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Qual o seu sentimento ao deixar o CNPq?

Há que ter paixão… A ciência é algo que atrai e ocupa a cabeça do pesquisador o tempo todo. Para ser um cientista, um pesquisador, a pessoa precisa ter vocação e perseverança: são carreiras que só são escolhidas realmente quando há paixão. E com paixão, vale a pena: são muitas as gratificações. Pelo menos é o que dizem aqueles que abraçam a ciência: você vai ver nas próximas páginas.

É preciso estudar muito, nunca achar que sabe tudo, perceber que estamos sempre aprendendo. Entender que a ciência não É a verdade, ela BUSCA a verdade. E está sempre em movimento, porque novas descobertas acontecem todos os dias e, em alguns casos, derrubam verdades anteriores. Cientistas precisam ter a mente aberta, gostar de novidades e mudanças. Por que não? Se você tem vontade de saber mais sobre os fundamentos do conhecimento humano a respeito da natureza, então pesquise mais sobre as ciências básicas, como a física e a química.

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Se tem mais interesse em saber como voa um avião, como se pode construir uma usina para aproveitar a energia dos ventos, como funciona o rádio, a televisão e os computadores e gostaria de melhorar esses aparelhos, então talvez uma carreira na área das engenharias lhe pareça mais interessante.

Se sua preocupação é com a saúde, a melhoria da qualidade de vida das pessoas portadoras de doenças, procure mais informações sobre as carreiras nas ciências da saúde e biomédicas.

Se sua curiosidade maior é saber como funcionam os organismos vivos e como eles se relacionam com o meio ambiente, então procure saber mais sobre as ciências biológicas.

E se tem entusiasmo por tudo que diz respeito a dinossauros, ou pelos diferentes animais e plantas que já viveram sobre a Terra, ou pela Terra propriamente dita, busque saber mais sobre as ciências da Terra.

Mas preste bem atenção: é nos limites entre essas ciências, nas áreas de interseção, que estão as grandes perguntas atuais. Essa visão compartimentada sobre as áreas vem sendo revista e novas áreas interdisciplinares vêm surgindo. Elas são muito importantes e delas, certamente, virão os maiores progressos científicos e tecnológicos deste século.

Como as colaborações entre as áreas possibilitam novas aprendizagens, a tendência dos ambientes científicos é se tornarem cada vez mais multidisciplinares, integrando físicos, matemáticos, biólogos, engenheiros e outros especialistas. Nesse ambiente, todos vão focar em um mesmo problema e cada um, com sua formação específica, pode dar o seu olhar, a sua contribuição para uma possível solução.

E por que não você? Quem sabe se você não será um membro de uma equipe multidisciplinar de pesquisa? Conheça mais sobre as carreiras científicas e descubra novos interesses! Acesse www.proficiencia.org.br!

O método científico

Agora, vamos nos aprofundar mais um pouquinho a respeito do método científico.

A ciência busca respostas e interpretações para os fatos que ocorrem na natureza. O critério mais eficiente, seguro e confiável nessa busca pelo conhecimento é o método científico, no qual são realizadas pesquisas com base na observação e na experimentação.

Existem diversas maneiras de formular um esquema do método científico, mas todas seguem alguns princípios básicos.

Primeiro, o cientista faz uma observação que levanta uma questão. Essa pergunta vai definir o foco da investigação.

Vamos a um exemplo. Charles Darwin (18091882) foi um cientista que visitou as ilhas Galápagos, a oeste do Equador, no século 19, e observou várias espécies de pássaros – os tentilhões -, cada uma adaptada de maneira única a um habitat específico da região.

Darwin notou, em especial, consideráveis diferenças entre os bicos dos tentilhões, que pareciam ter grande importância na forma como a ave obtinha o alimento. Ele ficou pensando como tantas espécies de tentilhão podiam coexistir em uma área geográfica tão pequena. Assim, Darwin chegou à segunda etapa e formulou a pergunta básica: o que teria provocado a diversificação dos tentilhões das ilhas Galápagos?

Após a formulação da pergunta, veio a terceira etapa: a formulação das hipóteses, ou seja, a busca de possíveis respostas para aquela questão. No caso dos tentilhões, Darwin formulou a hipótese de que todas as variações da ave seriam resultado de uma mesma espécie original, que se desenvolveu e se adaptou de maneiras diferentes a ambientes diferentes.

O desenvolvimento de uma hipótese em geral ocorre no formato “se… então”. Esse formato tem duas vantagens: a primeira é que é passível de teste - portanto, é possível organizar uma experiência que teste a validade da declaração. A segunda vantagem é que, da mesma forma que a hipótese pode ser confirmada, também pode ser refutada - pois é possível formular uma experiência que demonstre que tal hipótese não procede.

Levantada a hipótese, o cientista faz uma dedução, ou seja, uma previsão possível, pensada a partir da hipótese, que possa ser testada.

Chega-se, então, à quarta etapa: a experiência controlada, na qual a hipótese é testada. Vale mencionar, no entanto, que experimentos não são a única maneira de submeter a hipótese a testes: isso também pode ser feito pela simples

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