Bike Magazine 208

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N º 2 08

UM DIA COM...

André Moreira Atleta de XCO e ciclocrosse

Testes

27,5" OU 29". QUAL ESCOLHER? GIANT Trance 27,5 1 SILVERBACK Signo Tecnica ESCOLA BIKE

FLEXIBILIDADE Descobre porque é fundamental possuí-la no BTT

BIKE TEAM Maratona MK Makinas Rota do Bacalhau

Exclusivo

NOVIDADES MUNDIAIS Fomos à Alemanha e aos Estados Unidos da América testar as novidades da Cannondale e da GT

S U C O F

SAM 2.0

POWER

Madeira foi invadida por riders internacionais

o Enduro A 27,5 predileta para

1 www.bikemagazine.pt

Aprende a mudar para a desmultiplicação da moda: 1x10

julho 2014

CONVERSÃO DA TRANSMISSÃO

ISBN 5601753001303

MENSAL PVP continente 3,95€

MECÂNICA

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APRESENTAÇÃO

Cannondale 2015

INTEGRAR PARA VENCER

EM 2009 ASSISTIMOS AO LANÇAMENTO DA PRIMEIRA GERAÇÃO DA FLASH. CINCO ANOS VOLVIDOS, EIS QUE NASCE A F-SI, UMA MONTRA DE TECNOLOGIA E INTEGRAÇÃO QUE ENCHE A CANNONDALE DE ORGULHO E OS BETETISTAS DE ALEGRIA. [texto] Pedro Pires

[imagem] Ale di Lullo, M. Maasewerd

C

om os circuitos de XC a serem cada vez mais técnicos, a nova rígida da Cannondale tinha de favorecer a capacidade de descer. Segundo a marca, nem só com poupança de gramas se ganha corridas, e se estas são muitas vezes conquistadas nas subidas, podem também ser perdidas quando a gravidade até ajuda. Como fórmula para a vitória, a Cannondale F-Si aposta na agilidade, tração e estabilidade, recorrendo à integração para bater a concorrência nestes campos. Quadro, suspensão, avanço, pedaleiro e espigão do selim foram pensados para trabalhar em conjunto e funcionar melhor que a soma de peças de diferentes marcas. Ao utilizar componentes da casa, a Cannondale pôde jogar com a geometria de maneira mais eficaz. A escora traseira tem apenas 429 mm de comprimento mas mantém espaço para pneus largos e a direção tem uns descontraídos 69,5 º, medida pouco comum em quadros deste tipo. Para compensar este valor, o eixo 22 07/2014

dianteiro foi avançado (a nova Lefty tem um offset de 55 mm), reduzindo assim o “trail”. O trail é a distância entre os pontos onde duas linhas imaginárias – uma vertical que passa pelo eixo da roda e outra que segue a direção e suspensão – tocam no solo. Quanto menor for o “trail”, mais viva se torna a dianteira, mas como a direção da F-Si é mais lançada, esta vivacidade não se traduz em instabilidade. Os possuidores de bicicletas Cannondale queixavamse muitas vezes da frente elevada, que a marca corrigiu este ano ao reduzir a altura da coluna de direção. Uma das soluções mais interessantes da F-Si está na


roda traseira. A transmissão foi movida 6 mm para o lado direito, o que obrigou a um enraiamento simétrico na roda (em geral, entre o lado direito e o esquerdo da roda, os comprimentos e tensões dos raios atrás são diferentes). Isto potencia a rigidez sem mudar o comportamento da transmissão, porque a aranha do pedaleiro foi ajustada para compensar os 6mm de diferença. O espigão SAVE é agora 50g mais leve e 20 % mais flexível, oferecendo um maior conforto durante as jornadas longas em cima do selim. O carbono utilizado serve-se da tecnologia Ballistec e pretende oferecer resistência à fadiga,

aos impactos e à propagação de fissuras. Não sendo o peso pluma o principal objetivo da Cannondale para este quadro, os 1022 g no tamanho L não deixam de ser muito bons, principalmente quando integrados num conjunto de componentes específicos que tornam o kit quadro/espigão/ pedaleiro/avanço/suspensão num dos mais leves do mercado. Neste quadro, a Cannondale optou por utilizar um aperto rápido na traseira, por acreditar que um eixo passante não traz mais-valias relevantes em termos de rigidez e dificulta a tarefa de remover e colocar a roda, principalmente em competição.

Cannondale F-Si Team Rodas Enve, transmissão SRAM XX1, travões SRAM XX, pneus Schwalbe Rocket Ron e suspensão Lefty Carbon XLR 2.0 equipam o modelo com que rolámos na Alemanha

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APRESENTAÇÃO

GT 2015

O NOVO XC NEM TODOS QUEREM UMA BICICLETA DE XC PARA COMPETIR AO MAIS ALTO NÍVEL. COM A HELION, A GT APROXIMOU-SE MAIS DAS EXIGÊNCIAS DOS PRATICANTES QUE PEDEM CONFORTO E DIVERSÃO A DESCER. [texto] Pedro Pires

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or todo o mundo, os Trail Centers são polo de atração para betetistas que querem desfrutar de trilhos criados para BTT com exigência técnica mas que possam ser vencidos a bordo de uma bicicleta leve e com pouco curso. Muitos relevês, pequenos saltos e declives pouco pronunciados são o pão nosso de cada dia nestes locais, mas quem os usa também gosta de puxar pelo cabedal em distâncias longas e trilhos mais agressivos. A pensar na maior parte dos betetistas de lazer, que deixam a licra a favor de um vestuário mais descontraído, a GT criou a Helion, uma bicicleta de roda 27,5 com 110 mm de curso e uma geometria mais vocacionada para a diversão que as rivais de puro XC. A GT considera que a medida 27,5 é mais abrangente e pode adequar-se mais aos estreantes na modalidade, para além de possibilitar a montagem de modelos mais leves e de servir atletas de estaturas mais baixas, tal como as senhoras. Avanço de 80 mm e guiador com 26 07/2014

740 mm (para se cortar à vontade do freguês, caso seja preciso) em todos os modelos da gama Helion, completam o ramalhete, numa bicicleta que pode atacar duros trilhos alpinos e ainda aparecer em provas de XCM e XCO sem vergonha. Baseado no sistema Angle Optimized Suspension, introduzido o ano passado com as Force e Sensor, o quadro tem 69,5º de ângulo de direção, um top tube de 606 mm, uma altura do pedaleiro ao solo de 325 mm e uma distância entre eixos de 1090 mm no tamanho M. Graças ao Path Link, uma generosa peça de alumínio que integra o eixo pedaleiro e que se move de forma independente do quadro e das escoras, as forças de pedalada, travagem e amortecimento são isoladas, proporcionando assim eficácia e sensibilidade. A Helion fazse valer do eixo expansível Locker a unir as escoras ao quadro e ao Path Link, o que simplifica a manutenção e construção ao usar menos partes e se torna mais rígido. Existem três modelos de carbono e quatro de alumínio, pesando os quadros sem amortecedor 2241 g e 2825 g, respetivamente.

[imagem] Dane Cronin - GT

Curso de XC, condução de Enduro O betetista médio ia ficar deliciado com os trilhos que encontrámos à volta de Park City, no Utah. Começámos com uma longa subida em singletrack, onde a Helion mostrou a sua fibra: boa resposta da traseira mesmo com o amortecedor a trabalhar em pleno, posição confortável e agilidade em curvas apertadas tornaram um pouco mais suportável uma medonha subida dos 2000 aos 2500 m. Não é por ter ângulos descontraídos e um avanço curto que perde pressão na dianteira e não fica longe de uma pura bike de XC a trepar. Beneficia de acelerações superiores a uma 29er, privilegiando uma condução atreita a bunnyhops por cima de pedras e raízes e apresenta uma distribuição de peso bastante centrada, muito útil quando se tem de levantar as rodas do chão. A traseira lê o terreno com rigor mas sem se tornar desobediente à força imposta nos pedais. Curva atrás de curva ia dando aos cranques para tentar alcançar ou deixar para trás jornalistas rivais, tarefa difícil, porque


A Helion Carbon Team vem equipada com Fox F32 CTD Kashima, XTR e rodas ZTR No Tubes Crest

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VENTURA

68 07/2014


DOM QUIXOTE DO SÉCULO

O ESPÍRITO DO IMAGINATIVO FIDALGO SEGUE LUTANDO CONTRA GIGANTES IMAGINÁRIOS... [texto] David Cachón - davidcachon.com [imagem] Ismael Ibáñez

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VENTURA: MADEIRA

CULTURA DE

TRILHOS “NAS ÚLTIMAS SEMANAS, O TEMPO NA NOSSA REGIÃO ERA SEMPRE O MESMO: NEVE, GRANIZO E ÀS VEZES, COM SORTE, TEMPERATURAS ACIMA DE ZERO. SE NÃO TE QUERES RENDER AO INVERNO, O QUE PODES FAZER? PEDALAR COM ESSE TEMPO? VIAJAR PARA OUTRO SÍTIO OU DESCOBRIR UM DESPORTO ALTERNATIVO?” [texto] Constantin Fiene [imagem] Hoshi Yoshida

Uma aventura com a bikulture

72 07/2014


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or mais que gostemos de pedalar na lama, a decisão foi fácil. Quando chegámos à Madeira, o sol já se punha e começava a chover. Depois de uma breve inspeção às nossas caixas das bicicletas, feita por um funcionário do aeroporto, recebemos as calorosas boas vindas de Jérémy, da Bikulture - www. bikulture.com - que ia ser um dos nosso guias. Carregando algumas das nossas malas, Jérémy levou-nos ao parque de estacionamento, onde conhecemos o outro guia, o Joselino. Sempre bem-disposto, apareceu a buzinar e a falar ao telefone ao mesmo tempo. A estrada para o Jardim do Mar, onde ficaríamos nos dias seguintes, tem inúmeros túneis e assim que os deixámos para trás, a paisagem presenteou-nos com o oceano. Mas em vez de seguirmos a linha costeira, encaminhámo-nos

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