Bike n.º 193
abril 2013 l Mensal l PVP continente 3,95€
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exclusiTA va
Vale DESCONde TO PÁG. 75 e
magazine
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Escola Bike
exigência do dh
testes
Canyon|Nerve Al + 6.0 Rose|Root Miller 2 Focus|Planet TR 1.0 Berg|TrailRock 4.0 X Bike Team
• 10º Malandros BTT • BTT Maria da Fonte • Antevisão Maratona de Portalegre e alte
Novidades
Shimano 2014
19 anos
Temos + de 1000 euros em prémios para sortear!
TREK
Dia a dia de
Fuel EX 8
gonçalo
amado XCO Campeão Nacional Júnior
Uma das nossas favoritas para os singletracks competição
• Tugas brilham na TransAndes • Tudo 1sobre a TransRockies www.bikemagazine.pt
ISBN 5601753001303
Roteiro
• Este mês mostramos-te o local onde testamos todo o tipo de bicicletas, desde o XC mais light até ao DH mais agressivo: Sintra!
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601753 001303
Edição 193
abril 2013
Actualidade 6 Impacto 8 Noticiário
Zona de Testes
16 Teste Trek Fuel EX 8 22 Teste Canyon Nerve AL+ 6.0 28 Teste Rose Root Miller 2 34 Teste Xpress Focus Planet TR 1.0 36 Teste Xpress Berg TrailRock 4.0 X 38 TNT - casaco Ondabike Membrane Algarve 39 TNT - sapatos Specialized Riata Women 40 TNT - calças Ondabike Algarve 41 TNT - capacete Alpina D-Alto LE 42 TNT - colete Ekoi Rain Stop 43 TNT - bomba Zefal Profil Mini RGO2
Guia de lojas
46 Lojas nacionais
Zona Evasão 50 Notícias e Agenda
53 BIKE Team - parceiros e eventos 54 Antevisão Maratona de Portalegre 56 Antevisão Maratona de Alte
58 10º Malandros BTT A época de 2013 dos eventos Bike Team já começou com o passeio de Sobreiro Curvo e com o BTT Maria da Fonte. Não percas os relatos já nesta edição.
62 BTT Maria da Fonte Internacional
66 Antevisão TransRockies 68 Reportagem TransAndes
Roteiro
72 Sintra
Escola Bike
Editorial
Carlos Almeida Pinto Diretor
Obrigado a todos! Este mês completamos 19 anos de existência ininterrupta. Atravessámos bons e maus momentos, acompanhámos a evolução da modalidade de bem perto e mesmo nós, jornalistas que lidamos diariamente com este desporto, sentimos por vezes que tanto há por descobrir e explorar, como havia há precisamente 19 anos. Sabe bem – temos de o admitir – quando os nossos leitores mais fiéis nos enviam um e-mail ou uma carta a dar os parabéns por termos escrito o artigo “A” ou “B”, mas sentimo-nos ainda mais realizados quando, por exemplo, nos convidam para uma volta de bike nos seus trilhos favoritos. E para vos dar os parabéns e agradecer o facto de serem fiéis a esta publicação (alguns de vocês já nos acompanham desde o primeiro número), vamos sortear um lote de produtos aliciantes que conseguimos obter junto de marcas que também nos acompanham há tanto tempo como tu. Concorre (vê como no noticiário), mostra o que pensas e poderás levar para casa um quadro, um GPS, um par de sapatos, um selim ou um par de pneus. E não penses que não vale a pena participar, pois quando criámos a revista também nunca pensámos que chegaríamos aqui, passados 19 anos… Boa sorte! PS: Não deixes de marcar presença na nossa Feira Bike de Bicicletas Usadas que se realiza nos dias 25, 26 e 27 de abril no Porto de Recreio de Oeiras. Vê mais informações na página 44.
76 Esforço físico no Downhill
Competição
80 Apresentação equipas Cannondale
Exclusivo
84 Dia a dia de Gonçalo Amado
Competição
90 Entrevista Davide Machado 94 Notícias 98 Staff 2
Foto de capa: Rui Botas
A pedalar
há uma dúzia de anos Sob o lema “Todas as Maratonas começam com uma pedalada”, o Portalegre BTT já anima os trilhos alentejanos há mais de uma década. Em 2013, esta prova histórica tem direito a 12 velas no bolo, e promete uma enchente de betetistas. Texto: Pedro Pires Fotografia: A. Ferreira
C
omo sempre, serão dois os percursos para esta festa: 50 e 100 km, havendo um equipamento específico para cada um deles, composto por jersey e calção. Em termos de novidades, a partida e o secretariado decorrem no Kartódromo de Portalegre, ao contrário dos anos anteriores. No percurso haverá vários postos de controlo, cuja localização não será do conhecimento dos participantes (o controlo "0" funcionará na zona da
partida e estará aberto desde as 7h). Nota que só serão atribuídos tempos aos atletas que passarem por todos os controlos. Existirá um posto de controlo situado sensivelmente a 2/3 da Maratona, onde os atletas mais atrasados serão encaminhados para um percurso mais curto para a cidade de Portalegre, já que o limite para o cumprimento da prova é de 10h. As inscrições reabriram de 1 a 7 de abril. Sabe mais em www.asespedal.net.
Escalões Os participantes no Portalegre BTT serão classificados por escalões conforme a FPC. As atletas femininas receberão um dorsal de cor diferente para melhor identificação. Cadetes M - 1997 e anterior Juniores M - 1996 e 1995 Sub-23 M - 1994 a 1991 Elites M - 1990 a 1984 Master A M - 1983 a 1974 Master B M - 1973 a 1964 Master C M - 1963 e restantes Cadetes F - 1997 e anterior Juniores F - 1996 e 1995 Sub-23 F - 1994 a 1991 Elites F - 1990 a 1984 Master F - 1983 e restantes
Horários Sexta Feira - 3 de Maio 18h00 Abertura do Secretariado 23h00 Encerramento do Secretariado Sábado - 4 de Maio 07h00 Abertura do Secretariado 07h00 Abertura do Controlo "Km 0" 08h45 Encerramento do Secretariado 09h00 Partida do PortalegreBTT 11h00 Reabertura do Secretariado 11h30 Chegada do 1º atleta da Meia 13h30 Chegada do 1º atleta (100 km) 15h30 Limite do Controlo Intermédio 19h00 Encerramento do C. de Meta 54
Atualidade Transrockies 2013
Um evento obrigatório Com a primeira edição a decorrer em 2002, o TransRockies acabou por se estabelecer como uma das mais míticas aventuras épicas para quem gosta de BTT. É por isso que, no final de julho e início de agosto, betetistas de todo o mundo se testam contra o terreno, o clima e os trilhos das Rocky Mountains, no Canadá. Texto: Nuno Machado – TEAM MOVEFREE Fotografia: Kelvin Trautman
E
ntre os dias 27 de julho e 2 de agosto, o TransRockies será o palco de um dos eventos de BTT mais duros do mundo. Pela frente, os participantes terão um traçado de cerca de 330 km e mais de 11.500m de acumulado de subida. Ao longo dos últimos 10 anos esta prova épica reconhecida mundialmente foi mudando o seu figurino e em 2013 regressa novamente ao formato com percursos circulares que começam e acabam no mesmo local. Este conceito de prova, que é da preferência da maioria dos participantes nas 66
anteriores edições, permite fazer uma melhor e mais simples gestão logística do início e fim de etapa. Independentemente dos moldes de cada etapa, existe um critério desta prova que se manteve inalterado ao longo de todas as edições e que se irá repetir no ano de 2013. O percurso, seja ele circular ou em linha, aproveita os melhores trilhos das “Montanhas Rochosas” e oferece desde a primeira edição os melhores singletracks (aliás, 50% dos seus cerca de 330 km são em singletrack!). Depois de vários anos em que a
presença no TransRockies só era possível a quem quisesse completar as sete etapas da prova, os últimos anos e o facto de se criar um conceito com várias dormidas no mesmo local permitiu alargar a oferta em termos de possibilidades competitivas. Assim, em 2013 as possibilidades de fazer o TransRockies são 4: TR7 – The Original Epic: destinase a quem quer completar os 7 dias do evento, o melhor dos trilhos. TR3 – Fantastic Fernie: permite disfrutar dos melhores trilhos e
singletracks de Fernie. TR4 – Classic Kananaskis: os últimos 4 dias do TR7 – os grandes trilhos e a possibilidade de usufruir do acampamento de Little Elbow. TransFondo Kananaskis and Fernie: um só dia não competitivo – permite saborear um pouco dos trilhos do TransRockies. Outra das grandes novidades de 2013 é que numa prova que até aqui era exclusivamente para equipas de dois elementos, passou a permitir a participação de participantes a solo.
Todos os participantes são apoiados por um leque alargado de elementos do staff e voluntários que chamam para si tarefas como cozinhar, montar tendas, zelar pela segurança, proporcionar cuidados médicos e, claro, cuidar das bicicletas dos participantes. Mais uma vez, 2013 vai certamente ser sinónimo de um ambiente de camaradagem que vai proporcionar a cada participante uma experiência única de uma aventura épica. Diogo Casado Vieira será um dos portugueses presentes e será o repórter da BIKE Magazine. Mas não penses
que ele vai andar de jipe e descansar! O Diogo vai pedalar e fazer as sete etapas, tendo ainda o acréscimo de trabalho de nos enviar diariamente um resumo de cada etapa. Não percas portanto as próximas edições para ficares ao corrente desta reportagem que é sobretudo uma grande experiência de vida. Para ele e para todos os Portugueses que aceitem o desafio TransRockies, os nossos votos de muita sorte. Para mais informações sobre esta prova, consulta o site www. transrockies.com/trc/. 67
Texto: João Marinho Fotografias: Organização
TransAndes Challenge 2013
Corrida épica na Patagónia Os Andes são a maior cordilheira montanhosa do mundo em comprimento. Abrange sete países, caracterizando uma vasta área da América do Sul. Para quem gosta de desporto de aventura, é um destino obrigatório e João Marinho foi precisamente a este lugar remoto do mundo participar na 5ª edição do TransAndes, uma das competições mais duras do globo!
A
5ª edição da TransAndes teve lugar no Chile, ligando Huillo Huillo a Pucón. Os 420 km e 12.000m de desnível positivo foram distribuídos por seis etapas. A diversidade geográfica dos 200 participantes é impressionante, ao todo estiveram representados 26 países! Outra coisa impressionante, foi a quantidade de categorias que a organização criou. Os vulcões, lagos e densas florestas são os principais aliciantes desta zona e que tornam esta prova exótica para a grande maioria dos atletas. Temperatura e viagem Enquanto no hemisfério sul se vive em pleno verão, no hemisfério norte o inverno impõe as regras. Fiz o último treino em Amarante com temperaturas negativas, com neve inclusive! Quando saí do avião em Santiago do Chile, os 35 graus fizeram-se sentir de imediato. Aliás, durante a prova as temperaturas oscilaram entre os 20 e 45 graus! Falando sobre a viagem, chegar ao coração da Patagónia, implica despender quase 24h entre aviões, escalas e transfere. Não existe voo direto de Portugal para o Chile, o que implica sempre fazer uma escala - que no meu caso foi Roma.
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Depois, há um voo doméstico entre Santiago - Temuco e no final temos o transfere de 3h entre Temuco e Huillo Huillo. Assim que cheguei à remota reserva biológica de Huillo Huillo de imediato me veio à memória a travessia das montanhas rochosas - TransRockies. Um acampamento rodeado por montanhas, o arco de meta, uma tenda gigante (onde são servidas as refeições e são dados os briefings das etapas) e um conjunto de tendas que serve de secretariado para os atletas darem o mote para mais uma aventura. Os participantes dormem em tendas fornecidas e montadas pela organização. Quando mudamos de acampamento colocamos todas as nossas coisas num saco (também fornecido pela organização). Ao longo dos seis dias de prova, tivemos quatro acampamentos diferentes, ou seja, houve dias em que a partida e a chegada foram no mesmo lugar. Participantes É comum encontrar atletas e amigos que participam nestas provas. Muitas das conversas giram à volta desta ou daquela etapa e facilmente se encontram laços de camaradagem. Criam-se também
novas amizades, colocam-se convites e partilham-se conhecimentos. Toda a gente tem algo para contar. Gosto de descobrir um pouco mais sobre as origens, as profissões, os motivos, as próximas provas, o passado... Muitas das vezes as respostas são incríveis! Nesta prova participaram três Portugueses: eu, o Tiago Silva e a Rita Esteves. Tanto eu como o Tiago já participámos noutras provas por etapas, a Rita estreou-se… e que estreia, já conto o porquê. Os trilhos Uma das coisas que eu valorizo imenso numa prova por etapas são os trilhos. Não estava à espera de encontrar algo tipo BC Bike Race (mais de 80% são singletracks), mas também não queria encontrar algo tipo TransGermany (mais de 80% em estradões e\ou estrada). Os trilhos técnicos foram uma pequena parte da prova, os singletracks marcaram presença, mas digamos que 50% do percurso foi no típico estradão chileno. Podemos considerar estes estradões as nossas estradas secundárias, onde o trânsito circula normalmente com velocidades acima dos 30 a 40 km/h. Temos que estar sempre atentos
O ferry serviu de ponto de partida para a etapa
e respeitar as básicas regras de circulação. Mesmo assim, isso não nos livra de alguns sustos! Estes estradões são cobertos de gravilha e as pequenas e dolorosas (para as costas) lombas são uma constante. Tirando os estradões no início das etapas que eram feitos em pelotão, todos os restantes foram feitos sozinho e algumas vezes contra o vento. Os quilómetros pareciam que não passavam! Uma nota: o alcatrão quase não existiu! A competição Nos dias antes da prova dei uma espreitadela à lista de inscritos a ver se conhecia alguém, mas tirando os Portugueses e alguns outros atletas internacionais que não eram sequer da minha categoria, não conhecia ninguém. A minha decisão de participar foi tardia, o que influenciou a minha preparação, mas não era por isso que iria baixar os braços. Logo nos primeiros quilómetros coloqueime na frente da prova. Primeiro a ver se conseguia aguentar o ritmo e depois a fazer uma análise aos adversários. Depressa fiquei isolado com o chileno Xavier Puschel. A meio da etapa ele escapou mas voltei a alcançá-lo mais para o final. Na descida para a meta, o Xavier teve um problema mecânico e passei para a liderança chegando isolado à meta. O Tiago Silva fez segundo e a Rita terceiro. Foi inacreditável! Todos os atletas tugas no pódio! Mantive a liderança até à penúltima etapa, contudo não consegui responder aos 69