SUMÁRIO. EDITORIAL
SUMÁRIO
Edição de AGO/SET
TESTES
ATUALIDADE 03 Staff 04 Sumário 06 Noticiário 16 Eurobike Media Days 20 Novidades BH 24 Novidades Scott 30 Novidades Trek 34 Novidades Cannondale 38 Novidades KTM
ZONA DE TESTES 42 Teste Canyon Commuter 7.0 46 Teste Specialized Turbo Levo Comp FSR 52 Teste Cannondale Scalpel 2 56 Minitestes
42
Canyon Commuter 7.0
ZONA DE EVASÃO 60 Agenda 61 Bike Team - Parceiros e eventos
ESCOLA BIKE 64 Como curvar com relevê
AVENTURA 68 Arizona 74 Valência 80 Formentera
GRANDE ENTREVISTA 86 Tiago Ferreira
COMPETIÇÃO 92 Noticiário de Competição 96 Campeonatos do Mundo de XCM
4 AGO - SET /2016
Testámos em AGOSTO Da lista de produtos que testamos nesta edição, um dos que sobressai é este bidon térmico. Numa altura em que as altas temperaturas convidam a voltas noturnas (não deixes de ler também o teste a uma luz da BH), ao fim da tarde ou de manhã bem cedo, este produto é mesmo essencial.
86
GRANDE ENTREVISTA
Tiago Ferreira
80
Formentera
APRESENTAÇÃO
Trek 2017
ORGULHO E PRECONCEITO
QUANDO NOS CONVIDAM PARA PEDALAR NUMA BICICLETA ELÉTRICA, TEMOS DE ESQUECER AS NOSSAS OPINIÕES PESSOAIS E CONCENTRAR-NOS EM PERCEBER COMO SE PODE TIRAR O MÁXIMO PARTIDO DESSE VEÍCULO. PRECONCEITOS À PARTE, AS E-BIKES VIERAM PARA FICAR. [texto] Pedro Pires [imagem] Dan Miller
30
AGO - SET /2016
A
s novas Powerfly incluem todas as tecnologias introduzidas pela Trek nos últimos anos, incluindo algumas que vos apresentámos na edição de julho, altura em que foram lançadas as Remedy e Fuel EX de 2017. Assim, surgem duas novas suspensões totais elétricas da Trek, uma com 130 e outra com 150 mm de curso, ambas com pneus 27,5+ de 2.8 polegadas.
Estes dois modelos da Powerfly têm eixos Boost, o novo sistema Knock Block - que impede a rotação excessiva do guiador de forma a proteger o quadro dos golpes das manetes em caso de queda e componentes Bontrager com interface de 35mm, para além de incluírem o habitual sistema ABP com eixo e pivot concêntricos e o Mino Link, uma pequena peça na junção do amortecedor com o balanceiro e que permite a mudança de geometria. Os quadros, fabricados em alumínio, adotam a construção Straight Shot, em que o tubo diagonal traça uma linha reta entre a direção e o pedaleiro. O tuning da suspensão traseira é fruto da parceria entre a Penske, uma empresa do ramo automóvel, que resulta no sistema RE:aktiv no amortecedor traseiro, uma tecnologia que permite uma transição suave e automática entre
bikemagazine 31
Specialized Turbo Levo FSR Comp 6 Fattie
TESTE
E TUDO FICA
MAIS FÁCIL…
A TURBO LEVO TEM TANTO DE INVULGAR COMO DE FENOMENAL. COMBINAR NUMA SÓ BICICLETA O CONCEITO PLUS, O SISTEMA FSR COM 135MM E UM MOTOR COM UM EXCELENTE DESEMPENHO RESULTA EM VOLTAS SEM SOFRIMENTO.
P
[texto] Gonçalo Ramalho
[imagem] João Carlos Oliveira [Rider] Luís Lopes
odíamos fazer um estudo antropológico acerca das diferentes reações, quase antagónicas por vezes, que diferentes riders vão tendo quando falamos de e-bikes. Estiveram em maioria os que se opõem a ter uma, e a minha opinião era a mesma antes de andar com esta Stumpy, mas quer queiram quer não este mercado vai crescer bem e a Specialized já se está a afirmar como o construtor mais dedicado à causa. Ou pelo menos o que está a chegar a melhores resultados. E a fábrica que têm na Suíça dedicada ao tema é mais uma prova disso.
Integração e estética
Aqui um dos pontos altos é a estética do quadro. O motor quase passa despercebido já que está perfeitamente integrado à volta do eixo pedaleiro e a bateria encaixa-se por baixo do tubo diagonal em vez de ser por cima, como é costume. Para além disso a bateria recebeu o “selo” de proteção IP67 às poeiras e água. Exemplar. Todo o quadro respira qualidade e eficiência, incluindo o suporte do bidon, bem como os já conhecidos SWAT, o espigão telescópico e ainda o inteligente sistema de autosag. Quando desmontei a bateria (que pesa 3 kg), o que demora dois minutos, percebi que temos de a recarregar a cada 90 dias pelo menos e que o acesso e a substituição dos cabos se torna bem mais fácil. E faz ainda pensar que o ideal seria um bike park com baterias para a Turbo Levo: encaixávamos a bateria antes da subida e entregávamo-la no topo.
Poder do motor
Vem com um motor Brose que nos dá uma média de 250 watts mas chega aos 530, sendo que esta potência depende do modo em que estamos – Eco, Trail ou Turbo. O Turbo é 46 AGO - SET /2016
um abuso nas subidas, optei quase sempre pelo Eco ou pelo Trail, mais equilibrados, e podemos alternar entre os modos através do comando no guiador ou dos botões mais e menos no tubo diagonal. Os números são impressionantes: se um rider em forma pode produzir em média cerca de 200 watts de potência, o modo Turbo adiciona mais 250 watts ficando com um total de 450 watts. Este valor é superior ao que um atleta profissional de XC consegue desenvolver… não temos mais nada a acrescentar neste capítulo.
Nas subidas
Como funciona? Confia em sensores de velocidade e de torque para uma distribuição fluida da potência. Em Sintra não há falta de bons trilhos para esta Stumpy, incluindo subidas técnicas com blocos de granito a aflorar e raízes que vão sobressaindo cada vez mais, resultado da erosão de centenas de riders. E é nestes trilhos que acabamos por bater com os cranques e pedais mais vezes do que aconteceria com a Stumpjumper convencional, apesar de o eixo pedaleiro ser 7 mm mais alto. Nestas subidas nem o rider mais experiente e ágil consegue ficar indiferente. Desde que continuemos sempre a pedalar e numa mudança baixa que nos dê elevada cadência ela vai subindo e galgando o que for aparecendo sem pestanejar. Interrupções na pedalada provocam pequenas quebras, nesse caso mais vale travar e pedalar em simultâneo para manter o sistema a funcionar e a potência sempre disponível para o próximo obstáculo. Facilmente subimos ao dobro da velocidade de quem vai ao nosso lado numa bicicleta com menos de metade do peso e ela parece pedir para pedalarmos sempre mais rápido. Uma Stumpjumper Fattie já sobe bem e se lhe juntarmos um motor eliminamos praticamente as subidas intransponíveis, para além de que passamos a ter gozo em todas as subidas. Brilha mais neste capítulo do que em qualquer outro.
Suspensão
Rock Shox Yari RC 140 mm Amortecedor
Fox Float Performance 140mm Travagem
Sram Guide R 200/180 mm Transmissão
Sram GX 11 v
E a descer?
As descidas, é claro, não são tão divertidas quando comparadas com uma Stumpy standard e algumas delas são até mais lentas. O peso extra (22,31 kg) não deixa brincar tanto, tirando algum fator de diversão, e a inércia é bem superior obrigando-nos também a um esforço maior nos braços, ombros e costas. Cada vez que fazemos um bunny hop ou que pegamos nela para a pôr em cima do carro lembramo-nos imediatamente do seu peso. Só à saída das curvas é que tiramos partido do motor. De qualquer forma temos os discos Sram Guide R 200/180mm, os pneus fattie, o próprio sistema FSR e a aderência infernal que este conjunto proporciona.
Autonomia
No tubo diagonal, onde temos o botão Power (bem como o mais e menos) e que deixam alternar entre os três modos, temos também 10 leds que se vão apagando um a um à medida que vamos consumindo a bateria (cada led representa 10%). Nas voltas mais longas, que chegaram aos 60 km em Sintra onde nada é plano, optei por desligar o motor nas descidas longas de forma a poupar bateria, o que tem o senão de desligar a Motion Control app e de perdermos os dados. E sem a app torna-se mais difícil controlar o consumo da bateria (vê tech info). Não que seja impossível fazer subidas sem bateria, mas torna-se no treino mais indesejado da tua vida.
Conclusão
Não há dúvida de que nas semanas que passei com a Turbo Levo gozei mais do que com a grande maioria das outras bikes de
teste, é que mesmo sendo pesadona e menos ágil nas descidas, nas subidas sacamos mais prazer – e lembra-te que passamos mais tempo a subir do que a descer. Mas, mesmo tendo noção de que esta não é uma bicicleta para todos (e nem nos referimos ao preço), as vantagens não se ficam por aqui. Houve dias em que fizemos duas voltas (manhã e tarde), o que normalmente não faríamos, e mesmo nesses dias conseguimos médias superiores ao que fazem os riders mais rápidos. Isto leva-nos a outro ponto: podemos fazer a nossa volta preferida mesmo que tenhamos pouco tempo. Também se torna a solução se não estás em forma mas queres acompanhar os teus amigos nas voltas mais duras. E a verdade é que, se quisermos, podemos cansarmo-nos tanto a pedalar como numa bike standard, basta alongarmos mais a volta mantendo sempre um ritmo elevado ou apenas desligar o motor nas zonas planas. As Turbo Levo estão disponíveis em diferentes versões, três hardtail (uma delas com pneus standard) e quatro suspensões totais. Dentro destas últimas a nossa é a mais acessível (5.083 euros) e a mais exclusiva é a S-Works, vendida por 9.150 euros. Bateria, motor e cabos perfeitamente integrados e disfarçados no quadro Autosag: prático e eficiente Diversão a subir e voltas mais longas Passagem de mudanças a subir gera elevada tensão na corrente Obviamente mais molenga a descer
bikemagazine bikemagazine 47 47
Escola
AQUI PARA AS
CURVAS
PODE NÃO SOAR MUITO ELEGANTE EM POLACO, MAS A PALAVRA “CURVA” FAZ PARTE DO LÉXICO HABITUAL DOS BETETISTAS, E SEM SE DOMINAR ESTA TÉCNICA NÃO SE VAI MUITO LONGE.
[texto] Pedro Pires e Diogo Ramalho [imagem] João Carlos Oliveira
64 AGO - SET / 2016
C
om a proliferação de trilhos e pistas feitos especificamente para BTT, é quase impossível escapar às curvas com apoio, normalmente chamado pela rapaziada de “relevê”. Esta invenção permite-nos manter a velocidade e fluidez da descida mas há que saber enfrentar as curvas para se tirar todo o partido delas. Para praticar esta técnica não precisas de estar
sempre a insistir na mesma curva, até porque convém treinar para os dois lados. Se tiveres a sorte de ter um trilho todo trabalhado ao pé de casa (ou um bike park) vai fazendo umas descidas e aplica os conselhos que te vamos dar a seguir de forma gradual, sem correr riscos desnecessários. Um skate park tem sempre boas superfícies onde se podem treinar as curvas com apoio de forma controlada, e vais surpreender-te com as velocidades
que consegues atingir em espaços tão pequenos. Se tiveres uma pumptrack perto de casa ainda melhor! Lembrate sempre de que se deve travar o menos possível na curva, por isso não tenhas a tendência de entrar demasiado depressa. Se for preciso ires mais devagar do que te parece “fixe” não te preocupes, com tempo chegas lá. Não te esqueças de usar o material de proteção necessário e mãos (e pés) à obra! bikemagazine 65
AVENTURA
DAVID CACHON 80 AGO - SET /2016
O Formentera
DAVID CACHON É MAIS CONHECIDO PELA SUA HABILIDADE EM BICICLETAS DE DIRT, TRIAL E ENDURO, MAS DESTA VEZ PEGOU NUMA DE CICLISMO E DIVERTIU-SE COMO NUNCA! [texto] David Cachon [imagem] Ismael Ibáñez
s invernos da zona onde vivo não são nada agradáveis, eu que vivo em Espanha, esse baluarte do sol e do bom tempo. Mas isto está apenas reservado a umas poucas zonas paradisíacas do nosso território. Sem sombra de dúvidas, Formentera é um dos melhores sítios para te perderes em qualquer época do ano mas se queres fugir da confusão e entrar num caleidoscópio de cores, cheiros, sensações, caminhos e estradas pouco percorridas, o outono e a primavera são as melhores estações para visitares a ilha. No verão o turismo é bastante forte e é certo que o ambiente é espetacular, mas se queres treinar, escutar o teu corpo e encontrar-te a ti mesmo, as outras estações são ideais.
O legado hippie
O passado hippie da ilha é um dos seus encantos. Ibiza e Formentera foram dois centros nevrálgicos deste movimento, mas lamentavelmente já não se encontra nenhuma comunidade destas atualmente. O movimento foise diluindo durante os anos e hoje
em dia, podemos encontrar alguns neo-hippies. Las Pitiusas continuam a reunir as condições para uma comuna hippie como anteriormente.
Gastronomia
Formentera partilha com Ibiza a cultura gastronómica tradicional, uma cozinha com engenho que enfrentou durante séculos a escassez de produtos e soube aproveitar a qualidade do peixe. Precisamente em Formentera o peixe é excelente e aparece em muitas receitas, tais como o guisat (uma caldeirada sem batatas) ou como protagonista em qualquer das maneiras de preparar o arroz, sem desdenhar a parrila. O que é realmente característico da ilha é o peixe salgado, uma tradição procedente dos Fenícios que se mantém até aos nossos dias e que encontramos em pratos como a ensalada pagesa ou a coca de pimento e pescado seco. O sofrito pages é outra delícia típica de Formentera: tratase de um molho feito com cebola e azeite, alho e tomate que remonta aos tempos em que os catalães dominavam a ilha. Os produtos artesanais são um ponto importante na gastronomia
NO REINO
DA GRAVILHA
bikemagazine 81