Ciclismo a Fundo N.37

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Bimestral I fevereiro / março 2015 Nº37 I PVP 3,95€ (continente)

Chris Froome

Testes

Vencedor da Volta a França 2013

CUBE AGREE GTC SL GIANT DEFY ADVANCED 2

ACREDITO QUE UM DIA POSSO FAZER UM TOUR

+

CICLO COMPUTADOR CATEYE STRADA SMART PNEUS BONTRAGER AW 3 700X25 VESTUÁRIO MSTINA SENSE 4.95 E ONE 4.45 MEIAS GIRO WINTER MERINO WOOL SAPATOS BONTRAGER RL VISIBILITY

Ciclismo feminino

GUIA DO COMPRADOR DE

RODAS

5 601753 002225

ISBN 5601753002225

00037

Nasceu uma nova equipa cheia de «glamour»

SEGURANÇA

BH G6 PRO ULTEGRA AERODINAMISMO levado ao extremo

TREINO

Aprenda a treinar em casa neste inverno

HISTÓRIA

Recorde connosco a rivalidade entre Alves Barbosa e Ribeiro da Silva

ANTES DE IR PARA A ESTRADA PROTEJA-SE. SAIBA TUDO NA PÁG. 64

André CARDOSO “Acredito que um dia posso disputar a Volta a França”

CALENDÁRIO

Conheça a agenda competitiva, os Granfondos e os passeios de cicloturismo


teste :: Cube Agree GTC SL AVALIAÇÃO Performance: 4,5 | Quadro: 3,5 | Periféricos: 3 | Rodas: 3,5 | Global: 3,6

Preço:

2.250€

Polivalência alemã

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Ciclismo a fundo


Com a Agree GTC SL, a alemã Cube aposta numa franja do mercado que exige uma geometria agressiva mas suficientemente modular para qualquer situação. Bem equipada e leve, a Agree corresponde. Texto: Ricardo José Gouveia Fotos: Pedro Lopes Ciclista: Ricardo José Gouveia

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postando na relação preço/ qualidade, as marcas alemãs de bicicletas têm vindo paulatinamente a conquistar quota de mercado em Portugal, graças a uma tática agressiva e, acima de tudo, inteligente. Porquê ir para marcas “de renome” quando, por uma fração do preço podemos ter uma bicicleta igualmente competente e mais barata? Depois de termos testado a Cube Peloton, o modelo que serve de entrada de gama nas bicicletas de estrada do fabricante alemão, chegou a vez de aquilatar a potencialidade do modelo Agree, o mais polivalente do catálogo. Mais propriamente a Agree GTC SL, a mais bem equipada e leve da sua gama. Esteticamente, os técnicos alemães acertaram em cheio na decoração da Agree GTC SL. Combinando de forma elegante tonalidades de preto mate e preto brilhante com o vermelho fluorescente, tornaram evidentes os contornos finos e propositados da Cube, sem cair no exagero. Emoldurando o tubo superior e forqueta, esguias listas vermelhas desenham modernas pinturas de guerra, que continuam pelas escoras. A pontuação final é dada pelo selim Selle Italia X1 Road, que para além de atraente é também bastante confortável, e pelas rodas Fulcrum Racing 55 que partilham com o quadro a decoração preto/vermelho. A qualidade de acabamento do quadro GTC em carbono é bastante boa, com pintura e decalques aplicados de forma irrepreensível. Sobredimensionado na testa e eixo pedaleiro – zonas nas quais é aplicada a maior parte da força do ciclista – o quadro de geometria moderna, com tubo superior curto e angulado e escoras superiores finas e permissivas, dispõe de roteamento interno para a cablagem, com saídas bem disfarçadas. Conservadores na escolha dos componentes mecânicos, os responsáveis pela Cube optaram por forrar de ponta a ponta a Agree GTC SL com Shimano Ultegra 6800. A mais recente oferta do construtor japonês é um dos sistemas mecânicos mais populares do mercado, indicado para uma utilização intensiva com com-

petição à mistura. A responsabilidade de construir o cockpit recaiu sobre a marca alemã Syntace, mais conhecida pelas suas peças dedicadas ao BTT. Derradeira zona de contacto com o solo, as rodas escolhidas para equipar a Agree foram as Fulcrum Racing 55 equipadas com pneus Schwalbe One. À VONTADE NA SERRA Quando a Cube chegou à redação da Ciclismo a fundo a época dos Granfondos já havia terminado, mas a vontade de pedalar por muitos e bons quilómetros permanecia nas pernas. E foi isso mesmo que fiz. Uma vez posicionados o guiador e selim para o meu gosto (e fisionomia), tratei de levar a Agree GTC SL para um dos meus locais preferidos – a Serra da Arrábida – conhecida pelas suas subidas de média distância e pelas suas descidas encadeadas. Apontando para uma volta de três dígitos, o caminho até Setúbal começou por ser feito em estradas nacionais com asfalto rasgado pelo mau tempo do inverno, e logo aí tive o meu primeiro contacto com a realidade da Agree. Longe de ser uma bicicleta confortável, a Cube é permissiva, absorvendo a maioria das vibrações graças ao carbono utilizado no quadro. Outro ponto a favor do conforto é o espigão de selim Cube Performance Motion Post Carbon, de 27,2mm de diâmetro, e o selim Selle Italia X1 Road que, mesmo sem abertura central acaba por não causar desconforto. Sem quebrar recordes de leveza – 7,6 quilogramas no tamanho 53 – a Cube chegou à Arrábida ainda com as suas qualidades de trepadora por provar, mas depressa me convenceu. Equipada com um BB sobredimensionado, e escoras robustas, a Cube permite atacar as inclinações com determinação, gingando ao ritmo desejado; seja a manter um tempo constante ou a acelerar de forma brusca. Para além do baixo peso do conjunto, a vantagem do sistema Shimano Ultegra também se revela nas subidas. Com uma cassete 11-28 e pratos 50/34, a escolha para as maiores das pendentes é múltipla, e a seleção das mudanças fevereiro / março 2015

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entrevista :: André Cardoso

“Estou orgulhoso do meu percurso”

Numa carreira feita em modo ascendente, André Cardoso fez uso dos seus dotes de trepador de excelência para, pedalada após pedalada, chegar ao WorldTour. Apesar de desempenhar um papel tantas vezes invisível aos olhos de muitos, o corredor assume que se sente realizado, mas também confiante para enfrentar novos desafios. Texto: Magda Ribeiro Fotos: João Carlos Oliveira

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os últimos tempos, a vida de André Cardoso deu uma volta de 180 graus. Chegou ao patamar mais alto da modalidade, conheceu o sabor da paternidade e rendeu-se aos laços do matrimónio. Ainda assim, esta autêntica revolução não foi suficientemente capaz de levar o ciclista gondomarense a desviar-se do rumo que traçou para o mundo da alta competição: dar cem por cento de si na estrada para que os seus líderes atinjam vitórias. Afinal de contas, as conquistas dos seus colegas são também as suas. Renovaste o contrato, por mais dois anos, com a Cannondale/Garmin. O que te levou a tomar essa decisão? Ao longo dos anos fui tendo contratos anuais. Achei que este era o momento ideal para estender por mais dois. Fui pai há pouco tempo e quero dar um pouco de estabilidade à minha família. Assim estarei mais tranquilo e poderei desenvolver o meu trabalho, dentro de uma equipa onde me sinto totalmente enquadrado. Que balanço fazes do teu ano de estreia pela equipa? Positivo. Senti que, mais do que a regularidade que apresentei ao longo da época, a Garmin valorizou-me enquanto atleta e companheiro de equipa. Foi fácil a tua integração, apesar de seres o único português? Ao início é um pouco complicado. Sentimos que caímos ali de paraquedas. No entanto, sou uma pessoa que procura integrar-se com naturalidade.

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Sou conversador e isso também ajuda. No último Giro de Itália, o teu chefe de fila, Ryder Hesjedal, teceu publicamente elogios a ti. O facto de sentires que o líder estava contigo resultou num fator motivacional extra? Sem dúvida. Aquele é o meu trabalho, e faço-o com muita dedicação, independentemente de ser amigo pessoal ou não desse companheiro. Mas quando temos um grande líder, um grande homem, e gostamos dessa pessoa, tentamos dar mais um bocadinho de nós. Foi o caso. Penso que o Ryder Hesjedal sentiu isso da minha parte. A VOLTA A PORTUGAL Gostavas de voltar a correr a Volta a Portugal? Sim, claro. Com a ambição de vencer, depois de teres sido segundo classificado em 2011? Procuro ser honesto, cumprindo aquilo que os diretores desportivos me pedem. Nessa temporada específica a equipa tinha uma tática bem montada pelo Vidal Fitas, que é um dos melhores diretores em Portugal. Havia dois líderes: eu e o Ricardo Mestre. Como o Ricardo vestiu a camisola amarela no contrarrelógio, não fazia sentido atacar o meu companheiro de equipa. Não ficou, ainda assim, uma “pontinha de frustração”? Aquele era um percurso que me favorecia. Se calhar nunca mais farão uma

Volta com um traçado tão perfeito como aquele era para mim. Mas a nossa equipa tinha um grupo forte, de boa amizade. Não fiquei frustrado com isso. Mas gostaria de voltar a participar na prova. Por uma equipa portuguesa ou estrangeira? Não me desagradava fazer pela Cannondale/Garmin. Vamos lá ver se surge essa oportunidade. O ano passado tiveste a possibilidade de assistir a uma etapa da Volta, integrado numa das viaturas da caravana. Foi estranho ver a prova por fora? É diferente. Sinceramente prefiro vivê-la na estrada. Fui num carro da organização, juntamente com o David Blanco, e tive a possibilidade de escutar o rádio-volta e de fazer a minha leitura de corrida. Mas fico curioso por saber como se vive dentro dos carros de apoio. Não me importava de um dia me tornar diretor desportivo, quando abandonasse a competição. Neste sentido, acompanhar um diretor como o Vidal (n.r. Fitas) deve ser enriquecedor… assistir à tomada de decisões, transmitindo calma aos corredores, numa altura em que eles estão stressados e querem soluções rápidas. O ATLETA O que te deixa mais realizado: ser líder numa equipa portuguesa ou equipier de uma formação no estrangeiro? Estou orgulhoso do meu percurso.


Reflexo

Nome: André Cardoso Alcunha: "Cholas" Data de nascimento: 03/09/1984 Naturalidade: Gondomar Altura: 1.68m Peso: 56 kg Equipas profissionais: 2006/2008 - Paredes Rota dos Móveis/Beira Tâmega 2009/2011 - Palmeiras/Resort/Tavira 2012/2013 - Caja Rural 2014 - Garmin/Sharp 2015 - Cannondale/Garmin

“Nem sempre as pessoas têm a perceção que estamos ali para trabalhar” fevereiro / março 2015

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reportagem :: Estágio 5 Quinas/Município Albufeira

Mulheres

DE FIBRA

Durante dois dias fomos a “sombra” da 5 Quinas/Município de Albufeira, no estágio que aquela equipa realizou no Algarve. Num projeto comum levado a cabo pela Ciclismo a fundo e a estrutura liderada pelas ciclistas Celina Carpinteiro e Orieta Oliveira, estes dias serviram ainda para a elaboração de um calendário que aspira a ser uma “pedrada no charco” na história recente do ciclismo feminino luso. Texto: Fernando Lebre Fotos: Tozé Canaveira

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Ciclismo a fundo


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exta-feira, dia 30 de janeiro. A hora madrugadora e a chuva que nos escolta na autoestrada não são fatores capazes de dissuadir o entusiamo que nos acompanha pelo projeto que estamos prestes a abraçar. Num cenário poucas vezes visto em Portugal, a Ciclismo a fundo e a recém-criada equipa feminina 5 Quinas/ Município de Albufeira uniram esforços para a elaboração de um calendário, que terá como protagonistas as atletas que compõem aquele conjunto. O resultado final de horas de intenso trabalho foi uma produção onde a sensualidade é a palavra de ordem, e onde fica bem patente o modo como estas ciclistas conseguem conjugar a vida profissional, a vida familiar e a atividade enquanto atletas, sem perderem a sua feminilidade. Em virtude de doravante a 5 Quinas/ Município de Albufeira almejar a ser uma das bandeiras daquela cidade, Albufeira foi o palco escolhido para albergar o primeiro estágio da equipa, que teve lugar entre 29 e 31 de janeiro, e que serviu primeiramente para que as ciclistas estreitassem laços entre si e criassem um salutar espírito de grupo. Encabeçada pelas corredoras Celina Carpinteiro e Orieta Oliveira, grandes mentoras de todo o projeto, esta formação conta nos seus quadros com 13 ciclistas, divididas pelos escalões de Cadetes, Juniores, Elites e Masters. Nas suas fileiras estão ainda outros nomes de primeira linha do ciclismo feminino lusitano, como Irina Coelho, Ana Rita Vigário, ou Liliana de Jesus. No comando desta nau, assumindo a função de diretor desportivo, encontra-se Ludgero Coelho, pai de Irina Coelho, e homem com vasta experiência nas lides da modalidade. O NASCER DE UMA EQUIPA Numa conhecida unidade hoteleira, sedeada numa das mais movimentadas avenidas de Albufeira, o despertador soa ainda antes das 7h. O pequeno-almoço, constituído por ovos mexidos, torradas, sumo natural e cereais concedia energia para o longo dia que se avizinhava. Por esta altura, somente oito ciclistas respondiam presente. Impedidas por motivos escolares e laborais de ali marcarem presença naquela manhã, as restantes membros da equipa eram aguardadas ao fim do dia com ansiedade redobrada. Com o estômago aconchegado, chegara a hora de distribuir os equipamentos prontinhos a estrear. Perto das 8h, e já fazendo gala nas novas vestimentas, as ciclistas saíam em tom animado para um primeiro treino, apronto que findaria

pouco mais de duas horas depois na Câmara Municipal de Albufeira, local onde era oficializado o apoio institucional da edilidade à equipa. Pelas 10h30 retornavam ao hotel para dar início a um período de banhos e massagens. MOMENTO DE TRANSFORMAÇÃO A hora de almoço aproximava-se, mas ninguém parecia pensar em pôr cobro às ânsias do estômago. No quarto 405 do Luna Miramar era tempo de ocorrer uma profunda alteração no seio da equipa, com a entrada em cena da maquilhadora Isa Palaré, que tinha como missão operar uma transformação no look daquelas guerreiras do asfalto, deixando-as aptas para a sessão fotográfica que se avizinhava e na qual as atletas iriam posar artisticamente, para dar forma ao calendário da equipa. O momento no seio do grupo era pautado por muita animação, respirando-se uma atmosfera de descompressão. A destoar um pouco estavam Irina e Ludgero Coelho, que não conseguiam disfarçar os traços de uma noite mal dormida devido a uma indisposição que afetou Duarte, o mais jovem membro do clã Coelho, de seis meses de idade, e menino acarinhado como verdadeira coqueluche da equipa. Contudo, os mimos da mãe e do avô, associados ao colinho das “tias” - como carinhosamente as membros da 5 Quinas/ Município de Albufeira gostam de se intitular -, rapidamente surtiram efeito, e pouco depois já o pequeno Duarte interagia brincalhão, para gáudio de todos os presentes. Devidamente aprimoradas e com muito estilo, foi pelas 13h30 que as ciclistas “invadiram” o restaurante do hotel. Perca no forno, acompanhada de salada, batatas e verduras, foi o menu escolhido pela

maioria. Para sobremesa, fruta e gelatina deambularam pela mesa numa refeição que seria selada ao sabor do café. MODELOS POR UM DIA Terminado o almoço, o quarto 405 rapidamente voltou a tornar-se no improvisado camarim das ciclistas. Maquilhagem no ponto, e cabelo cuidadosamente penteado, eram o cartão-de-visita para uma tarde muito especial. A etapa seguinte teria como cenário o complexo desportivo do Alfamar Beach & Sport Resort, ponto que serviu de palco para a arrojada sessão fotográfica que se seguiria. Eram 16h quando o primeiro “flash” iluminou o espaço, dando início à sessão. Risos, espírito de entreajuda e uma ansiedade mais ou menos disfarçada na relação com a objetiva da câmara 

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grande entrevista Christopher Froome

“Quando estou a treinar

questiono-me quão duro estará o Alberto Contador a treinar nesse mesmo dia” A dar as primeiras pedaladas na preparação para a nova temporada em Palma de Maiorca, juntamente com os seus pares da equipa Sky, Christopher Froome falou da rivalidade que mantém com Alberto Contador, da vontade férrea em voltar a vencer o Tour e do desejo de permanecer no pelotão até somar 40 anos. Reiterou a confiança no plantel da Sky e revelou que faz da batalha contra a fome uma guerra sem quartel. Texto: Sean Ingle / The Guardian / The Interview People Fotos: The Interview People, Bettini Photo, ASO e arquivo

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ouco tempo antes de dar início a mais um treino de seis horas inserido no estágio de inverno realizado pela equipa Sky em Palma de Maiorca, Chris Froome confessa-nos que o maior adversário presente na sua mente não é o famoso e escarpado Cap de Formentor que se apresta a subir, mas sim Alberto Contador. Ainda para mais, depois de “El Pistolero” ter vencido no passado mês de setembro o mano a mano que travou com Froome na mais recente edição da Vuelta. “Definitivamente, ele motiva-me a treinar ainda mais e de forma mais dura. Quando estou a treinar questiono-me quão duro estará o Alberto Contador a treinar nesse mesmo dia. Assumo sempre que ele estará algures, em Lugano, a treinar num lugar com neve”.

Em Palma de Maiorca não existem nuvens no céu, nem no seio da equipa Sky. Isso mesmo admite o próprio Chris Froome: “Este ano existe uma vibração melhor do que o que acontecia o ano passado”. Em parte este cenário mais desanuviado é atribuído à maior motivação existente entre os elementos que integraram o estágio, alicerçado na contratação de ciclistas como Nicolas Roche e Leopold Konig, atletas que já alcançaram o “top ten” em Grandes Voltas, e Wout Poels, um trabalhador incansável no terreno montanhoso. Ajuda também que a inflamação nas costas que afetou Chris Froome ao longo de grande parte da temporada de 2014 esteja finalmente debelada, fazendo com que o chefe de fila da Sky se sinta agora mais rápido e estável em cima da bicicleta.

Froome admite ainda que tal como o seu corpo, também a sua mente se apresenta mais estável e de melhor saúde: “Mentalmente estou muito melhor. Sinto que não tenho o mesmo tipo de pressão que tinha em 2014. Durante o inverno transato pensava: «Ok, ganhei a Volta a França e agora tenho de tentar vencê-la novamente». Todas as pessoas me cobravam isso. Por vezes, senti que essa pressão acabava por ser um pouco esmagadora". Isso notou-se. Quando enfrentava a imprensa, Froome normalmente falava com o mal-estar próprio de quem receava que cada palavra pudesse acionar uma mina terrestre. A sua nacionalidade, a sua relação com Bradley Wiggins ou o doping no ciclismo – tudo isso eram tópicos que o levavam a refugiar-se em monossílabos. No entanto, aqui

MÁQUINA DO TEMPO

2007 74

Realiza o seu primeiro ano enquanto profissional

Ciclismo a fundo

2011

Vice líder na Volta a Espanha


“Defini como meta correr mais 10 anos”

ele abre-se: sobre Contador, sobre a sua luta para atingir o peso ideal para competir, sobre a sua ambição de correr até aos 40 – até mesmo o que pensou de Lance Armstrong na comparação do seu estilo de corrida ao golfista norte-americano Jim Furyk. "Aceito", diz, sorrindo. "Sei que o meu estilo é diferente do de outros tipos. Mas como o Lance diz, funciona". O TOUR E O DUELO COM CONTADOR De forma quase inevitável, a nossa conversa com Chris Froome acaba por confluir na próxima edição da Volta a França e no aguardado duelo com Alberto

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É um cidadão ner-vo-so, essa criatura dia 5 de M 50 aio de Conquista a vitória 1989 sentada na Voltaà asua França secretária na baixa 100 lisboeta. Tem 31 anos, um emprego fevereiro / março 2015

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