Bike Magazine 204

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BIKE n.º 204

Março 2014 l Mensal l PVP continente 3,95€

Acompanha-nos no

magazine TESTES

Entrevista

Berria

Bravo Pro 27.5 KTM Aera Comp 27.5 Noahk

Nino Schurter “Treinar e competir é a minha grande paixão”

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TREK

O VÍDEO DO TESTE

TREK

SUPERFLY FS7

Superfly FS7

rada da t n e e d o A versã rfly FS e p u S a d cobiça Aprende a mudar a transmissão de 3x10 para 2x10

VESTUÁRIO para diferentes estações Definição dos PICOS DE FORMA ISBN 5601753001303 00204

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NOVIDADES DECATHLON

AVENTURA

ROTEIRO

Fomos a Valência conhecer as novas bikes da B´Twin para a próxima época

Livigno, em Itália, é o paraíso para grandes voltas de bike regadas por um bom vinho e comida a condizer

Temos um voucher para te oferecer para poderes pernoitar em Santa Clara a Velha


Aventura

QUEIJO, VINHO E TRILHOS Livigno (Itália) é o ponto de partida para aventuras intermináveis em singletracks. Mas nem só de pedaladas se vive, e toda a gente sabe que o vinho tem propriedades antioxidantes. Texto: Lars Wich Fotografia: Bartek Wolinski

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A

o acordar de manhã no meu chalet, mal me podia mexer. Não por causa de dores, mas pelo resultado de uma noite plena da hospitalidade de Livigno. Não há descanso para os bravos, nos dias seguintes iríamos percorrer a pitoresca região conhecida como Alta Rezia. Fomos convidados pelo gabinete de turismo local para provar os trilhos de BTT da zona e os sabores da comida e vinhos de primeira categoria da região. A volta irá estender-se desde o “pequeno Tibete”, conhecido normalmente como Livigno, até Bornio e aos vales de Poschiavo. DIA 1 No dia anterior, partimos da Alemanha (logo após o Eurobike) em direção a Livigno. Para nossa grande surpresa, enquanto esperávamos pela abertura do túnel Munt-la-Schera, que nos separava do nosso paraíso de comida e trilhos, deparámo-nos com “a lenda”: Hans Rey. Era suposto encontrarmonos nos trilhos dois dias depois para umas voltas de bicicleta. Poucas pessoas conhecem os trilhos do que Rey, que adoptou Livigno como a sua segunda casa

Discutimos as nossas aventuras que se seguiriam – “centenas de quilómetros de singletracks vão deixar-vos com um sorriso permanente e a comida e o vinho vão deixar-vos plenamente satisfeitos. Ao chegarmos ao nosso luxuoso chalet, fomos saudados por um alegre empregado que logo nos encaminhou para o restaurante. Cheio de anedotas acerca de Livigno e relatos acerca da sua história, manteve-nos entretidos todo o serão. Foi uma pena que não se tenha podido juntar a nós para um copo de vinho branco ou tinto. Depois do primeiro prato, servido logo depois das entradas, os meus companheiros espanhóis já estavam preocupados com a possibilidade de não conseguirem comer a sobremesa. Breasola e os queijos locais eram tão saborosos que quando o prato principal chegou – o pizzocheri, uma espécie de massa – os nossos estômagos já estavam a ser esticados até ao limite. A comida foi complementada com um vinho particularmente saboroso chamado Valtellina Sforzato. Esta maravilha regional é extraída da nobre casta Nebbiolo, a mesma usada para os Barolos e Barbarescos. Depois de uma sobremesa e de uma grappa digestiva demos a noite por terminada.

DIA 2 Hoje, o BTT estava na nossa agenda. Livigno situa-se a 1816 m de altitude, num vale entre Mottolino e Carosello. O nosso guia, o Fabrizio, avisa-nos de que vamos embarcar numa volta suave do lado de Carosello. Carregamos as bicicletas no teleférico Tagliede e dirigimonos para o topo. As condições estavam quase perfeitas: céu pouco nublado e cerca de 15º. Consciente do nosso festim da noite anterior, Fabrizio é suficientemente tolerante para começar com calma. A nossa primeira descida é por um trilho divertido e fluido pela vertente do Carosello abaixo. Depois de uma boa hora em cima do selim, alcançamos Val Federia, no meio da montanha de Carosello. Alguns dizem que nunca esquecemos a nossa primeira vez. Bem, no caso das bicicletas, certamente não iremos esquecer este trilho: curvas apertadas e vertentes abruptas obrigam a manter os dedos nos travões. Apesar de tudo, uma descida agradável e fácil. Os polacos, Milosz e Kuba, estão certamente a sentir-se no topo do Mundo. Inacreditavelmente, na base do vale Federia apercebemo-

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roteiro

Media Partner

Barragem de Sta. Clara Bike magazine

Quinta do Barranco da Estrada

BARRAGEM DE SANTA CLARA - MONCHIQUE

Dois em um

Este mês regressámos ao Sul, para explorarmos dois sítios próximos mas muito distintos: a Barragem de Santa Clara e a Serra de Monchique. Pelo meio, ficámos alojados num espaço com um encanto especial e uma localização privilegiada… Texto: Pedro Pires Fotografia: João Carlos Oliveira

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Escola Tens uma transmissão 3x10 e queres atualizar por uma 2x10 mas não sabes como mudar? Problema resolvido! Segue os nossos passos e faz tu mesmo este processo. Mãos à obra!

Mudança de transmissão de 3x10 para 2x10

NA TENDÊNCIA

Cada vez é mais habitual encontrarmos transmissões 2x10 em bicicletas novas. Oferecem maior distância livre ao solo, possibilidade de usar qualquer combinação de pratos e carretos e menor peso, sem prejudicar a desmultiplicação. Atualizemo-nos.

Texto: Marcos Pérez Fotografia: Gonzalo Manera

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AS FERRAMENTAS A UTILIZAR: 1 3

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1. Chave Phillips (estrela): para o ajuste dos desviadores 2. Manípulo: a Shimano oferece nos seus grupos mais recentes a opção de dois ou três pratos no mesmo manípulo 3. Pedaleiro de dois pratos: escolhe bem o número de dentes de que vais precisar e o tamanho dos cranques 4. Desviador dianteiro: as novas relações de mudanças exigem novo desviador 5. Desviador traseiro: por levar carretos mais pequenos, poderá ter

1.ª ETAPA: Desmontar o pedaleiro antigo, corrente, desviadores e manípulos.

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de ser de caixa longa 6. Chave Allen de 5 mm: para apertar os desviadores ao quadro e fixar os cranques 7. Chave Allen de 4 mm: para montar os manípulos 8 e 9. Alicates: para dar tensão e cortar os cabos 10 Quebra corrente: para montar e desmontar a corrente 11. Chave de aperto de cranques Shimano: para apertar os cranques 12. Elo rápido: facilita a montagem da corrente

2.ª ETAPA: Montar o pedaleiro novo. Em caso de ser também Shimano, não é necessário mudar o eixo.

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Texto: Carlos Almeida Pinto Fotos: João Carlos Oliveira

Escola

Quando vais para o mato, sabes que tipo de roupa deves levar? Sabias, por exemplo, que já existem tecidos superleves mas com um aquecimento ao nível de peças de lã ou algodão de alta qualidade?

Aprende a vestir-te No inverno ou no verão, não é apenas o número de peças de vestuário que vestimos que difere. Neste artigo damos-te algumas dicas para que vás pedalar confortável e não sejas apanhado desprevenido.

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e tens um armário específico onde guardas a roupa para andar de bicicleta, damos-te um conselho para que não andes sempre à procura de algum complemento (meias, pernitos, etc): segmenta esse armário com divisórias. O Ikea, por exemplo, 74

dispõe deste tipo de aplicações que são práticas e se ajustam às medidas de cada gaveta. Preferencialmente coloca calças, calções, joelhitos e pernitos de um lado, jerseys, baselayers, manguitos e casacos de outro e luvas, meias e capas para

sapatos num compartimento mais pequeno. Em cada estação coloca por cima as peças correspondentes de modo a facilitares a procura quando necessário. De seguida damos-te algumas dicas sobre o que deves vestir quando vais pedalar.


XC E MARATONAS

Verão Primavera

Opta por calções, pernitos ou joelhitos, camisola interior, jersey de manga comprida e um colete cortavento. Se o tempo estiver realmente frio, usa por cima da camisola interior técnica um casaco com propriedades térmicas e respirável.

Outono

Calções de licra, pernitos ou joelhitos e jerseys de manga comprida com respetiva camisola interior vestida são a norma. No início do outono, os dias ainda são amenos, por isso podes utilizar uma jersey de manga curta (sem rede) com manguitos e um colete. Opta também por umas meias mais quentes e de cano alto nos dias mais frios.

E O DOWNHILL?

Para fazer Downhill, recomendamos-te sempre a utilização de proteções. Por esse facto, antes de comprares vestuário, confirma se o mesmo é compatível com a utilização de coletes, por exemplo. Geralmente adquirimos roupa dois tamanhos acima (no caso dos jerseys). Calções largos técnicos com reforços laterais, material robusto e jerseys com dupla costura são a opção na primavera e verão. No outono e inverno, calças e camisolas largas servem o propósito.

Calções de licra e jersey de manga curta (sem camisola interior) chegam perfeitamente. Opta por uma licra perfurada, ou que tenha rede nas axilas, para eliminação da sudação. Não uses jerseys e calções de lã ou 100% em algodão nesta altura do ano. A jersey deve ser de fecho integral para poderes abrir caso o calor aperte.

Inverno

Umas calças, camisola interior técnica de manga comprida com propriedades térmicas, uma jersey de manga comprida respirável e um bom casaco quente e de preferência com propriedades hidrófugas, devem fazer parte do armário onde tens a roupa para andar de bike. Compra também umas capas para os sapatos que sejam térmicas e impermeáveis e umas meias quentes. As luvas devem ter canos altos e serem térmicas. Compra um gorro/buff para usares debaixo do capacete, sempre te mantém a cabeça quente. Se os únicos óculos que tens utilizam lentes escurecidas, tenta saber se existe a opção de comprar lentes adicionais transparentes. No inverno a lama pode entrar nos olhos e literalmente estragar uma volta com os amigos. 75


Escola Prepara-te convenientemente para um objetivo concreto. Não penses que treinar de forma sempre igual te permitirá atingir um pico de forma pois são necessários estímulos extra. Texto: Tiago Aragão Fotografia: Arquivo

Treino desportivo

PICOS DE FORMA DESPORTIVA A planificação de treinos em função de objetivos concretos é um moroso ato de reflexão acerca de todo o percurso em termos de carga de treino que o betetista deve cumprir, de forma a sofrer atempadamente as adaptações cardiovasculares necessárias para evoluir para um estado de prontidão desportivo-motora superior e de acordo com as metas traçadas. De seguida explicamos-te melhor este sensível tema.

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uando iniciamos um processo de treino planeado e estruturado, temos como pano de fundo um determinado objetivo, que pode ser uma prova/competição, um desafio pessoal (travessia/challenge) com grande exigência física, ou outro. Contrariamente ao trabalho de força realizado no ginásio, o treino cardiovascular requer um período de trabalho muito mais extenso, para que os resultados sejam duradouros e visíveis. Atualmente, o processo de treino é cada vez mais meticuloso, personalizado e estruturado de acordo com as características pessoais de cada indivíduo, das suas necessidades próprias, assim como das metas a que o mesmo se propõe. O conhecimento acerca do processo de treino é cada vez maior e as ferramentas disponíveis para treinar são também cada vez em 78

maior número e com mais qualidade. A prescrição do treino deve ser realizada por um treinador licenciado e credenciado e, preferencialmente, por alguém não próximo ao betetista, de forma a que o processo de treino não seja influenciado pela proximidade e/ou convivência com o betetista que sofrerá a carga de treino. Esta afirmação prende-se principalmente com as situações de auto treino, em que decidimos treinarmo-nos a nós próprios, o que além de não ser aconselhável pode igualmente repercutir-se num total insucesso no resultado final. Inconscientemente, podemo-nos “proteger” em situações de carga mais elevada e com isso reduzir na intensidade do treino, ou inversamente, acharmos que temos possibilidades de aguentar uma intensidade de treino muitíssimo

superior àquela que realmente conseguimos suportar e com isso forçar cargas de treino acima do ideal... com todas as consequências que facilmente podemos depreender, ao nível do que ambas as situações podem traduzir na eficácia de todo o processo. TREINO DE BASE Antes de iniciar a programação da preparação específica para uma determinada prova/objetivo, é pressuposto que o betetista complete uma preparação de base das suas capacidades condicionais, de forma a desenvolver a “plataforma” de sustentação da sua performance física, que se desenvolverá através de trabalho específico tendo em vista as metas delineadas. Essa preparação de base, sempre que possível, deve ser realizada em


consonância com o passado desportivo do betetista (referências de anos anteriores, quer de treinos, quer de avaliações de controlo do treino). A preparação de base tem como objetivo mais concreto construir um estado de prontidão motora em que o betetista fique apto a assimilar cargas de treino superiores, que elevem a sua condição física, rumo às metas idealizadas para a competição “alvo”. Toda esta fase de preparação mais geral deve também estar interligada e em consonância com a dinâmica de treinos, volume e intensidade que prevemos que o betetista venha a cumprir no âmbito da sua fase de preparação mais específica. Atualmente, a preparação inicial geral, é cada vez menos generalizada, e necessariamente, cada vez mais personalizada, consoante as necessidades individuais do sujeito. Esta preparação de base deverá ter em conta os períodos competitivos anteriores, que podem ser englobados na própria época, ou em temporadas anteriores.

De realçar que, competidores diferentes, carecem de períodos de adaptação/preparação para a época, também diversa. DEFINIÇÃO DOS PICOS DE FORMA São os momentos da época em que preconizamos alcançar o melhor estado de prontidão motora, ou seja, onde pretendemos que as nossas capacidades físicas alcancem o seu expoente máximo, de forma a enfrentar na plenitude das nossas possibilidades uma determinada competição/objetivo. Os mesmos podem e devem ser expressos em termos de resultados físicos quantificáveis através de análises do controlo do treino, quer pelo resultado e sensações alcançadas em determinada competição. Pretende-se então, a melhor afinação do binómio motor ciclista/bicicleta, que possa refletir elevadíssimos níveis de rendimento desportivo. O treinador e betetista enveredam hoje cada vez mais por este processo de maximização motora, ambicionando bater os

resultados precedentes de relação peso/potência do betetista, e com isso assegurar melhores resultados. PICOS DE FORMA NA ATUALIDADE, MITO OU REALIDADE? Vulgarmente se identifica no vocabulário vulgar do Ciclismo a procura dos picos de forma desportiva, definindo objetivos concretos no calendário competitivo. Contudo, e segundo o nível competitivo do betetista e a modalidade velocipédica em questão, esta alusão aos picos de forma pode acabar por ser algo descontextualizada. Vejamos: se é um corredor ligado ao Ciclismo de Estrada, onde se enfrentam provas importantes, extensas e de desgaste muito pronunciado em determinados períodos específicos do ano, faz todo o sentido procurar trabalhar ao longo da época em função desse intuito. Contudo, no BTT, a questão dos picos de forma é bem diferente: quer nas Maratonas, quer no Cross

Ao nível motor, mas também psicológico, é necessário um empenho grande para se atingir um Pico de forma

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Atualidade O DIA A DIA DE

ISABEL CAETANO Campeã nacional de Ciclocrosse por 19 ocasiões. Este registo é, com toda a certeza, um marco e um motivo de orgulho e de empenho para Isabel Caetano e para todos os que a rodeiam. O ciclismo é, para si, mais do que um desporto, é um vício. Pratica-o em diversas modalidades e sempre com a convicção de que pode fazer melhor, não obstante os brilhantes resultados já alcançados ao longo dos anos. Texto: Nuno Machado Fotografia: Luís Lopes

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Perfil Nome: Isabel Marisa Morgado Caetano Data Nascimento: 28/12/1979 Natural: Leiria Residência: Custoias, Matosinhos Profissão: Responsável de Logística Altura: 1,70 cm Peso: 54 kg Equipas: Núcleo Sportinguista de Leiria - 1996/1997, Club Ciclista Spol – Caixa Pontevedra (Espanha) - 1998 a 2000, Club Ciclista Spol – Caixa Nova (Espanha) - 2001 a 2009, CSM Epinay – (França) 2010 a 2013

Pegar na bicicleta e correr faz parte do ciclocrosse, há que estar preparada!

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