Bike Magazine 211 - Outubro

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N º 211

TESTES

GT Helion Expert MONDRAKER Foxy Carbon RR ...mais

8 PRODUTOS

Campeonatos do mundo

DAVID ROSA VOLTA A FAZER HISTÓRA

HIMALAIAS

EDIÇÃO

JÁ TE IMAGINASTE A PEDALAR 20 COM GRAUS NEGATIVOS?

EUROBIKE ESPECIA

L

CONHECE AS COLEÇÕES DE 2105

Aprende a tirar partido das mudanças com bloqueio

TERMAS DE MONFORTINHO

OFERTA VOUCHER

bik

otel

PVP continente 3,95€

ROTEIRO

ISBN 5601753001303

MENSAL

outubro 2014

MECÂNICA

ROTEIRO

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601753 001303

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EDITORIAL CARLOS PINTO

DIRETOR

Diretor CARLOS ALMEIDA PINTO

cpinto@motorpress.pt Jornalistas Pedro Pires ppires@motorpress.pt, Fernando Lebre flebre@motorpress.pt Colaborações Gonçalo Ramalho, Nuno Amaral, Nuno Machado, David Rosa, Sónia Lopes, Tiago Aragão, Pedro Maia e Luís Lopes Redação bikemagazine@motorpress.pt mail.bikemagazine@gmail.com Rua Policarpo Anjos, nº 4, telefone: 214 154 500 1495-742 CRUZ QUEBRADA/DAFUNDO Arte Coordenador Miguel Félix Filipa Ferreira, Filipa Fonseca, Joana Prudêncio, Miguel Ferreira, Teresa Cohen Fotografia João Carlos Oliveira, Rui Botas e Pedro Lopes

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Membro

O

utubro é um mês atípico. Atípico porque após um mês de agosto em que metade do país rumou ao Algarve para as suas merecidas férias, e de um setembro onde foram escassas as iniciativas de BTT, agora os eventos regressam em força. Há passeios, maratonas, provas de resistência e travessias para todos os gostos, mesmo com o clima a não dar tréguas. Em todo o caso, o mercado das bicicletas tem estado ativo, sobretudo após o rigoroso inverno passado. Se algumas lojas sobreviveram sobretudo devido ao regresso de clientes sazonais em meados de maio, outras houve que não resistiram à quebra de faturação e tiveram mesmo de fechar portas. Ainda assim, a tendência é para a abertura de mais lojas no decorrer deste ano (duas delas destinadas ao mercado das bicicletas urbanas, um nicho que paulatinamente vai crescendo). E isso beneficia-nos a todos, pois quanto mais concorrência houver, mais baixos serão os preços e melhor será a qualidade do serviço (isto se a teoria da concorrência surtir os seus efeitos). Nota-se também um deslocamento de alguns praticantes de BTT para a variante de ciclismo de estrada. Uns por motivos financeiros (a manutenção de uma bicicleta de estrada é muito mais barata); outros pelo denominado fator “quilómetro” (normalmente é mais fácil e rápido fazer voltas superiores a 100 km numa bike de estrada do que numa de BTT); outros foram influenciados por amigos (é perfeitamente normal e é sempre melhor pedalar acompanhado do que sozinho) e outros decidiram experimentar após ver uma ou duas etapas da Volta a França (por exemplo) e ficaram “agarrados” à modalidade. A verdade é que até nós fomos “mordidos” pelo bichinho do ciclismo e não dispensamos as nossas voltas no litoral centro. Mas temos de ser honestos: o BTT ainda nos agarra mais! Não temos palavras para descrever o gozo que dá percorrer os trilhos mais técnicos com uma nova bicicleta, executar o drop que na noite anterior nos tirou o sono ou simplesmente pedalar vagarosamente junto à Barragem de Castelo de Bode e vislumbrar o pôr do sol. São experiências únicas, introspetivas e que nos fazem sempre recordar – com um sorriso de orelha a orelha – quão afortunados somos.

bikemagazine 3


SUMÁRIO

SUMÁRIO

Edição de OUTUBRO

TESTES

ATUALIDADE 03 Staff 06 Impacto 08 Noticiário 21 Betetista da Máscara 22 Antevisão Festival Bike

REPORTAGEM 26 Eurobike

ZONA DE TESTES 42 Teste Mondraker Foxy Carbon RR 46 Teste GT Helion Expert 50 TNT Sapatos Shimano MT34 51 TNT Pedais BBB Forcemount Ti 52 TNT Jersey Fox Attack e Desengordurante Squirt Bio Bike 53 TNT Pedais Mavic Crossmax XL 54 TNT Sapatos Specialized S-Works Trail e luvas Fox Sidewinder 55 TNT Jersey Mavic Notch

46

Teste GT Helion Expert

GUIA DE LOJAS

56 Lojas nacionais

Zona Evasão

60 X BTT Terrugem 61 Bike Team - parceiros e eventos 62 Notícias e agenda

REPORTAGENS 66 Himalaias 74 Road trip no Oeste dos EUA

MECÂNICA 80 Mudanças com bloqueio

ROTEIRO 84 Termas de Monfortinho

COMPETIÇÃO 90 94 95 96

Um dia com.. Campeonatos do Mundo Crónica de David Rosa Noticiário e crónica de Sónia Lopes

Foto de capa: Martin Bissig

4 10/2014

Testámos em OUTUBRO Nesta edição testámos vestuário, sapatos, pedais e um desengordurante, para que não te falte nada na tua próxima volta.


REPORTAGEM

MESSE FRIEDRICHSHAFEN (ALEMANHA)

EUROBIKE

A MAIOR FEIRA DO MUNDO COMEÇA A PERDER ALGUM “GÁS” JÁ QUE GIGANTES COMO A SPECIALIZED E A TREK NÃO MARCARAM PRESENÇA NO CERTAME DESTE ANO. MAS CIRCULAM RUMORES DE QUE A “SANGRIA” DE MARCAS PODERÁ NÃO FICAR POR AQUI, JÁ QUE PELO MENOS OUTRAS TRÊS EMPRESAS DE RENOME NÃO PRETENDEM ALINHAR EM 2015, INCLUINDO A TODO PODEROSA GIANT. ESTAREMOS A ATRAVESSAR UM NOVO CICLO? [texto] Carlos Almeida Pinto [imagem] Luís Duarte

26 10/2014


F

riedrichshafen tem sido sinónimo anualmente da maior feira mundial do setor das bicicletas e acessórios. Mas tem sido notório que esta cidade não reúne propriamente as melhores condições para receber perto de 47.000 visitantes. As unidades hoteleiras são escassas, as estradas não permitem um grande fluxo de trânsito, complicando, e muito, toda a logística, ainda para mais quando o objetivo das marcas é fazer negócio.

Por isso, gigantes da indústria como a Specialized e a Trek decidiram relocar o seu orçamento para eventos privados em detrimento da feira especializada do setor. Segundo as informações a que tivemos acesso, mas que por embargo não podemos publicar, mais fabricantes estarão a pensar não marcar presença em 2015, seguindo a mesma tendência. Um dos responsáveis mundiais das principais marcas chegou a confessar-nos: “Nestes moldes a Feira não tem qualquer sentido. Face ao

investimento feito – que é avultado – poderíamos fazer um evento privado com todos os nossos parceiros mundiais oferecendo condições muito melhores. Aqui não é possível haver privacidade e fazer negócio, dado que a concorrência é muita (e toda à mão de semear) e o próprio clima em si não é apelativo para fazer encomendas.” Em todo o caso, Wolfgang Köhle, responsável de imprensa desta Feira, contradiz esta ideia: “O Eurobike continua a ser a maior feira do mundo. Este ano batemos mais um recorde em número de expositores, visitantes e agentes do setor.” Apesar destas palavras, na nossa opinião estiveram menos visitantes do que em anos anteriores. Isso ficou particularmente visível pela inexistência de multidões entre cada pavilhão, como aconteceu em anos anteriores e várias marcas partilharam esta nossa opinião. Todavía, o Eurobike é sem dúvida ainda “o local” onde toda a indústria se reúne anualmente e onde é possível ver, em primeira mão, as grandes tendências para o ano seguinte.

O que é que 2015 nos reserva?

As principais tendências para 2015 são o crescimento do setor das bicicletas elétricas, a aposta nas fat bikes (bicicletas com pneus grandes), a introdução do grupo elétrico XTR Di2 em todas as topo de gama, a colocação de laivos florescentes na decoração das bicicletas (sobretudo o verde, laranja, amarelo, vermelho e azul) bem como as bicicletas híbridas (ou seja, cuja utilização pode ser em asfalto mas também em estradões de terra batida ou mesmo em trilhos pouco técnicos - a geometria é relaxada e assemelhamse a bicicletas citadinas, mas são mais leves e os materiais são de melhor qualidade). Mas há mais novidades! Neste artigo ficarás a conhecer o que de mais importante será lançado em 2015 pelas marcas com mais projeção à venda no mercado português, com especial enfoque para os produtos que terão mais sucesso. Agora senta-te, relaxa e… boa leitura! bikemagazine 27 27


REPORTAGEM

ABAIXO DE ZERO HÁ APENAS DUAS MANEIRAS DE SE ALCANÇAR O VALE DE ZANSKAR NO INVERNO: DESCENDO O RIO CONGELADO OU ATRAVESSANDO PASSAGENS EM ALTITUDE. CLAUDE BALSIGER E MARTIN BISSIG CUMPRIRAM AMBAS PELA PRIMEIRA VEZ. [texto] Claude Balsiger [imagem] Martin Bissig

66 10/2014


Os Himalaias não são sítio para se abusar da sorte, mas o terreno convida...

Q

ual é a sensação de se realizar um sonho? Para mim, frio. Respirando pesadamente com a cabeça pendente, estou ao lado da minha bicicleta. BTT a 20 graus negativos até funciona bem, mas quando se junta um vento frio, então nada trabalha. O meu amigo Tundup alcança-me. Tem-se preocupado comigo desde o início da viagem: “tens de continuar a mexer-te ou ficarás frio demais” diz ele enquanto ajusta o cachecol. Monto-me na bike e começo a pedalar. O gelo estala debaixo das rodas e sigo rio acima. A primeira vez que estive aqui foi há seis anos, à procura de singletracks, e conheci Tundup. Mesmo no início da nossa amizade ele queria convencer-me a pedalar por um rio gelado abaixo até Zanskartal. Agora estou no meio deste sonho glacial. Queríamos atravessar os Himalaias em quatro semanas a pé, de bicicleta e em skis. Começámos no norte da Índia, na cidade de Leh,

para pedalar mais de 300 milhas de rios congelados até ao fim do vale de Zanskar. A partir daí iríamos esquiar para sul, até atingirmos o nosso objetivo: a cidade indiana de Manali.

Má companhia

A manhã não é boa companhia durante o inverno himalaia. Estou estendido no meu saco-cama e puxo o fecho. O ar a 20 graus negativos entra por ali e sei que mais um dia deprimente está para começar. Meias, calças e casaco estão dentro do saco-cama. Aqui as roupas molhadas congelam muito rapidamente. Partilho o espaço com Thomas, o meu companheiro de expedição. O aspirante a guia de montanha é o responsável pela dura tarefa de regressar em skis. Forçamos a nossa tenda de volta ao seu saco e o nosso cozinheiro, o Sonam, traz chá quente. Agarro-me à caneca e aperto-a contra o nariz para aquecer a cara. Isto acontece todas as manhãs.

Uma hora depois, quando me monto na bicicleta, anseio por movimento que me aqueça, mas a deslocação do ar torna tudo pior. Os meus pés estão dentro de enormes botas de caminhada, mas isso não ajuda muito. Durante três dias viajamos através do rio Zanskar congelado. Por vezes a superfície é tão polida que não oferece qualquer apoio. Os pregos nos pneus enterram-se como pequenas garras na superfície cristalina e mantêm-me na rota certa. É uma experiência realmente divertida, com pequenas curvas e covas que serpenteiam pelo gelo. Depois de percorrermos o desfiladeiro por três horas, vemos finalmente os primeiros raios de sol no vale, o que me aquece um pouco. A pista leva-nos por uma garganta com faces rochosas de centenas de metros e o rio tem apenas três metros de largura em algumas secções. Estou eufórico! Minutos depois, a paisagem é completamente diferente. Passo bikemagazine 67


ROTEIRO

TERMAS DE MORFORTINHO

À BEI

SEMPRE QUE VAMOS À ZONA RAIANA SABEMOS QUE NOS ESPERAM PAISAGENS AMPLAS, BONS TRILHOS E UMA EXCELENTE HOSPITALIDADE. A NOSSA VISITA A MONFORTINHO EXCEDEU AS EXPECTATIVAS, MUITO POR CULPA DA EQUIPA DO Ô HOTEL FONTE SANTA, QUE NÃO OLHA A MEIOS PARA DEIXAR OS SEUS FREGUESES CONTENTES. [texto] Pedro Pires

[imagem] Rui Botas


Media Partner

Termas de Monfortinho

RA

DA FRONTEIRA


Escola Os desviadores atuais oferecem mecanismos que os tornam mais firmes para não andarem a chocallhar pelos trilhos abaixo. Neste artigo explicamos-te como tirar partido desta função.

80 10/2014


Mudanças com bloqueio Shimano e Sram

BLOQUEADO? TANTO A SHIMANO COMO A SRAM TÊM NO SEU CATÁLOGO DESVIADORES TRASEIROS COM BLOQUEIO DA MOLA, QUE SERVE PARA MANTER UMA TENSÃO CONSTANTE E FIRME NA TRANSMISSÃO. APRENDE A TIRAR O MÁXIMO PARTIDO DESTA FUNÇÃO. [texto] Marcos Pérez

[imagem] Gonzalo Manera

FERRAMENTA

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1. CHAVE ALLEN DE 2MM Para esta simples operação só necessitamos de uma chave Allen de 2 mm, que utilizaremos para tirar a tampa dos desviadores Shimano. Desta maneira acedemos ao interior do mecanismo que nos permitirá ajustar o grau de tensão da mola. Este ajuste só é possível nos desviadores do fabricante japonês, a Sram não oferece a opção de ajustar a tensão. bikemagazine 81


UM DIA COM...

ANA MARTINS Nome: Ana Raquel Martins Treinador: Emiliano Ventura / Vânia Cardoso Equipas: Penacova DH/ UD Lorvanense, BMC/Sram/ Póvoa de Varzim, Famabike/ Scott, Team Biking /Sram, Team Commençal /Sram, Maiacycles/Marzocchi / Formula, Alligators Team Localidade: Ermesinde Bpm max: 193 Bpm min: 39 Comida favorita: Esparguete à Carbonara Bebida favorita: Coca-Cola / Vinho do Porto

90 10/2014


ANA MARTINS

DO BALLET PARA O DOWNHILL, ANA RAQUEL MARTINS FEZ UMA MUDANÇA RADICAL NA SUA VIDA. AS ESCOLHAS SÃO FRUTO DAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS, MAS POR VEZES O CORAÇÃO SUPERA A RAZÃO. OS SENTIMENTOS SÃO MAIS FORTES E QUIS O DESTINO DITAR QUE UMA BAILARINA COM 13 ANOS DE CARREIRA TROCASSE OS SAPATOS DE PONTAS POR UM CAPACETE DE BTT. [texto] Nuno Machado [imagem] Luís Lopes

C

ontrariamente aos conselhos dos médicos que preferiam que tivesse optado pelo xadrez, Ana Martins entrou no Downhill por intermédio do seu irmão e nunca mais parou. Razões várias já fizeram com que tentasse abandonar a modalidade, mas o vício tornou-se um refúgio e uma fonte inesgotável de energia que aproveita para o seu dia-a-dia.Pratica esta modalidade há sensivelmente 17 anos e tem um palmarés invejável, principalmente para quem é do sexo feminino. Num desporto praticado maioritariamente por homens, esta atleta é uma fonte de inspiração e um modelo a seguir, tendo já sido “responsabilizada” pela crescente afluência de elementos femininos para esta modalidade. Trabalha com a mãe numa empresa familiar e nem sempre é bikemagazine 91


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