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Arte Sacra para Ver e Sentir
Nos seus cinquenta anos de história, o Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP) tem se preocupado em tornar a arte acessível ao maior público possível. Numa época em que a comunicação e a difusão da cultura atingem níveis tecnológicos impensáveis há alguns anos, o museu, que tem sua origem ligada ao acervo coletado por dom Duarte Leopoldo e Silva no início do século passado, vem, nesta ocasião tão especial, utilizar-se deles para lançar uma exposição itinerante composta por reproduções de obras pertencentes ao seu acervo.
Em um trabalho iniciado em 2018, sob a coordenação da direção do museu, foram selecionadas 75 obras, que foram escaneadas digitalmente, impressas em 3D em resina ABS (Acrinolitrila Butadieno Estireno) e policromadas manualmente, o que lhes assegurou que mantivessem as cores originais. Este trabalho, sob a direção da Professora Titina Corso, envolveu diversos técnicos e 35 colaboradores profissionais da área da área de preservação e conservação.
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As peças selecionadas representam as diversas tipologias que compõem o cervo da instituição. Assim, poderão ser vistas tanto a réplica da imponente “Nossa Senhora das Dores” do mestre Antonio da Silva Lisboa, o “Aleijadinho”, como das singelas e anônimas “Paulistinhas”. Não foram esquecidas, neste projeto, peças da coleção de numismática e de pinturas.
Em razão de suas características, a exposição não possui restrições para a sua exibição. Sem o ônus dos altos custos de seguro e transporte especializado, ela pode ser montada em qualquer espaço, e conta, principalmente, com recursos que pensam a acessibilidade: legendas em Braille, áudio guias e descrições na Linguagem Brasileira de Sinais. Foi adequada, tanto para cadeirantes, como para crianças ou idosos, além de dar ao deficiente visual a possibilidade de tocar todas as obras. Um filme institucional complementa a mostra, introduzindo o visitante no espaço que abriga o museu: o Mosteiro da Luz.
O projeto inclui, ainda, a produção de material educativo para alunos e professores, além da realização de um curso de capacitação oferecido aos educadores locais.
Sob o título “Arte Sacra para ver e sentir” a exposição estreou, em novembro passado, com curadoria de Mari Marino, ex-diretora do Museu de Arte Sacra, no Museu Municipal de Iguape, histórica cidade do litoral paulista. Até a conclusão deste artigo, a exposição recebeu um público de mais de 1.000 visitantes.
Para o ano de 2020, está prevista a continuidade da itinerância por outras 12 cidades do interior do Estado de São Paulo, no intuito de cumprir a principal função de um museu: preservar e difundir a memória dos povos.
Prof.ª Titina Corso em restauração de réplica da obra “Santana Mestra”
Viagem à Alemanha
Acompanhamos aqui os registros fotográficos de um dos cursos in loco realizado em 2019 no Museu de Arte Sacra de São Paulo / MAS-SP Ilza Oliveira de Almeida 1