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Os prêmios do CNPq
Não há um mundo seguro sem ciência
Luiz Carlos Dias Professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp). Bolsista de Produtividade 1A do CNPq Aciência é a contínua busca pelo conhecimento, pela verdade. A ciência melhora a nossa qualidade de vida, aumenta nossa expectativa de vida e é fundamental em nossa luta contra o negacionismo científico, o obscurantismo, as pseudociências e o charlatanismo. Nós precisamos da ciência para produção de conhecimentos robustos, auxiliando as políticas públicas na área de saúde, que devem ser baseadas em evidências científicas sólidas e não em opiniões pessoais, achismos e oportunismo político.
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A pandemia da covid-19 trouxe a ciência para mais perto do cotidiano do cidadão, que está percebendo a importância das instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão para o desenvolvimento do país. A universidade brasileira desempenha um papel essencial para a solução dessa crise complexa e o objetivo deste texto é valorizar os institutos de pesquisas e a universidade pública brasileira para o desenvolvimento do país, para a proteção e segurança do povo brasileiro e para a soberania nacional. O enfrentamento de uma crise sanitária complexa como essa requer um posicionamento especializado e bem-informado de cientistas sobre a dinâmica de transmissão da doença e a ciência é absolutamente fundamental para que possamos encontrar uma saída.
Contribuições de institutos de pesquisas e universidades públicas brasileiras no combate à covid-19
A percepção pública da ciência está crescendo e os pesquisadores, professores, cientistas e colegas divulgadores de ciência têm um papel fundamental para proteger a sociedade. O mundo está se voltando para as universidades e institutos de pesquisas e quem está sendo procurado neste momento não é quem nega a ciência, não são os pseudocientistas e os negacionistas, apesar destes continuarem atentos e de plantão; quem está sendo procurado agora são os cientistas, os pesquisadores sérios de todas as áreas do conhecimento.
Todas as ciências, humanas, exatas e sociais, precisam ser igualmente valorizadas, não perseguidas por vozes dissonantes e negacionistas. É fundamental lembrar que cientista não é só quem está nos laboratórios trabalhando com um vírus, com medicamentos ou vacinas. Sociólogos, antropólogos, cientistas políticos, especialistas em relações internacionais, historiadores, filósofos, linguistas, psicólogos, psiquiatras, engenheiros, nutricionistas, ambientalistas, pedagogos, obstetras, fisioterapeutas, patologistas, intensivistas, farmacêuticos, profissionais de educação física, profissionais da área de saúde, imunologistas, virologistas, infectologistas, químicos, bioquímicos, biólogos, físicos, parasitologistas, geógrafos, médicos, biomédicos, economistas, microbiologistas, geólogos, matemáticos etc., todos estão desempenhando um papel fundamental nesse momento.
A situação se impôs, mas nós continuamos dando aulas, não paramos, estamos mantendo nossas atividades didáticas em nível de graduação e de pós-graduação de forma remota, pois temos responsabilidade com a sociedade e com as futuras gerações. Estamos trabalhando muito em home office, nos adaptando às inúmeras atividades emergenciais remotas, mantendo e respeitando as medidas de distanciamento físico para minimizar o espalhamento do vírus. São muitas as ações que, como verdadeiros cidadãos brasileiros, nos deixam orgulhosos e com aquela sensação contagiante de ver como as nossas universidades e instituições públicas de ensino e pesquisas estão ajudando a população brasileira no combate à pandemia. Que sorte tem o povo brasileiro de contar com este exército do bem.
As universidades públicas e a comunidade científica brasileira estão participando ativamente de vários fóruns nacionais e internacionais para definir medidas adequadas para combater e controlar a pandemia. São inúmeras as atividades de desenvolvimento de pesquisas de alto nível e soluções inovadoras no combate ao novo coronavírus. São muitas as redes de solidariedade criadas por universidades envolvendo estudantes, professores, servidores, pesquisadores, técnicos, bolsistas e voluntários em campanhas de captação de alimentos, roupas, artigos de higiene e limpeza, para distribuição para as populações mais carentes. Cientistas e pesquisadores do país inteiro estão compartilhando dados de virologia e de epidemiologia, além de resultados de pesquisas e informações cuidadosamente preparadas