Ciclismo a Fundo N45

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Bimestral I junho / julho 2016 Nº45 I PVP 3,95€ (continente)

ENTREVISTA

COMPETIÇÃO GIRO, PROVAS NACIONAIS, LUSOS ALÉM FRONTEIRAS

AMARO ANTUNES

“Ambiciono correr no estrangeiro”

EXCLUSIVO

SPORTING/TAVIRA

Entrámos no mundo do «leão»

NOVIDADES

2017 ISBN 5601753002225

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TREK MERIDA MICHELIN

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REPORTAGENS

Évora e Douro Granfondo em destaque nesta edição

ARCO DA VELHA

Revivemos estórias do passado com Hugo Lúcio

TREINO

Aprenda a recuperar mais facilmente dos treinos

OFERTA


reportagem :: Love Tiles Douro Granfondo 2016

Encostas

d’oiro

Aproveitando as magníficas encostas do rio Douro, a edição de 2016 do Love Tiles Douro Granfondo reuniu o número recorde de quase 3000 participantes. Juntámo-nos à festa e experimentámos as dificuldades, mas também a beleza, do percurso desenhado por Manuel Zeferino. Texto e fotos: Ricardo José Gouveia e Organização

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Peso da Régua foi ponto de partida e chegada para o maior evento de ciclismo em Portugal. Superando a excelente edição do ano passado, no total, cerca de 3000 participantes alinharam no Love Tiles Douro Granfondo 2016. Apadrinhado por Francesco Moser – lendário ciclista italiano vencedor da Volta a Itália, de três Paris-Roubaix e recordista da Hora em 1984 – mas também por vários vencedores da Volta a Portugal, como Joaquim Andrade, Venceslau Fernandes e Vítor Gamito; e ainda pelos profissionais Filipe Cardoso e David Vaz, o Love Tiles Douro Granfondo apresentou uma primeira linha recheada de estrelas. Atrás da comitiva de honra, um imenso mar de gente esperava ansiosamente pelo sinal de partida. Mas ao contrário do que aconteceu o ano passado, a chuva não teimou em aparecer, deixando no seu lugar transparecer um brilhante sol primaveril. De acordo com a organização, “estiveram representadas 17 nacionalidades além da portuguesa, num total de 190 ciclistas estrangeiros.

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Destes, a maioria veio de Espanha (130), mas outros eram oriundos de países tão diversos como Brasil, França, Alemanha, Irlanda, Lituânia, Luxemburgo, Canadá, Chipre, Holanda, Eslováquia, Itália, Bélgica, Inglaterra, Venezuela, Suíça e até um da Austrália.” Todos preparados para uma verdadeira etapa de montanha num dos cenários mais belos de Portugal. DESAFIO COMPLICADO Com uma extensão de 162 km, o percurso do Granfondo incluía três subidas de segunda categoria e duas de primeira. Bem ao estilo das etapas das grandes voltas, os 3220 metros de acumulado eram obtidos com as subidas de Tabuaço –, troço com oito quilómetros de extensão e uma pendente média de 6,1 por cento – a subida de Castanheiro do Sul –, oito quilómetros de extensão e 6,9 por cento de inclinação média – a escalada ao Muro Cadão Douro – uma parede com dois quilómetros de extensão, uma pendente média de 12,4 por cento e rampas com 24 por cento de pendente máxima –, a subida de Valeira – sete 


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grande entrevista Amaro Antunes

Liberdade PARA SONHAR

Foi o melhor português na Volta ao Algarve e deixou a sua marca na “Alentejana”, mas é a Volta a Portugal a competição que mais lhe continua a fazer palpitar o coração. Com a “Grandíssima” à porta, fomos ao encontro de Amaro Antunes, um dos nomes em foco esta temporada e um ciclista que, independentemente, da prova que disputa faz questão de deixar tudo na estrada. Texto: Fernando Lebre Fotos: João Fonseca, UVP-FPC, Sara Rocha, Luís Duarte e arquivo

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ós por cá há muito que conhecemos os atributos de Amaro Antunes, ciclista cujo talento lhe permite já granjear o estatuto de certeza consagrada entre a nova geração do ciclismo português. Contudo, o 10.º lugar que o corredor da LA Alumínios/Antarte alcançou na Volta ao Algarve, ombreando com a constelação de estrelas que uma vez mais visitou a “Algarvia”, terão servido de pedra de toque para lá por fora fazer incidir sobre si uma maior atenção por parte dos observadores internacionais. Quem sabe se o bom desempenho registado tenha sido a rampa de lançamento para que o algarvio possa concretizar o objetivo que norteia a sua carreira: ingressar numa equipa do World Tour. Que balanço fazes da tua prestação na Volta ao Algarve? Faço um balanço bastante positivo acerca da minha participação na “Algarvia”. Alcançar um lugar nos dez primeiros foi algo de bastante motivador para a restante temporada. Com este resultado, espero ter conseguido demonstrar que tenho capacidade para estar entre os melhores. Quando começaste a prova esperavas

alcançar um resultado no “Top-Ten” e seres o melhor português da competição? Para ser sincero desde o início que encarei a Volta ao Algarve com bastante ambição. Contudo, o nível dos atletas em competição fazia-me ficar um pouco apreensivo em relação ao desfecho final. Noto que o lugar no “Top Ten” da Volta ao Algarve me trouxe uma maior visibilidade, mas simultaneamente uma responsabilidade acrescida.

Reflexo

NAS ASAS DO SONHO

Tens a ambição de voltar a correr no

pelotão internacional ao serviço de uma equipa estrangeira? Sim, ambiciono correr no estrangeiro pelo facto de isso me oferecer a possibilidade de participar em competições onde se encontra a grande montra do ciclismo mundial. Como classificas a tua passagem pela Ceramica Flaminia/Fondriest? Foi uma fase algo conturbada. Tratou-se de um projeto ambicioso que tinha tudo para dar certo, mas que na realidade não passou de uma promessa. Quais são os teus grandes objetivos

Nome completo: Amaro Manuel Antunes Data de nascimento: 27/11/1990 Hobbies: Viajar, estar com a família e amigos Comida favorita: Spaghetti al frutti di mare Bebida predileta: Sumol Destino de férias de sonho: Itália Superstição: Benzer-me após o tiro de partida das competições

MÁQUINA DO TEMPO

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Triunfa em Itália numa etapa da Taça das Nações

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2014

9.º classificado na Volta a Portugal


“Uma das minhas metas é conseguir integrar uma equipa do WorldTour”

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É cidadão ner-vo-so, essa criatura dia 5 de 4.ºum Classificado no sentada Campeonato Nacional M 50 aio de 1989 à sua secretária na de fundo baixa 100 lisboeta. Tem 31 anos, um emprego junho / julho 2016

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treino :: Libertação miofascial

A bola mágica Em todas as atividades físicas, a componente recuperação tem um peso enorme na adaptação do nosso organismo às constantes pressões que vai sofrendo ao longo do tempo. O contexto de libertação miofascial já foi abordado no artigo, “A dor que sabe bem” da nossa revista irmã BIKE Magazine. Agora voltamos ao tema aprofundando mais o conceito do uso prático, fácil e eficaz da bola de massagem. Texto: Pedro Maia Fotos: João Carlos Oliveira

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uando o nosso tempo livre é escasso e os treinos com a bicicleta fazem parte integrante desse período, a “terapia” pós-treino fica arredada para segundo plano, se não mesmo esquecida, e é aí que, com o tempo, com o desgaste e com a prevalência de movimentos repetitivos, surgem as dores e desconfortos que grande parte das vezes nos trazem limitações, inibindo-nos de estarmos no nosso melhor em algo que gostamos tanto de fazer. Como já foi referido, a Libertação Miofascial não serve só para “desfazer” as aderências, como tem também outros

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benefícios que passo a apresentar: Ajuda na prevenção de lesões; Faz com que nos livremos dos “nós” e das tensões musculares; Alivia a tensão física dos nossos corpos de maneira a que estes trabalhem com maior eficácia; Produz um aumento da flexibilidade e da mobilidade; Aumenta o afluxo de sangue aos músculos, o que vai ajudar na recuperação; Reduz o desconforto muscular pós-exercício. A bola de massagem é uma ótima escolha para aliviar os pontos dolorosos. É muito fácil aplicar a pressão diretamente no ponto onde se faz sentir o desconforto, usando o chão,

a parede ou qualquer superfície dura que estabilize a bola. Para melhores resultados, e contrariamente ao que se pensa, não é necessário realizar grandes movimentos. O que se deve fazer é aumentar a pressão e, depois sim, realizar pequenos movimentos durante 20 a 30 segundos de lado a lado ou em círculos para liberar os nós e torções. Pode ser usada com ótimos resultados também no pré-treino, como aquecimento ou em qualquer altura em que necessitar de alívio. Evite exercer pressão nos ossos e nas articulações, só mesmo nos músculos. Geralmente, depois dos treinos e provas concentro-me nas zonas mais problemáticas, e nos dias de recuperação, por norma, faço a


Equipamento Bola de massagem Eu uso três bolas com diâmetros diferentes, a MB1, a MBX e a MB5 da TRIGGER Point Performance, com uma densidade específica que é utilizada para aliviar o desconforto com a aplicação de pressão no músculo. A bola de massagem MB1 fornece compressão direta nos tecidos mais profundos proporcionando alívio rápido de dores e fadiga muscular. Está desenhada para reproduzir a pressão da mão de um massagista, e é ideal para incidir sobre os músculos mais pequenos, como os Gémeos, Piriforme e Peitorais. A bola de massagem MBX fornece compressão dos tecidos profundos de uma forma mais intensa para o alívio final de dores. Desenhada para reproduzir a pressão do cotovelo de um massagista, a MBX é ideal para a segmentação do desconforto, isolando áreas nos músculos Gémeos, Piriforme e Peitorais. Com um diâmetro aproximado de 13 cm, a bola MB5 é ideal para aliviar a tensão e restaurar o movimento em regiões dos grupos musculares mais difíceis de alcançar, como na região das ancas e dos ombros. Bloco de Yoga Em alguns exercícios utilizo o Bloco de Yoga de forma a aumentar a pressão do corpo na bola.

Os exercícios: Vamos dividir os exercícios em duas partes. Não quer isto dizer que uns são mais importantes do que os outros, começamos é com as zonas mais solicitadas quando pedalamos e no próximo artigo acabamos com as regiões musculares que nos suportam e estabilizam na bicicleta. Libertação miofascial (LMF) do pé Em posição ereta, coloque a bola sob a planta do pé e procure os pontos de tensão. Mantenha a posição pressionando e fazendo depois uns movimentos circulares.

LMF dos Gémeos Sente-se no chão e coloque uma bola por debaixo da região lateral externa dos Gémeos e a outra alinhada por cima. Procure o ponto de tensão e com as duas mãos pressione para baixo fazendo ao mesmo tempo pequenos movimentos circulares.

Colchão de Yoga Confortável quanto baste e permite manter o contacto com a superfície rija.

Libertação Miofascial durante 30 a 45 minutos para todo o corpo.

VANTAGENS:

Pode ser usada para aliviar pequenas dores e desconfortos; Tamanho muito conveniente, sendo possível levá-la para todo o lado; A sua superfície adapta-se a todos os tipos de corpo.

ÁREAS DE UTILIZAÇÃO RECOMENDADAS:

Pé, gémeos, canela, glúteos, região superior das costas, peitorais/dorsais, região lateral do tronco, pescoço e braços.

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reportagem :: Bastidores do Sporting/Tavira

Viagem pelo reino do leão Quase trinta anos depois, as camisolas verde e brancas voltaram ao pelotão, aliadas à mais antiga formação do mundo. Para conhecer melhor o espírito deste grupo, a Ciclismo a fundo seguiu viagem com o Sporting/ Tavira e ficou a saber que, de garras afiadas, este conjunto promete colocar na estrada o lema do clube de Alvalade: "Esforço, dedicação, devoção e glória”! Texto: Magda Ribeiro Fotos: Luís Duarte

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Ciclismo a fundo

É

dada a partida simbólica para a 16.ª edição da Volta a Albergaria, primeira prova da Taça de Portugal de 2016. O pelotão inicia a sua marcha, logo seguido pelo conjunto de veículos que compõe a caravana da corrida. A Ciclismo a fundo também lá marca presença, inserida no carro de apoio do Sporting/Tavira, para aquela que será, para nós, uma expedição aos bastidores da equipa leonina. Ao volante encontra-se Vidal Fitas, que há 11 temporadas desempenha as funções de diretor desportivo, o mesmo número de épocas que levou enquanto ciclista profissional: “Preferia


O regresso do Sporting Shaun-Nick Bester esteve em destaque na Volta a Albergaria, ao vencer os Sprints Especiais

os meus tempos de corredor, sem dúvida! (risos) Foi uma altura muito agradável da minha vida. Não é que agora me possa queixar, mas os técnicos têm mais dores de cabeça”, sintetiza. Ainda não se passou uma dezena de minutos e a prova já sofreu as primeiras movimentações. Um grupo de fugitivos saltou para a dianteira, ganhando rapidamente tempo ao pelotão. O Rádio Volta revela então os dorsais dos homens da frente e Vidal Fitas, com a ajuda de Miguel Monchique (o mecânico que o acompanha a partir do banco de trás), confere quais os nomes que estão por detrás dos números. No rol de dorsais encontra-se o 82, que, segundo a lista que possuem, não está atribuído a ninguém… No entanto, ambos têm uma certeza: é seguramente um ciclista do Sporting/Tavira, pois os dorsais da

equipa ostentam os “80`s”, um número que, curiosamente, combina na perfeição com a estação de rádio que vibra nesta viatura de apoio: a M80. Mas quem será o ciclista? Nada como viajarmos até à frente da corrida… A TÁTICA PARA A PROVA Ao som de “40º graus à sombra”, dos Radar Kadafi - uma temperatura que neste mês de maio está bem longe da realidade - chegamos aos fugitivos, e de pronto o mistério fica desvendado: o dorsal 82 é na realidade o 81, ou seja, Shaun-Nick Bester, que este ano ingressou na equipa: “É um rolador. Está num período de adaptação ao ciclismo português”, elucida-nos o diretor desportivo. Esta situação de corrida não desagrada a Vidal Fitas. Minutos antes da partida, este responsável deu-nos a conhecer as

Para o diretor desportivo da equipa, o regresso dos grandes clubes é benéfico: “Nota-se um maior interesse dos Media e há mais público nas estradas”. No que diz respeito à associação ao emblema de Alvalade, um projeto por ora de quatro temporadas, Vidal Fitas salienta: “A marca Sporting é universal. O clube tem um enorme número de adeptos e isso traz-nos maior notoriedade, mas também mais responsabilidade. É agradável quando há exigência, porque nos obriga a pensar, a buscar novas coisas e a estarmos atento ao que fazemos menos bem para podermos evoluir”, diz-nos. No que diz respeito a rivalidades, o técnico explica-nos: “Os adeptos de ciclismo são tranquilos no seu clubismo, e espero que assim continue. Esta é uma modalidade em que todos se conhecem e convivem, independentemente dos gostos clubísticos”. Uma ideia partilhada por Hugo Sabido: “No GP das Beiras e Serra da Estrela um adepto do Benfica, vestido a rigor, gritou pelo meu nome e incentivoume. Os verdadeiros fãs do ciclismo apoiam o atleta independentemente da cor que envergue”.

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