m a e T e Bik Texto: João Picado Fotografia: Miguel Picado, Photoshot e Vitor Mota/Fotodesign
12ª MARATONA DE PORTALEGRE
Nova romaria
a Portalegre
Em plena crise, continua a haver iniciativas que reúnem milhares de entusiastas com um único intuito: desfrutar da natureza. O BTT continua com um dinamismo incrível e em Portalegre mantém-se a tradição de organizar uma grande maratona. Este ano foram cerca de 1500 os participantes, mesmo assim, fez-se a festa e quem lá foi não deu por mal empregue o seu tempo.
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ão 8h30. Falta meia hora para a partida e os mais de 1500 participantes estão praticamente a postos para os desafios que têm pela frente. A organização preparou dois percursos: um de 100 km e outro de 55. O acumulado foi considerável em qualquer uma das distâncias: mais de 2500m na grande e cerca de 1400m na mais curta. É o Parque Natural da Serra de São Mamede que os espera. Alguns pela 12ª vez! Desde que a associação Ases do Pedal decidiu organizar o evento, nunca falharam. Para muitos, este é uma das alturas do ano para reencontrar amigos, parceiros de pedaladas. Apesar de estarmos em plena primavera, a temperatura começa a apertar e pode tornar-se um inimigo para quem se 60
propõe a desafiar a serra, os trilhos e a Natureza. Entre tantas presenças, há gente de todo o lado. Só do país vizinho são cerca de 250. Mas há quem percorra mais quilómetros só para estar presente. Há betetistas do Norte e do Sul. Portalegre tornase, por umas horas, numa espécie de Portugal concentrado com ramificações a Espanha. Num evento assim, há atletas com posturas perante a prova e perspetivas muito diferentes. No fundo, a Maratona Portalegre BTT é um desafio no seu estado mais puro. MAS HÁ QUEM SE DESTAQUE… Apesar de todos participarem com a intenção de se divertirem e, pelo menos, acabarem a Maratona (ou
meia), há quem ambicione mais. Foi o caso de Pedro Correia, atleta de Sousel, o atleta mais rápido e que inscreveu o seu nome como o vencedor da 12ª edição da Maratona Portalegre BTT na distância rainha. E para quem pensa que por ser uma prova longa, as diferenças são grandes, o atleta da BiciSintra-BiciAventuraSouJovem triunfou com apenas um segundo de vantagem sobre Ricardo Monteiro. Ainda na maratona (100 km), Blanca Valdemoro foi a clara vencedora. Na meia maratona, a vitória foi para Pedro Lacão, de Portalegre e para a jovem Andreia Lopes. A MÍSTICA DOS TRILHOS Quem vence fica com os louros, mas
Foto: Vítor Mota/Fotodesign
Pedro Correia sagrou-se o vencedor da Maratona (100km)
Foto: Photoshot
Pedro Lacão foi o mais forte na meia distância
esta prova sempre se destacou, não pelos nomes de quem triunfou nos trilhos serranos do Alto Alentejo, mas sim pelo número de pessoas que se decidiram a enfrentá-los e superálos. O que leva então mais de milhar e meio de pessoas a fazê-lo? As razões são diversas. Para muitos, o BTT funciona como escape, seja para fugir à rotina, esquecer os problemas do dia a dia ou as complicações no trabalho. Para outros, há a vontade de procurar os seus próprios limites e superá-los. O sentimento de superação é, na maioria dos casos, transcendente e, entre todos os participantes com quem falámos durante a prova e nos referiram esse aspeto, pode tornar-se mesmo viciante. Há quem procure apenas o convívio, sem qualquer espírito competitivo.
Outros têm-no, mas só entre amigos ou procuram, simplesmente, tentar melhorar o tempo da participação anterior. Frederic Jumbart atravessou a fronteira para correr em Portalegre pela segunda vez, sempre na distância maior. Para este participante, o BTT faz parte de um modo de vida em que, a nível desportivo, procura sempre algo mais. “É o objetivo de me superar. De chegar mais longe”, explica. Há motivações para todos os gostos. Certo é que, desde que as maratonas passaram a ser cronometradas que o espírito competitivo cresceu. Daniel Rodrigues, por exemplo, viajou desde Palmela só para estar presente naquela que é uma das mais importantes maratonas portuguesas, pela nona vez. E se a região já não é desconhecida
para si, o facto de participar com um grupo de amigos é mais do que suficiente para acrescentar alguma emoção à participação. O objetivo não passa por atingir um lugar entre os primeiros, mas superar alguns dos seus companheiros e, posteriormente, promoverem “picardias” saudáveis. Luís Martins, por seu turno, sempre praticou desporto, mas o desafio de participar em Portalegre só surgiu quando percebeu que havia muitos companheiros de profissão que se preparavam para pedalar na capital do Alto Alentejo. “Sou ex-militar e tudo o que é desporto, eu gosto de praticar. Essa foi mais uma das razões para participar na prova, que é bastante dura”, explica este participante da Marinha Grande, que tenta, a todo o 61
Reportagem 2.ªmA ãDoE FEIR
BICICLETAS
USADAS
1º ROUND Um fim de semana prolongado, um local idílico, junto ao Rio Tejo, passagem obrigatória de milhares de praticantes regulares de ciclismo, BTT e corrida… Foi este o cenário da Feira de bicicletas usadas. Texto: Carlos Pinto Fotografia: João Carlos Oliveira
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Na Avalanche, bicicletas de cidade, estrada e BTT estavam em destaque
A Cube estava representada pela Equinócio e a KTM pela Bicicletas Brasil
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o início deste ano, e após conversarmos com importadores, lojas e leitores, chegámos à conclusão de que faltava uma feira no país que ajudasse, por um lado, as lojas a escoar material de coleções antigas e novas e ainda bicicletas de retoma, mas também os nossos leitores que, deste modo, poderiam colocar à venda as suas
bicicletas, comprar uma mais recente, ou até trocar o seu “mono” com outro particular ou lojista. Deste modo nasceu a Feira de Bicicletas Usadas, a par da Feira de Motas, organizada pela Motociclismo, do mesmo grupo da BIKE Magazine. O cenário escolhido dispensa apresentações: o Passeio Marítimo e Porto de Recreio
de Oeiras. Aproveitámos o feriado de 25 de abril, tendo a feira decorrido até dia 27, sábado. Presentes estiveram lojas a expor produtos novos e usados da KTM, Cube, Electra, Trek, Scott, Shimano, vestuário, periféricos (selins, avanços, pedais, rodas, quadros, etc) e ainda produtos de suplementação. A maior parte dos importadores recorreu 69
Escola
Texto: Pedro Pires Fotografia: Rui Botas Rider: Pedro Pires
Quase de certeza que nas tuas voltas já te deparaste com estruturas artificiais, pensadas para fazer estes nossos veículos voar um bocadinho. E se em vez de passares ao lado delas, começares a passar por cima?
Como saltar
RODAS NO AR, PÉS NA TERRA 80
Normalmente este artigos têm um título tipo “Como saltar como um campeão”, ou algo pomposo do género. Bem, nós aqui vamos simplesmente dar-te alguns conselhos de amador para amador, para que possas levantar as rodas do chão com segurança, de forma a divertires-te mais nos trilhos.
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ntes de mais, temos de explicar que optámos por escolher o lado endurista da coisa, ou seja, manter os voos dentro dos limites do aceitável para uma bicicleta entre 140 e 160 mm de curso, com o selim em baixo, no meio de uma volta longa e sem ter de levar o capacete integral e as proteções todas às costas. Mais do que um “como fazer”, porque estas coisas só vão lá com a prática (e no caso de haver falta de jeito, prática, prática e mais prática…) vamos dar-te alguns conselhos para começares gradualmente. Partimos do pressuposto de que já manejas a bicicleta com algum à vontade e te safas a subir e a descer trilhos moderadamente técnicos. Não saias para tentar coisas novas sozinho e se não tens a certeza – ou quase a certeza – de que consegues passar algum salto, vê como faz um amigo mais experiente e que conheça o teu andamento, para que te possa aconselhar da melhor maneira. Os conselhos dos profissionais normalmente são bons para os outros profissionais, e no que diz respeito aos amigos que dizem “vais lá e mandas-te, é na boa”, é melhor ter cuidado. Cada salto é um salto, por isso máxima atenção ao julgar a velocidade. O melhor será sempre confiar em alguém que já tenha feito o salto várias vezes e que te possa dar umas dicas. As proteções são muito importantes e nunca deves tentar algo de novo sem estar devidamente prevenido, mas não tentes compensar a falta de experiência, técnica ou coragem com carapaças e armaduras: não há muitos plásticos que te valham se estiveres em vias de partir um pulso, um tornozelo ou torcer um joelho. Se um salto não te parece seguro, porque está torto, a cair de podre ou porque logo a seguir há um chaparro ou uma curva apertada, talvez não seja o melhor obstáculo para aprender: procura zonas desobstruídas e com pouca inclinação. A não ser que estejas numa corrida, o
Mais vale prevenir As tuas primeiras tentativas deverão ser feitas num salto para uma zona plana, que consigas descer sem bater com o pedaleiro, para no caso de ires muito devagar não caíres para a frente (na gíria diz-se “virar a barcaça”).
Tentativa e erro Este salto é ideal para aprender, porque podes ir ganhando gradualmente mais velocidade com segurança até chegares à rampa de receção. 81
Escola Vários estudos já comprovaram o aumento da força/potência, bem como melhorias significativas na resistência aeróbia e na recuperação, durante a aplicação apropriada de técnicas de electroestimulação.
Electroestimulação e Treino em Ciclismo
COMO FUNCIONA? Cada vez mais atletas de renome internacional e com diversos títulos conquistados têm como parte importante da sua preparação o recurso à tecnologia de eletroestimulação, quer durante a sessão de treino, quer na fase de recuperação. Sabe porquê. Texto: Tiago Aragão Fotografia: Nuno Silva e Pinto
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empre que fazemos uma contração muscular voluntária, o nosso cérebro envia um impulso eléctrico até aos músculos envolvidos, desencadeando um potencial de ação. Este potencial de ação que se espalha ao longo do nervo motor é que vai originar no final do seu percurso a contração das fibras musculares e consequente movimento. A fisiologia da contração muscular e do próprio metabolismo do músculo fornece-nos informações importantes acerca da sua constituição em termos de tipos de fibras (as de contração rápida e lenta). Os aparelhos de eletroestimulação (EMS) trabalham na especificidade do metabolismo muscular a que corresponde o desenvolvimento de diferentes objetivos de treino. A frequência a que ocorre a repetição de cada impulso eléctrico, a duração de cada contração, o período de descanso entre contrações e a duração de cada programa permitem ao atleta adaptar os seus músculos ao tipo de treino que tem como objetivo. 84
Os aparelhos de EMS trabalham na especificidade do metabolismo muscular a que corresponde o desenvolvimento de diferentes objetivos de treino
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