Revista do AviSite - Edição 134

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A Revista do AviSite

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Volvac IB Fit ®

UM PASSO À FRENTE PARA NOVAS SOLUÇÕES A solução eficaz e segura para o controle da bronquite infecciosa das aves.

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A Revista do AviSite


Editorial

Avicultura de corte brasileira: balanço de uma década A promessa feita para esta edição digital da Revista do AviSite era a de apresentar um balanço definitivo dos resultados da indústria brasileira do frango – terceira do mundo em produção, primeira em exportação – no exercício passado. Mas, em meio a esse trabalho, chegamos a outra constatação: 2020 representou o fim de mais uma década, a segunda deste Século XXI. Que foi, sem dúvida, a mais desafiante dos tempos modernos para o setor, pois envolveu estagnação da economia mundial (resquícios de 2008), quebras internas de safra (e, por decorrência, altos custos) e, sobretudo, uma pessimamente conduzida Operação Carne Fraca. Mesmo assim – e ainda que de forma mais moderada que na década anterior - o setor continuou crescendo. Demonstrou, mais uma vez, sua resiliência. Ela está demonstrada nas páginas a seguir. Boa leitura a todos!

34 Avaliação dos índices de

eclodibilidade de diferentes produtores de raças de galinhas em criação de pequena escala e a influência do manejo da incubação

38 42

Importância e benefícios do uso de probióticos no incubatório Reduzindo a utilização de antibióticos: qual o papel do butirato como aditivo a lternativo?

46 Aviagen inicia operações na

Argentina com novas instalações em San Juan

48 Hubbard comemora 100 anos de

compromisso com o melhoramento avícola

EXPEDIENTE Publisher Paulo Godoy paulo.godoy@mundoagro.com.br Redação Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br Comercial Natasha Garcia e Paulo Godoy (19) 3241 9292 (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br Diagramação e arte Mundo Agro e Luciano Senise senise@senise.net Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação financeiro@avisite.com.br

50 Kemin anuncia contratação de Elisa 62 Comércio com Liga Árabe gera François como gerente de Serviços Técnicos Sênior Aviagen América Latina tem nova coordenação de Meio Ambiente

20 Avicultura de corte brasileira: balanço de uma década (2011/2020)

ISSN 1983-0017 nº 134 | Ano XII | Março/2021

Os informes técnico-empresariais publicados nas páginas da Revista do AviSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que os assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro Editora.

Sumário

05 Notícias Curtas 13 Empresas

Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

52 Boehringer Ingelheim Saúde Animal inaugura estrutura pioneira de Incubatório Escola para aves em Paulínia (SP)

54 56

Especiais Cinergis Estratégias para redução de custos e perdas em momentos de crise na produção de frangos Cobb Custos de Produção em Frangos de Corte: Desafios Constantes

superávit de US$ 6,1 bi em 2020

66 Associação Avícola de Pernambuco

faz balanço de suas ações durante o ano de 2020 e projeta 2021

70 CBNA / Sindirações: Cooperação integrada auxilia a agropecuária brasileira

75 Desempenho do Frango 76 Matérias-primas 77 Ponto Final

A necessidade de uma urgente política para o mercado do milho José Zeferino Pedrozo

58 Farmabase

Como reduzir os custos de produção em períodos de alta dos preços de insumos?

60 Kemin

Grãos – o novo ouro da nutrição A Revista do AviSite

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Eventos

2021

As 5 notícias mais lidas no AviSite em Fevereiro

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Março 22 a 26

Show Rural Coopavel (exclusivamente digital) Local: Cascavel, PR Realização:Cooperativa Agroindustrial de Cascavel – Coopavel Endereços de acesso: youtube.com/showruralagro www.showrural.com.br

Abril 6a8

21º Simpósio Brasil Sul de Avicultura Local: Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo de Ness – Chapecó, SC Realização: Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas de Santa Catarina (NUCLEOVET) Site: www.nucleovet.com.br

Farmabase lança curso de necropsia em aves e suínos 100% online e gratuito Com videoaulas divididas em módulos, curso promete sanar as principais dúvidas frequentes a campo além de capacitar os profissionais da cadeia avícola e suinícola no Brasil

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Maio/Junho 30 a 2 de junho

3ª Conbrasul Ovos - Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos Local: Wich Serrano Resort & Convention - Gramado, RS Realização: Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) Programa Ovos/Rio Grande do Sul Site: www.conbrasul.ovosrs.com.br

Junho 22 a 24

Conferência FACTA 2021 Realização: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas – FACTA Site: www.facta.org.br 23 e 24

6ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (FAVESU) Local: Centro de Eventos Padre Cleto Caliman (Polentão) Venda Nova do Imigrante, ES. Realização: Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES) e Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES) Site: www.favesu.com.br

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Boehringer Ingelheim Saúde Animal inaugura estrutura pioneira de Incubatório Escola para aves em Paulínia (SP) No local, os participantes terão acesso a cabines reais de vacinação e preparo de vacina, além de interação com uma incubadora de estágio único.

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FAO: alta demanda externa puxa o preço internacional da carne de frango Não é, ainda, o que o setor produtivo espera e necessita. Mas já é um resultado bem alentador.

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Kemin anuncia contratação de gerente de Serviços Técnicos Sênior A Kemin anuncia a contratação da médica veterinária Elisa François como gerente de Serviços Técnicos Sênior

Vaccinar: Sebastião Borges é o novo diretor técnico de nutrição Empresa fortalece ainda mais seu departamento técnico e contratou Sebastião Aparecido Borges, muito conhecido como Professor Sebastião Borges, para assumir a Diretoria Técnica de Nutrição, respondendo diretamente à Presidência.

Há 10 anos no AviSite www.avisite.com.br

Em 2010, exportação de frango dos EUA recuou no volume e na receita Campinas, 28/02/2011 - Dados consolidados recém-divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA apontam que o efeito “Rússia+China” sobre as exportações norte-americanas de carne de frango influenciou negativamente não apenas o volume embarcado internacionalmente, mas também a receita cambial do setor em 2010. O volume exportado – e que inclui, também, as patas de frango, normalmente consideradas à parte pelo USDA – ficou em 3,379 milhões de toneladas, o que significou recuo de 5,2% sobre 2009. Embora em nível considerado baixo, a receita cambial também fechou o exercício com resultado negativo: somou US$3,595 bilhões, recuando 1,6% em relação a 2009.

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Desempenho do frango, boi e suíno em fevereiro e no bimestre inicial de 2021 Influenciados, muito mais, pelo mercado externo do que pelo interno, frango, boi e suíno vivos encerram fevereiro com valorização em relação a janeiro passado e, com certeza, em índices superiores aos da inflação que (tendo por base o IPCA-15, de 0,48% no mês) deve registrar o Mercado maior valor desde 2017 para um mês de fevereiro.

Desempenho do frango, boi e suíno em fevereiro e No tocante àsinicial duas principais do setor, apenas o milho registrou brevíssima no bimestre de matérias-primas 2021

retração (inferior a meio por cento). Mas isso em nada alterou o peso que vem exercendo sobre o setor, pois os aumentos a 60%brevíssima (em relação a fevereiro e ao primeiro Influenciados, muito mais, pelosuperiores lho registrou retração (in- de 2020 Porém, o que mais chama a atenferior a meio- epor cento). Mas isso em çãoganhos é o farelo de soja,na cujos preços mais mercado externo pelo continuam interno, bimestredodeque 2020) superando muitíssimo – os aparentes obtidos nada o peso quesuíno, vem exercendo que dobraram. Quase 120% a mais frango, boi e suíno vivos encerram feprodução animal, principalmente osalterou do frango e do os mais dependentes do grão.

vereiro com valorização em relação a do sobre o setor, pois os aumentos suque em fevereiro de 2020 e perto de periores a 60% (em relação a fevereijaneiro passado e, com certeza, em ín115% no primeiro bimestre do ano. Porém, o que mais chama a atenção é o farelo de soja, cujos preços mais do que dobraram. dices superiores aos da inflação que ro de 2020 e ao primeiro bimestre de Não é por menos que já se fala em a mais que em fevereiro de 2020 esuperando perto de 115% no primeiro do ano. (tendo porQuase base o120% IPCA-15, de 0,48% 2020) continuam - e muiredução bimestre da produção. Sujeito a tais tíssimo – os aparentes ganhos obtino mês) deve registrar o maior valor condições há mais de ano, o produtor Não pormês menos que já se fala emnaredução da produção. Sujeito a tais mais deo fôlego. No dos produção animal, principaldesde 2017 paraé um de fevereiro. do condições frango vemhá perdendo os do frango No e do suíno, os No tocante duas principais ma-vemmente curto médio prazo isso pode impliano, oàsprodutor do frango perdendo o fôlego. curto ou médio prazoouisso pode implicar térias-primas do setor, apenas o micar em redução da oferta. mais dependentes do grão. em redução da oferta.

COTAÇÕES MÉDIAS** HÁ 1 MÊS (JAN/21)

HÁ 1 ANO (FEV/20)

4,44

4,29

3,23

4,36

Boi*

300,65

288,40

202,26

294,53

Suíno*

138,50

134,43

103,34

136,46

86,03

86,45

53,50

86,24

2.906,50

2.785,50

1.328,00

2.846,00

PRODUTO Frango* FRANGO, BOI E SUÍNO VIVOS

X MILHO E FARELO DE SOJA

Milho Farelo/soja

FEVEREIRO DE 2021**

MÉDIA NO ANO

VARIAÇÕES REGISTRADAS** PRODUTO

SOBRE O MÊS ANTERIOR

SOBRE FEV/2020

SOBRE ANO ANTERIOR

Frango

3,52%

37,43%

36,13%

Boi

4,25%

48,65%

47,60%

Suíno

3,03%

34,02%

27,52%

Milho

-0,49%

60,79%

61,36%

4,34%

118,86%

113,98%

Farelo/soja

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE * Ao produtor, Interior de São Paulo - ** Resultados preliminares Parâmetros: frango vivo: R$/KG; boi e suíno vivos: R$/@; milho: R$/saca de 60 kg; farelo de soja: R$/ ton.

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entressafra, sobem até estabilizar-se por volta de novembro ou dezembro. Frango e suíno apenas acompanham.

Notícias Curtas

Mas em 2021 os três animais vêm subvertendo a curva sazonal. Pois se deveriam chegar a fevereiro com preços médios cerca de 4% acima da média alcançada em 2020, tendem a fechar Mercado o mês alcançando preço (dados preliminares) mais de 20% superior àquela média.

Em 2021, boi, suíno e frango vêm Naturalmente, nem sempre os três preços seguem na mesma direção. Neste ano, no entanto, subvertendo sua curva sazonal de preços todos registram evolução significativa em relação aos valores médios registrados no ano passado.

A curva sazonal conjunta de preços char o mês alcançando preço (dados valor médio em torno de R$4,44/kg, de boi, suíno e frangos mostrada no preliminares) mais de 20% superior valorizando-se mais de 20% em relaO boi(média em pé,dos é óbvio, alta:média. deve registrar, no mês, valor médio torno ção à em média dede R$3,68/kg alcançada gráfico abaixo últimospuxa 21 essa àquela R$300,00/arroba, o quemerepresenta alta de quase sobre médianodeano R$228,10/arroba de passado. anos) é reflexo, nada mais, nada Naturalmente, nem32% sempre os atrês nos, dos períodos Por fim, com menor índice de valo2020. de safra e entressafra preços seguem na mesma direção. Neste ano, no entanto, todos registram evorização – cerca de 13% – vem o suíno, do boi. Ou seja: na safra, os preços do lução significativa em relação aos valoseu preço médio atual ficando próxiboi recuam até, aproximadamente, O frango vivo vem na sequência. Mesmo que venha a sofrer alterações de última hora, deve res médios registrados no ano passado. mo de R$138,00/arroba, contra pouco maio ou junho; e, na entressafra, soalcançar no mês valor médio emOtorno de R$4,44/kg, valorizando-semais mais R$122/00/arroba de 20% em relação à bem até estabilizar-se por volta de noboi em pé, é óbvio, puxa essa na média de média de R$3,68/kg alcançada no ano passado. vembro ou dezembro. Frango e suíno alta: deve registrar, no mês, valor mé2020. dio em torno de R$300,00/arroba, o apenas acompanham. Apesar das indefinições que ainda representa–alta de quase 32% Mas em 2021 três menor animais vêm deque cercamseu o Brasil mundo diante dos Por fim,oscom índice valorização cerca de 13% – sobre vem o suíno, preçoe omédio atual a média de R$228,10/arroba 2020. subvertendo a curva sazonal. se desdobramentos da 2020. pandemia, nada ficando próximo de Pois R$138,00/arroba, contra pouco maisdeR$122/00/arroba na média de O frango vivo vem na sequência. deveriam chegar a fevereiro com preindica que a curva atual venha a sofrer ços médios cerca de 4% acima da méMesmo que venha a sofrer alterações tipo de reversão no decorrer do Apesar das indefinições que ainda cercam o Brasil e o mundo diantealgum dos desdobramentos da dia alcançada em 2020, tendem a fede última hora, deve alcançar no mês corrente exercício.

pandemia, nada indica que a curva atual venha a sofrer algum tipo de reversão no decorrer do corrente exercício.

BOI, SUÍNO E FRANGO Evolução relativa, conjunta, de preços em 2021* comparativamente à curva sazonal (2000/2020) Preço médio do ano anterior = 100

CURVA SAZONAL Média de 21 anos (2000/2020)

Fonte dos dados básicos: JOX – Elaboração e análises: AVISITE * Fevereiro de 2021: resultado preliminar

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Mercado

Custo (e não o mercado) elevou o frango vivo a novo patamar de preço

AviPlus®: 4 ingredientes perfeitamente balanceados para a saúde intestinal de seus animais. O emaranhado de linhas (em azul) na parte inferior do gráfico abaixo mostra a evolução de preços do frango vivo nos cinco anos transcorridos entre 2015/2019. Foi um período em que o valor alcançado permaneceu em estado de semiestagnação, pois a amplitude de preços no quinquênio foi de apenas sessenta centavos (mínimo de R$2,15/kg em 2015; máximo de R$2,75/kg em 2019). A ruptura ocorreu em 2020, após um impasse inicial decorrente do isolamento social imposto pela Covid-19. Contornados os problemas surgidos, veio a correção de preços. Como, aliás, ocorreu também com as carnes bovina e suína. Então, em pouco mais de seis meses, a cotação do frango vivo sofreu elevação de R$1,70/kg (contra uma variação máxima de, somente, sessenta centavos em cinco anos). Mas enquanto a valorização obtida pelas outras duas carnes decorreu do aumento da demanda externa, a buscada pela carne de frango tentou apenas acompanhar a evolução dos custos de produção. Daí o novo patamar de preço, alcançado graças, sobretudo, ao maior valor das outras duas carnes. A conclusão que se tira desse episódio – especialmente em relação ao boi em pé, cuja cotação foi corrigida em mais de 35% no ano passado – é a de que as condições de mercado (a imutável lei de oferta e procura) proporcionou aumento na margem do pecuarista. Já o frango tentou, mas não conseguiu sequer acompanhar a variação no custo, pois sua cotação aumentou apenas 12%, menos da metade do aumento de custo, próximo de 27%. O pior é que, apesar do novo patamar de preço, a defasagem em relação ao custo persiste. Em janeiro, por exemplo, o frango vivo foi comercializado por, no máximo, R$4,30/ kg. Já o custo mensal, como demonstrou levantamento da Embrapa Suínos e Aves, foi de R$4,61/kg.

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Notícias Curtas Matérias-primas

Milho: em 2021, poder de compra do frango vivo retrocede ao pior nível dos últimos 10 anos e 2018 e excluindo apenas o biênio A recuperação de preços obtida À primeira vista a perda é pequena. 2020/2021, quando ocorreu a hiper pelo frango vivo no primeiro bimestre Mas apenas porque em 2020 a comercialização do milho já havia entrado dolarização) uma tonelada de frande 2021 em pouco ou nada minimizou go vivo foi suficiente para adquirir, em hiper dolarização (um processo a pressão vinda dos custos do setor, em média, 77,7 sacas de milho, ou que envolveu não apenas a valorização pois o preço do milho, principal matéria-prima do produto, permanece com seja, pouco mais de meio por cento interna do dólar, mas também o aumento da demanda internacional puos maiores valores de todos os tempos. a menos que o registrado em 2019 xado pela China). Tanto que, no ano, Como resultado, o poder de compra do – um resultado, portanto, normal. os preços do grão aumentaram 46% frango vivo para o grão se encontra no E como é hábito repassar aos em relação a 2019. Assim, se tomado mais baixo patamar dos últimos 10 elos seguintes da cadeia os aumentos ocorridos na base de produção como base o poder de compra daquele anos. Ou, na verdade, de todos os (caso, por exemplo, dos combustíano – 78,2 sacas de milho por tonelada tempos. veis), cabe perguntar: a que preço de frango vivo – a perda de poder aquiComparativamente ao mesmo período de 2020, no corrente bimestre o sitivo da ave viva é superior a 35%. estaria sendo comercializado o frango vivo alcança valor médio 36% Para que ninguém conclua que o frango vivo se o produtor consecomo é hábito repassar elos seguintes da de cadeia aumentos guisse ocorridos na base a proeza de de manter o mesmo superior, Eenquanto o milho registraaos poder de compra 2019osapresenprodução exemplo, dos combustíveis), cabe perguntar: preço tou resultados excepcionais, é im- a que poder de estaria comprasendo observado entre variação de 61%. Ou(caso, seja: apor mesma tonelada decomercializado frango vivo que, um ano destacar que nos aoito anosde manter 2012 e o2019? A poder resposta: o frango vivo seportante o produtor conseguisse proeza mesmo de algo em atrás, adquiria cerca de 60 sacas de mientre 2012 2019 (oudostorno dos R$6,70/kg – pelo menos compra observado entre 2012 transcorridos e 2019? A resposta: algoeem torno R$6,70/kg – pelo menos lho, agora50% permite comprar mais seja, considerando também me50% a mais que a média alcançada a mais que a não média alcançada no primeiro bimestre deo2021. nor poder de compra de 2012, 2016 que 50 sacas, 16% menos. no primeiro bimestre de 2021.

MILHO x FRANGO VIVO Sacas de milho adquiríveis com uma tonelada de frango vivo 2012 a 2021* Fonte dos dados básicos: JOX – Elaboração e análises: AVISITE * 2021: resultado preliminar para o primeiro bimestre

Mercado As interferências (presentes e futuras) da Covid-19 na avicultura, no ponto de vista do Rabobank Assinado por seu analista sênior na área de produção animal, Nan Dirk Mulder, o Rabobank acaba de divulgar estudo em que avalia a realidade dos investimentos da avicultura na era da Covid-19. Nesse estudo, Mulder observa que a Covid-19 vem interferindo nos negócios de uma maneira que o mercado avícola global jamais esperou, criando novas áreas de risco, mas também de oportunidades. Os impactos da pandemia têm sido amplos e distribuídos de forma muito desigual entre regiões A Revista do AviSite e empresas. Nesse “rabo de foguete”, os impactos sobre o setor podem ser caracterizados em 8 três estágios distintos:


Mercado

VBP animal de 2021 pode aumentar perto de 10%, estima CNA Enquanto o MAPA, em sua projeção mais recente, prevê que o VBP animal de 2021 ficará pouco aquém dos R$315 bilhões, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que pode ser pelo menos 20% maior, chegando aos R$383 bilhões. A diferença, no entanto, pode estar relacionada aos volumes previstos por uma e outra instituição. Pois enquanto a CNA utiliza dados das entidades representativas do setor produtivo (por exemplo, da ABPA), a última previsão do MAPA está baseada na produção divulgada pelo IBGE compreendendo os quatro trimestres encerrados em setembro de 2020. Ou seja: são dados defasados. De toda forma a CNA está sendo bem mais otimista que o MAPA. Pois, independente do valor final, este esti-

ma que o VBP animal de 2021 será 5% maior que o do ano passado. Já a CNA estima expansão muito próxima de 10%. No contexto da CNA, apenas o VBP dos ovos tende a uma redução em 2021, apesar de o volume previsto aumentar mais de 5%. E isso tende a ocorrer porque o preço médio apontado (deflacionado pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas) pode recuar mais de 12%, levando a uma queda no VBP pouco superior a 7%. Notar, de toda forma, que esse índice é inferior ao apontado pelo MAPA, que estima – para o VBP do ovo – retrocesso anual que ultrapassa os 10%. Para o frango, a CNA (apontando aumento de 2,17% no volume produzido), estima um preço médio menos de 1% superior ao do ano passado, o que

Para o frango, a CNA, estima um preço médio menos de 1% superior ao do ano passado elevaria o VBP do produto em 3,10%. Mas, curiosamente, o valor esperado (R$60,489 bilhões) é mais de 25% inferior ao estimado pelo MAPA (R$82,432 bilhões). E isso não se repete em relação aos demais produtos. Para eles, as projeções da CNA são, todas, superiores às do MAPA.

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Notícias Curtas Mercado

As interferências (presentes e futuras) da Covid-19 na avicultura, no ponto de vista do Rabobank

Assinado por seu analista sênior na área de produção animal, Nan Dirk Mulder, o Rabobank acaba de divulgar estudo em que avalia a realidade dos investimentos da avicultura na era da Covid-19. Nesse estudo, Mulder observa que a Covid-19 vem interferindo nos negócios de uma maneira que o mercado avícola global jamais esperou, criando novas áreas de risco, mas também de oportunidades. Os impactos da pandemia têm sido amplos e distribuídos de forma muito desigual entre regiões e empresas. Nesse “rabo de foguete”, os impactos sobre o setor podem ser caracterizados em três estágios distintos: -Estágio 1 - A ruptura (2020). Significativa interrupção nos mercados, no comércio e nas cadeias de suprimento, com enormes - e nunca vistas - diferenças de desempenho entre empresas. -Estágio 2 – Via de mão dupla para a recuperação (2021). Continuidade de grandes impactos, que afetarão tanto as empresas globais como as regionais. Os altos e baixos da pandemia no primeiro semestre continuarão impactando todo o se-

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A Revista do AviSite

tor, com a demanda concentrando-se no varejo e no atendimento on-line, em detrimento do food-service, especialmente nos lockdowns. A recuperação virá gradualmente, à medida que a Covid-19 seja melhor controlada e a vacinação seja amplamente utilizada. Isso deve ocorrer a partir do segundo semestre de 2021 e em 2022, mas o contexto será de custos elevados e voláteis na alimentação. Sob o ponto de vista da demanda, a tendência é a de dualidade do mercado. De um lado estarão os consumidores com elevado poder aquisitivo impulsionando a busca por produtos premium. Do outro, estarão os consumidores economicamente afetados pela pandemia e que, por isso, focarão sua demanda nos preços. Para as empresas do setor, as questões-chave na fase 2 serão o posicionamento de mercado, o controle de custos, as compras e a gestão de suprimentos. A consolidação irá se acelerando gradualmente. -Estágio 3 – O desfecho (2022). É quando, em um ambiente pós-Co-

vid-19, ressurgem as oportunidades de investimento. Mas os objetos desses investimentos serão diferentes dos prescritos antes da Covid-19. A demanda pela carne de frango será caracterizada por uma procura forte e contínua, apesar da superação da Peste Suína Africana e do surgimento de proteínas alternativas. Os canais de distribuição mudarão, dando maior espaço às vendas em domicílio e on-line, o que abre oportunidade, também, para um mix de novos produtos. As cadeias de valor se tornarão mais digitais, mais inteligentes e mais sustentáveis. A segurança alimentar e de insumos impulsionará o fornecimento local e manterá o comércio sob pressão. Para ajustar o posicionamento da empresa e otimizar o crescimento e o retorno, as empresas precisarão revisar continuamente as condições de mercado. Haverá significativas diferenças entre ganhadores e perdedores. Elas levarão, nos próximos anos, a um acelerado processo de investimentos de capitais, consolidação e internacionalização.


Produção

Produção brasileira de pintos de corte aumentou 5,5% em 2020 e atingiu novo recorde Depois de forte redução em novembro – queda de quase 12% em relação ao mês anterior – a produção brasileira de pintos de corte voltou a se expandir, mas sem atingir o volume recorde de outubro. Mesmo assim, o total produzido em dezembro de 2020 correspondeu ao segundo maior volume da história do setor. De acordo com a APINCO, em dezembro passado (fechando 2020, mas já objetivando o mercado de 2021), foram produzidos no País cerca de 617,6 milhões de pintos de corte, volume que significou aumento de quase 10% sobre dezembro de 2019 e de mais de 11% em relação ao mês anterior. Considerando, porém, que dezembro é mês mais longo, o incremento real de um mês para outro não chegou a 8%. Com esse resultado, o total produzido em 2020 chegou à marca dos 6,824 bilhões de pintos de corte, superando o recorde de 6,506 bilhões de cabeças que se mantinha desde 2015. Tal volume representou expansão de, praticamente, 5,5% em relação a 2019, índice bastante significativo se considerados os efeitos da pandemia sobre toda a avicultura de corte. De toda forma, o total registrado correspondeu, no quinquênio, a uma expansão próxima mas ainda inferior a 1% ao ano.

PINTOS DE CORTE Evolução da produção brasileira em 24 meses MILHÕES DE CABEÇAS MÊS

TOTAL MENSAL

MÉDIA DIÁRIA

VAR. S/ MÊS ANT.

2019

2020

VAR.

2019

2020

JAN

555,571

573,874

3,29%

17,344

18,512

1,87%

FEV

506,784

534,210

5,41%

18,099

18,421

-0,49%

MAR

515,808

543,118

5,29%

16,639

17,520

-4,89%

ABR

529,294

538,833

1,80%

17,643

17,961

2,52%

MAI

541,082

524,427

-3,08%

17,454

16,917

-5,81%

JUN

511,480

568,156

11,08%

17,049

18,939

11,95%

JUL

562,407

592,516

5,35%

18,142

19,113

0,92%

AGO

556,896

568,526

2,09%

17,964

18,340

-4,05% 5,33%

SET

526,755

579,485

10,01%

17,558

19,316

OUT

582,357

629,083

8,02%

18,786

20,293

5,06%

NOV

516,837

554,164

7,22%

17,228

18,472

-8,97%

DEZ

563,361

617,632

9,63%

18,173

19,924

7,86%

3.160,019

3.282,618

3,88%

17,459

18,036

3,31%

3.308,613

3.541,406

7,04%

17,982

19,247

7,04%

6.468,631

6.824,024

5,49%

17,722

18,645

5,21%

1º SEM 2º SEM NO ANO

Fonte dos dados básicos: APINCO - Elaboração e análises: AVISITE * Média diária em 11 meses - ** Média diária em 12 meses

Exportação Na década, Brasil e EUA perderam espaço nas exportações mundiais de carne de frango De 2010 para 2020 as exportações mundiais de carne de frango aumentaram mais de um terço, passando de 8,9 milhões de toneladas para 11,9 milhões de toneladas, segundo levantamentos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

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Pois as exportações somadas dos dois principais players mundiais nessa área – Brasil e EUA – aumentaram pouco mais de 10%, o que significa que sua participação no bolo foi significativamente reduzida.

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Juntos, em 2010, os dois países respondiam por 73,5% das exportações mundiais de carne de frango. Mas em 2020 essa participação foi inferior a 61%, resultado que significou queda de mais de 17% nesta última década. Porém, focando apenas nas exportações conjuntas de Brasil e EUA, constata-se que elas voltaram a ter, praticamente, a mesma relação observada entre o final da década retrasada e o início da década passada.

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Notícias Curtas Exportação

Na década, Brasil e EUA perderam espaço nas exportações mundiais de carne de frango De 2010 para 2020 as exportaMas em 2020 essa participação foi Embora tenha recuado, nos três ções mundiais de carne de frango inferior a 61%, resultado que signifianos seguintes a participação brasiqueda de mais de 17% nesta úlleira manteve-se relativamente estáaumentaram mais de um terço, pasDetalhando, em 2010 e 2011, cou a participação brasileira no total exportado pelos dois países foi de sando de 8,9 milhões de toneladas tima década. vel, em torno dos 52%. Foi então (fipouco mais de 53%, enquanto a participação norte-americana ficou próxima de 47%. nal de 2014) que os EUA viram-se para 11,9 milhões de toneladas, sePorém, focando apenas nas exgundo levantamentos do Departaportações conjuntas de Brasil e EUA, envolvidos em vários surtos de InEmbora tenha recuado, nos três anos seguintes a participação brasileira manteve-se mento de Agricultura dos EUA fluenza Aviária. Isso favoreceu as exconstata-se que elas voltaram a ter, portações (USDA). relativamente estável, em torno praticamente, mesma relação ob- que dos 52%. Foia então (final de 2014) os EUAbrasileiras viram-se que, em 2015, servada entre o final da década recorresponderam a 57,5% do total exPois asenvolvidos exportações somadas dos em vários surtos de Influenza Aviária. Isso favoreceu as exportações brasileiras que, trasada e o início da década portado por ambos os países. dois principais players mundiais em 2015, corresponderam a 57,5% do total exportado por ambos os países. passada. Mas essa conquista acabou sendo nessa área – Brasil e EUA – aumentaram pouco mais de 10%, o que sigDetalhando, em 2010 e 2011, a efêmera, pois na segunda metade da conquistanoacabou efêmera,brasileira pois na segunda da década a participação nifica queMas suaessa participação bolo sendo participação no total metade exdécada a participação brasileira volbrasileira voltou a recuar. O período encerrado com foi umde incremento dea participação de apenas portadofoipelos dois países poutou recuar. O período foi encerrafoi significativamente reduzida. relação ao que foi registrado em53%, 2010enquanto a partici- do com um incremento de participaco mais de Juntos,1,8% em em 2010, os dois países pação norte-americana ficou ção de apenas 1,8% em relação ao respondiam por 73,5% das exportações mundiais de carne de frango. próxima de 47%. que foi registrado em 2010

BRASIL E EUA Evolução das exportações de carne de frango in natura 2010 a 2020 MILHÕES DE TONELADAS ANO

BRASIL

EUA

TOTAL

2010

3,461

3,067

6,528

2011

3,570

3,165

6,735

2012

3,560

3,299

6,860

2013

3,552

3,332

6,884

2014

3,649

3,310

6,959

2015

3,888

2,867

6,756

2016

3,961

3,014

6,975

2017

3,946

3,075

7,021

2018

3,823

3,206

7,029

2019

3,955

3,225

7,179

2020

3,918

3,343

7,261

PARTICIPAÇÃO DE CADA PAÍS NO TOTAL EXPORTADO POR AMBOS

Fontes dos dados básicos: USDA e SECEX/ME – Elaboração e análises: AVISITE

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Empresas

Faturamento da C. Vale cresce 37% e chega a R$ 12,2 bilhões em 2020

A

cooperativa C. Vale, de Palotina (PR), fechou 2020 com faturamento de R$ 12,2 bilhões, montante 37% maior que o do ano anterior, e lucro de R$ 251 milhões, que representou um aumento 2,5% na mesma base de comparação. Segundo a C. Vale, os associados vão receber mais de R$ 93 milhões em sobras, juros e devolução de capital social. Para 2021, a perspectiva é de receita de R$ 14,4 bilhões, o que representaria um salto de 17% em relação ao ano passado. Ainda em dezembro, a cooperativa previa faturar R$ 11,5 bilhões no ano, mas suas expectativas foram superadas com um empurrão dos setores de soja e frango, cuja demanda externa está bastante aquecida. Além disso, a produtividade das lavouras e o câmbio turbinaram a operação. As entregas de soja à C. Vale no ano passado somaram 41 milhões de sacas, crescimento de 21,6% em relação ao ano anterior. Na somatória

com o milho, chegaram a 73,9 milhões sacas, alta anual de 13,8%. A produção de mandioca, por sua vez, subiu 21% na mesma comparação, para 122 mil toneladas. Na área de proteínas, a C. Vale produziu 374 mil toneladas de frangos (5,58% mais que em 2019), 22,6 mil toneladas de peixes (crescimento de 25,53%) e 14,9 milhões de litros de leite (alta de 16%). A produção de suínos ficou estável em 49,2 mil toneladas. Alfredo Lang, presidente da C. Vale, destacou, em relatório, que o bom desempenho econômico da cooperativa alavancou a geração de benefícios à comunidade do seu entorno. Enquanto muitas empresas fecharam postos de trabalho em 2020, a C.Vale criou 1.191 empregos diretos e outros 880 por meio do frigorífico da Plusval, em Umuarama (PR). Aberto em julho em parceria com a Pluma Agroavícola, o frigorífico recebeu R$ 60 milhões da Plusval — na qual a C. Vale tem 51% de participação e a Plu-

ma, o restante. Na instalação, a capacidade de abate é de 90 mil frangos por dia. Assim, a C. Vale encerrou 2020 com um quadro de 11.825 funcionários, 11% mais que em 2019, e 23.294 cooperados, incremento de 6,26% na mesma base de comparação. No balanço, Lang também destacou a incorporação da cooperativa paranaense Agropar e a inauguração de um hipermercado em Assis Chateaubriand (PR), de 22,64 mil metros quadrados. A unidade, que recebeu aporte de R$ 50 milhões, empregará 220 pessoas. Outro avanço digno de nota, que terá desdobramentos futuros, foi a assinatura do protocolo para construção de uma indústria esmagadora de soja em Palotina, orçada em R$ 552 milhões. A planta, prevista para começar a operar em 2023, terá capacidade de processar 3 mil toneladas de soja por dia. Em um primeiro momento, ela produzirá farelo e óleo e, mais tarde, óleo refinado, margarina e maionese.

Copagril tem 43% de aumento no faturamento e ultrapassa R$ 2,5 bilhões em 2020

C

ooperativa Agroindustrial Copagril completou 50 anos de fundação em 2020 e essa marca histórica também é acompanhada de outros destaques, como o faturamento com incremento de 43% em relação ao ano anterior. Mesmo em um período marcado pela pandemia, os negócios da Copagril foram adiante e por meio

dos esforços dos cooperados e empregados, apoio dos clientes e parceiros, resultaram em valores recordes para a cooperativa e que representam 86% a mais do resultado em relação ao ano anterior - as sobras distribuídas aos cooperados serão 70% maiores e estarão disponíveis em 1º de fevereiro. Os resultados foram apresentados durante a Assembleia Geral Ordiná-

ria (AGO),realizada na modalidade semipresencial, nesta quinta-feira (28). O diretor-presidente da Copagril, Ricardo Sílvio Chapla, conduziu os trabalhos e durante a apresentação destacou que o ano trouxe desafios, mas que foram encarados por todos com muita responsabilidade. “Houve o entendimento e a confiança das pessoas envolvidas e assim foi possíA Revista do AviSite

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Empresas vel continuar produzindo, industrializando e comercializando. Evidentemente, o reflexo desta determinação está nos resultados de toda cooperativa”, reforça Chapla. O destaque na composição do faturamento está na recepção de grãos como, por exemplo, a recepção de soja 82% maior em relação ao ano de 2019 e o trigo, que representou 128% a mais em 2020. Assim como, todos os negócios também apresentaram bom desempenho. “Superamos os R$ 2,5 bilhões em faturamento, uma marca histórica para a Copagril e que

representa um bom aumento no comparativo com o ano anterior. Em relação às sobras, na próxima semana os associados já podem ir até sua Unidade Copagril de negócios e retirar os valores correspondentes”, destaca o diretor-presidente. O relatório de 2020 foi aprovado na AGO, onde também foram apresentadas e validadas as projeções e objetivos para 2021, entre eles ampliação e modernização de unidades de recebimento de cereais (soja e milho),fomentar a produção pecuária (aves, suínos, peixes e leite),estudos

de viabilidade de novos negócios e o início da operação da unidade de esmagamento de soja, em Marechal Cândido Rondon. “Em 2021 temos investimentos planejados com o objetivo de potencializar nossas atividades. E de mesmo modo, com várias oportunidades para os associados da Copagril ampliarem e diversificarem seus negócios, pois temos a necessidade de aumentar a capacidade produtiva e todos serão fundamentais neste processo”, completa do diretor-presidente Ricardo Chapla.

Após crescer 55%, Lar investe para ampliar produção

I

mpulsionada pelos bons resultados nos mercados de grãos e carnes, a Lar Cooperativa Agroindustrial, de Medianeira (PR), encerrou 2020 com faturamento de R$ 10,8 bilhões, 55,14% superior ao do ano anterior, e lucro líquido de R$ 717,8 milhões, três vezes maior que o de 2019 (R$ 230 milhões). Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar, destacou que o ano foi de recuperação, após a frustração de safra de 2018/19 no Paraná, que gerou perda de receita de R$ 550 milhões à cooperativa. No ano passado, a safra 2019/20 rendeu entregas de 4,8 milhões de toneladas de grãos (2,4 milhões de soja e outras 2,4 milhões de milho, além de 36,8 mil toneladas de trigo), ou 54,8% a mais que as 3,1 milhões de toneladas do ciclo anterior. Na área de proteínas, o número de aves abatidas pela Lar saltou de 149,3 milhões, em 2019, para 180 milhões, enquanto o de suínos subiu de 645,4 mil para 769 mil incrementos de 20,6% e 19,2%, respectivamente. Rodrigues conta que a cooperativa tem crescido organicamente, com au-

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mentos de processamento que acompanham o ritmo dos produtores, e mediante novos investimentos e aquisições. De 2021 até 2024, a Lar planeja investir R$ 350 milhões em um complexo industrial em Medianeira, na saída para Foz de Iguaçu, na comunidade de Bom Jesus. No local haverá uma área dedicada ao recebimento e à secagem de milho e mais três plantas de ração, que levarão o número total de fábricas do gênero na cooperativa a dez. As três novas plantas de ração serão voltadas à avicultura - uma para atender matrizes, outra para a engorda de frangos e uma terceira com foco na demanda por premix, ou seja, vitaminas e minerais adicionados à ração. A ideia é que essa unidade abasteça todas as dez fábricas da cooperativa paranaense. Ficou para 2021 o início das operações da unidade industrial de abate de aves adquirida da Copagril em Marechal Cândido Rondon (PR), e da fábrica de rações, que também era da Copagril, em Entre Rios do Oeste (PR), que produz 45 mil toneladas do insumo por mês. As aquisições foram fe-

chadas por R$ 410 milhões. “O negócio foi estudado pelas diretorias das duas cooperativas por um ano e meio e chegamos à conclusão de que ele traria sinergias positivas”, disse Rodrigues. Dos 170 mil frangos abatidos por dia na unidade comprada, 90% devem continuar a ser entregues pelos membros da Copagril - em torno de 200 produtores. Dos 11,8 mil cooperados da Lar, cerca de 850 produzem frango. Também no Paraná, a Lar investiu em 2020 em um novo complexo industrial ao fechar um contrato de arrendamento, com compromisso futuro de compra, com a Frango Granjeiro, de Rolândia. A previsão é que em quatro anos a Lar assuma o controle do complexo, avaliado em R$ 290 milhões. Na unidade, há um abatedouro (com capacidade para processar 175 mil aves por dia), uma fábrica de ração (de 19 mil toneladas por mês) e uma planta de recepção e beneficiamento de grãos (com capacidade para 16,8 mil toneladas). Para aumentar sua capacidade produtiva em Mato Grosso do Sul, Estado em que tradicionalmente atua tam-


bém, a Lar inaugurou ainda no ano passado um complexo de processamento de soja, em Caarapó (MS), que absorveu aporte de R$ 219 milhões. A unidade tem capacidade para esmagar 1,5 mil toneladas de soja por dia para produção de biodiesel, óleo, farelo de soja e energia. Como parte dos investimentos na região, também inaugurou novas unidades de recebimento de grãos em Bandeirantes, Bela Vista, Ponta Porã e Caarapó. “Nosso objetivo não é crescer em faturamento simplesmente, é atender bem aos nossos associados. Nós somos a quarta maior empresa de abates do Brasil, atrás apenas de BRF, JBS e Aurora Alimentos ”, afirmou Rodrigues. Considerando o número de funcionários, atualmente em 20.550, a Lar é também a cooperativa singular que mais emprega no país. Para este ano, Costa Rodrigues afirma que as expectativas estão altas, dado o clima favorável às lavouras de soja e a iminência das discussões para publica-

ção, no meio do ano, do planejamento estratégico da Lar até 2030. “Hoje temos quatro plantas de abate de frangos, duas indústrias de soja, sete de rações, e vamos definir onde queremos chegar para atender à pecuária de pequeno porte e aos produtores de suínos, frango, leite e ovos”, ressaltou o presidente da Lar. Lar apresenta plano de expansão pecuária até 2024: com números surpreendentes, a Diretoria Executiva da Lar Cooperativa apresentou aos prefeitos e vice-prefeitos da região Oeste do Paraná o seu planejamento de ampliação das atividades de suinocultura e avicultura de corte até 2024. A reunião aconteceu na manhã de quinta-feira (28/01), nas dependências do Lar Centro de Eventos, em Medianeira, respeitando distanciamentos e medidas de prevenção à Covid-19. “Essa região é uma das melhores do país, e pode ser ainda melhor”, afirmou o diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues, ao mencio-

nar a importância de unir forças em prol do desenvolvimento regional. Segundo o dirigente, a cooperativa quer ser apoiadora dos municípios em prol de obras estruturantes, como melhorias de estradas, duplicações de rodovias e expansão da rede de energia elétrica trifásica para atender o avanço que está acontecendo no campo. Dentre os principais números detalhados estão investimentos na ordem de R$ 2,412 bilhões (somando Lar e seus associados), crescimento de 165% na avicultura e geração de renda mensal aos integrados (atividade de suínos e aves) de R$ 37,3 milhões, valor que movimenta a economia local. Irineo destacou também a geração de empregos da Lar: atualmente é a Cooperativa singular que mais emprega no país, são 20.500 funcionários e até 2024 serão mais de 25 mil empregos diretos e, se considerarmos que para cada uma pessoa empregada na industrialização de aves são gerados

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Empresas outros 17 empregos indiretos, o número é muito maior. O momento também foi para troca de ideias entre os prefeitos mais experientes e os que tomaram posse no mês de janeiro. Foi unanimidade o reconhecimento de que os produtores rurais são empresários do município, as atividades de suínos e aves geram renda e empregos em um curto período de tempo, são pessoas da região investindo na região. Participaram da reunião o prefeito de Medianeira Antonio França e o vice Evandro Mees, prefeito de Matelândia - Maximino Pietrobon, pre-

feito de Ramilândia - Edson dos Santos, prefeito de Diamante d’Oeste Guilherme Pivatto Junior, vice-prefeito de Santa Terezinha de Itaipu Vanio Morona, vice-prefeito de São Miguel do Iguaçu - Claudio Rodrigues, vice-prefeito de Itaipulândia Lindolfo Rui, prefeito de Serranópolis do Iguaçu - Ivo Roberti, prefeito de Missal – Adilto Ferrari e prefeito de Céu Azul – Laurindo Sperotto. Dentre as principais necessidades da região está a duplicação de BR277 de Matelândia a Agro Cafeeira e a construção de um viaduto de acesso à indústria de aves da Lar Coope-

rativa no município. “Com o crescimento da Lar cresce toda a nossa região, a duplicação e o viaduto de acesso são demandas urgentes e de longa data, precisamos entrar em contato com nossas lideranças estaduais e federais para que se tornem realidade”, enfatizou o prefeito de Matelândia Maximino Pietrobon. A Diretoria Executiva da Lar informou que no mês de fevereiro terá audiência com o governador Ratinho Júnior para apresentar os referidos números atualizados de expansão e as demandas de estrutura para região.

BRF conquista certificado “Zero Waste” para as fábricas em Izmir e Bandirma, na Turquia

A

BRF obtém certificação internacional Zero Waste, concedido pelo Ministério de Meio Ambiente e Urbanização da Turquia, para a fábrica da Companhia em Bandirma e duas fábricas em Izmir. A certificação foi recebida primeiramente pela fábrica produtora de aves em Bandirma e, na sequência, pelas unidades de abate de frangos e de produção de rações em Izmir. A certificação reconhece as práticas de gerenciamento de resíduos realizadas

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pelas unidades que visam proteger o meio ambiente, a saúde humana e todos os recursos em processos de gerenciamento de descartes em consonância com os princípios de desenvolvimento sustentável e direcionamento eficaz de matérias-primas e recursos naturais. Após o envio das evidências de treinamentos, melhorias realizadas e demonstração da gestão de resíduos, as fábricas foram auditadas e certificadas pelo órgão do Ministério responsável sem apontamento de não conformidades.

“A BRF tem uma participação ativa em suas unidades, no Brasil e no exterior, no que se refere à sustentabilidade e está determinada a inovar em todos os aspectos das suas práticas para melhorar continuamente a gestão dos impactos ao meio ambiente”, afirma Mariana Modesto, Diretora de Sustentabilidade da BRF. “Nos orgulhamos pela certificação Zero Waste conferida às fábricas da Turquia e enxergamos o futuro com otimismo quanto às nossas iniciativas”, finaliza. A BRF assumiu as operações das fábricas de Izmir e Bandirma em 2017, quando adquiriu a Banvit, maior produtora de aves da Turquia. Atualmente, a unidade de Bandirma responde pelo maior volume de produção de frangos operada pela Companhia no país. As unidades de Izmir respondem pela produção do abatedouro de frangos e de ração. A Turquia tem uma população de cerca de 80 milhões de pessoas, que responde por aproximadamente 10% do consumo halal de aves no mundo.


Conselho Monetário Nacional simplifica o crédito nas cooperativas agropecuárias

O

Conselho Monetário Nacional (CMN) aprimorou as regras e simplificou os controles existentes sobre as linhas de financiamento para compra de insumos nas operações feitas por meio de cooperativas de produção agropecuária. Com a mudança, as cooperativas poderão encaminhar as informações referentes à aquisição de insumos e aos cooperados atendidos até 120 dias antes da data de vencimento da operação, tornando o processo mais simples, fluído e com a manutenção do controle por parte do regulador. A nova regra entra em vigor em 1 de março. A medida atende aos pleitos negociados entre a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) e cooperativas com o Banco Central e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). “A resolução traz avanços e nossa expectativa é a de que, a partir de março, a situação esteja adequada e a questão resolvida”, afirmou o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti.

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Empresas

Volume e faturamento com exportações do Agro em 2020 são recordes

A

s exportações do agronegócio brasileiro apresentaram desempenho recorde em 2020. Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base em dados da Secex, mostram que o volume exportado pelo setor cresceu 10% de 2019 para 2020, e o faturamento, 4%, atingindo US$ 101 bilhões, ambos recordes. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é resultado especialmente da boa oferta agrícola em 2020, que foi fundamental para o setor atender tanto a demanda brasileira quanto a internacional por alimentos, fibras e energia. Os produtos mais exportados pelo agronegócio no ano passado foram os do complexo soja, as carnes (especialmente suína, seguida por bovina e de frango), açúcar, algodão e café. DESTINO – Desde 2013, quando assumiu a liderança na parceria comercial com o agronegócio brasileiro, a China tem aumentado cada vez mais sua participação na pauta de vendas dos produtos brasileiros. Em 2020, as exportações da carne brasileira para o país asi-

ático aumentaram, principalmente as de carne bovina, e a participação da China no total das exportações agro brasileiras ficou em 33,7%. A soja em grão continua sendo o principal produto enviado à China, que foi destino de 73% de toda oleaginosa exportada pelo Brasil em 2020. Países da zona do Euro foram o segundo destino mais importante para os produtos brasileiros e os Estados Unidos, o terceiro. BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA – Enquanto o saldo comercial de outros setores ficou negativo (em quase US$ 37 bilhões em 2020), o valor obtido com as vendas dos produtos do agronegócio foi superior a US$ 100 bilhões no ano, e mais que compensou o déficit (saída de dólares) gerado pelos outros setores da economia brasileira. Nesse cenário, a balança comercial brasileira fechou o ano com superávit superior a US$ 87 bilhões. A participação do agronegócio nas exportações totais do País, por sua vez, ficou em 48%, superando a participação do ano anterior. PERSPECTIVAS PARA 2021 – Embora o início da vacinação contra o coronavírus tenha alimentado a espe-

rança de um 2021 melhor, há ainda muitas incertezas, principalmente em relação ao ritmo dessa esperada “normalização” e as bases em que ela se dará. Ainda, questões sobre as relações políticas entre EUA e China e desses com o Brasil e os países europeus e suas consequentes políticas comerciais devem ser guiadas por uma diplomacia mais pragmática em 2021. Além disso, a Índia tem alçado cada vez mais espaço no comércio internacional. Se tudo correr como esperado, a China deve liderar novamente o crescimento da demanda internacional por alimentos. Em relação aos outros países, a recuperação deve ficar condicionada ao controle da pandemia. No Brasil, a apreciação cambial vista em 2020 pode arrefecer se as autoridades nacionais conseguirem ter sucesso no controle da pandemia, que é condição necessária para a retomada da economia, mas não suficiente, já que crises domésticas que elevam as incertezas em relação à retomada do crescimento econômico podem afastar o interesse de investidores num mercado de capitais que deve se manter com bastante liquidez.

BRF vai investir R$ 45 milhões em laboratórios de qualidade

A

BRF planeja investir cerca de R$ 45 milhões, nos próximos três anos, nos 31 laboratórios de qualidade próprios que a Companhia mantém distribuídos pelos países em que atua. Os investimentos serão destinados para projetos estratégicos e de tecnologia, ampliação da capacidade e modernização das estruturas para consolidar-se como referência em segurança dos alimentos. As unidades laboratoriais da BRF monitoram toda a cadeia produtiva, desde o

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campo até a mesa de nosso consumidor, através de cerca de 4 milhões de análises por ano. Cada região onde há produção da BRF é atendida por um laboratório com equipe multidisciplinar. Dotadas de médicos veterinários, biólogos, químicos, engenheiros de alimentos, administradores, farmacêuticos, biotecnologistas, biomédicos e outros especialistas, as equipes são incumbidas de mapear, por meio de análises microbiológicas, sorológicas, moleculares, físico-químicas, bromatoló-

gicas, de resíduos, de qualidade das embalagens e sensoriais, para garantir a qualidade e a segurança de seus produtos. “A BRF segue em constante modernização de seus processos e controles internos para garantir a qualidade e a segurança de tudo o que produzimos. O trabalho realizado pelos laboratórios é essencial e nossos investimentos estratégicos contribuem para continuarmos sendo referência no setor”, afirma José Roberto Gonçalves, diretor corporativo de Qualidade da BRF.


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Avicultura de corte brasileira: balanço de uma década (2011/2020)

Expansão na década foi mais moderada que a dos 10 anos anteriores, mas deixou clara a resiliência da avicultura de corte brasileira Confira o desempenho do setor em uma década. Os resultados sãobalanço muito expressivos Chapéu: Avicultura de corte brasileira: de uma década (2011/2020)

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Título: Expansão na década foi mais moderada que a dos 10 anos anteriores mas deixou

m sua clara ediçãoadigital de dezembro Pois serviu para comprovar de vez a Porém... surpresa! A maior parte resiliência da avicultura de corte brasileira. de 2020, a Revista do AviSite proresiliência da avicultura brasileira. de toda essa expansão concentrou-se meteu, para março de 2021, um Essa resiliência, por sinal, é o fator na primeira década do Século, entre Linha Fina: Confira os resultados da avicultura em uma década. Os resultados são muito balanço completo do desempemais importante para todo o setor 2000 e 2010. Pois, na segunda décaexpressivos. nho da avicultura de corte brasileira no da, a recém finda, os incrementos avícola nesta nova década. Pois o ano que passou. Mas, no trabalho iniciamédios anuais em todos os segmen“novo normal” que ainda está por vir do, acabou sendo inevitável tos de produção avaliados maldo supese resumepara ao mundo Em sua ediçãoretroceder digital de dezembro de 2020, a Revista AviSitenão prometeu, março pós-pandêde raram a casa de 1%. mico. Inclui, também, novos e mais pelo menos 20 anos no tempo, até o ano 2021, um balanço completo do desempenho da avicultura de corte brasileira no ano que passou. Na verdade, o estado de semiestadesafiantes padrões de custo, algo 2000. Afinal, o período transcorrido desMas, no trabalho iniciado, acabou sendo inevitável retroceder pelo menos 20 anos no tempo, até de então corresponde às duas primeiras bilidade observado entre 2010 e 2020 que a avicultura já enfrentou e supeo ano 2000. Afinal, o período transcorrido desde então corresponde às duas primeiras décadas rou nas décadas anteriores, mas que décadas do século XXI. Merecem, porfoi reflexo, em primeiro lugar, da detedo século XXI. Merecem, portanto, uma avaliação mais detalhada. tanto, uma avaliação mais detalhada. rioração da economia mundial após a agora veio para ficar. E os resultados a que se chega analigrande crise iniciada nos EUA em Nas páginas a seguir, o retrato do sando-se os vários com-se chega 2008. analisando-se Com ela, o mundo mudou. A comportamento – a naindústria década do – do E os segmentos resultadosque a que os vários segmentos que compõem põem a indústria do frango brasileira – essa crise somaram-se, internamente, alojamento de matrizes de corte, da frango brasileira – terceira do mundo em produção; primeira em exportação – são dos mais terceira do mundo em produção; prioutras crises - como a quebra de safra produção de pintos de corte, da proexpressivos. meira em exportação – são dos mais exdução de carne de frango, das exporque em 2016 afetou seriamente o depressivos. senvolvimento do setor e, na sequêntações de carne de frango, da dispoAs exportações, por auexemplo, 350%, índice que corresponde a uma expansão cia, aumentaram uma pessimamente conduzida nibilidade interna de carne de franAs exportações, por exemplo, mentaram 350%, índice que correspongo interna (total ede per capita), do custo de Operação Fraca– a (2017). Para média de quase 8% ao ano. E – outroCarne exemplo disponibilidade carne de frango de a uma expansão média de quase 8% produção, do preço recebido culminar e criar o que se poderia cha(frente a um crescimento populacional pouco superior a 10%) aumentou 91%, o que propiciou se pelo mar de “tempestade perfeita”, o munao ano. E – outro exemplo – a disponibi(vivo e abatido) e do preço chegasse a 2020 com uma disponibilidade per capita 54% maior que afrango de 2000. lidade interna de carne de frango (frente do encerrou a década enfrentando a pago pelo consumidor no varejo. a um crescimento populacional pouco primeira pandemia do Século. o balanço, a palaPorém... surpresa! A maior parte de toda essa expansão concentrou-seComplementando na primeira década do Século, vra de três líderes do setor sobre a superior a 10%) aumentou 91%, o que Em suma, ainda que o índice de entre 2000 e 2010. Pois, na segunda década, a recém finda, os incrementos médios anuais em todos os atual situação da avicultura de corte propiciou se chegasse a 2020 com uma expansão da última década não tesegmentos de produção avaliados mal superaram a casa de 1%. nha passado de 1% ao ano, pode e debrasileira, suas tendências, seus endisponibilidade per capita 54% maior ve ser considerado um grande sucesso. traves e suas perspectivas. que a de 2000.

INCREMENTO MÉDIO ANUAL

Os resultados nas duas primeiras décadas do VARIAÇÃO século XXI são excepcionais. Mas um olhar EM 20 mais atento revela que a grande expansão do ANOS setor se concentrou entre 2001 e 2010.

ENTRE 2000 E 2020

ENTRE 2000 E 2010

ENTRE 2010 E 2020

96,1% 108,0% 130,7% 350,2% 91,0% 54,4%

3,5% 3,8% 4,3% 7,8% 3,3% 2,2%

5,4% 6,3% 7,4% 15,4% 5,2% 4,0%

1,7% 1,3% 1,2% 0,8% 1,4% 0,4%

Matrizes de corte (alojamento interno) Pintos de corte (produção total) Carne de frango (produção total) Exportação total de carne de frango Disponibilidade interna de carne de frango Disponibilidade per capita de carne de frango

Fontes: ABPA, SECEX/ME e IBGE

20

Na verdade, o estado de semiestabilidade observado entre 2010 e 2020 foi reflexo, em primeiro lugar, da deterioração da economia mundial após a grande crise iniciada nos EUA em 2008. Com ela, o mundo

A Revista do AviSite


Os valores apontados nas tabelas a seguir têm como fonte dos dados básicos as seguintes entidades de classe e órgãos públicos: ABPA, APINCO, EMBRAPA SUÍNOS E AVES, IBGE, JOX e SECEX/ME,

MATRIZES DE CORTE Expandindo-se a uma médiaDE superior a 5% ao ano na primeira década do Século, o plantel brasileiro de MATRIZES CORTE

matrizes de corte iniciou 2010 com um total de 46,5 milhões de cabeças, quase 70% a mais que os 27,5 xpandindo-se média ano anterior. Mas, a essa altura o milhões de cabeças adeuma 2000. A recuperação

E

superior a 5% ao ano na priandar mais lento da economia munmeira década do Século, o dial já se fazia sentir também por Àquelaplantel altura obrasileiro setor já sabia que não deveria mais esperar por aumentos anuais expressivos, como de matriaqui, obrigando a um retrocesso no aconteceu na década anterior, mas não contava que a crise econômica originada pelos EUA em 2008 zes de corte iniciou 2010 com um volume alojado. viesse afetarmilhões seus alojamentos, aparentemente à estagnação internacional da total dea46,5 de cabeças, já que Só–em 2015 voltou-sealheios a superar o quase 70% a mais que os 27,5 mitotal de 2011 mas, então, veio uma economia – tanto o mercado interno como as exportações continuavam crescendo. lhões de cabeças de 2000. quebra de safra seguida por uma Àquela altura o setor já sabia Operação Carne Fraca, eventos que Efetivamente, em 2011 o volume alojado aumentou 8% em relação ao ano anterior. Mas, a essa altura o que não deveria mais esperar por ocasionaram a repetição dos retroandar maisanuais lento da economiacomundial já seobservados fazia sentirnotambém por aqui, obrigando a um retrocesso no cessos quinquênio aumentos expressivos, mo aconteceu na década anterior, anterior. A recuperação iniciada em volume alojado. mas não contava que a crise econô2019 estendeu-se até 2020, ano em mica originada pelos EUA em 2008 que foram alojadas pouco mais de Só em 2015 voltou-se a superar o total de 2011 mas, então, veio uma quebra de safra seguida por uma viesse a afetar seus alojamentos, já 55,3 milhões de matrizes de corte, Operação Carne Fraca, eventos ocasionaram a repetição dos retrocessos observados no quinquênio que – aparentemente alheios à es-queconforme informações de mercado anterior. Ainternacional recuperaçãodainiciada 2019 estendeu-se 2020, ano em que foram alojadas pouco mais tagnação econo-em ainda pendentes de até confirmação. mia – tanto o mercado internode coO volumeinformações é, sem dúvida, surde 55,3 milhões de matrizes corte, conforme de mercado ainda pendentes de mo as exportações continuavam preendente. Notar, porém, que corconfirmação. responde a um incremento médio crescendo. da ordem de 1,7% ao ano em relaEfetivamente, em 2011 o volume O volume é, sem8% dúvida, surpreendente. ção a Notar, 2010. porém, que corresponde a um incremento médio da alojado aumentou em relação ao

iniciada em 2019 estendeu-se até 2020, ano em que foram alojadas pouco mais de 55,3 milhões de matrizes de corte

ordem de 1,7% ao ano em relação a 2010. 60

8%

55 50

3%

45 40 35

-2%

30 25

46,546

46,143

49,333

50,705

50,525

50,183

48,426

51,526

55,335

10

50,044

15

-7%

46,556

20

2010

2011

2012

2013

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2015

2016

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VOLUME (MILHÕES/CABEÇAS)

-12%

VARIAÇÃO ANUAL

A Revista do AviSite

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Avicultura de corte brasileira: balanço de uma década (2011/2020)

PINTOS DE CORTE Comparativamente ao recorde anterior de cinco atrás (6,5 bilhões em 2015) o aumento registrado em 2020 não chegou a 5%

M

antendo a mesma linha de raciocínio anterior, a produção brasileira de pintos de corte cresceu a uma média de quase 6,5% ao ano entre 2000 e 2010. Dessa forma, encerrou a primeira década do Século XXI com um volume próximo de 6 bilhões de cabeças, quase 85% a mais que o produzido apenas 10 anos antes (3,254 bilhões de cabeças em 2000). E, a exemplo do alojamento de matrizes de corte, a produção do setor também aumentou em índice significativo em 2011. Mas sofreu forte retrocesso no ano seguinte, só voltando a superar os resultados de 2011 quatro anos depois, em 2015 – ainda assim, de forma moderada.

Veio, então, a quebra de safra do milho (2016), seguida pela Operação Carne Fraca (2017), o que resultou em três anos de retrocesso e na produção, em 2018, de um volume apenas 1% superior ao registrado seis anos antes. Iniciada em 2019, a recuperação ansiada pelo setor estendeu-se a 2020, exercício em que, enfim, superou-se o volume produzido em 2015, chegando-se aos 6,824 bilhões de pintos de corte. Isto correspondeu a um incremento anual de cerca de 5,5% e a uma expansão média, na década, de 1,3% ao ano. Porém, comparativamente ao recorde anterior de cinco anos atrás (6,5 bilhões em 2015) o aumento registrado em 2020 não chegou a 5%.

GRÁFICOS A SEREM SUBSTITUÍDOS

PINTOS DE CORTE – página 22

4,000

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

VOLUME (BILHÕES/CABEÇAS)

6,072

4,500

2017

2018

6,824

0%

6,469

5,000

6,212

2%

6,450

5,500

6,506

4%

6,232

6,000

6,147

6%

6,007

6,500

6,245

8%

5,998

7,000

2019

2020

-2% -4%

VARIAÇÃO ANUAL

EXPORTAÇÃO – Página 24 22

A 4,400 Revista do AviSite

9%


CARNE DE FRANGO - PRODUÇÃO

CARNE DE FRANGO - PRODUÇÃO

Quando a primeira década do Século XXI terminou, a produção brasileira de carne de frango somou uando de a primeira déca4,3% ao ano,7,5% en- ao ano em relação ao último ano 12,230 milhões toneladas, o que ximadamente, significa que cresceu quase Nas duas primeiras da do Século XXI termiquanto no alojamento de matrizes do Séculonou, anterior. a produção braside corte e na produção de pintos

Q

décadas deste Século, a produção brasileira de carne de frango evoluiu à razão de, aproximadamente, 4,3% ao ano

leira de carne de frango de corte a expansão foi menor, giNaturalmente, na década o mesmo comportamento da produção de pintos de rando registrando em torno dos 3,5% . Isto é somou 12,230 milhões de seguinte tonela- seguiu das, o que significa que cresceu resultado do melhoramento contícorte, da qual resulta. Assim, manteve os mesmos altos e baixos observados com os pintos de corte, propiciado pelas linhagens quase 7,5% ao ano em relação ao atingindo em 2020 a marca dos 13,8nuo milhões de toneladas (resultado preliminar), 4% a mais que o em criação, das quais resultam último ano do Século anterior. consignado para 2019. mais carne com menos reprodutoNaturalmente, na década seguinte seguiu registrando o mesras e menos pintos de corte. mo comportamento Também vale observar que a re-a produção brasileira de carne de É interessante notar da que,produção nas duas primeiras décadas deste Século, lação entre a produção de pintos no alojamento de matrizes de corte de pintos de corte, da qual resulta. frango evoluiu à razão de, aproximadamente, 4,3% ao ano, enquanto de corte e a de carne de frango Assim, manteve os mesmos altos e e na produção de pintos de corte a expansão foi menor, girando em torno dos 3,5%. Isto é resultado do tem, atualmente, conotação difebaixos observados com os pintos melhoramento contínuo propiciado pelas linhagens em criação, dasco-quais resultam mais carne com rente da tradicional. Ou seja: de corte, atingindo em 2020 a maior parte da carne de franmarca 13,8 milhões de tonelamenosdos reprodutoras e menos pintosmo de acorte. das (resultado preliminar), 4% a go produzida no País provém de mais que o consignado para 2019. integradas, é o volume Também vale observar que a relaçãoempresas entre a produção de pintos de corte e a de carne de frango tem, É interessante notar que, nas projetado de carne de frango que atualmente, conotação diferente seja: como a maior duas primeiras décadas deste Sécu-da tradicional. determina oOu volume de pintos de parte da carne de frango produzida no aPaís provémbrasileira de empresas integradas, é oservolume projetado de frango que determina o lo, produção de carne corte a produzido e nãode o carne inverso. e não o inverso. de frangode evoluiu razão volume pintos àde cortede,a aproser produzido

14,000

12%

13,500 13,000

7%

12,500 12,000 11,500

2%

11,000 10,500

12,645

12,309

12,691

13,140

12,900

13,050

12,855

13,245

13,800

9,000

13,058

9,500

-3%

12,230

10,000

2010

2011

2012

2013

2014

2015

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2017

2018

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2020

VOLUME (MILHÕES/TONELADAS)

-8%

VARIAÇÃO ANUAL

A Revista do AviSite

23


PINTOS DE CORTE – página 22

Avicultura de corte brasileira: balanço de uma década (2011/2020) 8%

7,000

CARNE DE FRANGO - EXPORTAÇÃO

6%

6,500

Será que se atingiu um ponto de 5,500 estabilização a partir do qual o 5,000 crescimento se torna apenas vegetativo? 4,500 2010

N

6,824

6,469

6,072

6,212

6,450

6,506

6,232

6,147

6,007

os primeiros anos deste O fato é que, de 2010 para 2020 a 4% Século – mais exatamente, expansão média das exportações não em 2004 – o Brasil tornouchegou a 1% ao ano. Ou seja: o volu-se o maior exportador me embarcado aumentou apenas 2%8% mundial de carne de frango. Regisna década, contra mais de 300% na trou, então, uma expansão extraordécada retrasada. dinária, pois saltou de pouco mais Os diversos fatores já citados0% interferiram nesse desempenho. Isto, além de 916 mil toneladas em 2000 para de muitos países passarem a exportar, 3,820 milhões de toneladas dez tornando-se concorrentes do -2% Brasil. anos depois. Ou seja: um crescimento de 317% em apenas uma déMas a realidade é que, frente a um cada e que representou expansão crescimento superior a 30% nas ex-4% portações mundiais de carne de franmédia superior a 15% ao ano. 2011 2012 2013Porém, 2014 2015seguinte, 2016 o ca2017 go entre 2018 2010 2019 e 20202020 (dados do USna década minhar rastejante da economia DA), as vendas externas brasileiras VOLUME (BILHÕES/CABEÇAS) ANUAL mundial afetou a evolução das ex- VARIAÇÃO aumentaram menos de 10%. portações, talvez mais do que a É verdade que, com a pandemia, o qualquer outro segmento da aviculque em 2020 deveria ser um aumento tura brasileira. Ou será que se atinentre 3% e 5% acabou sendo um novo giu um ponto de estabilização a retrocesso. Mas o evoluir das exportações (provavelmente não só da carne partir do qual o crescimento se torna apenas vegetativo? de frango) merece boa avaliação.

6,245

4,000

5,998

6,000

EXPORTAÇÃO – Página 24

-1%

3,200

-3%

3,000

-5%

2,800 2,600

4,125

3,400

4,175

1%

4,017

3,600

4,234

3%

4,309

3,800

4,225

5%

3,995

4,000

3,892

7%

3,918

4,200

3,943

9%

3,820

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2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

VOLUME (MILHÕES/TONELADAS)

24

A Revista do AviSite

VARIAÇÃO ANUAL

-7% -9%


CARNE DE FRANGO DISPONIBILIDADE INTERNA TOTAL

R

esultado do saldo entre produção total e exportações, a disponibilidade interna total de carne de frango apresentou, na década, praticamente o mesmo nível de estabilidade dos demais segmentos da avicultura de corte. E se aumentou 66% nos primeiros dez anos do Século – média superior a 5% ao ano – na década passada acumulou expansão de apenas 15%, evoluindo a pouco mais de 1% ao ano. O maior volume registrado nos oito primeiros anos da década ocorreu em 2011, pois o agravamento da crise econômica mundial a partir de 2012 (quando a “marola” passou a afetar também o mercado interno) fez com que, naquele e nos seis anos seguintes, a disponibilidade retrocedesse, permanecendo praticamente

estável (variação de apenas 6% entre o mínimo – 8,4 milhões de toneladas em 2013 – e o máximo – 8,9 milhões de toneladas em 2015). O crescimento só voltou a ocorrer em 2019. Mas porque, principalmente, foi estimulado pela forte valorização interna das carnes concorrentes, a bovina e a suína, em decorrência do aumento das exportações visando especialmente ao suprimento do mercado chinês, afetado pela Peste Suína Africana. Mas a superação do recorde registrado em 2011 só ocorreu em 2020, quando o volume disponibilizado internamente aumentou quase 7% em relação ao ano anterior, atingindo os 9,675 milhões de toneladas, quase 100% a mais que as pouco mais de 5 milhões de toneladas estimadas para o ano 2000.

A superação do recorde registrado em 2011 só ocorreu em 2020, quando o volume disponibilizado internamente aumentou quase 7% em relação ao ano anterior

DISPONIBILIDADE INTERNA TOTAL – Página 25

3%

7,000

0%

6,500

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6,000

-5%

5,500 5,000

9,675

7,500

9,070

5%

8,838

8,000

8,816

8%

8,591

8,500

8,915

10%

8,696

9,000

8,417

13%

8,727

9,500

9,115

15%

8,410

10,000

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

VOLUME (MILHÕES/TONELADAS)

-8% -10%

VARIAÇÃO ANUAL

CORREÇÕES DE TEXTO - Pagina 22

A Revista do AviSite

25


Avicultura de corte brasileira: balanço de uma década (2011/2020)

CARNE DE FRANGO - DISPONIBILIDADE PER CAPITA

CARNE DE FRANGO Nos 10 anos encerrados em 2020, a população brasileira estimada pelo IBGE aumentou pouco mais de 11% (média próxima mas inferior a 1% ao ano) PER e chegou aos 210 milhões de habitantes. Como, no DISPONIBILIDADE CAPITA mesmo período, a disponibilidade interna total de carne de frango aumentou 15%, houve aumento real na

N

disponibilidade capita do alimento. Apósperencerrar a

os 10 anos encerrados em nível internamente representou 2020, a população brasilei47,330 kg de carne de frango. Nos ra estimada pelo IBGE auanos seguintes houve retrocesso, a Efetivamente, após registrar, no final da década retrasada, umadedisponibilidade de carne de frango pouco mentou pouco mais 11% média dos oito anos subsequentes superior a 44 kg per capita, a década(média seguinte foi encerrada com umaoper caindo capita ligeiramente 46 próxima mas inferior a 1% para cerca desuperior 43,5 kg,amas kg, quase 5% a mais que em 2010. ano) e chegou aos 210 milhões de ha- retrocedendo até 42,499 kg. bitantes. Como, no mesmo período, a Com a pandemia e a paralisação disponibilidade interna total de cardas atividades econômicas, sobretuMas esse volume não correspondeune à maior disponibilidade per capita dadodécada. Esta ocorreu em 2011, de frango aumentou 15%, houve do food-service, temia-se por um ano em que o volume disponível internamente representou 47,330per kg debaixo carnevolume de frango. Nos anos aumento real na disponibilidade também em 2020. do alimento. setor de soube reinventar e, seguintes houve retrocesso, a médiacapita dos oito anos subsequentes caindo Mas paraocerca 43,5sekg, mas Efetivamente, após registrar, no além disso, com o alto preço das deretrocedendo até 42,880 kg. mais carnes, encontrou maior definal da década retrasada, uma disponibilidade de carne de frango pouco manda. Com isso, todo o volume Com a pandemia e a paralisação dassuperior atividades food-service,no temia-se um a 44 econômicas, kg per capita, asobretudo década do disponibilizado ano foi por absorvibaixo volume também em 2020. Masseguinte o setorfoi soube se reinventar e, além disso, com o alto preço das do, fazendo com que o consumo per encerrada com um per capita aumentasse 6% em recapita ligeiramente superior a 46 kg, demais carnes, encontrou maior demanda. Com isso, todo o volume disponibilizado no anoquase foi absorvido, lação ao disponibilizado em 2019. quase 5% a mais que em 2010. fazendo com que o consumo per capita aumentasse quase 6% em relação ao disponibilizado em 2019. Todos esses fatores persistem em Mas esse volume não correspondeu à maior disponibilidade per ca2021. Mas o grande desafio está no Todos esses fatores persistem em 2021. Masdécada. o grande desafio estáemno custo, encarecedordo pita da Esta ocorreu custo,sobremaneira sobremaneira encarecedor 2011, ano em que o volume dispoproduto final. do produto final.

década retrasada com uma disponibilidade de carne de frango da ordem de 44 kg per capita, década seguinte foi fechada com um per capita superior a 46 kg

3%

42,000

0%

41,000

-3%

40,000

-5%

39,000 38,000

46,040

43,000

43,582

5%

42,880

44,000

43,189

8%

42,499

45,000

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10%

43,858

46,000

42,866

13%

44,879

47,000

47,330

15%

44,095

48,000

2010

2011

2012

2013

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2020

VOLUME (KG/PER CAPITA)

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A Revista do AviSite

VARIAÇÃO ANUAL

-8% -10%


CUSTO DE PRODUÇÃO Iniciados em janeiro de 2010, os levantamentos mensais do custo de produção do frango da Embrapa Suínos e Aves, embora abrangendo vários estados, sempre tiveram como parâmetro básico aviários climatizados do estado do Paraná, servindo como referência para o Centro-Sul do País.

CUSTO DE PRODUÇÃO

Pois entre o primeiro levantamento daquele ano e o último da década passada o custo de niciados em janeiro de 2010, os 2011, 2016 e 2020. No primeiro, o Hoje produz-se produção do frango triplicou, passando R$1,29/kg (janeiro de 2010) para R$3,91/kg levantamentos mensais do custo custo dede um ano para outro aumentou 22,5%; no segundo, cerca de de produção do frango da Emcom e (dezembro de 2020). Porém, considerados os valores médios entremais 2010 ecarne 2020 (R$1,41/kg brapa Suínos e Aves, embora 20%; e no terceiro o aumento foi de R$3,61/kg) a variação acumuladaquase foi pouco superior a 155%, índicemenos que representa raçãoexpansão que abrangendo vários estados, sempre 27%. média como de, praticamente, 10% tiveram parâmetro básico avi-ao ano. A grande diferença entre eles é

I

há uma década. Menos mal!

ários climatizados do estado do Paque os dois primeiros picos foram raná, servindo como referência para ocasionados por quebras na safra Nesse espaço de tempo, foram registrados três picos de custo: em 2011, 2016 e 2020. No o Centro-Sul do País. interna de grãos. Já o terceiro – e primeiro, o custo de umlevantaano paramais outrorecente aumentou 22,5%; no segundo, cerca de 20%; e no Pois entre o primeiro – ocorreu em tempo de mento daquele ano e o último da safra recorde de grãos, mas com os terceiro o aumento foi de quase 27%. década passada o custo de produção preços desses grãos determinados do frango triplicou, passando de pelo mercado internacional. Em deA grande (janeiro diferença os doiso primeiros picos foram ocasionados por quebras na corrência, custo da alimentação, R$1,29/kg de entre 2010)eles paraé que que em 2010 representou 65,89%em tempo de safra recorde de R$3,91/kg (dezembro de 2020). Posafra interna de grãos. Já o terceiro – e mais recente – ocorreu rém, considerados os valores médo custo total de produção, subiu grãos, mas com os preços dessesnogrãos determinados pelo mercado internacional. Em dios entre 2010 e 2020 (R$1,41/kg e ano passado para 71,88% do cusdecorrência, o custo da alimentação, que em 2010 representou 65,89% do custo total de to total. R$3,61/kg) a variação acumulada Porém, poderia sidototal. pior não foi pouco superior a 155%, índice produção, subiu no ano passado para 71,88% do ter custo fosse o melhoramento continuo da que representa expansão média de, conversão alimentar do frango. Hopraticamente, 10% ao ano. Porém, tertempo, sido pior não fosse o melhoramento continuo je produz-se mais carne com menos da conversão alimentar do Nesse poderia espaço de foram ração que há uma década. registrados três picos de custo: em frango. Hoje produz-se mais carne com menos ração que há uma década.

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Avicultura corte devivo uma (2011/2020) Infelizmente, ode preço pagobrasileira: ao avicultor balanço pelo frango nãodécada teve a mesma evolução registrada pelos custos. Na década aumentou pouco mais de 120% - média anual de 8%.

Mas o que ressalta é que os preços alcançados tiveram, praticamente, a mesma configuração dos custos. Ou seja: subiram quando houve aumento de custo; e baixaram quando o custo sofreu redução.

PREÇO DO FRANGO VIVO

I

nfelizmente, o preço pago ao viu forçado a reduzir a produção, isto Embora configuração avicultor pelo frango vivo não maior equilíbrio entre Aliás, foram poucas as exceções a essa regra, todas determinadasdeterminando por um rebalanceamento nas teve a mesma evolução registraoferta e demanda e, com ele, melhora seja similar à dos condições de mercado. Mais exatamente, em 2013 e 2019, exercícios em que, contrariando a da pelos custos. Na década aunos preços. baixa de custo, o incremento no preço domais frango vivo -superou osEm15%. isso, custos, preçosanualmentou pouco de 120% mé2020 Mesmo isso foi conseguido apedia anual de 8%. nas parcialmente. Pois, frente a uma porém, só ocorreuevoluíram porque, afetado pelos altos custos no ano anterior, o setor se viu forçado a alcançados Mas o que ressalta é que os preços anual superior a 25% no reduzir a produção, isto determinando maiortiveram, equilíbrio entre oferta eevolução demanda e, com ele, alcançados praticamente, a custo de produção, o preço recebido muito aquém melhora nos preços.

mesma configuração dos custos. Ou pela ave viva evoluiu menos de 13%. seja: subiram quando houve aumenPorém, o que não escapa mesmo é to de custo; e baixaram quando o o estreitamento da margem de ganho Em 2020 isso foi conseguido apenas parcialmente. Pois, frente a uma evolução anual superior a custo sofreu redução. do avicultor. Pois, contrapondo-se o 25% no custo de produção, o preço Aliás, recebido aveasviva evoluiu menos de 13%.ao preço pago pelo forampela poucas exceções a custo da Embrapa essa regra, todas determinadas por frango vivo no interior paulista oba média anual de 2010, condições Porém, o que não escapa mesmoum é orebalanceamento estreitamento nas da margem deserva-se ganho que do avicultor. Pois, próxima de 17%; caiu em 2020 para de mercado. Mais exatamente, em contrapondo-se o custo da Embrapa preço pago pelo frango no interior menos de 2%. paulista observa2013ao e 2019, exercícios em que, con-vivo trariando a baixa de custo, o increO grande se que a média anual de 2010, próxima de 17%; caiu em 2020 para menos dedesafio 2%. do setor, doramento anual no preço do frango vivo vante, será manter-se nessa situação. Porque, aparentemente, não superou os 15%. Mesmo isso, porém, O grande desafio do setor, doravante, seráporque, manter-se nessa Porque, há espaço paraaparentemente, repassar mais custo só ocorreu afetado pelossituação. altos custos no ano anterior, o setor se ao consumidor. não há espaço para repassar mais custo ao consumidor.

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PREÇO DO FRANGO ABATIDO Como, nos últimos 10 anos, ocorreu forte evolução do sistema integrado e, em decorrência, caiu a dependência dos abatedouros frigoríficos em relação ao frango vivo disponibilizado no mercado independente, seria de supor que também a evolução de preços do frango abatido perdesse a antiga relação com o preço do frango vivo.

PREÇO DO FRANGO ABATIDO

C

Margem – entre frango vivo e abatido – de quase 45% em 2010, recuou para menos de 25% em 2020

omo, nos últimos 10 anos, preço entre um e outro produto. Dessa forma, a margem obtida pelo franocorreu forte evolução do Mas issosistema não ocorreu, e baixasdeanuais registradas go abatido, quase 45% em 2010, pelo frango abatido foram integradopois e, as em altas recuou para menos de 25% em ligeiras 2020 decorrência, caiu a depenpraticamente as mesmas registradas pelo frango vivo, com diferenças, apenas, nos dência dos abatedouros frigoríficos (no auge do primeiro isolamento soíndices de variação de um ano para outro. Assim, enquanto na década o frango vivo aumentou cial imposto no ano pela pandemia em relação ao frango vivo disponibimais de a elevação do abatido dos de 100% lizado no 120%, mercado independente, chegouficou a cairaquém para menos 15%), o seria de supor que também a evoluque sugere haver, de um lado, menor ção de preços do frango abatido pervolume de frangos provenientes da Tal resultado, obviamente, significou estreitamento das margens de preço entre um e outro desse a antiga relação com o preço produção independente e, de outro, produto. Dessa forma, a margemabatedouros obtida peloainda frango abatido, de quase 45% em 2010, recuou do frango vivo. sujeitos à disponibilidade da produção independente. Mas isso não ocorreu, pois as altas para menos de 25% em 2020 (no auge do primeiro isolamento social imposto no ano pela De toda forma, ocorreu uma e baixas anuais registradas pelo franpandemia chegou a cair para menos de 15%), o que sugere haver, de um lado, menor volume de go abatido foram praticamente as mudança radical entre um e outro frangosregistradas provenientes da produção independente de outro, abatedouros ainda sujeitos à mesmas pelo frango vivo, mercado. Lá atrás,e, quem precificava o produto final era a maior ou com ligeiras diferenças, apenas, nos disponibilidade da produção independente. menor disponibilidade de frangos índices de variação de um ano para vivos. Atualmente, é o comportaoutro. Assim, enquanto na década o De toda ocorreu mudança entre um que e outro mentoradical do frango abatido orien-mercado. Lá atrás, quem frango vivoforma, aumentou mais deuma 120%, ta o mercado de aves vivas. Havenaprecificava elevação dooabatido ficou aquém produto final era a maior ou menor disponibilidade de frangos vivos. Atualmente, é do excedentes de aves vivas nas indos 100% o comportamento do frango abatido que orienta o mercado de aves vivas. Havendo excedentes tegrações chega, até, a derrubar o Tal resultado, obviamente, signifide aves vivas nas até,independente. a derrubar o mercado independente. cou estreitamento dasintegrações margens de chega, mercado

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mostrar também como se comportou o frango na ponta final, perante o consumidor. No caso, são adotados os valores apontados pelo Procon-SP o frango resfriado comercializado no varejo Avicultura de corte brasileira: balanço para de uma década (2011/2020) da cidade de São Paulo. O que se constata é que, em uma década, o frango praticamente dobrou de preço. Pelo ProconSP fechou 2010 valendo R$4,42/kg e completou 2020 a R$8,67/kg – variação, ponta a ponta, de 96%.

PREÇO DO FRANGO NO VAREJO

E

Naíndice década, frentea uma a evolução encerrado após avaliaessa evolução coincide com a inEsse correspondeu médiasem, de quase 7% ao comparar ano e, praticamente, ção de toda a cadeia de prof lação observada no período evolução defrango abatido, com ligeira perda para este último. Ou seja: a para com a uma evolução de preço do dução, mostrar também cosaber se também nesse quesito o margem registrada em 2020 a mesma pequenosaiu ganho para o E a 155% no custo defoi praticamente mo se comportou o frangode na 2010, ponta com consumidor ganhando. consumidor. produção, preço ao final, perante o consumidor. No ca- resposta é “não”, pois, frente aos ste balanço não poderia ser

Mas o que também interessa é

so, são adotados os valores aponta96% de aumento do frango, a indos pelo Procon-SP para o frango f lação medida pela IPCA do IBGE Mas o que também interessa é comparar essa evoluçãonocom a inflação observada resfriado comercializado varejo ficou em cerca de no 74%período . da cidade de São Paulo. Mas... devagar com andor. para saber se também nesse quesito o consumidor saiu ganhando. E a resposta é “não”, opois, O que se constata é que, em uma Porque até 2018 o frango resfriafrente aos 96% de aumento do frango, a inflação medida pela IPCA do IBGE ficou em cerca de do comercializado no varejo paudécada, o frango praticamente do74%. brou de preço. Pelo Procon-SP felistano registrou evolução de prechou 2010 valendo R$4,42/kg e ço inferior à da inf lação, o que completou 2020 a R$8,67/kg – vasignificou ganho real para o conMas... devagar com o andor. Porque até 2018 o frango resfriado comercializado no varejo riação, ponta a ponta, de 96%. sumidor. paulistano registrou evolução de preço à da inflação, o que significou ganhosofreu real para o Esseinferior índice correspondeu a uma Esse situação reversão evolução média de quase 7% ao ano nos últimos dois anos, 2019 e 2020. consumidor. e, praticamente, coincide com a E não por culpa do setor produtivo, evolução de preço do frango abatimas dos custos de produção. Neste Esse situação sofreu reversão nos doisperda anos,para 2019 2020.caso E não por culpaque, do setor do,últimos com ligeira esteeúltibasta lembrar frente a um mo. Ou seja: a margem registrada aumento de 96% no preço do franprodutivo, mas dos custos de produção. Neste caso basta lembrar que, frente a um aumento de go no varejo, o custo de produção em 2020 foi praticamente a mesma 96% no preço do frango no varejo, o custo de produção aumentou mais de 150%. Ponto para o aumentou mais de 150 % . Ponto de 2010, com pequeno ganho para o consumidor. para o consumidor. consumidor.

consumidor aumentou 96%

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30 A Revista do AviSite

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Ricardo Santin: consumo per capita do frango pode estar se aproximando do teto; é preciso qualificá-lo

Ricardo Santin, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)

P

ara Ricardo Santin, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), um dos pontos mais relevantes do que foi analisado diz respeito ao consumo per capita de carne de frango: “considerando os fatores que influenciam o quadro atual, como o consumo de outras proteínas e o poder de compra da população, vejo que podemos estar nos aproximando de um teto”, afirma. Vimos a disponibilidade per capita crescer em 2020 em relação a 2019, enquanto as exportações permaneceram nos mesmos patamares. Em parte, houve o reforço à renda do brasileiro por meio dos programas sociais no enfrentamento da pandemia, que influenciou no crescimento do consumo per capita de frango e de ovos. Mas houve, também, o forte encarecimento da carne

bovina e sua consequente redução do consumo per capita”, observa. E prossegue: “Com base nisto, vejo que os próximos passos do setor não podem se pautar somente em aumentar o consumo e, sim, em qualificá-lo. Produtos com mais valor agregado são especialmente desejáveis no contexto que temos pela frente, sem perspectivas de baixas nos custos de produção.” E a continuidade da pandemia nesta nova década: pode influenciar ainda mais os resultados da década passada? “Vejo que podemos, sim, enfrentar oscilações nos índices de produção e no consumo per capita, mas não em decorrência da pandemia. A pandemia pode impactar a renda, mas a carne de frango continua a ser uma das proteínas mais acessíveis e substituta imediata no con-

sumo de carne bovina – esta sim, que deve ser mais impactada. Os custos de produção são o verdadeiro fator de impacto na oferta dos produtos, que deve ditar os níveis de alojamento das empresas em suas estratégias de sustentabilidade. Vemos o que acontece neste momento no setor de ovos: aves menos produtivas vêm sendo descartadas, já que, como dizem, “não faz sentido ofertar insumo caro a galinha velha”. Esta equação de sustentabilidade de custos é que, de fato, deve nortear o mercado.” O Presidente da ABPA ainda ressalta que é fundamental manter a cautela e analisar toda a conjuntura do país: “Os custos deverão ser repassados por questão de sustentabilidade setorial, mas não há dúvida de que, em qualquer cenário, a carne de frango continuará a ser a preferida dos brasileiros. A Revista do AviSite

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Avicultura de corte brasileira: balanço de uma década (2011/2020)

Ivan Lauandos: é fundamental avaliar bem os mercados, pois ajustes de produção para baixo custam caro

Ivan Pupo Lauandos, Presidente da Aviagen América Latina

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A Revista do AviSite

A

valiando a evolução do setor nos últimos 20 anos, Ivan Pupo Lauandos, Presidente da Aviagen América Latina chama a atenção para o fato de que a produção de pintos de corte e o decorrente volume de car-

ne de frango aumentaram mais que o alojamento de matrizes: “isso demonstra, claramente, que houve um ganho de produtividade causado pelo melhoramento genético e pelas demais tecnologias, tais como ambiência, nutrição, manejo, etc. O avanço de 91% da disponibilidade de carne de frango, quase dobrando em duas décadas e ocupando espaços das demais carnes, também mostra uma tendência mundial muito clara”. Como Santin, Lauandos entende que a eventual continuidade do atual estado pandêmico não afetará o setor. Pelo contrário: “A pandemia do coronavírus em combinação com a peste suína africana na Ásia já causou um forte crescimento proporcional da carne de frango no Brasil e no mundo. O menor preço relativo e a busca por alimentos mais saudáveis vêm determinado mudanças no mercado de proteínas animais. Importante ressaltar que a versatilidade da carne de frango com suas diferentes formas de preparo tem sido uma vantagem entre as proteínas animais. A pandemia acelerou o processo. Houve um ganho de ‘share’”. Lembrado a respeito dos expressivos índices de crescimento da produção de carne de frango na primeira década deste Século e indagado quanto à perspectiva de repetição desses índices na corrente década, o dirigente da Aviagen preconiza incrementos da ordem de 3,5% ao ano, “o adequado” – em suas palavras – “para atendermos demanda interna e exportações”. Ressalta, por fim, que “ajustes de produção para baixo custam caro”. E defende que se estime muito bem os mercados e se produza o suficiente para atender a demanda. Também recomenda “muita atenção às mudanças repentinas de cenário”.


Ariovaldo Zani: corrida aos grãos envolve não só a nutrição animal e o consumo humano, mas também o etanol e o biodiesel

Ariovaldo Zani, Presidente do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA) e Diretor-Executivo do Sindirações.

R

eferindo-se, especificamente, às influências do setor em que atua sobre o frango, Ariovaldo Zani, Presidente do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA) e Diretor-Executivo do Sindirações, ressalta que “recrudesce o rali pelos grãos (milho e soja para ração animal e alimentação humana, etanol e biodiesel), e tal cenário determina grande oportunidade para que os empreendedores da agricultura e da pecuária e os agentes públicos da CONAB e do Ministério da Agricultura se esforcem em dialogar cada vez mais”. “O intuito – prossegue – “é focar com racionalidade nas hipotéticas ações de curto prazo (redução do PIS/COFINS e autorização da CTNBio para importação temporária de milho OGM exclusivamente aos animais, além da manutenção da isen-

ção da TEC para compras fora do Mercosul) e destravar, de vez, aquelas de médio/longo prazo (infraestrutura logística/capacidade de armazenamento, modal de transporte) com objetivo de assegurar a disponibilidade, manter a competitividade exportadora, e sobretudo, atribuir preço justo a esses insumos estratégicos. As partes entendem que é necessário implementar mecanismos que estimulem o aumento do plantio de milho, sorgo, milheto, etc. e concordam que as alternativas (contratos antecipados versus ‘da mão para a boca’) que disciplinam a aquisição, podem e devem ser aprimorados, muito embora reconheçam a carência de dados fidedignos de previsibilidade para planejamento e tomada de decisão.” Atento a esse quadro, a outros “novos paradigmas que reformula-

ram o cotidiano” e à oportunidade para a reconstrução, Zani recomenda que as empresas “ousem ultrapassar a tradicional fronteira da lucratividade e avancem progressivamente em propósitos voltados a um planeta mais sustentável e a uma sociedade menos desigual, com o objetivo de estabelecer vantagem competitiva frente aos concorrentes e ampliar a confiança, sobretudo dos consumidores mais jovens. Além de zelar pelo elemento humano (colaboradores, equipes e comunidade) as empresas podem combater o negacionismo científico e a desinformação, aproveitando o cenário de profundo ceticismo e desilusão. Finalmente, é recomendável que as empresas comuniquem com clareza a conveniência dos seus produtos àqueles consumidores que gastam cada vez mais tempo consigo mesmos”. A Revista do AviSite

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Ciência & Pesquisa

Avaliação dos índices de eclodibilidade de diferentes produtores de raças de galinhas em criação de pequena escala e a influência do manejo da incubação O trabalho proporcionou a avaliação dos índices de eclodibilidade de diferentes produtores em criação de pequena escala, visto que os produtores participantes relataram índices baixos de eclodibilidade Autoras – Ellen Rayane Machado1, Joelma Moura Alvarez2 (1) Curso de Medicina Veterinária da Universidade Paulista, campus São José dos Campos – Dutra (2) Professora e coordenadora auxiliar da Clínica Veterinária do curso de Medicina Veterinária Universidade Paulista, José70,9% dos Campos índice de daeclodibilidade, de campus 20% São para nas– Dutra sucessivas incubações. Neste caso os lotes

continham as raças Embrapa 51 e caipira comum e as reprodutoras eram alimentadas com ração composta por milho triturado, farelo de soja, farelo de trigo, cálcio, sais minerais e ainda ração comercial indústria para avesavícola em postura. do Brasil dos e registro da produção diária. Escolocado na incubadora pode manter Já no lote 2, pertencendo produtores diferentes, que o índice de eclodibilidade de 63,6%,entretes são dados fundamentais letem um posicionamento dea dois o seu potencial de nascimento, composto destaque por raçamundial, Brahma estando e Índio gigante. Suas reprodutoras foram alimentadas com milho ração vam a influências no manejo das aves tanto este nunca poderáeser melhorade postura. O lote 4 com 91,1%, tratando-se de apenas um produtor, composto pelas raças Label do. Esse potencial pode ainda ser pree dos ovos (Rocha et al., 2010). entre os primeiros lugares rouge, Embrapa e caipira comum, sendo com milho, ostra em coxo e judicado,de caso o manejo seja deficienPara se alimentadas obter excelentes níveis de farinha na exportação de 51 carnes de frango e pastagem. Os lotes 5, 6, 7 e 8 são de um mesmo produtor, que obteve um índice variando pouco, te (Cobb, 2008). Portanto, ressalta-se nascimentos e elevada qualidade dos na produção de ovos (Junior & Macacom uma média de 35,7% de todas as incubações. Em todos lotes foram utilizadas mesma ri, 2000). Os indicadores de qualidade a importância de uma avaliar o efeito do pintinhos, é necessário ter umos ótimo raça, Índio-Pingo de ouro, a alimentação era feita com milho e pasto. na postura comercial são: peso do manejo sanitário na incubação em pemanejo, a começar da postura até o

A

ovo, percentual de ovos sujos/trinca-

processo de incubação. O ovo ao ser

Figura 1 Percentual de eclosão de todos os ovos incubados

Figura 1 Percentual de eclosão de todos os ovos incubados

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quena escala para solucionar os im-


Figura 1 Percentual de eclosão de todos os ovos incubados 100 90

Porcentagem (%)

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Lotes

Figura 2 Variação do índice de eclodibilidade conforme a mudança de lotes

incubados na máquinado índice de eclodibilidade conforme a mudança de lotes incubados na máquina Figura 2 Variação

Os dados coletados após o processo de incubação foram avaliados ainda com base em cada produtor (Tabela 1),pelos paraprodutores o produtor 1internas (lote 1foram e 3),preenchidas o índice de eclodibilidade foi de 38,1% (45/118), passes encontrados com água sendo que houve 33,8% (40/118) de mortalidade embrionária. A maior mortalidade ocorreu na 3ª da região do Vale do Paraíba. Assim a cada cinco dias até o final do períosemana de incubação (15-21 dias), com 15,2% (18/118), tendo como causa ovos trincados (5,5% do de incubação. como atualizar o profissional que atua na área da sanidade, para reduzir prejuízos com mortalidades.

Material e Métodos A pesquisa foi desenvolvida no laboratório de reprodução na Universidade Paulista em São José dos Campos, campus – Dutra. Para a realização do trabalho foram utilizados 381 ovos originados de pequenos produtores da região do Vale do Paraíba. Os ovos foram coletados entre o sétimo e o décimo dia após a postura, oriundos de poedeiras novas. Foram coletados ovos, de diferentes raças, de cinco produtores, sendo cada processo de incubação nas máquinas denominado de lote. Os ovos foram avaliados antes de serem colocados na incubadora e descartados se fossem rachados ou sujos. Duas incubadoras de uso caseiro foram utilizadas, sendo elas da marca COEL, com capacidade para incubar 60 ovos cada. Elas mantiveram a temperatura ideal de 37,6 ºC, podendo variar de 37,6ºC a 37,8ºC e a umidade era graduada em 55%. As bacias plásticas

Posteriormente a saída do lote, a incubadora e bacias plásticas foram limpas com uma mistura de detergente neutro/álcool a 45% e água. Em seguida, receberam várias borrifadas de cloreto de alquil dimetil benzil amônio a 0,4%, a bacia foi completada com água e a incubadora ficou ligada por no mínimo 24 horas, para eliminar os gases formados na desinfecção, permanecendo ainda por um período mínimo de dois dias sem ovos após esse procedimento. Durante a incubação foi realizado o procedimento de ovoscopia para avaliar a vitalidade do embrião, podendo ser observada a pulsação arterial e seu desenvolvimento. Esse procedimento foi feito no sétimo e no décimo quarto dia de incubação. Luvas foram utilizadas para a manipulação dos ovos e o transporte dos ovos até a sala da ovoscopia foi feito com bandejas limpas e cobertas por toalhas de papel. O ovoscópio utilizado permitiu a avaliação individual de cada ovo, e após a avaliação foram identificados conforme a viabilidade do

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A Revista do AviSite

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umidade para a boa qualidade de ovos, bom nível de eclodibilidade e de desempenho (Molenaar et al., 2010). & Apesar do índice geral de eclodibilidade ter sido baixo, alguns produtores tiveram valores Ciência Pesquisa próximos aos publicados para a incubação industrial, segundo Dias et al., (2011), que verificou que as matrizes com 31 semanas apresentaram índice médio de 84,9% de eclosão. Tabela 1 Resultados obtidos após a incubação dos ovos dos produtores e valor bruto (VB) dos ovos

Tabela 1 Resultados obtidos após a incubação dos ovos dos produtores e valor bruto (VB) dos ovos Produtores Incidências 1 2 3 4 5 % (VB) % (VB) % (VB) % (VB) % (VB) Ovos eclodidos 38,1 (45/118) 77,5 (31/40) 37,5 (3/8) 62 (18/29) 25,8 (48/186) Ovos inférteis 27,9 (33/118) 15 (6/40) 37,5 (3/8) 3,4 (1/29) 26,3 (49/186) Mortalidade 1-21 33,8 (40/118) 7,5 (3/40) 25 (2/8) 34,4 (10/29) 47,8 (89/186) dias Mortalidade 7,6 (9/118) 0 12,5 (1/8) 3,4 (1/29) 4,8 (9/186) (1-7 dias) Mortalidade 11 (13/118) 5 (2/40) 0 17,2 (5/29) 11,8 (22/186) (8-14 dias) Mortalidade 15,2 (18/118) 2,5 (1/40) 12,5 (1/8) 13,7 (4/29) 31,1 (58/186) (15-21 dias) Mortalidade 3,3 (4/118) 2,5 (1/40) 0 6,8 (2/29) 2,1 (4/186) (1 sem. de vida)

Conclusões O trabalho proporcionou a avaliação dos índices de eclodibilidade de diferentes produtores em embrião. No final do experimento, nha de ostra em coxo e pastagem. Os criação de pequena escala, visto que os produtores participantes relataram índices baixos de todos os ovos que não eclodiram folotes 5, 6, 7 e 8 são de um mesmo proeclodibilidade, evidenciar bons índices para os produtores 2 e 4. Os índices ram descartados. neste projeto, foi possível dutor, que obteve um índice variando pouco, com uma média de de de infertilidade e mortalidade evidenciam a necessidade de35,7% incubação separada para cada produtor e Resultados as incubações. os lotes raças distintas ea Discussão fim de se obter ostodas corretos índicesEm detodos eclodibilidade, e ainda considerar diferenças 381 ovos incubados, 38%idade, nasforam utilizadas umasanitário mesma raça, ÍnnaDos alimentação, genética, manejo e status dessas aves. No quesito incubação o ceram, havendo 38% de morte emdio-Pingo de ouro,primordial a alimentação eragarantir uma ótima eclodibilidade, controle de temperatura e umidade se mostrou para brionária, ocorrida nao primeira, sefeita com milho sendo necessário seu controle durante todo eo pasto. período de incubação, a fim de se padronizar o gunda ou terceira semana mantendo de incuba- índices Os dados coletados após o procesprocesso ao produtor, uniformes.

Para a realização do trabalho foram utilizados 381 ovos originados de Referências Bibliográficas COBB, LTDA. Guia de manejo de incubação. Guapiaçu: COBB, 2008. p. 46.pequenos Disponível em: <https://wp.ufpel.edu.br>. Acesso em: 18 de out. 2019. produtores da DIAS, B. H. R; TAVARES, T. M; GOMES, F. R. et al. Influência da idade da matriz pesada e do tempo região do Vale de armazenamento sobre a eclodibilidade dos ovos férteis. AviSite, Campinas, 2011. Disponível em: <www.avisite.com.br>. Acesso: 06 dez. 2019. do Paraíba

ção, e 24% eram ovos inférteis (Figura so de incubação foram avaliados ainda com base em cada produtor (Tabela 1). Pode-se evidenciar que a maior 1), para o produtor 1 (lote 1 e 3), o ínmortalidade ocorreu durante a 3ª semana de incubação (22%). dice de eclodibilidade foi de 38,1% Pode-se verificar que houve diver(45/118), sendo que houve 33,8% gência no índice de eclodibilidade de (40/118) de mortalidade embrionária. um lote de incubação para outro (FiA maior mortalidade ocorreu na 3ª segura 2). O lote 1 e 3 são do mesmo mana de incubação (15-21 dias), com produtor e foi possível observar uma 15,2% (18/118), tendo como causa melhora no índice de eclodibilidade, ovos trincados (5,5% - 1/18), ovos JÚNIOR, A. B; MACARI, M. Doenças das aves. Campinas: FACTA, 2000. de 20% para 70,9% nas sucessivas incontaminados (5,5% - 1/18) e má-forchegou a atingir entre 15% e 17%. O cubações. Neste caso os lotes contimação da câmara de ar (11,1% - 2/18), MOLENAAR, R; REIJRINK, I. A. M; MEIJERHOF, R; et al. Meeting Embryonic produtor 4 (loteRequirements 2), com índice of de nham as raças Embrapa 51 e caipira após o nascimento 2,2% (1/45) pintiBroilers Throughout Incubation: A Review. Brazilian Journal of Poultry Science. Veenendaal, v.12, eclodibilidade de 62% (18/29) e mornhos apresentaram problemas nas comum e as reprodutoras eram alin.3, p.137com – 148, talidade 34,4% (10/29), apresentou o mentadas ração2010. composta por pernas e 6,6% (3/45) morreram por mesmo impasse em relação à umidade milho triturado, farelo de soja, farelo outra causa. O produtor 2 (lote 4) que o produtor 3, já que os ovos do de trigo, cálcio, sais minerais e ainda apresentou os melhores índices de 3 produtor 3 e 4 foram incubados junração comercial para aves em postura. eclosão, com 77,5% (31/40), um índitos. Este último também apresentou ce de mortalidade de 7,5% (3/40), e Já no lote 2, pertencendo a dois ovos podres (6,8% - 2/29). O produtor ainda 2,5% (1/40) de problemas nas produtores diferentes, o índice de 5 (lotes 5, 6, 7 e 8) cujo índice de eclopernas. Já o produtor 3, cujo índice de eclodibilidade de 63,6%, composto são foi de 25,8% (48/186) e mortalidaeclosão foi 37,5% (3/8) e mortalidade por raça Brahma e Índio gigante. Suas de 47,8% (89/186), de 186 ovos 1% 25% (2/8), teve 12,5% (1/8) problereprodutoras foram alimentadas com (2/186) foram ovos trincados e 2,6% mas de má posição embrionária e milho e ração de postura. O lote 4 (5/186) ovos podres. No caso deste úl12,5% (1/8) de ovos podres, ressalta-se com 91,1%, tratando-se de apenas um timo produtor o controle da umidade que durante o processo de incubação produtor, composto pelas raças Label não foi realizado por irregularidades deste produtor (lote 2) houve dificulrouge, Embrapa 51 e caipira comum, do medidor. Sendo este produtor o dade de se manter a umidade, que sendo alimentadas com milho, fari-

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que apresentou o menor índice de eclodibilidade. Vale ressaltar que o produtor 3 apresentou o maior índice de infertilidade (37,5% - 3/8), seguido do produtor 1 (27,9% - 33/118) e produtor 5 (26,3% - 49/186). Os dados ressaltam a importância da temperatura constante de 37,5 a 38,0ºC e controle de umidade para a boa qualidade de ovos, bom nível de eclodibilidade e de desempenho (Molenaar et al., 2010). Apesar do índice geral de eclodibilidade ter sido baixo, alguns produtores tiveram valores próximos aos publicados para a incubação industrial, segundo Dias et al., (2011), que verificou que as matrizes com 31 semanas apresentaram índice médio de 84,9% de eclosão.

ces baixos de eclodibilidade, neste projeto, foi possível evidenciar bons índices para os produtores 2 e 4. Os índices de infertilidade e mortalidade evidenciam a necessidade de incubação separada para cada produtor e raças distintas a fim de se obter os corretos índices de eclodibilidade, e ainda considerar diferenças na alimentação, genética, idade, manejo e status sanitário dessas aves. No quesito incubação o controle de temperatura e umidade se mostrou primordial para garantir uma ótima eclodibilidade, sendo necessário o seu controle durante todo o período de incubação, a fim de se padronizar o processo ao produtor, mantendo índices uniformes.

Conclusões

Referências Bibliográficas

O trabalho proporcionou a avaliação dos índices de eclodibilidade de diferentes produtores em criação de pequena escala, visto que os produtores participantes relataram índi-

COBB, LTDA. Guia de manejo de incubação. Guapiaçu: COBB, 2008. p. 46. Disponível em: <https:// wp.ufpel.edu.br>. Acesso em: 18 de out. 2019.

DIAS, B. H. R; TAVARES, T. M; GOMES, F. R. et al. Influência da idade da matriz pesada e do tempo de armazenamento sobre a eclodibilidade dos ovos férteis. AviSite, Campinas, 2011. Disponível em: <www. avisite.com.br>. Acesso: 06 dez. 2019. JÚNIOR, A. B; MACARI, M. Doenças das aves. Campinas: FACTA, 2000. MOLENAAR, R; REIJRINK, I. A. M; MEIJERHOF, R; et al. Meeting Embryonic Requirements of Broilers Throughout Incubation: A Review. Brazilian Journal of Poultry Science. Veenendaal, v.12, n.3, p.137 – 148, 2010. ROCHA, J. S. R.; SILVA, L. G. C.; FERREIRA, F. C.; et al. Qualidade do ovo de consumo. In: 7ª EDIÇÃO DO PUCVET, 2010, Betim. Anais... Betim: PUC MINAS, 2010. Disponível em: <https://www.avisite.com.br/ cet/img/20110121_qualidade_ovo. pdf>. Acesso em: 19 out. 2019.

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Informativo Técnico - Comercial

Importância e benefícios do uso de probióticos no incubatório Para um probiótico desempenhar sua função adequadamente, é crucial que ele contenha cepas de bactérias vivas capazes de colonizar o TGI das aves.

Autor: Fabrizio Matté Consultor Técnico, Vetanco Brasil

A

complexidade do ecossistema gastrointestinal é extraordinária. A quantidade de células bacterianas presente na microbiota dos animais excede o número total de células somáticas. A interação entre hospedeiro e microrganismo ainda não foi totalmente elucidada, mas as funções da microbiota sobre o trato gastrointestinal (TGI) já são descritas e compreendem: a modulação do sistema imune; a produção de ácidos orgânicos e o aproveitamento de nutrientes; a manutenção da integridade intestinal e o estímulo à renovação dos enterócitos; a adsorção e quebra de toxinas; e a competição e exclusão de patógenos. Em criações não comerciais ou na natureza, assim que os pintainhos eclodem, eles são expostos a microrganismos naturais das aves adultas e do ambiente. Em contrapartida, em condições comerciais, o contato e a transferência da microbiota da forma natural são mínimos ou inexistentes. Sendo assim, o TGI

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dos pintainhos recém eclodidos fica praticamente exposto à colonização por microrganismos presentes no incubatório, caixas de transporte e, principalmente, na granja. É importante considerar que o período neonatal é o momento mais importante no desenvolvimento dos sistemas digestório e imune das aves, e este desenvolvimento é influenciado positivamente pela presença de uma microbiota adequada (Pedroso, 2011). A maior parte composição e densidade da microbiota depende das bactérias que as aves recebem no período de eclosão e da sua primeira dieta. As bactérias que colonizam os primeiros dias de vida dos pintinhos crescem muito rápido, e o intestino se torna habitado por 10 8 e 1011 bactérias por grama de digesta no íleo e ceco respectivamente entre o primeiro e terceiro dia de vida (Yadav & Jha, 2019). Na avicultura industrial, a maioria dos microrganismos presentes nos ambientes, aos quais as aves são

expostas no período neonatal, não são os mais adequados para a colonização precoce do TGI. Portanto, é importante tomar medidas para evitar os problemas microbiológicos decorrentes do processo de incubação artificial. Essa lacuna no desenvolvimento e colonização neonatal do TGI gerou grandes oportunidades de pesquisa na área de administração de bactérias benéficas (probióticos), nos primeiros momentos de vida das aves. Os resultados científicos e experiências de campo mostram que pintainhos e peruzinhos de corte apresentam uma resposta positiva ao tratamento com probióticos logo após a eclosão. Embora a administração de probióticos durante a criação seja eficaz, o intervalo entre eclosão e alojamento é um período delicado e muito importante para maximizar a performance produtiva e sanitária das aves. Esse período de intervalo consiste no manejo e processamento dos pintainhos no incubatório, como triagem, sexa-


Figuras 1 e 2. Cortes histológicos de íleo de aves com 3 dias de idade, demonstrando a diferença no desenvolvimento das vilosidades entre o Grupo Controle e o Grupo Tratado com probiótico via spray no incubatório.

Figuras 1 e 2. Cortes histológicos de íleo gem, vacinação, período na sala de tário. Os diferentes sorotipos de Salde aves com dias de idade, monela continuam sendo um dos espera e transporte. A colonização do TGI por enteropatógenos pode ser reduzida ou3 até mesmo demonstrando a diferença no maiores envolvidos na colonização Durante todas essas etapas, os evitada, e isso é essencial para obter sucesso na produção avícola. A saúde das intestinal desenvolvimento vilosidades entre o e transmissão nos pripintainhos estão éem com das aves decontato extrema importância para bacteriana seu desenvolvimento produtivo Grupo Controleee sanitário. o Grupo Tratado com meiros diascontinuam de vida dassendo aves. Aum Sal-dosprobiótico microrganismos presentes no amspray no incubatório Os diferentes sorotipos de Salmonela maioresvia envolvidos na biente colonização e nos fômites. e Dessa forma o monela pode ser transmitida vertitransmissão bacteriana nos primeiros dias de vida das aves. A calmente pelas matrizes para os TGI, que está em fase de estabeleciSalmonela pode ser transmitida verticalmente pelas matrizes para os pintainhos. mento da microbiota, fica sujeito à pintainhos. Contudo, o controle da Contudo, o controle da transmissão horizontal no incubatório, nas caixas de colonização por bactérias patogênitransmissão horizontal no incubatransporte, e nos primeiros dias na granja tem um papel fundamental nos programas cas e/ou indesejáveis, como por tório, nas caixas de transporte, e de controle de Salmonelanose, primeiros consequentemente, na segurança alimentar do exemplo Salmonella spp. O fornecidias na granja tem consumidor. mento de bactérias probióticas um papel fundamental nos programas de controle de Salmonela e, identificadas e selecionadas proporO gerenciamento dos pontos críticos de controle toda a cadeia de produção é de ciona uma colonização precoce sigconsequentemente, na em segurança altíssima relevância para evitar que haja um aumento nificativa no papo e intestino das alimentar do consumidor. na transmissão e contaminação por Salmonela. Algumas intervenções são importantes para aves, quando usado de forma estraO gerenciamento dos pontos crí-maximizar os mecanismos de defesa do organismo cadade ave. É fatoemcomprovado tégica nos incubatórios (Matté et al.de ticos controle toda a cadeiaque reforçar a maturidade são estratégias importantes na 2020).intestinal e estabelecer umademicrobiota produção é equilibrada, de altíssima relevânmelhora dos mecanismos defesa e saúde intestinal. Desta forma, a utilização de para evitar que haja um aumenO desenvolvimento ideal do sis- decia probióticosé na fase neonatal, com doses estratégicas durante a vida das aves, são as tema digestório dependente de to na transmissão e contaminação sua colonização por uma população Salmonela. intervenferramentas disponíveis maispor eficazes para Algumas tais objetivos (Matté et al. 2014). ções são importantes para maximimicrobiana equilibrada. A administração de probióticos no incubatózar os mecanismos defesa do orÉ importante ressaltar que, para umde probiótico desempenhar sua função rio acelera o desenvolvimento do ganismo de cada ave. É fatodecomadequadamente, é crucial que ele contenha cepas bactérias vivas capazes de que questão. reforçar a maturidade trato colonizar gastrointestinal, conforme o TGI da espécie provado animal em As cepas específicas presentes no intestinal e estabelecer micro- de inibir o crescimento de ilustrado nas Figuras 1 e 2. As figuprobiótico também precisam ser comprovadamenteuma capazes ras comparam cortes histológicos biota equilibrada, são estratégias do íleo de aves com três dias de idaimportantes na melhora dos mecade, que receberam ou não um tratanismos de defesa e saúde intestinal. mento com probiótico via spray no Desta forma, a utilização de probióticos na fase neonatal, com doses incubatório. As imagens comprovam o melhor desenvolvimento da estratégicas durante a vida das aves, mucosa intestinal nas aves tratadas são as ferramentas disponíveis mais com o probiótico (Informativo Téceficazes para tais objetivos (Matté nico Vetanco 2017). et al. 2014). A colonização do TGI por enteÉ importante ressaltar que, para ropatógenos pode ser reduzida ou um probiótico desempenhar sua até mesmo evitada, e isso é essenfunção adequadamente, é crucial cial para obter sucesso na produção que ele contenha cepas de bactérias avícola. A saúde intestinal das aves vivas capazes de colonizar o TGI da é de extrema importância para seu espécie animal em questão. As cepas específicas presentes no probiódesenvolvimento produtivo e sani-

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O GráficoTécnico 1 demonstra a redução significativa de Salmonella Informativo - Comercial

Enteritidis em frangos aos cinco dias de idade, que receberam uma aplicação do probiótico FloraMax-B11® no incubatório antes do alojamento.

Gráfico 11- Salmonella Enteritidis Gráfico - Salmonella Enteritidis recuperada das tonsilas cecais, 5 dias após o desafio recuperada das tonsilas cecais, 5 dias (Wolfenden et al. 2007). Asteriscos indicam diferença significativa entre os tratamentos após o desafio (Wolfenden et al. 2007). de avaliações de compatibilidade, Os resultados dos lotes com aba(p < 0.05). Asteriscos indicam diferença significativa tanto in vitro como in vivo. Nem te aos 46 dias de idade, estão apreentre os tratamentos (p < 0.05) sentados na Tabela 1, onde foram todas as bactérias podem ser combiPara evidenciar os benefícios do uso de probióticos no incubatório, uma nadas no mesmo produto, com riscomparados com o grupo controle avaliação de campo foi realizada em uma integradora no sul do Brasil, no cos de redução ou eliminação da com 1.426.290 pintinhos alojados e tico também precisam ser comproprimeiro semestre 2020. Foi mensurado o desempenho produtivo deperíodo. um Os daeficácia. abatidos no mesmo vadamente capazes de inibir ode cresgrupo de 955.490 pintinhos que receberam uma dose de probiótico constituído dos apresentados demonstram um Existem probióticos desenvolvicimento de Salmonela, bem como cepas de Lactobacillus, administrado no dos especificamente paraincubatório. aves de melhor desempenho produtivo nas devempor ser 11 administradas na dosaprodução, esses produtos são extenaves que receberam uma dose probigem correta para que os objetivos sivamente estudados e avaliados em ótico no incubatório. desejados sejam atingidos. É fundacondições laboratoriais e de campo, Portanto, a aplicação no incubamental ter em mente que a capacitório dos probióticos adequados, é com o objetivo de selecionar cepas dade probiótica de uma bactéria simples e promove uma rápida colocapazes de colonizar rapidamente o não se dá somente por pertencer a nização por uma microbiota intestiTGI e inibir o crescimento de enteuma determinada espécie (p.ex. ropatógenos, especialmente Salmonal saudável, acelerando a maturaLactobacillus acidophilus), mas sim nella spp. (Menconi et al. 2011). ção intestinal e inibindo o desené especifica às cepas estudadas para volvimento de enteropatógenos. O Gráfico 1 demonstra a redução cada finalidade. Portanto, a utilizaAlém do que, essa microbiota inisignificativa de Salmonella Enteritição de bactérias não definidas, não dis em frangos aos cinco dias de idacial protetora favorece as condições especificas para aves de produção de, que receberam uma aplicação do sanitárias e maximiza a performanou não selecionadas para um objetice zootécnica, resultando em meprobiótico FloraMax-B11® no incuvo (tal como controle de Salmonebatório antes do alojamento. lhores resultados econômicos para la), produzirá resultados insatisfaPara evidenciar os benefícios do as agroindústrias. tórios. Adicionalmente, é importanuso de probióticos no incubatório, te pontuar que a dosagem e a comReferências Bibliográficas uma avaliação de campo foi realizabinação de bactérias (dentro do da em uma integradora no sul do Informativo Técnico Vetanco. mesmo probiótico) devem ser consiBrasil, no primeiro semestre de Número 16. Modulação e proteção deradas nos produtos comerciais, 2020. Foi mensurado o desempeintestinal pós-eclosão. Outubro 2017. uma vez que fatores como estes são nho produtivo de um grupo de Matté F., Gazoni FL., Praxedesfrequentemente negligenciados -Campagnoni., Ternus EM., Malta 955.490 pintinhos que receberam quando o probiótico está sob avaliaT., Baptista. Avaliação da colonizauma dose de probiótico constituído ção. Produtos probióticos composção precoce por Lactobacillus admipor 11 cepas de Lactobacillus, adtos por duas ou mais cepas diferenministrado no incubatório. nistrado por aspersão em pintinhos tes precisam passar por uma série

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Tabela 1 – Médias dos desempenhos produtivos (uma dose de probiótico constituído por 11 cepas de Lactobacillus fornecido no incubatório, com abate das aves aos 46 dias de idade)

no T., Kuttel J. - Effect of lactic acid bacteria probiotic culture for the treatment of Salmonella enterica serovar Heidelberg in neonatal Idade média (dias) 46,06 46,12 broiler chickens and turkey poults. Peso médio (kg) 2,86 2,82 Poultry Science. 2011. Mortalidade (%) 2,95 3,36 Pedroso A.A. Microbiota do trato digestório: Transição do embrião GPD (g) 62,21 61,18 ao abate. Conferencia FACTA, SanCA 1,680 1,740 tos, São Paulo. 2011. Yadav S., Jha R., Strategies to CA ajustada (2,8kg) 1,660 1,730 modulate the intestinal microbiota Ração total consumida (Kg) 2.490.000 2.595.000 and their effects on nutrient utilization, performance, and health of poultry. Journal of Animal Science IEP 353,17 344,83 and Biotechnology, https://doi. Tabela 1 – Médias dos desempenhos produtivos (uma dose de probiótico constituído org /10.1186 /s 4 010 4 - 018 - 0310 -9. por 11 cepas de Lactobacillus fornecido no incubatório, com abate das aves aos 46 2019. Portanto, a aplicação no incubatório dos probióticos adequados, é dias de idade) Wolfenden A. D., Pixley C. M., simples e promove uma rápida colonização por uma microbiota intestinal saudável, acelerando a maturação intestinal e inibindo o desenvolvimento de Higgins J.P., Higgins S.E., Vicente enteropatógenos. Além do que, essa microbiota inicial protetora favorece as J.L., Torres-Rodriguez A., Hargis condições sanitárias e maximiza ainperformance zootécnica, resultando tratados com antimicrobianos de Lactobacillus no controle da em SalB.M., Tellez G. Evaluation of Spray melhores resultados econômicos para as agroindústrias. monella Heidelberg em frangos de ovo. Conferencia FACTA, CampiApplication of a Lactobacillus-Banas, São Paulo. 2020. corte. Conferencia FACTA, Santos, sed Probiotic on Salmonella EnteriMatté F., Dalmagro M., Gazoni São Paulo. 2014. tidis Colonization in Broiler ChiReferências Bibliográficas F.L., Piltz S. Eficácia de um Menconi A., Wolfenden A.D., ckens. International Journal of probiótico composto por 11 cepas Shivaramaiah S., Terraes J.C., UrbaInformativo Técnico Vetanco. Número 16. Modulação e proteção intestinal pós-Poultry Science. 2007. Probiótico 11 cepas de Lactobacillus

Controle

eclosão. Outubro 2017.

Matté F., Gazoni FL., Praxedes-Campagnoni., Ternus EM., Malta T., Baptista. Avaliação da colonização precoce por Lactobacillus administrado por aspersão em pintinhos tratados com antimicrobianos in ovo. Conferencia FACTA, Campinas, São Paulo. 2020. Matté F., Dalmagro M., Gazoni F.L., Piltz S. Eficácia de um probiótico composto por 11 cepas de Lactobacillus no controle da Salmonella Heidelberg em frangos de corte. Conferencia FACTA, Santos, São Paulo. 2014.

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Informativo Técnico – Comercial

Reduzindo a utilização de antibióticos: qual o papel do butirato como aditivo alternativo? Aditivos promotores de saúde intestinal como o butirato revestido de liberação precisa (BRLP) preparam o trato gastrointestinal dos animais para superar consequências negativas de determinadas enfermidades em estágios mais avançados da vida do animal Autor: Tim Goossens, Gerente Técnico-Científico Global ‘Health by Nutrition’, Adisseo Bélgica

O

rganizações governamentais e produtores estão com suas atenções voltadas à redução do uso de antibióticos na produção animal, seja como terapêutico, ou promotor de crescimento (APC). Nesse contexto, atenção especial é necessária às diversas estratégias que objetivam minimizar a necessidade do uso de an-

tibióticos nos alimentos dos animais, tais como um maior foco no acompanhamento veterinário, maiores restrições de biosseguridade, melhor gerenciamento da produção e o uso de aditivos funcionais. De fato, alguns aditivos podem ter efeitos benéficos para a saúde intestinal dos animais, e podem mitigar os danos causados por patógenos in-

testinais, reduzindo assim a necessidade do uso rotineiro de drogas veterinárias para combater infecções entéricas. Além disso, uma melhor saúde intestinal promoverá um melhor desempenho e uniformidade dos animais. Assim, aditivos que reforcem o trato gastrointestinal podem ser empregados como parte da estratégia para substituição de APCs.

Figura 1: APCs e aditivos promotores de saúde intestinal possuem modelos de ação que são parcialmente similares e parcialmente diferentes

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1: APCs A RevistaFigura do AviSite

e aditivos promotores de saúde intestinal possuem modelos de ação que são parcialmente similares e parcialmente diferentes


Figura 1: APCs e aditivos promotores de saúde intestinal possuem modelos de ação que são parcialmente similares e parcialmente diferentes

No entanto, para avaliar corretatestinal como o butirato revestido Figura 2: Escore de lesões em aves mente o potencial de melhorias na de liberação precisa (BRLP) prepadesafiadas com enterite necrótica ram o trato gastrointestinal dos anisaúde intestinal que esses aditivos alFigura 2: Escore de lesões em aves desafiadas com enterite necrótica ternativos aos antibióticos promomais para superar consequências vem, é necessário compreender o monegativas de determinadas enfermido de ação destes aditivos funcionais. dades em estágios mais avançados Aditivos promotores de saúde inda vida do animal.

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Informativo Técnico – Comercial

Na Figura 1 estão listados alguns ração precisa, BRLP). O butirato liFigura 3: Contagens médias de Figura(dia 3: Contagens médias de dos Campylobacter (dia 39) o ceco de frangos infectados Campylobacter 39) o ceco de berado ao longo do intestino pode mecanismos de ação dos APCs e frangos infectados suplementados com suplementados com 0 ou 3 kg/tdos de BRLP nas promotores dietas de início-crescimento-terminação. ativar vias de sinalização que não aditivos de saúde 0 ou 3 kg/t de BRLP nas dietas de são normalmente ativadas pelos anintestinal. Esses dois grupos de moinício-crescimento-terminação léculas são bastante diferentes, o tibióticos, fortalece o revestimento que por consequência afeta sua forepitelial do trato digestivo, aumenma de utilização. Pode se dizer que ta a secreção de fluidos digestivos e ambas as classes de componentes pode ser utilizado por outros órgãos têm o mesmo objetivo: melhorar a como o fígado, sendo fonte de energia e modulador de processos de desaúde e função intestinal, e assim toxificação. melhorar o desempenho animal. Os Em um modelo de desafio de enAPCs por hipótese exercem essa atividade afetando diretamente a miterite necrótica em frangos, suplecrobiota intestinal, e também por mentar dietas com BRLP em frangos possuírem propriedades anti-inflateve efeitos limitados na contagem matórias. Por outro lado, os aditivos de Clostridium perfringens no trato alternativos podem apresentar difeintestinal. Contudo, as aves tratarentes mecanismos de ação, como das com BRLP tiveram escores de alguns produtos de butirato revestilesões necróticas reduzidos (Figura do, que atuam direta ou indireta2). Esses resultados estão de acordo mente nas espécies de microrganiscom a hipótese de que o BRLP não mos intestinais, mas geralmente tem um efeito bacteriostático direto sem efeito bactericida ou bacterioscontra o Clostridium, mas previne tático, como no caso dos antimicroou repara os danos intestinais, e asbianos. O butirato também possui sim limita a perda de nutrientes e a fortes propriedades anti-inflamatóinflamação, condições restritivas rias, além de ter o potencial de atique poderiam favorecer o crescivar diversas vias fisiológicas quanmento descontrolado do Clostrido presente ao longo do trato intesdium em fases posteriores da vida tinal. Para que o butirato esteja disdo animal. ponível como molécula no intestiDe maneira similar, o BRLP pode no é necessário que este ácido orgârestringir a colonização de Camnico seja revestido adequadamente, pylobacter e Salmonella no trato intestinal de animais de produção, e assim liberado gradativamente mas não se recomenda empregar o após sua ingestão (Adimix® Precision, um butirato revestido de libeBRLP apenas como um tratamento

O butirato possui fortes propriedades anti-inflamatórias, além de ter o potencial de ativar diversas vias fisiológicas quando presente ao longo do trato intestinal

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antibiótico logo antes do abate para eliminar esses patógenos zoonóticos. Isso é demonstrado em um experimento, onde 0 ou 3 kg/t de BRLP foram adicionados à diferentes tratamentos em frangos contaminados por Campylobacter jejuni na fase de crescimento (Figura 3). Quando o BRLP foi adicionado nas rações durante todas as fases de produção, ou a partir do momento em que as aves foram oralmente infectadas, as concentrações de Campylobacter cecais foram significativamente reduzidas em comparação ao tratamento controle. Contudo, a inclusão do BRLP somente na ração inicial e/ou ração de terminação foi menos impactante na contagem de Campylobacter no ceco. Concluindo, os antibióticos, quando aplicados para uso terapêutico ou como APCs, geralmente exercem um efeito específico e direto nas bactérias entéricas. O lado negativo dessa abordagem é que as bactérias

podem desenvolver resistência contra certas drogas, colocando em risco tratamentos futuros em humanos e animais com uso de antibióticos. Aditivos funcionais para rações como o BRLP, por outro lado, não curam desafios bacterianos agudos, mas preparam o trato gastrointestinal dos animais para superar as consequências negativas de certas doenças em fases subsequentes da vida produtiva. Como muitos dos efeitos de aditivos sobre as bactérias são indiretos ou modulam suas vias de virulência, ao invés de terem um efeito bacteriostático específico, as probabilidades de desenvolvimento de resistência contra esses componentes são muito menores. Assim sendo, a utilização de aditivos funcionais pode ser uma importante estratégia na redução do uso de APCs, enquanto também otimizam a integridade intestinal e modulam o microbioma, reduzindo assim a necessidade de antibióticos.

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Empresas

Aviagen inicia operações na Argentina com novas instalações em San Juan A Aviagen se torna a primeira empresa de genética de aves com operação na Argentina

Ivan Lauandos, presidente da Aviagen América Latina: “A missão do Grupo Aviagen é ser o fornecedor mundial preferido de material genético de qualidade para a produção de frangos”

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m Dezembro a Aviagen® inaugurou uma nova subsidiária na América Latina, a Aviagen Argentina. Localizada na província de San Juan e composta por uma granja de avós, um incubatório de matrizes e uma fábrica de ração, a Aviagen Argentina se torna a primeira operação avícola independente de integrações com produção local no país. Com uma

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capacidade de produção de 2,5 milhões de matrizes ao ano, a nova empresa suprirá o mercado doméstico com aves Ross®. Para fornecer as aves de alta qualidade da marca Ross, com ração livre de patógenos, a nova fábrica de ração será equipada com recursos de ponta para ótima biossegurança, capacidade de processamento e qualidade. Com equipamentos voltados para a eficiência energética, a unidade foi projetada para a menor pegada ambiental possível. Juntas, as instalações gerarão 100 empregos para a comunidade local. Os clientes argentinos continuarão a receber os excelentes serviços da equipe de suporte a clientes da Aviagen global, os quais trabalham regularmente para otimizar o potencial genético das aves Ross e fortalecer o sucesso de seus negócios. As aves Ross são altamente populares na Argentina e em toda a América Latina, beneficiando os produtores avícolas através da forte viabilidade, alto rendimento de carne, uma taxa de crescimento saudável e elevada resistência aos ambientes. Luis Cesio, business manager da Aviagen na América do Sul, excluindo Brasil (SAEB), explicou que o mercado avícola na Argentina segue em crescimento, com um consumo por volta de 50 quilos per capita/ano. Ele adicionou que a Argentina é ideal para a produção de frangos, pois detém bom ambiente e condições de biossegurança, aliados à uma força de trabalho qualificada. “A Aviagen segue comprometida com a indústria avícola na América Latina e na Argentina, e a mar-

ca Ross é muito bem vista no mercado avícola do país, com um alojamento total de 8 milhões de matrizes/ano. A necessidade de matrizes com alta qualidade continua em ascensão, e é por isso que nossa empresa agora está estendendo nosso alcance global para a Argentina, com uma produção de matrizes de alta qualidade próxima aos mercados onde atuamos.” A Revista do AviSite foi conversar com Ivan Lauandos, presidente da Aviagen América Latina, para saber mais detalhes. Acomapanhe na sequência. Em Dezembro, a Aviagen® inaugurou uma nova subsidiária na América Latina, a Aviagen Argentina. Localizada na província de San Juan e composta por uma granja de avós, um incubatório de matrizes e uma fábrica de ração, a Aviagen Argentina se torna a primeira operação avícola independente naquele país de integrações com produção local no país. Com uma capacidade de produção de 2,5 milhões de matrizes ao ano, a nova empresa suprirá o mercado doméstico com aves Ross®. Qual será o impacto no mercado argentino para o setor de genética de corte? Ivan Lauandos - O mercado argentino tem um potencial muito alto para as proteínas animais. A Aviagen identificou a necessidade de ter presença lá, de fato, com uma unidade própria. A Aviagen Argentina impactará positivamente a avicultura argentina, facilitando a distribuição do nosso produto Ross 308 AP que é um produto adequado para as


condições de criação de aves no país. É um mercado em crescimento, com um consumo ao redor de 50 quilos per capita/ano, com bom ambiente e condições de biossegurança, aliado à uma força de trabalho qualificada. Aliado a isso, os recursos empregados na Aviagen Argentina possibilitarão uma fábrica de ração com recursos de ponta, para atingir uma ótima biossegurança e com equipamentos focados em uma maior eficiência energética. Serão cerca de 100 empregos diretos para a comunidade local e os clientes na Argentina continuarão recebendo nossos serviços de suporte técnico de excelência, para otimizar o potencial genético das aves Ross. Haverá algum reflexo no mercado brasileiro dessa ação na Argentina? Diretamente, não. É importante considerar que teremos mais uma base de produção na América Latina, cujas avós serão supridas pela operação do Brasil. A produção de matrizes da Aviagen Argentina será destinada inteiramente aos clientes do país. Fornecer as aves de alta qualidade da marca Ross, com ração livre de patógenos, a nova fábrica de ração será equipada com recursos de ponta para ótima biossegurança, capacidade de processamento e qualidade. Com equipamentos voltados para a eficiência energética, a unidade foi projetada para a menor pegada ambiental possível. Esses diferenciais já fazem parte do sistema produtivo da empresa no Brasil também. E como a empresa projeta avançar também no mercado brasileiro? Nos últimos anos, com os investimentos da Aviagen na região, implementamos uma série de novas tecnologias nas nossas unidades, incluindo o Brasil. Essas tecnologias proporcionaram uma melhoria crescente na qualidade do nosso produto e no bem-estar das aves. Os investimentos da Aviagen nos últimos 3 anos foram bastante expressivos e, somente em 2020, a empresa investiu mais de R$ 60 milhões no Brasil para ampliar as operações. O Complexo

Sul foi criado com novas granjas e incubatório – e hoje atingimos uma capacidade de produção de quase 20 milhões de matrizes/ano. Também ampliamos a capacidade de produção de avós. Todo esse investimento é fruto de um trabalho bastante árduo no desenvolvimento de um produto que já é um sucesso, o Ross 308 AP, aliado à qualidade, ao serviço técnico e todos os fatores que a Aviagen implementou ao longo dos anos. Seguiremos avançando nos mercados onde atuamos. Qual é a participação da empresa hoje na Argentina e como a empresa projeta esse crescimento no país vizinho? A indústria avícola argentina aloja aproximadamente 8 milhões de matrizes/ano. Nossa participação sempre foi forte e, agora, teremos condições de crescer ainda mais – de forma contínua e sustentável. As aves Ross já são altamente populares na Argentina e em toda a América Latina, beneficiando os produtores avícolas através da forte viabilidade, alto rendimento de carne, uma taxa de crescimento saudável e elevada resistência aos ambientes. Quais são as características que diferem o mercado argentino do brasileiro em termos de exigência e competitividade? São mercados bastante similares e igualmente exigentes, como toda a América Latina. Nós trabalhamos conjuntamente com nossos clientes, ouvindo-os e entendendo suas necessidades para o presente e para o futuro. A avicultura na América Latina é bastante avançada. Temos vários países com vocação para a avicultura e em fornecer uma fonte de proteína saudável e sustentável para suas comunidades. Somos um dos “motores avícolas do mundo”, exportamos para diversos continentes e países, sempre com qualidade e responsabilidade social e ambiental. Desde quando a empresa identifica a demanda por matrizes com alta qualidade? Somos uma empresa de Pesquisa & Desenvolvimento. Temos um amplo portfólio de marcas e produtos para satisfazer as diferentes demandas e neces-

sidades do mercado global. A missão do Grupo Aviagen é ser o fornecedor mundial preferido de material genético de qualidade para a produção de frangos. A melhoria genética das matrizes sempre existiu. Nos últimos anos, técnicas avançadas e pioneiras lançadas pela Aviagen em melhoramento genético, como a seleção usando o genoma das aves, tanto para a produção de matrizes quanto de frangos de corte, além de muitas outras, possibilitaram à empresa entregarmos aos nossos clientes matrizes de alta qualidade e potencial genético. O Sr. disse recentemente que a Aviagen está caminhando numa dinâmica expansão na região. Há dois anos, a empresa iniciou as operações no Peru e na Colômbia. Agora, com a Aviagen Argentina, está expandindo seu alcance na América Latina, uma região extremamente dinâmica e estratégica. Fale um pouco mais sobre esse dinamismo do mercado da América Latina e qual é a estratégia da empresa para os próximos anos. Ainda há espaço para crescer mais? O mercado avícola latino-americano é bastante dinâmico por contar com empresas altamente capacitadas em um mercado consumidor grande. O nível técnico também é bastante elevado – e a América Latina sempre teve uma forte importância para o Grupo Aviagen. Historicamente, nesta região desenvolvemos e lançamos produtos que hoje são referências não somente na América Latina, mas em todo o mundo. O maior exemplo é o desenvolvimento do Ross 308 AP no Brasil. Hoje, é um produto reconhecido em toda América Latina e, também, em outras regiões do mundo. A Aviagen continuará comprometida com a avicultura latino-americana oferecendo um amplo portfólio de produtos, com qualidade e alto potencial genético, além de investir para aumentar ainda mais a produção de matrizes. Não tenho dúvidas de que há espaço para crescer ainda mais e colaborar com toda a cadeia produtiva. Estou muito satisfeito em dar as boas-vindas à Aviagen Argentina, a mais nova operação na América Latina. A Revista do AviSite

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Centenário

Hubbard comemora 100 anos de compromisso com o melhoramento avícola Em 1921, o Sr. Ira Hubbard criou oficialmente a empresa Hubbard Farms em Walpole, New Hampshire, EUA. Este foi o início do que finalmente se tornou uma das principais empresas de melhoramento genético de frangos do mundo

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esde o início, os membros da família Hubbard construíram rapidamente sua reputação e negócios por meio do trabalho árduo e inteligente, sempre com respeito a seus funcionários e clientes e melhorando continuamente a qualidade de seus pintinhos. A evolução das demandas dos mercados e dos consumidores engajou a Hubbard Farms a se manter em movimento, apesar das várias con-

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junturas econômicas que conhecemos. Eles adaptaram sua seleção genética, mantendo sua tradicional ave New Hampshire de penas barradas, para diversificar e oferecer uma linhagem de penas brancas com o objetivo de atender a um novo segmento de mercado. Na década de 50, a Hubbard Farms fortaleceu seu portfólio, oferecendo várias linhagens para as empresas dos EUA. Gradualmente, passando para um sistema totalmen-

Desde 2018, tornando-se um membro independente do Grupo Aviagen, líder mundial em genética avícola


O início do novo século destaca um ponto de inflexão nas tendências de mercado e na demanda dos consumidores, especialmente na América do Norte e na Europa

te integrado permitindo um controle ainda melhor do processo de seleção e qualidade do produto, e iniciando a comercialização de pintos de um dia de matrizes e avós. A expansão internacional começou na década de 1960 na Europa e depois em direção ao resto do mundo. Naquela época, Pesquisa e Desenvolvimento tornou-se o foco principal de negócio afim de garantir o avanço e a observação contínua das tendências do mercado, das necessidades dos clientes e das demandas dos consumidores. Nas décadas seguintes, os negócios foram feitos com grande sucesso e alguns contratempos. O início do novo século destaca um ponto de inflexão nas tendências de mercado e na demanda dos consumidores, especialmente na América do Norte e na Europa, por valores mais elevados de bem-estar, melhor saúde animal e qualidade da carne. Através de sua longa experiência e grande portfólio com a Hubbard Premium, a Hubbard tem sido capaz de continuar sendo, indiscutivelmente, o fornecedor preferido neste segmento de mercado em crescimento. Desde 2018, tornando-se um membro independente do Grupo Aviagen, líder mundial em genética avícola, uma nova era começou. Investimentos adicionais substanciais nos programas genéticos Hubbard Premium e Convencional de P&D na

França e nos EUA, bem como nas instalações de produção na França, EUA, Brasil e Polônia, fortaleceram ainda mais o futuro da Hubbard. As equipes da Hubbard estão ainda mais comprometidas em entregar pintinhos de qualidade e excelente atendimento ao cliente, atendendo ou superando as expectativas, seja com a fêmea reprodutora Hubbard Efficiency Plus de excelente desempenho ou com a conhecida linha Hubbard Premium. Os programas genéticos da Hubbard permanecem projetados e dedicados a fornecer carne de frango eficiente, saudável, de alta qualidade e saborosa para a crescente população mundial. Os valores originais da empresa permaneceram intactos: conhecimento e paixão, compromisso e respeito aos seus clientes e valores. A Hubbard possui uma rica história de longa experiência em seleção genética, melhorias contínuas dos produtos e processos, implementação das ferramentas de seleção de última geração, bem como é gerenciada por equipes dedicadas, altamente treinadas e está sempre comprometida em entregar produtos de alta qualidade. Inicialmente, a Hubbard planejou comemorar este importante evento com seus clientes e parceiros em reuniões do setor e feiras comerciais, mas devido à situação ainda em curso do COVID-19, as comemorações foram adiadas para 2022. A Revista do AviSite

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Empresas

Kemin anuncia contratação de Elisa François como gerente de Serviços Técnicos Sênior A médica veterinária Elisa François será responsável por gerenciar as equipes técnicas especializadas em monogástricos e líquidos da empresa com o desafio de promover conhecimento técnico e orientação da equipe comercial

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Kemin anunciou a contratação da médica veterinária Elisa François como gerente de Serviços Técnicos Sênior. Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e com mestrado em Zootecnia de Nutrição de Monogástricos na mesma entidade, ela será responsável por gerenciar as equipes técnicas especializadas em monogástricos e líquidos da empresa com o desafio de promover conhecimento técnico e orientação da equipe comercial. A contratação da Elisa François faz parte da estratégia de crescimento da Kemin na América do Sul e representa uma expansão do departamento de serviços técnicos, destaca o diretor de Vendas da Kemin na América do Sul, Marcos Teo. "A Kemin vem investindo forte-

mente na excelência do atendimento ao cliente e a chegada da Elisa juntamente com uma ampliação do nosso departamento técnico mostra este caminho. A formação científica dela aliada a experiência na agroindústria certamente contribuirão com melhor suporte técnico a campo e consequentemente melhora nos resultados para os nossos clientes", disse o executivo. Para ela, o desafio será levar seu conhecimento técnico e científico para contribuir com melhor eficiência produtiva, ganhos de desempenho e rentabilidade para os produtores de aves e suínos. "Estou feliz por fazer parte do time técnico da Kemin. Como uma empresa que valoriza a constante busca do conhecimento, inovação e pesquisa, o objetivo é a excelência no atendimento técnico a nossos clientes e parceiros".

Médica veterinária com mestrado em zootecnia de nutrição de monogástricos pela UFRGS, Elisa François, assume a gerência técnica de monogástricos da empresa em momento de ampliação deste departamento

Aviagen América Latina tem nova coordenação de Meio Ambiente

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O engenheiro ambiental Gustavo Braz Vilela assume o cargo

om o compromisso de fortalecer ainda mais a sua produção sustentável e minimizar sempre os impactos da produção ao meio ambiente, a Aviagen anuncia a contratação do engenheiro ambiental Gustavo Braz Vilela para o cargo de coordenador de meio ambiente. A ação visa a melhoria contínua das unidades de produção da Aviagen. Vilela irá trabalhar no escritório da Aviagen América Latina, na cidade de Campinas (SP), atendendo também as demais unidades no Brasil e na América Latina. Vilela vai se reportar ao presidente da Aviagen América Latina, Ivan Pupo Lauandos, nos assuntos es-

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A Revista do AviSite

tratégicos relacionados ao meio ambiente, e ao gerente de Sustentabilidade e Recursos Humanos, Ed Wilson Fava, nas rotinas de meio ambiente. “A cadeia produtiva do frango de corte proporciona a redução contínua da necessidade de área cultivada de grãos através da melhoria de conversão e da viabilidade. Além disso, a nossa produção seguirá cada vez mais sustentável. Os temas relacionados ao meio ambiente serão mais e mais prioritários dentro da empresa”, cita Ivan.

Sobre Gustavo Braz Vilela Gustavo tem experiência com coordenação de meio ambiente desde 2007. É graduado em engenharia am-

biental pela PUC Campinas, possui extensão em gestão para baixo Carbono pela FGV São Paulo, tem MBA em Gestão Empreendedora de Negócios pela ESAMC e pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Unicamp. “A Aviagen América Latina busca sempre fortalecer seu compromisso com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente onde atua. Por isso, segue investindo em pessoas competentes que possam agregar aos objetivos ambientais da empresa. Tenho certeza que, com essa nova contratação, atingiremos novos patamares na área ambiental”, finalizou Ed Fava.


Lançamento

Evonik lança tecnologia NIR móvel para a análise de matérias-primas e alimentos para animais A novidade permite a determinação segura do conteúdo energético e dos nutrientes em matérias-primas e rações para alimentação animal, além de aminoácidos em diversas matérias-primas

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Evonik lançou o AMINONIR® Portátil, um serviço móvel de NIR com um recurso ímpar: a calibração de aminoácidos. A novidade permite a determinação segura do conteúdo energético e dos nutrientes em matérias-primas e rações para alimentação animal, além de aminoácidos em diversas matérias-primas. Tudo in loco e sem a necessidade de um laboratório. O dispositivo portátil, que se conecta a um tablet ou celular, necessita somente de sinal de internet e uma pequena quantidade de amostra seca, sem preparos adicionais. “A eficiência da alimentação animal e a pegada ecológica da atividade pecuária dependem fortemente da qualidade nutricional das matérias-primas e da própria ração”, diz Dr. Stefan Mack, responsável por Service Marketing na linha de negócios Animal Nutrition da Evonik. “Nós sempre apoiamos nossos clientes na otimização dessas características. Essa solução vai permitir realizar verificações de qualidade de maneira oportuna e a tomada de decisões nas etapas críticas da produção de alimentos para animais, algo muito difícil quando se depende unicamente das instalações de um laboratório convencional”. AMINONIR® Portátil pode ser usado para analisar mais de 40 matérias-primas e rações destinadas à alimentação de frangos, poedeiras, suínos e peixes. O dispositivo amplia de maneira significativa a aplicação da espectroscopia no infravermelho próximo (NIR), que a Evonik já oferece como serviços AMINONIR® há 25 anos. O dispositivo e os pacotes de serviço correspondentes podem ser adquiridos através da webshop da Evonik em www. myamino.evonik.com.

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A Revista do AviSite

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Inovação

Boehringer Ingelheim Saúde Animal inaugura estrutura pioneira de Incubatório Escola para aves em Paulínia (SP) No local, os participantes terão acesso a cabines reais de vacinação e preparo de vacina, além de interação com uma incubadora de estágio único

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Boehringer Ingelheim Saúde Animal inaugurou em fevereiro um “Incubatório Escola” para capacitação e treinamentos de técnicos, pesquisadores e médicos-veterinários que atuam nas atividades relacionadas à vacinação e incubatório de ovos no setor avícola no Brasil. Essa é uma estrutura pioneira no Brasil, dentro deste modelo, e criada pela Boehringer Ingelheim Saúde Animal que acaba de ser inaugurada na sua unidade em Paulínia (SP) e teve um investimento total de R$ 1 milhão. Abílio Alessandri, diretor da área de Aves e Suínos da Boehringer Ingelheim, destacou que esta é uma es-

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A Revista do AviSite

trutura pioneira e inovadora na indústria brasileira de saúde animal. “Ela visa a capacitação e o desenvolvimento de profissionais da área. Com isso objetivamos contribuir com a evolução da avicultura brasileira, um setor fundamental para a nossa economia, incentivando a qualificação de mão de obra e acesso a novas tecnologias”, afirmou. Ainda segundo ele, serão realizados cursos em empresas e universidades, com uma agenda própria no espaço inaugurado, além de treinamento sob demanda, simpósios e muito mais. “O trabalho será focado em vacinação e no manuseio de vacinação, com nosso laboratório de análises clínicas e moleculares, com

espaço de educação continuada, amplificando soluções, ganhando tempo, penetração e ganhando tempo para todos os envolvidos no mercado avícola”, disse. Com tecnologia de última geração, o VTS (Vaccination Technologies & Services) ou Incubatório Escola funciona como um espaço completo para aprendizagem de manuseio de equipamentos de vacinação e, para capacitar os profissionais do setor, inclui laboratório de análises sorológicas e biomoleculares, sala de preparo de vacinas, cabine de vacinação spray e subcutânea, além de um auditório para treinamentos teóricos e dispositivos OCULUS 360 de realidade aumentada, onde cada um dos participantes pode visualizar virtualmente, em 3D, todos os passos do preparo das vacinas. A principal inovação tecnológica fica por conta da interação com uma incubadora de ovos de estágio único, que tem o objetivo de demonstrar cada etapa do desenvolvimento embrionário durante a incubação e todas as suas etapas de manejo e controle. A expectativa é de treinar até 15 pessoas ao mesmo tempo dentro da unidade, e, caso seja necessário, será possível dividir turmas de 30 alunos em aulas práticas e teóricas de forma simultânea. Os treinamentos respeitarão todos os protocolos de segurança para o Covid-19 e serão realizados a cada trimestre para clientes de todo o país, além da realização de


sessões customizadas para parceiros que tenham interesse em utilizar o Incubatório Escola. Para a realização das atividades, a empresa contratou dois especialistas em incubação para dar todo o suporte no campo e nos treinamentos.

Assistência remota com realidade aumentada Junto ao VTS Incubatório Escola, a empresa iniciou também um trabalho de assistência remota. Nele, especialistas em incubação da companhia poderão atender de forma remota os parceiros sobre os processos de incubação por meio do BIPE Glass, óculos que gera imagens 3D em tempo real. Fábio Barone, Head da área de Saúde Animal da Boehringer Ingelheim no Brasil, destaca: “esse lançamento reforça o DNA de inovação da empresa e nosso foco em oferecer as melhores soluções e estruturas para os nossos clientes e parceiros. Não é por acaso que o nosso investimento mundial em pesquisa e desenvolvimento chegou a quase € 3,5 bilhões em 2019”, afirma o executivo.

Importância da pesquisa e ensino e inovação para a Boehringer A pesquisa científica está no DNA da Boehringer Ingelheim. Por meio dela, segundo Filipe Fernando, gerente de marketing da área de Aves e Suínos da Boehringer Ingelheim, a empresa aprende um contexto mais amplo da saúde animal, além de agregar informações e conhecimentos que muitas vezes não são atingidos pelos meios convencionais, dando ainda mais propriedade para o ensino. “Acreditamos que o ensino e os treinamentos contínuos são ferramentas essenciais para o atingimento da performance dos nossos parceiros, pois grande parte da nossa atividade é feita por profissionais que devem ser continuamente treinados”, afirmou. “Pesquisa & Desenvolvimento é um compromisso que a Boehringer Ingelheim tem no presente, permeia sua história e a coloca no futuro da humanidade. Para isso, a companhia conta com mais de 7 mil pesquisadores de alta performance e qualificação, distribuídos

em centros de pesquisa no Canadá, Estados Unidos, Áustria, Alemanha, Argentina e Japão. São vários estudos clínicos internacionais em andamento em mais de 50 países”, afirmou. Segundo ele, a companhia atualiza constantemente as tecnologias aplicadas a cada área de atuação: das fábricas e centros de pesquisa, que operam com o que há de mais moderno no mercado, até os escritórios, onde a tecnologia é uma verdadeira apoiadora da gestão. “Durante as últimas décadas, a Boehringer Ingelheim conduziu e patrocinou mais de mil estudos clínicos com centenas de substâncias em 98 países de todos os continentes, envolvendo cerca de um milhão de pacientes. Os desafios, todavia, são imensos, pois a companhia busca alternativas para as doenças ainda incuráveis ou com tratamentos não satisfatórios. Para isso, conta com suporte externo de instituições acadêmicas como universidades, faculdades, centros de pesquisa, empresas de biotecnologia e outras farmacêuticas parceiras que tenham o mesmo objetivo”, disse. A Revista do AviSite

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Especial

Cinergis

Estratégias para redução de custos e perdas em momentos de crise na produção de frangos Momentos de crise nos permitem enxergar novas oportunidades e repensar estratégias Por Cinergis Saúde e Nutrição Animal

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atual cenário é bastante dera resolver esse problema, deve-se ve1. Ser eficiente no processo de safiador. Conforme visto nas rificar o quanto você está perdendo produção: qualquer valor reduzido últimas semanas, o milho mensalmente. Com este número nas nos custos de produção representa reapresentou alta de preços e a mãos, você verá quanto a quebra está dução no custo do produto final. Porsoja não apresenta nenhum indicio de impactando no custo final. tanto, o primeiro passo é lançar mão redução significativa e duradoura. Por 2. Melhorar a qualidade do de tecnologias que permitam melhomelhor de umidade e calor massa monitoramento de índices outro lado, vemos o distribuição preço de ovos, suísão vários os benefícios alcan- como rar indicadores como na custos de ho-e opellet: nos e leitedureza em quedaeou estabilidade, o çados com a peletização, como o aumem/hora/tonelada, vapor, energia PDI são essenciais para assegurar a qualidade do pellet. mento do consumo diário de nutrienque nos coloca em uma situação delicaelétrica, desgastes de máquina, quebra Arelacionamos Cinergis disponibiliza programa especialmente desenvolvido para auxiliar as do fábricas da quando custo de pro- um tes, incremento da digestibilidade técnica, entre outras. dução e preço de venda. amido, desativação de fatores antinuAo avaliarmos os históricos de de ração na busca por uma peletização eficiente, com foco na qualidade do pellet e e menor gasto de energia Momentos de crise nos permitem quebras e perdas ao longo dos últimos redução dos prejuízos provocados pela quebra técnicatricionais e baixa produtividade. O gráfico para consumir a ração. Mas é imporenxergar novas oportunidades e reanos, vemos que, em média, as perdas abaixo apresenta osa ganhos significativos de PDI, finos, produtividade e osaumento da pensar estratégias. Apresentaremos tante ressaltar que, para que benefíde processo representam um aumento quantidade depara pellets comedouro dedeum teste realizado com mais de toneladas cios da peletização da 90.000 ração sobre o seguir algumas alternativas redu- nonos custos da ração 1,31% ao longo zir as perdas processo de produção desempenho dos animais sejam aldo ano. Se a dieta representa mais de de no ração. cançados, é necessário que a quantide ração, melhorar os custos e propor70% do custo do frango, temos um cionar uma melhor lucratividade. dade de pellets chegue ao com come- o uso impacto 0,91% no custo da ave. PaGráfico 1: Médias obtidas em de 90.000 toneladas durante 3 meses dequeavaliação

do Programa + Pellet.

Gráfico 1: Médias obtidas em 90.000 toneladas durante 3 meses de avaliação com o uso do Programa + Pellet

Fonte: Banco de dados Cinergis.

Fonte: Banco de dados Cinergis.

54 A Revista do3.AviSite Otimizar ingredientes: a utilização de substâncias emulsificantes proporciona


douro seja a maior possível na sua forma íntegra, com baixa percentagem de finos. Portanto, o uso de tecnologias que possibilite melhor distribuição de umidade e calor na massa e o monitoramento de índices como dureza e PDI são essenciais para assegurar a qualidade do pellet. A Cinergis disponibiliza um programa especialmente desenvolvido para auxiliar as fábricas de ração na busca por uma peletização eficiente, com foco na qualidade do pellet e redução dos prejuízos provocados pela quebra técnica e baixa produtividade. O gráfico abaixo apresenta os ganhos significativos de PDI, finos, produtividade e aumento da quantidade de pellets no comedouro de um teste realizado com mais de 90.000 toneladas de ração. 3. Otimizar ingredientes: a utilização de substâncias emulsificantes proporciona vantagens em todas as etapas da cadeia produtiva. Além de melhorar a qualidade do pellet, os emulsificantes também são usados para reduzir os custos da ração, pois facilita o processo de digestão das gordu-

Ao avaliarmos os históricos de quebras e perdas ao longo dos últimos anos, vemos que, em média, as perdas de processo representam um aumento nos custos da ração de 1,31% ao longo do ano

ras e incrementa o aproveitamento energético da ração, maximizando a conversão alimentar. 4. Usar tecnologias que melhorem a saúde intestinal: evitar problemas com inflamação intestinal traz grandes benefícios à saúde das aves e reduz gastos com tratamentos curativos. O uso de aditivos, como probióticos e prebióticos, é uma ferramenta importante para auxiliar na redução dessas inflamações, auxiliar na digestão e absorção de nutrientes, contribuir para o desenvolvimento de populações de bactérias mais saudáveis (Bifidobactérias, Lactobacilos, etc.) e melhorar a resposta imune inflamatória e proliferação epitelial. Os principais passos para uma boa colonização são: • Melhoria do ambiente dos galpões e controle de insetos (cascudinho) • Colonização precoce em pintos de 1 dia • Uso de probióticos multicepas resistentes à peletização e uso de ácidos comumente usados no tratamento de rações • Controle de salmonelas e outros microrganismos patogênicos nas rações e seus ingredientes • Controle de qualidade nas matérias primas, priorizando os níveis nutricionais e evitando principalmente a presença de aminas biogênicas, micotoxinas e oxidação de gorduras. 5. Adotar medidas de ambiência e bem-estar: a cama de frangos deve proporcionar conforto e bem estar aos animais, para permitir maior expressão da produtividade dos lotes. Sua reutilização é uma prática comum na avicultura industrial, assim, o manejo aplicado à cama durante o intervalo entre lotes constitui um dos fatores determinantes para a sua qualidade e reuso, permitindo a quebra do ciclo das doenças ou redução do desafio por agentes patogênicos, condições importantes para o sucesso da produção. Use as estratégias de forma sinérgica: pense em soluções simples, faça os cálculos e observe a possibilidade de mudanças em função dos ganhos. A adoção dessas medidas pode reduzir os gastos e melhorar a rentabilidade

Se a dieta representa mais de 70% do custo do frango, temos um impacto de 0,91% no custo da ave. Para resolver esse problema, deve-se verificar o quanto você está perdendo mensalmente. Com este número nas mãos, você verá quanto a quebra está impactando no custo final

de produtores e agroindústrias, reduzindo o custo com medicamento e melhorando índices zootécnicos.

Cinergis e o Programa + Pellet A Cinergis é uma empresa de nutrição e saúde animal que oferece soluções customizadas destinadas às várias etapas produtivas — ração, animal, ambiente —, contribuindo para a segurança alimentar. O Programa + Pellet é composto por produto, equipamento dosador e software desenvolvido para monitorar o índice de umidade e sua dispersão na massa, de forma dinâmica e constante, aperfeiçoando a técnica de peletização, além do acompanhamento e prestação de serviço de uma equipe técnica com anos de experiência. Conheça mais sobre o programa em www.cinergis.com.br A Revista do AviSite

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Cobb-Vantress

Especial

Custos de Produção em Frangos de Corte: Desafios Constantes Devido às mudanças ocorridas nas aves associadas a oscilações dos custos dos grãos, os nutricionistas vêm mudando as estratégias nutricionais também Vitor Hugo Brandalize, Cobb World Technical Support Team

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rodução animal é um desafio houve aumento de 38,86%. Embrapa Os incubatórios vendem os pintinhos, as fábricas de rações vendem o constante, pois além das variáSuínos e Aves, 2021). Se aproximadaveis existentes no livre mercamente 76,62% dos custos de produção alimento e os frigoríficos compram do como relação oferta x dedas aves (Embrapa Suínos e Aves, os frangos dos produtores indepenmanda, variações cambiais e legisladentes. O nutricionista (formulador) 2021) estão relacionados à alimentação trabalhista, entre outros fatores, ção é nesta área que devemos manter naquelas condições não leva em ainda enfrentamos particularidades o foco. consideração uma conexão entre as ambientais, sanitárias, de manejo e Historicamente, os níveis nutriciodietas e as plantas processadoras de nais nas dietas dos frangos de corte nutricionais. Nestes últimos meses, carne e dará pouca atenção ao impacto da nutrição no rendimento intêm sido determinados por fatores coalém dos pontos citados, dois fatores mo taxa de crescimento e conversão dustrial. No Brasil e em outras regivêm impactando muito o nosso negócio: Covid-19 e elevação dos preços ões do mundo, o sistema de produalimentar. ção é quase sempre totalmente intedos grãos. Nos últimos anos, tem havido grado, portanto, precisamos ter uma Devido à pandemia, fomos obrigamais ênfase nos custos de alimentados a introduzir custos que não hação por quilo do frango vivo, ou franvisão macro do negócio no momenviam sido projetados anteriormente. go produzido, e mais recentemente, os to de definirmos a estratégia nutricional. No entanto, neste momento a priorinutricionistas estão se concentrando dade é proporcionar bem-estar e seguna formulação de dietas para maximirança aos nossos colaboradores. E as zar métricas, como rendimento de O efeito dos níveis de energia e aminoácidos indústrias na área de produção anicarne e lucratividade líquida. mal vêm fazendo isso muito bem. no desempenho e Com o custo recorde dos ingredientes da ração nos últimos anos, os rendimento dos Com relação aos preços dos grãos, frangos de corte nutricionistas estão considerando temos pouca flexibilidade no momento das negociações, pois embora exisO frangos modernos respondem com mais cuidado o mercado final tam disponibilidade de grãos, os probem a aumentos equilibrados de ami(produção de frangos inteiros, cortes dutores e grandes “traders” estão capinoácidos, não apenas no desempeou industrializados) e os retornos fitalizados, o que faz com que eles mannanceiros ao decidir sobre os níveis de nho do frango vivo, mas no renditenham posições firmes durante as mento de carcaça e de peito também. energia e aminoácidos nas dietas. comercializações. Em contrapartida, a resposta aos níA indústria avícola está organizada veis de energia nas dietas, principalDesta forma, o que poderemos fade forma diferente em todo o mundo. zer é controlar os nossos custos atramente nas fases iniciais de vida das Em grande parte da Europa, Ásia e CanaO efeito dos níveis de energia e aminoácidos no desempenho e rendimento dos vés da eficiência operacional. (No dá, a indústria continua operando como aves, não segue a mesma tendência frangos corte12 meses, segmentos de negócios independentes. apresentada dos aminoácidos. acumulado dos de últimos

Década 1950’s Estratégia Nutricional ↑ Energia e PB

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:

1970 & 1980’s ↑ Energia e ↓PB

2000’s ↓Energia e ↑Aminoácidos


:

Tabela 2.

Tendências na Nutrição do Frango de Corte Moderno • Científica • Sociedade • Necessidades de Energia • ABF • Tamanho de Partículas • Meio Ambiente • Microflora Intestinal • Bem-Estar Animal • Compatibilidade entre as Enzimas • Composição de Ingredientes • Nutrição Maternal • Zoonoses • Avaliação de Ingredientes • Desperdício de Comida • Metabolismo do Cálcio • Valor Nutricional Adicionado • Carne Sintética

As diferentes respostas das aves a Portanto, são nesses nutrientes que estes nutrientes podem estar correladeveremos manter oos FOCO quando Vários dos pontos citados por Leeson (2019), são oportunidades para reduzirmos custos de decionadas com critérios utilizados nos finirmos as estratégias nutricionais. produção dos frangos, portanto, eles merecem a atenção dos técnicos das empresas. programas de seleção genética. Pois, Neste momento, onde os custos dos embora sejam considerados muitos grãos se encontram extremamente elevados, precisamos transformar rapidaatributos durante os programas de seleção dos frangos de corte, ganho de mente o conhecimento científico em Conclusões peso, conversão alimentar e rendipráticas. muitas pesUma gama completa de fatores econômicos devem ser usados paracondições determinar os Existem níveis de mento de carcaça (peito), são prioriquisas disponíveis e a maioria delas, nutricionais das dietas de frangosdades de corte. na maioria dos programas uticom dados estatísticos muito robustos, lizados. que nos tranquilizam no momento de Os dois principais fatores, são os custos das dietas e o mix de produtos que serão Entendemos que as necessidades introduzirmos estas dietas no campo. comercializados. nutricionais destas aves mudaram e Pensando mais além (Futuro) e isto é de fácil compreensão quando quais seriam as tendências nutricionais A estratégia nutricional aplicada comparamos (altos, médios ou baixos níveis nutricionais das dietas), os rendimentos de peito dos frangos de corte moderno, Leeson dependerá do objetivo principal das companhias. das aves aos 42 dias de idade, que no (2019) demonstrou que as linhas de ano de 1990 eram de aproximadapesquisa deverão se concentrar em fatomente 15,0% e atualmente apresenres da tabela 2. tam um potencial para um rendiVários dos pontos citados por Leemento superior à 27,0%. son (2019), são oportunidades para reduzirmos os custos de produção dos Devido a estas mudanças ocorridas nas aves associadas a oscilações frangos, portanto, eles merecem a atenção dos técnicos das empresas. dos custos dos grãos, os nutricionistas vêm mudando as estratégias nutricionais também. Na tabela abaixo, Conclusões Uma gama completa de fatores ecoKidd (2017), apresentou a tendência nômicos devem ser usados para deterda indústria americana, com relação minar os níveis de nutricionais das diea utilização dos níveis de energia e tas de frangos de corte. proteína (aminoácidos) nas dietas de Os dois principais fatores, são os frangos de corte. custos das dietas e o mix de produtos Os nutrientes de maior impacto que serão comercializados. nos custos das formulações de frangos de corte, são: A estratégia nutricional aplicada (altos, médios ou baixos níveis nutricio10) Energia nais das dietas), dependerá do objetivo 20) Aminoácidos principal das companhias. 30) Fósforo

Uma gama completa de fatores econômicos devem ser usados para determinar os níveis de nutricionais das dietas de frangos de corte

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Especial

Farmabase

Como reduzir os custos de produção em períodos de alta dos preços de insumos? O alto desempenho das aves está ligado a capacidade do aproveitamento dos nutrientes disponibilizados

Autores: Ricardo Scherer Simões1 e Giovani Marco Stingelin2 (1) Mestre em Ciência Animal-UFPR- Campus Palotina-PR, Coordenador Técnico Avicultura-Farmabase Saúde Animal. (2) Mestre em Clínica de Animais de Produção – UNESP – Botucatu- SP, Doutorando em Clínica Médica de Animais de Produção – UNESP – Jaboticabal – SP, Gerente Técnico da Farmabase Saúde Animal

C

om o atual cenário dos custos de produção elevados, impulsionados principalmente pelo aumento dos preços de milho e soja, é fundamental que se busque estratégias para melhoria do desempenho dos animais e consequente redução do custo final de produção. O alto desempenho das aves está ligado a capacidade do aproveitamento dos nutrientes disponibilizados, sendo que a boa absorção dependerá de um bom desenvolvimento do intestino nos primeiros dias de alojamento e da manutenção da integridade do epitélio intestinal ao longo de toda criação. As boas práticas de manejo, ambiência e sanidade das aves buscam a redução dos desafios para se alcançar o máximo potencial genético. McBridge & Kelly (1990), estimaram que apenas para manter as funções do epitélio intestinal e estruturas anexas, tem-se um gasto de aproxima-

damente 20% da energia bruta consumida pelo animal. Porém, em situações onde há lesões nas mucosas, ocorre um aumento considerável da demanda energética para manter as mesmas funções, fazendo com que esse custo energético aumente consideravelmente. É importante destacar, que a manutenção da integridade intestinal é fundamental para que se tenha aves saudáveis, sendo que um dos fatores de maior impacto na perda de integridade intestinal é a inflamação, a qual reduz a ingestão de alimento, a absorção de nutrientes, o tempo de passagem do alimento pelo trato gastrointestinal e mobiliza maior quantidade de energia para instalação da resposta imune inata. Partindo desse ponto de vista, muitas atitudes podem ser tomadas na granja para redução da exposição das aves ao estresse e as enterobactérias patogênicas. Em complemento a essas SEM LIBERAÇÃO

Figura 1. Liberação gradativa dos compostos naturais idênticos e ácidos orgânicos ao longo do intestino.

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AÇÃO DA LIPASE INÍCIO DA LIBERAÇÃO

LIBERAÇÃO COMPLETA

medidas existem ferramentas disponíveis para otimizar a performance dos animais através da melhoria da conversão alimentar, do aumento do ganho de peso, da redução da quantidade de refugos e da mortalidade. Nos últimos anos alguns pesquisadores desenvolveram uma nova geração de aditivos direcionados para a proteção da integridade intestinal das aves. Há dezenas de produtos comerciais no mercado que prometem resultados extraordinários, é necessário avaliar quais deles têm ciência em seu desenvolvimento e realmente possuem evidência científica nos seus resultados. Tecnologia inovadora de aditivos para melhoria da integridade intestinal Os pesquisadores e doutores Andrea Piva e Ester Grilli da Universidade de Bologna na Itália estudaram diversas combinações entre moléculas e diferentes dosagens buscando a proteção da integridade intestinal. Após uma série de estudos criaram um composto de ácidos orgânicos (ácido cítrico 25%, e ácido sórbico 16,7%) associados a compostos naturais idênticos e puros de timol (1,7%) e de vanilina (1%) microencapsulados por triglicerídeos, mostrando o conceito de liberação gradativa dos ativos ao longo do trato gastrointestinal. A eficiência do processo de microencapsulamento em microesfera é demonstrada na figura 1.


Figura 2. Efeito do ácido cítrico, sórbico, timol e vanilina na conversão alimentar (CA), ganho de médio diário (GMD)

GMD e Conversão Alimentar (kg) 0,86 g

1,725 1,72

69,4

1,72

GMD (g)

69,2

1,715

68,8 68,4

1,71 68,54

1,705 20 g

1,70

68 67,6

CA (kg)

69,6

Ganho médio diário (g) Conversão Alimentar (kg)

1,7 1,695

Controle

Tratado

1,69

Resultados econômicos atingidos

Figura 3. Efeito do ácido cítrico, sórbico, timol e vanilina no peso médio e mortalidade.

5,63

120 g 3,22

5,8 5,6

PM (kg)

3,2

5,4

3,16 3,12

5,2 0,81 % 3,10

4,82

3,08

5 4,8 4,6

Mortalidade (%)

Peso médio e Mortalidade (%) 3,24

Mortalidade (%) Peso médio (kg)

4,4

30,4

Controle

Essa combinação de aditivos em microesfera recebeu aprovação da EFSA (Autoridade Europeia de Segurança Alimentar) e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) como melhorador de desempenho não antibiótico pelos excelentes resultados encontrados a campo e pelas diversas publicações científicas realizadas. Em uma grande agroindústria brasileira, situada no norte do Paraná, foi realizada uma avaliação de desempenho em frangos de corte comparando um grupo controle sem o uso do aditivo e um grupo tratado com a inclusão do aditivo na

animais. Resultados semelhantes foram obtidos em integrações do norte do país. Na mesma avaliação, conforme Figura 4, analisou-se a morfometria intestinal das aves tratadas e não tratadas com o aditivo, o que de acordo com Montagne & Hampson (2003), é um indicativo importante da integridade e capacidade absortiva do intestino, sendo que, quanto maior a relação vilo:cripta, melhor será a absorção dos nutrientes.

Tratado

dieta. Ambos os grupos foram alojados ao mesmo tempo, sob as mesmas condições ambientais e de manejo. O composto de ativos demonstrou melhora na conversão alimentar, no ganho de peso e na mortalidade das aves, quando comparado à dieta controle, conforme figuras 2 e 3. Com base na figura 2, é possível verificar a redução da conversão alimentar em 20 gramas no grupo tratado com a combinação dos compostos naturais idênticos e os ácidos orgânicos se comparado ao grupo controle, o que demonstra o efeito no aumento do desempenho dos

Figura 4. Efeito do ácido cítrico, sórbico, timol e vanilina na morfometria intestinal das aves aos 33 dias de idade.

Se monetizarmos toda a melhora da conversão alimentar criada pelo uso desse aditivo eubiótico, tomando como exemplo uma integradora que abate 200.000 aves/dia, por exemplo, e considerando uma melhora na conversão alimentar de 20 gramas, com o peso médio de abate das aves de 3,2Kg, temos uma redução de consumo de ração de 270,1 toneladas no mês, isso equivale a R$ 518.592,00, com o preço médio da ração a R$1,92/kg conforme dados do Sindirações/2020. Dentro de um ano, o ganho real é de R$ 6.223.104,00.

Conclusão: A utilização de aditivos eubióticos com intuito de auxiliar no controle de enfermidades e melhoria de integridade intestinal é algo crescente nas agroindústrias, porém para que se tenha a melhor resposta no uso destas ferramentas, devemos escolher estrategicamente tecnologias que possuem maior sinergismo e disponibilidade no sistema gastrointestinal das aves. A associação de ácido cítrico, sórbico, timol e vanilina microencapsulados adicionado a ração das aves, possibilita a melhoria dos índices zootécnicos, promovendo redução dos custos de produção e melhoria na lucratividade da atividade avícola.

Referências Mc Bride, B.W. Kelly, J.M. Energy cost of absortion and metabolismo in the ruminant gastrointestinal tract and liver: A review. Journal Animal Science, Canadá, V.68, 1990. Montagne, L. Pluske, J.R. Hampson, D.J. A review of interactions between dietary fibre in the intestinal mucosa, and their consequenceson digestive health in Young non-ruminant animals. Animal Feed Science and Tecnology. Australia, v.108, pg 95-117, 2003.

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Especial

Kemin

Grãos – o novo ouro da nutrição 2020 foi o ano dos desafios inesperados

Por Gisele Neri – Coordenadora de Produtos – Kemin Saúde e Nutrição Animal - América do Sul

Q

uem imaginava, ainda que por apenas poucos segundos, pessoas andando pelas ruas com máscaras, cidades decretando lockdown, escolas fechadas, comércios fechados por meses? E por cima desse cenário, produtores da América do Sul desafiando a matemática dos custos, pagando valores surreais nas principais matérias primas das rações: milho e soja. Já não é mais novidade, mas é sempre bom registrar: os custos de produção de aves e suínos subiram 39,9% e 47,3% em 2020, de acordo com dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos da EMBRAPA. Várias são as razões por detrás desse aumento, mas o mais impactante, seguramente, é o alto custo dos grãos e das fontes de energia para a ração. A nutrição animal responde por cerca de 70% dos custos de produção. E como garantir que os animais consigam aproveitar o máximo dos nutrientes ofertados na ração? E a energia? Será que existe

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uma forma de maximizar o aproveitamento de nutrientes e energia? Graças à tecnologia e a ciência aplicadas à nutrição animal, podemos dizer com total segurança: sim, existe. Aliás, existe até mais de uma forma de maximização do aproveitamento dos nutrientes da dieta: seja disponibilizando mais nutrientes para os animais (como os emulsificantes e enzimas), ou melhorando a capacidade absortiva no intestino (como os butiratos), ou promovendo a integridade intestinal (como os pré e probióticos) ou ainda, reduzindo os efeitos do estresse (como o cromo). Neste artigo vamos aprofundar um pouco sobre os emulsificantes. Eles são aditivos capazes de auxiliar no processo de digestão e absorção dos óleos e gorduras, fonte energética das dietas. Para o máximo aproveitamento das fontes energéticas da dieta é essencial que os óleos e/ou gorduras passem por 3 fases: 1. Emulsificação - (é daí que vem o termo “emulsificante” que dá nome a esta categoria de produtos no MAPA). A emulsificação é a primeira fase do processo de digestão e absorção de óleos e gorduras. Nesta fase o óleo presente na ração, após a ingestão do animal, quebra-se em gotículas menores e se mistura ao am-

biente aquoso do trato gastrointestinal. É essencial que essa emulsão permaneça estável o máximo possível de tempo, ou o aditivo perde sua eficácia e seu maior propósito de existência. Os produtos existentes no mercado apresentam estabilidade de emulsão diferentes. Fique atento no momento de escolher seu produto! Às vezes o barato pode sair caro. 2. Hidrólise – já com as gotículas de gordura menores, é o momento para a ação da lipase endógena. Ela age quebrando as gotículas de gordura em ácidos graxos livres e monoglicerídeos. Essa é a importância de um bom processo de emulsificação: com gotículas menores de gorduras a superfície de contato entre a gordura e a lipase aumenta, potencializando a ação desta última. Depois da hidrólise há ainda a formação de micelas. Elas têm uma importância ímpar no processo de absorção das gorduras, já que os ácidos graxos não conseguem passar pelas membranas das células intestinais. 3. Absorção – A absorção dos óleos e gorduras se dá sempre na forma de micela. As micelas são estruturas formadas durante o processo de digestão. São constituídas principalmente por ácidos graxos e monoglicerídeos. Produtos diferentes tem capacidade de formação de micelas

Figura 1. Estabilidade da emulsão com diferentes emulsificantes


Animais recebendo o biossurfactante apresentaram manutenção da performance ainda que com redução do valor energético da ração. Também se observou aumento do rendimento da carcaça e redução da gordura abdominal das aves. Os dados de desempenho (CA e GP) são apresentados nas Figura 2 e 3, abaixo.

Figura 2. Efeito do Biossurfctante na Conversão Figura 2. Efeito do Biossurfctante na Conversão Alimentar (1-42d) de frangos de corte

Figura 3. Efeito do Biossurfactante no Ganho de

Figura 3. Efeito Biossurfactante Peso Diáriodo (1-42d) de frangosnodeGanho corte de Peso Alimentar (1-42d) de frangos de corte Diário (1-42d) de frangos de corte processo de emulsificação, de tamanhos diferentes e isso impacta na apresentados nas Figura 2 e 3. formando partículas ainda menores absorção. Toda a gordura proveniente da Desempenhos eficientes estão sempre de gordura e garantindo estabilidade da dieta, que, por algum motivo, não conseassociados a uma menor deposição de guiu formar uma micela ao longoestão do proemulsão para aposterior açãodeposição da lipase) ede gordura gorduraabdominal abdominaleeisso isso foi foi confirmado Desempenhos eficientes sempre associados uma menor cesso confirmado digestivo, é pelos excretada através das monoglicerídeos (que aceleram o procespelos resultados deste ensaio, onde a meresultados deste ensaio, onde a melhora do peso corporal, GP e CA foi associada a so ede formação de micelas, para maior lhora do peso corporal, GP e CA fezes. manutenção do rendimento de carcaça da gordura abdominal com redução significativa do rendimento de foi associada a manutenção do rendimento de absorção dos óleos e gorduras oriundos Existem dezenas de emulsificantes peito (Tabela 2). carcaça e da gordura abdominal com reda dieta). disponíveis no mercado. Alguns possuem ação temporária apenas na primeidução significativa do rendimento de peiO equilíbrio desses 3 ingredientes ra etapa do processo de digestão de óleos to (Tabela 2). principais foi extensivamente estudado e TabelaOutros 2: Rendimento carcaça, abdominal e rendimento de peito do e gorduras. possuemdeuma exce-gordura Pesquisas recentes2 mostraram que testado para máxima performance Rendimento carcaça Gordura abdominal Rendimento de peito que melhora a ablente ação emulsificante, porém são prehá um biossurfactante produtodeem diversas dietas e espécies. Is(%) (%) (%) judiciais so resulta para o prosorção de diversos nutrientes, indepena CP à fase de formação de micelas. 72,8ª em maiores ganhos 1,07ª 28,9 c b c dutor: seja em performance (uso do prodentemente da densidade e composição Todo CN aditivo emulsificante cuja fórmula 71,6 1,19 27,6 duto72,6ª “on top”) ou em redução do custo da dieta.28,9ª O desempenho e as característiapresente alta concentração T1 (Lysoforte 500g/ton)de moléculas 0,91ª Valores com letras diferentesdenas colunas diferentes (P <0,05) cas de carcaça das aves suplementadas da dietasão (usosignificativamente do produto com valorização grandes a-c pode atrapalhar o processo com biossurfactante se igualam ou supeda matriz nutricional). formação de micelas. Este é o caso, por ram o Controle Positivo na reformulação Em diversos estudos realizados ao reexemplo, de produtos com altas concenPesquisas recentes2 mostraram que há um biossurfactante que melhora a absorção de diversos nutrientes, trações de emulsificantes sintéticos em dor do mundo foi verificada a maximizada dieta. independentemente da densidade e composição da dieta. O desempenho e as características de carcaça das ção do aproveitamento de outros nutriensua fórmula. Em resumo, a reformulação da ração tes que vão além das porções energéticas Por essas e outras razões é primordial com biossurfactante possibilitou a redução da quantidade de óleo adicionado às da dieta, como os aminoácidos. a análise criteriosa dos diferentes produtos disponíveis no momento da tomada dietas, resultando em uma redução do Um dos estudos utilizou 216 frangos de decisão. Através de uma metodologia custo da ração, ao mesmo tempo em que de corte machos Ross 308 de 1 dia de idade foram alojados com oito aves por box específica é possível analisar a estabilidaalcançou desempenho superior ou idênde da emulsão originada pelos diferentes tico às dietas de controle positivo. O biosdistribuídos nos seguintes tratamentos: surfactante exerceu um claro efeito posiemulsificantes.1 CP - Controle Positivo (CP- dieta atendendo 100% dos requerimentos nutriciotivo na composição da carcaça, aumenA adição de um biossurfactante foi capaz de melhorar a estabilidade da emulnais dos animais); tando o rendimento de peito e reduzindo são1 em 84% comparado ao Controle CN - Controle Negativo (ainda que numericamente) a gordura (sem emulsificante), enquanto a estabiliCP com redução de 60kcal na ração abdominal. dade da emulsão com lisolectina conseinicial guiu melhorar em 39% quando compaReferências: CP com redução de 80kcal nas rações rada com o Controle (sem emulsificante), 1. Jansen, Matias. Lysophospholipids de crescimento e terminação conforme demonstrado na Figura 1. with monoglycerides and synthetic T1 - CN + 500g/ton de biossurfactante O biossurfactante de 3ª geração foi emulsifier enhance lipid digestion in Animais recebendo o biossurfactante criteriosamente formulado com 3 molébroilers. In: 21st European Symposium culas principais: apresentaram manutenção da perforon Poultry Nutrition, 2017, Salou/Vilamance ainda que com redução do valor -Seca, Spain. lisofosfolipídeos (amplamente utilizado e reconhecido mundialmente como energético da ração. Também se observou 2. Kemin reference: PO-18-00130 um emulsificante para a nutrição aniaumento do rendimento da carcaça e re18_LYSO_INFO_GRAPHIC mal), uma pequena porção de emulsifidução da gordura abdominal das aves. Os 3. ABIOVE cante sintético (para acelerar e otimizar o dados de desempenho (CA e GP) são 4. EMBRAPA Suínos e Aves A Revista do AviSite

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Exportação

Comércio com Liga Árabe gera superávit de US$ 6,1 bi em 2020 Com pauta dominada por produtos do agro, exportação ao bloco atinge US$ 11,47 bi, queda de 6,3%, mas menos do que em outras parcerias do Brasil no exterior Rubens Hannun presidente da Câmara Árabe-Brasileira, afirmou que o avanço de 16,2% no superávit junto aos árabes e o desempenho relevante das vendas a esses países em 2020 reforçam a importância estratégica da Liga Árabe para o setor produtivo brasileiro.

O

comércio entre o Brasil e a Liga Árabe gerou US$ 6,11 bilhões de superávit para o lado brasileiro em 2020. O superávit é a diferença entre as exportações e importações, recurso que se soma às reservas cambiais para gestão do câmbio, celebração de contratos internacionais e investimentos. O resultado corresponde a 12,2% do superávit total recorde de US$ 50 bilhões alcançado pelo Brasil ao longo do ano. Representa ainda alta de

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16,2% sobre o saldo positivo da balança Brasil-Liga Árabe de 2019, segundo dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. A entidade diz ainda que as exportações do Brasil para o bloco de 22 países no Oriente Médio e no norte da África geraram receita de US$ 11,47 bilhões, 6,3% abaixo da de 2019. A queda, no entanto, é menor que a registrada em outras parcerias comerciais relevantes, como os Estados Unidos (-23,7%), e Mercosul (-17,7%).

O desempenho das exportações também mantém a Liga Árabe entre as três maiores parcerias comerciais do Brasil no exterior, atrás da China e dos Estados Unidos. Também confirma a região como o segundo destino das exportações do agronegócio, cujos produtos são novamente o destaque na pauta de exportações. O açúcar brasileiro foi o produto mais demandado (receita de US$ 2,87 bilhões, alta de 32,5% sobre 2019), seguido da carne de frango (US$ 1,99 bilhão, -11,7%), minério de ferro (US$ 1,40 bilhão, -22,3%), milho (US$ 1,12 bilhão, +3,1%) e carne bovina (US$ 968,03 milhões, -18,2%), destinados principalmente aos Emirados Árabes (comprou US$ 2 bilhões em 2020, redução de 8,7% sobre 2019), Arábia Saudita (US$ 1,89 bilhão, -6,7%) e Egito (US$ 1,75 bilhão, -4,0%). Para o presidente da Câmara Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, o avanço de 16,2% no superávit junto aos árabes e o desempenho relevante das vendas a esses países em 2020


reforçam a importância estratégica da Liga Árabe para o setor produtivo brasileiro. Hannun destaca que, apesar da queda de 6,3% na receita total, a demanda no bloco seguiu firme ao longo do ano. O executivo afirma que a queda deve ser analisada num contexto em que a demanda global por alimentos, principalmente o brasileiro, foi exacerbada pela pandemia. Esse cenário de competição fez, inclusive, com que os árabes pagassem pelos produtos brasileiros preços FOB (no porto) médios por tonelada ligeiramente maiores em relação a 2019. "Os países dependentes do alimento produzido fora dos seus territórios, caso dos árabes, tiveram de agir ativamente para manter seus estoques em 2020, enfrentando uma competição feroz com a China, a indisponibilidade de contêineres para o transporte de carnes, a interrupção de algumas cadeias de alimentos mundo afora, além de outras contingências", pontua o dirigente.No empenho de assegurar o acesso a alimentos, os árabes buscaram ativamente gêneros alimentícios pelo globo. No início da pandemia, o Egito, por exemplo, habilitou de uma vez 42 frigoríficos no Brasil na tentativa de aumentar o fluxo de proteína para o país. Os Emirados Árabes enviaram uma missão de importadores recém-credenciados, que se somaram aos que já atuavam por aqui, para comprar frango tipo griller. A missão até encontrou o produto, mas teve de aceitar prazos maiores, de até 60 dias, pela falta imediata de pintinhos. Em julho, a Câmara Árabe também foi procurada por importadores da Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Marrocos e Sudão, encarregados por seus governos de comprar carne bovina, frango, pescado, açúcar, arroz, derivados de leite, milho e frutas. Esses importadores pediram ajuda à entidade porque nunca atuaram no Brasil, e a Câmara Árabe chegou a convocar entidades setoriais para atender a demanda inesperada.

O desempenho das exportações também mantém a Liga Árabe entre as três maiores parcerias comerciais do Brasil no exterior, atrás da China e dos Estados Unidos

Hannun destaca que, mesmo nesse cenário de forte competição, não houve ao longo do ano relatos de quebra de contrato por fornecedores brasileiros. A pandemia, no entanto, provocou uma reconfiguração significativa no comércio com a região, abrindo novos mercados e modificando a demanda em outros. A Argélia, por exemplo, comprou US$ 1,19 bilhão em 2020, alta de 16,2% sobre 2019. O país do norte da África historicamente possui uma relação comercial superavitária com o Brasil, que em 2020 se inverteu em favor do lado brasileiro. O Marrocos, que costuma figurar entre os dez maiores mercados, em 2020, comprou 43% mais em rela-

ção a 2019 (US﹩ 671,28 milhões) e agora está na sétima posição. Já na pauta, o açúcar voltou a figurar como o produto mais demandado pelos parceiros árabes, desbancando o frango. Sozinha, a commodity foi responsável por 25% do total de receitas, US$ 2,87 bilhões, alta de 32,5% sobre 2019, indicativo que o setor sucroenergético, mais mecanizado que seus concorrentes na Índia e na Tailândia, conseguiu manter um fluxo comercial estável e acabou por tomar uma fatia maior do mercado árabe. Houve ainda maior demanda por soja (US$ 323,1 milhões, +68,7%) e milho (US﹩ 1,12 bilhão, +3,1%), puxada pelos mercados do Golfo Arábico, que têm os projetos de substituição de importações de alimentos mais adiantados da região ─ todos eles acelerados na pandemia ─, razão que explica em parte a queda nas vendas diretas a esses países. A Câmara Árabe notou ainda que o fechamento do food service na maioria dos países árabes decorrentes do lockdown local levaram à adaptação de produtos porcionados vendidos a restaurantes para a comercialização em supermercados e para a entrega em domicílio, além da maior procura por frutas em todos os grandes mercados da região. Para Hannun, na perspectiva dos árabes, a pandemia exacerbou a necessidade de estreitar a cooperação com o Brasil na área de segurança alimentar, com medidas como a criação de linhas logísticas diretas entre o país e nações árabes, que permitam a ampliação das exportações dos dois lados, aproveitando produtos que possam ser transportados no mesmo tipo de navio. O executivo também destaca a importância da retomada, após a pandemia, das negociações dos acordos de livre comércio parados por sensibilidades, principalmente as cooperações do Mercosul com Líbano, Marrocos, Palestina e com o Conselho de Cooperação do Golfo. Hoje, o Brasil tem acordo de livre comércio só com o Egito. A Revista do AviSite

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Mercado Halal

não é somente para um determinado produto específico e sim toda cadeia produtiva”, alerta Saifi. De acordo com a ABPA – Associação Brasileira de Proteína Anima 2020, os países que mais importaram carne de frango halal, fo Arábia Saudita (467,5 mil toneladas), Emirados Árabes (303 mil t), Á do Sul (237,2mil t), Singapura (124,2 mil com acréscimo aproximadamente 28%) e Iêmen (112,4 mil toneladas). “Alguns p reduziram suas importações, principalmente, pelos embar logísticos causados pelo Covid-19. Mas para este ano, com a cheg das vacinas, as expectativas são extremamente otimistas e exportações de carne de frango, com certeza, vão bater n recordes de produção e exportação”, acrescenta o CEO.

Exportação de proteínas halal em 2020 e vacinação trazem boas expectativas para 2021 A cada ano, o Brasil tem se consolidado como principal fornecedor de alimentos selados com a certificação halal

O

mercado de exportação de proteína animal halal continua firme e forte para os países árabes. A cada ano, o Brasil tem se consolidado como principal fornecedor de alimentos selados com a certificação halal. Para o leitor ter uma noção deste segmento, o mercado mundial halal que inclui alimentos diversos, proteínas, cosméticos, fármaco, turismo, entre outros - tem expectativa de faturar US$ 3,2 trilhões até 2024, de acordo com dados da Africa Economic Foundation e Dinar Standard. Atualmente, a população islâmica no planeta está próxima de 1.8 bilhão e esta comunidade tende a crescer 30% até 2050, chegando a quase 2,8 bilhões de muçulmanos no planeta, conforme o rela-

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Exportações de Carne de Frango Halal Volume Mil toneladas PAÍS

2019

2020

ARABIA SAUDITA

468,8

467,5

EMIRADOS ARABES

341,2

303,0

ÁFRICA DO SUL

270,5

237,2

CINGAPURA

97,5

124,2

IEMEN

106,0

112,4

COVEITE

114,8

108,9

CATAR

74,3

76,3

IRAQUE

110,1

75,6

OMA

82,4

71,2

EGITO

51,0

58,8

Outros

238,1

262,3

Total

1.954,7

1.897,5

Fonte: ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal


tório da Pew Research Center. “2020 foi um ano muito gratificante para o agronegócio brasileiro e com certeza, a proteína halal teve seu merecido destaque. Foram quase 400 mil toneladas de carnes bovinas (receita de US$ 1.302.641.520,00) e 1.900 milhão de tonelada de frango (US$ 2.395,20 milhões) exportadas para os países árabes e Ásia. Alguns importadores dos países asiáticos, não muçulmanos, como China, Singapura, Coreia do Sul e Japão entenderam a importância da certificação halal - que atesta qualidade com boas práticas de fabricação, higiene, segurança e rastreabilidade do produto – e optaram pela certificação. Nestes países não é uma exigência do governo, mas a população tem optado por produtos com certificado de qualidade”, comenta o CEO da Cdial Halal, Ali Saifi. Os continentes africano e asiático têm demonstrado interesse maior pelos nossos produtos. “São países com grandes potenciais econômicos e, nós, como empresas brasileiras, devemos ficar atentos às oportunidades oferecidas em toda a Ásia e com certeza na África do Sul também devido à presença de muçulmanos. É importante observar que a população mundial, principalmente, com o advento do Covid-19, está em busca de produtos confiáveis e seguros para seu consumo. É sua vida que está em questão. Hoje, a

Exportações de carnes bovinas halal em 2020 Mes / Ano PAISES EGYPT SAUDI ARABIA UNITED ARAB EMIRATES PHILIPPINES SINGAPORE TURKEY JORDAN ALGERIA LEBANON LIBYA PALESTINE IRAN QATAR MALAYSIA IRAQ INDONESIA BAHREIN KUWAIT TUNISIA OMAN COMOROS MOROCCO AFGHANISTAN DJIBOUTI BANGLADESH Total

Total FOB - (US$) 416.060.718,00 160.638.598,00 159.177.758,00 134.708.105,00 83.494.327,00 52.468.679,00 48.234.546,00 42.999.875,00 38.526.736,00 29.100.725,00 25.136.110,00 24.659.687,00 21.656.229,00 21.612.837,00 16.051.397,00 15.667.276,00 4.290.176,00 2.495.011,00 2.038.671,00 1.984.943,00 1.010.469,00 440.156,00 109.436,00 78.836,00 219,00 1.302.641.520,00

Receita Milhões de US$ 2019

2020

ARABIA SAUDITA

787,8

684,4

EMIRADOS ARABES

558,5

424,0

CINGAPURA

188,1

196,6

COVEITE

177,4

148,4

IEMEN

143,6

135,5

IRAQUE

182,2

110,0

ÁFRICA DO SUL

167,6

108,3

CATAR

116,0

102,3

OMA

127,2

96,5

EGITO

67,9

75,5

Outros Total

Total US$/Ton 3.261,52 3.947,16 3.932,90 3.395,19 3.831,75 3.753,97 3.787,23 4.177,71 4.277,25 3.274,33 3.136,18 3.726,48 4.641,33 3.398,61 3.503,90 3.886,17 4.522,54 3.636,27 3.592,48 4.102,83 3.093,38 4.070,88 4.272,17 7.169,52 4.760,87 3.593,18

Fonte: ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes

Exportações de Carne de Frango Halal PAÍS

Total Tons 127.566,58 40.697,25 40.473,36 39.676,13 21.790,12 13.976,86 12.736,09 10.292,69 9.007,37 8.887,54 8.014,88 6.617,43 4.665,95 6.359,32 4.581,02 4.031,55 948,62 686,15 567,48 483,80 326,66 108,12 25,62 11,00 0,05 362.531,60

351,5

313,8

2.867,8

2.395,2

Fonte: ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal

certificação halal não é somente para um determinado produto específico e sim para toda cadeia produtiva”, alerta Saifi. De acordo com a ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, em 2020, os países que mais importaram carne de frango halal, foram: Arábia Saudita (467,5 mil toneladas), Emirados Árabes (303 mil t), África do Sul (237,2mil t), Singapura (124,2 mil com acréscimo de aproximadamente 28%) e Iêmen (112,4 mil toneladas). “Alguns países reduziram suas importações, principalmente, pelos embaraços logísticos causados pelo Covid-19. Mas para este ano, com a chegada das vacinas, as expectativas são extremamente otimistas e as exportações de carne de frango, com certeza, vão bater novos recordes de produção e exportação”, acrescenta o CEO. A Revista do AviSite

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Análise / Avipe

Associação Avícola de Pernambuco faz balanço de suas ações durante o ano de 2020 e projeta 2021 A avicultura colabora com o crescimento do PIB no estado de Pernambuco

O

estado de Pernambuco está entre os estados brasileiros com o maior número de produção de aves e ovos do país, sendo o maior do nordeste. Ao todo são mais de 1.500 produtores. Atualmente são mais de 17 milhões de aves de postura (02 milhões deem recria e 15 milhões em produção e 14 milhões de aves de corte por mês). Para promover e organizar do setor, existe a Associação Avícola de Pernambuco – AVIPE. A associação oferece aos seus associados uma estrutura diferenciada e serviços, sempre pronta para atender as demandas dos avicultores do estado. A AVIPE é associada e caminha com a Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA e, ao Instituto Ovos Brasil. As duas principais instituições que atuam a nível nacional e internacional, promovendo, articulando, realizando um forte trabalho para o setor de proteína animal no país. O Ricardo Santin (presidente da ABPA e do IOB) e a Tabatha Lacerda (diretora administrativa do IOB), são pessoas dedicadas à nossa causa e agradecemos sempre, toda a dedicação. Sempre sob o comando da ABPA, a AVIPE participa de reuniões em Brasília, apresentando pautas que contribuem para o desenvolvimento do setor. Algumas das demandas que foram discutidas durante as reuniões: – Revisão da Portaria n.º 01/1990 (portaria de ovos); – Fiscalização (aprimoramento da verticalização);

66 A Revista do AviSite

– Restruturação da CONAB (criação de estoque regulador; ampliação de volume na venda de milho/balcão); – Retomada dos leilões de estoque de milho; – Demanda do setor avícola nos ministérios da economia e fazenda: isenção de PIS e COFINS na importação de milho por produtores rurais (P.F); – Inclusão do ovo na cesta básica (com a reforma tributária, os produtos integrantes da cesta básica terão tratamento tributário diferenciado).

Promoção do Alimento Ovo Em 2020, a AVIPE realizou ações de promoção do alimento ovo, através de investimento feito por associados do setor de avicultura de postura. As campanhas foram desenvolvidas pela Avesso Comunicação e Marketing, indo ao ar em emissoras de rádio e televisão, e ações na internet. Devido ao trabalho de investimento em mídia para promover o consumo de ovos, o consumo per capta do alimento em chega as 300 unidades, um marco histórico, ultrapassando a média nacional que é de 250 unidades per capta. O trabalho de promoção ao consumo do ovo sempre está alinhado aos conteúdos produzidos pelo Instituto Ovos Brasil, que é referência quando o assunto é ovo. Avicultura colabora com o crescimento do PIB no estado de Pernambuco

Atualmente são mais de 17 milhões de aves de postura (02 milhões deem recria e 15 milhões em produção e 14 milhões de aves de corte por mês).


A Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – Condepe/Fidem, divulgou nesta sexta-feira (19), os dados do Produto Interno Bruto de Pernambuco (PIB-PE) do 1º trimestre de 2020. Segundo a entidade, a preços de mercado houve um crescimento de 0,8% em relação a igual período em 2019. Dados – Na comparação do primeiro trimestre de 2020 com o primeiro trimestre de 2019, o Setor Agropecuário apresentou variação de 0,4%. A Pecuária cresceu (3,9%), com destaque para o aumento na produção de ovos e da avicultura, suinocultura e bovinocultura de corte. Houve redução nos números de dois segmentos agrícolas no período: as lavouras permanentes (-19,5) e as lavouras temporárias (-18,0%). Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA, em seu relatório anual, o estado de Pernambuco tem 7,29% do plantel da produção de aves de postura do Brasil. Ficando em quarto lugar na produção nacional em postura. Já no frango de corte, tem 1,10% do plantel de aves nacional. Ficando em sétimo no ranking nacional. Em Pernambuco a avicultura emprega mais de 150 mil pessoas, é emprego e renda gerado para milhares de famílias. Além de levar alimentos de qualidade e que fazem bem a saúde das pessoas.

Articulação O trabalho de articulação com instituições governamentais e privadas, existe. Sempre com o intuito de trazer benefícios e solucionar possíveis problemas e dificuldades do setor. O Governo do Estado de Pernambuco, através do governador Paulo Câmara e do Nilton Mota (atual presidente da Perpart) que são grandes incentivadores e apoiam o setor. A AVIPE também conta com o apoio das Secretarias de Desenvolvimento Agrário, Dilson Peixoto e Desenvolvimento Econômico,(ex-secretário Bruno Schwambach), da Agência de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco – AD Diper Roberto Abreu, Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de PerA Revista do AviSite

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Análise / Avipe nambuco – ADAGRO, Paulo Lima, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através da superintendência regional, Carlos Ramalho e do Deputado Federal Augusto Coutinho, dando todo o suporte necessário em Brasília.

Câmara Setorial de Avicultura Outra vitória para a avicultura de Pernambuco foi a criação da Câmara Setorial de Avicultura, idealizada pela AD Diper, reunindo produtores, diversos setores dos governos estadual e federal, universidades, bancos públicos e privados, entre outros órgãos que compõe o setor ou que podem colaborar com o melhoramento e desenvolvimento da avicultura no estado. Instituições que integram a câmara setorial: representantes da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de PE (Adagro); da Universidade Federal Rural de Pernambuco; da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH); da Secretaria da Fazenda; do Banco do Nordeste; da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa); da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe); do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); da Cooperativa dos Avicultores de São Bento do Una e da Cooperativa de Pecuaristas e Agricultores do Vale de São Francisco (Coopavasf).

Setor de Frango de Corte Reuniões de articulação com os associados do setor de frango de corte também ocorreram durante o ano. Um trabalho que merece destaque, foi o de articulação entre os governos dos estados de Alagoas e Pernambuco, com o objetivo de construir um entendimento entre os estados para a comercialização do frango.

Projeto Grãos de Pernambuco Outro marco histórico foi criação e lançamento da pedra fundamental do projeto Grãos Pernambuco, trazendo uma grande oportunidade de novos negócios para a agricultura do estado.

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O trabalho de articulação com instituições governamentais e privadas, existe. Sempre com o intuito de trazer benefícios e solucionar possíveis problemas e dificuldades do setor Devido à crise vivenciada no setor de grãos no Brasil fez com que a AVIPE passasse a ter um olhar mais regional, analisando as regiões com solo e topografia adequadas para a possibilidade de plantar milho e sorgo, e até mesmo a soja. O projeto está sendo desenvolvido pela AVIPE — Associação Avícola de Pernambuco, com o apoio da Sec. Estadual de Des. Econômico de Pernambuco, AD Diper, MAPA, Governo do Estado de Pernambuco e Banco do Nordeste e Banco do Brasil. Para o atual presidente da AVIPE, Giulliano Malta, 2020 foi um ano cheio de adversidades. A avicultura de Pernambuco conseguiu manter a produção de aves e ovos, garantindo alimentos com qualidade e segurança para os consumidores. Um grave problema são os custos elevados para a produção – soja e milho, os dois principais componentes da ração tiveram aumentos exorbitantes. Finalizamos 2020 com um saldo positivo com relação às ações promo-

vidas pela AVIPE. Como já apresentando aqui, a AVIPE trabalhou dobrado, buscando sempre atender e solucionar todas as demandas existentes. Em 2021 continuemos de mãos dadas enfrentando todas as adversidades.

A Avipe em 2021 O estado de Pernambuco está entre os estados brasileiros com o maior número de produção de aves e ovos do país, sendo o maior do nordeste. Ao todo são mais de 1.500 produtores. Atualmente são mais de 17 milhões de aves de postura (02 milhões deem recria e 15 milhões em produção e 14 milhões de aves de corte por mês). Para a AVIPE – Associação Avícola de Pernambuco, o setor avícola continuará colaborando com o crescimento do PIB do estado de Pernambuco. Segundo dados divulgados ano a ano pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – Condepe/Fidem, colabora em média 0,10% ao ano. O ano de 2021 continuará sendo um ano cheio de adversidades e desafios. A avicultura de Pernambuco conseguirá manter a produção de aves e ovos, garantindo alimentos com qualidade e segurança para os consumidores. Um grave problema que ainda assola o estado, são os custos elevados para a produção – soja e milho, os dois principais componentes da ração tiveram aumentos exorbitantes. Devido à crise vivenciada no setor de grãos, fez com que a AVIPE passasse a ter um olhar mais regional criando o projeto Grãos Pernambuco, que fez a analise de regiões com solo e topografia adequadas para a possibilidade de plantar milho e sorgo, e até mesmo a soja. O projeto está sendo desenvolvido pela AVIPE — Associação Avícola de Pernambuco, com o apoio da Sec. Estadual de Des. Econômico de Pernambuco, AD Diper, MAPA, Governo do Estado de Pernambuco e Banco do Nordeste e Banco do Brasil. Vamos continuar trabalhando, unidos com todos os avicultores do nosso estado e também de todo o país.


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Análise / CBNA

Cooperação integrada auxilia a agropecuária brasileira A reboque da interligada globalização comercial, nossa agropecuária, justamente reconhecida como “de mercado”, contou com a indispensável retaguarda do Ministério da Agricultura

O Por Ariovaldo Zani Presidente do CBNA e CEO do Sindirações

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A Revista do AviSite

remédio administrado pelas interfaces da cadeia produtiva agropecuária brasileira teve como principal elemento de composição a cooperação integrada, na dose que preveniu quaisquer interrupções no trânsito dos insumos e dos alimentos, assegurou distribuição e abastecimento aos mais vulneráveis, preservou a renda dos produtores rurais e permitiu a continuidade das cadeias produtivas que mantiveram empregos e prosseguiram contribuindo com tributos que viabilizaram as políticas de saúde pública. O efeito foi capaz de estimular uma ampla e inédita abertura comercial e contribuiu para arrefecer qualquer caótico impulso do eventual protecionismo populista ultraconservador. Caso contrário, a convalescência seria dolorosa e a eventual cura, acompanhada das piores sequelas, à exemplo da crise alimentar de 2008, quando o impedimento no comércio global privou milhões de consumidores. O Brasil continuou ocupando o pódio do protagonismo nesse planeta com comida suficiente para satisfação da humanidade, embora as adversidades globais de caráter estruturante (logística de distribuição regional, sistema geopolítico e sócio econômico de cada país) e conjuntural (autoritarismo exacerbado, corrupção generalizada, subsídios que premiam a ineficiência) continuaram atribuindo o DNA da insegurança alimentar à quase um bilhão de pessoas.


A reboque da interligada globalização comercial, nossa agropecuária, justamente reconhecida como “de mercado”, contou com a indispensável retaguarda do Ministério da Agricultura, cuja primazia abonou oficialmente o cumprimento dos acordos firmados e, em consequência contribuiu decisivamente para a satisfação e encantamento dos tradicionais compradores. Essa invejável disposição voltada à pavimentação da imagem de um celeiro para abastecimento confiável (reconhecido por uma agropecuária fundamentada na SUSTENTABILIDADE/preservação do meio ambiente, SANIDADE/biosseguridade dos rebanhos e granjas, e SAÚDE do consumidor/rastreabilidade dos produtos) apesar de compulsória, traduziu grande vantagem para esse Brasil exportador, em consonância com o vindouro pacote de atributos exigidos na pós-crise, principalmente por tantos outros potenciais clientes de interesse. Importante salientar também que a competitiva agropecuária verde-amarela acertou ao mirar com atenção a Ásia, pois percebeu que a conjuntura contemporânea vai deslocando seu eixo para um novo ordenamento demográfico e econômico, centrado naquela região, sobretudo por conta da trivial preocupação com a segurança alimentar, porém exponencialmente amplificada a partir da aleatória Covid-19. É consenso que a pandemia de COVID-19 continuará afetando profundamente inúmeras atividades econômicas (aviação comercial e turismo, automobilística e construção civil, varejo e serviços, etc.) por conta da capacidade do SARS-CoV-2 se espalhar tão rapidamente e da sua letalidade determinar compulsória quarentena e indistinto isolamento social. Apesar do status aparentemente refratário da cadeia agropecuária, vários sinais continuarão exigindo a mais apropriada terapia de mitigação do fenômeno que compromete indistintamente os fundamentos da oferta (parada por afastamento dos colaboradores contaminados, etc.) e da demanda (fechamento de bares e restaurantes, etc.) dos alimentos por aqui e mundo afora. A lição que ficou é que a pande-

mia da COVID-19 asseverou que o ativo mais importante do setor é a pessoa humana, fato comprovado pela mobilização coletiva dos empreendedores, que não economizaram esforços na elaboração e implementação imediata de protocolos específicos para prevenção da exposição e contágio, na aquisição de EPIs, na orientação profissional aos colaboradores e suporte à saúde e tratamento das respectivas famílias. Há praticamente um ano (janeiro/20) em Davos, o idealizador do Fórum Econômico Global, Klaus Schwab, ranqueou o pagamento justo de impostos e o estímulo à qualificação dos empregados; a tolerância zero com a corrupção e a remuneração responsável dos executivos; o uso ético das informações privadas na era digital e a vigilância dos direitos humanos em toda a cadeia de fornecedores; e finalmente a PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE, como as mais importantes premissas do tradicional Manifesto, atualizado de acordo com os principais riscos, desafios e oportunidades que modulam o propósito universal das empresas locais ou transacionais. A comunidade internacional já esperava que a MUDANÇA CLIMÁTICA fosse ranqueada como um dos fatores de maior risco para a estabilidade econômica do planeta, superando a influência das migrações, das guerras nucleares e até mesmo do colapso da internet. Tamanha a importância e preocupação com a emissão dos gases e seu potencial de aquecimento, que aquele encontro na Suíça, reservou duas vezes mais sessões relacionadas à preservação ambiental do que sobre o incremento macroeconômico. Contrariando a crítica de que a elite empresarial vive desconectada do mundo real e prega mais virtudes do que de fato pratica, o agronegócio brasileiro, e sobretudo, os empreendedores da alimentação animal vem exercitando a nutrição responsável e contribuindo com o meio ambiente desde o final do século passado, através de práticas cujos resultados científicos aplicados à campo, compuseram o trabalho intitulado “Environmental impact of using Specialty feed ingredients in

A competitiva agropecuária verdeamarela acertou ao mirar com atenção a Ásia, pois percebeu que a conjuntura contemporânea vai deslocando seu eixo para um novo ordenamento demográfico e econômico, centrado naquela região, sobretudo por conta da trivial preocupação com a segurança alimentar, porém exponencialmente amplificada a partir da aleatória Covid-19

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Análise / CBNA swine and poultry Production: A life cycle assessment”, publicado no Journal of Animal Science, 2016.94:26642681. Em continuidade e mais recentemente, o Sindirações convenceu outras interfaces brasileiras da cadeia de produção animal aprimorar ferramentas para Análise do Ciclo de Vida/ ACV do milho, da soja e do farelo, à exemplo da iniciativa do Global Feed Lifecycle Assessment Institute/GLFI, com modelagem alinhada àquela da Livestock Environmental Assessment and Performance Partnership/LEAP. Vale lembrar que esse referido consórcio é financiado pelas associações das indústrias produtoras de alimentação animal da União Europeia, dos Estados Unidos e do Canadá, conta com representante da International Feed Industry Association/IFIF (da qual o Sindirações é filiado), além de observador da FAO/ONU. A identificação, por parte do Sindirações, dos pressupostos empregados pelo GFLI e a observação atenta dos mais de mil inventários dos principais ingredientes usados nas rações na Europa e nos Estados Unidos (incluídos também alguns cultivados no Brasil), permitirá revelar as possíveis inconsistências métricas e justificar as necessárias correções, sem as quais, não será possível firmar justa e equilibrada comparação dos insumos brasileiros e as particularidades dos processos produtivos aplicados em nosso território nacional. Outra constatação apontou flagrantemente para o dilatado tempo de amortização (horizonte temporal dos últimos vinte anos), referente ao tempo de mudança de uso da terra (Land Use Change/LUC), que proposital ou coincidentemente, prejudica sobremaneira os países em desenvolvimento e de fronteira agrícola ainda em expansão (no caso, o Brasil) quando comparados àqueles desenvolvidos (Estados Unidos, por exemplo). A recente cooperação firmada, que se estende do “campo à mesa” (APROSOJA, ABIOVE, SINDIRAÇÕES e ABPA, respectivamente), sustentada pela inquestionável competência técnica da Embrapa Meio Ambiente e da Embrapa Pecuária Sudeste, tem permitido desmistificar a injusta imagem de um

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A lição que ficou é que a pandemia da COVID-19 asseverou que o ativo mais importante do setor é a pessoa humana, fato comprovado pela mobilização coletiva dos empreendedores

superlativo Brasil poluidor e servido de apoio ao continuado avanço das nossas exportações agropecuárias. Essa parceria público-privada revelou-se robusta, convergente e notadamente oportuna, principalmente frente à mais nova investida europeia, calcada na neutralidade nas emissões de carbono, além da compulsória taxação dos produtos externos que não respeitarem as mesmas exigências climáticas daquele bloco, ou seja, não emitir mais gases do efeito estufa do que são capazes de produzir. Ademais, o setor não pode ignorar o crescente interesse dos investidores que tem direcionado ativos ou fundos àquelas empresas alinhadas aos princípios “ESG/Environment, Social, Governance”, com prioridade aos aspectos de sustentabilidade, sociais e de governança, sobrepujando inclusive aqueles tradicionais indicadores econômicos e financeiros. Por preservar quase 70% das suas florestas e já alimentar 25% da população global, a agropecuária brasileira tem ocupado o protagonismo na agenda ambiental mundial, e por conta de interesses distintos, sofre a esca-

lada de injustas acusações por parte dos ativistas radicais que teimam desdenhar da ciência e dos dados. Num horizonte temporal de curto prazo, apesar da possível diminuição do ritmo da cadeia produtiva de proteína animal por conta do ambiente doméstico vigente que espelha um ciclo vicioso, torcemos para que a novíssima janela de exportações possa compensar em parte o retrocesso. O cenário macroeconômico estagnado, de precarização do emprego e com redução da renda das famílias se retroalimentam e apesar de não intencionais, continuam desafiando a confiança e comprometendo as prioridades e hábitos dos consumidores. O recrudescimento da pandemia da COVID-19, a descontinuidade do auxílio emergencial e o aumento dos impostos (ICMS em SP) antecipam um futuro de maior incerteza, onde é compulsoriamente desejável maior equilíbrio, discernimento e generosidade das interfaces da cadeia agropecuária. É oportuno ressaltar que recrudesce o rali pelos grãos (milho e soja para ração animal e alimentação humana, etanol e biodiesel) e tal cenário determina grande oportunidade para que os empreendedores privados e os agentes públicos se esforcem em dialogar cada vez mais, já que o elevado custo de produção inflado pela desvalorização cambial, invariavelmente continuará influenciando o interesse por alojar e confinar, ou mesmo reter ou abater animais mais precocemente e descartar aqueles menos produtivos, combinações tentativas para contenção das despesas, diante da flagrante corrosão da rentabilidade e em comparação aos preços recebidos pelos produtores que comercializam carnes, ovos e leite, predominante ou exclusivamente no mercado doméstico. Outrossim, embora o risco de desabastecimento inexista, preocupa o patamar de preço praticado, sobretudo do milho, que pode diminuir, em certa medida, a competitividade das exportações das carnes que alcançam os tradicionais destinos internacionais, e até eventualmente esfriar as negociações com quaisquer hipotéticos importadores.


Agronegócio

Perspectivas macroeconômicas para o agronegócio em 2021 O que se tem é um misto de muita incerteza e bastante receio quanto ao que nos espera Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros cepea@usp.br

A

respeito das perspectivas macroeconômicas para o Brasil e para o mundo em 2021, o que se tem é um misto de muita incerteza e bastante receio quanto ao que nos espera. É verdade que neste começo de ano começam a se descortinar os caminhos para a superação dos imensos obstáculos para o tão desejado crescimen-

to, ainda que pequeno. Mas, um ano é, muito provavelmente, pouco tempo para a realização dos esforços que essa enorme tarefa demanda. Há luzes ao final do túnel, mas este túnel é muito longo e pedregoso. O surgimento das vacinas mostra um dos caminhos para eventual controle da pandemia, fulcro da crise que assola terrivelmente o mundo todo.

Outro caminho se abre com a eleição, nos Estados Unidos, de um presidente experiente, moderado, negociador, favorável à maior cooperação entre nações. Seu programa econômico, entretanto, um imenso pacote de bondades, mesmo para uma economia tão forte, parece excessivamente ambicioso, com riscos de impactos fiscais e monetários para o país e o mundo, que não devem ser subestimados. De qualquer forma, é preciso, dar ao mundo e ao Brasil, em particular, tempo suficiente para que a sociedade se articule minimamente para a caminhada em direção à normalização – com previsibilidade e harmonia – das interações sociais, da atividade econômica, dos negócios. Em condições normais, a partir do momento em que esses caminhos se tornam visíveis, a economia – que se baseia essencialmente em expectativas - começa a responder positivamente. No entanto, no momento, no Brasil, falta confiança na capacidade organizacional e operacional dos dirigentes da administração pública brasileira. Sempre há um alto custo socioeconômico – aumentos da inflação, desemprego, pobreza, desigualdade e, porque não dizer, vidas perdidas – inevitável devido a uma pandemia como a atual; ele, porém, é tão maior quanto mais desorganizada a sociedade. O combate à pandemia que atravanca o crescimento pelos lados da A Revista do AviSite

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Agronegócio oferta e da demanda conta agora com existência de vacinas, mas a multiplicação de sua produção – principalmente diante da dependência externa relativa a tecnologia e insumos – e sua aplicação na população em geral são processos demorados. Provavelmente, apenas no final do ano uma proporção relevante terá recebido as doses recomendadas. Antes disso, não será recomendado o encerramento ou mesmo a atenuação das medidas sanitárias. Do lado da demanda, não há como supor que não sejam tomadas medidas de mitigação da pobreza e de socorro aos lançados para fora do mercado de trabalho – como feito em 2020. Será que desta vez serão mais bem calibradas? Valores excessivos tendem a produzir poupança e não consumo, além de sobreonerarem o orçamento público. Do lado da oferta, o socorro às empresas permanece indispensável, para que se sustentem naquele nível de produção compatível com as restrições sanitárias. De qualquer forma, desarranjos nas cadeias produtivas se repetirão, com correspondentes surtos inflacionários. Em algumas ocasiões, o agronegócio provavelmente vai ser tomado como vilão novamente. As indústrias, de modo geral, seguirão usando sua reserva de oxigênio, muito dependente das condições do mercado interno. Os serviços vão se recuperando aos espasmos, na proporção do afrouxamento ou da desconsideração das regras sanitárias. Consideradas essas questões, como contar com o controle fiscal, fundamental para abrir as comportas do crescimento sustentável? Mais um ano de contas problemáticas é o que provavelmente nos espera. A ajuda da política monetária (juros baixos) poderá ser mantida? Tudo indica que não nos níveis atuais. Com o processo eleitoral tão antecipado e os choques ideológicos radicalizados, a coordenação entre (e mesmo dentro) do Executivo, Legislativo e Judiciário se complica. Como resultado, dificilmente em 2021 serão delineadas as condições básicas para uma retomada de investimentos, seja com recur-

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sos internos ou externos. O câmbio ficará em grande parte, de novo, à mercê dos desarranjos internos, com viés de desvalorização. Atuação contracíclica tempestiva é algo difícil de imaginar. O Banco Mundial projeta um crescimento mundial de 4% ante 2020, quando retraiu 4,3%. Países emergentes e em desenvolvimento podem crescer neste ano 5%, tendo retraído 2,6% em 2020. Verificadas essas taxas, os países não terão até 2022 reestabelecidas as condições para recuperação do emprego e tampouco de sustentabilidade de suas dívidas. Seguirão de mãos atadas. Recursos terão de vir principalmente da China, que deverá ver a demanda interna praticamente liberada das travas da pandemia e contar com perspectivas favoráveis de exportações, no seu papel de locomotiva e grande supridor de insumos e produtos finais do mundo, em condições tecnológicas invejáveis. Uma retomada de 7,9% no seu PIB está prevista para 2021, depois de um crescimento de 2% no ano passado. Estará em condições de manter em alta suas importações e de investir onde sentir-se benvinda e segura num horizonte de longo prazo. Entre as economias avançadas, os Estados Unidos rebaterão a queda de 3,6% em 2020 com um avanço de 3,5% neste ano. A Área do Euro, depois do tombo de 7,4%, promete um crescimento de 3,5%. Japão: -5,3% em 2020 seguidos de 2,5% neste ano. Há pouco a esperar dos países ricos exceto nos beneficiarmos de prováveis politicas expansionistas que vierem a adotar. Destaque-se aqui o caso dos Estados Unidos, com a ressalva já feita. Para o Brasil, projeta-se crescimento de 3% em 2021 após uma queda de 4,5% no ano anterior. Uma taxa acima de 5% seria necessária para trazer o PIB de volta ao patamar (baixo) de 2019. O mesmo vale para a indústria e serviços (ambos com quedas estimadas de 5,3% em 2020). O Ipea projeta crescimento de 5% para indústria e de 3,8% para serviços. Projeta também aumento de 5% para as exportações.

Olhando para o agronegócio, na estimativa do Cepea, o volume do PIB da agroindústria também caiu em torno de 5% em 2020. A agropecuária, em 2020, cresceu 2,2% (em volume) na estimativa do Cepea e 2,3% na estimativa do Ipea. O Ipea trabalha com uma expectativa de crescimento agrícola de 1,5% para 2021. A Conab projeta aumento de produção de grãos de 3,1%, com destaque positivo praticamente só para a soja, com 7,1%. Feijão e arroz estão com previsão de queda de 2,5%. Para o milho, a Companhia prevê estabilidade. Algodão também vem com queda de quase 12%. Fora dos grãos, há queda prevista também para cana e café. Do lado da pecuária, a oferta de bovinos deve permanecer restrita; para aves, o setor espera aumento de 5,5% na produção e para suínos, de 3,5%. Para tomate e batata há otimismo, com recuperação em relação aos anos anteriores. Com as perspectivas positivas para o crescimento mundial e, muito especialmente, chinês, é projetado aumento ou, pelo menos, sustentação nas exportações de soja e milho, de açúcar, café (os quatro com vendas já antecipadas), algodão, carne bovina, de suínos e de aves. Tem-se pela frente, portanto, um ano com oferta justa tendo em conta as demandas interna e externa. O comércio internacional, que havia regredido 9,5% em 2020, deve, este ano, avançar 5%, segundo o Banco Mundial. De acordo com o FMI, projeções de alta para preços em dólares de produtos agrícolas persistem: alimentos e bebidas podem se elevar em torno de 4%, as demais matérias-primas, 2%. Isso faz sentido num quadro de oferta global atingida por quebras de produção e demanda algo maior do que esperado. Com preços internacionais aparentemente firmes, pressões internas de preços poderão ocorrer principalmente se o câmbio sair do controle e/ou se os auxílios para mitigação dos efeitos da pandemia não forem bem planejados e executados – dois desafios bem grandes para o atual governo e o congresso federal, que deveriam atuar colaborativamente, em condições ideais.


Estatísticas e Preços

Desempenho do frango vivo em fevereiro e no primeiro bimestre de 2021

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pós abrir fevereiro com a menor cotação em mais de quatro meses, (isto é, desde o início de outubro de 2020), logo nos primeiros dias do mês o frango vivo viu as condições de mercado sofrerem radical transformação, o ambiente de negócios originalmente calmo ou fraco tornando-se repentinamente firme. Tão firme, por sinal, que em apenas sete dias de negócios ocorreram três reajustes de preço de 10 centavos cada. Esperava-se mais, pois isso correspondia, apenas, a uma reposição visando cobrir a alta dos custos, defasados há bom tempo. Mas, então, quem apresentou os primeiros indícios de que o melhor do mês estava chegando ao fim foi o frango abatido. Que atingiu seu pico de preços no final do primeiro decêndio e, a partir daí, enfrentou o enfraquecimento do mercado e o recuo (praticamente contínuo) de preços. A despeito dessa conjuntura, a cotação alcançada pelo frango vivo no dia 10 – R$4,50/kg – manteve-se inalterada no restante de fevereiro, agora novamente em mercado calmo. Mas o simples fato de não ter ocorrido nenhuma retração sugere que a disponibilidade do produto, embora

excessiva para o momento (final de mês), permanece ajustada e pode experimentar novos avanços neste início de março. Mais do que necessário, isso é fundamental para o setor. Pois em que pese a melhora em relação a janeiro - aumento de 3,68% - a média do primeiro bimestre de 2021 – R$4,37/ kg – continua medíocre frente ao custo de produção. Que, em janeiro, conforme dados da Embrapa Suínos e Aves, chegou aos R$4,61/kg. Ou seja: frente a um custo mais de 50% superior ao de um ano atrás, o preço médio do frango vivo acumula variação que não vai além dos 36%. Apesar, no entanto, das expectativas de novas correções de preço, pesa sobre o setor o fato de nos encontrarmos na Quaresma, período em que, tradicionalmente (e com muito raras exceções), decresce generalizadamente o consumo de carnes e o preço das três carnes sofre normal regressão. Considerados os preços que vem registrando no varejo (em função do preço do boi em pé), isso deve ocorrer naturalmente com a carne bovina. Fica, pois, a torcida para que a carne de frango permaneça como o substitutivo da vez.

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Matérias-primas Milho registra expressivo aumento no decorrer do primeiro bimestre

Farelo de soja alcançou novos recordes em janeiro e fevereiro

O preço do milho registrou evolução expressiva no primeiro bimestre de 2021. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou o período cotado a R$86,44, equivalendo a valor 61,8% acima da média alcançada pelo produto no mesmo período do ano passado quando a cotação média atingida foi de R$53,43.

O farelo de soja (FOB, interior de SP) atingiu novos recordes no decorrer do primeiro bimestre. A média do período alcançou preço médio de R$2.846/t, valor que representa índice positivo de 114% sobre o praticado no mesmo período de 2020 quando atingiu R$1.330/t.

Valores de troca – Farelo/Frango vivo Valores de troca – Milho/Frango vivo No frango vivo (interior de SP) o preço médio acumulado no primeiro bimestre alcançou R$4,37 kg, atingindo valorização anual de 36,6%. Assim, com a expressiva valorização na cotação do milho em relação ao frango vivo, houve piora no poder de compra do avicultor. Nesse ano foram necessários quase 330 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa queda de 15,6% no poder de compra em relação ao ano anterior, pois, no primeiro bimestre de 2020 a tonelada do milho “custou” 278,3 kg de frango vivo.

Valores de troca – Milho/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), obteve boa valorização no decorrer do primeiro bimestre de 2021 atingindo preço médio de R$95,29, equivalendo a índice positivo de 27,7% sobre o recebido no mesmo período do ano passado, negociado por R$74,64. Com a valorização anual no preço médio dos ovos bem inferior em relação a alcançada pelo milho, também houve piora no poder de compra do avicultor de postura comercial. No período foram necessárias 15,1 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal enquanto no mesmo período de 2020 foram necessárias apenas 11,9 caixas/t, significando piora de 21,1% em sua capacidade de compra.

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Embora a valorização alcançada na cotação do frango vivo tenha sido significativa, a alta verificada no preço médio do farelo de soja foi ainda mais relevante e fez com que fossem necessários 651,3 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando piora de 36,2% no poder de compra do avicultor em relação ao mesmo período de 2020 quando 415,5 kg de frango vivo foram necessários para obter uma tonelada do produto.

Valores de troca – Farelo/Ovo De acordo com os preços médios dos produtos, no decorrer do primeiro bimestre de 2021 foram necessárias, aproximadamente, quase 30 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. Com isso, o poder de compra do avicultor de postura comercial registrou significativa perda anual de 40,4% em relação ao farelo de soja, já que no mesmo período do ano passado foram necessárias apenas 17,8 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. O corolário dessa perda no poder de compra das matérias-primas, tanto do produtor de ovos quanto do frango vivo é um forte impacto no custo de produção de ambos os setores.


Ponto Final

José Zeferino Pedrozo, Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)

S

anta Catarina possui o mais avançado parque agroindustrial do Brasil, representado pelas avançadas cadeias produtivas da avicultura e da suinocultura. Essa fabulosa estrutura gera uma riqueza econômica de mais de 1 bilhão de aves e 12 milhões de suínos por ano, sustenta mais de 150 mil empregos diretos e indiretos e gera bilhões de reais em movimento econômico. O principal insumo que fomenta essa megaestrutura é o milho. De tempo em tempos as agroindústrias e os criadores de aves e suínos são abalados pela escassez e milho, ou por questões climáticas, ou sanitárias ou mercadológicas. Em razão dos gigantescos volumes necessários e dos preços que o grão atinge, muitas operações são inviabilizadas no campo e na cidade, e muitas indústrias vão à bancarrota. Nesse momento, todos esses fatores se associaram para criar uma situação de escassez e de preços altos. Santa Catarina necessita pelo menos de 7 milhões de toneladas para alimentar sua agroindústria e a produção interna seria de 2,7 milhões de toneladas. Seria, porque seca, excesso de chuvas e praga baixaram essa previsão para 1,7 milhão de toneladas. Dessa forma, o grão ficou caro e escasso, portanto, com preço em contínua ascensão: mais de R$ 85,00 a saca de 60 kg. A situação somente irá melhorar no segundo semestre, com a entrada da safrinha.

A necessidade de uma urgente política para o mercado do milho De tempo em tempos as agroindústrias e os criadores de aves e suínos são abalados pela escassez e milho, ou por questões climáticas, ou sanitárias ou mercadológicas Embora seja tão essencial, a cultura do milho está encolhendo em território catarinense. Em 2005, 106 mil produtores rurais cultivavam 800 mil hectares com milho. Nesses 15 anos, a área plantada foi se reduzindo paulatinamente e, em 2020, foram cultivados 330 mil hectares de lavouras. A safra nacional de milho que já está sendo colhida deve render 20 milhões de toneladas. Isso indica que faltará milho já neste primeiro semestre no mercado brasileiro e essa situação deve se manter até a entrada da safrinha que ainda não foi plantada e que deve (pode) gerar 80 milhões de toneladas a partir de julho/agosto. Parece que tudo conspira para a escassez de milho no mercado doméstico. Várias usinas de etanol de milho entram em funcionamento do Brasil central, este ano, enxugando mais de 5 milhões de toneladas. O câmbio estimula as exportações. A produção global prevista em 1,1 bilhão de toneladas deve cair 30 milhões. O consumo é crescente em todos os continentes. A indústria e os criadores enfrentaram com sucesso esse quadro, no ano passado, somente porque as exportações sustentaram excelentes preços, mas essa situação não se perpetuará. Quando as exportações recuarem em volume ou em preços, o câmbio mudar e a Selic subir, ficará insustentável transformar proteína vegetal em proteína animal com os atuais preços do milho e do farelo de soja. A FAESC defende o equilíbrio da cadeia produtiva de forma que PRODUTOR e INDÚSTRIA tenham ganhos compatíveis e que o CONSUMIDOR possa comprar os alimentos, obtendo sustentabilidade econômica e perenidade social. Insumo escasso representa encarecimento para os produtores rurais e para as agroindústrias e gera um “efeito dominó” porque, por via de consequência, os alimentos (especialmente a carne) tornam-se mais caros para o consumidor. É preciso perseverar na busca da autossuficiência catarinense, mas isso exige uma robusta política de apoio ao setor com várias frentes. Uma delas é a criação de uma linha de crédito para que os consumidores de milho (sejam criadores de aves e suínos ou agroindústrias) se abasteçam do produto. Da mesma forma, é necessário criar uma linha de crédito de longo prazo para financiar a construção de armazéns dotados de secadores e, também, a irrigação das lavouras. Só então teremos produtividade e estoques reguladores, podendo, assim, prevenir essas cíclicas e devastadoras crises de encarecimento do cereal-rei. A Revista do AviSite

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