Poesia j 13

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Escola Artística António Arroio

“Vida Sempre”

Disciplina: Português. Professora: Elisabete Miguel Aluna: Inês Canhão, n.º13, 10.ºJ

Ano letivo 2014/2015

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Índice

- Introdução ………………………………………………………………………………………………..………..4 - Poemas selecionados A luz que vem das pedras ……………………………………………….………………………………..6 Amigo ………………………………………………………………………………..………….…….…….…….7 A secreta viagem ……………………………………………………………………….……..……………..8 A voz que nos rasgou por dentro ……………………………………....……................ 9 e 10 Da Vida... não Fales Nela ……………………………………………….……………..………………..11 Dies Irae …………………………………………………………………………………………..…………....12 Esta Gente …………………………………………………….…………..............................13 e 14 Menina perdida ………………………………………………………………...….…..............15 e 16 Não Posso Adiar o Amor ………………………………………………………………………………..17 No Coração, Talvez ………………………………………………………….……………………….…….18 Nós não Somos deste Mundo ………………………………………………………..……….……...19 O Poema …………………………………………………………………………………………………........20 Palavras ……………………………………………………………………………………..…………………..21 Poema da Morte na Estrada ……………………………………………………………….….……...22 Qualquer Coisa de Paz ………………………………………………………………………….……….23 Resgate …………………………………………………………………………………………….…….……..24 Retomo ao Ponto de Partida ……………………………………………………………….…........25 Sono ……………………………………………………………………………………………………………...26 2


Urgentemente …………………………………………………………………………………………..... 27 Vida Sempre ……………………………………………………………………………..….……..28 e 29 - Ilustração do poema “Vida Sempre” ………………………………………………………..…….....30 - Explicação da ilustração …………………………………………………………………………………....31 - Conclusão ……………………………………………………………………………………………….……..…32 - Webgrafia ………………………………………………………………………………………………...….33/35 - Bibliografia …………………………………………………………………………………………….…………36 - Anexos ……………………………………………………………………………………………………..…37 a 43

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Introdução

O presente trabalho, realizado, maioritariamente, com aturada pesquisa em websites e com o concurso do manual da disciplina de português, é sobre poesia contemporânea . Consiste, mais concretamente, na reunião de 20 poemas, posteriores à 2.ª metade do séc. XX, apenas de autores portugueses. O objetivo é selecionar poemas, já especificadas as suas características, ficando a conhecer e a compreender melhor a multiplicidade da poesia desta época. Além da escolha dos carmes, este trabalho engloba uma parte mais criativa, sendo que tive de eleger um dos vinte textos e ilustrá-lo, explicitando o seu significado. Na conclusão é mencionada a razão da opção. Esta antologia apresenta ainda, em anexos, três textos poéticos que, por razões metodológicas, não deveriam figurar no corpo do trabalho e um poema original.

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Poemas selecionados

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A Luz que Vem das Pedras

A luz que vem das pedras, do íntimo da pedra, tu a colhes, mulher, a distribuis tão generosa e à janela do mundo. O sal do mar percorre a tua língua; não são de mais em ti as coisas mais. Melhor que tudo, o voo dos insectos, o ritmo nocturno do girar dos bichos, a chave do momento em que começa o canto da ave ou da cigarra — a mão que tal comanda no mesmo gesto fere a corda do que em ti faz acordar os olhos densos de cada dia um só. Quem está salvando nesta respiração boca a boca real com o universo?

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Pedro Tamen, in Agora, Estar 1975


Amigo

Mal nos conhecemos Inaugurámos a palavra «amigo».

«Amigo» é um sorriso De boca em boca, Um olhar bem limpo, Uma casa, mesmo modesta, que se oferece, Um coração pronto a pulsar Na nossa mão!

«Amigo» (recordam-se, vocês aí, Escrupulosos detritos?) «Amigo» é o contrário de inimigo!

«Amigo» é o erro corrigido, Não o erro perseguido, explorado, É a verdade partilhada, praticada.

«Amigo» é a solidão derrotada!

«Amigo» é uma grande tarefa, Um trabalho sem fim, Um espaço útil, um tempo fértil, «Amigo» vai ser, é já uma grande festa!

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Alexandre O'Neill, in No Reino da Dinamarca 1958


A Secreta Viagem

No barco sem ninguém, anónimo e vazio, ficámos nós os dois, parados, de mão dada... Como podem só dois governar um navio? Melhor é desistir e não fazermos nada!

Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos, tornamo-nos reais, e de madeira, à proa... Que figuras de lenda! Olhos vagos, perdidos... Por entre nossas mãos, o verde mar se escoa...

Aparentes senhores de um barco abandonado, nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem... Aonde iremos ter? — Com frutos e pecado, se justifica, enflora, a secreta viagem!

Agora sei que és tu quem me fora indicada. O resto passa, passa... alheio aos meus sentidos. — Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada, a eternidade é nossa, em madeira esculpidos!

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David Mourão-Ferreira, in A Secreta Viagem 1950


A Voz que Nos Rasgou por Dentro

De onde vem - a voz que nos rasgou por dentro, que trouxe consigo a chuva negra do outono, que fugiu por entre névoas e campos devorados pela erva?

Esteve aqui — aqui dentro de nós, como se sempre aqui tivesse estado; e não a ouvimos, como se não nos falasse desde sempre, aqui, dentro de nós.

E agora que a queremos ouvir, como se a tivéssemos reconhecido outrora, onde está? A voz que dança de noite, no Inverno, sem luz nem eco, enquanto segura pela mão o fio obscuro do horizonte.

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Diz: "Não chores o que te espera, nem desças já pela margem do rio derradeiro. Respira, numa breve inquietação, o cheiro da resina, nos bosques, e o sopro húmido dos versos."

Como se a ouvíssemos.

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Nuno Júdice, in Meditação sobre Ruínas 1994


Da Vida... não Fales Nela

Da vida... não fales nela, quando o ritmo pressentes. Não fales nela que a mentes.

Se os teus olhos se demoram em coisas que nada são, se os pensamentos se enfloram em torno delas e não em torno de não saber da vida... Não fales nela.

Quanto saibas de viver nesse olhar se te congela. E só a dança é que dança, quando o ritmo pressentes.

Se, firme, o ritmo avança, é dócil a vida, e mansa... Não fales nela, que a mentes.

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Jorge de Sena, in Pedra Filosofal 1950


Dies Irae

Apetece cantar, mas ninguém canta. Apetece chorar, mas ninguém chora. Um fantasma levanta A mão do medo sobre a nossa hora.

Apetece gritar, mas ninguém grita. Apetece fugir, mas ninguém foge. Um fantasma limita Todo o futuro a este dia de hoje.

Apetece morrer, mas ninguém morre. Apetece matar, mas ninguém mata. Um fantasma percorre Os motins onde a alma se arrebata.

Oh! maldição do tempo em que vivemos, Sepultura de grades cinzeladas, Que deixam ver a vida que não temos E as angústias paradas!

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Miguel Torga, in Cântico do Homem 1950


Esta Gente

Esta gente cujo rosto Às vezes luminoso E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto De luta e de combate Contra o abutre e a cobra O porco e o milhafre

Pois a gente que tem O rosto desenhado Por paciência e fome É a gente em quem Um país ocupado Escreve o seu nome

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E em frente desta gente Ignorada e pisada Como a pedra do chĂŁo E mais do que a pedra Humilhada e calcada

Meu canto se renova E recomeço a busca De um país liberto De uma vida limpa E de um tempo justo

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Sophia de Mello Breyner Andresen, in Geografia 1967


Menina perdida

Menina Perdida Menina perdida no bosque da vida.

Os olhos desertos, os gestos errados, os passos incertos, os sonhos cansados.

Menina perdida, desaparecida nos longos caminhos de pedras e espinhos. Cabelos molhados, pĂŠs nus, alma exangue, vestidos rasgados, mĂŁos frias, em sangue.

Menina encontrada na berma da estrada. Andava perdida mas jå foi achada, de branco vestida, de branco calçada. 15


Menina perdida no bosque da vida.

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Fernanda de Castro 1969


Não Posso Adiar o Amor

Não posso adiar o amor para outro século não posso ainda que o grito sufoque na garganta ainda que o ódio estale e crepite e arda sob montanhas cinzentas e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas e a aurora indecisa demore não posso adiar para outro século a minha vida nem o meu amor nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

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António Ramos Rosa, in Viagem Através de uma Nebulosa 1960


No Coração, Talvez

No coração, talvez, ou diga antes: Uma ferida rasgada de navalha, Por onde vai a vida, tão mal gasta. Na total consciência nos retalha. O desejar, o querer, o não bastar, Enganada procura da razão Que o acaso de sermos justifique, Eis o que dói, talvez no coração.

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José Saramago, in Os Poemas Possíveis 1966


Nós não Somos deste Mundo

Para a solidão nascemos. Outras vozes nos chamam e invocam, outros corpos se perfilam radiosos contra a noite. Nós não somos daqui. Num intervalo de campanhas esquecidas nos dizemos, abrindo o coração aos de passagem. Mas quando a manhã chega nós partimos, mais livre o coração, longa a viagem.

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Luis Filipe Castro Mendes, in Os Amantes Obscuros Poesia reunida (1985 – 1999)


O Poema

O poema não é o canto que do grilo para a rosa cresce. O poema é o grilo é a rosa e é aquilo que cresce.

É o pensamento que exclui uma determinação na fonte donde ele flui e naquilo que descreve. O poema é o que no homem para lá do homem se atreve.

Os acontecimentos são pedras e a poesia transcendê-las na já longínqua noção de descrevê-las.

E essa própria noção é só uma saudade que se desvanece na poesia. Pura intenção de cantar o que não conhece.

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Natália Correia, in Poemas 1955


Palavras

De palavras me vesti no agasalho do nada. Palavras foram o vinho de uma sede inventada. E agora que as desfolho, que me resta? A memória de uma sede que ao beber cresta.

Em palavras me enleei numa selva gorda e quente. E agora que as descarno, que me fica? A memória de uma vida que a viver mente.

Pois deito palavras fora, recuso-lhes o mel e o cheiro. É acre e tutano mas verdadeiro.

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Fernando Namora, in Marketing 1982


Poema da Morte na Estrada

Na berma da estrada, nuns quinhentos metros, estão quinhentos mortos com os olhos abertos.

A morte, num sopro, colheu-os aos molhos. Nem tiveram tempo para fechar os olhos.

Eles bem sabiam dos bancos da escola como os homens dignos sucumbem na guerra. Lá saber, sabiam. A mão firme empunhando a espada ou a pistola, morrendo sem ceder nem um palmo de terra.

Pois é. Mas veio de lá a bomba, fulgurante como mil sóis, não lhes deu tempo para serem heróis.

Eles bem sabiam que o último pensamento devia estar reservado para a pátria amada. Lá saber, sabiam. Mas veio de lá a bomba e destruiu tudo num só momento. Não lhes deu tempo para pensar em nada.

Agora, na berma da estrada, nuns quinhentos metros, são quinhentos mortos com os olhos abertos. 22

António Gedeão, in Linhas de Força 1967


Qualquer Coisa de Paz

Qualquer coisa de paz. Talvez somente a maneira de a luz a concentrar no volume, que a deixa, inteira, assente na gravidade interior de estar.

Qualquer coisa de paz. Ou, simplesmente, uma ausência de si, quase lunar, que iluminasse o peso. E a corrente de estar por dentro do peso a gravitar.

Ou planalto de vento. Milenária semeadura de meditação expondo à intempérie a sua área

de esquecimento. Aonde a solidão, a pesar sobre si, quase que arruína a luz da fronte onde a atenção domina.

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Fernando Echevarría, in Figuras 1987


Resgate

Não sou isto nem aquilo É o meu modo de viver É, às vezes, tão tranquilo Que nem chega a dar prazer... Todavia, onde apareço, Logo a paz desaparece E a guerra que não mereço Dá princípio à minha prece. És alegre? Vês-me triste? Por que não te vais embora? Quem é triste é porque é triste. E quem chora é porque chora. Tenho tudo o que não tens Tenho a névoa por remate. Sou da raça desses cães Em que toda a gente bate. Só a idade com o tempo Há-de vir tornar-me forte. A uns, basta-lhes o vento... Aos Poetas, basta a morte.

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Pedro Homem de Mello, in Eu Hei-de Voltar um Dia 1966


Retomo ao Ponto de Partida

Retomo, pois, ao ponto de partida como um presente, o ponto de chegada. Entre um começo e outro não há nada Excepto o nada da vida vivida.

Desgaste, corrosão do que de novo em velho se mudou antes de o ser, etc.

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Vergílio Ferreira, in Conta-Corrente 1 1980


Sono

Dormir mas o sonho repassa duma insistente dor a lembrança da vida água outra vez bebida na pobreza da noite: e assim perdido o sono o olvido bates, coração, repetes sem querer o dia.

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Carlos de Oliveira, in Cantata 1960


Urgentemente É urgente o amor. É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras, ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria, multiplicar os beijos, as searas, é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz impura, até doer. É urgente o amor, é urgente permanecer.

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Eugénio de Andrade, in Até Amanhã 1956


Vida Sempre

Entre a vida e a morte há apenas o simples fenómeno de uma subtil transformação. A morte não é morte da vida. A morte não é inação, inutilidade. A morte é apenas a face obscura, mínima, em gestação de uma viagem que não cessa de ser. Aventura prolongada desde o porão do tempo. Projectando-se nas naves inconcebíveis do futuro.

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A morte não é morte da vida: apenas novas formas de vida. Nova utilidade. Outro papel a desempenhar no palco velocíssimo do mundo. Novo ser-se (comércio do pó) e não se pertencer. Nova claridade, respiração, naufrágio na maquina incomparável do universo.

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Casimiro de Brito, in Solidão Imperfeita 1957


Ilustração do poema “Vida Sempre”

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Explicação da Ilustração

Nesta ilustração eu pretendi representar a suavidade e a tranquilidade transmitidas no poema. Optei por representar estes conceitos, associados à passagem da vida para a morte ("Entre a vida e a morte há apenas o simples fenómeno de uma subtil transformação.”), através da incorporação de diferentes elementos icónicos, nomeadamente: o céu, o mar (calmo) e a própria cor azul (predominante na ilustração), que penso conferirem uma certa subtileza à mesma. Além disto, eu também representei a mudança ou passagem já referida através de uma escadaria. Seguindo a ideia do poema, esta transformação não é brusca nem forçada , acontece naturalmente, quase que inevitavelmente, tal como subir umas escadas. Este elemento gráfico também simboliza a delicadeza com que esta transfiguração ocorre. Suave e impercetivelmente, um degrau de cada vez até ao fim! Um fim invisível, visto que a vida continua após a morte, seguindo caminhos desconhecidos, daí não se ver o final da escadaria. Em relação às cores utilizadas, quis criar uma espécie de degradé, sendo que a parte inferior foi colorida em tons negros, simbolizando a morte, comummente associada a algo mau (tons escuros) e ao “mundo inferior”, facilitando a leitura da imagem. Seguindo a verticalidade do desenho, criei uma ligação gráfica entre as duas partes (inferior e superior), acentuando a ideia de uma transformação lenta, recorrendo ao degradé. A parte superior refere-se claramente à tal vida posterior (“A morte não é morte da vida”), pelo que foi pintada com cores mais vivas e variadas. No entanto, não pretende simbolizar um céu espiritual e utópico, pelo que criei textura e movimento nesta zona de modo a representar uma vida não acabada, mas sim incerta!

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Conclusão

Graças a este trabalho, fiquei a conhecer diversos poetas portugueses, nunca sequer tendo imaginado que encontraria uma quantidade tão grande de autores, o que tornou, por isso mesmo, a tarefa mais complicada mas, simultaneamente, desafiadora e interessante. Aumentei assim o meu conhecimento nesta área e também o meu interesse pela mesma, tendo mesmo descoberto vários poetas com os quais me identifiquei bastante. Na minha opinião, o balanço final do trabalho é positivo. Gostei bastante do resultado final, mas também da evolução que este trabalho teve, especial atenção para a etapa da ilustração, pelo facto de termos que representar a nossa interpretação do poema selecionado. Eu escolhi “Vida Sempre” de Casimiro de Brito para ilustrar, por me identificar com a visão do poema em relação à morte. Em primeiro lugar, o título "Vida Sempre" chamou-me logo a atenção. Quando pensamos em vida, imediatamente, por antonímia, pensamos em morte. Sendo assim, “Vida Sempre” de facto não faz sentido, já que o fim da vida acontece, inexoravelmente. Tal como o sujeito poético, eu acredito que exista uma vida depois da morte, nem má nem boa, simplesmente incerta. De uma maneira geral, gostei deste trabalho e sinto que aprendi bastante com o mesmo, tendo-me até inspirado na escrita de poemas, sendo também esse o meu desejo para todos os que o consultem, que seja uma fonte de conhecimento, mas também de inspiração!

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Webgrafia

Poemas selecionados http://www.citador.pt/ http://www.arscives.com/pedrotamen/biografia.asp http://quadrogiz.blogspot.pt/2013/05/a-luz-que-vem-das-pedras-poema-depedro.html http://pt.wikipedia.org/wiki/alexandre_o%27neill http://www.portaldaliteratura.com/poemas.php?id=965 http://www.presenca.pt/autor/david-mourao-ferreira/ http://www.portaldaliteratura.com/poemas.php?id=1328 http://www.circulobellasartes.com/fich_minerva_articulos/Poesia_%285746%29.pdf http://www.goodreads.com/book/show/5714094-medita-o-sobre-ru-nas http://crebas.blogaliza.org/2013/05/20/poemas-lix-%C2%ABa-leitora%C2%BB-e%C2%ABpoesia%C2%BB-de-nuno-judice/ http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/5750.pdf http://www.esffl.pt/home/biblioteca-escolar/69-poema-do-mes/761-a-bd-em-duastiras.html~ http://pt.wikipedia.org/wiki/miguel_torga http://pt.scribd.com/doc/50825037/POESIA-Dies-Irae-Miguel-Torga#scribd http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index2.php?option=com_content&do_pdf=1 &id=73 http://laosdepoesia.blogspot.pt/2010/06/menina-perdida-fernanda-de-castro.html http://pt.wikipedia.org/wiki/ant%c3%b3nio_ramos_rosa http://www.escritas.org/pt/poema/1664/nao-posso-adiar-o-amor 33


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http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Urgentemente-De-Eug%C3%A9nio-DeAndrade/121188.html http://pt.scribd.com/doc/134716200/Urgentemente-De-Eugenio-De-AndradeAnalise#scribd http://pt.wikipedia.org/wiki/obras_de_eug%c3%a9nio_de_andrade http://www.omelhordaweb.com.br/poesias/pagina_textos_autor.php?cdPoesia=1214 28&cdEscritor=6281&rdBusca=&tbTxBusca= http://www.wook.pt/authors/detail/id/8639

Imagem da capa http://deusedignodetodolouvor.blogspot.pt/2012/01/alegria-felicidade-so-emdeus.html

Poemas anexados http://www.citador.pt/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Mia_Couto http://macroscopio.blogspot.pt/2010/12/horario-do-fim-por-mia-couto.html http://www.vidaempoesia.com.br/carlosdrummond2.htm http://letras.com/carlos-drummond-de-andrade/1005567/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Ramos_Rosa http://sylviabeirute.blogspot.pt/2010/10/antonio-ramos-rosa-poemas-poesia.html

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Bibliografia

Poema de Fernando Namora

SILVA, Pedro, CARDOSOSO, Elsa, MENDES, Rita, COSTA, S贸nia e CORREIA, Rita. (2014).Express玫es. Porto Editora.

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Anexos

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Poema Original

Tu és luz luminosa, Suavidade da rosa Param mim tudo, Mas nunca me deste nada

Ver-te e desejar-te Amor de perdição Solidão ou tormento Estes são os sinónimos do meu sofrimento!

Ignorante louco e desesperado, que por ti faria tudo Coração magoado tão mal amado!

Preto, vermelho Rosa, azul e branco Estas são as cores do meu eterno espanto!

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Outros poemas

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Horário do Fim

morre-se nada quando chega a vez

é só um solavanco na estrada por onde já não vamos

morre-se tudo quando não é o justo momento

e não é nunca esse momento

Mia Couto, in Raiz de Orvalho e Outros Poemas 40

1983


Quero

Quero que todos os dias do ano todos os dias da vida de meia em meia hora de 5 em 5 minutos me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo, creio, no momento, que sou amado, No momento anterior e no seguinte, como sabê-lo?

Quero que me repitas até à exaustão que me amas que me amas que me amas. Do contrário evapora-se a amação pois ao dizer: Eu te amo, desmentes apagas teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado. Não exijo senão isto, isto sempre, isto cada vez mais.

41


Quero ser amado por e em tua palavra nem sei de outra maneira a não ser esta de reconhecer o dom amoroso.

Se não me disseres urgente repetido Eu te amoamoamoamoamo, verdade fulminante que acabas de desentranhar, eu me precipito no caos, essa coleção de objetos de não-amor.

Carlos Drummond de Andrade, in As Impurezas do Branco 42

1973


Festa do Silêncio

Escuto na palavra a festa do silêncio. Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se. As coisas vacilam tão próximas de si mesmas. Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas. É o vazio ou o cimo? É um pomar de espuma.

Uma criança brinca nas dunas, o tempo acaricia, o ar prolonga. A brancura é o caminho. Surpresa e não surpresa: a simples respiração. Relações, variações, nada mais. Nada se cria. Vamos e vimos. Algo inunda, incendeia, recomeça.

Nada é inacessível no silêncio ou no poema. É aqui a abóbada transparente, o vento principia. No centro do dia há uma fonte de água clara. Se digo árvore a árvore em mim respira. Vivo na delícia nua da inocência aberta.

António Ramos Rosa, in Volante Verde 43

1986


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