Bike Magazine 196

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Bike www.bikemagazine.pt

julho 2013 l Mensal l PVP continente 3,95€

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O dia a dia de...

magazine

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TopSecret Novos modelos

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Vale de DESCON TO PÁG. 71 e 89

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Lycan 653

rail T o d ia c n ê s s e a v o n A

Roteiro

Bike Team

Se há serra onde os trilhos são longos, é a Lousã. Conhece-a melhor e descobre um sítio fantástico para passar uns dias. 74 www.bikemagazine.pt

Quem nos conhece já sabe que não ficamos muito tempo parados. O Bike Team desta vez levou-nos ao Raid Alvalade-Porto Côvo e à Maratona MK Makinas.

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KTM

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n.º 196

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b KTM Lycan 653

Bem visto

Disponibilidade do curso Equipamento honesto Capacidades em Trail agressivo

A melhorar

Algo pesada para a categoria

KTM Lycan 653

Suspensão: Rock Shox Revelation RCT3 Amortecedor: Rock Shox Monarch RT3 Travagem: Shimano SLX 180/160 mm Transmissão: Shimano SLX 2.629€

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Mais do que uma revisão da Lycan de roda 26 Texto: Gonçalo Ramalho Fotografia: Pedro Lopes Rider: Gonçalo Ramalho

KTM aposta mais cedo nas 27,5 de Trail Os austríacos continuam fiéis aos seus ideais: oferecer uma bike para cada tipo de utilizador e permanecer abertos às últimas tendências. Esta Lycan 27,5” destina-se a Trail e representa um passo gigante na evolução da anterior versão que foi campeã de vendas.

A

s Lycan 650b colocam-se acima das Lycan de roda 26 na medida em que são mais do que uma revisão ou adaptação destas. A versão anterior continua a existir mas agora apenas em gamas mais baixas. Os preços dos componentes para as 27,5” (ou 650b) ainda são superiores já que a oferta é incomparavelmente inferior mas este cenário vai mudar em breve e a substituição parcial das 26 pelas 27,5 (exceto nas gamas baixas) pode vir a ser uma realidade. A Lycan foi, nos últimos quatro anos, um sucesso de vendas para os austríacos da KTM, tornando-se uma das BTT mais vendidas da marca. Entretanto as 29ers começaram a ter um impacto sério e rapidamente ponderaram criar uma Lycan 29er até que se aperceberam que as rodas 27,5” seriam a melhor solução para este tipo de Trail bike, ou Tour bike como lhe chamam os germânicos e austríacos. O equipamento Os leves Schwalbe Racing Ralph mantêm o peso das rodas controlado e tornam as acelerações mais fáceis do que os 13,42 kg fariam prever. São rápidos mas conseguem proporcionar

tração quase todo o ano e em quase todos os terrenos. Os discos SLX servem perfeitamente para o que lhes é exigido, tanto pela potência como pela progressividade. As rodas DT Swiss com cubos SLX deixamnos felizes, a transmissão SLX/XT também, nem mesmo nos periféricos e suas dimensões encontrámos falhas. A Rock Shox controla as duas rodas: deixa o sag pelos 25 a 30% e vais ter toda a suavidade e absorção que possas precisa. Sugerimos que, quando fores a uma maratona, baixes para os 20% para andares mais rápido.

ter três versões de equipamento sem nunca ultrapassar os 3.789 euros (Lycan 651). Quanto à construção, cumpre sem falhas a check-list que se espera em 2013 de um quadro deste tipo: montagem integrada do disco postmount, eixo traseiro de 12mm e dianteiro de 15mm, rolamentos integrados press-fit no pedaleiro, tubo de direção cónico, ambos os desviadores direct mount e tubos de tripla espessura. O curso aumentou para os tais 125mm mas o sistema permanece o mesmo PDS com amortecedor flutuante.

O quadro A frente amplamente hidroformada e curvada sugere rigidez a toda a prova. A traseira também não mostra sinais de fraqueza desde as escoras ao Rocker Link 3D. Gostámos da passagem interna dos cabos que não chega a ser um quebra cabeças quando os queremos substituir, além disso existe espaço de sobra nas escoras superiores nos dias de lama. Construção em alumínio, 2990 gramas e 125mm de curso mostram que não pretende ser o supra sumo da agilidade, já que aqui a robustez é importante tal como

Comportamento Uma agilidade muito próxima de uma 26 e um peso inferior a uma 29er, este é o conceito geral das 27,5. Neste capítulo, a verdade é que esta versão da Lycan não tem o temperamento mais atlético que se encontra numa típica bike de trail, para isso teríamos de olhar para uma versão mais luxuosa. Mas quando as descidas nos aparecem pela frente a fluidez é suficiente para nos deixar felizes. Temos rolado intensamente em 29ers e não foi difícil perceber que a capacidade de reação desta Lycan é 31


m a e T e k i B

Texto e fotografia: Nuno Amaral

Alvalade – Porto Côvo

Da Terra ao mar 60


Ano após ano, esta maratona tem vindo a bater recordes de participação. Este ano estiveram presentes 2300 participantes, vindos de norte a sul do país. Este Raid é um caso de sucesso!

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em cedo, Alvalade do Sado ia sendo literalmente invadida por milhares de forasteiros, pois tratava-se de um dos dias mais importantes para esta vila, situada no concelho de Santiago do Cacém. Este Raid tem muitas particularidades que o fazem ser único e alcançar o sucesso que tem. É decerto o evento nacional onde se vêem mais famílias, que depois aproveitam e desfrutam uma tarde na bonita aldeia de Porto Côvo ou nas bonitas praias que por ali abundam. Toda a logística estava mais uma vez montada no estacionamento do Supermercado Petrocoop, que se associou ao BTT Alvaladense, oferecendo o famoso "mega pequeno-almoço". Neste local também se procedeu ao levantamento de dorsais, sem quaisquer atrasos, pois a máquina da logística já está montada há muito. Outra das particularidades deste Raid é o saco das ofertas que vem sempre cheio com muita variedade de produtos. O ambiente que se vive nas horas que antecedem a partida é fantástico, uma festa que deixa orgulhosos todos os organizadores deste magnífico evento que ao longo dos anos tem mostrado qualidade e conseguiu colocar a sua pequena terra no mapa do nosso panorama betetístico nacional. Os minutos vão passando em ambiente de festa, sempre animados pelo Dj Bilas, que já se associou a esta festa há uns anos. O Raid Alvalade Porto Côvo mantém intactos os mesmos objetivos dos primeiros anos, ou seja, percorrer 60km do interior alentejano até ao litoral sem preocupações de tempos. Era o

desfrutar de um dia de puro BTT sem o stress atual dos tempos e do "chegar primeiro" que o amigo. Caso quase único em Portugal e que tem, como se vê, muitos adeptos, todos desfrutando dos trilhos propostos pelo BTT Alvaladense, aumentando em cada edição o número de pessoas a querer participar neste Raid. Os minutos iam passando e a linha de partida ia ficando cada vez mais preenchida. Era uma moldura humana impressionante, onde muitos aproveitam para tirar uma foto para mais tarde recordar. Às 9h foi dada a partida. As ruas de Alvalade tinham centenas de pessoas a assistir ao arranque do enorme pelotão. Todos eles foram saudados pelos presentes, uma imagem impressionante. Os primeiros quilómetros não tinham dificuldades, pois tinha de se dispersar o vasto pelotão. É de salientar que no decorrer de todo o percurso nunca houve nenhum engarrafamento. Um dos sítios mais carismáticos do traçado tem sido, nestes últimos anos, a passagem obrigatória pelos arrozais, com o serpentar das milhares de bikes, proporcionando uma imagem única. Em todo o trajeto até Porto Côvo uma situação inolvidável e que ficará na memória de todos os participantes foi o número elevado de público que assistia ao evento em muitos troços do percurso, sempre a aplaudir e dar palavras de incentivo. Não me lembro, em outra ocasião, desta imagem e de ver tanta gente a assistir a um passeio de BTT. As médias eram elevadas nestes primeiros quilómetros para os mais bem preparados, enquanto outros desfruta-

vam cada metro percorrido. A diversidade de trilhos é uma característica deste Raid, havendo um pouco de tudo, sempre com magníficas paisagens. É um Raid feito à medida de quem quer desfrutar. Aproximando-nos do quilómetro 39, o que significava estar na zona de abastecimento mais famosa de todos os eventos nacionais, a zona de abastecimento da Barragem de Campilhas, chegávamos às famosas sandes de carne assada. Quem não para, não sabe o que perde. Para se ter uma ideia do que foi consumido neste dia, aqui vai: 2900 sandes; 2 mil litros de sumos; 5 mil litros de água; 700 refeições para os corajosos que completaram os 120km. Em termos de logística foram 300 as pessoas envolvidas neste dia. A zona de abastecimento de Campilhas é uma autêntica festa do BTT. Incrível! É raro ou mesmo inédito ver uma zona de abastecimento com milhares de bikers a pararem e a confraternizar… só mesmo neste Raid. Com as energias a 100%, prosseguiu-se viagem de Campilhas até ao Cercal do Alentejo, um traçado já diferente dos primeiros 39km. Foram 10km num sobe e desce constante, sempre com paisagens espetaculares. A chegada ao Cercal foi outro momento único, com o trânsito completamente parado, porque a prioridade era deixar passar as bikes, e tudo organizado da melhor forma. Deixou-se o Cercal para trás e entrou-se na parte mais dura do percurso: a Serra do Cercal, onde todo o esforço inicial era depois recompensado no cimo da serra, com paisagens de outra dimensão, mais um 61


Reportagem

O tamanho

não importa Duas lendas do Freeride não deixam de ser amigos só por causa do tamanho das rodas. Mas Wade Simmons e Richie Schley não evitam entrar em disputa para mostrarem quem tem razão. Texto: Wade Simmons Fotografia: Ale di Lullo

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Escola Não tens um treinador nem método de treino? Sabias que alguns dos principais atletas nacionais gerem a sua própria carga de treino? Lê as nossas dicas e maximiza o teu rendimento.

TREINO

Quanto devemos treinar? Esta dúvida existe desde que o homem começou a preocupar-se com o fenómeno da superação e elevação do seu potencial atlético, na perspetiva de evoluir em termos de performance física na busca do melhor rendimento desportivo-motor. Texto: Tiago Aragão Fotografia: Arquivo

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sta é uma questão que levanta enormes discussões e dúvidas, principalmente quando contrastamos opiniões de diferentes treinadores, todos eles com diversos sucessos com os seus atletas e, por isso, com diversificadas visões sobre tão delicada matéria. É, com toda a certeza, um assunto deveras importante na planificação da carreira do ciclista, pois toda a carga de treino em excesso, ou seja, a mais do que seria realmente necessário, repercutirá em desgaste adicional para o organismo do atleta, com as devidas implicações no rendimento desportivomotor do mesmo e na sua saúde, na época em questão e/ou seguintes. Por outro lado, a falta de estímulo/ treino bem direcionado e quantificado 86

para as necessidades individuais pode desde logo limitar a evolução física do atleta. Haverá uma fórmula aplicável a todos os ciclistas, segundo a sua especialidade velocipédica? Ou existirão pressupostos que deverão ser ajustados segundo as necessidades e perfil competitivo de cada um? O certo é que, tal como cada organismo reage de maneira díspar a uma corrente de ar frio (constipandose ou não), ou sofre diferentes consequências numa queda (com maior ou menor incidência para a ocorrência de fraturas), também se adapta de modo desigual a um mesmo estímulo de treino. A assimilação das cargas de treino está diretamente relacionada com o

passado desportivo do atleta, nível de forma física e potencial fisiológico do mesmo. Ou seja, o atleta A, perante um determinado ciclo de treinos, tenderá a adaptar-se de maneira diferente do que o atleta B, e, necessariamente, no final desse ciclo de progressão no treino ambos atingirão patamares de rendimento completamente díspares – situações que hoje em dia podem ser analisadas com todo o detalhe e personalizadas ao perfil de cada atleta. Para ajudar em todo esse processo, os treinadores recorrem hoje em dia a equipamentos cada vez mais sofisticados e fiáveis de quantificação da intensidade do treino, por forma a elaborar com um maior rigor o controlo do processo de treino


"A assimilação das cargas de treino está diretamente relacionada com o passado desportivo do atleta"

(avaliações) e promovendo um melhor e mais eficaz programa de treino. Princípio da Individualidade Neste sentido, será importante reter, desde já, que cada atleta tem as suas características próprias, que podem desde logo limitar toda a evolução do processo de treino. É necessário conhecer a fundo as capacidades, medidas, rotinas e quotidiano de cada atleta, de forma a monitorizar com exatidão todas as alterações na morfologia e fisiologia do atleta ao longo do tempo, podendo com esses dados comprovar a validade do processo de treino ou a necessidade de reformular toda a planificação, quando esta se mostra ineficaz com esse sujeito.

Pode acontecer o mesmo com atletas de topo mundial, que por vezes podem falhar no momento mais importante da época, devido, porventura, a falhas na planificação e gestão do esforço (Julien Absalon é um exemplo disso). A preparação de um pico de forma rege-se por princípios de evolução da carga de treino no tempo – oito meses ou mais – durante o qual o atleta e o treinador têm que gerir todas as cargas de treino e cargas de competição, de forma a assegurar um crescimento contínuo da forma física, procurando uma evolução na intensidade e volume do treino ao longo da época, assegurando, ao mesmo tempo, que todos os processos adaptativos do organismo são respeitados com rigor.

Complexidade do processo Treinar um atleta exige método, responsabilidade e rigor em todo o processo, visto que mais importante do que melhorar a performance atlética do ciclista, é assegurar a saúde do mesmo, quer no presente, quer no futuro! Esta questão assume capital importância na estruturação de todo o processo, visto que deveremos ter em muita consideração para todos os treinos que o atleta executa durante uma semana ou conjunto de semanas. O ser humano treinado necessita de um determinado tempo de recuperação, de forma a assegurar que o sistema muscular e cardiovascular recuperem dos estímulos a que foram sujeitos, regenerem (como se de feridas se tratassem) e progridam para um patamar evolutivo superior. Como devo treinar? Como já foi referido, cada desportista necessita de diferentes estímulos para evoluir, e esta questão aplica-se também ao número de horas ideal de treino para cada um, dispersas ao longo da semana. Normalmente, é necessário procurar estabelecer o número de horas que achamos ideal para o atleta evoluir, de acordo com as exigências específicas das provas nas quais ele pretende competir. O volume a trabalhar deve ser em primeiro lugar calculado em termos globais para um grande ciclo de treinos – por exemplo um mesociclo de 4 a 8 semanas de treino (de preferência), e depois começar a distribuir essa carga horária ao longo de cada semana. Isto 87


Atualidade

o dia a dia de

david Rosa David ou o “pastorinho”, como é carinhosamente conhecido, nasceu na cidade dos “milagres.” É um marco na história do desporto por ter sido o primeiro atleta português a representar o país na vertente de BTT nos Olímpicos. Este ano, depois de muita luta, David conseguiu finalmente tornar-se profissional. Texto: Paulo Rema Fotografia: Luís Lopes

A

vida de um atleta profissional não é e nunca será fácil. É um caminho longo e complicado que envolve paciência e determinação. Dedicar-se a cem por cento a um projeto como este exige muito trabalho e dedicação. O dia a dia de David Rosa é igual ao de tantos outros profissionais no mundo da alta competição. Começa o dia pelas nove horas da manhã com um pequenoalmoço reforçado e cheio de energia que 90

lhe permita aguentar a jornada que o aguarda. Depois, dedica-se à organização e gestão de tudo o que envolve corridas e patrocinadores. Essas tarefas são muito importantes, porque sem esta estrutura de base não seria possível tudo o resto. Responder a e-mails, ver calendários, plano de treino, abordar os patrocinadores e seguidores nas redes sociais… O treino propriamente dito tem início pelas onze horas. David sai de casa e não


Perfil: Nome: David Rosa Data de nascimento: 12/12/1986 Naturalidade: FĂĄtima Categoria: Elite Treinador: Gabriel Mendes Equipas: Liberty Seguros/Movefree/Eduardo Marques & Rosa Bpm max:195 Bpm min: 35 Comida favorita: Francesinha e Polvo Ă Lagareiro Bebida favorita: Coca-cola

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