BIKE Magazine 214

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N º 214

BRASIL RIDE

As melhores fotos de uma das provas mais duras do mundo

TESTES

ORBEA Oiz M10 LAPIERRE Zesty AM 427 NOVIDADES

SPECIALIZED MONDRAKER

SCOTT SPARK 27,5 VS 29

ER VOUCH

Vê aqui

O VÍDEO DO TESTE

TIS GRÁF MAR GOLHotel

HIMALAIA

Sónia Lopes trouxe muito mais do que apenas uma Taça na bagagem

AVENTURA

Filomena Gomes relata-nos as experiências vividas na Ruta e no Xterra

Açores Bike O que vimos para além de pessoas afáveis e vaquinhas

ISBN 5601753001303

MENSAL PVP continente 3,95€

QUAL É A MELHOR? 27,5 VS 29

SPIUK ELITE PLUS MORGAN BLUE BIKE WASH MARWI MINI LED ZEFAL DEFLECTOR LIGHT OAKLEY FLAK JACKET XLJ MAVIC STRATOS CONVERTIBLE GOPRO 3WAY B´TWIN FLP 7000

janeiro 2015

SCOTT SPARK

00214

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601753 001303

Acompanha-nos no


FRENTE A FRENTE

Scott Spark 710 vs 910

GÉMEAS

FALSAS

TENTANDO PÔR DE PARTE QUAISQUER IDEIAS PRÉ-CONCEBIDAS ACERCA DESTES DOIS TAMANHOS DE RODA, SALTÁMOS PARA CIMA DAS SPARK COMO SE TIVÉSSEMOS FEITO UM “DELETE” AO CÉREBRO. SERÁ QUE UMA DELAS IA SER A ESCOLHA ÓBVIA? NEM POR ISSO. [texto] Gonçalo Ramalho [imagem] Rui Botas [riders] Pedro Pires e Luís Lopes

D

epois de passar uns dias no estaleiro por culpa de uma infeção respiratória estava mais do que desesperado para umas voltas longas, e sabendo que tinha duas Spark à minha espera na redação, a ansiedade não diminuía. Com uma 27,5” (Spark 710) e uma 29” (Spark 910) vestidas com o mesmo traje, este é o melhor frente a frente que se pode desejar para nos deixar 30 01/2015

esclarecidos acerca dos dois tamanhos de roda. E este é um momento interessante para o mundo das bikes. Algumas marcas oferecem dois tamanhos de roda para a mesma bike (Scott, Trek, Specialized, Orbea, Lapierre ou Canyon), outras – como a Giant – focamse apenas num tamanho. Oferecer o tamanho de roda como opção pode ser confuso para alguns riders, mas ter mais escolha é sempre positivo, essencial é perceber o que nos estão a propor e para que serve uma e outra. Depois de termos essa informação podemos perceber


Vê aqui o vídeo do teste:

que em função da nossa estatura, dos trilhos por onde andamos e da nossa condução, um destes tamanhos de roda é o que se adapta a nós. Não esperes encontrar novidades de choque ou mesmo grandes alterações face à estrutura da Spark de 2014, essencialmente montaramlhe um novo amortecedor (Fox), redimensionaram o tubo diagonal criando mais espaço para o bidon e mudaram-lhe alguns componentes. Mas um Fox na traseira é por si só uma boa noticia e quanto ao resto não temos críticas negativas a fazer: continua a ser um dos

nossos quadros favoritos para XC. Resta relembrar que a Spark se destaca por ser das mais leves da sua classe (independentemente da gama) e das mais divertidas. O sistema Twinloc, em que um manípulo no guiador controla em simultâneo a frente e a traseira, dandonos três modos de curso com três geometrias, não é novidade mas é um caso de “em equipa vencedora não se mexe”. Dois riders, duas Spark exatamente com o mesmo equipamento, um circuito em Sintra bem conhecido: as condições estavam reunidas. bikemagazine 31


REPORTAGEM

La Ruta de los Conquistadores

A corrida

mais louca

Mundo

do 74 01/2015


ACORDO EM SAN JOSÉ, NA COSTA RICA, CAPITAL DO PAÍS CUJO POVO É O MAIS FELIZ DO MUNDO. DEPRESSA PERCEBO PORQUÊ: PURA VIDA! ESTOU EM TRÂNSITO PARA JACÓ, LOCAL À BEIRA DO PACÍFICO ONDE VAI TER INÍCIO A PROVA DE BTT MAIS DURA DO MUNDO: LA RUTA DE LOS CONQUISTADORES. NÃO SE TRATA DE UMA SIMPLES PROVA POR ETAPAS. DEPRESSA PERCEBO PORQUÊ... [texto] Filomena Gomes [imagem] Fotica.com

“L

a Ruta” atravessa a Costa Rica, desde o Pacífico até ao Atlântico, mais precisamente no mar das Caraíbas. É uma prova que visa reproduzir o percurso que os conquistadores espanhóis fizeram quando descobriram aquele território. Só não demoraremos tantos anos como eles a atravessar a floresta tropical: eles demoraram 20 anos, nós iremos fazê-lo em 3 dias. Vamos encontrar selva, estradões, pedra, raízes, terrenos vulcânicos, singletracks, lama até aos joelhos, linhas férreas e pontes desativadas, asfalto, areia, montanhas, vulcões, plantações de café, bananais...

1ª Etapa

JACÓ – UNIVERSIDAD DE ATENAS (90 KM, 3100M DE DESNÍVEL)

Às 4h da madrugada do dia de prova, já todos tomam o pequeno-almoço no hotel oficial. A partida é às 6h no areal da praia de Jacó, e às 5h15 da manhã já há luz do dia. Perfilam-se os participantes, sem dúvida que o mais emblemático para nós e grande candidato à vitória é o nosso Luís Leão Pinto. Que privilégio estar na linha de partida com este e outros fora de série!

Partimos para os primeiros 5 km que são uma espécie de aquecimento para a enorme parede que se avizinha: serão cerca de 8 ks de subida com inclinação média entre os 15 e os 20%! Tenho uns pratos duplos com uma relação de 34/22 dentes, e estou tão feliz por os ter! Mas mesmo assim, a dificuldade e o esforço são atrozes. Quando por fim chego ao topo e a subida estabiliza, as pernas tremem, os braços tremem, e a respiração demora a regularizar. O público é incrível: os costa-riquenhos e os familiares, amigos e a assistência dos atletas (permitida excepto para os 50 primeiros) estão por todo o lado com palavras de incentivo e apoio. Aplaudem, oferecem abastecimentos, até empurram, se deixarmos. La Ruta é um evento mais marcante do que a Volta à Costa Rica em bicicleta. É PURA VIDA! Chegamos à primeira descida técnica e é tão longa e escavacada que não vale a pena arriscar uma queda, tem demasiados sulcos profundos e começa a haver alguma lama. Esta vai aumentando… Aproximamo-nos do “bicho papão” deste primeiro dia: o Parque Nacional de Carara. Toda a gente falou dele. As imagens da Ruta que vemos na internet, de lama até ao pescoço, são aqui… E ela aí está. No princípio aparece timidamente. Mas vai sempre aumentando. Quando

damos por isso, temos lama em todo o lado, não dá para fugir, e não há pneus que resistam: a subir, a descer, a direito, escorrega como manteiga, agarra-se como lapas e só as imensas linhas de água que temos de atravessar, algumas pelos joelhos, é que permitem lavar a bike, mergulhála dentro de água, para que possamos continuar a andar. As quedas são constantes, a maioria inofensivas, não vale a pena ter pressa. A dada altura, de bike às costas para trepar um barranco, fiquei enterrada na lama até aos joelhos e os pés não saíam… Surreal! Passamos o Ponto de Controlo 1 (PC1) e vamos ter as primeiras descidas. Mas nada do que vem a seguir se compara ao que acabámos de passar. A corrente pede óleo, de resto a Epic não pede mais nada, só andar! De PC em PC os quilómetros vão passando, mas o dia parece não ter fim. Após o PC4 em Escobal, as subidas parte-pernas matam o que já está moribundo. E quando pensamos que estamos a chegar e o pior já passou, eis que enfrentamos novo mar de lama misturado com excremento de gado… Não há como fugir, estou outra vez enterrada até às canelas, e lá vou indo de bike às costas. Por fim termina o calvário, e quando entramos na estrada, sei que falta pouco. Cruzo a meta e a minha bikemagazine 75


REPORTAGEM

Azores Challenge

PEDALANDO

NO

PARAÍSO A PRIMEIRA EDIÇÃO DO AZORES CHALLENGE OCORREU DE 3 A 5 DE OUTUBRO NA MAGNÍFICA ILHA DE SÃO MIGUEL. NO “CARDÁPIO” ESTAVAM 150 KM, DUAS ETAPAS E UM PRÓLOGO NUM CENÁRIO FANTÁSTICO. [texto] Nuno Margaça [imagem] Flybasto e Area productions

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01/2015


Nos Açores, a natureza funde-se com a paisagem agrícola, produzindo resultados destes

A

ntes de mais, deixa-me dizer que este evento passou a ser, para nós, uma das novas referências mundiais de maratonas, realizada em duplas. O sucesso desta iniciativa da PrSpinning partiu do seu diretor, Paulo Resendes, um apaixonado por desporto e acima de tudo pelo ciclismo. Pensou, idealizou, juntou amigos e colaboradores, mais a paixão pelas bicicletas e um dos cenários mais bonitos do mundo, e assim nasceu o Azores Challenge BTT. Contudo, apenas faltavam os atletas ou participantes, para isso, utilizou uma das melhores formas de publicidade que existe, o “passa palavra”, bem como as redes sociais. Para além disso, conseguiu proporcionar um pacote promocional que incluía a viagem de avião de ida e volta, alojamento em Hotel de quatro estrelas de sexta a domingo, e a respetiva inscrição na prova, tudo isto por apenas duzentos e poucos euros. Como resultado, num curto espaço de tempo garantiu o limite de participantes previstos para a primeira edição, cerca de 200.

O cenário

Falar do arquipélago dos Açores para quem gosta de natureza, já é um estímulo apetecivel, uma vez que a ilha de São Miguel também é conhecida ou denominada por ilha verde, porque a paisagem se caracteriza por grandes prados e manchas de floresta situadas nos vales das ribeiras e em zonas de dificil acesso. Quando acresce as bicicletas e a ausência de informação acerca deste desporto na ilha, começamos a divagar acerca do que poderão ser os trilhos e a transposição das montanhas que avistamos, com as suas quedas de água e o seu tipico solo vulcânico. Logo, o nosso gosto pelas bicicletas com toda esta envolvente por explorar, torna-se a “cereja no topo do bolo”. E assim, foi! A expetativa era alta e neste fim de semana foi tudo perfeito, até o tempo, caso impensável nos Açores, quando o estado normal é chuvoso e encoberto, embora com temperaturas amenas. A direção de prova e o respetivo secretariado encontravam-se sediados numa das principais unidades hoteleiras de Ponta Delgada, onde aguardava pela maior parte dos concorrentes que chegaram durante o dia de sextabikemagazine 79


REPORTAGEM

Brasil Ride

Admirável

NOVO MUNDO NÃO FOI DESTA VEZ QUE O LUGAR MAIS ALTO DO PÓDIO DO BRASIL RIDE SE ENFEITOU COM AS QUINAS. MAS TEMOS A CERTEZA DE QUE A PARTICIPAÇÃO NESTA PROVA VALEU A PENA PARA TODOS. BASTA OLHAR PARA AS IMAGENS QUE AQUI TEMOS PARA VOS MOSTRAR...

Texto: Pedro Pires Fotografia: Fábio Piva

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F

oram mais de 600 km e 13000 m de subida que os atletas tiveram de vencer para se sagrarem “finishers” da edição de 2014 do Brasil Ride. A Chapada Diamantina foi mais uma vez a arena onde centenas de betetistas se digladiaram, num percurso onde a força, resistência e perícia foram essenciais para se estar na frente da corrida. O holandês Hans Becking e o checo Jiri Novak, da equipa Superior-Brentjens MTB, conquistaram o título de campeões daquela que se intitula a principal Ultramaratona de Mountain Bike das Américas, vencendo a última etapa, que contou com 61,8km e 926m de subida. O esforço da dupla vencedora na última etapa acabou por deitar por terra o sonho de Tiago Ferreira e Periklis Ilias, que assim ficaram na segunda posição. Henrique Avancini e Sherman Trezza, da Caloi Elite fecharam o pódio e foram os melhores brasileiros em prova, na categoria Open. A dupla feminina Sonya Looney e Nina Baum foi a mais rápida a completar os sete dias de prova. Na categoria mista, o título ficou com a equipa Niner/Shimano, formada por Mateus Ferraz e Ivonne

Kraft, fruto da regularidade nas classificações por etapas. O veterano Bart Brentjens fez dupla com Abraão Azevedo e levou para casa o troféu de masters, provando que os seus tempos áureos não estão longe. A comitiva portuguesa defendeu o verde, amarelo e vermelho com garra, mantendo um dos seus representantes na corrida pela vitória. Para além de Tiago Ferreira, Luis Leão Pinto esteve na disputa pela vitória mas a desistência do seu colega de equipa (o alemão Matthias Leisling) deitou por terra as aspiracões do minhoto. A primeira equipa exclusivamente nacional, composta por Valério Ferreira e Marco Fernandes acabou no 13.º lugar, enquanto Hernâni Broco e Luís Manuel Cordeiro terminaram em 16.º lugar. Celina Carpinteiro e Isabel Caetano ficaram com a medalha de bronze. Em Grand Master, Emanuel Pires e António Monteiro defenderam com brio as cores nacionais, finalizando na sexta posição. Na categoria Open, João Carvalho fez equipa com Adriano Malinowski, ocupando a 42ª posição final. Vê as restantes classificações em www. romasportsmkt.com.


Sテグ VISTAS DESTAS QUE PREMEIAM QUEM ACEITA O DESAFIO E PARTICIPA NESTA DURA PROVA NA CHAPADA DIAMANTINA

OS ESTRADテ髭S NEM SEMPRE Sテグ Fテ,EIS...

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