Bike n.º 202
Janeiro 2014 l Mensal l PVP continente 3,95€
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ESCOLA BIKE
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Project Breithorn
Aprende a treinar nos rolos Preparação para provas de longa distância (4ª parte)
mbém desce… Tudo o que sobe, ta
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o vídeo do teste
Scott
Spark 710
TESTES
601753 001303 5
ISBN 5601753001303
00202
Scott Spark 710 Specialized Epic Comp Mondraker Tracker RR 29 + 6 produtos Novo Código da Estrada Já sabes o que mudou no CE no que diz respeito às bicicletas?
Reportagem
Roteiro
João Marinho foi ao deserto do Gobi e dá-nos a conhecer uma das experiências mais marcantes da sua vida
O Algarve também é agradável no inverno, descobre porquê…
o t c a imp Quechua Phone 5
À prova de montanhas Os smartphones fazem parte do dia a dia de muita gente e mesmo nas voltas de bicicleta poucos dispensam este acessório, quer seja para estar contactável, monitorizar o seu desempenho, seguir tracks GPS ou fazer as suas reportagens fotográficas ou de vídeo. Para acompanhar os praticantes dos desportos de ar livre, a Quechua empenhou-se em diversificar a sua oferta e em propor aos seus utilizadores um produto adaptado à evolução das suas necessidades. Equipado com um processador Qualcomm 8225Q quadcore a 1,2 GHz e capaz de proporcionar uma navegação rápida, o Quechua Phone 5’’ é resistente à água e aos impactos e beneficia de um ecrã de 5 polegadas, conectividade 3G, WiFi, Bluetooth, 1GB de memória, expansão de memória opcional, com cartão micro SD de até 32 Gb adicionais, máquina fotográfica traseira de 5 MP e máquina fotográfica frontal de 2 MP e gravação de vídeo HD. O preço do Quechua Phone 5 é de 229 euros. Vai a uma loja Decathlon ou ao site www. quechuaphone.com para saberes mais.
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O ecrã deste aparelho tem 5 polegadas, portanto não cabe no bolso dos calções
Novidade Decathlon Smartphone para outdoor
A marca promete uma robustez sem comparação no mercado e uma autonomia acima da média ➲ Phone 5 1. A bateria permite uma autonomia de 22h em conversação. 2. O ecrã táctil tem 5 polegadas e resolução de 840×480. 3. O Quechua Phone 5 possui altímetro, bússola eletrónica e acelerómetro.
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O novo código da estrada
Um passo em frente O dia 1 de janeiro trouxe consigo a entrada em vigor de novas regras no Código da Estrada. Entre as várias mudanças verificadas na legislação que rege as normas da circulação rodoviária, a mais importante está nas alterações à regra de prioridade entre veículos motorizados e bicicletas. Explicamoste agora o que de mais importante mudou no momento em que comias as passas e vibravas com o soar das 12 badaladas. Texto: Fernando Lebre Fotografia: Fotolia
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O novo Código da Estrada equipara os velocípedes aos veículos a motor
Uma sã coexistência Inspirando-se numa realidade já existente em países como a Suíça, Holanda ou Alemanha, no novo regime normativo passa igualmente a estar prevista a existência de “zonas residenciais de coexistência”, que são áreas específicas da via pública partilhadas por peões, veículos motorizados e bicicletas, nas quais vigoram regras especiais de trânsito, como limites mais reduzidos de velocidade. O novo Código da Estrada define uma velocidade de 20 km/h para estas zonas, definindo igualmente que aqueles que se inserem na nova categoria de “utilizadores vulneráveis” podem usar toda a largura da via pública. Ainda assim, a lei dita igualmente que os “utilizadores vulneráveis” devem abster-se de praticar quaisquer atos que impeçam ou embaracem desnecessariamente o trânsito de veículos.
A
lterações no que concerne aos limites de velocidade e uma restrição ainda mais rígida ao nível da taxa de alcoolemia são faces visíveis do novo Código da Estrada, documento que entrou em vigor com a chegada de 2014. Todavia, o “prato forte” da reformulada legislação está diretamente relacionado com os velocípedes, que passam agora a gozar de um estatuto equiparado ao dos veículos motorizados, numa clara demonstração do legislador em seguir a tendência já vigente em diversos países da Europa, onde o ciclista é relevado como um utilizador de pleno direito do espaço rodoviário. Esta alteração leva a que, por exemplo, quando presente num cruzamento ou entroncamento, um ciclista deixe de ter de dar prioridade aos veículos com motor, cenário contrário ao verificado até então. Simultaneamente, a lei insere os velocípedes numa categoria recémcriada: “Utilizadores Vulneráveispeões e velocípedes, em particular, crianças, idosos, grávidas, pessoas com deficiência”. Com a entrada em vigor da nova lei, as bicicletas somente são equiparadas ao trânsito
de peões quando conduzidas à mão ou guiadas por passeios por crianças até aos dez anos de idade. Embora a nova lei não contemple todas as alterações que propôs, a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores da Bicicleta (FPCUB) regozija-se pela entrada em vigor do novo Código da Estrada considerando este “um importante passo para o reconhecimento da bicicleta na via pública. Este resultado foi possível graças ao trabalho da FPCUB há mais de 15 anos, a fazer lóbi junto dos vários ministros da Administração Interna dos sucessivos Governos, junto de todos os Grupos Parlamentares, da Direção Geral de Viação (agora ANSR) e das forças de segurança PSP e GNR. A Federação agradece a todos os que ao longo destes 15 anos nos ajudaram a pressionar para a alteração do Código da Estrada e reafirma estar disponível para continuar a melhoria das condições de segurança e de ciclabilidade nas cidades e nas estradas portuguesas”, pode ler-se num comunicado emitido por aquela entidade no seu sítio oficinal na Internet. Já nas rotundas, a revisão legislativa determina que o condutor de um velocípede deve ocupar a via de trânsito mais à direita sem prejuízo de facultar a saída aos condutores que assim o desejem. Apesar da paridade agora existente entre veículos a motor e bicicletas, os ciclistas continuam a não ter obrigatoriedade de possuir qualquer tipo de seguro de responsabilidade civil. Este é um cenário que não é do agrado do Automóvel Clube de Portugal: “Dado que os ciclistas estão em igualdade de circunstâncias em relação a um veículo a motor é fundamental que também tenham um “seguro contra terceiros” como têm os automóveis, os motociclos 15
Travessia em autonomia por um dos maiores desertos do Mundo
Deserto de Gobi
As palavras escapam-me para descrever o que vivi e senti na Mongólia depois de completar o Mongolia Bike Challenge (MBC). Foram centenas de quilómetros em solitário, dormindo por vezes com famílias nómadas abrigados em Gers, outras vezes ao relento, contemplando a imensidão do ‘’nada’’ ou a grandeza das dunas. ‘’Conversando’’ com camelos e cavalos selvagens e resfriando o pensamento com vento siberiano. Este tipo de vivências são únicas, pessoais e intransmissíveis. Para que consiga transmitir-vos a experiência, preciso da vossa ajuda, da vossa imaginação e da vossa mente. Texto e fotografia: João Marinho
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Queres saber quem é o João Marinho? Acede ao site www.joaomarinho.com
«Na mesma área encontrei nascentes de água, uma zona pantanosa, um rio, um prado verdejante, cavalos, camelos, dunas e depois o árido solo que se entende no horizonte»
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roteiro Portim達o
70 www.bikemagazine.pt
Media Partner
Bike Hotel Made Inn magazine
«Mal saímos do farol, o festim começou, com diversas opções de trilhos a obrigar a uma navegação freestyle»
pORTIMÃO
Pouco sol e muita praia O Algarve é destino de praia e ponto de passagem para muitos portugueses em férias. Este mês fugimos do frio e fomos espreitar uns trilhos à beira do mar. Texto: Pedro Pires Fotografia: João Carlos Oliveira
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om temperaturas mais amenas, o litoral sul é sempre mais convincente que as montanhas lá para norte, onde o frio e a chuva convidam a ficar em casa mais do que devíamos. Em Portimão fomos encontrar um hotel que pode servir de base para uma escapadinha de inverno. O Made Inn apresenta-se com um ambiente descontraído, mais próximo de um hostel, mas as instalações deixam qualquer um satisfeito: quartos espaçosos, bem 71
Reportagem
Breithorn 3513 O Breithorn é um pico de 4.164 m de altitude que faz fronteira entre a Itália e a Suíça e que muitos montanhistas cobiçam. Mas enquanto para uns o desafio é a ascensão, para outros o que conta é a descida. Texto: Albert Aubert Fotografia: Patriceschreyer.com
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s Alpes oferecem uma grande variedade de picos acima dos 4.000m que os montanhistas almejam conquistar, e fiquei com a pulga atrás da orelha quando soube que era possível descer alguns deles de bicicleta. Só faltava descobrir a montanha certa. Foi durante uma sessão fotográfica com o Patrice Schreyer que tive a ideia de descer o Breithorn. Depois foi preciso visão para descobrir o melhor sítio para descer e saber se era tecnicamente possível, mas também era necessário aprender com um montanhista experiente se realmente havia a possibilidade de se pedalar no glaciar. Essa opção foi rapidamente validada pelo Olivier Duvanel, guia deste
projeto. Também contámos com a colaboração do Floriane Boss, que tratou do vídeo, Antoine Denis que ficou a cargo da mecânica e Patrice Shreyer, o fotógrafo. O aspeto mais importante era a qualidade da neve. Não podíamos atravessar neve fresca, tinha de estar dura mas sem ser gelada, e a superfície tinha de ser relativamente lisa. Sabíamos que tínhamos de conciliar isso com um clima favorável e que não ia ser fácil agendar uma data. A primeira tentativa foi marcada para o final de maio de 2013 e finalmente, depois de três adiamentos, a descida foi feita a meio de julho. Depois de acordarmos antes do nascer do sol e de apanharmos um teleférico para uma parte da ascensão, o esforço
começou realmente no glaciar, onde tivemos de usar cranpons para chegar à parte final do Breithorn. Na subida fomos surpreendidos com saudações dos alpinistas, que eram muito hospitaleiros. À medida que a inclinação aumentava e não era possível empurrar a bicicleta, a única solução foi carregá-la. A subida era importante porque também tivemos de aproveitar a oportunidade de encontrar o melhor trilho para a descida. No topo tivémos uma surpresa, já que o nosso grupo estava sozinho a 4.164 m de altitude. Aproveitámos a vista 360 graus com a Suíça e Itália lado a lado. Todos tiveram então a oportunidade de mudar de roupa e tirar as cordas, e eu tirei os cranpons e pus as proteções e 65