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Bimestral I agosto / setembro 2014 Nº34 I PVP 3,95€ (continente)

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> ANÁLISE DE CADA ETAPA > GRÁFICOS ALTIMÉTRICOS > EQUIPAS PARTICIPANTES > PONTOS DE INTERESSE > CURIOSIDADES > COMENTÁRIOS DOS CANDIDATOS À VITÓRIA > ETAPA DA VOLTA

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REPORTAGEM

Esta edição está repleta de Granfondos e travessias para todos os gostos

COMPETIÇÃO

Analisamos a última fase da época a nível nacional e internacional

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INDÚSTRIA

Trek Émonda, GT Grade e KTM Revelator Sky são as grandes novidades

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ESTAS RODAS PROTOTYPE Veja como na página 7

ALEJANDRO MARQUE

“Tem sido o pior ano da minha vida”


grande entrevista Alejandro Marque

“Tem sido o pior ano da minha vida”

Em 2013, Alejandro Marque foi rei e senhor da Volta a Portugal. Este ano sabe que muito dificilmente voltará a ser presença notada na mais sonante prova levada a cabo em solo nacional. Ainda assim, promete seguir com atenção as incidências da corrida e torcer com afinco pela vitória do seu amigo de longa data Gustavo Veloso. Um triunfo que, a acontecer, encarará como se fosse seu. Texto: Fernando Lebre Fotos: Arquivo CAF, Podium e arquivo pessoal do atleta

A

s bodas de diamante da Volta a Portugal conduziram Alejandro Marque ao céu e ao inferno, de modo quase simultâneo. Se por um lado a vitória na “Grandíssima”, como gosta de chamar à mais importante competição do nosso calendário, lhe concedeu o mais glorioso capítulo da sua carreira desportiva, por outro, um resultado anómalo detetado num controlo antidoping efetuado naquela mesma prova afastou-o da competição ativa e fê-lo viver aquele que apelida como o ano mais difícil da sua vida. Contudo, a sua mente persegue diariamente uma só meta: provar a sua inocência e regressar ao mais alto nível.

título que ganhaste o ano passado? É praticamente certo que não farei parte do pelotão que irá disputar a Volta a Portugal, pois numa altura em que a prova está já tão próxima teria de estar a realizar um tipo de treino específico e de ter definida uma equipa para competir, coisa que ainda não aconteceu.

Visto que não estás proibido de correr, não irás mesmo marcar presença na próxima edição da Volta a Portugal e assim tentar defender o

Na tua opinião quem são os principais candidatos a ganhar este ano a prova rainha do ciclismo português? Penso que o Rui Sousa, o Gustavo

O que te parece o percurso da 76.ª Volta a Portugal? Acredito que se tratará de uma competição mais benéfica para os trepadores, pois tem uma percentagem elevada de chegadas em alto. Contudo, vamos ver. Penso que teremos uma corrida muito aberta.

Veloso, o Ricardo Mestre e o Daniel Silva partem na linha da frente como principais favoritos, mas temos sempre de estar atentos aos talentos provenientes de equipas estrangeiras. A nível desportivo, o dia em que venceste a Volta a Portugal foi o mais feliz da tua vida? Claro que sim. Em 2004 quando me estreei na Volta a Portugal passei muitas dificuldades para completar a prova e lembro-me de olhar para o David Bernabéu (vencedor da competição nesse ano) como se de um verdadeiro super-herói se tratasse. Nove anos mais tarde, era eu quem estava no lugar mais alto do pódio. Foi um momento único e indescritível. Se figurasses no pelotão que vai disputar a Volta pensas que poderias voltar a vencer, à semelhança do

MÁQUINA DO TEMPO mes

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É um cidadão ner-vo-so, essa criatura dia 5 de Estreia-se no1989 pelotão português serviço da M 50 aio de sentada à suaaosecretária na Carvalhelhos/Boavista baixa 100 lisboeta. Tem 31 anos, um emprego

Ciclismo a fundo

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agosto / setembro 2014

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reportagem :: MangiaBeveBici em Chianti

A semana

perfeita

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Ciclismo a fundo


Antigo ciclista profissional, hoje agente conhecido, João Correia vive entre São Francisco e Itália. Há uns anos, num café em Chianti, no final de um treino, resolveu escrever num guardanapo qual seria a “sua” semana ideal enquanto amante das bicicletas e dos prazeres da vida. Pouco depois, através da inGamba, começou a partilhar o resultado. Texto: Nuno Henrique Luz Fotografias: Heidi Swift

A

primeira coisa que notamos quando conhecemos o João Correia é que ele gosta de receber. A segunda é que ele vive para o ciclismo. Não só para andar de bicicleta mas para muito mais do que isso. Para partilhar aquilo que aprendeu durante os seus muitos anos como profissional. Para contar as muitas histórias que acumulou em anos e anos de estar por dentro. Para mostrar os “seus” sítios para pedalar (dantes para treinar, hoje para tudo menos treinar), para comer, para visitar. Em suma, o João gosta muito de estar bem com bicicletas em fundo… e com ciclistas por perto. Durante o seu último ano como ciclista profissional, na equipa Cervélo Test Team, o João viveu e treinou em Itália, em Chianti, na Toscânia, perto de Siena. Já conhecia perfeitamente a região – até se tinha casado por lá -, mas desta vez tornou-se claro para ele que havia mais na vida do que treinar e estar permanentemente a vigiar o que punha no prato. Chianti é uma região cujos encantos são demasiados – à mesa,

Andar por ali de bicicleta – pelo meio das quintas, das vinhas, dos castelos, das pequenas localidades ao mesmo tempo de bilhete postal turístico e profundamente genuínas – é exatamente como imaginámos que seria pedalar na Toscânia que vemos nos filmes agosto / setembro 2014

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competição

:: Balanço da época

VITÓRIA

com brilho de arco-íris

Depois de históricos nomes como Alves Barbosa, Joaquim Agostinho, Acácio da Silva ou José Azevedo terem elevado bem alto o nome de Portugal em décadas idas, o nosso país está de regresso à alta-roda do panorama internacional. Rui Costa (Lampre/Merida) e Tiago Machado (NetApp/Endura) têm sido, nos últimos meses, o expoente máximo desse reavivar lusitano que inevitavelmente coloca o ciclismo português nas “bocas do mundo”. Texto: Fernando Lebre Fotos: Bettini Photo / ASO, UVP/FPC

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Ciclismo a fundo


H

istórico, sublime, memorável ou simplesmente fabuloso. Muitas são as palavras e definições que podemos utilizar para qualificar o brilhante desempenho evidenciado pelo ciclista português Rui Costa (Lampre/ Merida) na mais recente Volta à Suíça, prova onde pela terceira vez consecutiva o corredor lusitano conseguiu celebrar a vitória, feito nunca outrora alcançado por outro ciclista. Foi preciso esperarmos até à última etapa da competição helvética, que ligou Martigny a Saas-Fee, na distância de 156,5 km, para vermos o corredor lusitano alcançar a sua primeira, mas tão ansiada, vitória com a camisola de Campeão do Mundo. Com os Alpes a apadrinharem mais este verdadeiro momento dourado no palmarés desportivo do atleta e do próprio ciclismo português, Rui Costa, com a raça e ambição só ao nível dos grandes campeões, arrancou imparável para a glória, conseguindo anular a desvantagem que possuía para o germânico Tony Martin (Omega Pharma/Quickstep), ciclista que até então fazia as honras de líder. Triunfou na etapa e alcançou o mais desejado lugar da pauta classificativa, naquela que foi uma vitória abrilhantada pelos tons do arco-íris. No “deve e haver” da prova, Rui Costa ergueu o cetro com 33 segundos de avanço sobre Mathias Frank (IAM) e 50 sobre Bauke Mollema (Belkin), atletas que respetivamente ladearam o corredor poveiro no quadro de honra daquela competição. Fruto da sua invejável regularidade, o campeão mundial seria ainda terceiro na classificação dos pontos, disputa ganha por Peter Sagan (Cannondale). Numa prova onde estiveram presentes nomes ilustres da modalidade como Roman Kreuziger (Tinkoff/Saxo), Eros Capecchi (Movistar) ou Cadel Evans (BMC), realce

ainda para o 22.º posto alcançado por André Cardoso (Garmin/Sharp), assim como para a 63.ª posição de Nelson Oliveira (Lampre/Merida). DATA PARA A HISTÓRIA 22 de junho de 2014 é uma data que ficará inevitavelmente marcada como um dos mais gloriosos dias do ciclismo lusitano, pois enquanto Rui Costa vivia o seu apogeu em território helvético, também no mesmo dia Tiago Machado (NetApp/ Endura) dava uma imensa alegria aos adeptos portugueses da modalidade, ao alcançar um saboroso triunfo na Volta à Eslovénia. Confirmando a ideia de que a transferência para a formação germânica se revelou numa verdadeira “lufada” de ar fresco para a sua carreira, o corredor minhoto alcançou um dos maiores marcos do seu historial desportivo, vencendo uma prova que paulatinamente vai ganhando uma maior visibilidade internacional. Recebendo os louros da vitória, Tiago Machado subiu ao mais alto lugar do pódio trazendo o “caneco” para casa, após relegar o russo Ilnur Zakarin (RusVelo) para a segunda posição. No lote dos três primeiros figuraria também o italiano Matteo Rabottini (Sottoli/Yellow Fluo). Machado seria ainda segundo na classificação dos pontos, ganha pelo bem conhecido Michael Matthews (Orica/ GreenEdge), e terceiro na disputa dos trepadores, classificação dominada por Klemen Stimulak (Adria Mobil). Na prova eslovena, representando ainda as cores nacionais, estaria igualmente José Mendes (NetApp/Endura), que fecharia a sua participação naquele país no 26.º posto da pauta classificativa. AINDA LÁ POR FORA Em virtude da proximidade da 76.ª Volta a

Portugal/Liberty Seguros e da reportagem especial que preparámos para si acerca da mais sonante competição velocipédica levada a cabo em solo nacional, a equipa da Ciclismo a fundo viu-se obrigada a antecipar o “fecho” da edição de agosto/ setembro da nossa revista. Desse modo apenas aqui podemos narrar a primeira semana de emoções do Tour, espaço temporal onde se destaca o fervor com que o público britânico acolheu a grande competição gaulesa com alguns milhões de espetadores a abdicarem do habitual tom fleumático que caracteriza os súbditos de Sua Majestade para darem em tom entusiasta as “boas vindas” à gigante comitiva da “Grand Boucle”. A primeira semana da Volta a França fica inevitavelmente marcada pelas quedas e pelas nefastas e avassaladoras consequências das mesmas. Reflexo desse cenário foi o abandono precoce dos dois principais favoritos ao triunfo final: Chris Froome (Sky) e Alberto Contador (Tinkoff/Saxo). Se é certo que a ausência das duas estrelas mais cintilantes deixa o Tour com um vazio difícil de preencher, não é menos verdade que este cenário torna a corrida mais aberta, abrindo espaço para a presença de novos heróis. À data em que escrevemos esta peça Vincenzo Nibali (Astana) é a figura maior da prova gaulesa, ostentado a camisola amarela e apresentando-se como o maior favorito ao banho de glória nos Campos Elísios em Paris. Em destaque têm estado igualmente os ciclistas germânicos, com Marcel Kittel (Gant/Shimano) à cabeça, não oferecendo veleidades quando o tira teimas entre os melhores é feito ao sprint, beneficiando também sobremaneira do abandono de Mark Cavendish (Omega Pharma/QuickStep). Em destaque estão, do mesmo modo, os franceses, que têm conseguido estar amiúde entre os me-

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competição

:: Volta a Portugal

A sinfonia do pedal!

Rui So

usa (Radio Popular/Boa vista) "Vamos para a Volta com o in pela vitória. tuito de luta Temos a cons r ciência de qu adversários vã e os o estar fortes , mas possuím uma equipa os coesa. O perc urso deste an oé muito mais ex igente. As etapas de cisivas serão a Torre e a Sr Graça. Have a. da rá ainda a no va chegada em na Serra do alto, Larouco, e o contrarrelógio chegada a Br .A aga será igu al m ente complica Esta é a corr da. ida que todo s querem ga por isso há m nhar uitos adversár ios fortes, co Gustavo Velos mo o o ou o Ricard o Mestre".

Ganhar a Volta a Portugal é "música para os ouvidos" de muitos dos que alinham nesta corrida. No entanto, para que tal aconteça, não poderão existir "desafinações" na hora da verdade. Agora que a prova se apresta a iniciar, conheça os desafios que os ciclistas irão encontrar este ano e faça a sua aposta sobre quem poderá "cantar de galo" na pauta... classificativa. Texto: Magda Ribeiro e Fernando Lebre Fotos: Podium e arquivo CAF

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Ciclismo a fundo


CMY

K

"S

ão Voltas e Voltas sem parar"... Se este excerto da música "Voltas" dos Entre Aspas for aplicada à Volta à Portugal teremos, necessariamente, de colocar o mesmo entre aspas ou, em alternativa, acrescentar o advérbio "quase". O motivo? De facto, já por algumas ocasiões a prova foi suspensa no passado. Ainda assim, as Voltas parecem suceder-se a uma velocidade vertiginosa, e o prólogo de Augusto Carvalho depressa deu lugar às etapas embrionárias de Nicolau e Trindade, num ápice chegou às jornadas de Barbosa e Ribeiro da Silva, passou direto pelas tiradas de Agostinho, não deu tréguas nos contrarrelógios de Chagas e voou nas ascensões montanhosas de Blanco. E assim, comemorada que foi em 2013 a edição de diamante da prova, cortamos este ano o respeitoso 76.º pano axadrezado. E como será a corrida este ano? Buscando alguma inspiração, porventura rebuscada, nos Xutos e Pontapés diríamos que "de Fafe a Lisboa são 1.613,4 km de distância". A prova tem o início marcado, pois, em Fafe (e não em Bragança como diria a banda de Tim). Ainda assim, Trás-os-Montes está de regresso ao roteiro da competição. À 3.ª etapa o pelotão arranca de Viana do Castelo com destino à estreante Montalegre, naquele que será o primeiro grande teste aos competidores: com cinco contagens para o prémio de montanha, a última das quais de 1.ª categoria, na Serra do Larouco. O pano de meta encontrar-se-á a 1525 metros de altitude. Aquando da apresentação desta competição lusitana, o seu diretor, Joaquim Gomes, salientou a seguinte ideia: "Não sendo uma etapa muito difícil, há já o desgaste do dia anterior, em Braga (n.r. jornada que inclui a passagem pelo Sameiro e pelo Bom Jesus). O percurso contará sempre com relevo muito agreste até chegarmos à parte final, de Montalegre ao Larouco". Por falar de estreias, também a Maia, terra tradicionalmente ligada ao ciclismo, volta ao mapa, no términus da 1.ª etapa, depois de já ter sido superado o prólogo em Fafe (6,8 km no empedrado da cidade minhota). A "GRAÇA" DA MONTANHA Há quem pretenda dar o "ar da sua graça" nesta etapa, mas há também quem não encontre "graça" alguma na subida à mítica Senhora da Graça, em Mondim de Basto. Ainda assim,

todos aqueles que pretendam lutar pela vitória na Volta a Portugal, ou tão-somente atingir a capital, terão de pedir auxílio às pernas para que estas se aliem ao "querer" e em parelha superem uma das etapas mais duras e emotivas da prova, que arranca na estreante Boticas e que culmina no Monte Farinha. E diz o povo que não há duas sem três, mas, neste caso, não haverá três sem quatro! Depois das dificuldades do Bom Jesus, Larouco e Senhora da Graça, o pelotão, que parte na 5.ª etapa de Alvarenga (outra estreia) aponta direção ao Monte Córdoba, em Santo Tirso, onde está instalado o Santuário de Nossa Senhora da Assunção. Seguir-se-ão dois dias de aparente acalmia. O primeiro com a etapa entre Oliveira do Bairro e Viseu, em que existirá apenas uma montanha de 2.ª categoria, no Caramulo, e o segundo a corresponder ao (único) dia de descanso

Alentejo e Algarve ausentes Contrariamente ao aguardado, as regiões mais a sul de Portugal Continental voltam a não fazer parte do mapa. Sobre a ausência do Algarve e Alentejo, situação que já se regista desde 2008, Joaquim Gomes, referiu: "Não foram reunidas as condições para que a Volta pudesse passar por esses pontos. O facto de não conseguirmos levar a corrida à maior parte dos distritos do país não se prende apenas com questões económicas, mas também com o formato que a prova tem, que contempla somente 11 dias. Ainda assim acredito que num futuro próximo estas regiões possam regressar, mas, para tal acontecer, outros locais terão obrigatoriamente de sair do percurso".

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