mergulho autônomo dura, em média, de 45 minutos a uma hora

o mergulho, maior o consumo. na média,

fim, há o colete equilibrador, alimentado

autônomo é um trambolho. no mar,

um cilindro permite que você fique sub-

pelo ar do cilindro. O colete pode ser

porém, é o que permite você levitar com

merso de 45 minutos a uma hora.

inflado ou esvaziado, para manter o

Em terra, um conjunto de mergulho

a suavidade de um peixe. O conjunto se

Ligado ao cilindro, o regulador forne-

equilíbrio do mergulhador.

compõe basicamente de cilindro de ar,

ce o ar sempre à pressão atmosférica

A Scubapro é uma das marcas de

regulador e colete. Há cilindros de 10, 15

e na hora que você inspirar. “Antes da

referência, segundo Amstalden. Mas

e até 20 litros de capacidade. neles, o ar

invenção do Scuba, era um vazamento

geralmente cilindro, regulador e colete

é comprimido a uma pressão de até 200

contínuo de ar na boca, como se fosse

são comprados de forma avulsa, de

atmosferas – o que resulta em

uma torneira aberta”, explica Amstalden.

acordo com o perfil do mergulhador e

2 mil, 3 mil ou 4 mil litros de ar para se-

O conjunto traz ainda manômetro (me-

suas necessidades.

rem consumidos. quanto mais profundo

didor de pressão) e profundímetro. Por

■ www.scubapro.com

armaduras subaquática d’água e, por fim, as roupas

7 milímetros. O

de borracha dos chamados

desafio é escolher a

homens-rãs da Marinha

que oferece melhor

italiana, desenhadas pela

relação entre

Pirelli e utilizadas durante

proteção térmica

a Segunda Guerra Mundial

e liberdade de

(1939-1945).

movimento.

A borracha veio para ficar:

wIkIMEDIA COMMOnS

O primeiro traje de mergulho

24

Para as águas

nos anos 1950, o americano

brasileiras 1

Jack O’neill produziu as

ou 3 milímetros

primeiras roupas de neoprene, que com suas microbolhas internas

bastam. quanto à marca, ele indica a

moderno data do século 18: um barril

protegia o usuário do frio, além de

Aqualung.

de madeira equipado com visor de

fazê-lo flutuar. Daí a necessidade

■ www.scubapro.com

vidro e duas luvas. Graças a ele, seu

do cinto de lastro, com blocos de

inventor, o inglês John Lethbridge,

chumbo (equivalente a 10% do peso

explorou diversos naufrágios e ganhou

do mergulhador), na hora de descer.

um bom dinheiro. Depois surgiram

Amstalden explica que a espessura

os trajes de couro, os tecidos à prova

das roupas de neoprene vai de 1 a

mit revista

setembro 2015

os trajes de mergulho evoluíram muito


wkIMEDIA COMMOnS

o mergulho é o principal chamariz das ilhas Cook, situadas no sul do pacífico

primeiras imersões quem mora nos estados litorâneos brasileiros tem a sorte de poder

sempre noronha

Fósseis vivos, peixes abissais

nada no brasil, porém, se compara

Fora do brasil, bom lugar para

descobrir o fundo do mar sem precisar

a Fernando de noronha (PE). nosso

se conhecer o mundo submarino é

ir tão longe. O trecho entre o litoral norte

maior arquipélago é tido como um

Moçambique, banhado pelo oceano

paulista e a chamada Região dos Lagos

dos melhores locais do planeta para

Índico. nenhum ponto de mergulho

fluminense é um dos mais ricos em

se desvendar o fundo do mar. Suas 21

supera a praia de Tofo, no sul do país

termos de vida subaquática. Ilhabela

ilhas – na verdade os picos salientes

africano. Além de recifes intactos, a

(SP), Ubatuba (SP), Ilha Grande (RJ) e

de uma montanha submersa – servem

área tem uma das mais ricas biodi-

o Rio de Janeiro têm excelentes pontos

como um imenso refeitório para os

versidades marinhas do continente,

de mergulho a pouca distância da praia.

seres que vagam pelo oceano Atlântico,

habitat de espécies raras como o

Outro lugar especial é arraial do Cabo.

tantos são os nutrientes concentra-

tubarão-baleia e a arraia-jamanta.

Ali acontece o chamado fenômeno da

dos nas aquelas águas. Além disso, o

quem estiver disposto a mergulhar

ressurgência – o afloramento da corren-

mar cristalino permite visibilidade que

em cavernas pode topar com o raro

te oceânica que vem das ilhas Malvinas

alcança dezenas de metros de profun-

celacanto, peixe tido como um fóssil

à superfície. Essa corrente, que viaja

didade. Perfeito para enxergar animais

vivo: sua forma atual é praticamente

desde a Patagônia, esfria o mar – por

como golfinhos, barracudas e tartaru-

a mesma há 400 milhões de anos.

isso as águas ali são tão geladas –, mas

gas marinhas.

Ainda mais desconhecidas – e mais distantes – são as ilhas Cook,

também carrega nutrientes que atraem

noronha também é um bom lugar

imensa variedade de animais marinhos.

para quem prefere não se afastar muito

arquipélago do oceano Pacífico

da praia ou da superfície, munido ape-

batizado em homenagem ao navegador

praias lindas, com cerca de 40 pontos

nas de equipamento para snorkeling.

James Cook, descobridor do Havaí.

de mergulho nas redondezas – alguns

na praia do Atalaia, por exemplo, você

Aitutaki e Rarotonga são os destinos:

bem rasos, o que permite aos iniciantes

mal tira o pé da areia e já se vê dentro

a primeira é uma ilha e o segundo um

levitar sobre florestas de corais sem se

de uma grande piscina natural – espé-

atol, ambos cercados por recifes de

afastar muito da superfície. A região é

cie de condomínio subaquático onde

corais. Entre a praia e os recifes, lagoas

farta em arraias, tartarugas e cavalos-

vivem peixes, polvos, lagostas e corais.

de água transparente incitam a um

-marinhos, mas também âncoras e ca-

Vá também à baía do Sancho, dona

snorkeling. Do lado de fora, os mais

nhões. Mergulhadores mais experientes

de águas tão transparentes quanto as

experientes podem descer paredões

não podem deixar de visitar os barcos

do Caribe. Ou à baía do Sueste, onde

de até 30 metros para ficar a uma

naufragados locais, entre eles a fragata

são grandes as chances de topar com

distância razoável de assustadores

inglesa Thetis, que foi a pique em 1830.

tartarugas marinhas.

peixes abissais.

Arraial é uma península pequena, de

setembro 2015

mit revista

25


PAINEL

OBJETOS DO DESEJO COM ALTA TECNOLOGIA

POR ALESSANDRA LARIU, de Nova York

Você ainda vai ter um

4

Pequenas sacadas que tornam a tecnologia mais amigável

FOTOS DIVULGAÇÃO

1

2

n 1. ACHADOS & PERDIDOS Ao colocar o Tile no chaveiro, na carteira, na mala, no notebook ou na bicicleta, seu celular registra os últimos lugares onde o objeto esteve. A ideia é facilitar o rastreamento em caso de perda, furto ou roubo. Ao se aproximar do objeto perdido, um sinal sonoro avisa quando você estiver mais “quente”. Tem apenas 37 mm x 37 mm. www.thetileapp.com

26

MIT REVISTA

SETEMBRO 2015

n 2. SONO SENTADO O Hypnap promete facilitar sua soneca a bordo. Trata-se de um suporte para cabeça que se fixa à mesinha do passageiro. www.why-hypnap. com/index.html#home n 3. FILMOU, MANDOU Com apenas 127 gramas de peso, a Air Pro Wi Fi é à prova d’água, faz vídeos que podem ser

3

armazenados na “nuvem” (10 GB) e até – eis a grande novidade – enviados via wi-fi. www.usa.ioncamera.com/air-pro-lite-wifi/ n 4. CACHORRO VOADOR O Airdog é um drone que dispensa controle remoto. Basta ligar, e ele levanta voo e faz o vídeo do seu passeio de bicicleta, carro ou até de sua sessão de surfe. www.airdog.com


mundo mitsubisHi por junior bellé

as boas-novas da marca dos três diamantes pelo mundo

ilustração pedro hamdan

para o alto

Foto: reprodução

em setembro o mrJ, jato comercial da mitsubishi, vai ganhar os céus. saiba mais sobre esta e outras novidades da marca dos três diamantes planeta afora

mitsubisHi aircraFt

ele vai voar depois de aprovado com louvor nos testes de frenagem e

reduzida emissão de poluentes e um consumo 20% mais

manobra em solo no mês de junho, o mitsubishi regional Jet

baixo que o das marcas concorrentes, entre elas a brasileira

(mrJ) deve fazer seu voo inaugural entre setembro e outu-

embraer e a canadense bombardier. o mrJ terá a maior

bro. a decolagem vai acontecer no aeroporto de nagoya, no

cabine da categoria, garantindo mais conforto para os 70 ou

Japão. o mrJ chegará ao mercado em 2017 como um dos

90 passageiros, conforme a configuração. em altitude de

jatos comerciais mais modernos do mundo. com duas turbi-

cruzeiro, a aeronave poderá chegar a 906 quilômetros por

nas de alta tecnologia e uma impressionante aerodinâmica,

hora. a mitsubishi aircraft já acertou a venda 407 aeronaves

o avião da mitsubishi promete baixíssimo nível de ruído,

para 223 companhias aéreas. setembro 2015

mit revista

27


mundo mitsubisHi

mitsubisHi raYon e mitsubisHi HeavY industries

tem mitsubishi nos novos airbus o a320neo e o a330neo, dois novos jatos da airbus, terão componentes mitsubishi. para o primeiro, a mitsubishi rayon desenvolveu as primeiras peças de turbina feitas em fibra de carbono da história da aviação. o uso do material em substituição ao alumínio e ao titânio ajudou a diminuir o peso da aeronave, tornando o motor mais eficiente em termos energéticos. além disso, segundo a fabricante, a turbina está mais resistente a colisões contra aves. a participação da mitsubishi nos motores do a330neo é uma parceria com a britânica rolls-royce. a mitsubishi Heavy industries aero engine está fabricando os módulos de combustão, e a a meta é reduzir o consumo de combustível em 10% e o nível de ruído em 50% em relação aos atuais motores do a330.

mitsubisHi electric corporation

sobe! a Índia é o segundo maior mercado de elevadores e escadas rolantes do mundo – fica atrás apenas da china. de olho nisso, a mitsubishi electric corporation está abrindo uma fábrica na cidade de bangalore, no sul do país, onde a economia anda acelerada e a demanda cresce mais rápido que os arranha-céus. para se ter uma ideia, no ano passado a Índia construiu 47 mil novos elevadores. a perspectiva para 2015 é superar esse número. a nova fábrica da mitsubishi terá uma torre de testes de 41 metros de altura. 28

Mit revista

seteMbro 2015


asaHi Glass companY

espelho, espelho meu a asahi Glass company (aGc), líder mundial na fabricação de vidros, lançou um novo monitor para uso residencial e comercial. a novidade troca o vidro por um espelho preto. Fixado sobre ele, está o display. Quando desligado, funciona como um espelho escuro. ao ser ligado, fornece imagens incrivelmente vivas e com baixíssima taxa de desfocagem. o próximo passo é expandir os horizontes e ganhar as telas touchscreen de celulares e tablets.

mitsubisHi electric corporation

sopro de tecnologia a laser society, respeitada instituição de divulgação científica do Japão, premiou a mitsubishi electric corporation com o laser industry award for excellence. o motivo da premiação chama-se diabrezza, máquina capaz de observar e medir intensidade e velocidade do vento, mesmo que ele esteja escondido numa imperceptível brisa. isso porque seu pulso de laser capta pequenas flutuações de partículas, especialmente as de poeira. antes dela, essa medição só era possível em dias enevoados ou chuvosos. o pessoal da aviação foi quem mais comemorou a chegada da nova tecnologia. setembro 2015

mit revista

29


mundo mitsubisHi

mitsubisHi raYon

Água pura a exemplo da maioria dos países asiáticos, no vietnã as pessoas não costumam tomar água direto da torneira. mas isso está mudando, ao menos no lac viet Hospital, em vinh Yen city. a Wellthy corporation, subsidiária da mitsubishi rayon, desenvolveu um sistema de membranas de filtragem capaz de purificar 20 mil litros de água diariamente. a água filtrada pode agora ser usada para consumo e também para limpeza das mãos e de equipamentos cirúrgicos.

mitsubisHi HeavY industries

Frio e verde não é apenas o seu computador e a sua geladeira que precisam de um refrigerador para não deixar que as coisas esquentem demais. as grandes indústrias também. por isso, a mitsubishi Heavy industries desenvolveu o chiller eti-Z series. seu pequeno tamanho e seu alto desempenho são novidades muito bem-vindas no ramo dos resfriadores centrífugos. ainda mais pelo fato de a emissão de gases que produzem o efeito estufa ser praticamente nula. 30

Mit revista

seteMbro 2015


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CLÁSSICOS

LUGARES E OBJETOS QUE NASCERAM PARA SER ETERNOS

POR MARCELLO BORGES

FOTOS: DIVULGAÇNÃO

Ao alto, o Speedmaster que foi ao espaço pela primeira vez num voo da Mercury

Fly me to the moon Omega Speedmaster foi o relógio eleito pela Nasa para suas missões espaciais

A

terceira missão tripulada à

dos para economizar energia –, seria

clatura da marca, que já produzia o

Lua tinha tudo para dar certo.

preciso fazer uma série de correções

Seamaster e o Railmaster. O mostrador

Mas a tripulação da Apollo

no curso. O momento exato para cada

ainda não exibia a palavra “Professio-

13 – Jim Lovell, Jack Swigert

uma dessas correções foi determi-

nal” e a caixa tinha 39 milímetros de

e Fred Haise – não contava com o pro-

nado por um equipamento no pulso

diâmetro. Dois anos depois, o aro de

blema num tanque de hidrogênio que

dos astronautas: um relógio, o Omega

aço com taquímetro (marcador de velo-

levaria Swigert a dizer a célebre frase:

Speedmaster. Em 17 de abril de 1970,

cidade), que ia a 1 000, passou a ser de

“Houston, we’ve had a problem here”.

seis dias após o lançamento da nave, a

alumínio anodizado de preto com es-

A citação por conta da baixa voltagem

tripulação pousou intacta, afirmando

cala máxima de 500, com caixa de 40

no cabeamento foi repaginada para o

que o relógio havia salvado suas vidas.

milímetros. O Speedmaster foi ao espa-

A Omega lançou o Speedmaster em

ço pela primeira vez em 1962, extraofi-

a problem”. Com o problema, a nave

1957, preocupada em firmar a associa-

cialmente. O astronauta Walter Schirra

teria de voltar à Terra. Mas, sem piloto

ção entre a marca e a cronometragem

levou o seu num voo da Mercury. Na

automático, sem computador de bordo

oficial dos Jogos Olímpicos. O nome

época, a Nasa já estava programando

e sem sistema de orientação – desliga-

obedecia a um protocolo de nomen-

os voos Gemini e Apollo. E os astronau-

filme Apollo 13 como “Houston, we have

32

MIT REVISTA

SETEMBRO 2015


Schirra (abaixo) foi pioneiro ao levar um modelo à estratosfera. Acima, um Dark Side of the Moon. À direita, o primeiro Speedmaster

tas precisariam de relógios confiáveis

tendo uma precisão de 5 segundos por

de bordo. Após voltarem da Lua, Aldrin

para ser usados fora da nave.

dia. Os primeiros astronautas a usá-lo

enviou seu Speedmaster ao complexo

foram Gus Grissom e John Young na

de museus Smithsonian, mas ninguém

colha do relógio oficial é que o pessoal

Gemini 3, já em março de 1965. Os

sabe onde ele está hoje. Já o Speedy

da Nasa simplesmente teria comprado

diretores da Omega só ficaram sa-

de Armstrong está no Museu Nacional

os modelos para testes em joalherias

bendo da viagem do Speedmaster ao

Aeroespacial de Washington, DC.

de Houston, Texas, como a Corrigan’s.

espaço ao verem uma foto de Ed White

James Ragan, engenheiro da Nasa

com o modelo no pulso, por ocasião

Omega a criar diversas versões, como

responsável pelo material a bordo das

do primeiro passeio do lado de fora

a recente Dark Side of the Moon, com

Apollo, diz que essa história foi uma

de uma nave da missão Gemini, em

mostrador e caixa de cerâmica preta de

invenção. Na verdade, a agência teria

junho daquele ano. A partir de então, a

óxido de zircônio e pulseira de tecido. E

aberto uma concorrência oficial para

Omega incluiu a palavra “Professional”

ainda o Speedmaster Mark II, reedição

comprar e testar relógios de marcas

no mostrador, reforçando a associação

do modelo de 1969, com ponteiros do

conhecidas. Foram encomendados em

com os voos espaciais. Quando Neil

cronógrafo e detalhes na cor laranja.

A história que se conta sobre a es-

setembro de 1964, e o Speedmas-

Armstrong pisou na Lua pela

ter custou, na época, US$ 82,50.

primeira vez, em 1969, e

O sucesso do Speedmaster levou a

“The first watch worn on the moon”, frase gravada no verso do Speedmaster

Rolex, Longines-Wittnauer e

disse a ainda mais célebre

Professional Moon Watch, transmite-

Omega foram submetidos a

frase “Um pequeno passo

-se por osmose a toda essa linha de

testes de temperaturas baixas

para o homem, um salto

relógios, revestindo-a da mesma aura

e altas, choques, umidade, ace-

gigantesco para a huma-

de coragem e realização que animou

leração, baixa e alta pressão,

nidade”, ele não estava

Kennedy a declarar, em seu discurso na

vibração e outros. Em 1º de março de 1965, o Omega Speedmaster foi selecionado,

com o Speedmaster no pulso.

Rice University em 1962: “Nós decidi-

O relógio do módulo lunar

mos ir a Lua nesta década e fazer ou-

teve uma falha e Arms-

tras coisas, não porque elas são fáceis,

trong precisou deixar

mas porque elas são difíceis”. Palavras que poderiam estar gravadas no verso

passando in-

seu Omega com

cólume pelos

Buzz Aldrin, como

do Omega Speedmaster.

testes e man-

instrumento reserva

■ www.omegawatches.com/pt

SETEMBRO 2015

MIT REVISTA

33


quAl o seu Mundo

pessoAs que FAzeM A diFerençA

por Juliana amato

Myra Arnaud Babenco Filha de galerista e cineasta, ela trocou o mercado financeiro pelas artes

o

s sobrenomes denunciam. Myra Arnaud Babenco tem arte correndo nas veias. ela é filha da galerista raquel Arnaud, uma das pioneiras na descoberta de nomes como lygia Clark e Amilcar de Castro.

seu pai é Héctor Babenco, cineasta argentino radicado no Brasil, conhecido por filmes marcantes como O Beijo da Mulher Aranha (1985), pelo qual foi indicado ao oscar, e Carandiru (2003). Myra cresceu, portanto, rodeada por artistas. dos sets de filmagem aos quais ia a tiracolo com o pai, lembra-se de quando foi escalada para fazer uma figuração no filme de épopAulo FreiTAs/GlAMurAMA

ca Ironweed (1987), ao lado de Jack nicholson e Meryl streep. mercado financeiro. Hoje, mãe de pedro, 12 anos, e de Ana, 9, é responsável pela parte comercial da galeria que leva o nome da mãe, na Vila Madalena, em são paulo. Mora na cidade, mas vive com a cabeça na praia. “A vida em são paulo é intensa demais”, explica. “Tenho dificuldade de ficar muito tempo aqui.”

De onde vem a relação com o mar?

Você também foi modelo.

estou sempre indo para praia com

eu estava estudando teatro e, quando

sets de filmagem? sempre ia assistir às filmagens. em

os filhos. Tenho uma casa em Maresias.

vim passar férias no Brasil, me chamaram

uma delas, nos euA, fiz figuração no filme

Minha mãe, em Trancoso. quando eu era

para alguns trabalhos. percebi que era

de época Ironweed [1987], com o Jack

pequena, a gente costumava ir à praia

difícil lidar com o lado emocional, a ques-

nicholson e a Meryl streep. Em Brincando

de pernambuco, no Guarujá. Também ia

tão de ser ou não escolhida, como atriz ou

nos Campos do Senhor [1991], com Tom

muito ao rio de Janeiro, passar férias com

modelo. então não durou muito.

Berenger, filmado na Amazônia, também

a Maria, filha do artista plástico sergio

Qual a sua formação?

fui figurante. Foi muito legal, eu nunca

Camargo. ela é minha amiga até hoje.

Me graduei em liberal Arts, na

tinha estado na floresta. sempre dizia pro

Você passou uma temporada na Califórnia. Como foi? nunca gostei de morar em são paulo.

Califórnia. Comecei um MBA, mas não

meu pai que ele não fazia filmes felizes,

cheguei a me formar. Foi um momento

mas depois de eu insistir muito ele aca-

em que meu pai ficou doente, tive de fazer

bou de fazer um [Meu Amigo Hindu, com

quando terminei o colégio, não queria

um transplante de medula para ajudá-lo.

estreia prevista para outubro].

ficar aqui. Como minha irmã mais velha

não dava para conciliar as duas coisas.

estava na Califórnia, fui morar com ela.

Qual foi sua maior realização

Mas ela vivia no norte do estado, uma

profissional?

Como é ser filha dos seus pais? sou filha única deles. Tenho irmãos por parte de mãe e outros por parte de

região mais fria. depois de um tempo,

Ver a satisfação de quem compra um

transferi a faculdade para o sul. Fiquei

quadro comigo. depois essas pessoas te

com minha mãe. Meu pai sempre foi uma

quase cinco anos por lá. Como eu surfava

ligam para dizer que não esperavam ser

pessoa incrível, um artista de verdade,

desde os 12 anos, comecei a pegar onda

tão felizes com uma obra de arte.

enquanto o lado artístico da minha mãe

de bodyboard. Hoje em dia, prefiro correr. 34

de volta ao Brasil, brincou de ser modelo e trabalhou no

Mit revista

seteMbro 2015

Você acompanhava seu pai nos

pai. sempre fui muito parecida, no jeito,

está mais voltado para o comercial. ela


FoTos: diVulGAçÃo/reproduçÃo

1

2

3

4

5

6

n 1. ViaGEm “Marrocos reúne arte e sol, tudo o que eu adoro.” n 2. liVRo “estou lendo O Que É um Artista?, da sarah Thornton, que conta a vida de artistas completamente diferentes como Jeff Koons, Ai Weiwei, Marina Abramovic, damien Hirst, Maurizio Cattelan e a brasileira Beatriz Milhazes.” n 3. FilmE “Meu Amigo Hindu, novo filme do meu pai, com Willem dafoe (foto) e Maria Fernanda Cândido, que estreia em breve.” n 4. REStauRantE “Adoro o Maní, que tem uma comidinha bem saudável. Vou muito à Adega santiago e ao Aya, um japonês delicioso. Todos em são paulo.” n 5. PaSSEio “Acho muito importante existirem lugares como o Masp, o MAM, a pinacoteca (foto). e, claro, todos os sesc.” n 6. aPliCatiVo “não sou muito ligada nisso, mas, claro, uso o Whatsapp e o Facetime para falar com os meus filhos.”

apostou em vários artistas nos quais

o mundo está carregado de muita

Em momentos de crise, arte é um

ninguém acreditava e que se tornariam

informação e isso se reflete na arte.

grandes, como a lygia Clark, a Mira

por isso é importante a gente manter a

schendel, o sergio Camargo, o Amilcar de

tradição com os artistas contemporâne-

gosta. e se o que gostamos pode ser um

Castro, o Tunga... e ainda criou o instituto

os, como Waltércio Caldas. ele mantém a

investimento, melhor. É uma maneira

de Arte Contemporânea. ela lida com

coerência, com um trabalho inovador.

de conviver com algo que nos faz feliz.

pessoas com muito carinho, assim como eu. nós nascemos quase na mesmo dia. somos cancerianas e acho que trabalhar

Quem são os seus artistas preferidos? Tenho um carinho especial pelo ser-

bom investimento? Temos que procurar o que a gente

devemos buscar uma obra que nos toque o coração, que tenha um significado único e lhe traga um sentimento de alegria.

juntas é até uma coisa fácil, pois temos

gio Camargo e pelo Waltercio Caldas que

pense que a obra de arte pode ser para a

uma linguagem parecida.

conheço desde pequena e ficava olhando

vida toda.

E o interesse pela arte?

o que eles faziam. A Carla Chaim foi a pri-

desde pequena eu achava surre-

meira artista que eu trouxe para a galeria

al ver que um quadro valia tanto. em 2008, quando eu trabalhava no mercado financeiro, veio a crise. Havia todos aqueles fundamentos dos economistas

e tenho um carinho especial também. o que você tem na parede de casa? Além dos artistas que falei anterior-

Você sempre foi zen? Tenho essa filosofia, mas também sou muito obstinada com trabalho, exigente comigo mesma. sempre gostei de acreditar no bem e não julgar as coisas. o que muitas vezes não é fácil.

e diretores do banco, mas ficou claro que

mente, tenho [Arthur] piza, [Jésus] soto,

Qual é o seu mundo?

ninguém sabia o que aconteceria. Vi que o

[Carlos] Cruz-diez, iole de Freitas, sérvulo

É onde me sinto feliz. precisamos tra-

mundo da arte não era tão surreal.

esmeraldo, Wolfram ullrich, Geórgia

balhar e ter a recompensa, que é viajar ou

Kyriakakis, Celia euvaldo e ding Musa.

estar em casa cercado de pessoas legais.

Como vê a arte contemporânea?

SEtEmBRo 2015

mit REVISTA

35


COMBUSTÍVEL

BEBIDAS PARA ABASTECER A ALMA

POR MARCELLO BORGES

Vai uma aguinha? Vodca – diminutivo de voda, água em russo – é uma das bebidas mais populares e consumidas do mundo

P

olônia, China e

Em sua linha há aromas como tangerina,

Japão querem

lima e outros. A Finlandia pura tem a

para si o mérito de

cevada bem clara ao nariz, com grande

sua criação, mas a

suavidade. Custa cerca de R$ 70.

maioria acredita na hipótese

a Belvedere tem toques de baunilha,

vodca é simples: destila-se

especiarias e avelãs. Seu corpo médio

o mosto produzido pela

e final é longo: é produzida com centeio

fermentação de uma mistura

polonês e passa por um processo

de grãos ou de batata

quádruplo de destilação. Há várias

triturados com água, malte

versões da Belvedere, inclusive a

e levedo, geralmente em

Unfiltered, a Intense (com 50% de teor

destilação contínua. A bebida

alcoólico) e com frutas como manga.

é retificada com a remoção

Custa por volta de R$ 110.

das impurezas e se chega a

Brasil é a Stolichnaya, produzida em

ajustado com água até se

parte na Rússia (o álcool é destilado

diminuir para 40% ou menos.

lá) com água da Letônia, onde ela é de destilação e é feita de trigo e cevada,

aroma do que as ocidentais.

dando-lhe sabor levemente adocicado

Já as russas costumam

e cremoso. Custa cerca de R$ 70. Caso

ser mais suaves e não têm

o caro leitor queira uma “aguinha”

o adocicado daquelas.

diferente, pense na Stolichnaya Elit. Tem

As ocidentais são puras e

garrafa elegante, é triplamente destilada filtragem aprimorada, com mais corpo e

no mundo, o martíni de vodca, era o

textura suave: sai na faixa de R$ 230. Agora, se é para comemorar em alto

secreto gostava que seu drinque viesse

estilo, considere a edição de apenas 300

“batido e não mexido” – embora os

exemplares da Elit – a Stolichnaya Elit

puristas aleguem que bater o coquetel

Himalayan Edition, feita com água de

deixa-o turvo... Coisas de mixologistas.

reservatórios subterrâneos do Himalaia,

Como o nome sugere, a Finlandia é

FOTOS: DIVULGAÇÃO

e resfriada a 18ºC negativos para

Um dos coquetéis mais produzidos predileto de James Bond. O agente

SETEMBRO 2015

engarrafada. Passa por quatro ciclos

oferecem mais sabor e

límpidas, de aroma neutro.

MIT REVISTA

Uma das vodcas mais vendidas no

um teor de 90% de álcool,

As vodcas polonesas

36

Exemplo de vodca polonesa bacana,

de que ela seja russa. Fazer

misturada com trigo russo da região de

produzida no país que consagrou Jean

Tambov. A garrafa é soprada e cada uma

Sibelius e Kimi Räikkönen. Feita com

vem com um picador de gelo folheado

cevada e água de geleira, é destilada

a ouro. O líquido é um pouco mais

no povoado de Koskenkorva e diluída,

aveludado e frutado. Tem toques cítricos

aromatizada e engarrafada em Rajamäki.

e florais. E sai pela bagatela de US$ 3 mil.


MIT4FUN

EQUIPAMENTO COM A MARCA DOS TRÊS DIAMANTES

Hora do esporte Seis objetos que são pura diversão

2

3

4

5

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1

6

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SETEMBRO 2015

MIT REVISTA

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andersen ulf/sipa

mundo sem fronteiras capa

38

Mit revista

seteMbro 2015


BernardO GiMenez/COrBis

O

V I A J A N T E

I N C A N S Á V E L

ViVeU poUco, Mas iNteNsaMeNte. especiaLista eM obJetos De arte, botoU o pÉ Na estraDa e reiNVeNtoU UM GÊNero LiterÁrio: a NarratiVa De ViaGeNs pOr WaLtersoN sarDeNberG so

seteMbro 2015

Mit revista

39


mundo sem fronteiras capa

inglês Bruce Chatwin viveu só 48 anos. publicou apenas cinco livros em vida. raros escritores de sua geração, no entanto, se transformaram, como ele, em lenda. Mais que isso: em estandarte de uma devoção estética – e até existencial. ao morrer de aids em janeiro de 1989, seu obituário nos jornais fora da inglaterra não mereceu mais do que um rodapé. e daí? desde

segundo Chatwin, o homem, desde que passou a andar ereto, adicionou ao sistema nervoso o irresistível apelo de transpor longas distâncias. negar-se a esse impulso atávico era exilar-se da condição humana

então, sua influência vem abrindo trilhas em todos os quadrantes do planeta. Como fizera, por sinal, o próprio Chatwin,

Chatwin não foi, porém, um viajante autocentrado nas pró-

um mochileiro pertinaz, ao desbravar o egito, o afeganistão, a

prias experiências, um beatnik redivivo. nem tampouco um

Turquia, a Mauritânia, o Mali, o Marrocos, a Índia, a austrália e

adepto da prosa instantânea, inimiga do ato de burilar. Culto,

as patagônias argentina e chilena. O nordeste do Brasil, inclu-

observador meticuloso, capaz de analogias eruditas, dono de

sive. ele guardava, por exemplo, ótimas lembranças de picos,

um estilo requintado e vivaz, reinventou um gênero literário: a

cidade de 74 mil habitantes no piauí. ali, surpreso, viu obras de

narrativa de viagem.

Oscar Wilde e andré Malraux na vitrine de uma livraria. não pense, porém, em um caminhante desleixado. embora

40

HoMeNs e MULHeres

trajando jeans surrados e camisas cáqui, Chatwin mantinha

Três de seus livros publicados em vida são fundamenta-

o penteado impecável e calçava meias de uma alvura imacu-

dos nessas andanças. O instigante Na Patagônia (1977) foi

lada. era um dândi, que fazia suas anotações em diminutos

o primeiro deles, escrito depois de visitar as terras inóspitas

cadernos com papel de ótima qualidade e com a capa preta

dos extremos do Cone sul. nessa jornada, Chatwin colheu

circundada por um elástico. sim, os Moleskines – nome, por

maravilhosas histórias de imigrantes galeses, ingleses e per-

sinal, da lavra do escritor. Boa parte da fama póstuma de Cha-

sas, separados do mundo pela inclemente geografia e pelas

twin se deve, é bem verdade, à aragem romântica em torno

dificuldades de convivência. Cada capítulo pode ser lido como

dessa personalidade de andarilho irrequieto. “Tenho a com-

um conto independente – cortante como os ventos da região.

pulsão de vagabundear e voltar, como uma ave migratória”,

ao menos na terra natal do autor, o livro começou a forjar

dizia. Gostava de citar o físico e filósofo francês Blaise pascal:

admiradores entusiasmados. entre eles, o romancista andrew

“nossa natureza reside no movimento. a calma completa é a

Harvey, 63 anos, autor de mais de 30 volumes: “na inglaterra,

morte”. Chatwin baseava seu nomadismo em uma teoria mui-

quase todo escritor da minha geração algum dia já quis, morto

to particular – a partir do momento em que o homem passou

de inveja, ser Bruce Chatwin, ser falado como ele e, acima de

a caminhar ereto, adicionou ao sistema nervoso o irresistível

tudo, ter escrito os livros que ele escreveu”. essa fama, no en-

apelo de transpor longas distâncias. negar-se a esse impulso

tanto, vinha acompanhada de outra, muito incômoda, da qual o

atávico era exilar-se da própria condição humana.

nômade dos Moleskines nunca mais se livraria: a de um repór-

Mit revista

seteMbro 2015


TOpfOTO

avaliar objetos de arte era um dos prazeres de chatwin

seteMbro 2015

Mit revista

41


mundo sem fronteiras capa ter pouco afeito a se ater ao que via e ouvia. Vários moradores da patagônia, personagens do livro, reagiram com indignação, acusando o escritor de distorcer e inventar fatos, além de observar a cultura local com visível menosprezo. nem mesmo nicholas shakespeare, velho camarada de Chatwin e autor de uma elogiada biografia sobre o amigo, acredita que o escritor

aos 18 anos, foi trabalhar na casa de leilões sotheby’s, em Londres. tinha tal vocação para descobrir objetos de arte falsificados que chegou a diretor. um dia, chutou tudo para o alto. Como costumava fazer

seguisse a ética de uma observação imparcial – se é que isso existe – em seus relatos de viagem. longe disso. ainda assim, tem uma frase de efeito para justificar-lhe a conduta: “Chatwin não contava uma meia verdade, mas uma verdade e meia”.

para a patagônia por quatro meses”. na verdade, seriam seis. nascido em 1940 em uma família de classe média na cidade de sheffield, Chatwin foi criado na casa dos avós, em

O escritor peruano Mario Vargas llosa, prêmio nobel de li-

um lugarejo de 6 mil habitantes. seu pai, advogado, servia na

teratura de 2010, vê nessa tendência de ultrapassar a fronteira

Marinha. Mais tarde, a família mudou-se para uma cidade pró-

– tênue, diriam alguns – entre a realidade e a ficção não ne-

xima à industrial Birmingham, onde o garoto passava os dias

cessariamente uma fraqueza ou atitude condenável no aspecto

lendo, recluso. aos 18 anos, conseguiu emprego em londres,

moral. Mas a própria essência da arte de Chatwin. eis sua aná-

na sotheby’s (veja reportagem sobre a casa de leilões na pá-

lise: “erudição e fantasia, documento e delírio, humor e ciência,

gina 82). demonstrou tamanha vocação para flagrar objetos

invento e investigação se fundem de uma maneira inextricável,

de arte falsificados que ascendeu a diretor, especializado em

graças a uma prosa de enorme eficácia integradora: precisa

impressionismo. isso lhe custou tamanho empenho da visão

como um relógio, fluida, risonha, de rica textura, delicada, ele-

que, em 1966, um oftalmologista recomendou-lhe uma tem-

gante e escrupulosa”. em defesa de Chatwin, pode-se dizer, ainda, que ele não tomava liberdades apenas em relação às narrativas ouvidas na patagônia ou alhures. sua própria vida foi um contínuo exercício do desprendimento. aos 25 anos, casou-se com uma amiga, a americana elireprOduçãO

sabeth Chanler, com quem repartiria lençóis por uma década e meia e a quem estaria ligado até os últimos dias. nem por isso deixou de ter uma agitada vida homosse-

porada longe das lupas. Chatwin debandou para o sudão. na

xual, embora sem fazer disso uma bandeira. “ele era de uma

volta, esnobou a sotheby’s e foi cursar arqueologia em edim-

beleza que chamava a atenção de homens e mulheres”, disse

burgo, escócia. sempre inquieto, não esquentou cadeira.

a escritora americana susan sontag, sua amiga.

dois anos depois, arrumou o tal emprego no Sunday Times. logo seria guindado a repórter especial. entre muitas viagens,

42

“VÁ por MiM”

entrevistou o romancista francês andré Malraux e indira Gan-

Chatwin não desmentia as histórias folclóricas a seu res-

dhi. em uma carta contou que, no decorrer da conversa com a

peito, imaginando que, de alguma maneira, lhe aumentariam

primeira-ministra da Índia, viu um macaco, animal sagrado para

a notoriedade. Conta-se que, na juventude, ele foi a uma festa

o hinduísmo, insistindo em levantar, travesso, o vestido da go-

usando como cinto uma serpente píton – viva, é claro. em ou-

vernante. a mais lendária de suas entrevistas ocorreu em paris.

tra ocasião teria sido flagrado por um guarda nas montanhas

Chatwin papeava com eileen Gray – figu-

do Oregon, nos estados unidos, caminhando nu e de botas.

ra histórica do modernismo – no aparta-

na Índia, depois de uns tapas em um cigarro de marijuana, re-

mento da arquiteta e designer quando viu

citou trechos do livro sagrado Bhagavad-Gita. Bem, isso raul

um quadro na parede. era um mapa da

seixas também fez. Mas não como Chatwin: em sânscrito.

patagônia pintado por ela. “sempre quis

sua história mais célebre relata a maneira despojada com

ir para lá”, disse o repórter, apontando o

que o então repórter especial do jornal The Sunday Times avi-

mapa. eileen, aos 93 anos, incentivou: “eu

sou a chefia da viagem que mudaria sua vida, em 1974: “fui

também. Vá por mim”. eis o mote.

Mit revista

seteMbro 2015

ele percorreu os descampados e a região das geleiras na patagônia antes de escrever o seu primeiro livro. esteve nos rios do benim, na África, para criar o segundo. a zona rural do país de Gales inspirou o terceiro


setembro 2015

mit revista

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glyn davis/corbis

massimo borchi/corbis

corbis

macduff everton/corbis


arquiVO pessOa/luiz sCHWarCz

mundo sem fronteiras capa

eVe arnOld/MaGnuM pHOTOs

em vez de gravar, chatwin preferia anotar suas entrevistas. acima, carta para o seu editor no brasil, Luiz schwarcz

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Mit revista

seteMbro 2015


sUrGe UM roMaNcista O sucesso e, ao mesmo tempo, a repercussão negativa de Na Patagônia (1977) deixaram Chatwin com um pé atrás antes de escrever seu segundo relato de viagens. Havia descoberto a rocambolesca história de francisco félix de sousa (1754-1849). nascido em salvador, filho de um português comerciante de

Para escrever seu segundo livro, ele esteve na Bahia, em Pernambuco e no Piauí. Gostou tanto que pretendia passar a velhice no Brasil. de preferência, na cidade de Cachoeira. não teve tempo para isso

escravos e de uma escrava, francisco foi alforriado pelo próprio pai aos 17 anos. por volta de 1800 mudou-se para a África, onde

um tempo turbulento (a “era dos extremos”, na definição do

se transformaria em bem-sucedido traficante de escravos. as-

historiador eric Hobsbawm). O livro, brilhante, rendeu-lhe prê-

sim nasceu O Vice-Rei de Uidá (The Viceroy of Ouidah), de 1980.

mios literários. O mais intrigante: ao contrário de Chatwin, os

desta feita, escaldado, Chatwin resolveu deixar claro, já a partir

personagens incorporam um imobilismo indevassável, presos

do nome do personagem principal – trocado para francisco

à terra como amêndoas em uma barra de chocolate.

Manuel da silva –, sua desobrigação com a fidelidade aos fatos. O livro é uma ficção assumida, embora com base na história.

paLetÓ braNco, cHapÉU paNaMÁ

ainda assim, Chatwin levou suas cadernetas Moleskine para o

Também é assim com kaspar utz, o protagonista de Utz

Benim, na África, e para o nordeste brasileiro. esteve na Bahia,

(1988), o derradeiro livro publicado em vida por Chatwin – e

no piauí e em pernambuco. em carta ao seu editor no Brasil,

mais um romance. O personagem principal tem raras chances

luiz schwarcz, da Companhia das letras, narra um episódio

de desertar da Tchecoslováquia dominada pelos soviéticos nos

que parece um argumento de Glauber rocha.

anos 1970, mas é incapaz desse gesto libertador em virtude de

recomendado pelo antropólogo Gilberto freyre, Chatwin

um apego patológico à sua coleção de porcelanas. de certa ma-

foi, segundo conta, a “uma igreja de uma irmandade negra

neira, Chatwin intensificou em sua obra a própria ambivalência

em Olinda” e, depois, à ilha de itamaracá. queria conhecer

entre o cidadão urbano, apreciador de arte e de ambientes so-

uma fazenda centenária, ainda com casa grande, senzala e

fisticados e, por outro lado, o caminhante desprendido. Chamá-

engenho de açúcar intatos. perturbado pelas imagens da via-

-lo de contradição ambulante não é um lugar-comum.

-crúcis do Cristo ensanguentado que viu na tal igreja, “incons-

entre um romance e outro, Chatwin escreveu seu terceiro

cientemente” invadiu uma cadeia que abrigava presos políti-

grande relato de viagem, The Songlines (O Rastro dos Cantos),

cos em itamaracá. foi detido, algemado e levado a um lugar

de 1987. dessa vez, debruçou-se sobre a saga dos aborígenes

“onde havia um retrato do general Geisel com um olhar não

da austrália. para Chatwin são nômades com a ideia precisa de

muito amigável pregado na parede”. embora se apresentasse

seu espaço territorial. Cada tribo, cada clã, conhecia sua deli-

como escritor, e conhecido de Gilberto freyre e roberto Bur-

mitação geográfica, embora delicadamente definida por linhas

le-Marx, viu-se confundido com “um padre marxista”. por fim,

musicais, legadas pelas gerações. nessa mitologia, a música

os algozes o fizeram traduzir suas anotações dos Moleskines:

antecedeu tudo: as palavras e a própria natureza. não é um

“quando cheguei à descrição dos ferimentos do Cristo Morto,

trabalho etnográfico, estruturado sobre cânones acadêmicos.

eles pareciam imaginar que isso era também uma descrição,

Mas um tributo à inquietude e à criatividade humana.

em código, do trabalho deles”. O escritor temeu pelo pior, mas

Chatwin negou o quanto pôde que tivesse aids. no começo,

tudo foi esclarecido. freyre, afinal, era figura benquista pelos

dizia ter sido vítima de uma estranha enfermidade contraída

militares. por fim, exigiu um carro com motorista para levá-lo

na China. quando admitiu a síndrome, contou que fora infec-

de volta ao hotel no recife.

tado em virtude de um estupro no Benim. finalmente, atribuiu

À altura do lançamento de O Vice-Rei de Uidá – que mais

a doença às andanças pelos bares barra-pesada de nova york.

tarde seria adaptado para o cinema por Werner Herzog –, Cha-

Como naquela canção de lou reed, Chatwin sempre gostou

twin passou a viver em um limbo das letras. para os arqueó-

de andar pelo wild side da vida.

logos, não passava de um aprendiz. Os antropólogos o viam

Morreu em nice, sul da frança, lamentando ter ainda mui-

como um pesquisador sem método. Os críticos literários o

to a viajar. Menos de dois anos antes, escrevera uma carta a

reduziam a escritor de viagens. nem os livreiros sabiam onde

luiz schwarcz em que predizia seu futuro: “Tenho a fantasia

enquadrá-lo. suas obras acabaram em uma prateleira inédita,

de, um dia, quando (e se) eu ficar velho, me tornar um cava-

a da “nova não ficção”. Talvez por isso, seu livro seguinte foi um

lheiro de paletó branco, chapéu-panamá e bengala, morando

romance. Colina Negra (On the Black Hill), de 1992, é a história

em cima de um café numa cidade brasileira do nordeste (Ca-

de dois irmãos que, nascidos em 1900 na fronteira da inglater-

choeira, próximo à costa da Bahia, me cairia bem), quando

ra com o país de Gales, enfurnados no meio rural e alheios a

iria, finalmente, conhecer a literatura de meu próprio país e ler

tudo, veem o século 20 passar sem se darem conta de viver em

Jane austen ou dickens com uma sensação de descoberta”. seteMbro 2015

Mit revista

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mundo sem fronteiras viagem

Cama ratuba Barra de

esqueceram de mim isolado e desconhecido, o pequeno vilarejo no litoral da ParaĂ­ba respira a nova brisa do turismo ambiental

por luis patriani

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fotos nelson mello


a uma imensa riqueza fluvial e 14 quil么metros de praia: fortes atrativos

setembro 2015

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mundo sem fronteiras viagem

Caranguejos-uça, praias desertas, mangues e a balsa rústica com uma l200: circulando em um dos poucos trechos imaculados do nosso litoral

A

o contrário do vento, que sopra rapidamente,

cinturão verde do parque Ecológico do Caranguejo-Uçá, área

forma dunas, esculpe falésias e, de bandeja,

de mangue de 160 hectares criada para proteger o crustáceo

serve ondas notáveis a surfistas e kitesur-

ameaçado de extinção. o passeio pelo labirinto de canais do

fistas, Barra de Camaratuba anda devagar.

manguezal, criado pela oNG sos Caranguejo Uçá, é feito com

Quase parando. Neste pacato e ensolarado

boias que permitem deixar-se levar pela força das marés até a

povoado no litoral norte da paraíba, a natu-

foz do rio Camaratuba. A rota no sentido contrário se dá com

reza agradece e aplaude o descompromisso dos pescadores

a maré cheia. A inusitada “navegação” sai da foz, segue pelo

locais com a pressa e o “progresso”. Desconhecida até mesmo

leito do rio para depois entrar no mangue por um de seus inú-

pelos moradores de João pessoa e Natal (rN), Barra de Ca-

meros furos. pelo caminho, divisam-se caranguejos aratu, de

maratuba, que faz parte do município de Mataraca e está localizada a meio caminho entre as duas capitais nordestinas, vê no ainda incipiente turismo ecológico uma alternativa promissora. Mas sem correria. o termo em voga no lugarejo, onde

Barra de Camaratuba fica a meio caminho entre duas capitais: natal e João pessoa

natal rio grande do norte

poucas e boas pousadas dividem o espaço com as

101

singelas casas dos moradores, é a sustentabilidade. os motivos para que o chavão seja pronunciado

Barra de Camaratuba

e praticado com todas as letras é evidente. Basta olhar em volta. Ao sul da vila, esparramam-se 14 quilômetros de praias desertas da reserva dos potiguaras – uma das cinco demarcações de terras indígenas na costa do Brasil. Ao norte, outros 12 quilômetros de praias virgens revelam-se em plena forma. Colocando-se de costas para o mar, avista-se o 48

mit revista

setemBro 2015

p a r a Í B a

Campina Grande

101

João pessoa


carapaça vermelha e bastante apreciados na culinária local; o

As praias da reserva dos índios potiguaras, por sua vez, po-

guaiamum, de coloração azulada; e o já citado uçá, cuja cole-

dem ser desbravadas a pé a partir do rio Camaratuba ou de

ta foi proibida por ser espécie muito visada antes da primeira

carro (cruzando o rio de balsa) pela estrada que percorre as

reprodução.

24 aldeias do território indígena (que congregam 12 mil pesso-

fora d’água, há duas formas de percorrer as praias ao nor-

as), passando pelo alto das falésias, cuja vista panorâmica vai

te de Barra de Camaratuba: em um delicioso trekking ou de

até a baía da traição. Conforme a posição do sol, esses enor-

quadriciclo. o destino é a Barra do Guaju, já na divisa com o

mes paredões formados há milhões de anos pela erosão se

rio Grande do Norte. No cenário, saltam aos olhos as imen-

mostram entre o vermelho e o alaranjado. Impossível ignorar

sas torres de um parque de geração de energia eólica. No mar,

o aculturamento dos potiguaras, mas há praias intactas, como

corais de arenito (não abrigam vida marinha) emergem como

a do tumbá – onde os últimos 500 anos parecem não ter feito

plataformas de rocha expostas. parada obrigatória é a praia

estrago algum. Hora de parar o carro e, sem pressa, no ritmo

da Baleia, banhada por águas com nuances que vão do azul-

da Barra de Camaratuba, mergulhar em um dos poucos peda-

-turquesa ao verde-esmeralda. A praia fica quase no cotovelo

ços imaculados do litoral brasileiro.

do país (extremo mais próximo da África). É nesse ponto que começam a se formar as grandes regiões de dunas móveis do litoral nordestino, que seguem em direção ao rio Grande do Norte, Ceará, piauí e Maranhão. poucos quilômetros depois, chega-se à barra do rio Guaju. A água doce refresca e contrasta com a maresia do ambiente. Do outro lado do delicioso curso d’água, transposto de balsa, já no rio Grande do Norte, a dica é conhecer a charmosa vila do sagi, onde está a Mata Estrela,

onde fiCar n porto das ondas: tel. (83) 3297-7029 n aldeia de Camaratuba: tel. (83) 8787-1843 n Barra adventure: tel. (83) 8767-2828 onde Comer n porto das ondas: tel. (83) 3297-7029 n Barra adventure: tel. (83) 8767-2828

tida como a maior reserva de mata Atlântica sobre dunas. setemBro 2015

mit revista

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MUNDO SEM FRONTEIRAS BEBIDA

DRINQUE COM ROTEIRO

UM COQUETEL SÓ GANHA DE FATO DESTAQUE SE APARECER NAS TELAS DO CINEMA. E NAS MÃOS DE UMA ESTRELA POR XAVIER BARTABURU

P

COLAGEM KEN TANAKA

ipoca combina com cinema apenas na plateia. Na tela – e nos bastidores –, quem manda é o álcool. Manda e dita a moda por meio de drinques celebrizados nas mãos de artistas. Tomemos o old fashioned como exemplo. Esse mix de bourbon, açúcar e bíter, reza a lenda, já era consumido nos saloons da América profunda desde o início do século 19 (embora sua data de nasci-

mento oficial seja a década de 1880). Mas só ganhou o mundo ao balançar nas coqueteleiras do barman do Waldorf-Astoria, hotel emblemático de Nova York em cujos corredores circularam, na década de 1950, figuras como Ava Gardner, Marilyn Monroe, Katharine Hepburn, Gregory Peck e Marlene Dietrich. Foi quase imediato: o que os astros bebiam, o planeta passou a consumir. Depois, o mundo se cansou do old fashioned – como parece ser o destino dos coquetéis vintage. Até que, pouco tempo atrás, do nada, ele reapareceu. Agora na TV, nas mãos de John Hamm, protagonista da série Mad Men. Na primeira temporada, há oito anos, ninguém se lembrava do coquetel. Hoje está em todos os cardápios. Alguém um dia há de se dar o trabalho de estudar (se é que já não o fizeram) qual a sinistra razão que faz as pessoas cultuarem estrelas de cinema, mas o fato é que ninguém lança moda como elas. Com os drinques não é diferente. E tem sido assim desde o alvorecer do cinema falado, quando Clark Gable, no filme Tudo Pode Acontecer, de 1935, empunha uma taça de dry martíni, brindando à chegada de novos tempos. Ali, não só Hollywood se despedia de uma vez por todas do cinema mudo como também os Estados Unidos celebravam o fim da lei seca. E o público, atônito, descobria que seus ídolos não

só falavam como também bebiam. E bebiam, sobretudo, dry martíni. Bastaram alguns filmes e um pouco de publicidade extra, patrocinada por escritores como Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald, além de estadistas como Franklin Roosevelt e Winston Churchill, para que o potente encontro entre o vermute e o gim se consolidasse como o ícone etílico dos anos 1930. Uma bebida definida pelo jornalista H.L. Mencken como “a única invenção americana tão perfeita quanto o soneto”.


SETEMBRO 2015

MIT REVISTA

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FOTO DO FILME: OTHER IMAGES / FOTO DO DRINQUE: GLOW IMAGES

FOTO DO FILME: AGB PHOTOS / FOTO DO DRINQUE: GLOW IMAGES

MUNDO SEM FRONTEIRAS BEBIDA

Raro nos cardápios por décadas, ele ressuscitou nos anos 1960 quando Sean Connery, na pele de James Bond no filme 007 Contra o Satânico Dr. No, pede um vésper: dry martíni acrescido de vodca, “shaken, not stirred” – batido na coqueteleira, não mexido. Não foi o vésper, porém, a primeira bebida na vida de Bond. Nas páginas iniciais de Casino Royale, livro inaugural da saga escrito em 1953 por Ian Fleming, o espião pede um americano, criação italiana – apesar do nome – que mistura o bíter Campari ao vermute Cinzano. Mas fica por isso mesmo, já que, alguns capítulos mais adiante, no mesmo livro, tográfico, o desdém deve ser a sina do pobre americano, pois quem se consagrou de fato foi seu derivado, o negroni – versão inventada em Florença à qual se acrescentou o gim. Este, sim, caiu nas graças de gente como Orson Welles, que o descobriu nos anos 1940, quando esteve em Roma para filmar Memórias de um Mágico.. Tornou-se seu coquetel predileto, além de presença garantida em diversas fitas ambientadas na Itália. Caso de Em Roma, na Primavera,, estrelado por Vivien Leigh e depois refilmado com Helen Mirren. A pátria de Baco também foi o berço do bellini, este ainda mais prestigiado pelo jet set – talvez pelo fato de ter sido criado em Veneza, palco de 52

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FOTO DO FILME: AGB PHOTOS / FOTO DO DRINQUE: AGB PHOTOS

ele dita a receita do vésper. Do ponto de vista literário e cinema-


Johnn Hamm fez pelo old fashioned aquilo que Sean Connery fez pelo vésper, Penelope Cruz pelo mojito e Vivian Leigh pelo negroni

um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, talvez por um certo glamour proporcionado pelo prosecco, servido com suco de pêssego numa taça de champanhe. Talvez por ambas as razões. Inventado no boteco mais célebre da cidade, o Harry’s Bar, o bellini tornou-se aperitivo quase obrigatório de astros e estrelas desde sua criação, em 1948. Tempo convidados –

suficiente para incluir nomes que vão de Luchino

entre eles Lana

FOTO DO FILME: REPRODUÇÃO / FOTO DO DRINQUE: AGB PHOTOS

Visconti a Woody Allen. Outro drinque que carrega o cinema na alma é a margarita, à base de tequila, suco de limão e licor de laranja.

Turner e John Wayne. E outra lenda atesta ainda

São muitas as hipóteses por trás de sua criação, mas to-

que a margarita surgiu numa taverna

das, curiosamente, ligadas a Hollywood. A começar pela

de beira de estrada na Baja California, perto de Ro-

dançarina que supostamente teria inspirado sua ori-

sarito Beach, praia da moda das celebridades cine-

gem num nightclub: uma certa Margarita Cansino, que o mundo viria a conhecer depois como Rita Hayworth.

matográficas dos anos 1940. Igualmente envolto em disputas sobre

Outra versão fala de uma festa organizada no Na-

sua paternidade, o bloody mary lista pelo

tal de 1948 pela socialite Margarita Sames em

menos três candidatos: o barman do outro

sua mansão em Acapulco. Ela teria bolado

Harry’s Bar – este em Paris, frequentado

a mistura ali mesmo, no calor do momen-

por Humphrey Bogart –; seu colega do

to, para tornar a tequila mais palatável aos

hotel Ritz, também na capital francesa, SETEMBRO 2015

MIT REVISTA

53


MUNDO SEM FRONTEIRAS BEBIDA

que diz tê-lo inventado a pedido de ninguém menos que Ernest

gás, suco de limão, açúcar, folhas de hortelã e gelo tornava-

Hemingway; e ainda um tal de George Jessel, ator obscuro que,

-se o terceiro drinque mais consumido nos Estados Unidos.

se não granjeou fama nas telas, ao menos teve a feliz ideia de

Hollywood sacou e encheu suas produções de mojitos – da

misturar vodca com suco de tomate.

nova versão da série Miami Vice a mais um filme de James

Seja como for, todos esses casos comprovam a tese de

Bond (de novo ele), 007: Um Novo Dia para Morrer. Até Pedro

que, uma vez na mão de uma celebridade, um drinque se

Almodóvar entrou na onda, com o filme Volver, em que Pe-

tornará célebre também. Às vezes acontece o contrário, ou

nélope Cruz se revela uma mestra tanto na arte de preparar

seja, é o cinema que, atento às tendências, se apressa em

mojitos quanto na de enterrar os fantasmas do passado.

incluí-las nos roteiros, possivelmente como forma de captu-

O mesmo ocorreu com a nossa caipirinha, que cavou seu

rar o espírito de seu tempo. Aconteceu com o manhattan,

espaço entre os gringos na esteira do mojito e acabou virando

que nos anos 1950 tornou-se o segundo aperitivo mais po-

moda nas festas da Europa e nas churrascarias brasileiras dos

pular do mundo, depois do dry martíni. E onde foi parar? Nas

EUA. Os astros ajudaram, é claro: quem viesse nos visitar sem-

mãos de Marilyn Monroe, na comédia Quanto Mais Quente

pre levava uma cachaça na bagagem e a recei-

Melhor. “Você tem vermute?”, ela pergunta, metida num

ta na cabeça. Madonna, Liza Minelli e Frank

peignoir preto. “Tenho um pouco de bourbon. Vamos fazer

Sinatra foram alguns que se disseram enfei-

manhattans!” Resultado: o que era para ser uma viagem de

tiçados pelo coquetel nativo. Ao contrário do

trem acaba virando uma festa – para nossos olhos também.

mojito, porém, a caipirinha ainda não chegou

Outro que se aproveitou da moda nos bares foi o moji-

Os prognósticos, ao menos, são bons:

o começo do milênio atual. Antes, sua fama se restringia a

mais de 60 países já importam nossa

Cuba, particularmente a La Bodeguita del Medio, boteco de

cachaça, o que a torna o terceiro desti-

Havana que teve, entre seus habitués, personalidades como

lado mais consumido no mundo. O que

Hemingway (sempre ele) e Brigitte Bardot. Já no século 21,

lhe falta, agora, é uma tela de cinema.

ao mesmo tempo que o voluptuoso frescor de estrelas como

E o brinde de uma estrela.

Jennifer Lopez e Shakira conquistava seu quinhão de fama nos palcos e nas telas, a mistura de rum branco, água com 54

lá. Ou seja, no cinema. Sabe-se lá o porquê.

to, favorecido pela onda latina que varre o planeta desde

MIT REVISTA

SETEMBRO 2015

Toque ler no tablet ■ Veja as receitas dospara drinques da MIT Revista as receitas

FOTO DO FILME: REPRODUÇÃO / FOTO DO DRINQUE: GLOW IMAGES

Marilyn Monroe e o manhattan: para sempre ligados


A CADA 15 MINUTOS, UM ELEFANTE É MORTO. NESSE RITMO, NÃO SOBRARÁ NENHUM VIVO NA NATUREZA ATÉ 2025

Há 15 milhões de anos os elefantes caminham livres pela natureza. Hoje, porém, devido ao consumo de objetos de marfim, caçadores ilegais abatem cerca de 36 mil elefantes por ano, um a cada 15 minutos. Você pode ajudar a acabar com isso. E não apenas deixando de comprar peças de marfim. Desde 1977 o David Sheldrick Wildlife Fund – DSWT luta pela conservação, preservação e proteção da vida selvagem. O DSWT combate a caça ilegal e resgata elefantes e rinocerontes órfãos em toda a África. Cuida deles até que possam voltar, já adultos, ao seu hábitat original. Saiba como ajudar acessando www.iworry.com


mundo 4x4 viagem

guepardo

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Mit revista

seteMbro 2015


mundo animal Hรก um lugar na ร frica que concentra a vida selvagem em quantidades inimaginรกveis. Bem-vindo ao delta do rio Okavango, em Botsuana por fernandO paiva fotos marciO scavOne

setembro 2015

mit revista

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mundo 4x4 viagem

BabuĂ­nos

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Mit revista

seteMbro 2015


C

hitabe, Duma tau, Vumbura plains. três pontinhos perdidos na imensidão do sul da África. Equidistantes, eles formam um triângulo equilátero com cerca de 120 quilômetros de lado. Ali se concentra uma impressionante quantidade de fauna e flora dentro de outro triângulo bem maior: o delta do

rio okavango, ao norte de Botsuana. À diferença dos rios célebres por seus deltas – Nilo, Mississípi, Mekong –, o okavango não deságua no mar. Nasce como rio Cubango nos contrafortes da serra do Moco, em Angola, e corre para sudeste por 1,7 mil quilômetros. Atravessa uma pequena faixa da Namíbia e, quando cruza a fronteira com Botsuana, troca de nome. Antes de desaparecer nas areias do Kalahari, deserto que domina 70% do território do país, o okavango se espraia. Durante as cheias, brotam dele milhares de canais, ilhas e lagoas numa área igual à do estado de sergipe – 22 mil quilômetros quadrados. trata-se do maior delta interno da terra. A exemplo do pantanal Mato-Grossense, com o qual se parece bastante, o delta tem sua vida totalmente regida pelas chuvas. tanto que vive ali a única população conhecida de

no delta do okavango a vida é regida pela chuva. Tanto que ali vive a única população conhecida de leões nadadores – durante as enchentes, eles são forçados a entrar na água para caçar antílopes e impalas leões nadadores – durante as enchentes, eles são forçados a entrar na água para caçar antílopes e impalas. Além dos leões, o maior oásis do mundo obviamente atrai outras espécies em busca de água e comida. só entre os mamíferos, são milhares de impalas, hipopótamos, elefantes, girafas, zebras, javalis, gnus, guepardos e leopardos. A maneira mais cômoda de se observar a riquíssima fauna do delta pode ser refestelado na poltrona, diante de um documentário de tV. Agora, nada se compara a conhecer ao vivo o local, hospedado num dos campos montados pela Wilderness safaris – como Chitabe, Duma tau e Vumbura plains. Chitabe foi o primeiro que visitamos, em abril deste ano, vindos da Zâmbia. A bordo do monomotor Cessna 206 de asa alta, tínhamos uma visão privilegiada do universo líquido lá embaixo. Durante o voo, Brian, o piloto escocês, nos fornecia um aperitivo do que veríamos de perto nos seis dias seguintes. “olhem lá”, apontou, enquanto baixava um pouco o avião. “Uma manada de nove elefantes cruzando o canal.” A quantidade de bichos em Botsuana impressiona mesmo quem já esteve nos países vizinhos. É comum visitantes do parque Nacional Kruger, na fronteira da África do sul com Moçambique, voltarem para casa deliciados quando conseguem setembro 2015

mit revista

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mundo 4x4 viagem

elefantes

completar a lista dos big five – elefante, leão, búfalo, rinoceron-

novamente e jantar. o sistema é de open bar, e a qualidade e

te e leopardo –, geralmente observados em pequenos grupos.

a variedade de bebidas impressiona. Depois que o sol se põe,

Diga-se a bem da verdade que há em Botsuana pouquíssimos

os hóspedes são sempre acompanhados por um funcionário,

rinocerontes. os demais, em compensação...

por causa da presença invisível dos bichos. Uma vida da qual

Inteiramente construído sobre deques suspensos de madeira – para permitir a circulação de animais rumo à água –, o campo de Chitabe é formado por oito tendas ultraconfortáveis. Há ainda restaurante, biblioteca, piscina, lojinha de suvenires e uma área para fogueira à noite. É o lugar perfeito para se desconectar totalmente do mundo – nenhum dos campos, aliás, tem sinal de celular, wi-fi ou in-

60

todos sentem saudade quando voltam para casa. Durante o primeiro passeio, encontramos algumas girafas.

os campos da Wilderness Safaris são o lugar perfeito para se desconectar totalmente do mundo – nenhum deles tem sinal de celular, wi-fi ou internet. detox digital absoluto

Depois, diversos hipopótamos. Isso sem falar nos babuínos e macacos-aranha, às dezenas. Agora, a sorte grande mesmo veio no fim da tarde: nada menos que cinco leopardos, verdadeiro recorde, pois eles são difíceis de serem vistos. Um deles havia acabado de abater um impala.

ternet. Detox digital absoluto. E se acontecer algo, uma emer-

ficamos ali, apreciando e filmando a refeição alheia. Guepar-

gência? simples, usa-se o rádio.

dos – ou cheetahs – são igualmente raros, mas não é que sur-

No delta do okavango, a rotina nos campos da Wilderness

preendemos três, dois filhotes e a mãe, brincando enquanto o

safaris se traduz em café da manhã às 6h, safári em veículo

sol se punha? Cena inesquecível. Em tempo: ainda demos de

4x4 aberto, brunch com bufê na volta, sesta, chá às 16h, safári

cara com três leões.

Mit revista

seteMbro 2015


antĂ­lope

setembro 2015

mit revista

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mundo 4x4 viagem

Leão

E, já que mencionamos o rei dos animais, convém saber que

de mopani, a vegetação local. Com fama de predadores violen-

em tsuana, a língua oficial, duma tau quer dizer “o rugido do

tos, os wild dogs são temidos. E, não fosse pelo cheiro acre de

leão”. Depois de duas noites em Chitabe, voamos para o cam-

urina, sua marca registrada, mais pareciam totós domésticos

po de Duma tau, às margens do rio Linyanti. Apesar do nome,

se divertindo. Depois do chá das 4, pudemos desfrutar do sos-

o lugar é conhecido por abrigar enormes manadas de elefan-

sego do Linyanti em um cruzeiro fluvial. foi um fim de tarde

tes e bandos de hipopótamos. tanto que em alguns pontos as

memorável, entre crocodilos e hipopótamos. E todos nós as-

passarelas descem ao nível do chão. tudo para facilitar o caminho desses paquidermes em direção ao rio. De madrugada, aliás, levamos um susto tremendo. Com a delicadeza que os caracteriza, um bando de hipopótamos resolveu se refrescar nas águas

de madrugada, levamos um susto tremendo. Com a delicadeza que os caracteriza, um bando de hipopótamos resolveu se refrescar no rio, passando sob o bangalô num tropel apavorante

do Linyanti, passando sob o bangalô num tropel apavorante.

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sistindo, boquiabertos, à majestosa bola de fogo sumir no horizonte para os lados da Namíbia. Uma surpresa marcou a segunda noite. Em vez de irmos para o restaurante, embarcamos no jipe. Ninguém disse para onde íamos. Cruzando a escuridão da savana

debaixo de um céu coalhado de estrelas, partido ao meio por

Em Duma tau, abrigando com conforto de sobra duas pes-

uma Via Láctea que parecia um rio de leite condensado, di-

soas, as tendas são em número de 10 – duas delas conjugadas,

visamos à distância alguns pontos de luz. Ao nos aproximar-

para famílias. De manhã cedinho, uma volta pela savana revelou

mos, encontramos um verdadeiro bush dinner, com direito a

um bando de cachorros selvagens brincando entre as moitas

fogueira, mesa comunitária e bar ao ar livre, ao lado da grelha

Mit revista

seteMbro 2015


impala

angOLa

fumegante onde o chef nos recebeu com um churrasco de dar

ZÂmBia

água na boca. sobre a grama, o enorme círculo de lampiões separava a festa do território dos animais “lá fora”. Na melhor

Kasane ZimBÁBUe

tradição africana, a noitada acabou com uma conversa coletiva ao pé do fogo, na qual cada um era convidado a contar

D E L TA D O O K AVA N G O

uma história.

namÍBia

Chegar a Vumbura plains, o mais luxuoso dos três lodges,

francistown ghanzi

BOtsUana selebi-phikwe

foi outra experiência formidável. Aqui é o território dos elefantes. por falar nisso, nenhum outro lugar tem tantos elefantes quanto Botsuana. Eles formam um contingente estimado em

DESERTO DE KALAHARI

90 mil – a mesma população de seres humanos de fran-

gaBOrOne

cistown, a segunda cidade do país. Na capital, Gaborone, vivem 230 mil pessoas.

tshabong

África África dO sUL

Num dos pontos mais privilegiados do delta, o Vumbura plains acena com 14 suítes, erguidas em uma arquitetura de linhas retas e aninhadas sob a sombra de um magnífico dossel de árvores. Cada bangalô

em Botsuana, as águas do delta do Okavango desaparecem nas areias do deserto de Kalahari, que ocupa 70% do país

tem 90 metros quadrados, e dois deles são duplos, para famílias. todo o serviço aqui é à la carte, e as suítes têm chusetemBrO 2015

mit reviSTa

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mundo 4x4 viagem

fErNANDo pAIVA

fotos: WILDErNEss sAfArI/DIVULGAção

vumbura plains é um dos lodges premium da Wilderness. abaixo, os guias ron e timmy

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mit reviSTa

setemBrO 2015


veiro interno e externo, além de piscina privativa. os bangalôs têm visão panorâmica de 180 graus para o delta.

amilcar guarda os objetos das provas, de pulseiras aos tênis. enquadrou e até como identificar um animal pelo esterco.até os números de peito das camisas

É difícil descrever a sensação de se estar completamente

Vumbura plains oferece um safári diferente, a pé. sim,

exposto à natureza, num território dominado pelos animais.

acompanhados pelos guias ron e timmy, deixamos o jipe e

topamos com um velho hipopótamo solitário numa lagoa (ha-

caminhamos, sempre em fila indiana, por duas horas savana

via sido expulso do bando por um macho jovem e mais forte),

afora. No caminho, um MBA completo sobre os diversos tipos

várias zebras, dezenas de pássaros e uma família de javalis

de pegadas, o grito de alerta dos pássaros conforme o tipo de

– “pumba”, brincavam os guias. À frente do pelotão, ron não

predador que se aproxima, como se posicionar contra o vento

desgrudava de seu fuzil de caça grossa em calibre .458 Win-

para não ser detectado, plantas venenosas, insetos, serpentes

chester Magnum, carregado com cinco cartuchos. Just in case.

as guardiãs do futuro Saiba mais sobre Botsuana e a Wilderness Safaris

B

otsuana é um dos países mais preservados do mundo e seus cidadãos se orgulham disso. Com 2 milhões de quilômetros quadrados – área equivalente à do paraná, de santa Catarina e do rio Grande do sul –, tem apenas 2 milhões de habitantes. Distante do ebola, cujo epicentro está a milhares de quilômetros dali, em serra Leoa, é a democracia mais estável e menos corrupta de todo o Continente Negro. o país vive do turismo, da pecuária e da exploração de diamantes. A renda per capita é de Us$ 17 mil – mais de duas vezes a do Brasil. para chegar lá o melhor é voar pela south African Airways para Joanesburgo. Com sede em Joanesburgo, África do sul, a Wilderness safaris é uma companhia pioneira no segmento de ecoturismo de luxo. Inaugurada em 1983, administra 50 campos em sete países: Botsuana, África do sul, Quênia, Namíbia, ilhas seychelles, Zâmbia e Zimbábue. Está presente nas listas de premiação de revistas respeitadas,

como a britânica Tatler ou a americana Travel + Leisure. Em todos os campos, uma filosofia é seguida à risca: oferecer o máximo de exclusividade em acomodações fincadas em lugares remotos – o mais perto possível da vida selvagem. A empresa controla ainda a Wilderness Air, uma frota própria de 40 aviões, sempre renovada, que faz a ligação entre os diversos campos. são monomotores Cessna 206, para seis ocupantes, e turboélices Cessna Caravan e super Caravan, para até 14 pessoas. Numa região com pouquíssimas estradas e na qual o transporte aéreo é vital, faz toda a diferença saber que a maioria das operadoras de safári na África trabalha com pessoal terceirizado, enquanto todos os pilotos e os mecânicos da Wilderness Air são funcionários exclusivos da empresa. A Wilderness safaris leva a sério a proteção ao meio ambiente. A empresa se destaca pela defesa e pela reintrodução de espécies de animais selvagens ameaçadas de extinção nos sete países

em que atua. Entre seus programas de responsabilidade social o mais premiado é o Children in the Wilderness. Não se trata de mero assistencialismo. o programa visa não só a educação e a alimentação de crianças moradoras de lugares remotos da África. também tem por objetivo criar líderes ambientais nessas comunidades. funciona assim: as crianças que vivem na vizinhança dos parques e das reservas frequentam escolas mantidas pelo Children in the Wilderness. Ali, não apenas aprendem a importância da preservação da natureza como são treinadas para atuar profissionalmente no local em que vivem. seja como guias, seja como técnicos especializados na fauna e na flora, tornam-se as guardiãs de seu patrimônio biológico e cultural para o futuro. n www.theglobalnomads.com.br n www.wilderness-safaris.com n www.flysaa.com

setemBrO 2015

mit reviSTa

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mundo 4x4 rally

Tríplice coroa

Mitsubishi l200 Triton faz bonito novamente – e é a grande vencedora de três categorias do rally dos Sertões 2015

victor eleuterio

por Thiago padovanni

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Mit revista

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Franciosi e Capoani levantam poeira rumo à vitória

setembro 2015

mit revista

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GuStAvo epiFANio

mundo 4x4 rally

S

uperar desafios, andar no limite, não ter medo do inesperado. Durante sete dias, os mais de 185 competidores do rally dos Sertões enfrentaram quase 3 mil quilômetros, na prova mais exigente do off-road brasileiro. terra, pedras, cascalho, estradas desafiadoras e um festival de saltos cinematográficos marcaram essa jornada pelo interior do Brasil.

pela primeira vez, o evento largou em direção ao sul, atravessando os estados de

Goiás, Mato Grosso do Sul, São paulo e paraná. provando sua força e resistência, a Mitsubishi l200 triton fez jus ao título de “casca Grossa”. Foi a grande campeã em três categorias: protótipos t1, pró Brasil e Super production. A Mitsubishi competiu com veículos de nove marcas, entre elas land rover, toyota, Ford, volkswagen, chevrolet e troller. proTóTipoS T1 João Franciosi e rafael capoani, da equipe Mitsubishi petrobras, conquistaram o terceiro título consecutivo na protótipos t1. o choro de Franciosi no momento da chegada refletiu uma longa marcha cheia de desafios, vencida com muita garra e obstinação. A dupla teve uma performance impecável – liderou o rali desde o primeiro dia. “este foi mais um rali de superação, que nos pregou várias surpresas”, disse Franciosi, ainda com lágrimas nos olhos pela emoção da conquista. “Não achávamos que seria tão duro como foi.” Segundo Franciosi, a l200 triton Sr mostrou-se decisiva para a vitória. “A suspensão foi fundamental para andar no ritmo que andamos e chegarmos vitoriosos no final”, contou. “Somente um carro desse porte, com essa resistência, para nos dar segurança para acelerar forte, em condições duras, e ainda terminar a prova em perfeitas condições.” 68

Mit revista

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Franciosi/Capoani, campões na protótipos T1. na página ao lado, Facco/piauí, vencedores na pró Brasil, e rizzo/ Mayer, os melhores na Super production


MArcelo MArAGNi ricArDo leizer

Toque para ver o vĂ­deo

setembro 2015

mit revista

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mundo 4x4 rally Além de vencer na categoria, a l200 triton Sr terminou em quarto lugar na classificação geral – o melhor carro brasileiro na competição. “estou feliz demais, fizemos um rali perfeito, tivemos um entrosamento nota 10, sem nenhum erro”, festejou

Quatro estados, oito etapas e 2.855 km entre goiânia e Foz do iguaçu

Go

o navegador capoani. “Foi fantástico termos vencido entre os carros nacionais e, mais ainda, levantado o tricampeonato.”

goiânia

pró BraSil

rio verde

luiz Facco e Humberto ribeiro, o piauí, conquistaram o títu-

São Simão

lo da categoria pró Brasil. De quebra, ainda ficaram na quinta posição da classificação geral, depois de vencer quatro etapas. “Após uma semana de competição, o carro está inteiro”, co-

MS Três lagoas Euclides da Cunha paulista

memorou o piloto Facco, que desde 2013 utiliza a l200 triton Sr. “o rally dos Sertões coloca competidores e veículos em condições extremas, sempre testando limites”, disse. “As sete etapas foram repletas de saltos e, mesmo expondo o carro a situações críticas, terminamos ilesos, inclusive na etapa Maratona, na qual não é permitido receber apoio técnico.”

itumbiara

Sp

Umuarama

pr Foz do iguaçu

terminar entre os top five, o pelotão de elite dos Sertões, foi a realização de um sonho. “É muito legal ver que atingimos este nível”, afirmou piauí. “Melhor, impossível.” como o dos Sertões, de longa duração e muito exigente.” SUpEr prodUCTion

em seu segundo ano na competição, rizzo já ultrapassou

Na Super production os inscritos correm com veículos pra-

adversários experientes e comemorou o título ao lado do na-

ticamente originais de fábrica, com pouquíssimas modifica-

vegador ivo Mayer. “Felicidade! essa é a palavra que define o

ções – em sua maioria, equipamentos de segurança. Não à toa,

que estamos sentindo”, afirmou. “estávamos confiantes e de-

trata-se da categoria mais concorrida. Foi nela que se consa-

terminados a conquistar o primeiro lugar, mas sempre tivemos

graram mais uma vez a força e a resistência da l200 triton. A

consciência do quão competitiva é nossa categoria e do alto ní-

conquista do primeiro lugar pela Mitsubishi provou o quanto a

vel técnico das demais duplas.” Segundo rizzo, essa pressão é

cabine dupla é robusta, capaz de aguentar um rali tão exigente.

natural – basta saber administrá-la. “passamos inúmeros per-

“Andei por dois anos de pajero tr4 e agora migrei para a

rengues, mas no final sobrepujamos todos.”

l200 triton”, explicou o piloto thiago rizzo. ele considera o car-

A dupla terminou mais de 11 minutos à frente do segundo colo-

ro excepcional, extremamente resistente e potente. “e ter um

cado, uma vantagem e tanto. “Aceleramos forte, mesmo nos mo-

bom conjunto mecânico é fundamental para se vencer num rali

mentos em que foi preciso segurar firme o carro”, finalizou Mayer.

victor eleuterio

l200: o Carro oFiCial do rally doS SErTõES pElo 12º ano

70

Mit revista

seteMbro 2015

o rally dos Sertões contou pelo 12º ano com a Mitsubishi l200 triton como carro oficial da competição. Sua missão: transportar toda a organização, equipes médicas e socorros mecânicos, enfrentando o mesmo percurso que os competidores. Ao todo, 55 cabines duplas l200 triton foram usadas pela organização. “A parceria do Sertões com a Mitsubishi está em seu 12º ano e isso reforça a importância e a confiança na marca”, atestou Marcos Moraes, diretor-geral da Dunas race, empresa organizadora do evento. “No levantamento do percurso, na conferência durante a prova, a l200 triton exerceu papel fundamental – nos deu segurança para organizar o principal rali do país. É um carro robusto, durável, econômico e, ao mesmo tempo, bastante confortável.” A prova teve um percurso total de 2.917 quilômetros entre Goiânia (Go) e Foz do iguaçu (pr). “Nossas equipes viajaram com a l200 triton por mais de 3 mil quilômetros, vencendo todo tipo de terreno – terra, areia, lama –, aí incluídas as travessias de rios”, enumerou Moraes. “participar da maior disputa do off-road nacional, e uma das maiores do mundo, só reforça a importância, a qualidade e a resistência de nossos produtos”, destacou Fernando Julianelli, diretor de marketing da Mitsubishi Motors. “o rally dos Sertões é um grande laboratório para aperfeiçoamento e desenvolvimento de novas tecnologias.”


victor eleuterio

ricArDo leizer

MArcelo MAcHADo

DoNizetti cAStilHo

GuStAvo epiFANio

MArcelo MArAGNi

DoNizetti cAStilHo

SANDerSoN pereirA

Cenas de um rali vitorioso: Franciosi e Capoani (acima), Facco e piauí (ao lado), rizzo e Mayer (abaixo) e suas Mitsubishi l200 Triton em ação nas trilhas dos Sertões

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mit revista

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FOTOS: VINICIUS BRANCA

mundo 4x4 exPedição

No roteiro, há trechos on e off-road

Você de Pajero na Argentina Com saídas mensais, expedições Mitsubishi levam o viajante para os Andes

A

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ideia parece redonda. E é. Fazer uma viagem pelas

câmera. Outra visita é ao parque estadual Ischigualasto, que,

estradas argentinas sem tirar o seu carro da gara-

assim como o Talampaya, é Patrimônio Mundial da Unesco.

gem. Você vai viajar a bordo – e ao volante – de um

Nesse parque, é difícil entender como pequenas pedras, esfe-

Pajero Dakar. E para isso não é necessário nem se-

ras perfeitas, se agruparam num mesmo local – não à toa cha-

quer ser cliente Mitsubishi. As expedições da marca dos três

mado de cancha de bocha. Os restaurantes e os hotéis dos per-

diamantes acontecem há dois anos e agora têm saídas men-

noites são os melhores disponíveis nas cidades. Uma equipe de

sais. Nos cinco dias na estrada, os pilotos aceleram por 2.800

apoio cuida das questões logísticas, inclusive do abastecimento

quilômetros, com trechos on e off-road.

dos carros. “A organização é impecável”, diz Antônio Donizeti

Entre as atrações do caminho, dois dos mais belos par-

Malassise, empresário de Londrina (PR). “Isso nos deixa muito

ques nacionais argentinos: o Aconcágua e o Talampaya. No

à vontade apenas para curtir a viagem.” Vera Lucia Zanuto cita

primeiro, um trekking leva a um mirante de 2.800 metros de

os locais visitados e as amizades feitas como os grandes trunfos

altitude que deixa os viajantes diante da montanha que ba-

da expedição. “É uma viagem que ficará marcada para sempre

tiza o parque, a maior do Hemisfério Sul (6.962 metros). No

na minha memória.” As próximas saídas estão previstas para os

segundo, formações rochosas e enormes paredões, de cores

dias 4 e 11 de outubro, mas há uma agenda com viagens até o

que variam conforme a luz do sol, vão esgotar a bateria da sua

Carnaval de 2016. Informe-se no site www.expedicaomit.com.br.

Mit revista

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Toque para ver o vĂ­deo

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mit revista

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mundo urbano carro

lancer hle

com nova suspensão e isolamento acústico aprimorado, Mitsubishi Lancer 2016 está ainda mais confortável e silencioso por henrique skujis

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Mit revista

SeteMbro 2015


o pรกra-choque dianteiro estรก de desenho novo

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mundo urbano carro

U

ma espiada na linha 2016 do Lancer

em 1973). Esse aperfeiçoamento da suspensão, independente

e mesmo os mais atentos apenas

nas quatro rodas, elevou a altura do carro em relação ao solo

verão um novo para-choque – ele

de 155 para 170 milímetros, deixando-o ainda mais à vontade

recebeu uma seção central pintada

para enfrentar diversos tipos de terreno, de estradas atapeta-

na cor do carro e molduras croma-

das a ruas esburacadas. É uma suspensão que mescla à per-

das. Essa mudança estética está na

feição esportividade e conforto, marcas registradas do Lancer.

dianteira das versões MT, HL e HLE,

reinaldo Muratori, diretor de engenharia e planejamento da

mas não da GT, que permanece com

Mitsubishi Motors do Brasil, revela que outro ponto aprimorado

a célebre “boca de tubarão”. Mas as diferenças maiores do

na linha 2016 foi o isolamento acústico. “Deixamos o interior do

novo Lancer aparecem quando o consagrado motor 2.0 qua-

carro ainda mais silencioso”, conta Muratori. outra novidade da

tro cilindros de 16 válvulas e 160 cavalos é ligado e o sedã

linha 2016 do sedã são os pneus Green performance, com nova

entra em movimento.

geometria da banda de rodagem. A alteração possibilitou o au-

o carro recebeu uma nova suspensão, batizada de Comfort Oriented. Seu rodar ficou ainda mais macio e confortável em

consumo de combustível e da emissão de Co2.

relação ao do modelo 2015, que, diga-se, já traz todo o know-

Nas versões HLE e GT, o Lancer tem transmissão automáti-

-how da marca adquirido nas provas de rali (o Lancer Evo é

ca CVT de seis velocidades com Sports Mode. As trocas de mar-

tetracampeão do World rally Championship) e nas quatro

cha podem ser feitas automaticamente ou manualmente por

décadas de vida do carro (o primeiro Lancer veio ao mundo

meio da alavanca de câmbio ou pelos paddle shifters, as prá-

Toque para ver o vídeo

76

mento da durabilidade, além da redução do nível de ruído, do

Mit revista

SeteMbro 2015


o Lancer hLe tem transmissão automática de seis velocidades. seu interior é luxuoso e, no quesito segurança, o caro recebeu nota máxima dos principais institutos

principais institutos de segurança do mundo. No painel, destaca-se o sistema multimídia, com tela sensível ao toque de 7 polegadas, Bluetooth com viva-voz para o telefone e transmissão de áudio, reprodutor de vídeo, entrada USB e DIS (Dynamic Information System), que conta com acelerômetro, bússola e informações de altitude, inclinação frontal e aceleração lateral. A lista de itens de conforto inclui ainda

ticas borboletas localizadas atrás do volante. o sistema conta

sensores de acendimento de faróis de chuva, piloto automáti-

ainda com o sistema Invecs-III, que se adapta ao modo de dirigir

co, 16 porta-objetos, teto solar e bancos de couro.

do motorista, seja ele mais tranquilo, seja ele mais animado. o sistema de freios é completo: o ABS com quatro canais garante estabilidade e segurança nas frenagens, o EBD (Elec-

Com três anos de garantia (sem limite de quilometragem) e revisões com preço fixo, o novo Lancer já está à venda nas 190 concessionárias Mitsubishi em todo o Brasil.

tronic Brake Distribution) atua em conjunto com o ABS e assegura perfeita distribuição de força para cada roda e o BAS (Brake Assist System) permite que o veículo pare em curto espaço. A segurança dos ocupantes conta ainda com nove airbags: dois frontais, dois laterais, quatro “de cortina” e um para

n Motor: 4 cilindros em linha, 1.998 cc, 16 válvulas, 160 cv n suspensão: independente nas quatro rodas n Transmissão: automática, Invecs III, CVT, com Sports Mode e paddle shifters n Freios: disco nas quatro rodas com ABS, EBD e BAS n rodas: liga leve, 16 polegadas n Pneus: 205/60 r16

os joelhos do motorista. o Lancer recebeu cinco estrelas dos

no painel, completo, os comandos são de fácil manuseio. Destaque para a tela do sistema multimídia de 7 polegadas

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muNdo urbaNo perfil

artesĂƒ Por NaureZa

Como a PauListaNa CamiLa KLeiN torNou-se uma das mais resPeitadas desiGNers de Joias do brasiL POR eVA JoorY

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divulgação

Camila Klein: 14 lojas prĂłprias em 7 cidades brasileiras

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muNdo urbANo perfil

das. Em outros, somos mais minimalistas. o que devemos fazer

lista como o reino mineral. Em

é experimentar sem medo de ousar.” Entre os materiais usados,

outros, exuberante como o vege-

destaque para pedras naturais e artificiais, borracha, madeira,

tal. Mas posso me levantar ainda

sementes, tecidos, couro. “Fujo do tradicional. Flerto com o ex-

selvagem como o animal.” Camila

perimental. gosto de explorar.” o uso de ouro e de prata é sutil,

Klein vai além: “ou, por que não?,

comedido. “apenas para dar um acabamento mais refinado.”

plácida como o monera”, conclui, referindo-se ao reino biológi-

Ela não gosta da polêmica “joia versus bijuteria”, mas não se

co onde habitam organismos unicelulares como as bactérias.

furta a dar sua opinião. “uma peça singular é capaz de fazer a

Como se vê, Camila, paulistana de 37 anos, tem certo apego

mulher marcar presença onde quer que esteja”, afirma. Para ela,

à natureza. Suas criações, cada vez mais presentes em colos,

uma bijuteria com design é vista como uma escultura colecioná-

pulsos, dedos e orelhas femininas, evocam formas que seus

vel – e pode despertar paixão e desejo em quem reconhece essa

olhos captam em animais, árvores, pedras e montanhas.

forma de arte. “Já um brilhante sem design pode ser confundido

Toda essa história começou na infância, quando Camila, neta

até mesmo com um cristal; que graça isso tem?” Ela acrescen-

de alemães e italianos, deixava a boneca de lado para admirar a

ta que a abundância de metais e de outros materiais possibilita

mãe se arrumando. “Na hora dos acessórios, minha curiosidade

uma criação mais ampla, mais diversa. “Essa liberdade é es-

aumentava – eu achava tudo lindo”, lembra-se. “Quando ela abria a gaveta, sempre trancada a chave, e tirava os rolinhos de veludo onde guardava as suas joias, eu enlouquecia.” anos depois, na escola, a vocação aflorou. “Eu queria vestir algo diferente para mudar o padrão do uniforme”, conta. “um dia, decidi fazer um brinco que

sencial”, diz. “Já fiz joias, mas minha

Tudo começou quando Camila parava para ver a mãe se arrumar. Na escola, fez um brinco para combinar com o uniforme. As amigas gostaram e ela começou a produzir também pulseiras e colares. Não parou mais

combinasse com a roupa da escola. Minhas amigas gostaram tanto que me pediram pra fazer pra elas. aí vieram as pulseiras, os colares... E, quando vi, já estava com uma coleção.”

ousadia ficou restrita ao tamanho da peça.” Conceitos à parte, a grife da designer soma 14 lojas próprias em sete cidades e uma loja online, além de um canal de atacado que distribui para mais de 300 pontos de vendas multimarcas em todo o Brasil. Em 2016, ela pretende levar suas criações pelo

mundo. “Chegou a hora de internacionalizar a marca”, avalia. Em meio ao sucesso, Camila mantém a rotina familiar ao lado do marido e dos dois filhos, com quem joga xadrez, anda

No ano 2000, aos 22 anos, já formada em artes plásticas, re-

de patins e viaja para o interior para fazer caminhadas, jogar tê-

solveu levar o hobby a sério e abriu com o marido, o engenhei-

nis e ler. Recentemente, terminou Mulheres Que Correm Como

ro civil luis Fernando la Selva, a empresa que leva o seu nome.

Lobos, de Clarissa Pinkola. E agora está mergulhada na biogra-

uma década e meia depois, Camila Klein virou referência quando

fia de Napoleão Bonaparte. “Mas, apesar de tudo isso que con-

se fala de acessórios femininos. “Meu objetivo é deixar a mulher

tei, se eu tivesse que escrever um livro sobre a minha história,

não apenas mais bonita, mas também mais autoconfiante”, diz.

estaria no primeiro capítulo”, diz. Tanto que em sua lista de fu-

“É sempre uma busca por algo que celebre a nossa personalida-

turos prazeres estão uma especialização em curadoria de arte,

de. os acessórios devem ajudar a revelar o nosso humor e nosso

um curso de filosofia e a estada de um mês em alguma cidade

jeito de ser no cotidiano. Há dias em que usamos peças ousa-

belga. Para quê? “ora, para aprender a fazer chocolate.”

1

2

3

1. Aos 5 anos, de chapéu preto, já revelava a preocupação com os detalhes; 2. Com a mesma idade, na casa do avô. 3. Hoje, com o marido

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FoToS: aRQuivo PESSoal

“T

em dias em que acordo minima-


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divulgação

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3

As mAis vendidAs a coleção Memories, um dos grandes sucessos de Camila Klein, é composta por colares, pulseiras, brincos e anéis. Com uso de pedras naturais e cristais Swarovski, tem diferentes versões de cores e banhos e se desdobra em

56 peças. Conheça as três mais vendidas: n 1. o brinco Cacharel é feito com metais banhados em ouro velho, madrepérola e 64 cristais Swarovski n 2. o colar Schalle tem metais com banho

de rutênio, pedra natural de quartzo verde e 15 cristais Swarovski n 3. o bracelete aspen também é feito de metais banhados de rutênio, resina, e soma 217 cristais Swarovski

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MUNDO UrBaNO Arte

so heby’s Dou-lhe uma, dou-lhe duas... Bem-vindo à mais célebre casa de leilões do mundo PoR mArioN FrANK

a

vida pode andar de cabeça para baixo – e basta

jetos. uma delas, a dos relógios, fez história em genebra, suíça,

abrir o jornal para encontrar notícias calamito-

no final do ano passado. ali, os holofotes apontaram para aquele

sas mundo afora. Mas nada como fazer foco no

que é o relógio de bolso com o maior número de complicações.

mercado do que vale realmente ouro para re-

o termo, próprio da alta relojoaria, se refere a tudo o que vai

encontrar o norte. Como se tudo pertencesse

além de horas, minutos e segundos – calendário, fases da lua,

a outra galáxia e não pudesse existir de outro

alarme. No caso, o modelo the henry graves supercompli-

modo. Nessa terra específica, o dia a dia vai muito bem,

cation, que o banqueiro americano encomendou à Patek

obrigado. fundada em londres em 1744, a sotheby’s, a

Philippe em 1925 e só chegou às suas mãos em 1933.

mais antiga casa de leilões do planeta, é exemplo desse momento extraordinário no mercado de luxo. só em vendas nos leilões de arte, entre 2013 e 2014, o faturamento bruto aumentou 19%. saltou de us$ 4,3 bilhões para us$ 5,2 bilhões. a razão é simples. Quem tem dinheiro,

tomobilística. Quando Packard mandou fazer um relógio com 10 complicações, graves encomendou o seu com 24. entre elas, alarme que repete o som dos sinos da catedral de Westminster, em lon-

muito dinheiro, anda meio ressabiado

dres; calendário perpétuo; horário do nascer

com o sistema financeiro – e resolveu fa-

e do pôr do sol em Manhattan – e uma carta

zer da arte um de seus mais importantes

celeste que mostra o céu de Nova york visto

investimentos. “trata-se de uma mudan-

do terraço de seu apartamento na Quinta

ça de comportamento visível, inclusive

avenida, no Central Park. arrematada em

entre clientes brasileiros, de uns dez anos

1999 por us$ 11 milhões, nesse leilão de

para cá”, avalia a carioca Katia Mindlin leite

2014 a peça atingiu a soma de us$ 24 milhões.

barbosa, presidente da sotheby’s no brasil.

em julho último, entretanto, o furor se des-

“antes, colecionar arte era uma questão cultural e de prazer pessoal”, diz. “Mas hoje a arte também é entendida como asset.”

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graves (1868-1953) vivia competindo com James Packard (1863-1928), o magnata pioneiro da indústria au-

locou para Paris, em razão do acervo do lendário colecionador de moda didier ludot. de modelitos dos anos 1960 assinados por Christian dior a criações de azzedi-

Presente em 40 países, com um staff de 1.500 funcionários e

ne alaïa da década de 1990, passando por vestidos usados por

dez casas de leilões ao redor do globo (a mais recente em doha,

Catherine deneuve ou Jackie Kennedy, todos os 171 lotes foram

no Catar), a sotheby’s vende de tudo. são 70 categorias de ob-

arrematados. entre eles, o vestido de noite criado pelo estilista

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mit revista

fotos: divulgação/sotheby’s

esta tela de Van Gogh saiu por Us$ 59 milhões. o relógio à esquerda, por Us$ 24 milhões

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MUNDO UrBaNO Arte

Comprar algo na sotheby’s é saber que o valor será amplamente divulgado. Faz parte do negócio

tem de tudo. De vestido Yves saint Laurent a porcelana usada pelos czares no século 19. De vinho a urso. Faça a sua oferta

espanhol balenciaga, recoberto de

Cabriolet encarroçado por figoni et

penas de avestruz e vendido ao preço

falaschi 1938 (us$ 7, 15 milhões). am-

recorde de us$ 62.262. No jargão dos

bos do “art of the automobile”, parceria

leiloeiros, um evento white gloves, que

até então inédita entre a canadense RM

rendeu três vezes mais que o estimado:

auctions e a casa londrina.

us$ 1 milhão.

Realizado em novembro de 2013, ele ocupou dois andares da filial da sotheby’s em Nova york. a RM auctions sempre foi co-

Ursos, CAVeirAs e CArros

nhecida como imbatível no comércio de automóveis diferencia-

ok, relógios de marca e peças da alta costura não são unusu-

dos – basta lembrar que ela venderia, no ano seguinte, por cerca

al, levando em conta o público habituado a frequentar os salões

de us$ 10 milhões, a ferrari 275 gtb/4 1967 que pertenceu a

da sotheby’s. Mas atenção: em março passado, na matriz londri-

steve McQueen, astro de Bullit. de olho no tamanho desse negó-

na, o leilão que recebeu o título de “bear Witness” deu destaque

cio (o leilão de carros antigos movimenta nada menos que us$ 2

a centenas de peças de um colecionador que preferiu o anoni-

bilhões a cada ano), a sotheby’s adquiriu, no último 18 de feverei-

mato. “eram dois temas obsessivos: caveiras e ursos”, explica

ro, 25% das ações da RM auctions. Com isso, nasceu a gigante

Katia. “de trabalhos assinados por andy Warhol e Mark Rothko

RM sotheby’s, cujas vendas só tendem a disparar.

a adereços de teatro e mármores da Renascença.” até mesmo um chaveiro de preço módico foi colocado à venda nessa venda sui generis, que rendeu us$ 54 milhões. “ou seja, o valor de um quadro importante do impressionismo.”

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VAN GoGH e CHÂteAU mArGAUX Nesse mundo à parte, concorrência há. trata-se aliás de um páreo de intensa disputa no afã de cruzar primeiro a linha de che-

automóveis de coleção também têm feito a alegria dos clien-

gada. afinal, quem será a maior, sotheby’s ou Christie’s? analistas

tes da sotheby’s. em apenas duas horas de negociação, de lan-

estimam que 90% do mercado esteja dividido entre elas, assim

ces definidos como furious bidding pela imprensa especializada,

como também se afirma que a Christie’s (criada pouco depois

um total de us$ 62,8 milhões foi alcançado na venda de car-

da rival, em 1766) é imbatível em arte contemporânea, cabendo à

ros fora de série. Caso da ferrari 250 lM Carrozzeria scaglietti

sotheby’s a dianteira em mestres antigos, arte da américa latina,

1964 (us$ 14, 3 milhões) e do talbot-lago t150-C ss teardrop

impressionista e moderna... Por sinal, a obra de valor mais eleva-

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fotos: divulgação/sotheby’s

do em leilões da sotheby’s ao longo do primeiro semestre de 2015 foi a tela de van gogh, “L’Allée des Alyscamps”, vendida por us$ 59 milhões a um colecionador chinês. sim, números e cifras são facilmente obtidos na

safra e sua mulher, lily. Mobiliário europeu, arte russa, prata, telas e manuscritos perfizeram um total de 800 lotes, arrematados em quatro dias. finalmente, mas não menos importante,

sotheby’s, a única a funcionar com capital aberto.

a casa tem outra especialidade: vinhos, o

“Nestes tempos de negócios cinzentos, é mais

chamado “ex-cellar”. garrafas que saem di-

importante do que nunca operar com o com-

retamente da adega dos mais renomados

promisso da transparência”, realça Katia. ligada

produtores do mundo, como o realizado

profissionalmente à sotheby’s há 25 anos, ela

no brasil há dois anos com exemplares de

mesma já vivenciou momentos de cores mais

Cheval blanc e Château d’yquem – jantares

sombrias. Época em que o presidente mundial

fechados, de cardápio harmonizado com a

foi preso e condenado por cartelização, na virada

bebida, que deram apoio à prova vertical de

do milênio, resultando em pesada multa e prejuí-

sete vinhos daqueles rótulos famosos. Para

zo ainda maior à imagem da empresa.

outubro próximo, está programado outro

um dos leilões que a sotheby’s sabe prepa-

leilão especial, só com vinhos Château Mar-

rar como ninguém é o do tipo single owner. “É

gaux. Cidades brasileiras que vão sediar o

aquele que coloca à venda peças de quem tem

evento: são Paulo e belo horizonte. “a capi-

nome e sabe colecionar com qualidade”, resume

tal mineira tem se mostrado um lugar muito

Katia. exemplos brasileiros há e ainda brilham

interessante, reunindo grandes colecionado-

na memória, como o das joias de lily Marinho na

res de arte e vinho”, confirma Katia. valores?

suíça, 64 lotes exibidos com pompa e circuns-

ah! uma garrafa de Château Margaux tama-

tância no hotel beau-Rivage, em genebra, em

nho balthazar (12 litros) da excepcional safra

maio de 2008. outro acontecimento memorável

2009 está avaliada entre us$ 30 mil e us$ 50

se deu em novembro de 2011, em Nova york, com

mil. algo bem à altura do mundo sotheby’s.

peças da coleção pessoal do banqueiro edmond

■ www.sothebys.com

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mundo urbano ciDaDE

O MELHOR DE

um roteiro lírico-sentimental da capital mineira, pelo cronista do estadão

© latinstock

por HuMbERtO wERnEck

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Mit revista

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D

evo reconhecer: Belo Horizonte melhorou muito depois que saí de lá, faz 45 anos. tanto é verdade que, tendo partido com a mala cheia de ressentimentos, hoje é com prazer que volto à cidade onde nasci, na qual seguem vivendo meus oito irmãos e irmãs, respectivos cônjuges e extensa sobrinhada. É lá que vive, também, o cinquentenário time dos que considero, sem desdouro de outros, meus amigos fundamentais.

Mas vamos ao que interessa, a Belo Horizonte de hoje, cidade de prancheta, tira-

da do nada, prestes a completar (12 de dezembro) 118 anos de existência. nenhum vestígio, evidentemente, daquela placidez desértica que deu ao visitante Monteiro lobato, um século atrás, a impressão de ter caído num lugar onde as raras pessoas nas ruas ali estavam fazendo papel de transeuntes. Joaquim nabuco desembarcou em 1906 para beijar a mão de afonso pena, recém-eleito presidente da república – e quando o carro que o levava, rua da Bahia acima, rumo ao palácio da liberdade, cruzou o que hoje se chama, exatamente, avenida afonso pena, já então umbigo da capital, cometeu gafe histórica ao indagar: “para que lado fica a cidade?” pouco resta da Belo Horizonte que carlos Drummond de andrade tanto amou nos seus 20 anos, superpostos aos 20 anos do século 20, “lugar de ler os clássicos e amar as artes novas”, e que cinco décadas mais tarde veio a lastimar ao ponto de lhe dedicar os amargores do poema “triste horizonte”. Mas subsistem, benza Deus, vestígios dignos de ver ou rever. a estação onde desembarcou nabuco segue de pé, restaurada e bela, convertida no muitíssimo visitável Museu de artes e Ofícios. nas imediações, recomendo uma espiada no viaduto de Santa teresa, não mais o colosso que foi ao ser inaugurado, em 1929, mas ainda impávido. sua memória tem como valor agregado o fato de que o supracitado Drummond, já nem tão garoto – andava pelos 30 anos –, lançou, sem essa pretensão, a moda de caminhar pelos arcos do viaduto, quase 20 metros acima de uma linha de trem, numa tentativa confessa de restaurar o romantismo. olhe para esses arcos e tente ver lá no topo não apenas nosso maior poeta como aqueles que buscaram imitá-lo, consolidando assim um ritual de admissão no mundo das letras. Fernando sabino, Hélio pellegrino, paulo Mendes campos, otto lara resende e todo um vasto et cetera. (se eu subi? não dei conta – e também por isso não me tornei, como esse pessoal, um grande escritor.) com todo aquele trânsito aéreo, é de espantar que nenhum escriba tenha despencado sobre a via férrea, não se sabendo se isso, para a literatura, foi bom ou foi ruim. a praça da Liberdade, onde a turma de sabino se reunia para “puxar angústia”, se acha transformada, faz pouco tempo, num conglomerado de centros

a igrejinha da Pampulha já foi chamada de “hangar de Deus”

camila klein: 14 lojas

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© latinstock

mundo urbano ciDaDE

na praça da liberdade, deixe pender o queijo à vista das sinuosidades do edifício que leva o nome de quem o desenhou: niemeyer. o arquiteto, por sinal, assina até um colégio estadual

crEatiVE coMMons

a Pampulha (ao alto), a praça da Liberdade (à esquerda) e o Edifício niemeyer (à direita): a cidade e suas luzes

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culturais, nos prédios restaurados das antigas secretarias de

longe: mesmo estando em obras de restauro, vale uma espia-

Estado. não perco por nada essa visita. Já que estamos aqui:

da o colégio Estadual, conjunto arquitetônico que, por inicia-

o famoso quarteto de escritores de que falei, chamado por um

tiva do governador kubitschek, oscar espetou num cocuruto

deles (otto) de “cavaleiros de um íntimo apocalipse”, segue fir-

do bairro de santo antônio. não deveria ter muros – mais uma

me num canto da praça, na entrada da biblioteca pública, sob

razão de assombro e apelo à liberdade para este ex-menino

a forma de estátuas.

quando lá cheguei, aos 11 anos, naquele março de 1956 em

a propósito: repare na fartura de escribas que literalmente

que se deu a inauguração. cada bloco do campus é figuração

pegaram um bronze em Belo Horizonte. Drummond e pedro

de um objeto escolar. a caixa d’água, um giz apoiado na base

nava papeiam numa calçada da rua Goiás, no centro da ci-

menor. a ousadia maior é o auditório, em forma daqueles ma-

dade. na Savassi, a poeta Henriqueta lisboa e o ficcionista

ta-borrões antigos, de vaivém.

roberto Drummond também se imobilizam em stand ups me-

Vamos dar por sugeridas, por obviamente óbvias, as des-

tálicos, eventualmente mais brilhantes do que foram em vida,

lumbrantes travessuras niemeyerianas fincadas na Pampulha

de tanto serem apalpados.

– também por iniciativa de Juscelino, então prefeito –, joias

ainda na praça da liberdade, deixe pender o queixo à vista

como a igrejinha abaulada que alguém chamou de “hangar

das sinuosidades do edifício que leva o nome de quem o dese-

de Deus” e onde, por ter sido projetada por um comunista e

nhou, niemeyer. por falar no arquiteto, e sem ter que ir muito

decorada por outro, portinari, o arcebispo antônio dos santos

Mit revista

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crEatiVE coMMons

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© corBis

mundo urbano ciDaDE

no mercado central já se comeu a melhor empadinha de bH. não mais. Hoje, dois grandes atrativos são o queijo da serra canastra e o fígado com jiló. sem falar de uma boa farinha

© latinstock

O viaduto de Santa teresa, o Museu de artes e Ofícios e o Mercado central: atrações, como o fígado com jiló

cabral não deixou rezar missa por longos 14 anos. não traz assinatura de niemeyer, mas não é menos recomen-

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ma, veja você, Pc Farinhas. Mas há outras, e o cavalheiro não me entenda mal se lhe recomendo fazer o teste da farinha.

dável a recente Sala Minas Gerais, ninho da Filarmônica estadu-

no Mercado central já se comeu a melhor empada belo-hori-

al, em cujo interior, de impecável acústica, redondidades arqui-

zontina. não mais. Enquanto tive mãe, era ela quem me guiava,

tetônicas sugerem, apropriadamente, as curvas de uma orelha.

sem erro, na busca à empadinha campeã. Durante um tempo

Já é hora, dirá você, de baixar a outra província do corpo, ao

foi, acredite, a da cantina do Hospital Mater Dei. Hoje, diz minha

estômago, e nesse departamento nunca deixo de fazer escala

irmã ana Maria, a melhor talvez esteja na confeitaria avelã,

no restaurante não por acaso batizado a Favorita, na rua san-

cujo endereço (av. Bernardo Monteiro, 1.414) já tratei de anotar.

ta catarina, 1.235, quase ao lado de meu primeiro endereço

comecei este papo, que urge terminar, admitindo que mi-

ao deixar a maternidade. o mesmo impulso me leva ao obri-

nha cidade melhorou bastante desde que de lá saí. não é bem

gatório Mercado central, onde, confesso, passo ao largo de

assim. perdas houve, inclusive no que se refere ao patrimônio

um dos grandes atrativos do lugar, o fígado com jiló. pode ficar

imaterial. Quando me mandei, usava-se dar dois beijos. como

com a minha parte. prefiro caminhar, com ardor de romeiro,

visitante, vivi a fase em que eram três (nenhum deles no cen-

até a banca do itamar, onde nos espera o melhor queijo da

tro do alvo, hélas). Ultimamente, porém, encontro a cota redu-

canastra comprável em Belo Horizonte. Vou atrás, também,

zida a um solitário beijo. Em tempos de ajuste fiscal, fique meu

da boa farinha, e nesse particular sou fiel à banca que se cha-

protesto contra esse intolerável ajuste oscular.

Mit revista

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Š latinstock Š latinstock setembro 2015

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Toque para ver o vĂ­deo





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Mit revista

seteMbro 2015 cadu rolim

cadu rolim

davi d santos jr

adriano carrapato

ricardo leizer

fotos tom papp


universo

mitsubishi No asfalto ou na terra, a marca dos trĂŞs diamantes tem a diversĂŁo certa para vocĂŞ

setembro 2015

mit revista

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universo mitsubishi autódromo velo città

lancer cup

@nacaomitsubishi

@mundomit

www.mitsubishimotors.com.br

Rumo à reta final A duas etapas do fim da temporada, a caça aos líderes continua

Disputa por posição logo após a largada da quarta etapa

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Mit revista

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tom papp setembro 2015

mit revista

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universo mitsubishi

lancer cup

b 100

runo mesquita é o cara a ser

pondera o piloto, vencedor de quatro

(130) correm por fora e ainda sonham

batido. na reta final da

das dez provas realizadas em 2015.

com o campeonato.

mitsubishi lancer cup, o

nas contas a serem feitas após a

piloto, campeão da primeira

última bandeirada do ano, no dia 14

rs, na qual competem pilotos mais

temporada da categoria, em 2013,

de novembro, é preciso descartar os

experientes e na qual o carro a ser

caminha rumo ao bicampeonato.

dois piores resultados de cada piloto.

domado é o lancer rs, um bólido

restando duas etapas (quatro provas),

portanto, é impossível prever quem vai

com 340 cavalos e câmbio sequencial

ele soma 192 pontos, 25 a mais que

erguer o caneco. além de mesquita e

de seis marchas. na categoria de

o segundo colocado, o carioca elias

de júnior, luiz santiago (151 pontos),

entrada, a lancer r, o equilíbrio e a

júnior. “mas é cedo pra falar em título”,

sergio alves (137) e renato favatti

emoção também estão em alta. o líder

Mit revista

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o panorama acima é o da categoria


fotos: tom papp

marcos rabioglio

Sobe a placa de cinco minutos e aumenta a concentração dos pilotos

é mauro neuenschwander, com 244

calor também foi a queixa de mesquita.

profissionais liberais. ninguém ali é

pontos. rodrigo mange tem 209. e

“consegui largar bem e assumi a

piloto profissional. são os gentleman

ricardo feltre, 200. neuenschwander

liderança na primeira curva”, conta.

drivers. o clima de competição fica

consolidou a liderança na quinta

“além da alta temperatura dentro do

restrito aos embates na pista. do lado

etapa, nos dias 21 e 22 de agosto, que

carro, teve o calor do elias júnior, que

de fora, reina o clima de amizade, ainda

ele considera ter sido “a corrida mais

pressionou o tempo todo. não pude

mais com a presença de familiares e

cansativa de 2015”. “largar debaixo

perder o foco nem por um segundo”,

amigos que lotam o paddock de onde

do sol do meio-dia foi duro”, disse o

disse o piloto e empresário.

se vê boa parte das disputas na pista

piloto que entrou num carro de corrida pela primeira vez “depois de velho”. o

vale dizer que na lancer cup os pilotos são empresários e

e onde acontece o almoço no intervalo entre as duas provas do dia. Quem setembro 2015

mit revista

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uNIVERSO MItSubIShI

lancer cup

sempre aparece com a família é Paulo Pomelli, que venceu a terceira prova da quinta etapa. O empresário diminuiu a vantagem para Luiz Santiago, líder da categoria RS Master. Na temporada 2015, pela primeira vez o calendário da Lancer Cup ganhou duas provas fora do Velo Città. A primeira aconteceu no dia 20 de junho, em Goiânia, quando o Autódromo Internacional Ayrton Senna recebeu o Cup, do Evo Day e do Fun Day, o rali de regularidade Mitsubishi Motorsports também aconteceu na capital goiana. A quinta etapa, marcada para 3 de outubro, também será em Goiânia. Depois, restará a etapa final, no Velo Città, no dia 14 de novembro. E só então poderemos saber quem levou a melhor. 102

Mit revista

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FOtOS: RICARDO LEIzER

Mitsubishi Racing Day – além da Lancer

Bruno Mesquita (de amarelo) antes da largada da quarta etapa



universo mitsubishi

lancer cup

tom PAPP

depois da bandeirada, o pódio da categoria lancer rs

classificação geral n lancer rs 1) bruno mesquita - 192 2) elias Jr - 167 3) Luiz santiago - 151 4) sergio Alves - 137 5) renato Favatti - 130 n lancer r 1) mauro neuenschwander - 244 2) rodrigo mange - 209 3) ricardo Feltre 200 4) Alexandre navarro - 177 5) Pedro Costa - 166 n lancer rs Master 1) Luiz santiago - 202 2) renato Favatti 177 3) Paulo Pomelli - 174 n lancer cup r Master 1) bernardo Parnes - 255 2) ricardo bolão Feltre - 190 3) vital menezes - 179

riCArdo Leizer

próXiMas eTapas n 02 e 03 out – Goiânia (GO) n 13 e 14 nov – Velo Città (SP)

“para nós que temos outra profissão, estar aqui é um prazer imenso. um hobby.” bruno mesquita

104

Mit revista

seteMbro 2015

“larguei na pole e venci. Mesmo aos 50 anos, estou me sentindo um garotão de 20.” Paulo Pomelli

É só chegar e acelerar. A locação do Lancer r e do Lancer rs para participar da mitsubishi Lancer Cup utiliza o conceito sit&drive: questões logísticas, como mecânicos, manutenção e peças de reposição, ficam sob a responsabilidade da mitsubishi, por meio da ralliart, seu departamento de competições. basta o piloto colocar o capacete, ajustar o cinto de segurança, acelerar e se divertir. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail lancercup@ mmcb.com.br ou pelo telefone (19) 3818-4319.

paTrocinadores: Armura, Artfix, btG Pactual, Lubrax, Pirelli, sky, unirios



universo mitsubishi Por renato góes

evo day / lancer day

Autódromo velo Città

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@mundomit

www.mitsubishimotors.com.br

riCArDo Leizer

lancer evo acelera no velo città. abaixo, o pessoal do lancer day

Para aficionados e novatos No grid do Lancer Evo Day há espaço para todos os fãs do carro

J

oão Lima teixeira tem cinco

é tetracampeão mundial de rali (1996,

ideia de fazer etapas fora do velo Città

Lancer evo. um v, um vi, um vii,

1997, 1998 e 1999). “também joguei

foi fantástica”, diz o piloto referindo-se à

um iX e um X. “estou atrás de

muito videogame acelerando o evo

etapa realizada no Autódromo interna-

um viii”, diz o empresário cario-

vi do tommi makinen”, conta teixeira.

cional Ayrton senna, em Goiânia, a pri-

ca. sua paixão pelo superesportivo da

na terceira etapa da temporada 2015

meira fora do autódromo da mitsubishi,

mitsubishi começou quando acompa-

do Lancer evo Day, em Goiânia, João

em mogi Guaçu.

nhava os voos do carro no World rally

trouxe três de seus xodós. “Participar

Championship (WrC) – o Lancer evo

do evo Day é a minha realização. e esta

não é preciso, no entanto, ser tão fã assim do carro para participar do evo Day, um dia no qual quem desfruta do privilégio de possuir um evo tem três baterias para acelerar à vontade na pista de um autódromo. o dentista rogério Watanabe está em seu primeiro evo e a etapa de Goiânia foi o primeiro track day de sua vida. “É uma delícia poder fazer aqui o que não se pode fazer na rua”, resumiu. Com um evo, ele conseguiu cravar 1min56seg na primeira das três baterias. na terceira, após pegar mais

tom PAPP

o jeito da brincadeira e aprender a usar

106

Mit revista

seteMbro 2015

as tecnologias do carro, como o câmbio na posição super sport, baixou o tempo em quase seis segundos. “o carro é um


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evo day / lancer day

RiCARDO LEizER

uNivERsO MiTsuBishi

espetáculo”, resume Rogério. Com uma competitividade saudável,

108

FOTOs: TOM PAPP

velocidade na pista, sorriso no rosto, champanhe no pódio

do filho, o estudante João Paulo, ele fez o curso e aprendeu “a frear, a usar o

os pilotos acompanham seus tempos a

ABs, a trocar a marcha na hora certa, a

cada volta em uma televisão nos boxes.

fazer a tangente...”

Com seu Evo X, Teixeira cravou 1min-

O Evo Day pode servir de trampo-

36seg. O recorde do dia foi do empre-

lim para a Lancer Cup. O empresário

sário Daniel Arantes, com 1min34seg,

paulistano Tomas Mendonça comprou

que ecoou os elogios ao carro. “Não é

um Lancer Evo X especialmente para

só potência. É estabilidade, é o acerto,

participar do evento. “Nunca dirigi um

é a dirigibilidade.” Para conhecer me-

carro tão bom de curva”, contou o novo

lhor o veículo, a Mitsubishi disponibiliza

piloto, que cravou 1min43seg no autó-

um curso de pilotagem na véspera do

dromo de Goiânia. “Ainda é um sonho,

Evo Day. “Foi excelente”, disse o corre-

mas em 2007 quero estar no grid de

tor Paulo Pinheiro, de Brasília. Ao lado

largada da Lancer Cup.”

Mit revista

seteMbro 2015

“o evo day mistura o prazer de acelerar com o encontro de amigos que gostam do carro.” sergio Laureano, publicitário, Sorocaba

“Foi minha primeira vez. estou encantado. a emoção de acelerar em uma pista é enorme.” Rogério Watanabe, dentista, Goiânia

PrÓXIMaS eTaPaS n 02 e 03 out Goiânia (GO) n 13 e 14 nov Velo Città (SP)


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Por renato góes

fun day

Autódromo velo Città

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riCArDo Leizer

universo mitsubishi

Mitsubishi asX puxa a fila no Velo Città

Diversão e adrenalina

Com os próprios carros, clientes Mitsubishi divertem-se em prova de regularidade

n

o início dos anos 2000,

nacional Ayrton senna. “esse evento

vez na vida andou em uma pista de

durante uma viagem, bruno

é uma grande sacada da mitsubishi”,

corrida. “Deu pra perceber como o Lan-

D’Abreu viu a foto do Lancer

disse bruno. “Quem compra um mitsu-

cer é um carro extremamente estável e

evo vi em uma revista.

bishi quer mais que um carro, quer esse

seguro nas curvas.”

virou para o pai e disse: “Ainda vou ter um desse”. Passado pouco mais de uma

110

estilo de vida.” no Fun Day, donos de Lancer, AsX

A bordo do outlander da família, o casal victor e Ana Luiza Fedato, admi-

década, o servidor público de brasília,

e outlander atuam em uma prova de

nistradores de empresa, sentia-se exta-

hoje com 28 anos, não apenas tem um

regularidade dentro de um autódromo.

siado “só de estar em um autódromo”.

Lancer (versão Gt) como é o presi-

os participantes precisam passar no

“e ainda pudemos usar o paddle shift”,

dente do fã-clube do carro. na etapa

tempo certo nos pontos de cronome-

disse referindo-se às alavancas atrás do

de Goiânia do mitsubishi Fun Day, ele

tragem espalhados pela pista. “Deu pra

volante que agilizam e facilitam a troca

trouxe 25 dos 50 sócios do clube para

chegar nos 140 km/h”, disse a advoga-

de marchas. “Foi muito divertido parti-

acelerar na pista do Autódromo inter-

da ereni ramos, 44, que pela primeira

cipar do Fun Day. Que venha o próximo.”

Mit revista

seteMbro 2015


Procure nas concessionรกrias Mitsubishi de todo o Brasil.


fun day

fotos: tom pApp

ricArDo leizer

universo mitsubishi

Cenas de um sábado chuvoso e feliz no Velo Città

“Quem compra um Mitsubishi quer mais que um carro, quer um estilo de vida.” bruno D’Abreu, servidor, Brasília

“a Mitsubishi é uma marca de personalidade e mostra isso em eventos como o fun day.” rodolpho santos, publicitário, Goiânia

PRÓXIMaS ETaPaS n 02 e 03 out Goiânia (GO) n 13 e 14 nov Velo Città (SP)

112

Mit revista

seteMbro 2015





universo mitsubishi por juliana amato

motorsports

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@mundomit

www.mitsubishimotors.com.br

Competição com diversão Enquanto líderes pensam no título, a maioria dos competidores curte a natureza no rali de regularidade da Mitsubishi

pajero Full em ação na etapa de Goiânia

116

Mit revista

seteMbro 2015


ricardo leizer setembro 2015

mit revista

117


universo mitsubishi

motorsports sudeste

cadu rolim

ricardo leizer

motorsports: programa para fazer em família ou entre amigos

Q

uando eles sobem no pódio, tem sempre a famosa cambalhota. de mãos dadas, otavio e allan

enz,

pai e filho, deitam e rolam

no palco da premiação. este ano, eles estão abusando: ficaram entre os cinco primeiros nas sete etapas realizadas até o fechamento desta edição, sendo quatro vezes no lugar mais alto. o paranaenses de apucarana, que caminham firme para o bicampeonato da categoria Graduados – sim, eles venceram o mitsubishi motorsports

david santos Jr.

desempenho rendeu 181 pontos aos

no ano passado. na vice-liderança da temporada vêm os mato-grossenses

descarte dos piores resultados de cada

(sc), vão precisar de talento para

olair Fagundes e Waldemberg barros,

piloto ao longo da temporada. portanto,

segurar a vantagem aberta para os

com 136 pontos. a distância é grande,

muita poeira vai subir até a eventual

segundos colocados, os paulistas José

mas Fagundes e barros venceram a

cambalhota final.

carlos e claudia eymael. após as sete

etapa de vitória (es) e reduziram a

118

o mesmo vale para a categoria

primeiras etapas da temporada, os

vantagem dos rivais. e ainda deve-se

turismo, na qual carlos bauer e

catarinenses têm 167 pontos, contra

considerar que o regulamento prevê o

alexandre silva, de são bento do sul

135 do casal eymael.

Mit revista

seteMbro 2015



motorsports

riCArDo Leizer

universo mitsubishi

pajero tr4 cruza plantaçao na etapa de Curitiba

disse André, que comprou um Pajero tr4

já que a Lancer Cup, o evo Day e o

mais um ingrediente do mitsubishi

pensando justamente em participar do

Fun Day, que costumam acontecer

motorsports. o que vale mesmo é a

motorsports. os vencedores na categoria

no autódromo velo Città, foram

diversão. É em busca de momentos

foram Leonardo menarim e Adriana

realizados no autódromo internacional

marcantes ao lado de familiares e amigos

micheli, de Castro (Pr). “É indescritível

da cidade, unindo amantes do 4x4 e

A briga pelo titulo, no entanto, é só

que a nação 4x4 se reúne ao longo do ano em etapas realizadas em cidades do sul, do sudeste e do nordeste do brasil. em são José do rio Preto (sP), onde aconteceu a terceira etapa do ano, a dupla de advogados André salim e

a emoção de ter sido o melhor na

da velocidade no asfalto. e lá estava

renato hilkner fez a festa. Ficaram na 31ª

categoria”, comemorou menarim.

de novo Leonardo menarim. Desta vez,

colocação da categoria turismo Light, na túnel de árvores qual competem os menos experientes. nos arredores da “o gostoso é sentir o friozinho na barriga”, histórica tiradentes

120

A duas etapas do fim da temporada do MotorSports Sudeste, Otavio e Alan Enz, na Graduados, e Carlos Bauer e Alexandre Silva, na Turismo, são os líderes

Mit revista

seteMbro 2015

A quarta etapa do ano aconteceu

ao lado da mulher, Adriana micheli, e

em Goiânia (Go). o clima de festa foi

no comando de um mitsubishi AsX,

ainda mais intenso do que o normal,

chegou em terceiro lugar. o frio



universo mitsubishi

motorsports

tom PAPP

Fotos: riCArdo Leizer

mArCio mAChAdo

Depois das lindas paisagens, os mais regulares vão ao pódio

embalou a quinta etapa, em Curitiba

também participa do motorsports,

turismo Light e conhecer a cidade e

(Pr). Patrícia bertozzi e Ana Cláudia

mas na categoria Graduados.

seus arredores. “A paisagem da região

baldin, de são Paulo, mal dormiram

122

entre os competidores da sexta

é muito bonita”, avaliou marcos. As

no dia anterior à prova. “A adrenalina

etapa, em Penedo (rJ), estavam

estradas de terra e as florestas de

sobe, o coração bate forte”, contou

os amigos marcos theodoro e Luiz

eucaliptos chamaram a atenção da

Patrícia, engenheira civil. “nós sempre

Fonseca. theodoro conhece bem o rali

dupla, enquanto o navegador narrava

gostamos do espírito 4x4, e conhecer

da mitsubishi, mas Luiz era estreante.

os pontos de referência da planilha.

lugares novos é uma grande alegria”,

A dupla levou a família a bordo do

“É muita legal essa mistura de viagem

disse Ana Cláudia, cujo marido

Pajero tr4 para participar da categoria

com adrenalina”, disse Luiz.

Mit revista

seteMbro 2015


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universo mitsubishi

motorsports

CLAssIFICAÇÃo sÃo JosÉ Do rIo prEto (sp) n Graduados 1) Paulo roberto Goes / Jhonatan Ardigo - Joinville (SC) 2) renato martins / enedir Junior - Belo Horizonte (MG) 3) José marques de souza Junior / Claudio roberto Flores - Belo Horizonte (MG) 4) olair Fagundes / Waldemberg barros - Cuaibá (MT) 5) otavio enz marreco / Allan enz - Apucarana (PR) n turismo 1) Glauber Fontoura / eduardo Pereira e Costa - Santana de Parnaíba (SP) 2) valdir de Lacerda / elisa de Lacerda - Pouso Alegre (MG) 3) marcio Pereira / Patrese Pereira da bella - Rio Bonito (RJ) 4) José Carlos selbach eymael / Claudia renate bernt eymael - Santana de Parnaíba (SP) 5) Gustavo Pereira de Amorim / Debora rondello bonatti - Santo André (SP) n turismo Light 1) Leonardo menarim / Adriana micheli - Castro (PR) 2) reginaldo rocha Lemos Junior / evaldo indig Alves - São Paulo (SP) 3) Wilson rodrigues Pinto / Carina tricarico Camargo - São Paulo (SP) 4) elisabete tavares / Paulo tavares - São Paulo (SP) 5) Glaucio Peron / marcelo Dirceu magalhães Poços de Caldas (MG)

CLAssIFICAÇÃo CUrItIBA (pr) n Graduados 1) otavio enz marreco / Allan enz - Apucarana (PR) 2) Paulo roberto Goes / Jhonatan Ardigo - Joinville (SC) 3) ernesto Kabashima /Luiz Durval Paiva - São Paulo (SP) 4) Fábio vernizi / Alexandre martinez - São Paulo (SP) 5) ricardo barra / vanderlei hirt - Niterói (RJ) n turismo 1) José Carlos selbach eymael / Claudia bernt eymael - Santana de Parnaíba (SP) 2) igor Carvalho / Fabrício Povh - Castro (PR) 3) Glauber Fontoura / eduardo Pereira e Costa - Santana do Parnaíba (SP) 4) sidnei rank / Leandro Jose machado - São Bento do Sul (SC) 5) ricardo André nossol / Francisco Ferreira - Rio Negrinho (SC) n turismo Light 1) Paulo renato martins / regiane salgado Pagnard - São Paulo (SP) 2) Luana buscaroli / Daniela buscaroli - São Paulo (SP) 3) Jonas Andre bankersen / isais salamaia - Irati (PR) 4) reginaldo rocha Lemos Junior / evaldo indig Alves - São Paulo (SP) 5) Felipe Portella / raphaela Fonseca - Rio de Janeiro (RJ) CLAssIFICAÇÃo pENEDo (rJ) n Graduados 1) otavio enz marreco / Allan enz - Apucarana (PR) 2) bruno eymael / victor eymael - Santana do Parnaíba (SP) 3) ricardo

124

Mit revista

seteMbro 2015

CADu roLim

CLAssIFICAÇÃo GoIÂNIA (Go) n Graduados 1) otavio enz marreco / Allan enz - Apucarana (PR) 2) olair Fagundes / Waldemberg barros - Cuaibá (MT) 3) Fábio vernizi / Alexandre martinez - São Paulo (SP) 4) renato martins / enedir Junior - Belo Horizonte (MG) 5) Fábio Carvalho / edson João da Costa - Belo Horizonte (MG) n turismo 1) Carlos Frederico bauer / Alexandro silvo - São Bento do Sul (SC) 2) eduardo Alexandre Kruger / Fabiane tironi - Jaraguá do Sul (SC) 3) David taufik rahd / Leonardo hideo hirata - São José do Rio Preto (SP) 4) José Carlos selbach eymael / Claudia renate bernt eymael - Santana de Parnaíba (SP) 5) Paula breves / vilma rafael - Rio de Janeiro (RJ) n turismo Light 1) Wilson rodrigues Pinto / Carina tricarico - São Paulo (SP) 2) Leticia borges / mirella Pellicano - Goiânia (GO) 3) Leonardo menarim / Adriana micheli Castro (PR) 4) Luiz signates / nayane signates - Goiânia (SP) 5) Fernando barbosa / heloisa Gandolfi - Matão (SP)

Banho de champanhe no pódio da etapa de Curitiba

“Na hora da largada, a adrenalina sobe, o coração bate forte. sempre gostamos do espírito 4x4.” Patrícia bertozzi, piloto, categoria Turismo Light

barra / vanderlei hirt - Niterói (RJ) 4) José marques souza Júnior / Claudio Flores - Belo Horizonte (MG) 5) José eduardo Guerra / marcia Guerra - Uberlândia (MG) n turismo 1) Carlos Frederico bauer / Alexandro silva - São Bento do Sul (SC) 2) Flavio ozon boghossian/ miguel sono - Rio de Janeiro (RJ) 3) Guilherme barbosa / Lisiane homem - São José dos Campos (SP) 4) marcio Pereira / Patrese bella - Rio Bonito (RJ) 5) Pedro Junio de oliveira / Alessandro bonsucesso da silva - Belo Horizonte (MG) n turismo Light 1) Leonardo Lanziotti / Priscila nogueira maciel - Belo Horizonte (MG) 2) Leonardo menarim / Adriana micheli - Castro (PR) 3) otabio nakamura / vinicius Zarantonello machado - Rio de Janeiro (RJ) 4) Paulo renato martins / regiane salgado Pagnard - São Paulo (SP) 5) Claudio Lemos / Any Karoline Lopes Lemos - Rio de Janeiro (RJ) CLAssIFICAÇÃo VItÓrIA (Es) n Graduados 1) olair Fagundes / Waldemberg barros - Cuiabá (MT) 2) Fabio vernizi / Alexandre martinez - São Paulo (SP) 3) Paulo roberto Goes / Jhonatan Ardigo - Joinville (SC) 4) otavio enz marreco / Allan enz - Apucarana (PR) 5) ricardo barra / vanderlei hirt - Niterói (RJ) n turismo 1) Paula breves / vilma rafael - Rio de Janeiro (RJ) 2) sandra Dias / minae miyauti Santana de Parnaíba (SP) 3) marcio Pereira / Pa-

“É muita legal essa mistura de viagem com adrenalina que o motorsports proporciona.” Luiz Fonseca, navegador, categoria Turismo Light

trese bella - Rio Bonito (RJ) 4) Glauber Fontoura / eduardo Pereira e Costa - Santana de Parnaíba (SP) 5) origenis eduardo Lara vilefort / marcelo borsatto - Nova Lima (MG) n turismo Light 1) Leandro de mendonça thurler / rodrigo Justen vieira - Rio das Ostras (RJ) 2) Luana buscaroli / Daniela buscaroli - São Paulo (SP) 3) Felipe Portella / raphaela Fonseca - Rio de Janeiro (RJ) 4) reginaldo rocha Lemos Junior / evaldo indig Alves - São Paulo (SP) 5) Paulo renato martins / regiane salgado Pagnard - São Paulo (SP) prÓxImAs EtApAs sUDEstE n 07 nov Joinville (SC) n 28 nov Ribeirão Preto (SP) prÓxImAs EtApAs NorDEstE n 26 set Natal (RN) n 24 out Fortaleza (CE)

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universo mitsubishi por juliana amato

outdoor

mitsubishi outdoor

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Adrenalina lá em cima Curitiba (PR), Penedo (RJ) e Vitória (ES) foram os cenários para as aventuras da Nação 4x4

126

Mit revista

seteMbro 2015


tom papp

Toque para ver o vĂ­deo

Karina oliani faz rapel na etapa de Penedo (rj)

setembro 2015

mit revista

127


outdoor

tom papp

universo mitsubishi

p

aintball, trilhas de bike, tra-

gaúcho Fabio bauer, da equipe promed.

dos trechos com muitos obstáculos,

vessia de rio em bote a remo,

a bordo de uma L200 triton savana e

nossa L200 triton aguentou firme”,

passagem por cachoeira,

de uma L200 triton GLX, eles conquis-

disse a piloto nathalie Fonseca. na ca-

teleférico, visita a prédios

taram a quarta colocação na categoria

tegoria Fun, com 2.813 pontos, a equipe

históricos, trekking. o cardápio de

extreme, na qual competem os mais

mit ira da Lama conquistou o primeiro

tarefas do mitsubishi outdoor foi vasto

experientes. em uma das tarefas foi

lugar, a bordo de duas L200 triton.

e divertido nas etapas de Curitiba (pr),

preciso localizar e identificar pelo me-

“vencer é muito bom, mas o que vale

penedo (rJ) e vitória (es). no rali de

nos dez das 20 igrejas espalhadas pelo

é a diversão e conhecer lugares lindos

estratégia da marca dos três diamantes,

mapa. o maior desafio foi um trial de

como aqueles pelos quais passamos

as equipes são formadas por até dez pessoas, divididas em dois carros. munidas de mapa, lista de tarefas esportivas e culturais, bússola e Gps, elas precisam

Entre os desafios do Outdoor, destaque para uma batalha de paintball, trilhas de bike, travessias de bote e a identificação de igrejas antigas

pensar na melhor estratégia para realizar o maior número de tarefas e somar

mountain bike, no qual era proibido en-

hoje”, contou o capixaba Luciano Faria,

mais pontos. É uma mistura perfeita en-

costar os pés no chão. “acho divertido

piloto da equipe.

tre esportes ao ar livre e pilotagem 4x4.

ter que pensar a todo momento em um

em vitória, a prova começou na praça do papa. De lá, os competidores passaram pela enseada do suá

128

em Curitiba, palco da segunda etapa

plano b e refazer a estratégia no meio

da temporada, o destaque foi uma bata-

da prova”, afirmou bauer.

lha de paintball. mas a travessia de uma

a vitória na categoria extreme ficou

represa em um bote a remo também

e seguiram para Domingos martins.

com a equipe Juntos por acaso, que so-

animou a nação 4x4. “o mitsubishi

“acertamos na estratégia e consegui-

mou 3.479 pontos, apenas seis a mais

outdoor é uma ótima oportunidade

mos rodar boa parte do mapa”, disse o

do que a equipe to na rossa. “apesar

para fazer uma atividade diferente em

Mit revista

seteMbro 2015


Fotos: CaDu roLim aDriano Carrapato

tom papp tom papp

tom papp

Cenas de um rali que mistura pilotagem 4x4, estratĂŠgia e esporte ao ar livre

setembro 2015

mit revista

129


universo mitsubishi

outdoor

tom papp

Fotos: CaDu roLim

antes, durante e depois, garantia de sorriso no rosto

aDriano Carrapato

“usamos estratégia, organização e trabalho em grupo para conseguir conquistar esse boné vermelho.” Luciano Faria, piloto da equipe Mit Ira da Lama

família”, afirmou nelson tutsuni, que

melhor foto das primeiras três etapas:

estreou no rali com sua L200 triton. na

uma prancha do [surfista campeão mun-

categoria Fun, a equipe vikings conquis-

dial de ondas gigantes] Carlos burle.”

tou o primeiro lugar. “Foi preciso traba-

do foi a presença da atleta Karina olia-

casa com a vitória”, comemorou edson

ni, patrocinada pela mitsubishi e a mais

Ferreira, estrategista da equipe. na

jovem brasileira a chegar ao topo do

categoria extreme, a equipe papaléguas

monte everest. ela participou da etapa

(4.087 pontos) venceu.

de penedo com um asX. “eu me diverti

a terceira etapa do ano aconteceu

130

outra atração do outdoor em pene-

lhar muito na estratégia para voltar para

muito. Quero participar das próximas

em penedo (rJ). as equipes tiveram

etapas”, afirmou Karina. na categoria

como parque de diversões a serra da

Fun, a equipe Coragem, com um pajero

bocaina – os participantes chegaram

Full e uma L200 triton, venceu. “É até

a quase 1900 metros de altitude. “a

difícil pensar em algo que gostamos

integração com a natureza foi incrível”,

mais do que estar aqui”, comentou Ga-

contou vinicius poit, da equipe Flexsoft.

briela romero. na categoria extreme, a

além de um trecho de bike, os competi-

vitória ficou com a absolut Lama, com

dores da categoria extreme precisaram

3.271 pontos. “o melhor foi a diversão

superar uma difícil trilha 4x4. “apesar

em família”, comemorou marcos rogé-

do sexto lugar, ganhamos o prêmio pela

rio santos.

Mit revista

seteMbro 2015

“o outdoor é dinâmico, divertido. tem trabalho em equipe, desafios, esporte e exigência de preparo físico.” vinicius poit, equipe Flexsoft

ClaSSiFiCaÇÃo CuritiBa (Pr) n Fun 1) vikings 2) spin off road 3) mit mendes n Extreme 1) papaléguas 2) Flexsoft 3) to na rossa ClaSSiFiCaÇÃo PEnEdo (rj) n Fun 1) Coragem 2) spin off road 3) iso paulista n Extreme 1) absolut Lama 2) primos 4x4 3) promed ClaSSiFiCaÇÃo VitÓria (ES) n Fun 1) mit ira da Lama 2) to de boa 3) Cemac n Extreme 1) Juntos por acaso 2) to na rossa 3) absolut Lama PrÓXimaS EtaPaS n 07 nov Joinville (SC) n 28 nov Ribeirão Preto (SP)

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No meio do caminho Ainda restam quatro etapas, mas os favoritos da Mitsubishi Cup começam a aparecer

o Mitsubishi asX R acelera nas trilhas de Jaguariúna (sp)

134

Mit revista

seteMbro 2015


marcio machado setembro 2015

mit revista

135


universo mitsubishi

Cup Toque para ver o vídeo

cadu roLim

na categoria L200 triton Rs, o equilíbrio reinou

m

ais uma etapa da mitsubishi cup, a terceira da temporada 2015. o destino dos gentleman

drivers dessa vez se deu na paulista Jaguariúna, cidade acostumada com a competição off-road mais disputada do país. Foram duas provas de 51 quilômetros em meio a trechos sinuosos de chão batido, cascalho e areia. a cana alta limitou a visão em diversas partes marcio machado

da pista, o que tornou a disputa mais emocionante. um teste de verdade para a sintonia entre piloto e navegador. era dia 27 de junho e o frio da manhã de sábado apontava para a chegada do inverno. mas ao longo do dia as nuvens

pelo piloto campeão de 2013, marcelo

segunda e na terceira colocação e soma-

sumiram, o ar ficou seco, o sol apareceu

mendes, e pelo navegador breno re-

ram os mesmos 81 pontos. no critério

– e a poeira tomou conta do circuito. na

zende. Levou 40 minutos e 31 segundos

de desempate, melhor para Fernando e

categoria top da mitsubishi cup, a triton

para eles finalizarem o percurso.

beco, que fizeram a volta mais veloz (40

rs, aconteceram as maiores surpre-

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apesar do feito, a disputa pelo primei-

minutos e 35 segundos) e assumiram

sas. na primeira prova, quem saiu na

ro posto ficou para as duas duplas mais

a liderança do campeonato. “a disputa

frente foi a dupla Felipe ewerton-Kaique

regulares da etapa: Fernando ewerton-

está em nível elevadíssimo”, afirmou

bentivoglio. os dois, no entanto, não

-beco andreotti e marcos baumgart-

ewerton, jovem piloto que conta com a

completaram a segunda prova, vencida

-Kleber cincea, que se alternaram na

experiência de andreotti.

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seteMbro 2015


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Fotos: mArCio mAChADo

tom PAPP

Cup

CADu roLim

universo mitsubishi

uma mistura de adrenalina, lindas paisagens e a presença de familiares fez o clima da etapa de Jaguariúna

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outra disputa acirrada aconteceu

vitória é o resultado de muita dedicação.”

na Pajero tr4 er, com a vitória de vítor

Categoria estreante em 2015, a AsX

está muito alto e, com o formato de duas provas mais longas, é preciso ir forte,

muench e Jorge Peters. na primeira

também vive dias agitados. A cada etapa

mas ao mesmo tempo com cuidado.

prova, eles venceram a dupla Alessandro

é comum haver um rodízio de duplas

nossa estratégia foi maneirar o ritmo

tozoni e Fabio Peralli. na segunda, as

nos lugares mais altos do pódio. Quem

para diminuir as chances de erro”, contou

posições se inverteram. o critério de

se deu bem dessa vez foram o piloto

eckel. “o AsX tem um centro de gravida-

desempate novamente foi a volta mais

marcelo tomasoni e o navegador Luis

de baixo, que o torna agressivo na pista”,

rápida: melhor para vítor e Jorge, com 35

Felipe eckel, numa disputa acirrada com

disse tomasoni.

segundos de vantagem. “A gente treina

as duplas Fabrício bianchini-Caio santos

toda semana”, explicou o piloto. “essa

e hugo rodrigues-Deco muniz. “o nível

Mit revista

seteMbro 2015

na categoria triton er, Albano santos e João Gilberto Ferreira foram os vence-


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Cup

Fotos: tom PAPP

universo mitsubishi

dores. nada mau para uma dupla de estreantes na categoria. “estamos passando muito bem por esse período de adaptação”, disse Albano. na Pajero tr4 er master, rodrigo meinberg e João Luis stal colocaram mais um troféu de primeiro lugar na coleção. ninguém, no entanto, tem motivo para comemorar muito: três etapas foram realizadas, ainda restam quatro para saber quem vai rir por último.

CADu roLim

“A Cup não para de evoluir. Cada etapa é certeza de muita emoção.” marcelo medeiros, categoria Triton RS “O nível dos pilotos ficou muito alto. A Cup está entre os melhores ralis do Brasil.” Fernando ewerton, piloto da categoria Triton RS

tom PAPP

pilotos e navegadores comemoram no pódio

CLASSIFICAÇÃO JAGuARIÚNA (Sp) n L200 Triton RS 1) Fernando ewerton/ beco Andreotti 2) marcos baumgart stroczynski/Kleber Cincea 3) marcelo emerick mendes/breno de Almeida rezende n L200 Triton ER 1) Albano dos santos Parente Jr/ João Gilberto Ferreira 2) thiago Wilson rizzo da silva/Daniel Cury spolidorio 3) marco tulio Lana/Leonardo magalhães n ASX R 1) marcelo tomasoni/Luis Felipe eckel 2) hugo rodrigues/Deco muniz 3) Fabricio bianchini/ Caio santos n pajero TR4 ER Master 1) rodrigo meinberg/João Luis stal 2) Frederico macedo/nickolas macedo 3) Andre miranda/ Alison Pedroso n pajero TR4 ER 1) vitor José muench/Jorge Adriano Peters 2) Alessandro Cesar tozoni/Fabio Peralli 3) Luiz Claudio Parente/Glauco Alencastro pRóXIMAS ETApAS n 19 set Votuporanga (SP) n 17 out Jaguariúna n 14 nov Mogi Guaçu (SP)

CADu roLim

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ré em paz câmera Dalgas, desenvolvida para a L200 triton, garante manobras seguras na hora de estacionar

a

ideia da câmera de ré High

interfere na originalidade, além de

aparecem na tela e são ajustadas para

End da Dalgas é evitar

oferecer um maior campo de visão

o veículo.

acidentes e minimizar os

horizontal. as lentes de altíssima

danos ao para-choque da

qualidade proporcionam visão linear

tranquilidade proporcionada, a nova

L200 triton. ela foi desenvolvida para

e mostram o para-choque, referência

câmera de ré pode ser pintada na cor

a cabine dupla da mitsubishi. tem

fundamental na hora das manobras

da moldura da maçaneta, oferecendo

excelente resolução e alta qualidade

em marcha a ré. a tranquilidade fica

um acabamento discreto e sofisticado.

de imagem. por ser fixada na moldura

ainda maior devido às parking lines

O produto já pode ser encontrado nas

da maçaneta da tampa traseira, não

(linhas de estacionamento) que

concessionárias mitsubishi do Brasil.

além da segurança e da

setembro 2015

mit revista

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retrovisor

um olhar para o passado

Creative CommoNs

por rodrigo ribeiro

mitsuBishi paJero NiKoN

1985

há quem o conheça por pajero Nikon por conta do nome da marca de equipamentos fotográficos (pertencente ao grupo mitsubishi) escrito na lateral da carroceria. mas pode chamá-lo simplesmente de pajero. o modelo, pintado nas cores vermelha e preta da ralliart, a divisão de competição da mitsubishi motors, marcou o início de uma trajetória até hoje imbatível. equipado com motor v6 3.0 de 220 cavalos, ele conquistou em 1985 a primeira vitória da família pajero no rally dakar, o mais desafiador do mundo. a bordo estava a dupla formada pelos franceses patrick Zaniroli e Jean da silva. os britânicos andrew Cowan e Jarron syer, também com um pajero Nikon, chegaram na segunda colocação. depois desse triunfo, o pajero ainda foi campeão de outros 11 rally dakar – todos quando a prova ainda era disputada nas areias do deserto do saara. até hoje, nenhuma outra marca de automóveis igualou o feito.

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