REVISTA ALAVANCA 2º TRIMESTRE 2021 - ABR/MAI/JUN

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ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

Que Espírito Santo nos entusiasme para irmos ao encontro de todos e propormos uma forma de vida com o sabor do Evangelho (FT, 1)



Editorial

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aros irmãos e irmãs, estamos iniciando o segundo trimestre de 2021, um ano em que esperávamos estar em plena atividade nas Escolas Vivenciais e atuando de forma presencial nos Núcleos de Comunidades Ambientais. A maioria de nós pensava que estaríamos nos encontrando, abraçando e confraternizando, mas isto não se tornou possível, apesar do grande testemunho de cuidados pessoais e comunitários de todos os cursilhistas que, pelos gestos e atitudes, ofertaram amor, não se aglomerando, usando máscaras e higienizando as mãos, gestos simples que testemunham amor e misericórdia. Mas, neste momento em que a dor e a preocupação estão perto de nós, somos chamados a não esmorecer. Somos chamados a sermos profetas da esperança e da misericórdia, como descrito no Evangelho de São João, Jesus nos pergunta: “Simão, filho de João, tu me amas mais que a estes? E ele lhe responde: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Jesus, então, lhe disse: Apascenta meus cordeiros” (21,15). Estamos sendo chamados a testemunhar o quanto amamos Jesus Cristo, aqui e agora, mostrando que viver o Evangelho é possível, sendo

instrumentos de amor e misericórdia, como nos pede o Papa Francisco: “Obtivemos misericórdia, tornemo-nos misericordiosos. Com efeito, se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril; sem os outros, torna-se desencarnada; sem as obras de misericórdia, morre (cf. Tg 2, 17). Irmãos e irmãs, deixemo-nos ressuscitar pela paz, pelo perdão e pelas chagas de Jesus misericordioso. E peçamos a graça de nos tornar testemunhas da misericórdia. Só, assim, será viva a fé; a vida será unificada. Só, assim, anunciaremos o Evangelho de Deus, que é Evangelho de misericórdia” (Homilia de 11 de abril de 2021). Anunciando com a palavra e a vida, o Evangelho da misericórdia, cada cursilhista é chamado a cantar o Decolores e, com criatividade, entusiasmo e protagonismo, ajudar todos, como irmãos, a proferir, em alto e bom tom, viva a vida!

WLADIMIR COMASSETTO Coordenador do Grupo Executivo Nacional

 wfbcomassetto@gmail.com

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NOSSA CAPA Nossa Capa retrata o chamamento do Papa Francisco para propormos em todos os ambientes, para todos, como irmãos , um testemunho de vida que apresente o “sabor” do Evangelho. Para que sejamos este testemunho precisamos viver o Pentecostes, pedir incansavelmente a força do Espírito Santo para nos iluminar, fortalecer e amparar. Precisamos ter o encontro consigo mesmo, com Cristo ( discípulos de Emaús) e com os irmãos como programa de vida e, a partir destes encontros, sermos misericordiosos e realizar obras concretas de misericórdia (Madre Tereza de Calcutá). Cusilhistas, vivamos o Pentecostes, vivamos a misericórdia e sirvamos ao Senhor com alegria. Decolores! Viva a vida!

Expediente Jornalista Responsável Giulia Micheli Pozzobon - MTB/RS 18.496 Editores Wladimir Francisco Barros Comassetto Artigos Padre Francisco Luis Bianchin Dom Jaime Spengler Padre José Roberto Ferrari Roberto Leandro Alves Corinto Luis do Nascimento Arruda Lucília Alves Cunha Padre José Gilberto Beraldo Padre Wagner Luis Gomes Wladimir Francisco Barros Comassetto

NESTA EDIÇÃO

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Evangelista Marcos

Marketing e Vendas Grupo Executivo Nacional Publicidade e Assinaturas Grupo Executivo Nacional Revista Alavanca É uma publicação trimestral do Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil GEN - Grupo Executivo Nacional Coordenador Wladimir Francisco Barros Comassetto Vice-Coordenador Corinto Luiz do Nascimento Arruda Assessor Eclesiástico Nacional Pe. José Roberto Ferrari Vice-Assessor Eclesiástico Nacional Pe. Wagner Luis Gomes Assessores Eclesiásticos Adjunto Pe. Valcir Baronchello Endereço Rua Domingos de Moraes, 1334 Conjunto 07 - Vila Mariana São Paulo (SP) - CEP 04010-200 Críticas e Sugestões  (11) 5571 7009 gen-alavanca@cursilho.org.br www.cursilho.org.br Projeto Gráfico e Diagramação ideiasemidias.com.br Revisão Dizy Ayala

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Pentecostes

SEÇÕES

03

Editorial

05

Reflexão

06

Palavra do Papa

09

Expressão da Fé

10

Formação

14

Carta o MCC

20

Mensagem da CNBB

22

Fala Jovem

28

São José

30

Mémória

32

Carta Aberta aos Cristãos

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Você já Leu

Circulação Nacional

facebook.com/mccbrasil

ISSN 2178-5333

twitter.com/mccbrasil


REFLEXÃO

Para celebrar o jubileu é necessário assumir a proposta de Jesus

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elebrar o jubileu é uma formar de viver a Páscoa. A Páscoa de Jesus não se reduz a um dia ou uma semana. Na verdade, é um acontecimento para toda a vida. Ela inaugura um marco divisório, onde temos um antes e um depois, que nos propõe a construção de uma nova história, de um mundo novo, de uma vida nova, de fraternidade e paz. A Páscoa, portanto, é um projeto de vida. Mas, o que nos leva a crer que seja um projeto de vida? Os acontecimentos. Aquele menino, depois, aquele jovem e, por fim, adulto, chamado de Nazareno, filho de Maria e José, moradores de Nazaré, sendo José, carpinteiro, e Maria, de afazeres domésticos, viveu até os trinta anos na simplicidade de um lar, como qualquer outra criança ou jovem, mas, a partir dessa idade, passou a demostrar que era uma pessoa diferente, única. Começou a peregrinar pelas terras da Samaria, Galiléia, Judeia, anunciando uma nova mentalidade: respeito ao mundo, ao ser humano e à sociedade, livre de preconceitos, baseada no amor e na misericórdia, abolindo todo o tipo de escravidão. Por três anos, foi um peregrino desse anúncio, incluindo uma nova visão de Deus, do Criador, afirmando que Ele, além de Criador, é Pai amoroso. Deixou claro que Ele o conhecia e que veio de junto Dele e é um só com Ele. Evidentemente que foi combatido, perseguido e rejeitado. Nunca andou sozinho, mas chamou companheiros que deixaram tudo e peregrinaram com Ele por três anos. Fez milagres, sua pregação encantou multidões, mas irritou os donos do poder. Sempre primou pela simplicidade, bondade e misericórdia. Sua doutrina era revolucionária para a época, pois dizia que o ser humano estava acima do sábado, que o amor precedia a lei. Opunha-se, firmemente, aos privilégios, ao legalismo, à hipocrisia e à falsidade. Por esses e outros motivos, levaram-no à morte, depois de tê-lo maltratado e torturado e, não satisfeitos, crucificaram-no entre ladrões.

No entanto, ao terceiro dia, o túmulo estava vazio! Ele ressuscitou, cumprindo a promessa que havia feito. Confirmou sua presença ressuscitada, aparecendo aos seus discípulos em várias oportunidades, durante 50 dias. Desejo aqui sublinhar, sobretudo, que não foi apenas o Nazareno, o filho de Maria e José que ressuscitou, com Ele, ressuscitou seu plano, sua proposta, seu novo projeto de vida. Sim, com Ele foram validadas suas palavras, seus milagres, sua nova doutrina. Ele era e é o Filho de Deus! Pode acontecer que nos encantemos por Cristo, que nos apaixonemos pelo Cristo ressuscitado, mas esqueçamos de sua proposta, de seu projeto. Não podemos nos apaixonar somente por Ele, precisamos, também, nos apaixonar pelo seu projeto de vida. Esse é o caminho! Se quisermos celebrar o jubileu de diamante do MCC, com toda a plenitude, necessitamos assumir o projeto de Jesus, que Ele validou com sua ressurreição. Enfim, por tudo o que Ele representou e representa, ainda hoje, é que a Páscoa continua. Na época, Ele confiou sua proposta aos discípulos, aos seguidores, hoje é a nós que ele confia. Portanto, cabe a nós segui-Lo e anunciá-Lo, hoje e sempre. Assim sendo, sempre é Páscoa!

Pe. Francisco Luis Bianchin (Pe. Xiko) ASSESSOR REFERENCIAL PARA FORMAÇÃO

 gen-pexiko@cursilho.org.br

Aponte a câmera de seu celular para o QR-Code ao lado e acesse o vídeo do Pe. Xiko sobre o Jubileu. ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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PALAVRA DO PAPA

As chagas são os caminhos que Deus nos ofertou para entrarmos na sua ternura e tocar com a mão quem é Ele!

o signo da misericórdia: Jesus levanta-os com a misericórdia. Sim, levanta-os com a misericórdia e eles, obtendo misericórdia, tornam-se misericordiosos. É muito difícil ser misericordioso, se não nos damos conta de ter obtido misericórdia.

Peçamos a graça de nos tornar testemunhas de misericórdia

Antes de tudo, obtêm misericórdia mediante três dons: primeiro, Jesus oferece-lhes a paz, depois o Espírito e, por fim, as chagas. Em primeiro lugar, dá-lhes a paz. Os discípulos estavam angustiados. Fecharam-se em casa assustados, com medo de ser presos e acabar como o Mestre. Mas não estavam fechados só em casa; estavam fechados também nos seus remorsos: tinham abandonado e renegado Jesus; sentiam-se uns incapazes, inúteis, falhados. Chega Jesus e repete duas vezes: ‘‘A paz esteja convosco!’’ Não traz uma paz que, de fora, elimina os problemas, mas uma paz que infunde confiança dentro. Não uma paz exterior, mas a paz do coração. Diz: ‘‘A paz esteja convosco! Assim como o Pai

No dia 11 de abril de 2021, na Santa Missa da Divina Misericórdia, o Papa Francisco proclamou: Jesus ressuscitado aparece aos discípulos várias vezes; com paciência, conforta os seus corações desanimados. E, assim, depois da sua ressurreição, realiza a ‘‘ressurreição dos discípulos’’; e estes, solevados por Jesus, mudam de vida. Antes, inúmeras palavras e tantos exemplos do Senhor não conseguiram transformá-los; mas agora, na Páscoa, algo de novo se verifica; e verifica-se sob ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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está pronta a pôr-nos de pé e fazer-nos caminhar. Esta mão segura e fiável é a Confissão. É o Sacramento que nos levanta, não nos deixando caídos a chorar sobre as lajes duras das nossas quedas. É o Sacramento da ressurreição, é pura misericórdia. E quem recebe as Confissões deve fazer sentir a doçura da misericórdia. Tal é o caminho a seguir por aqueles que ouvem as pessoas de Confissão: fazer-lhes sentir a doçura da misericórdia de Jesus, que perdoa tudo. Deus perdoa tudo. Depois da paz que reabilita e do perdão que levanta, eis o terceiro dom com que Jesus usa de misericórdia com os discípulos: apresenta-lhes as chagas. Por aquelas chagas, fomos curados (cf. 1 Ped 2, 24; Is 53, 5). Mas, como pode uma ferida curar-nos? Com a misericórdia. Naquelas chagas, como Tomé, tocamos com a mão a verdade de Deus que nos ama profundamente, que fez suas as nossas feridas, carregou no seu corpo as nossas fragilidades. As chagas são canais abertos entre Ele e nós, que derramam misericórdia sobre as nossas misérias. As chagas são os caminhos que Deus nos ofertou para entrarmos na sua ternura e tocar com a mão quem é Ele. E deixamos de duvidar da sua misericórdia. Adorando, beijando as suas chagas, descobrimos que cada uma das nossas fraquezas é acolhida na sua ternura. Isto acontece em cada Missa, onde Jesus nos oferece o seu Corpo chagado e ressuscitado: tocamo-Lo e Ele toca as nossas vidas. E faz descer a nós o Céu. As suas chagas luminosas rasgam a escuridão que nós trazemos dentro. E nós, como Tomé, encontramos Deus, descobrimo-Lo íntimo e próximo, e, comovidos, dizemos-Lhe: ‘‘Meu Senhor e meu Deus!’’ (Jo 20, 28). E tudo nasce daqui, da graça de obter misericórdia. Daqui começa o caminho cristão. Se, pelo contrário, nos apoiamos nas nossas capacidades, na eficiência das nossas estruturas e dos nossos projetos, não iremos longe. Só se acolhermos o amor de Deus é que poderemos dar algo de novo ao mundo. Assim fizeram os discípulos: tendo obtido misericórdia, tornaram-se misericordiosos. Vemo-lo na primeira leitura. Os Atos dos Apóstolos contam que ‘‘ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum’’ (4, 32). Não é comunismo, mas cristianismo no seu estado puro.

Me enviou, também Eu vos envio a vós’’ (Jo 20, 21). É como se dissesse: ‘’Envio-vos, porque acredito em vós’’. Aqueles discípulos desanimados recuperam a paz consigo mesmos. A paz de Jesus fá-los passar do remorso à missão. De fato, a paz de Jesus suscita a missão. Não é tranquilidade, nem comodidade; é sair de si mesmo. A paz de Jesus liberta dos fechamentos que paralisam, quebra as correntes que mantêm o coração prisioneiro. E os discípulos sentem-se cumulados de misericórdia: sentem que Deus não os condena, nem humilha, mas acredita neles. É verdade! Acredita em nós mais do que nós acreditamos em nós mesmos. ‘‘Ama-nos mais do que nos amamos a nós mesmos’’ (cf. São J. H. Newman, Meditações e Devoções, III, 12,2). Para Deus, ninguém é falhado, ninguém é inútil, ninguém é excluído. E Jesus continua hoje a repetir: ‘‘A paz esteja contigo, que és precioso aos meus olhos. A paz esteja contigo, que és importante para Mim. A paz esteja contigo, que tens uma missão. Ninguém pode realizá-la em teu lugar. És insubstituível. E Eu acredito em ti’’. Em segundo lugar, Jesus usa de misericórdia com os discípulos, oferecendo-lhes o Espírito Santo. Dá-O para a remissão dos pecados (cf. Jo 20, 22-23). Os discípulos eram culpados; fugiram, abandonando o Mestre. E o pecado acabrunha, o mal tem o seu preço. Como diz o Salmo 51 (cf. v. 5), temos sempre diante de nós o nosso pecado. Sozinhos, não podemos cancelá-lo. Só Deus o elimina; só Ele, com a sua misericórdia, nos faz sair das nossas misérias mais profundas. Como aqueles discípulos, precisamos nos deixar perdoar, precisamos dizer, do fundo do coração: ‘‘Perdão, Senhor’’. Precisamos abrir o coração, para nos deixarmos perdoar. O perdão no Espírito Santo é o dom pascal para ressuscitar, interiormente. Peçamos a graça de o acolher, de abraçar o Sacramento do perdão; e de compreender que, no centro da Confissão, não estamos nós com os nossos pecados, mas Deus com a sua misericórdia. Não nos confessamos para nos deprimir, mas para fazer-nos levantar. Todos precisamos imensamente disso. Precisamos como precisam os pequeninos, sempre que caem, ser levantados pelo pai. Também nós caímos com frequência; e a mão do Pai

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E o fato é ainda mais surpreendente, se pensarmos que aqueles mesmos discípulos, pouco tempo antes, litigavam entre si sobre prêmios e honras, sobre qual deles era o maior (cf. Mc 10, 37; Lc 22, 24). Agora partilham tudo, têm ‘‘um só coração e uma só alma’’ (At 4, 32). Como conseguiram mudar assim? Viram no outro a mesma misericórdia que transformou a sua vida. Descobriram que tinham em comum a missão, que tinham em comum o perdão e o Corpo de Jesus: a partilha dos bens terrenos aparecia-lhes como uma consequência natural. Depois o texto diz que, ‘‘entre eles, não havia ninguém necessitado’’ (4, 34). Os seus medos dissolveram-se ao tocar as chagas do Senhor, agora não têm medo de curar as chagas dos necessitados, porque ali veem Jesus, porque está Jesus ali, nas chagas dos necessitados. Irmã, irmão, queres uma prova de que Deus tocou a tua vida? Verifica se te debruças sobre as chagas dos outros. Hoje é o dia de nos per-

guntarmos: ‘‘Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, que tantas vezes recebi o seu perdão e a sua misericórdia, sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas vezes me alimentei do Corpo de Jesus, faço alguma coisa para matar a fome de quem é pobre?’’ Não nos deixemos cair na indiferença. Não vivamos uma fé pela metade, que recebe mas não dá, que acolhe o dom mas não se faz dom. Obtivemos misericórdia, tornemo-nos misericordiosos. Com efeito, se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril; sem os outros, torna-se desencarnada; sem as obras de misericórdia, morre (cf. Tg 2, 17). Irmãos, irmãs, deixemo-nos ressuscitar pela paz, o perdão e as chagas de Jesus misericordioso. Peçamos a graça de nos tornar testemunhas de misericórdia. Só assim será viva a fé; e a vida será unificada. Só assim anunciaremos o Evangelho de Deus, que é Evangelho de misericórdia.

Rafael Antunes Willemann Advogado - OAB-SC 40554 Especialista em Direito do Trabalho Causas: Trabalhistas, Previdenciarias, Medicamentos e Cíveis Fone: (48) 9667-5193 / 3622-3753 rafaelantuneswillemann@gmail.com

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Rua Santos Dumont, 497 - Uberlândia - MG | (34) 3236-0056

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EXPRESSÃO DA FÉ

NÃO PODE MORRER Após um longo tempo de angústias e expectativas, aos poucos, desponta um sinal de esperança no horizonte da sociedade, com o desenvolvimento e aplicação de vacinas, fazendo, assim, frente aos desafios que a pandemia do novo coronavírus impôs à humanidade. Certamente, o número de vacinados no Brasil é ainda muito pequeno. Houve vacilo nos encaminhamentos para aquisição, no tempo propício, de um número satisfatório de vacinas. Tal situação está contribuindo para que sofrimento, dor e morte se façam sentir por toda parte, com maior intensidade. Vacinas eficazes estão surgindo. Elas são “luzes” e promovem a esperança! Elas não podem ser destinadas somente para alguns, mas devem estar, o mais rápido possível, à disposição de todos. Não é momento para promover “achismos”, fake news, sectarismos, nacionalismos ou prósperos negócios, a partir desta crise sanitária que está produzindo uma tragédia humana. Também, não é ocasião para buscar vantagens político-partidárias. É, sim, oportunidade para, em renunciando a interesses particulares e possíveis vantagens econômicas, promover um grande mutirão, marcado pela solidariedade humana e cristã, para defender e promover a vida. É um dever ético de cada cidadão participar da campanha de vacinação e observar as orientações das autoridades sanitárias. Assim, estaremos

protegendo não somente a nós mesmos, mas cooperando para, também, proteger os demais cidadãos. As vacinas que estão sendo disponibilizadas se mostraram seguras nos testes de laboratório e, por isso, receberam aprovação das autoridades competentes. De modo que onde se alcançou um satisfatório índice de pessoas vacinadas e houve rigor na aplicação e observância das normas sanitárias, constatou-se um significativo decréscimo no número de infectados, doentes e mortos. Por isso, é possível dizer que vacinar-se não é um risco. Não se vacinar é que é um risco! Ou, “a moralidade da vacinação depende não só do dever de tutela da própria saúde, mas também do dever da busca do bem comum” (Congregação para a Doutrina da Fé, 21/12/2020). A pandemia está exigindo de todos uma visão diferente do futuro e um retorno à crença em si mesmos e nos outros. Ciência e fé não são antagônicas. Elas são como duas asas que permitem ascender ao céu do mistério. A comunidade de fé está sendo provocada a promover solidariedade, oração e conforto, em meio a uma demanda enorme por orientação segura e esperança.

DOM JAIME SPENGLER ARCEBISPO DE PORTO ALEGRE (RS)

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FORMAÇÃO

A formação permanente de cristãos comprometidos a ouvir a voz do silêncio, a voz de Deus, voz que tudo sabe e que tudo ensina. Foi essa atenção ao mistério que levou aqueles que hoje são santos aos altares do Senhor, a ocupar tamanha honra e tamanha graça. É muito comum a tentação de amar a prática e desprezar a teoria. O executar, o fazer nos traz um prazer imediato; o ato de gerir algo, de colocar, literalmente, a ‘mão na massa’ nos impele a ações nem sempre bem planejadas, coordenadas e eficazes, mas o ímpeto é grande. É assim, no nosso dia a dia, executamos centenas de funções, sem saber, muitas vezes, o básico sobre o que nos debruçamos. Exemplo clássico disso é a internet e seus recursos disponíveis, redes sociais e ambiente virtual. Não questionamos, não aprofundamos, não buscamos as entranhas da informação, mas vamos passando e repassando... Mesmo que tenhamos apenas um conhecimento superficial daquilo que falamos. A fácil disseminação da informação dá-nos a impressão de que já sabemos tudo. E assim, vamos, atabalhoadamente, percorrendo temas, conteúdos, informações, apenas com base na funcionalidade do recurso tecnológico. Algumas características da pós-modernidade contribuem para nossa inquietação, busca sedenta do novo pelo novo. Geralmente, a teoria é algo enfadonho, cansativo, tornando a aprendizagem um grande desafio em todos os níveis de formação. Sentar e escutar alguém explanando sobre algo que, só no fim, apontará para uma ação

Minha memória traz presente, ao escrever este artigo, a palavra de um Professor Doutor em Teologia, o qual tive a honra de ser sua aluna no curso de Mestrado, em Ciências da Religião, que nos motivou a ler sobre os Padres do Deserto, os Padres da Igreja e, também, sobre a vida dos Santos. Dizia ele: “Aprender com os mestres da vida cristã nos torna melhores”. Lição que levei muito a sério e, desde então, leio de vez em quando sobre a vida ou ensinamentos de um deles: Santa Tereza D’Ávila, São João da Cruz, São Josemaria Escrivá, São Francisco de Assis, São Vicente Pallotti... E muitos outros. Diz a boa fama que a teoria faz o teólogo, mas é a prática quem faz o cristão! “Aí onde estão nossos irmãos, os homens, aí onde estão as nossas aspirações, nosso trabalho, nossos amores – aí está o lugar do nosso encontro com Cristo!” (São Josemaria Escrivá). Propondo-nos um caminho de unidade na diversidade – pelo sonho de unir todos a Cristo, o Movimento de Cursilho nos faz refletir, interroganos a todos e nos propõe a humildade, a santidade, o profetismo, o diálogo, a escuta, a oração, o amor fraterno, a amizade sincera, a familiaridade ao conteúdo divino da Palavra, da misericórdia, da bondade, da passividade... como vias seguras para chegar ao Coração do Altíssimo. Quando buscamos nos lábios do “Mestre dos mestres” a fonte inspiradora do nosso jeito de viver (vida cristã), tal saber partilhado convida-nos ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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carismas e dons em Pastorais, Movimentos e serviços, deixando que todos sejam linhas, veias pulsantes em seu coração de Mãe e Mestra. Embora mantenha a unidade da fé, respeita a catolicidade do povo de Deus, que ela guia e orienta rumo ao Reino definitivo. Uma verdadeira formação na fé implica, também, sair do automático. Ou seja, parar, pensar, refletir, aprofundar, dando um tempo para a maturação de tudo. Com o MCC não é diferente. Ele nasceu num clima de formação e sempre zelou, com muito esmero, da formação de seus seguidores. Começamos mal quando fazemos sem entender ou sem refletir sobre o que vamos executar. Necessitamos reformular nossas práticas, continuamente: ver, rever, atualizar. E, assim, nos tornarmos aquilo que o Senhor nos pede, discípulos missionários seus e não apenas meros imitadores ou copistas, mas pessoas que, encontrando-se com Cristo, o conhecendo como ovelha que conhece O Pastor, possa apresentáLo aos demais. “Façamos conhecer Jesus Cristo, Ele não é amado porque não é conhecido” (Santa Madalena de Canossa).

concreta, para muita gente, é difícil de engolir. Será que não trazemos conosco uma carga imensa da experiência de educação que recebemos desde a mais tenra idade? Sempre fomos levados a executar, nunca a pensar. Não nos sentamos em um jardim para apreciar e admirar a beleza e a diversidade de cores e formas das plantas, mas para arrancar, revirar a terra, enfim, fazer algo naquele espaço e não para comentar, observar a respeito dele. Assim foi com o andar, o falar, o comer... Esse hábito trazemos conosco ainda hoje. Na verdade, teoria e prática são atos diferentes numa ação coordenada, eficaz e próspera, isto é, que gere frutos e frutos que permaneçam... Teoria e prática se completam numa formação continuada e permanente, para o desempenho sólido de uma formação consciente e eficiente, de excelência. Nossas ações devem ser pautadas por um exercício de observação, adequação e reflexão a cerca dos outros e da natureza, iluminadas pela fé que professamos, pela luz do Santo Evangelho de Cristo e, nesse processo, vamos progredindo, amadurecendo, partilhando, ensinando e aprendendo. Não podemos perder de vista que o processo de aprender é sempre um grande desafio, em qualquer tempo, em qualquer idade. Formar não é colocar todos em uma forma, tudo igual; nossa Igreja Católica testemunha isso, pois ela sempre se preocupou com a formação de seu povo, mas sempre mencionou “unidade na diversidade”, por isso, acolhe uma diversidade de

Lucília Alves Cunha Mestre em Ciências da Religião Membro do Grupo de Apoio do GEN e GER C/O ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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EVANGELHO

EVANGELISTA

MARCOS

Marcos não chegou a ser discípulo de Jesus, mas, segundo narrações tradicionais, em sua juventude teria ouvido falar ou, até mesmo, conhecido Jesus Cristo pessoalmente.

Na Igreja Católica, o ciclo litúrgico anual se divide em três momentos: ciclos A, B e C.

Alguns autores, principalmente na tradição da Igreja ortodoxa, afirmam que Marcos seria aquele rapaz, filho da viúva Maria, que coberto somente com um lençol, seguia Jesus depois da sua prisão no Jardim das Oliveiras (Mc 14,51-52).

Assim, temos como método catequético que as leituras bíblicas, proclamadas na Liturgia Dominical, voltassem a ser lidas, novamente, após três anos.

Maria, a viúva mãe de Marcos, era a dona da casa onde Jesus se reuniu com seus discípulos para a celebração da Páscoa, na quinta-feira antes da sua paixão, morte e ressurreição.

Ciclo A. Lemos o Evangelho de Mateus; Ciclo B. Lemos o Evangelho de Marcos; Ciclo C. Lemos o Evangelho de Lucas. O Evangelho de João é reservado para ocasiões especiais, principalmente festas e solenidades.

Ali, também segundo tradição, Jesus teria ido, após sua ressurreição, quando o Espírito Santo pousou sobre os Apóstolos na Solenidade de Pentecostes dando, assim, início ao grande processo de evangelização da Igreja de Cristo nos primeiros séculos do Cristianismo.

No ano de 2021, estamos no ciclo B, cujos textos do Evangelho são do Evangelista Marcos, figura bastante enigmática na literatura religiosa, é venerado como Santo em várias igrejas cristãs, entre elas a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa e a Igreja Copta, que é de origem grega, que considera Marcos como patriarca e primeiro Bispo de Alexandria.

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Marcos, jovem de família judaica nobre, era da linhagem da tribo sacerdotal. Os descendentes dessa família eram responsáveis pela administração e ordem do templo em Jerusalém, função designada a um dos filhos de Jacó, Levi. Portanto, Marcos é de descendência levítica, primo de

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de Roma, de deixar-lhes um documento escrito que contivesse tudo o que ouviram da doutrina, dos milagres e da morte de Jesus, São Marcos escreveu o Evangelho que recebeu seu nome, com a finalidade precisa de responder à pergunta: “Quem é Jesus?”. Depois de ter passado alguns anos em Roma, São Marcos foi enviado pelo próprio Pedro para evangelizar Aquiléia, uma cidade romana de considerável tamanho no norte da Itália, com grande potencial econômico e comercial. Por isso, ali se encontravam pessoas de várias regiões como, por exemplo, Grécia, Síria, Egito, Judeus e Celtas, onde ele conseguiu formar uma forte comunidade Cristã. Em seguida, foi enviado para evangelizar o Egito. Marcos desembarcou, a princípio, em Cirene, na Pentápolis, esteve na Líbia e em Tebaida e, finalmente, chegou em Alexandria, onde fixou residência permanecendo por 19 anos. Depois de várias perseguições e dois anos ausente da cidade, ao retornar, foi perseguido pelos pagãos que estavam ressentidos com a propagação da religião Cristã. Ao prendê-lo, colocaram uma corda em seu pescoço e o arrastaram pelas ruas da cidade por dois dias, até sua morte, segundo tradição. Em 828 dC., relíquias que se acredita serem de São Marcos foram roubadas em Alexandria por dois mercantes venezianos e levadas para Veneza, para serem colocadas em um edifício construído para guardar as relíquias do Santo Evangelista. Do evangelista Marcos podemos fazer a seguinte observação: ele apenas relata a prática ou atividade de Jesus, fazendo compreender que Jesus é o Messias, o filho de Deus. Marcos deixa claro que sua obra não é completa e que o leitor, através de sua própria vida, torna-se discípulo de Jesus.

Barnabé (Col 4,10), família de tradição religiosa Cristã, como encontramos narrado em At 12,12-17. Como Marcos era de origem judaica, ele recebeu dois nomes, um hebreu (João) e outro romano-grego (Marcos). Isso era muito comum entre os hebreus e por essa razão, algumas vezes, encontramos o seu nome citado nas escrituras como João Marcos. Marcos foi companheiro de evangelização de Paulo, tendo-o conhecido em Jerusalém, com o qual foi a Chipre e, depois, a Roma. No ano 66, São Paulo escreveu a Timóteo, da prisão romana: “Procure Marcos e traga-o com você, porque ele pode ajudar-me no ministério” (2Tm 4,11). Com o martírio de Paulo na capital do império, Marcos se coloca a serviço do Apóstolo Pedro, acompanhando-o em sua missão, tornando-se assim um verdadeiro discípulo daquele a quem Jesus tinha designado como responsável pela obra evangelizadora da Igreja nos primeiros séculos. Era uma espécie de escrivão de Pedro, deixando documentado tudo aquilo que Pedro dizia sobre o Mestre Jesus. Por isso, o Evangelho de Marcos tem como característica o anúncio querigmático, porque ele não escreve aquilo que ouviu de Jesus, mas sim tudo aquilo que o seu mestre Pedro dizia a respeito de Jesus, o anúncio do querigma. Pedro citou várias vezes o nome de Marcos. Na sua primeira carta, por exemplo, lemos: ”A comunidade que vive em Babilônia (era muito comum entre os discípulos da Igreja dos primeiros séculos denominar Roma como Babilônia), escolhida como vocês, manda saudações. Marcos, meu filho, também” (1Pd 5,13). E ainda, nos Atos dos Apóstolos, após a libertação “milagrosa” de Pedro da prisão: “Pedro então refletiu e foi para a casa de Maria, mãe de João, também chamado de Marcos, onde muitos se haviam reunido para rezar” (At 12,12). Por um determinado período, Pedro teve que se ausentar de Roma e, então, entregou a vigilância da jovem Igreja a seu discípulo Marcos. Atendendo aos pedidos dos primeiros cristãos

Pe. JOSÉ ROBERTO FERRARI ASSESSOR ECLESIÁSTICO NACIONAL DO MCC ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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CARTA AO MCC

CARTA AO MCC • 261ª “Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava (At 2,1-4).

Caríssimos irmãos e irmãs, leitores (as), estejam com todos vocês os sete dons do Espírito Santo!

cios das primeiras comunidades cristãs. Ainda que tivessem sido testemunhas da ressurreição de Jesus, os Apóstolos e discípulos tinham medo. Estavam muito mais impressionados com a crucificação do Mestre do que com sua Ressurreição. Continuavam reclusos, pois lá fora espreitavam-nos aqueles que estavam determinados a impedi-los de insistir em anunciar aquele Reino que poderia ameaçar o Império Romano. Então, no Dia de Pentecostes, realiza-se a promessa que Jesus lhes havia feito de enviar o seu Espírito. Assim, ganhava impulso a Igreja que Cristo edificaria a partir de Pedro e que chegaria até os confins da terra.

Introdução. Chegamos ao mês de maio. Mês muito rico em celebrações litúrgicas que facilitam o fortalecimento de nossa fé, ajudando-nos na prática da vida cristã e no exercício da nossa vida de seguidores de Jesus. Diante de tantas oportunidades, convido meus caros leitores e leitoras para que nos detenhamos numa breve reflexão sobre que sentido tem hoje a celebração da descida do Espírito Santo. Pentecostes. Pela leitura dos Atos dos Apóstolos, podemos imaginar como foram difíceis e cheios de percalços os iní-

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Novo Pentecostes. E hoje? Passados mais de vinte séculos, não estaríamos

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nós, os seguidores de Jesus, na mesma situação dos Apóstolos? Temos urgente necessidade de escutar de Jesus aquele: “Não tenhais medo. Sou eu”. Precisamos nos abrir a um “novo Pentecostes”, isto é, a receber a efusão do Espírito Santo para “sair”, para anunciar a Boa Notícia. Para isso, nos convoca e encoraja nosso papa Francisco, mostrando que devemos viver uma “Igreja em saída”. A esse respeito, assim se expressa ele na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: “Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de «saída», que Deus quer provocar nos que creem. Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova terra (cf. Gn 12,1-3). Moisés ouviu a chamada de Deus: ‘‘Vai; Eu te envio’’ (Ex 3,10), e fez sair o povo para a terra prometida (cf. Ex 3,17). A Jeremias disse: ‘‘Irás aonde Eu te enviar’’ (Jr 1,7). Naquele ‘‘ide’’ de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova ‘‘saída’’ missionária. Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (EG 20). Igreja em saída e Movimentos. Não nos esqueçamos de como são desafiadores os tempos em que estamos vivendo. Estamos acostumados a viver “épocas de mudanças” cada vez mais frequentes. Mas, o

que estamos vivendo agora é uma “mudança de época”, cujos contornos mais nítidos e profundos pedem um posicionamento mais radical. É tempo de saída, tempo de testemunho pessoal e comunitário. Os Movimentos Eclesiais não podem transformar-se em “guetos”, cujos integrantes não saem de sua zona de necessidade de evangelizar o homem e a mulher contemporâneos. Devemos, pois, sentir-nos privilegiados por ser agentes dessa transição e procurar deixar-nos interpelar pela presença do Espírito Santo que nos conferiu seus dons, através do batismo e da confirmação. Sugestões para reflexão pessoal ou em grupo. Você já ouviu falar nos sete dons do Espírito Santo: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus? Então, procure saber qual o significado de cada um deles e busque colocá-los em prática na sua vida familiar, profissional, social. E, sobretudo neste tempo de Pentecostes, peça, insistentemente, a Deus a coragem de testemunhá-los. Na certeza de que caminhamos juntos na construção do Reino, sob o impulso do Espírito Santo, despeço-me fraternalmente.

Pe. José Gilberto Beraldo

Todas as Cartas Mensais escritas pelo Pe. Beraldo podem ser encontradas no site do MCC, através do seguinte link: www.cursilho.org.br/index.php/cartas-mensais

Equipe Sacerdotal do Grupo Executivo Nacional

 jberaldo79@gmail.com

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PENTECOSTES

PENTECOSTES

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rito Santo dando vida nova aos Apóstolos. Este é o primeiro momento de Pentecostes, o primeiro sopro divino, que vai gerar a graça na vida dos discípulos, na presença do Ressuscitado. Este primeiro momento de Pentecostes é na intimidade da Igreja, Cristo o confere para os seus discípulos, para que a Igreja seja o seu Corpo Místico, vivificada e conduzida pelo Espírito Santo.

A Festa de Pentecostes é uma das mais importantes comemorações da Igreja Católica. Ela ocorre 50 dias após a Páscoa e, neste ano, será celebrada no dia 23 de maio. Mas, exatamente, qual o mistério que celebramos em Pentecostes?

O segundo momento de Pentecostes é a manifestação plena e pública do Espírito Santo, que se deu na Festa de Pentecostes judaica, 50 dias após a Páscoa. Para os judeus, era a Festa de SHAVUOT, ou a Festa da Aliança, recordando Deus dando as tábuas da Lei para Moisés no monte Sinai, para que o povo vivesse segundo esta aliança. Foi nesta Festa que Jesus cumpriu sua promessa. Jesus havia dito aos discípulos: “é necessário que eu parta para que o Paráclito (Espírito Santo) venha” (Jo 16, 7). Paráclito é traduzido como Advogado, ou seja, o que está perto de alguém para defendê-lo, para guiá-lo. O Espírito Santo tem essa missão junto aos discípulos de Jesus.

Deus Pai, por seu Filho Jesus, envia o Espírito Santo, fazendo de Pentecostes o nascimento da Igreja militante, o sopro do Espírito Santo que desce sobre Maria e os Discípulos, reunidos no cenáculo em Jerusalém. Com Pentecostes, os discípulos assumem, plenamente, a missão de anunciar o Evangelho, ser profeta com testemunho e ardor, buscando a conversão e a vida nova em Cristo. Da mesma forma, nós somos chamados para a mesma missão.

Se, na Páscoa, Deus Filho morre em nosso lugar, para nos libertar do mal, do pecado e da morte, fazendo do Mistério Pascal a Nova e Eterna Aliança, em Pentecostes, Deus Pai confirma que a vida de Jesus abre para a humanidade esta nova aliança de esperança e salvação. Deus Pai resgata a humanidade no Sangue de Deus Filho. Em sua Ressurreição, abre-nos à vida eterna e nos envia o Espírito Santo para nos conservar no Caminho que conduz à Verdade e à Vida.

Após sua ressurreição, Jesus Cristo, glorioso, ficou 40 dias com seus discípulos completando os ensinamentos, até sua Ascensão aos Céus. Na Ascensão, Jesus eleva nossa humanidade à presença de Deus Pai. Mas, no desejo de nos conduzir, sustentar e vivificar sua Igreja, Jesus promete o envio do Espírito Santo. Toda Palavra de Cristo é cumprida e, após 10 dias da sua Ascensão, a ação da Santíssima Trindade se faz presente e atuante no Cenáculo Santo (At 2,1-11).

Ao receberem o Espírito Santo, os discípulos receberam seus Dons (Conselho, Entendimento, Fortaleza, Sabedoria, Piedade, Ciência e Temor a Deus) e se dão conta que deveriam se colocar em movimento, sair e evangelizar. O barulho do vento forte mostra que, na ventania, a realidade sempre muda. Nas línguas de fogo, recordamos que o fogo aquece, ilumina, encoraja, mas também queima tudo o que não serve, todo o “lixo” que, muitas vezes, carregamos conosco: nossos peca-

É verdade que Pentecostes se dá em dois momentos significativos. Não dois Pentecostes, mas dois momentos do mesmo Pentecostes. Em João 20, 19-23, os Discípulos estavam reunidos de portas fechadas, ainda não tinham consciência da missão, de que deveriam sair e se colocar a serviço. Jesus soprou sobre eles o Espírito Santo, como o sopro de Deus nas narinas de Adão (Gênesis 2,7), que lhe concedeu a vida, Jesus sopra o Espí-

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O subsídio para nossas AR’s, este ano, traz como dimensão: Profetas rumo ao Jubileu. O texto nos recorda que somos todos irmãos e Deus nos chama para uma missão; uma missão que tem exigências e compromissos. Às vezes, fazemos como o Profeta Jonas... diante da palavra do Senhor, que nos envia as novas Nínives, nós fugimos. O que Deus espera de cada um de nós? Quem e onde é essa “Nínive” em nossa vida? Por que você não quer ir? Você se esquece que entrar num barco de fuga não salvou Jonas, que ele teve que enfrentar as ondas da tempestade?

dos, nossas mágoas, rancores. O Espírito Santo vem purificar, fortalecer e conduzir a missão confiada aos apóstolos, aos discípulos e a todos nós. Pelo batismo, fazemos parte do Corpo Místico de Cristo e é o Espírito Santo que gera em nós esta vida missionária. São Paulo nos exorta a viver esta missão em 1 Cor 12, 3-13. Somos Igreja e o Espírito Santo nos conduz à missão. Da mesma forma, acontece conosco todo ano. Na noite da Vigília Pascal, renovamos nosso batismo, guiados pela luz do Círio Pascal e pela Renovação das nossas promessas batismais. Assim como o Ressuscitado permaneceu com os discípulos, no tempo pascal contemplamos, a cada missa, as aparições e palavras do Cristo Ressuscitado entre nós. Caminhamos com Jesus na vida nova para renovarmos, em Pentecostes, a presença do Espírito Santo em nós. Tudo é dom e graça do amor do Pai, através de Jesus, na ação do Espírito Santo. Mas, devemos nos perguntar: O que estamos fazendo com esses Dons?

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O Espírito Santo, o fogo ardente, o inspirador, distribui seus dons a cada um, segundo a Providência e Sabedoria Divinas. Não devemos ter medo, mas nos deixar guiar por seu sopro divino. Sobretudo, nesse tempo de pandemia, reflitamos sobre nossa vida, nossa missão: estamos sendo Profetas, anunciando a Boa Nova com dinamismo, criatividade, ardor missionário e misericórdia? Ou usamos a desculpa da pandemia

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para ficar no comodismo, parados, anestesiados e conformados? Estamos usando este tempo difícil que a humanidade sofre como “barco” de fuga, deixando de testemunhar o Cristo Ressuscitado? É importante recordar que Jesus enviou seus discípulos para enfrentar as dificuldades do seu tempo. Cristo não nos abandona. Ele continua nos alimentando com seu Corpo Eucarístico, com sua Divina Palavra de Salvação e com o sopro de vida no Espírito Santo.

CARISMA, ANUNCIANDO, COMO PROFETAS, O QUERIGMA, A SALVAÇÃO! Não se trata de correr riscos desnecessários quanto à saúde ou se expor sem prudência e consciência. Mas, onde o Senhor nos colocar, usando de todas as ferramentas possíveis, é continuar sendo sal, fermento e luz em nossos ambientes; sendo verdadeiros Profetas anunciadores, com alegria e entusiasmo, alicerçados em nosso tripé: a oração, o estudo e a ação.

TODOS NÓS, CURSILHISTAS, DEVEMOS VIVER UM PERMANENTE PENTECOSTES,

Sejamos misericordiosos como o Pai, rumo ao Jubileu, onde todos somos irmãos, criados à imagem e semelhança de Deus, impulsionadores do seu Reino, no amor a Cristo e na vivência nos dada pelo Espírito Santo!

CONFIANDO NO ESPÍRITO SANTO QUE ESTÁ CONOSCO, COMO HOMENS E MULHERES RENOVADOS E FORTALECIDOS, ARREGA-

Decolores!

ÇANDO AS MANGAS E MOSTRANDO AO MUNDO O CRISTO QUE VIVE E HABITA EM NÓS, COMO TESTEMUNHAS DA VIDA, COM

Roberto Leandro Alves

ARDOR MISSIONÁRIO, LEVANDO O NOSSO

2º Secretário do GEN

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MENSAGEM CNBB

MENSAGEM DA 58ª ASSEMBLEIA GERAL DA CNBB AO POVO BRASILEIRO Esperamos novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça. (2Pd 3,13)

do Evangelho. Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada. Louvamos o testemunho de nossas comunidades na incansável e anônima busca por amenizar as consequências da pandemia. Muitos irmãos e irmãs, bispos, padres, diáconos, religiosos, religiosas, cristãos leigos e leigas, movidos pelo autêntico espírito cristão, expõem suas vidas no socorro aos mais vulneráveis. Com o Papa Francisco, afirmamos que “são inseparáveis a oração a Deus e a solidariedade com os pobres e os enfermos”. As iniciativas comunitárias de partilha e solidariedade devem ser sempre mais incentivadas. É Tempo de Cuidar! Somos pastores e nossa missão é cuidar. Nosso coração sofre com a restrita participação do Povo de Deus nos templos. Contudo, a sacralidade da vida humana exige de nós sensatez e responsabilidade. Por isso, nesse momento, precisamos continuar a observar as medidas sanitárias que dizem respeito às celebrações presenciais. Reconhecemos agradecidos que nossas famílias têm sido espaço privilegiado da vivência da fé e da solidariedade. Elas têm encontrado nas iniciativas de nossas comunidades, através de subsídios e celebrações online, a possibilidade de vivenciarem intensamente a Igreja doméstica. Unidos na oração e no cuidado pela vida, superaremos esse momento. Na sociedade civil, os três poderes da República têm, cada um na sua especificidade, a missão de conduzir o Brasil nos ditames da Constituição

Movidos pela esperança que brota do Evangelho, nós, Bispos do Brasil, reunidos, de modo online, na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, de 12 a 16 de abril de 2021, neste grave momento, dirigimos nossa mensagem ao povo brasileiro. Expressamos a nossa oração e a nossa solidariedade aos enfermos, às famílias que perderam seus entes queridos e a todos os que mais sofrem as consequências da Covid-19. Na certeza da Ressurreição, trazemos em nossas preces, particularmente, os falecidos. Ao mesmo tempo, manifestamos a nossa profunda gratidão aos profissionais de saúde e a todas as pessoas que têm doado a sua vida em favor dos doentes, prestado serviços essenciais e contribuído para enfrentar a pandemia. O Brasil experimenta o aprofundamento de uma grave crise sanitária, econômica, ética, social e política, intensificada pela pandemia, que nos desafia, expondo a desigualdade estrutural enraizada na sociedade brasileira. Embora todos sofram com a pandemia, suas consequências são mais devastadoras na vida dos pobres e fragilizados. Essa realidade de sofrimento deve encontrar eco no coração dos discípulos de Cristo. Tudo o que promove ou ameaça a vida diz respeito à nossa missão de cristãos. Sempre que assumimos posicionamentos em questões sociais, econômicas e políticas, nós o fazemos por exigência ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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Federal, que preconiza a saúde como “direito de todos e dever do Estado”4. Isso exige competência e lucidez. São inaceitáveis discursos e atitudes que negam a realidade da pandemia, desprezam as medidas sanitárias e ameaçam o Estado Democrático de Direito. É necessária atenção à ciência, incentivar o uso de máscara, o distanciamento social e garantir a vacinação para todos, o mais breve possível. O auxílio emergencial, digno e pelo tempo que for necessário, é imprescindível para salvar vidas e dinamizar a economia5, com especial atenção aos pobres e desempregados. É preciso assegurar maiores investimentos em saúde pública e a devida assistência aos enfermos, preservando e fortalecendo o Sistema Único de Saúde - SUS. São inadmissíveis as tentativas sistemáticas de desmonte da estrutura de proteção social no país. Rejeitamos energicamente qualquer iniciativa que intente desobrigar os governantes da aplicação do mínimo constitucional do orçamento na saúde e na educação. A educação, fragilizada há anos pela ausência de um eficiente projeto educativo nacional, sofre ainda mais no contexto da pandemia, com sérias consequências para o futuro do país. Além de eficazes políticas públicas de Estado, é fundamental o engajamento no Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco6. Preocupa-nos também o grave problema das múltiplas formas de violência disseminada na sociedade, favorecida pelo fácil acesso às armas. A desinformação e o discurso de ódio, principalmente nas redes sociais, geram uma agressividade sem limites. Constatamos, com pesar, o uso da

religião como instrumento de disputa política, justificando a violência e gerando confusão entres os fiéis e na sociedade. Merece atenção constante o cuidado com a casa comum, submetida à lógica voraz da “exploração e degradação”7. É urgente compreender que um bioma preservado cumpre sua função produtiva de manutenção e geração da vida no planeta, respeitando-se o justo equilíbrio entre produção e preservação. A desertificação da terra nasce da desertificação do coração humano. Acreditamos que “a liberdade humana é capaz de limitar a técnica, orientá-la e colocá-la ao serviço de outro tipo de progresso, mais saudável, mais humano, mais social, mais integral”8. É cada vez mais necessário superar a desigualdade social no país. Para tanto, devemos promover a melhor política9, que não se submete aos interesses econômicos, e seja pautada pela fraternidade e pela amizade social, que implica não só a aproximação entre grupos sociais distantes, mas também a busca de um renovado encontro com os setores mais pobres e vulneráveis10. Fazemos um forte apelo à unidade da sociedade civil, Igrejas, entidades, movimentos sociais e todas as pessoas de boa vontade, em torno do Pacto pela Vida e pelo Brasil. Assumamos, com renovado compromisso, iniciativas concretas para a promoção da solidariedade e da partilha. A travessia rumo a um novo tempo é desafiadora, contudo, temos a oportunidade privilegiada de reconstrução da sociedade brasileira sobre os alicerces da justiça e da paz, trilhando o caminho da fraternidade e do diálogo. Como nos animou o Papa Francisco: “o anúncio Pascal é um anúncio que renova a esperança nos nossos corações: não podemos dar-nos por vencidos!”11 Com a fé em Cristo Ressuscitado, fonte de nossa esperança, invocamos a benção de Deus sobre o povo brasileiro, pela intercessão de São José e de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

Aponte a câmera de seu celular para o QR-Code ao lado e acesse a mensagem do Papa Francisco à CNBB por ocasião da 58ª Assembleia Geral da CNBB

Brasília, 16 de abril de 2021.

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FALA JOVEM

Olá, queridos leitores. Estamos, mais uma vez, juntos nessas páginas para acompanharmos um pouco do que a juventude cursilhista vem realizando. O nosso intuito, no momento, é trazer alguns dos momentos nos quais os jovens vêm evangelizando, nas redes sociais, nesse tempo de pandemia e, assim, sendo sal, fermento e luz em todos os ambientes, mesmo através da tela de um celular. Então, vamos lá fazer um tour pelo Brasil.

GINCOLORES A Gincolores é uma gincana virtual católica, onde duas dioceses participam por edição, a qual contém provas de conhecimento sobre a Bíblia, Igreja, MCC e, também, sobre as dioceses participantes. Além disso, há a prova de caridade, ou seja, uma AÇÃO SOLIDÁRIA, com arrecadação de donativos (alimentos, roupas, calçados, produtos de higiene e limpeza), que são entregues a instituições beneficentes e pastorais da caridade, e até doação de sangue. Na gincana, já participaram oito estados do Brasil, com as Dioceses do PR, SC, SP, RS, MS, MG, CE e BA, inclusive houve uma participação especial, internacional, direto da Sicília, na Itália. Com toda mobilização foram arrecadadas mais de 20 toneladas de alimentos e 35 mil peças de roupas, calçados e cobertores, somando, assim, um total de mais de 50 toneladas de donativos. Assim sendo, a Gincolores tem por objetivo, além de promover a integração entre as Dioceses de todo o Brasil, mobilizar os Cursilhistas e Membros, nesse momento de pandemia, a realizarem ações de solidariedade com o próximo. As ideias surgiram a partir de um membro da Diocese de Foz do Iguaçu, o Lucas Ghellere, junto com o departamento de ideias malucas.

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FOLCLORE FESTIVAL Em continuidade às ideias malucas, o mesmo Lucas Ghellere teve a ideia de fazer um festival de músicas católicas (Folclore Festival), no qual reuniram mais de vinte folclores/dioceses do Brasil, representando os estados CE, MG, PA, PR, RS, SC, SP e TO, todos louvando a Deus e nossa Mãe Maria e levando a fé e a esperança de dias melhores, através de lindas canções. Desse modo, esse evento se tornou o maior festival de músicas católicas do Movimento de Cursilhos de Cristandade no Brasil.


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GED Jaboticabal promove ações quaresmais online O GED de Jaboticabal (SP) mobilizou as redes sociais durante a quaresma com o Desafio Quaresmal. Foram 40 dias com propostas que incentivavam a reflexão, oração, jejum e a esmola, pilares desse tempo, que a Igreja nos propõe. Ao longo da caminhada quaresmal, aconteceram outras ações como a novena de São José, Pai de Jesus, que foi realizada pelos setores, com fortes momentos de oração e as Sete Dores de Maria, onde sete mulheres, que se doam sempre no serviço da cozinha/retaguarda, gravaram um vídeo com as meditações da Maria Santíssima. As propostas surgiram a partir do desejo do coração e de uma junção de ideias entre o Representante Jovem Diocesano, Leonardo Rodrigues, o Representante Regional do GER Sul 1 - RP, Douglas Frizoni, e, também, com a ajuda toda especial da nossa Representante Jovem no GEN, Daiana Buzzo. Tínhamos o anseio e o dever de manter os grupos unidos e a chama da nossa fé acesa, nesse tempo tão difícil. E fizemos isso não só com os jovens, mas também com todo o Movimento Diocesano que, muitas vezes, têm dificuldades com a tecnologia, mas que participaram e apoiaram muito nossas iniciativas. Fortalecer os setores, incentivando-os com momentos oracionais e propostas de reflexões, faz com o GED se mantenha unido e forte diante de tantas dificuldades. Outros GEDs também participaram conosco desses momentos tão intensos durante o períoABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

do Quaresmal, além das pessoas de outras comunidades que, juntamente, se engajaram nessa bonita missão de buscar a Santidade, rumo à vitória da Páscoa. Que agora, vivos e plenos da graça do Cristo ressuscitado, que nos amou até a morte na cruz, possamos sempre ser guiados por sua luz e fazer com que ela seja irradiada. Sendo sempre sal da terra e luz do mundo. Cristo, esperança da alegria eterna, ressuscitou. Aleluia, aleluia, aleluia!!! Decolores, viva a vida! Leonardo Rodrigues Representante Jovem do GED de Jaboticabal

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Terço Mariano realizado pelo GED Belém. O Terço Mariano, rezado todas as noites, às 20h, no Instagram do GED Belém, surgiu através da ideia do coordenador do Núcleo Jovem do GED Belém, Renan Silva, de manter em atividade as ações do núcleo, suspensas por conta da pandemia. A princípio, a ideia era de a coordenação direcionar a atividade, mas o coordenador teve a ideia de um jovem evangelizar outro jovem, escolhendo de forma aleatória os membros do núcleo jovem a participar, direcionando o Santo Terço. Hoje, os jovens têm participado cada vez mais e a ideia se expandiu para outros GEDs, de modo a fazer unidade conosco.

DESAFIO QUARESMAL Olá, irmãos cursilhistas! Meu nome é Letícia Junqueira e participo do Movimento de Cursilhos da Diocese de Franca (SP). Desde o ano passado, o isolamento imposto pela pandemia nos fez pensar em formas de diminuir a distância entre nossos irmãos em Cristo. Surgiu, então, através das redes sociais, a página do Cursilho Franca. Neste ano, tivemos, novamente, que viver o momento mais importante da nossa Igreja longe uns dos outros, na “comunidade do povo de Deus”. Perante essa situação, criamos o Desafio Quaresmal, a fim de estimular a vivência mais próxima da Quaresma e não correr o risco de perder o foco, pela impossibilidade de estarmos reunidos com a comunidade. O Desafio foi uma forma de nos manter unidos e vivenciar esse momento mais próximos de Cristo, com pequenos desafios diários e fáceis de serem cumpridos. Nossa ideia foi diminuir o distanciamento da Igreja, viver verdadeiramente a Quaresma e

estimular as pessoas a entenderem que esse período não se resume a quarenta dias de abstinência, afinal, é nos pequenos detalhes que chegamos mais próximo de Deus! Saudações Decolores! ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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PRIMEIRA ESCOLA VIVENCIAL DO GED NOS ÚLTIMOS cinco ANOS Em meio à pandemia, tudo se tornou novo e precisamos nos adaptar a novos métodos de encontros para manter vivas as nossas Escolas Vivenciais! E, aqui, no GED de Vitória da Conquista (BA), pertencente ao GER Nordeste 3-2, não foi diferente! O movimento jovem estava adormecido a algum tempo, mas, após a nossa participação

na GinColores, surgiu a oportunidade e o desejo em nossos corações de reaproximar a juventude cursilhista de forma remota! Contamos com o apoio e acolhimento da nossa Representante Jovem Nacional Daiana Buzzo, que trouxe para nós uma linda reflexão sobre Os Desafios do Mundo de hoje, para o Jovem Cursilhista, marcando a nossa primeira reunião no ano de 2021! Foi nítido nos olhos de cada um dos jovens, naquela sala virtual, a sede de receber algo mais, ouvidos atentos, olhos vibrantes, a cada palavra, e, por fim, lágrimas rolaram! O sentimento de esperança de dias melhores e a certeza de que estamos juntos, ainda que afastados pela pandemia, se fortaleceram e nos impulsionaram a trabalhar, ainda mais, para que as próximas reuniões sejam ainda melhores! Avante, Juventude! Firmes no propósito de estarmos em Permanente Estado de Missão! DeColores, Viva a Vida! Abraço Fraterno. Bárbara Moura Representante Jovem Diocesana, GED Vitória da Conquista!

Av. Floriano Peixoto, 735 – Uberlândia (MG) | (34) 3235-4050 Av. Getúlio Vargas, 801 - Uberlândia, MG | (34) 3236-2300 adairurocenter@globo.com

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SÃO JOSÉ

Patrono Universal da Igreja

Com a Carta Apostólica Patris Corde – com Coração de Pai, o Santo Padre, o Papa Francisco, por ocasião do 150º Aniversário da Declaração de São José como Padroeiro Universal da Igreja, proclama, de 08 de dezembro de 2020 a 08 de dezembro de 2021, o ANO JUBILAR DE SÃO JOSÉ. As reflexões da Carta retomam, com muita clareza e espiritualidade, as mensagens contidas nos Santos Evangelhos, para ressaltar, ainda mais, seu papel na história da Salvação, assim como na realidade de vida e missão desse grande santo Este Ano Jubilar nos leva a retomar nossa consciência e, acima de tudo, nosso conhecimento de que esse humilde carpinteiro, esposo de Maria, sendo um homem justo, como nos ensina o Evangelista Mateus (Mt 1,19), esteve sempre pronto a cumprir a vontade de Deus. Assumiu Maria e toda sua vida, principalmente o papel de Pai de Jesus, o vendo nascer em um estábulo e sendo, também, testemunha da admiração e alegria dos pastores e dos Magos que representavam o povo de Israel e os povos pagãos. Todos e cada um de nós, membros da Igreja de Cristo, chamados à missão e ao testemunho da fé e do amor, devemos olhar para a vida e missão de José, o homem que passa despercebido e discreto em toda sua vida, com um coração imenso e justo, e tê-lo como um grande exemplo e intercessor, um aparo e um guia nos momentos de dificuldades que encontramos no caminhar da vida, junto a nossos irmãos e irmãs. O Santo Padre destaca, na Carta Apostólica, características de São José as quais somos chamados a nos identificar e a percebê-las em nosso cotidiano e no agir de nossas vidas, pois não podemos nos esquecer que a vida e a história dos Santos e Santas nada mais são do que certezas de que, pelo Batismo, também somos chamados à Santidade, a vivermos como testemunhas do Cristo e Senhor. Essas características nos fazem olhar para nossas vidas ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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e vermos muitos José ou, ainda, como sermos, também, um José para o mundo e para nossos irmãos e irmãs.

Diante de tantas virtudes, de tantos exemplos e ensinamentos, este Ano Jubilar de São José nos convida a olhar para nossas vidas de cristãos católicos assumindo sua missão não só nas palavras, mas na vida e no testemunho diário, mantendo sempre a fé, o amor, a esperança, a confiança e a obediência a Deus e a sua vontade, que não é outra coisa senão o bem para nossa vida.

Um Amado Pai: a grandeza deste grande santo consiste em ter sido um esposo fiel e presente e um pai que levou sua missão com amor e responsabilidade. Verdadeiros valores que, igualmente, podemos assumir em nossas vidas e ensinar às pessoas. Um Pai na Ternura: Jesus vê a ternura de Deus em José. Isso foi passado para Jesus, na coragem e no comprometimento com sua missão. José, em sua angústia, como pai nos ensina, com ternura, a ter fé em Deus, a confiar sempre, mesmo nos momentos de fragilidades e fraquezas. José, um Pai na Obediência: com sua vida e exemplo, diante de tudo que viveu, desde o sim dado a Deus, José ensina Jesus e a todos nós a sermos obedientes à vontade do Pai, em todos os momentos e em todas as circunstâncias. Como Pai e Mestre, José ensina, com sua vida, a abrirmos o coração para Deus e a confiar nos seus propósitos.

São José, Padroeiro Universal da Igreja, nos ensina, com sua vida e missão, a não só fazer parte da Igreja, bem como ser Igreja no mundo. Nos mostrando a possibilidade de vencer nossas dúvidas, incertezas e dificuldades, abrindo nosso coração à vontade de Deus e tendo a certeza de que Ele é a força e sentido de nossas vidas. Com humildade constante, José nos ensina que não precisamos gritar aos quatro cantos do mundo que temos fé, que confiamos em Deus! Só é preciso viver a fé, a confiança e o amor a Deus e ao próximo. São José nos faz olhar para nós mesmos, para nossas ações e acreditar que somos capazes de fazer a vontade de Deus e, apesar das provações da vida, chegar à verdadeira felicidade. São José, interceda sempre junto a Deus pela Igreja e por cada um de nós!

Pe. Wagner Luis Gomes Vice-Assessor Eclesiástico Nacional

Aponte a câmera de seu celular para o QR-Code ao lado e acesse na integra a Carta Apostólica Patris Corde.

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MEMÓRIA

OS CURSILHOS SE RENOVAM Saudações De Colores! Na edição anterior da Revista Alavanca foi apresentado um texto extraído do livro em epígrafe, tendo como base o III Encontro LatinoAmericano ocorrido em Caracas, Venezuela, em 1972. Nele, foram elencados os postulados essenciais relativos ao MCC. Desta vez, focando o primeiro tempo, o Pré-cursilho ressalta que é preferentemente um tempo ‘comunitário de seleção’, tendo em vista o Pós-cursilho, que ‘estuda os ambientes’, deixando claro que o MCC está comprometido no processo de evangelização e tem por objetivo comprometer os outros que estão no mundo. Enfatiza que o Cursilho exige o Pré-cursilho e não tem razão de ser sem o Pós-cursilho. “Por isso cremos que se deva analisar separadamente os postulados essenciais dos três tempos. E, parece-nos que os principais sejam os seguintes: a) Sobre o Pré-cursilho - “seleciona em função dos planos pastorais diocesanos; da necessidade de mudança de estrutura”; “faz uma preparação ambiental”; “escolhe os indivíduos vértebras: com personalidade, maturidade humana (capacidade de captar, viver e comprometer-se com os sinais dos tempos)”; “sensibilidade social (agentes decisivos da mudança), que sejam capazes (aptidão) e vá despertando neles a necessidade (atitude) de viver na comunidade e para a comunidade, a fim de que procurem ser melhores como seres humanos e como cristãos (atitude em face do Evangelho)”. Com base nessa proposta, o autor do livro faz menção aos candidatos escolhidos pelo apresentante. Pede a devida atenção ao perfil dos escolhidos: ”Que os candidatos aos cursilhos de cristandade sejam, ao menos em potência, líderes, locomotivas, capazes de ser fermento de evangelho em seus ambientes”. E continua, no parágrafo seABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

guinte: “Que os candidatos aos cursilhos de cristandade tenham maturidade suficiente para captar a mensagem evangélica e comprometer-se”. E finaliza: “Que os candidatos ao cursilho de cristandade tenham aptidão e atitude para viver em comunidade e para a comunidade”. b) Sobre o Cursilho, enfatiza que é a proclamação comunitária do Querigma, isto é: “dar testemunho do que se diz com a vivência do fundamental cristão (experiência salvífica pessoal e comunitária do mistério pascal), ajudando a descobrir e realizar a vocação pessoal, para vivê-la na comunidade e para a comunidade (eclesial humana), pelo canal do Pós-cursilho (amplamente entendido), com a vontade decidida de transformar, a partir da fé, toda a vida pessoal e comunitária.” Com base nessa prerrogativa, de ser Cursilho, se fundamentam, também, três pontos essenciais, com referência ao responsável que serve nos Cursilhos e o cursilhista que passa pela experiência. “O Cursilho de Cristandade deve ser a proclamação querigmática da mensagem de Cristo, visando a vivência do Mistério Pascal.” E continua: “O Cursilho de Cristandade deve ajudar os assistentes a descobrirem sua vocação pessoal para realizá-la na comunidade e para a comunidade (humana e eclesial). O objetivo do Cursilho é apresentar a mensagem evangélica com um tríplice testemunho de: Doutrina, Vida e Convivência com o próprio ambiente”. E fecha, destacando “Que os dirigentes (responsáveis) dos Cursilhos de Cristandade, sacerdotes e leigos, devem ser sinais autênticos da Igreja-comunidade”. c) Sobre o Pós-cursilho, deixa claro que os métodos comunitários (núcleos, ultreias etc.) “são destinados a melhorar e a impulsionar a conversão e a vivência cristã iniciada no Cursilho, para 30


independente do tempo que ele pertença à ‘comunidade cursilhista’. Fala o livro que “‘peregrinar com os irmãos até o Pai’ é necessário para que se inculcasse mais a ideia de progresso e que a ‘prática é para a vida’ e que ‘a perseverança específica, dentro das estruturas do Movimento, não esgota a autêntica vida comunitária do cristão que participou do Cursilho, nem as responsabilidades do próprio Movimento. Fala-se de encarnação e de abertura, com a nobre intenção de dilatar os horizontes, de forma que não possamos voltar atrás, mas sintamos ímpetos de correr num ritmo mais acelerado. A conversão, assim entendida, é uma progressiva transformação em Cristo”. O Pós-cursilho deve estar orientado de modo que os cursilhistas façam de sua vida uma convivência com os irmãos, na própria comunidade eclesial e no mundo, onde devem realizar sua missão específica como leigos. Gostaria de destacar que o livro enfatiza, amplamente, sobre a vida comunitária. Somente nesse trecho, a palavra comunidade aparece catorze vezes; a palavra convivência quatro vezes... e a vivência comunitária, quatro vezes. Convido os leitores a refletirem sobre essa proposta de vivência como ‘comunidade de amor’, procurando resgatar o exemplo das primeiras comunidades Cristãs, contida nos Atos dos Apóstolos, e que o mundo moderno tanto precisa. E para se viver essa experiência, é preciso: respeito, caridade, transparência e misericórdia, seguindo o legado deixado por Jesus Cristo. Na próxima edição serão abordadas as linhas gerais por onde deve caminhar o MCC.

fazer com que os grupos que nele se originarem, cheguem a ser fermento comunitário de Evangelho na comunidade eclesial e humana, e nas estruturas temporais”. E, a partir dele, se fundamentam outros quatro postulados essenciais: “O Pós-cursilho é para manter vivo no cursilhista o espírito de conversão cristã progressiva”. “O Pós-cursilho deve estar orientado de modo que os cursilhistas façam de sua vida uma convivência com os irmãos, na própria comunidade eclesial e no mundo, onde devem realizar sua missão específica como leigos”. “O Pós-cursilho tem que aumentar nos cursilhistas a consciência de que devem ser fermento de Evangelho nos ambientes”. “Os Cursilhos de Cristandade, embora não sejam uma associação, mas um Movimento, exigem uma organização que os oriente e que sirva aos cursilhistas para se inserirem na comunidade eclesial e para realizar um cristianismo vivo e operante”. Outro ponto que merece uma reflexão mais aprofundada é sobre a Perseverança. Essa palavra tem um significado vital na vida do cursilhista,

Corinto Luiz do Nascimento Arruda Vice-Coordenador do Grupo Executivo Nacional ABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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CARTA ABERTA AOS CRISTÃOS

CARTA ABERTA AOS CRISTÃOS SOMOS CHAMADOS A SER SAL, FERMENTO E LUZ NO MUNDO

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ós, cursilhistas, participantes da 38ª Assembleia Geral do Grupo Executivo Regional Nordeste 2, chamados pelo nosso carisma profético do Movimento de Cursilhos da Cristandade, sendo sal, fermento e luz, assumindo a opção preferencial pelos pobres e estarrecidos com a situação em que se encontra o nosso País, em virtude da Falta de uma política estratégica para combater a pandemia com mais de 300 mil vidas interrompidas pela COVID e cerca de milhares mortes diárias; A grande taxa de desemprego; O aumento considerável do número de pessoas em situação de rua; A fome que assola o país; A falta de um programa de renda complementar básica as famílias pobres; A as-

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sistência financeira aos pequenos negócios que estão sendo destruídos por falta de recursos. A lamentável imagem internacional do País, alvo diário de críticas. Relembramos o texto citado em uma carta enviada por Padre Beraldo aos cursilhistas: “Nós amamos, porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. E este é o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1Jo 4,19-21). E reforçando a exortação do Papa Francisco de que “precisamos de uma Igreja livre, simples,

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‘sempre em saída’”, denunciamos e anunciamos a nossa indignação à toda comunidade cristã e solicitamos urgentemente que seja estabelecido um plano efetivo de vacinação para todos e auxílio emergencial para os desempregados e empobrecidos, que lhes garanta o mínimo de dignidade. Qual é o chamado que recebemos ao participar do Cursilho? Que Cristo conta conosco. Ao respondermos sim a esse chamado, nos comprometemos a seguir os passos do Mestre que escolhemos e que nos chama a construirmos o Reino de Seu Pai, onde “haja vida e vida em abundância” (Jo 10,10)

Moção aprovada na 38ª Assembleia Geral do Grupo Executivo Regional Nordeste 2 – MCC, ocorrida no período de 25 a 27 de março de 2021.

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VOCÊ JÁ LEU

“A ASSEMBLEIA NACIONAL É O ORGÃO SUPREMO DO MCC DO BRASIL” (ECMCC, Art 46).

Estamos vivenciando, pela primeira vez no Brasil, a realização de todas as Assembleias Regionais, de forma virtual, onde nos reunimos como Povo de Deus e assumimos compromissos com o Cristo Ressuscitado, as quais realizaremos a avaliação em 2022. As assembleias são a forma que Deus inspirou os cristãos para que avaliem sua caminhada, seus encontros com Ele e quais os compromissos que assumem vivenciar com Ele, para que o seu Reino aconteça na realidade em que vivem. Podemos compreender a mensagem de Deus através delas, compreender a presença de Deus na história de seu povo, em Assembleia, através dos textos bíblicos: Êxodo, Cap. 19-24 (Assembleia do Sinai), Josué, Cap. 24 (Grande Assembleia de Siquem), Números, Cap. 8 e 9 (Assembleia de Iahweh). Estas assembleias são configuradas em um novo patamar no Novo Testamento, no Evangelho de São Lucas, Cap. 22, 19-20 (Instituição da Eucaristia) e possuem quatro características:

bleias, nas quais Cristo se faz presente no PÃO e no VINHO, nos servindo de alimento para o espírito. Ele, também, se faz presente em nossos corações e mentes, em toda Assembleia. 3 - Adesão do Povo. A assembleia, como falamos acima, não é um rito, uma obrigação, nós, como Povo de Deus, somos convocados, como povo de Deus peregrino, ao local da Assembleia, ouvimos seu chamado, sentimos a sua presença e aderimos ao Encontro que ele nos propõe. Por isso, somos chamados a aderir com todo nosso amor. Na assembleia, aderimos “com todo nosso coração, com toda a nossa alma, com toda nossa força e com todo nosso entendimento” (Lc 10,27). 4 - Selo da Aliança (Compromissos). nos sentindo amados por Deus, como filhos queridos, após refletirmos sobre a dimensão proposta (em 2021 – “Profetas rumo ao Jubileu – Onde todos somos irmãos”), renovamos nossa aliança e nosso encontro com Jesus Cristo. E como fazê-lo através do MCC? Assumindo compromissos com Ele, pelos quais queremos viver a dimensão a que Ele nos convocou, para estarmos reunidos. Para tanto, um aspecto que poderia ser implementado seria todos os Coordenadores presentes (GEN, GER, GED), em procissão, ao final da assembleia, entregarem, no ofertório, ao Presidente da Celebração, os compromissos que serão recebidos pelo Cristo, para os realizarmos ao recebermos a Comunhão Eucarística. Assim, os compromissos serão nossa oferta na renovação de nossa aliança com o Cristo, pelo seu sacrifício no altar.

1 - Convocação. Somos convocados por Deus para participar de nossas assembleias. Não se trata de um rito, de uma obrigação, mas de uma convocação de Deus para refletirmos sobre a caminhada do MCC, instrumento pelo qual decidimos servi-lo. 2 - Presença de Deus. Deus nos convoca e se faz presente para caminhar conosco. “Ele está no meio de nós”, pedimos ao invocar o Espírito Santo, para que ele nos fortaleça e nos conduza. Hoje, além da perspetiva do Antigo Testamento, temos a celebração Eucarística em nossas AssemABRIL | MAIO | JUNHO DE 2021

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Aponte a câmera do seu celular para o QR-Code abaixo e acesse na integra o vídeo da Assembleia Nacional do MCC

Somos chamados a perceber que, embora, virtualmente o significado de cada assembleia é revestido de muita teologia, há também muita vida. Enfatizamos, não são meras reuniões, meros encontros, não são ritos, obrigações, são Encontros com um Deus amoroso e misericordioso, que nos pede a oferta de compromissos de vida e de construção do seu Reino, através do carisma do MCC. Outro aspecto que desejamos refletir é que, conscientes da importância teológica e, também, prática das assembleias, o MCC enfatizou, de forma clara, firme e concisa, o que se espera de uma assembleia, mesmo que virtual, em seu Estatuto e no livro “Fundamentos do MCC”. No Estatuto temos que: “A Assembleia Nacional é o Órgão Supremo do MCC do Brasil” (ECMCC, Art 46). Por analogia, em cada Regional ou Diocese, também se torna o órgão supremo. Nas assembleias, como Povo de Deus, decidimos sobre a caminhada do MCC. Não se trata da vontade de uma coordenação, de um grupo, mas do Povo de Deus que se reúne para, com criatividade, entusiasmo e ousadia, assumir compromissos para que o Reino de Deus aconteça em suas realidades. Esta afirmação é corroborada pelo livro “Fundamentos do MCC”, desde 1984, quando nos esclarece:

GRUPOS EXECUTIVOS 137. Os Grupos Executivos são grupos constituídos por cristãos responsáveis pelo MCC nas Dioceses, nas Regiões Pastorais em que está dividida a Igreja no Brasil e no âmbito nacional. Dizem-se “executivos” pela tarefa que lhes é própria de “executar” as decisões e deliberações das Assembleias. Não são organismos de mando, não exercem qualquer poder, nem têm jurisdição sobre outros grupos. (Grifo nosso) As assembleias são este momento de vida e de corresponsabilidade que todo cursilhista assume na caminhada do MCC, de compreender sua importância, de viver esta proposta e ouvir o sopro do Espírito Santo, de não se fechar em um pequeno grupo, de não se fechar em si mesmo. Assembleia é viver o Encontro com Cristo Ressuscitado, é assumir, como Povo de Deus, compromissos com Ele, é viver o Plano de Deus para o Movimento da Igreja, que somos chamados a amar e servir. Convido a todos, quer em nível Regional, quer em nível Diocesano, presencial ou virtual, a compreender e viver sua assembleia, a se encontrar com Deus, assumir compromissos com Ele, seguir a vontade D’Ele, “seja feita a sua vontade”. Não se feche ao chamado de Deus, ao contrário, venha e caminhe como Povo de Deus, peregrino do amor e da misericórdia. Decolores! Viva a vida!

135. As Assembleias são, em seus respectivos âmbitos, as instâncias decisórias do MCC. Periodicamente, de acordo com o Estatuto e seguindo Regimentos Internos, os Responsáveis pelo MCC, em âmbito diocesano, regional ou nacional, reúnem-se para troca de experiências, partilha de esperanças e para as necessárias e oportunas deliberações sobre o caminhar do MCC. Ainda que convocadas e realizadas através de mecanismos institucionais, as Assembleias são, antes de tudo e principalmente, momentos fortes e indispensáveis de convivência e de encaminhamento pastoral, pois, como tudo no MCC, elas são vivenciais. Recebendo das bases as informações e anseios, os participantes das Assembleias são Responsáveis pela veiculação das orientações e decisões ali nascidas. Sua característica deve ser a co-responsabilidade no assumir e encaminhar quer os assuntos do MCC, quer seu compromisso no contexto pastoral da Igreja no Brasil. As Assembleias é que deliberam a caminhada dos grupos executivos.

WLADIMIR COMASSETTO Coordenador do Grupo Executivo Nacional

 wfbcomassetto@gmail.com

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Profetas rumo ao Jubileu, onde todos somos irmãos!


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