BIKE Magazine N.235

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N º 23 5

AVENTURA

TRÊS TUGAS, TRÊS AVENTURAS ALUCINANTES ESPANHA, ISRAEL E NORUEGA

T NA LAMA T B S U S R E V OS VERNO ROL

D E Z I L A I C E SP TREINO NO IN

ENDURO

9 2 N O B R A PRO C

TESTE eBike OHO 27,5 CX5 P A K A IN C A M KTM E S PE C I

Escola

AL

E DEVES TRUQUES QU U CÃO TE ENSINAR AO

FESTIVAL BOIMKERECADO

TODAS AS NOVIDADES D

5 CUMES, AVALANCHE, BLACKBULLS E TRILHOS DA RAIA FECHARAM A ÉPOCA

PVP continente

team

Novembro 2016

3,95€

ISBN 5601753001303 00235

5

601753 001303

Acompanha-nos no


SUMÁRIO. EDITORIAL

SUMÁRIO

Edição de NOVEMBRO

TESTES

ATUALIDADE

03 Staff 04 Sumário 06 Noticiário 18 Reportagem Festival Bike

ZONA DE TESTES

32 Teste KTM Macina Kapoho 36 Teste Specialized Enduro Pro Carbon 29 40 Minitestes

ZONA DE EVASÃO

45 Bike Team Parceiros e eventos 46 Agenda 48 Maratona dos 5 Cumes 54 Avalanche Licor Beirão 56 Blackbulls Marathon 58 Trilhos da Raia

32

KTM Macina Kapoho

ESPECIAL

50 Red Bull Dolomitenmann

AVENTURA

60 Noruega 66 Açores 72 Israel 82 Transnomad

ESCOLA BIKE

78 Prepara o teu cão para os trilhos 88 Treino de Indoor Cycling

Testámos em

COMPETIÇÃO

Este mês variámos bastante a gama de testes de produtos e dela sobressaíram um conjunto de roupa (jersey e calção) da Bontrager. Qualidade premium com a chancela da Trek.

94 Noticiário de Competição

4 11/2016

NOVEMBRO


66

COMPETIÇÃO

Açores

60

Noruega

bikemagazine 5


ATUALIDADE

Festival Bike - Santarém

INCERTEZA

NO AR

RUMORES DAVAM O FESTIVAL BIKE COM OS DIAS CONTADOS. CONTUDO, APESAR DA AUSÊNCIA DE ALGUNS GIGANTES, A FEIRA ESTAVA COMPOSTA E SÁBADO REGISTOU UM RECORDE DE AFLUÊNCIA. [texto e imagem] Carlos Almeida Pinto

A

ausência de marcas como a Merida, Giant, Cannondale, GT, Trek, Mondraker, Fuji, entre outras poderá ter baralhado a logística do espaço, com um pavilhão visivelmente mais pequeno do que o outro, mas a verdade é que a organização tudo fez para compor aquela que é, até ao momento, a única feira no país. 18 11/2016

Dos três dias de exposição, apenas Sábado teve um afluxo que deixou os expositores satisfeitos, mas as opiniões dividiram-se. Algumas marcas – especialmente as mais pequenas – valorizaram a exposição enquanto outras estão a ponderar se em 2017 marcarão presença. A verdade é que se sente um clima de incerteza no ar, fruto de excedentes de stock de algumas marcas, de um ano atípico em termos de vendas

(o mercado só começou a reagir a partir de abril/maio) e de uma balança de pagamentos que ainda não é do apreço principalmente dos importadores espanhóis. Ainda relativamente à feira, houve como é hábito várias atividades, com destaque para a maratona, workshops, test drive, oferta de amostras e sessões de autógrafos. Aqui fica um apanhado do que vimos em Santarém.


AS MARCAS Bicimax

Altis

Bicibike

Altis

Muitos dos que visitaram o stand da Altis ali foram com um claro intuito: ver a vasta coleção da Sidi. Um dos destaques vai para este sapato Tiger (sucessor do Drako), com sola em fibra de carbono, dois apertos milimétricos, palmilha ergonómica e antibacteriana, bem como parte superior em microfibra perfurada. O Tiger custará sensivelmente 350 euros. Ficámos também a saber

que a Altis passa a distribuir para o mercado português a marca de pneus Tufo. Bicibike

Neste expositor, a marca Head dominava os temas de conversa. Pesando 12.9 kg, a AdaptEdge III custa 2899 euros e traz uma RockShox Sektor, amortecedor RockShox Monarch XX, periféricos Controltech, transmissão XT 2x11 e rodas XCO Rio.

Bicimax

Para além das novidades da Fox e Northwave, os nossos olhares focaram-se nas suspensões da Marzocchi, marca agora detida pelo grupo Fox. Eis a 320 LCR (curso entre 80 e 120mm), uma suspensão disponível em 27.5 e 29, peso a rondar os 1580g e eixo passante de 15mm. Tem controlo remoto, regulação da compressão, rebound e bloqueio. Funciona a ar, tem bikemagazine 19


TESTE

KTM Macina Kapoho 27,5 CX5

TRAIL

COM O NÚMERO DE MARCAS QUE ESTÃO A INCLUIR AS BICICLETAS ELÉTRICAS NOS SEUS CATÁLOGOS, PODE DIZER-SE QUE ESTAS MÁQUINAS ESTÃO PARA FICAR E VÃO CONQUISTANDO UMA FATIA DO MERCADO.

FÁCIL [texto] Pedro Pires [imagem] Rui Botas [rider] Pedro Pires

A

KTM tem uma das mais completas gamas de e-bikes, oferecendo desde modelos para criança até Fat Bikes, passando pelas rígidas de XC ou bicicletas de Enduro e Trail, como é o caso desta Macina Kapoho. Quando observamos os catálogos de diversas marcas, percebemos que a roda 27,5 + é a eleita para a maior parte das bicicletas de BTT de pedalada assistida. Esta escolha beneficia o utilizador recreativo, que quer desfrutar das sensações do ciclismo fora de estrada sem grande esforço e em segurança. E se um pneu 3.0 representa um acréscimo de peso e de atrito, estes defeitos são praticamente anulados pela potência e eficácia dos motores atuais. É só vantagens! O motor Bosch que equipa esta KTM possui quatro modos de assistência e um quinto para auxílio quando há mesmo que empurrar a bicicleta em rampas muito inclinadas ou escadas, que debita uma potência baixa e constante sem ser preciso dar aos pedais. No modo Eco ficamos quase ao nível que estaríamos numa bike não elétrica, servindo o motor quase como uma compensação do peso. Em modo Tour já estamos a andar mais rápido do que se estivéssemos na nossa suspensão total de 10kg se formos a subir e com os modos Sport e Turbo descolamos rapidamente dos outros riders em qualquer subida, a não ser que haja alguém no grupo que consiga subir declives de 30% a 25km/h. O funcionamento deste Bosch é não só constante dentro de cada modo (ao contrário de outros sistemas que já testámos), como nos dá potência de sobra para as subidas 32 11/2016

irregulares mais inclinadas. Às vezes até é preciso travar a subir para dosear a força do motor. Há que ter em atenção os dados de autonomia fornecidos pelo monitor instalado no cockpit, porque nem sempre o recurso à bateria é constante e é difícil gerir a carga sem conhecer a altimetria do percurso. Não abusando dos modos Turbo e Sport, pudemos fazer cerca de 40 km e 1500 metros de subida na Macina Kapoho. Menos acumulado significará mais quilómetros e vice-versa, obviamente. Em relação ao equipamento, não há nada que destoe na Macina Kapoho se a comparamos com uma Plus de 125mm de curso movida a força de pernas. A RockShox Yari não é o topo de gama da sua categoria, mas o seu funcionamento e rigidez remete para modelos mais caros de há um par de anos. Para abrandar e parar esta máquina, os travões Shimano Deore M615 são mais que suficientes, para além de terem uma excelente ergonomia. Nas rodas, o destaque vai para os robustos aros de 50 mm da Hayes, que ajudam os pneus a ficarem bem apoiados, evitando as oscilações da carcaça que podem retirar alguma precisão à condução. Nada a apontar às medidas do avanço e guiador, com comprimentos e geometrias a privilegiar a diversão, confiança e conforto. No campo do conforto, há também que destacar o selim. As bicicletas elétricas deixam-nos pedalar sentados mais tempo que os modelos convencionais e isto pode ser um problema se não tivermos um selim bem acolchoado. O lado menos bom é ter um pouco mais de dificuldade em passar o corpo para trás da bicicleta.


Suspensão

RockShox Yari RC Amortecedor

RockShox Monarch RL Travagem

Shimano Deore Transmissão

Shimano XT

A atitude Trail está bem patente na Macina Kapoho. A geometria é acertada e tal como acontece com outros modelos elétricos, o comprimento entre eixos é longo, para acomodar o motor, o que resulta numa condução estável. O conjunto resulta melhor a velocidades baixas em trilhos técnicos, mas também permite andar rápido com conforto e segurança. Destinada a facilitar a vida a quem não tenha por hábito praticar BTT, esta KTM permite percorrer distância médias (ou longas, se tiveres sítio onde carregar a bateria) sem esforço, para além de ser muito segura e estável. O lugar desta bicicleta nunca será um percurso do circuito mundial de Enduro, mas para curtir singletracks intermináveis a subir e a descer pode ser a escolha acertada.

Funcionamento do motor Equipamento Selim podia ser mais estreito

bikemagazine bikemagazine 33 33


AVENTURA

AO ENCONTRO

DO SOL DA M PERCORRER A NORUEGA DURANTE UM MÊS, DE BICICLETA, EM TOTAL AUTONOMIA, VIVER NUM REGISTO NÓMADA, VER, SENTIR E TOCAR A NATUREZA ÚNICA DO PAÍS, CONHECER PESSOAS E VIVER CADA DIA DE FORMA LIVRE ERAM OS ÚNICOS PRESSUPOSTOS PARA ESTA VIAGEM. [texto e imagem] Luís Cardoso

60 11/2016

A

possibilidade de explorar a Noruega sempre despertou em mim um efervescente e irresistível sentimento de partir à descoberta. Na verdade, atravessar países do centro e sul da Europa é algo bom de se fazer, mas percorrer um país nórdico como a Noruega percorrendo os seus fiordes é uma coisa bem diferente. É algo para o qual não sabia se estava preparado, mas esse sentimento irresistivelmente apaixonante de descobrir um


MEIA-NOITE lugar totalmente novo em todas as suas abrangências cativava-me loucamente. A Noruega é um país com cerca de cinco milhões de habitantes muito localizados no centro/sul do país. Possui um clima extremamente frio no inverno e um verão com temperaturas amenas onde pode chover com regularidade. A população vive normalmente escondida e triste na escuridão do inverno e livre e alegre durante o sol da meia noite do verão. A preparação de uma viagem num país distante e nunca antes visitado começa sempre muitos

meses antes com toda a planificação que me levou a mergulhar nos livros, sites, blogues, páginas pessoais de viajantes e grupos que através das diferentes redes sociais davam a conhecer o país, falavam dos locais de visita obrigatória e partilhavam experiências vividas. A oscilação do clima, o declive das estradas, a intenção de fazer campismo selvagem, o elevado custo dos bens alimentares eram algumas das preocupações que tive de ter em consideração ainda em Portugal, para que optasse pela bicicleta e roupas adequadas, encontrasse a melhor

relação preço/qualidade para adquirir a tenda e saco cama e definisse um percurso exequível para os dias programados. Acabei por transportar para esta viagem um pouco mais de carga do que a aconselhável para uma perspetiva de 1500 km a pedalar em estradas desenhadas num constante sobe e desce ziguezagueado através de montanhas, bosques, fiordes e vales glaciares. Levei uma bicicleta de montanha adaptada para turismo com 25 kg e carga distribuída por quatro alforges e um mochilão com mais 24 kg, perfazendo um total

bikemagazine 61


Escola TREINAR UM CÃO PARA OS TRILHOS

O MELHOR AMIGO

JÁ VISTE COM CERTEZA VÍDEOS DE ENERGÉTICOS CÃES A PERSEGUIR O DONO QUE PEDALA. PORQUE NÃO TERES TAMBÉM UM DESTES FIÉIS COMPANHEIROS? [texto] Pedro Pires [imagem] Rui Botas

O

cão é o animal de estimação por excelência. O seu amor e dedicação são ímpares e incondicionais, por isso se gostas de trilhos, o teu cão também vai querer experimentar. A maior parte das raças (e principalmente das misturas de raças) estão aptas para o exercício físico e terão um genuíno prazer em acompanhar-te nas tuas voltas, claro que de acordo com a sua capacidade e estrutura física. Lembra-te de que correr 10 km não é mesma coisa

78 11/2016

para um Pinscher Anão ou para um Border Collie. Neste artigo damos-te algumas dicas para colocar o teu fiel amigo (o verdadeiro, não o bacalhau…) a desfrutar da natureza tão bem ou melhor do que tu. Mas lembra-te de que ele te vai seguir para todo o lado, sem olhar ao próprio sofrimento. Tem sempre em conta o bem-estar do teu cão e nunca coloques a sua saúde em perigo. Como ele só pensa no seu dono, tens de ser tu a olhar por ele!

Primeiros passos

Começa a treinar o cão desde tenra

idade, mas não demasiado novo. Para percorrer distâncias mais longas, o cachorro não deve ter menos de oito meses. Antes dessa idade podes dar uns passeios curtos a pé nos trilhos, para que se habitue ao terreno. Escolhe trilhos bem delineados, para que o cão compreenda como seguir um percurso, e sempre com a trela. Quando o cão se sentir confortável com o ritmo e o piso, deixa de usar a trela. Utiliza comandos de voz para o manteres por perto e recompensa-o quando cumpre o que lhe pedes. Corre um pouco para ver se consegue acompanhar-te e se não o fizer,


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