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Miniaturas Beneditinas: Frei Agostinho de
Linha do tempo proposta para estudos da imaginária sacra paulista e luso-brasileira (c. 1560 – 1923)
Rafael Schunk 1
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Santa Águeda, série dos primeiros bustos relicários de frei Agostinho da Piedade, BA (c. 1619)
Virgem de São Vicente, SP (c. 1560), obra de Mestre João Gonçalo Fernandes, imagem que inaugura a escultura colonial no Brasil
Primeira imagem datada por frei Agostinho de Jesus, SP (1641)
Procissão do Triunfo Eucarístico – inauguração da Matriz de N. S. do Pilar (Vila Rica de Ouro Preto, MG), maior festa barroca do período colonial Brasileiro (1733)
Período clássico da escultur América Portuguesa (1641 – 1828)
82 Primeiras imagens luso-brasileiras (c. 1560 – 1619) Primeiras imagens brasileiras (maneirismos, c. 1619 – 1680)
Conquista das terras brasileiras por Portugal Mestre frei Agostinho de Jesus (c.1600/10 – 1661), atuante no RJ, BA e SP, primeiro grande artista nascido na América Portuguesa
Mestre frei Agostinho da Piedade (c. 1580 – 1661) (atuante em Portugal e Salvador, BA)
Mestre de Angra dos Reis (artista desconhecido). F discípulo do artista franciscano Frei Francisco dos Santos. Deixou sua produção entre SP e RJ nas primeiras décadas do século 17 até aprox. 1680
o Eucarístico –ação da Matriz de N. S. do Pilar , MG), maior oca do período colonial Finalização do Quadro a Última Ceia (1828), Colégio do Caraça, MG, por Mestre Ataíde (encerramento simbólico do período clássico do barroco luso-brasileiro)
Independência do Brasil, SP (Brasil Império)
(Brasil Império )
Missão Artística Francesa, RJ
Transferência da Corte Portuguesa para Brasil, RJ
eríodo clássico da escultura maneirista-barrocana rtuguesa (1641 – 1828) Semana de Arte Moderna, SP
Proclamação da República, RJ
Auge da arte barroca no Brasil (1733 – 1828) Período barroquista tardio (arcaísmos) (1828 – 1923)
Mestre Manuel da Costa Ataíde, MG (c. 1762 – 1830)
Valentim da Fonseca e Silva, c. 1745 – 1813) (atuante no RJ)
Mestre Aleijadinho, MG c. 1738 – 1814)
x. 1680 Dito Pituba, SP (1848 – 1923)
A Cripta da Sé - - Espaço de Memória
A cripta possui trinta câmaras. Dezoito delas estão ocupadas e se tornam lugares de memória. Dentre os sepultados no local estão bispos e arcebispos da cidade de São Paulo, como dom Duarte Leopoldo e Silva, res ponsável pelo início das obras da Catedral e do acervo do Museu de Arte Sacra de São Paulo. Luiz Eduardo Baronto 1
Uma cripta é uma construção subterrânea, usualmente, localizada na parte inferior de igrejas. Serve como sepultura para pessoas que têm relevância na organização social ou na história da Igreja. As criptas nos ensinam que a vida é passagem e passageira. Elas, como os museus, traduzem a faculdade de conservar e valorizar a memória.
A construção do atual edifício da Catedral Metropolitana de São Paulo teve início em 1912, com planos de ser concluída em 1922, como parte das celebrações do centenário da independência do Brasil. A cripta ficou pronta já em 1919, mas a catedral só foi inaugurada em 1954. O atraso deu-se por conta das duas grandes guerras mundiais e outros eventos sociais e políticos, como o crash da Bolsa de Nova York, em 1929, e a Revolução Constitucionalista no Brasil, em 1932.
A cripta está a sete metros abaixo do nível da praça da Sé e ocupa um espaço de 619 metros quadrados. O seu desenho faz parte do projeto da Catedral, de autoria do alemão radicado no Brasil, Maximilian Emil Hehl. À época ele ocupava também o cargo de professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
A cripta possui trinta câmaras. Dezoito delas estão ocupadas e se tornam lugares de memória. Dentre os sepultados no local estão bispos e arcebispos da cidade de São Paulo, como dom Duarte Leopoldo e Silva, responsável pelo início das obras da Catedral e do acervo do Museu de Arte Sacra de São Paulo. O mais recente sepultado é dom Paulo Evaristo Arns.
Em relação a personagens históricos não diretamente ligados à arquidiocese de São Paulo, a cripta abriga os restos mortais do Padre Bartolomeu de Gusmão, que nasceu em São Vicente e morreu em Toledo, na Espanha, no século XVIII. Ele foi um grande inventor, sendo o criador do primeiro balão de ar quente da história. Já dentre os personagens da história da cidade, estão na cripta os restos mortais do Cacique Tibiriça (considerado o primeiro cidadão paulistano) e do Regente Feijó, que governou o Brasil durante um período da infância de Dom Pedro II. Francisco Leopoldo e Silva, irmão de dom Duarte Leopoldo e Silva, é autor de duas esculturas: "Jó, o afligido do Senhor" e "São Jerônimo". O piso de mármore de Carrara, em preto e branco, é icônico. Uma réplica do Santo Sudário está exposta no altar. O silêncio dominante é quebrado por eventos religiosos e culturais que ocorrem regularmente.
Em 2019, a cripta fez cem anos. Ações de valorização do patrimônio histórico e cultural da Catedral são sempre importantes. É uma forma não apenas de garantir a preservação do edifício, como também de divulgar esse patrimônio entre novos públicos. É a memória de uma sociedade que se valoriza e, mais do que isso, é a identidade do indivíduo que se constrói nesses espaços privilegiados de memória.